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República Velha é a denominação dada à primeira fase da

República brasileira, que se estendeu da Proclamação da


República em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de
1930, liderada por Getúlio Vargas.
Tradicionalmente, a República brasileira é dividida em:
• República Velha (1889-1930)
• República Nova ou Era Vargas (1930-1945)
• República Contemporânea (1945 até nossos dias)

Primeiro Período da República Velha (1889-1894)


O primeiro período da República Velha ficou conhecido
como República da Espada, em virtude da condição militar
dos dois primeiros presidentes do Brasil: Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto.
No dia seguinte à proclamação organizou-se no Brasil um
Governo Provisório, chefiado por Deodoro da Fonseca, que
deveria dirigir o país até que fosse elaborada uma nova
Constituição.
A primeira Constituição Republicana foi promulgada pelo
Congresso Constituinte no dia 24 de fevereiro de 1891.
No dia seguinte, o congresso elegeu o Marechal Deodoro da
Fonseca (1889-1891) - o primeiro O novo governo trazia
inúmeras divergências entre civis e militares. Contra
Deodoro, já havia uma forte oposição no Congresso.
Assim, no dia 3 de novembro, Deodpresidente do Brasil e o
vice Floriano Peixoto.
oro dissolveu o Congresso, que de imediato, organizou um
contragolpe. Deodoro renunciou e entregou o poder ao
vice-presidente Floriano Peixoto.
Floriano Peixoto (1891-1894) assumiu o cargo apoiado de
uma forte ala militar. A dissolução do Congresso foi
suspensa. A constituição determinava que fosse convocada
novas eleições, o que não ocorreu.
Com essa atitude, Deodoro teve que enfrentar as revoltas
das fortalezas de Lage e a de Santa Cruz, a Revolta
Federativa e a Revolta da Armada, que causou 10.000
mortos.

Segundo Período da República Velha (1894-1930)


O segundo período da República Velha ficou conhecido como
“República das Oligarquias”, por ser dominada pela
aristocracia dos fazendeiros.
Na sucessão presidencial alternavam-se presidentes
paulistas e mineiros. Nesse período apenas três
presidentes eleitos (Hermes da Fonseca, Epitácio Pessoa e
Washington Luís) não procediam dos Estados de Minas
Gerais e de São Paulo.

Presidentes da República
Segue abaixo os presidentes que fizeram parte da
República Velha, após a República da Espada, liderada
pelos militares: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto

Prudentes de Morais (1894-1898)


Prudente de Moraes foi o primeiro presidente civil da
República. Assumiu o mandato em intensa agitação
política. O “coronelismo”, poder político que existiu
desde o império, teve seu apogeu na República Velha.
Os coronéis, cujos títulos eram reminiscentes dos tempos
da Guarda Nacional, eram chefes políticos que
influenciavam as mais altas decisões da administração
federal.
O problema mais grave do governo de Prudente de Morais
foi a “Guerra de Canudos” (1896 e 1897).

Campos Salles (1898-1902)


Campos Salles fez um acordo com as oligarquias agrárias,
conhecido como “Política dos Governadores”, que consistia
numa troca de favores e, assim, só os candidatos de
situação ganhavam as eleições.
Rodrigues Alves (1902-1906)
Rodrigues Alves urbanizou e saneou o Rio de Janeiro,
enfrentou a Revolta da Vacina, o Convênio de Taubaté e a
questão do Acre. Rodrigues Alves foi reeleito em 1918,
mas faleceu antes de tomar posse.

Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a


vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em
novembro de 1904.

Resumo: Causas e Consequências


Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em
1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se
toneladas de lixo.
Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava.
Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças
fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que
matavam milhares de pessoas anualmente.
Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves
nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o
médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública. Com
isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o
alargamento de ruas, avenidas e o combate às doenças.
A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou
as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas,
pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A
população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e
para os morros, incrementando a construção das favelas.
Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de
preço deixando a população cada vez mais indignada
Era necessário combater o mosquito e o rato,
transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito
central da campanha era precisamente acabar com os focos
das doenças e o lixo acumulado pela cidade.
Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por
cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado
foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de
conseguirem uma renda extra
Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela
apreensão dos ratos.
Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com
autoritarismo, onde as casas eram invadidas e
vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a
importância da vacina ou da higiene.
Num tempo onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o
corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi
visto como "imoral". Assim, a insatisfação da população
contra o governo foi generalizada, desencadeando "A
Revolta da Vacina".

Vacinação obrigatória
O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para
combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra a
varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de
idade.
Políticos, militares de oposição e a população da cidade
se opuseram à vacina. A imprensa não perdoava Oswaldo
Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia
do remédio.

O Convênio de Taubaté foi um plano de intervenção estatal


na cafeicultura brasileira, ocorrido em fevereiro de
1906, durante o governo de Rodrigues Ales, cujo objetivo
era o de promover a elevação dos preços do produto e
assim, assegurar os lucros dos cafeicultores.

Crise Cafeeira
Na segunda metade do século XIX, o café era o mais
importante produto brasileiro de foma que 70% de toda a
produção mundial era proveniente dos cafezais do Brasil.
A expansão cafeeira se avolumava pelas terras de São
Paulo, como resultado dos altos preços do produto no
mercado internacional.
Os primeiros sinais da crise surgiram ainda no final do
século XIX, quando o mercado consumidor, sobretudo o
mercado externo, não crescia na mesma proporção.
Com isso os preços caíram assustadoramente. Em 1893, a
saca era vendida a 4,09 libras, em 1896 caiu para 2,91,
chegando a 1,48 em 1899.
Para saber mais: História do Café e Ciclo do Café

Política de Valorização do Café


O café era a base da economia do país, e os grandes
fazendeiros, a classe dominante e vários governadores
empenharam-se em evitar que a cafeicultura tivesse
prejuízos.
A solução começou a surgir em 26 de fevereiro de 1906,
quando reuniram-se, na cidade paulista de Taubaté, os
governadores de São Paulo (Jorge Tibiriça), Rio de
Janeiro (Nilo Peçanha) e Minas Gerais (Francisco Sales).
O resultado da reunião foi a assinatura do Convênio de
Taubaté, que estabeleceu as bases da política da
valorização do café.
Os governos dos três estados comprometeram-se a realizar
empréstimos no exterior, visando comprar os excedentes da
produção cafeeira e mantê-los nos portos brasileiros,
evitando desta forma a baixa de preço no mercado
internacional.
O convênio estabelecia que a amortização e os juros
desses empréstimos seriam cobertos com um novo imposto
cobrado sobre cada saca de café exportado. Para
solucionar o problema a longo prazo, os estados
produtores deveriam desestimular a expansão da plantação.
O presidente Rodrigues Alves não concordou em dar ajuda
federal ao Convênio, alegando a necessidade de conter
gastos e deter a inflação. Só em 1907, com a nomeação do
mineiro Afonso Pena para a presidência do país, o
Convênio de Taubaté, recebeu apoio federal.
Os banqueiros ingleses, especialmente os da Casa
Rothschild, recusaram-se inicialmente a fazer
empréstimos, mas voltaram atrás quando os bancos norte-
americanos e alemães começaram a fazê-lo. O governo
retirou do mercado, em quatro anos, 8,5 milhões de sacos
de café, com o financiamento de diversos governos e do
capital internacional.
As determinações do Convênio de Taubaté trouxeram amplos
benefícios desde os primeiros momentos de sua aplicação.
No entanto, a longo prazo o plano fracassou, pois a
valorização do café somente poderia ter sucesso caso o
Brasil possuísse o monopólio da produção mundial.
Entretanto a própria elevação do preço no mercado
internacional acabou por estimular a produção de café em
outros países, aumentando a concorrência. A política foi
adotada por vários governos, quando em 1926, o Estado de
São Paulo passou a bancar sozinho a valorização.

Afonso Pena (1906-1909)


Afonso Pena realizou melhorias na rede ferroviária, com a
ligação de São Paulo e Mato Grosso, modificou as Forças
Armadas, estimulou o desenvolvimento da economia do país
e incentivou a imigração.
O presidente faleceu antes de completar o mandato e foi
substituído pelo vice Nilo Peçanha.

Nilo Peçanha (1909-1910)


Nilo Peçanha criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI),
substituído, em 1967, pela FUNAI.

Hermes da Fonseca (1910-1914)


Hermes da Fonseca teve um governo marcado por convulsões
sociais e políticas, tais como a “Revolta da Chibata”, a
“Revolta dos Fuzileiros Navais”, a “Revolta do Juazeiro”
e a “Guerra do Contestado”.

Agitadores incitavam a massa urbana a enfrentar os


funcionários da Saúde Pública que, protegidos pelos
policiais, invadiam as casas e vacinavam as pessoas à
força. Os mais radicais pregavam a resistência à bala,
alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o
próprio corpo e não aceitar aquele líquido desconhecido.
O descontentamento se generalizou, somando aos problemas
de moradia e ao elevado custo de vida, resultando na
Revolta da Vacina Obrigatória. Entre 10 e 16 de novembro
de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às
ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública e a
polícia.
O centro do Rio de Janeiro foi transformado numa praça de
guerra com bondes derrubados, edifícios depredados e
muita confusão na Avenida Central (atual Avenida Rio
Branco). A revolta popular teve o apoio de militares que
tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar, sem
sucesso, o presidente Rodrigues Alves.
O movimento rebelde foi dominado pelo governo, que
prendeu e enviou algumas pessoas para o Acre. Em seguida,
a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando
facultativo o seu uso.
Veja também: Saúde Pública no Brasil

Revolta da Chibata foi uma agitação militar na Marinha do


Brasil, ocorrida no Rio de Janeiro, de 22 a 27 de
novembro de 1910.
A luta contra os castigos físicos, baixos salários e as
péssimas condições de trabalho são as principais causas
da revolta.

Contexto Histórico
Na época, vale destacar que na Marinha do Brasil, os
marinheiros eram principalmente os negros escravos recém
libertos. Estes eram submetidos a uma árdua rotina de
trabalho em troca de baixos salários.
Qualquer insatisfação era punível e a disciplina nos
navios era mantida pelos oficiais por meio de castigos
físicos, dos quais a “chibatada”, era a punição mais
comum.
Apesar de ter sido abolida na maioria das forças armadas
do mundo, os castigos físicos ainda era uma realidade no
Brasil.
A insatisfação dos marujos cresceu depois que os oficiais
receberam aumentos salariais, mas não os marinheiros.
Além disso, os novos e modernos encouraçados que o
governo brasileiro havia encomendado, o "Minas Gerais" e
o "São Paulo", demandavam uma quantidade ainda maior de
homens para serem operados, sobrecarregando os
marinheiros. Essas duas belonaves eram as mais poderosas
e modernas da esquadra brasileira.
Assim, com o aumento dos salários dos oficiais e a
criação de uma nova tabela de serviços que não alcançou
os baixos escalões, alguns marinheiros passaram a
planejar um protesto.
O Levante
Na madrugada de 22 de novembro de 1910, os marinheiros do
Encouraçado "Minas Gerais" se rebelaram.
O estopim se deu após assistirem o castigo do marujo
Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até desmaiar com
250 chibatadas (o normal eram 25) por agredir um oficial.
O levante foi liderado pelo experiente João Cândido
Felisberto, marujo negro e analfabeto. O motim terminou
com a morte do comandante do navio e mais dois oficiais,
os quais não aceitaram abandonar a nave de guerra.
Nesta mesma noite, juntou-se ao motim o Encouraçado "São
Paulo". Nos dias seguintes, outras embarcações aderiram
ao movimento, como o "Deodoro" e o "Bahia", naves de
guerra de grande porte.
Por sua vez, no Rio de Janeiro, o presidente Hermes da
Fonseca tinha acabado de tomar posse e enfrentava sua
primeira crise. Os navios rebeldes bombardearam a cidade
do Rio de Janeiro para demonstrarem que não estavam
dissimulando.
Em carta ao governo, os revoltosos solicitavam:
• o fim dos castigos físicos;
• melhores condições de alimentação e trabalho;
• anistia para todos envolvidos na revolta.
Assim, no dia 26 de novembro, o presidente Marechal
Hermes da Fonseca acatou as reivindicações dos
amotinados, encerrando aquele episódio da revolta.
Contudo, dois dias depois de entregarem as armas, é
decretado “estado de sítio”, iniciando o expurgo e prisão
daqueles marinheiros considerados indisciplinados.

Fim da Revolta
Os marinheiros foram presos na Ilha das Cobras sede do
Batalhão Naval. Sentindo-se traídos, os marinheiros se
amotinaram, em 9 de dezembro de 1910.
A resposta do governo foi dura e a prisão foi bombardeada
e destruída pelo exército, matando centenas de fuzileiros
navais e prisioneiros.
Os amotinados, totalizando 37 pessoas, foram recolhidos a
duas prisões solitárias, onde morreram sufocados. Somente
João Cândido e outro companheiro de luta sobreviveram.
Com isso, em 1911, aqueles que aderiram ao movimento já
haviam sido mortos, presos ou expulsos do serviço
militar. Muitos dos envolvidos foram mandados para campos
de trabalhos forçados nos seringais da Amazônia e na
construção da ferrovia Madeira-Mamoré.
Como saldo, o conflito deixou mais de duzentos mortos e
feridos entre os amotinados, dos quais cerca de dois mil
foram expulsos após a revolta. Na porção legalista,
morreram cerca de doze pessoas, entre oficiais e
marinheiros.
Quanto ao líder, João Cândido, após sobreviver á prisão e
ter sido inocentado, ele foi considerado desequilibrado e
internado num hospício. Por sua audácia, a imprensa da
época o chamou de Almirante Negro
Ele seria absolvido das acusações de conspiração em 1º de
dezembro de 1912, mas foi expulso da Marinha.
Sobreviveu como pescador e vendedor até que o jornalista
Edmar Morel resgatou sua história do esquecimento e
lançou o livro "A Revolta da Chibata", em 1959.
Somente em 23 de julho de 2008, o governo brasileiro
entendeu que as causas da revolta eram legítimas e
concedeu anistia aos marinheiros envolvidos.

Revolta ou a Sedição de Juazeiro, foi um conflito popular


ocorrido em 1914 durante a República Velha (1889-1930) na
cidade de Juazeiro do Norte, no sertão do Cariri, Ceará.
Ocupava o cargo de presidente do país o Marechal Hermes
da Fonseca (1855-1923), que adotou medidas de intervenção
política, conhecida como “Política das Salvações”, a fim
de combater as lideranças políticas (na época, os
coronéis) que dificultavam a atuação do poder.
Com isso, Marcos Franco Rabelo (1851-1940) foi indicado
pelo presidente como Governante do Ceará (1912-1914), o
que descontentou demasiado os coronéis, os quais se
uniram com o intuito de derrubar o governo.
Importante salientar que a população já se encontrava
muito incomodada com as péssimas condições de vida,
agravada pela miséria e pela fome.
Assim, a Revolta do Juazeiro adquiriu um caráter
messiânico, posto que a população, imbuída de crenças
religiosas, acreditava participar de uma “guerra santa”,
com a liderança religiosa e política de Padre Cícero.
Nesse sentido, importante salientar a fusão que se
estabeleceu entre o clero (igreja) e os fazendeiros do
Ceará.
Sem espanto, a Revolta foi violenta entre os coronéis
(comandados pelo senador gaúcho José Gomes Pinheiro
Machado) e as forças do estado, resultando na retirada da
intervenção política pelo poder do estado que, por sua
vez, foi entregue novamente para as oligarquias
cearenses. Por fim, Franco Rabelo foi deposto.

Coronelismo e o Pacto dos Coronéis


O coronelismo foi um termo cunhado para explicar a grande
influência que os coronéis possuíam no interior do país,
desde a Proclamação da República, em 1889.
O pacto dos coronéis, assinado dia 4 de outubro de 1911,
tinha o intuito de combater a “política das salvações”,
proposta pelo governo federal, bem como assegurar o
retorno da família Acyoli ao poder.
Esse pacto reunia 17 chefes políticos de diversos locais
do sertão do Cariri, a saber: Crato, Juazeiro, Santana do
Cariri, São Pedro do Cariri (Caririaçu), Missão Velha,
Araripe, Jardim, Milagres, Porteiras, Assaré, Várzea
Alegre, Brejo Santo, Campos Sales, Aurora, Lavras da
Mangabeira, Barbalha e Quixará (Farias Brito).

Padre Cícero
Padre Cícero Romão Batista (1844-1934), popularmente
chamado de “Padim Ciço”, nasceu no Ceará e foi um dos
mais importantes líderes da Revolta do Juazeiro.
Figura mística, muito respeitado e querido, ao lado da
família tradicional Acyoli, liderada pelo coronel Antônio
Pinto Nogueira Accioly, então presidente do Ceará, que
possuía grande poder na época, Cícero convocou a
população para lutar contra o Estado e reivindicar o
poder, que estava anteriormente, dominado pelas
oligarquias do Ceará.
Em 1911, com o apoio dos fazendeiros, foi eleito Prefeito
de Juazeiro, e tornou-se símbolo da Revolta sendo
considerado um santo, profeta e protetor dos nordestinos.

FRANCO Rabelo, enquanto governante do estado depôs Cícero


do cargo e o mandou prender. O médico Floro Bartolomeu,
seu grande amigo, auxiliou na liderança da Revolta sendo
o executor-chefe do evento. Com o fim da Revolta, Padre
Cícero e seu amigo retornam à cena política do Ceará,
sendo eleito vice-governador do Ceará.
Padre Cícero foi punido pelo Vaticano em 1894, que o
excomungou da ordem católica, sendo acusado de
manipulação da crença popular.
Venerado pela população cearense, Padre Cícero tornou-se
um "santo popular". Com sua morte, no dia 20 de julho de
1934, a devoção por ele aumentou ainda mais.

A Guerra do Contestado (1912 – 1916) teve lugar na Região


Sul do Brasil, entre as fronteiras do Paraná e Santa
Catarina, e foi um conflito sócio-político causado pela
disputa desses territórios, por isso, recebe o nome de
contestado.

Causas
O motivo do conflito se deveu ao fato da construção da
estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do
Sul ter deixado muitas pessoas em más condições de vida
em detrimento dos interesses dos coronéis e da empresa
norte-americana Brazil Railway Company.
Com o objetivo de construir a estrada de ferro, a Brazil
Railway Company precisava de mão-de-obra, levando, assim,
muitas pessoas para a região.
Ao mesmo tempo, o governo cedeu uma grande extensão de
terra, cerca de 15 mil metros, nos limites do Estado do
Paraná e de Santa Catarina, mas aproveitou o pretexto e
desapropriou as terras dos camponeses porque descobriu
que poderia lucrar com a erva-mate, bem como com a
madeira existente na localidade.
Quando a linha férrea ficou pronta, a empresa não
garantiu o regresso das pessoas que tinham se deslocado
para a região, permanecendo ali sem qualquer apoio;
acresce ainda o fato de os camponeses terem ficado
desempregados e sem as suas terras para trabalhar,
situações que provocaram o empobrecimento da população
dessa região.

O líder
Num momento de grandes dificuldades para a população,
surge José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino
que se sensibilizou com a situação dos camponeses, os
quais respeitavam muito os peregrinos e qualquer
movimento messiânico, assim, José Maria logo ganhou
adepto

Sem autorização do governo, José Maria que, entre suas


pregações falava do fim do mundo nos anos 2000, era
contra a república e tinha fama de curandeiro porque
estudava as ervas e com elas auxiliava muitos doentes,
fundou uma comunidade a fim de receber os oprimidos –
Quadrado Santo, razão pela qual a Guerra do Contestado
ficou também conhecida como Guerra Santa.
Preocupado com o desenrolar dos acontecimentos, e
alegando que o monge era um desordeiro e um inimigo do
governo, este envia soldados para a região a fim de
perseguir o monge e seus seguidores, e com o objetivo de
desmanchar a comunidade e obrigar a retirada dos
camponeses.
A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as
ferramentas agrárias dos fazendeiros, o que levou a morte
de muitas pessoas, a maior parte camponeses, inclusive do
seu líder, que foi morto na Batalha de Irani – local para
onde tinham fugido.

Venceslau Brás (1914-1918)


Seu mandato coincidiu com o período da Primeira Guerra
Mundial, da qual o Brasil participou lutando contra a
Alemanha.
Em seu governo foi promulgado o “Código Civil
Brasileiro”. Nessa época, a gripe espanhola fez vítimas
no Brasil.
Epitácio Pessoa (1918-1922)
No governo de Epitácio Pessoa foram realizadas obras para
combater a seca no Nordeste, fez reformas no Exército e
promoveu a construção de ferrovias.
Nessa época, cresceram as insatisfações contra a política
do café com leite, como ficou conhecida a eleição de
candidatos de São Paulo e Minas Gerais.
Em 1922 ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana. O
Modernismo explodiu o Brasil com a Semana de Arte
Moderna.
Veja também: Seca no Nordeste

Arthur Bernardes (1922-1926)


Arthur Bernardes governou todo o período em estado de
sítio, para fazer frente às agitações políticas e
sublevações de caráter tenentista. A situação econômica
era crítica, inflação e queda no valor das exportações.
Durante esse período, sob o comando de Luís Carlos
Prestes, a tropa revolucionária – que pretendia derrubar
as oligarquias – percorreu mais de 20.000 km pelo
interior do País.

O tenentismo foi um fenômeno sociopolítico do início da


década de 1920, quando um movimento político-militar
ganhou força em quartéis distribuídos pelo território
nacional, onde uma série de rebeliões realizadas por
jovens oficiais de baixa e média patentes do Exército
Brasileiro.
Evidentemente descontentes com a situação política
brasileira eles buscaram abalar suas estruturas ao tentar
derrubar as oligarquias rurais que dominavam o país e
constituíam o pilar fundamental das tradições da
República Velha. Vale destacar os movimentos tenentistas
mais importantes:
• Coluna Prestes
• Revolução de 1924
• Comuna de Manaus
• Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

Causas e Reivindicações do Tenentismo


O movimento tenentista possuía reivindicações muito
claras e suas prerrogativas acabaram se consolidando,
mesmo que tardiamente. A princípio, devemos destacar a
influência das novas demandas que surgiram com a
urbanização, a qual é notoriamente favorável às
tendências políticas republicanas liberais (dentre
outras, como o anarquismo e o comunismo) e, sem espanto,
os militares do tenentismo inclinaram-se àquelas
tendências e ideologias.
Apesar de defenderem reformas políticas e sociais, os
líderes do tenentismo eram na verdade conservadores e
autoritários. Em suma, eles pretendiam moralizar os
processos e atos políticos brasileiros, marcados pelos
atos de corrupção típicos do coronelismo. Assim, a
restrição do Poder Executivo, bem como dos ocupantes das
do Poder Legislativo.

Não obstante, eram a favor da liberdade dos meios de


comunicação, do fim do “voto de cabresto”o qual seria
combatido pela instauração do voto secreto. Outro
corolário fora a educação pública. Por fim, vale citar
que eram favoráveis ao sufrágio feminino.
Para saber mais: Coronelismo e Voto de Cabresto

Desdobramentos do Tenentismo
Mesmo que não tenha conseguido produzir resultados
práticos de efeitos pragmáticos, o movimento tenentista
foi capaz de abalar os alicerces políticos do Brasil e
manter viva a revolta contra o poder até que esta
revolucionasse e modificasse definitivamente as
estruturas de poder no país, fenômeno esse consolidado em
1964 com o projeto dos militares no Poder.
Ademais, a Coluna Prestes, como foi denominado o grupo
composto por civis e militares armados e sob a liderança
de Luís Carlos Prestes, que percorreu mais de 24 mil
quilômetros de território brasileiro derrotando as forças
legalistas.
Em outro extremo do movimento, o Tenentismo viria a
participar da Aliança Liberal em 1929 e, após a vitória e
posse de Getúlio Vargas, os mesmos foram nomeados
interventores e passam a integrar a vida política do
País.
Por outro lado, em 1937, enquanto um grupo decide seguir
Luís Carlos Prestes, outro rompe com Getúlio Vargas e
passa a exercer a oposição ao seu regime, até que em
1945, o Tenentismo Anti-Getulista consegue auxiliar na
queda do Ditador e instaurar um novo regime no Brasil.

Washington Luís (1926-1930)


O presidente Washington Luís tentou dar impulso à
economia, construindo estradas, como a Rio-São Paulo e a
Rio-Petrópolis. Foi deposto pela Revolução de 1930, pondo
fim a política do café com leite.

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