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MOVIMENTOS SOCIAIS DA 1ª REPÚBLICA

Cangaço
Entre o final do século XIX e começo do XX surgiu, no
nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos
como cangaceiros. Estes grupos apareceram em funçã o,
principalmente, das péssimas condiçõ es sociais da regiã o
nordestina. O latifú ndio, que concentrava terra e renda nas
mã os dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a
maioria da populaçã o.

Como nã o seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram


perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas
e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as
fugas, da vegetaçã o cheia de espinhos da caatinga.

Bando de Lampião

Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido


da época foi o comandado por Lampiã o, também conhecido pelo apelido de
“Rei do Cangaço”. O bando de Lampiã o atuou pelo sertã o nordestino durante as
décadas de 1920 e 1930, saqueando grandes fazendas e matando coronéis e
latifundiá rios. Morreu numa emboscada armada, junto com a mulher Maria
Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças
decepadas e expostas em locais pú blicos.

Guerra de Canudos
A histó ria de Canudos começa por volta de 1893. Nesta época, no arraial de
Canudos, no interior da Bahia, reuniu-se um grupo de fiéis seguidores do
beato Antô nio Conselheiro, que pregava a salvaçã o e dias melhores para
quem o seguisse. Menos de três anos depois, Canudos já possuía cerca de 15
mil sertanejos que viviam de modo comunitá rio. Sobreviviam com a criaçã o
de animais e plantaçõ es, e nã o existia propriedade privada. O crescimento de
Canudos irritou os fazendeiros locais, que acreditavam estar “perdendo” mã o
de obra com a populaçã o da comunidade. Já para o governo, o prejuízo era
porque os moradores de Canudos nã o pagavam impostos.

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O governo da Bahia organizou expediçõ es militares para
destruir Canudos. Com a terceira derrota, a resoluçã o do
problema passou para a competência do governo
federal. O arraial foi completamente destruído em 5 de
outubro de 1897. Os sertanejos de Canudos, homens,
mulheres, idosos e crianças foram massacrados pelos
soldados, e Antô nio Conselheiro foi decapitado.

Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na regiã o
Sul do Brasil, entre 1912 e 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil
camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e
estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos
ocorrem numa á rea de disputa territorial entre os estados
do Parará e Santa Catarina.

Na á rea do Contestado, diante da falta de empregos e insatisfaçã o popular, ganhou força a


figura do beato José Maria. Este pregava a criaçã o de um mundo novo, com prosperidade
justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores. O
governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da Repú blica, que tinha como
objetivo desestruturar o governo e a ordem da regiã o. Com isso, policiais e soldados do
exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da Repú blica, que tinha como
objetivo desestruturar o governo e a ordem da regiã o. Com isso, policiais e soldados do
exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento. Os
soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus
seguidores. Armados de espingardas de caça, facõ es e enxadas, os
camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que
estavam bem armadas. José Maria morreu antes do fim dos
combates, mas seus seguidores resistiram até 1916, quando as
tropas do governo mataram o ú ltimo líder dos revoltosos.

Revolta da Vacina
O Rio de Janeiro, no início do século XX, sofria com a falta de um
sistema eficiente de saneamento bá sico. Este fato desencadeava
constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubô nica e
varíola. Para frear o avanço dessas doenças, em 1904 é colocada em
prá tica uma campanha de vacinaçã o obrigató ria. Embora seu objetivo
fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritá ria e violenta. Em
alguns casos, os agentes sanitá rios invadiam as casas e vacinavam as
pessoas à força.

As manifestaçõ es populares e conflitos espalham-se pelas ruas do Rio de Janeiro. A


populaçã o destruiu bondes e prédios pú blicos, espalhando a desordem pela cidade. O
exército e a marinha foram convocados para conter os manifestantes. Em 16 de
novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacinaçã o obrigató ria,
e cidade voltava a calma e a ordem.

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Oswaldo
Cruz foi o
médico

responsável pelo Departamento Nacional de Saú de


Pú blica e foi quem sugeriu a vacinaçã o obrigató ria
contra a varíola.

Revolta da Chibata
Foi a maior revolta ocorrida na Marinha durante o início da
Repú blica e teve como protagonistas os marinheiros, quase todos
negros e mulatos, recrutados entre as camadas mais pobres da
populaçã o. Na Revolta da Chibata, os participantes nã o queriam
derrubar o governo, mas acabar com os maus tratos e a violência
dos castigos físicos a que eram submetidos. Faltas graves eram
punidas com 25 chibatadas. Os marinheiros tomaram os navios
que estavam atracados na Baía de Guanabara, e sofreram intensa
repressã o policial. Joã o Câ ndido, líder do movimento, foi expulso
da Marinha e internado como louco no Hospital dos Alienados.

Movimento Tenentista
Movidos pelo ideal de salvaçã o nacional e pelo descontentamento dos problemas sociais e políticos os
jovens oficiais do Exército, acreditavam que o caminho para salvar o país era sua ascensã o ao poder.

Revolta do Forte de
Revolta Paulista de 1924 Coluna Prestes
Copacabana
A Revolta dos 18 do Forte ou A revolta foi motivada pelo Movimento político que
Revolta do Forte de descontentamento dos percorreu 13 estados
Copacabana foi um movimento militares com a crise brasileiros em manifestaçõ es
de integrantes do Exército econô mica e a concentraçã o de contra o regime oligá rquico
Brasileiro contra o presidente poder nas mã os de políticos de da Primeira Repú blica, além
do Brasil, Epitá cio Pessoa, e o Sã o Paulo e Minas Gerais. de reivindicar o voto secreto
vencedor da eleiçã o Envolveu armamento pesado e e o ensino gratuito. Foi
presidencial, Artur Bernardes, destruiu o centro da cidade de liderada por Luis Carlos
em 5 de julho de 1922. Sã o Paulo. Prestes.

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Greve Operária de 1917
Sob a liderança dos anarquistas, a paralisaçã o, iniciada em junho de 1917, começou no setor têxtil,
propagou-se rapidamente e atingiu a á rea portuá ria e o interior, envolvendo cerca de 50 mil
trabalhadores. As principais reivindicaçõ es eram aumento de salá rios, proibiçã o do trabalho infantil,
jornada de oito horas, garantia de emprego e direito de associaçã o. O governo reprimiu o movimento
com todos os recursos de que dispunha, mobilizando a polícia, tropas militares e até a Marinha de
guerra, mas nã o foi bem-sucedido. Teve de negociar, e algumas das principais reivindicaçõ es foram
atendidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história : das origens do homem à era digital : manual do professor — 3. ed. — Sã o Paulo
: Moderna, 2018.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. Sã o Paulo: Saraiva, 2005.

HABILIDADES DA BNCC RELACIONADAS A ESTE MATERIAL

• (EF09HI01) Descrever e contextualizar os principais aspectos sociais, culturais, econômicos e


políticos da emergência da República no Brasil.

• (EF09HI02) Caracterizar e compreender os ciclos da história republicana, identificando


particularidades da história local e regional até 1954.

• (EF09HI03) Identificar os mecanismos de inserção dos negros na sociedade brasileira pós-abolição e


avaliar os seus resultados.

• (EF09HI04) Discutir a importância da participação da população negra na formação econômica,


política e social do Brasil.

• (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e modernização da sociedade brasileira e


avaliar suas contradições e impactos na região em que vive.

• (EF09HI07) Identificar e explicar, em meio a lógicas de inclusão e exclusão, as pautas dos povos
indígenas, no contexto republicano (até 1964), e das populações afrodescendentes.

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