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Principais características dos Presidentes da República Velha

1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca; foi o primeiro presidente do Brasil após a Proclamação da
República de 15 de novembro de 1889. Buscando solucionar os problemas na economia, o primeiro ministro da
Fazenda, Rui Barbosa, lançou o encilhamento, uma política econômica de incentivo à emissão de papel moeda,
com o objetivo de pagar a massa assalariada e de viabilizar a industrialização. O objetivo não foi alcançado e o
país entrou em uma crise econômica qu envolveu problemas de inflação, fechamento de empresas, falência de
investidores, dentre outros.O presidente formulou a primeira constituição republicana e formou o Congresso
Nacional Constituinte, exatamente um ano depois da proclamação da República. A nova constituição foi aprovada e
no dia 25 de fevereiro de 1891 Deodoro é eleito presidente do Brasil pelo colégio eleitoral, formado por senadores e
deputados federais. Ao mesmo tempo, o Marechal Floriano Peixoto foi eleito vice-presidente da república,
terminando assim o Governo Provisório.

1891-1894: Floriano Vieira Peixoto; foi o vice de Deodoro da Fonseca e assumiu a presidência após a renúncia
deste. Floriano recebeu o apoio de militares florianistas e de oligarquias estaduais antideodoristas.O presidente
achou necessário governar pela força devido aos inúmeros problemas enfrentados pela nação e ganhou com isso o
apelido de "Marechal de Ferro".Floriano enfrentou protestos da oposição que não o aceitava como presidente. Esta
queria a convocação de novas eleições. Tal atitude tinha uma explicação: caso o presidente ficasse menos de 2
anos no poder, novas eleições teriam que ser feitas, Deodoro governou por 9 meses; logo, este era um bom motivo
para que Floriano convocasse eleições. Porém, não as convocou e por isso enfrentou várias revoltas que soube
como combater.Em 1893 ainda enfrentou mais 2 revoltas:1)A Revolta Federalista do Rio Grande do Sul
2)A Revolta da Armada.

1894-1898: Prudente José de Morais e Barros; A primeira questão a ser solucionada pelo presidente civil foi
a Revolução Federalista que vinha acontecendo no estado do Rio Grande do Sul. Prudente de Morais conseguiu
encerrar o conflito do estado com o governo federal e concedeu anistia aos rebeldes que participaram do
movimento. Mas, pouco tempo depois, enfrentaria um problema rebelde de maior proporção, a Guerra de Canudos.
A crise econômica que enfrentou esteve intimamente ligada ao tipo de produção brasileira, que era
predominantemente agrária. Ao longo do século XIX, o café ganhou grande importância na pauta de exportação
brasileira e se tornou o principal produto comercializado. Na última década do século, contudo, o produto entrou em
crise no mercado internacional, afetando a base da economia brasileira. O governo se esforçou para estimular a
produção industrial, mas a questão não foi completamente solucionada em seu governo.

1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales; Em março de 1898 foi eleito presidente da República. Conseguiu ao
total 420.286 votos. O governo de Campos Sales concentrou esforços em tentar sanar a inflação do país, e em
promover políticas que agradassem às oligarquias cafeeiras. Terminou o seu mandato sem o apoio popular e com
bom prestígio entre as elites do país.
Em 1899 o presidente da Argentina, Júlio Roca, visitou o Rio, e no ano seguinte Campos Sales foi recebido em
Buenos Aires por cerca de 300.000 pessoas. Foi o primeiro presidente brasileiro a viajar para o exterior.
Governou até 1902 e elegeu seu sucessor, o Conselheiro Rodrigues Alves. Em seguida, foi eleito senador em São
Paulo e diplomata na Argentina, onde trabalhou com o amigo Júlio Roca, ex-presidente do país.
Seu nome chegou a ser cogitado para as eleições de 1914, mas em 28 de junho de 1913 viria a falecer
repentinamente.

1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves; Sem dúvida, o fato que marcou o período de Rodrigues
Alves no cargo foi o amplo programa de remodelação urbana e de saneamento da cidade do Rio de Janeiro, capital
da República. Para executar a tarefa, nomeou o engenheiro Pereira Passos prefeito da cidade, com plenos poderes
para a implementação das reformas planejadas. Esse imenso investimento na remodelação da capital consumia
sem dúvida, bastantes recursos. Nesse aspecto, porém, o governo de Rodrigues Alves estava devidamente
amparado, pois seu governo dispunha de capital suficiente, devido ao auge dociclo da borracha no Brasil. O país,
na época, respondia sozinho por 97% da produção mundial.Outro ponto de destaque na administração de
Rodrigues Alves foi a saúde pública e o combate às epidemias de peste bubônica efebre amarela. Em 1904, a
obrigatoriedade de vacinação contra avaríola levou a população carioca ao protesto nas ruas, num movimento que
ficou conhecido como a Revolta da Vacina. Apesar da revolta popular, as doenças foram contidas, graças em
grande parte à estratégia do cientista e médicoOswaldo Cruz.
Outro ponto importante foi a assinatura do Tratado de Petrópolis, que definiu os limites entre Brasil e a Bolívia,
cabendo ao Brasil a posse do Acre. A Bolívia recebeu uma compensação no valor de dois milhões de libras
esterlinas, além da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
No último ano de governo de Rodrigues Alves, foi concluído o Convênio de Taubaté, a contra-gosto do próprio
presidente. O convênio instituiu a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com
recursos financeiros externos e estocá-las para vendê-las no momento oportuno.

1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu durante o mandato); aspecto de seu governo foi a criação de
parques industriais e a modernização das linhas férreas e dos portos de Vitória e Recife. Foi realizada ainda a
Exposição Nacional de 1908, por meio da qual esperava difundir a imagem de um Brasil “civilizado”. Em 1907,
foram disponibilizados os recursos necessários para que Cândido Rondon realizasse a ligação do Rio de Janeiro à
Amazônia pelo fio telegráfico, naquilo que ficou conhecido como “expansão para o oeste”. O presidente esforçou-se
ainda para restabelecer os serviços de imigração e instituiu repartições especializadas com o propósito de
racionalizar o povoamento do país.A disputa sucessória que se iniciou em 1909 fez com que o governo entrasse em
crise. O presidente chocou-se com seu ministro da guerra ao sugerir a candidatura do ministro da fazenda, Davi
Campista. Desafiando o presidente, Hermes irá lançar sua candidatura. Na mesma época, Afonso Pena perde o
filho mais velho e adoece, acabando por falecer no dia 14 de junho de 1909, com pouco mais de sessenta anos e
sem completar seu mandato presidencial.

1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar); Embora seu mandato tenha se
dado em um espaço de tempo tão breve, Nilo Peçanha foi responsável, entre outras coisas, pela reorganização do
Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI - sob a direção do tenente-
coronel Cândido Rondon), além de dar impulso ao ensino técnico-profissional.
Apesar dos empreendimentos, o período de foi de crescimento dos conflitos entre as oligarquias de São Paulo e
Minas Gerais, fruto dacampanha civilista. Eram realizadas inclusive intervenções em alguns estados para garantir a
posse dos presidentes aliados ao governo federal.

1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca; O início do seu governo foi marcado pela Revolta da Chibata,
movimento de marinheiros que se opunham ao REGIME de castigos físicos em vigor na Marinha. Os oficiais
utilizavam-se da chibata para punir os marinheiros que cometiam faltas consideradas graves, na sua grande
maioria, ex-escravos.A 12 de setembro de 1912 estoura uma rebelião de caráter messiânico, na região de litígio
entre os atuais estados do Paraná e Santa Catarina, a chamada zona do Contestado. O beato José Maria, líder do
movimento, pretendia fundar uma "monarquia celestial" na região. Na área sob a sua influência não se realizava
cobrança de impostos e a propriedade particular da terra era vedada. A rebelião é liquidada somente em 1915, (já
nogoverno de Wenceslau Bras), após várias batalhas, nas quais morreram cerca de vinte mil pessoas.

1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes; O primeiro ano de seu governo foi marcado pela intervenção no conflito
do Contestado. No campo econômico, Wenceslau Brás adotou uma austera política financeira para enfrentar a
redução das exportações ocorrida com a Primeira Guerra Mundial. O governo queimaria três milhões de sacas de
café estocadas, o que provocou a segunda valorização do café, entre 1917 e 1920. Além das greves, 1917 fica
marcado pelo torpedeamento do navio Paraná, a 3 de abril, obra de submarinos alemães, que estava próximo à
costa francesa. A reação do governo brasileiro foi confiscar todos os navios alemães ancorados em portos
brasileiros. Quando os alemães afundaram o navio brasileiro Macau, Wenceslau Brás assina, a 27 de outubro
desse mesmo ano, a declaração de estado de guerra contra a Alemanha, à qual seguiu uma série de manifestações
antigermânicas por todo o país.Entre outubro e novembro de seu último ano do governo, o Brasil sofre com a
chamada gripe espanhola, responsável pela morte de milhares de vítimas, principalmente na cidade do Rio de
Janeiro. Após completar seu mandato, recolheu-se a Itajubá, MG, como presidente vitalício de um grupo
de empresas de âmbito regional, ali falecendo, a 15 de maio de 1966.

1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito, morreu de gripe espanhola, sem ter assumido o cargo);
Após o seu período na presidência, Rodrigues Alves governou o estado de São Paulo entre 1912 e 1916. Foi eleito
novamente presidente da República em 1918, mas não tomou posse por motivos de saúde. No ano seguinte,
faleceria no Rio de Janeiro.1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues Alves, assumiu em seu lugar);
1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa; O período de Epitácio Pessoa coincide com o início de uma grave crise
política interna, traduzida no descontentamento do Exército, na insatisfação da população urbana e nas tensões
regionais entre elites. De um modo geral, o sistema político dominante, que agora conhecemos como “República
Velha” começava a dar os primeiros sinais graves de desgaste. Além disso, o mundo passava por uma nova crise,
com a destruição causada pela Primeira Guerra Mundial, que previsivelmente, também afetou as atividades
econômicas brasileiras, provocando uma queda de quase 50% no preço do café. O presidente irá sofrer intensa
pressão por parte dos cafeicultores paulistas e mineiros para intervir no mercado, emitindo papel-moeda para
estimular a recuperação dos preços do produto. Quatro dias mais tarde, estoura a Revolta do Forte de Copacabana,
no Rio de Janeiro. As demais guarnições da cidade não aderem ao movimento e as tropas legalistas atacam o forte,
matando 271 dos 301 militares rebelados. O movimento foi eternizado pelo nome de "Dezoito do Forte", uma
referência à marcha de dezesseis militares acompanhados de dois civis, que partindo do forte atravessaram a
avenida Atlântica para enfrentar as tropas do governo. O saldo foi de apenas dois tenentes sobreviveram, Siqueira
Campos e Eduardo Gomes. O episódio marcou o início movimento rebelde denominado tenentismo, que chegaria
ao poder em 1930.

1922-1926: Artur da Silva Bernardes; O governo de Artur Bernardes enfrentou a instabilidade política desde o
primeiro dia. O presidente tomou posse legalmente em pleno estado de sítio, que seria mantido até o último dia de
seu mandato. Entre as dificuldades políticas enfrentadas por Bernardes estavam o movimento de Borges de
Medeiros no Rio Grande do Sul, a Revolta de 1924 de São Paulo, a Coluna Prestes e ainda o avanço do movimento
operário. No sul, a candidatura pela quinta vez de Borges de Medeiros à presidência do estado deflagrou uma
guerra civil. A oligarquia dissidente gaúcha estava organizada em torno da Aliança Libertadora, cujo principal
personagem era Assis Brasil. Borges de Medeiros era o representante máximo do tradicional partido republicano
rio-grandense, e para defender sua posição, organizou os Corpos Provisórios, comandados por Flores da Cunha,
Oswaldo Aranha e Getúlio Vargas, Com a fuga do governador Carlos Campos, a cidade foi retomada pelas tropas
federais, lideradas por Luís Carlos Prestes e Mário Fagundes Varela.O mesmo militar que lutou contra os revoltosos
de São Paulo formará em 1925 a mítica Coluna Prestes, que cruzou o interior do país durante dois anos procurando
sublevar as populações contra o governo de Bernardes e as oligarquias dominantes. O movimento seguirá ainda
por todo o governo do próximo presidente, Washington Luís.
Para conter o movimento operário, Artur Bernardes buscou realizar melhoramentos na área social, estabelecendo
férias anuais de quinze dias para comerciários, operários e bancários, além de reorganizar as caixas de
aposentadoria e pensão.Após terminar seu mandato, Bernardes irá chefiar as forças mineiras na Revolução de
1932, sendo preso e exilado em Portugal. Anistiado em 1934, elege-se deputado várias vezes. Sua última
legislatura foi a de 1954.

1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto pela revolução de 1930); Durante toda a década de
1920, a República Velha sofrera com a pressão das oposições. Num primeiro momento, o presidente parece conter
satisfatoriamente as vozes dissidentes: a Coluna Prestes se dissolve, livrando o REGIME do mais importante foco
das rebeliões tenentistas, e o movimento operário é inibido pela Lei Celerada de 1927, que censura a imprensa e
restringe o direito de reunião.No campo econômico, sua gestão é marcada por uma política de câmbio elevado, com
o objetivo de favorecer as exportações e ao mesmo tempo, proteger a indústria nacional. Por outro lado, a
importação (essencial para a consolidação da nascente indústria, por exemplo) era prejudicada pela alta nos preços
dos artigos estrangeiros.O governo de Washington Luís testemunhou ainda a maior crise da história do capitalismo,
a crise econômica mundial de 1929, fruto da quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 24 de outubro. No Brasil, ela
derrubou a política de valorização do café, iniciada em 1906 com a assinatura doConvênio de Taubaté. Apesar da
grave crise econômica, é a questão da sucessão presidencial que se mostrará a mais intrincada para o governo. No
início de 1929, Washington Luís indica para sucedê-lo o presidente de São Paulo, Júlio Prestes. Como a regra da
“política do café com leite” era a alternância entre paulistas e mineiros (o atual presidente representava os
paulistas), a escolha desagradou os políticos de Minas Gerais. Os dirigentes mineiros aliam-se aos do Rio Grande
do Sul para formar a Aliança Liberal, que receberia ainda o apoio dos grupos de oposição dos demais estados, além
dos militares oriundos do movimento tenentista. A campanha eleitoral foi bastante acirrada, e o pleito é realizado em
março de 1930, resultando na vitória da chapa situacionista.

1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em 1930, não tomou posse, impedido pela Revolução de
1930); Foi o último presidente do Brasil na República Velha. Não assumiu o cargo de presidente da república,
impedido que foi pelaRevolução de 1930. Júlio Prestes foi o único político eleito presidente da república do Brasil
pelo voto popular a ser impedido de tomar posse. Foi o último paulista a ser eleito presidente do Brasil.
Foi o décimo terceiro e último presidente eleito do estado de São Paulo (1927–1930), apesar de que Heitor
Penteado o sucedeu como presidente interino devido à candidatura de Prestes à presidência da República. A crise
de 1930 reduziu as exportações, desorganizou as finanças públicas, diminuiu o ritmo da produção e o poder
aquisitivo dos salários. O país passou por uma onda de falências e desemprego. O presidente Washington Luís e os
cafeicultores de São Paulo indicaram como sucessor para a presidência o paulista Julio Prestes.
Os estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul não concordaram e criaram a Aliança Liberal, que lançou
como candidato a presidente o gaúcho Getulio Vargas e a vice-presidente o paraibano João Pessoa. Júlio Prestes
venceu as eleições presidenciais de 1º de março de 1930, mas o resultado foi contestado por suspeita de fraude.
Além disso, o assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, agravou os
movimentos de oposição ao governo.

1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto,
Almirante Isaías de Noronha. A chamada Junta provisória militar de 1930 foi constituída logo após a derrubada da
Primeira República (ou República Velha). Para evitar que o país ficasse politicamente "acéfalo", ou seja, carente de
um ocupante da cadeira do Poder Executivo, formou-se então um triunvirato que reunia as duas forças armadas do
país à época (a aeronáutica só surgiria em 1942, pouco antes do Brasil participar da Segunda Guerra Mundial).
É certo dizer que esta junta provisória estava apenas "guardando lugar" até a chegada de Getúlio Vargas ao Rio de
Janeiro. Getúlio foi um dos líderes do Golpe de 1930 e era cotado naturalmente para assumir a chefia do governo
provisório, e se deslocava de trem desde o Rio Grande do Sul até a capital federal de então, o Rio de Janeiro.
Nesse meio tempo em que Getúlio rumava à capital, ocorria a queda de Washington Luís, destituído da presidência
a apenas vinte e um dias do término de seu mandato, a 24 de outubro daquele mesmo ano. Getúlio e sua comitiva
só chegariam ao Rio de Janeiro pouco mais de uma semana depois.
A Junta provisória militar era composta por três membros, cujos nomes eram:
1.Augusto Tasso Fragoso, general chefe da junta;
2.José Isaías de Noronha;
3.João de Deus Mena Barreto.

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