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Guerra dos Canudos

Iniciou-se em 7 de novembro de 1896 a 5 de outubro de 1897.


A república não trouxe transformações efetivas nas condições de vida da população. Os problemas
sociais presentes na monarquia permaneceram durantes os primeiros anos da República.
Com o fim da escravidão, surgiu populações sem trabalho ou moradia; o sertão da Bahia sofreu um
terrível seca, que so aumentou a pobreza e a miséria da maior parte da população que la vivia; com a
decadência da cana-de-açúcar, os engenhos entraram em conflito. A partir desse contexto, surge o
“messianismo”, movimento que consistiu no surgimento de líderes locais com forte discurso religioso
salvacionista, pregando o fim dos tempos e a salvação divina.

Pontos que estão relacionados ao conflito:


Fome: o desemprego e o baixo rendimento das famílias deixavam muitos sem ter o que comer
Seca: ficavam meses e anos sem chuvas, e isso dificultou a agricultura e não permitia a sobrevivência
dos gados
Falta de apoio político: os governantes e políticos não se importavam com as necessidades da
população
Violência: latifundiários mandavam grupos armadas para proteger suas propriedades. Usavam da
violência como estratégia de manutenção do poder dos fazendeiro e forma de repressão a qualquer
movimento político ou social
Fanatismo religioso: existência de boatos que prometiam uma vida melhor

Antônio Conselheiro, após ser largado pela esposa, vagou pelos sertões até chegar em Canudos e
torna-se líder do arraial. Ele acreditava que era enviado de Deus para acabar com as diferenças sociais e
com a cobrança de tributos; que a republica era “Anticristo” pois o governo era laico. Para ele, a cobrança
de impostos, celebração do casamento civil, separação entre igreja e estado eram o fim do mundo. Ele e
seus seguidores instalaram em Canudos, e ergueram a “cidade santa” de Belo Monte que acabou se
transformando em um refúgio das pessoas desprotegidas e perseguidas. Canudos se transformou em uma
comunidade onde não havia diferenças sociais.
O governo da Bahia e os latifundiários não concordavam com o fato de os habitantes de Canudos não
pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam que o Antônio defendia a volta
da monarquia. Ao contrário, Antônio defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao
casamento civil. Ele afirmava ter sido enviado por Deus para liderar o movimento contra as diferenças e
injustiças sociais, era um crítico do sistema republicano.
O estopim de tudo foi quando Antônio encomendou madeira para construir o seu templo. O
fornecedor da madeira tinha alguns problemas com o conselheiro e decidiu não entregar a encomenda,
propositalmente. Com isso, Antônio respondeu que arrancaria as madeiras a força e o vendedor denunciou
o caso a república.
Em 1896, o governou enviou expedições armadas para derrubar canudos. Houve 3 tentativas:
1. O governo enviou cerca de 500 homens armadas, mas a população já sabia da tentativa de
ataque e conseguiu dizimar a tropa através da utilização de armadilhas e luta;
2. O governo enviou 1500 homens, comandados pelo major Moreira cesar, a pedido do presidente
prudente de morais. Antes de irem ao combate, preferiram almoçar, o que alarmou a
população de canudos. Quando chegaram lá, ordenou que a guerra começasse sem armas,
assim foram derrotados novamente.
3. O governo mandou 2 mil homens especializados com canhões e fuzis carregados. Junto aos
soldados estava o jornalista Euclides da Cunha. Cerca de 25 mil habitantes foram mortos. O
exército decapitou Antônio conselheiro, para que seu cérebro fosse estudado pelo cientista
nino rodrigues. Euclides da Cunha retrata a história da Guerra de Canudos na obra “Os Sertões”,
defini os sertanejos como fortes.
Revolta da Vacina
Entre 10 de novembro de 1904 a 16 de novembro de 1904.
Em 1904, na cidade de Rio de Janeiro, a cidade sofria com sérios problemas de saúde e diversas
doenças assolavam a população, como a febre amarela, peste bubônica, varíola, malária, dentre outras.
Então, o presidente Rodrigues Alves, com o intuito de modernizar a cidade e controlar tais epidemias,
iniciou uma série de reformas urbanas e sanitárias que mudaram o cotidiano de diversas pessoas.

Observação: Muitos médicos acreditavam nas teorias miasmáticas e falavam que eram os miasmas,
gases pútricos que circulavam pela cidade, que causavam tantas doenças. Para solucionar isso, eles
propunham o aterramento dos pântanos e reformas urbanas para eliminar as residências mais pobres da
cidade e criar avenidas mais largas. Isso permitia maior circulação de ventos, e os miasmas seriam
dissipados. So que não foi aprovada, pq logo descobriram que as doenças eram causas por micróbios.

O presidente Rodrigues Alves defendeu a reforma da cidade durante a campanha. O projeto virou
realidade e o arquiteto Pereira Passos, que foi prefeito da cidade, organizou a reforma pereira passos, na
qual tinha como objetivo modernizar o Rio de Janeiro, embelezando a cidade ao estilo da reforma de Paris.
Avenidas largas e novos prédios foram construídos.
As novas obras foram possíveis por meio do desalojamento de modo violento e autoritário.
Centenas de prédios foram destruídos e grande parte da população desalojada não tinha condições de
morar nos subúrbios. A solução era se mudar para casas em condições piores ou para os morros da cidade.

Oswald Cruz, diretor geral de saúde pública, ficou encarregado da campanha de saneamento da
cidade, que tinha por objetivo erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Primeiro, o governo
anunciou pagaria por cada rato que fosse entregue as autoridades, para disseminar a peste bubônica, mas
logo, suspendeu a recompensa. Para combater a febre amarela, formaram-se equipes para destruir a
proliferação do mosquito que disseminava a doença. A partir disso, em junho de 1904, o governo fez uma
proposta de lei que tornava obrigatório a vacinação da população. Mesmo com 15 mil assinaturas contra a
lei ela foi aprovada. Essa medida foi apresentada como projeto de lei em junho de 1904 e aprovado em 31
de outubro do mesmo ano.
A campanha de saneamento era realizada com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e
vasculhas. Numa sociedade onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços
para tomar vacina foi visto como “imoral”.
O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina
obrigatória no jornal “A Notícia”, que exigia comprovantes de vacinação para a realização de matrículas
nas escolas, empregos, viagens, hospedagens e casamentos, e quem resistisse a vacinação ia pagar multar.
O que levou a uma série de conflitos e manifestações que se estenderam por cerca de uma semana.

A revolta iniciou-se em dois lugares do rio de janeiro: largo do são Francisco e na praça Tiradentes.
No dia 10 de novembro, os primeiros protestos aconteceram. No dia 12 de novembro, cerca de quatro mil
pessoas já protestavam. O presidente convocou a polícia e o exército. Prédios foram invadidos, vandalismo
nas ruas, bondes forma incendiados. Pessoas com armas de fogo. Em 16 de novembro, Rodrigues Alves
conseguiu a aprovação do estado de sítio. Isso deu novos poderes ao presidente, permitindo que ele
atuasse de maneira mais repressiva. Nos dias seguintes, a revolta foi controlada e deixou 31 mortos.
Apesar de tudo, a campanha de vacinação teve sucesso em erradicar a varíola do rio de janeiro.

Causas: insastifação da população com a campanha da vacinação obrigatória proposta por oswald cruz
 Urbanização e higiene: o RJ era a maior cidade e tinha passado por um crescimento populacional, e
isso se deu de forma desorganizada e a questão sanitária logos e tornou um problema.
 Obrigatoriedade de se vacinar;
 Medo da população; (vacina era algo novo)
 Métodos de vacinação;
 Princípios morais. (as pessoas ficavam indignadas das mulheres mais velhas terem que mostrar o
ombro para ser vacinada)

Revolta da chibata
A marinha era composta por marinheiros negros, alguns deles eram escravos recém libertos. Essas
pessoas se submetiam ao baixos salários e uma rotina árdua de trabalho. Qualquer pessoa que
demonstrava insatisfação era severamente punido com castigos físicos. A chibata era um dos castigos mais
comuns. A insatisfação cresceu quando os oficiais receberam aumento salarial, mas não os marinheiros.
Dessa forma, houve dois motivos que levaram alguns marinheiros a organizar um protesto:
- A criação de uma nova tabela de serviços que não chegava ao alto escalão;
- Os baixos salários dos marinheiros.

Observação: o governo brasileiro havia encomendado dois novos e modernos navios “são Paulo” e o
“minas gerais”. Isso demandava uma quantidade ainda maior de homens para serem operados,
sobrecarregando os marinheiros.

Na madrugada do dia 22 de novembro de 1910, os marinheiros do “minas gerais” se rebelaram. O


estopim foi terem assistido o castigo do marujo Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até desmaiar com
250 chibatadas por ter agredido um oficial, sendo que o normal eram 25 chibatadas. Após o comandante
do navio “minas gerais” sair para jantar, os marinheiros se apoderaram da embarcação. O protesto foi
liderado por João Cândido Felisberto e terminou com a morte do comandando do navio e mais dois oficiais
que se recusaram de abandonar o navio. Na mesma noite, o navio “são paulo” se juntou a rebelião.
Já no rio de janeiro, o presidente hermes da Fonseca havia acabado de tomar posse e já enfrentava
sua primeira crise. Em carta ao governo, os rebeldes solicitavam:
- O fim dos castigos físicos;
- Melhores condições de trabalho;
- Melhores condições de alimentação;
- Anistia para todos os envolvidos na revolta.

No dia 26 de novembro, hermes da Fonseca acatou as reivindicações e encerrou aquele episódio de


revolta. So que, dois dias depois, o presidente decretou “estado de sítio”. Dessa forma, os marinheiros
envolvidos foram presos e considerados indisciplinados.
Em 9 de dezembro de 1910, os marinheiros se rebelaram novamento. A resposta do governo foi
dura: 37 rebeldes foram presos e morreram sufocados. Somente joão cândido e outro sobreviveram. João
cândido foi considerado desquilibrado e internado num hospício. Por sua audácia, a imprensa o chamou de
almirante negro. Ele foi inocentado das acusações e foi expulso da marinha em 1 de dezembro de 1912.

Causas: a luta contra castigos físicos, baixos salários e as péssimas condições de trabalho;
Consequências: morte de centenas de fuzileiros navais; 37 morreram nas prisões solitárias
sufocados e várias foram expulsas da marinha.

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