Você está na página 1de 27

Apresentação

• República proclamada no dia 15 de novembro! Porém, foi através de um golpe militar e a família
real expulsa do Brasil. Marechal Deodoro da Fonseca assume provisoriamente.
• Houve divergências entre os diversos grupos dentro do Republicanismo e que apoiaram a
proclamação sobre a característica que deveria ser implantada no país.
• Projetos de República - defendido pelos militares e cidadãos familiarizados pelo positivismo de
Conte do século XIX, defendia uma ditadura republicana que reforçaria uma ordem e progresso no
País. Todavia, existia influência de dois marechais - Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Os
positivistas tinham como líder Benjamin Constant. Existia um outro grupo radicais como o
Jacobinos, adeptos da revolução francesa. Eram militares e civis que defendiam o regime
republicano norte-estadunidense.
Institucionalização do Governo Provisório
“DECRETO N° 1, DE 15 DE NOVEMBRO DE 1889
Proclama provisoriamente e decreta como fórma de governo da Nação Brazileira a Republica Federativa, e
estabelece as normas pelas quaes se devem reger os Estados Federaes.
O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil decreta:
Art. 1° Fica proclamada provisoriamente e decretada como a fórma de governo da nação brazileira – a
República Federativa.
Art. 2° As Províncias do Brazil, reunidas pelo laço da federação, ficam constituindo os Estados Unidos do
Brazil.
Art. 7° Sendo a Republica Federativa Brazileira a fórma de governo proclamada, o Governo Provisorio não
reconhece nem reconhecerá nenhum governo local contrário á fórma republicana, aguardando, como lhe
cumpre, o pronunciamento definitivo do voto da nação, livremente expressado pelo suffragio popular.”
BALEEIRO, Aliomar. 1891 – 2. ed. Brasília: Senado Federal, subsecretaria de Edições Técnicas, 2012, p. 14
(Coleção Constituições brasileiras, v.2).
“Nesta imagem, porém, ele se junta ás
comemorações de um ano da República e se
apropria do símbolo de uma república e se
apropria do símbolo de uma jovem, portando um
barrete frígio francês, referente á juventude da
Proclamação brasileira. (...) Novamente é uma
mulher que resume as esperanças da nação, a
desrespeito de elas não tomarem parte, nessa
época, do jogo político brasileiro”.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa M. Dicionário


da República: 51 textos críticos. 1° ed. São Paulo: Companhia das da Fonseca apresenta a República em seu primeiro
Deodoro
Letras, 2019 aniversário, dia em que foi instalada a Constituinte. Revista
Ilustrada, nº 607, novembro de 1890.
Implantação da Assembleia Constituinte
O Congresso Nacional Constituinte instalou-se, no dia 15 de novembro de 1890,
no Paço da Boa Vista - Rio de Janeiro. O Congresso compunha-se principalmente de
pessoal novo na política brasileira: republicanos históricos ou de última hora, muitos
militares e remanescentes dos partidos da monarquia, quase sempre discretos ou
adesistas entusiastas. Depois de eleger a sua Mesa (sendo eleito presidente do
Senado e do Congresso o republicano histórico Prudente de Morais), o primeiro ato
do Congresso foi reconhecer os poderes do Governo Provisório, e prorrogá-los até
que se promulgasse a nova Constituição Brasileira.
“Está obra corresponde a um esbolso de
Visconti (1866-1944) para o painel
decorativo do plenário da Câmera dos
deputados. Veremos uma figura alegórica
alada que abençoa a cerimonia no centro
superior da imagem e a bandeira do Brasil na
mesa, em destaque. A pintura foi recusada
pela comissão que encomendou, exigindo
artista outro estudo sem mulheres, já que a
solenidade de assinatura da primeira
Constituição republicana de 1891 não contou
com a participação feminina”.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa M. Dicionário da Posse de Deodoro da Fonseca, por Eliseu
República: 51 textos críticos. 1° ed. São Paulo: Companhia das Visconti.
Letras, 2019
Na literatura... como fica?
“Você crê deveras que venhamos a ser grandes homens? – perguntara Pedro a Paulo,
antes da queda do império. – Não sei; você pode vir a ser, quando menos, primeiro-
ministro. Depois de 15 de novembro, Paulo retorquiu a pergunta, e Pedro respondeu
como o irmão, emendando o resto: Já lá iam dois anos (...) A boa moral pede que
ponhamos a coisa pública acima das pessoas, (...) Praticamente, seria exigir muito de
Pedro e Paulo que cuidassem mais da Constituição de 24 de fevereiro que da moça
Batista. Pensavam em ambas, é verdade, e a primeira já dera lugar a alguma troca de
palavras acerbas. (...) Efetivamente, eles iam chegando ao ponto que deram duas
constituições, a republicana e imperial, pelo amor exclusivo da moça (...)”.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. Porto Alegre, RS: L&PM, 2020. 272p
“Nova” Constituição “Brasileira” (1891)
“Em 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada, em nome
do “Povo Brasileiro”, mas sem a sua participação, a
primeira Constituição da República. A Constituição de
1891 estabeleceu que o Brasil seria uma República
Federativa, com sistema de governo presidencialista e um
Parlamento bicameral; adotou uma carta de direitos de
natureza estritamente Liberal e conferiu ao Supremo
Tribunal Federal o poder de controlar a
constitucionalidade das leis”.

VILHENA, Oscar. Constituições brasileiras (1891 e 1934). In: SCHWARCZ,


Lilia Moritz; STARLING, Heloisa M. Dicionário da República: 51 textos críticos.
1° ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 75.
Constituição da República dos Estados
Unidos do Brasil de 1891 – Arquivo Nacional
O Congresso e a Constituição. Fevereiro de 1891. Revista Illustrada, 1891 - Acervo da Fundação Biblioteca Nacional,
Brasil.
Da eleição ao Estado de sitio
✔ Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo
Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra. Assim, 25
de fevereiro de 1891, Deodoro ganha as eleições com 129 votos dos parlamentares.
✔ Eleito indiretamente, Deodoro iniciou seu mandato sob tensão política. oposição do
Congresso e da sociedade devido à crise econômica no pais.
✔ "Lei de Responsabilidades“ – redução dos poderes do presidente.
✔ Fase constitucional do governo Deodoro - de fevereiro a 03 de novembro de 1891,
quando o Marechal deu um golpe de Estado.
✔ Havia uma crise nesse - um conflito entre os militares x políticos civis. Os militares
queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a
concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos
quartéis e lutavam por um governo descentralizado e Federalista.
Na literatura... como fica?
“(...) Aqueles teve a circunstancia de
percorrer as ruas em estado de sitio. Bem
pensado, a morte não é outra coisa mais que
uma cessação da liberdade de viver, cessação
perpétua, ao passo que o decreto daquele dia
valeu só por 72 horas. Ao cabo de 72 horas,
todas as liberdades seriam restauradas,
menos a de reviver (...).

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. Porto Alegre, RS: L&PM,


2020. 272p

Fechamento do Congresso
Política econômica - Governo Provisório
❖ O Governo Provisório, teve políticas econômicas conduzidas pelo ministro
da fazenda - Rui Barbosa.
❖ Tentou estimular o capitalismo através de decretos - Uso dos bancos para
emitir papel-moeda para estimular a economia.
❖ Política do “encilhamento” - Inspirado nos jogos de cavalos.
❖ Empresas faliram, inflação, consumo, empresas fantasmas - Famoso
“laranjal do Queiroz” kkkk
Governo Peixoto - “O talarico presidencial”
Governo Peixoto
❖ Deodoro renunciou no dia 23 de novembro do 1891, passando seu cargo para o
Marechal Floriano Peixoto.
❖ Considerado “Marechal de Ferro” - Por enfrentar grandes tensões políticas.
❖ O vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, assumiu seu lugar e não convocou
eleições presidenciais, conforme previa o artigo n° 42 da Constituição para o
caso de vacância do cargo em menos de dois anos após a posse do presidente
❖ Conflitos - Revolta da Armada e a Revolta Federalista
Revolta da Armada
Rebelião em unidades da Marinha ocorrida entre setembro de 1893 e março de
1894. Começou no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e chegou ao sul do Brasil,
onde a Revolução Federalista acontecia simultaneamente. Sem apoio popular ou do
Exército, o movimento foi sufocado pelo presidente Floriano Peixoto, a quem
pretendia depor.
Disponivel em:
http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/REVOLTA%20DA%20ARMADA.pdf.Acesso
em: 03 Mai. 2021.
População do Rio de Janeiro
“No dia 6 de setembro de 1893, foi a pacifica população da cidade do Rio de
Janeiro alarmada com a noticia de que no mar toda a esquadra se havia revoltado
contra o poder legalmente constituído e que emrra se manifestara uma grande
greve na estrada de ferro Central do Brazil. (...) infelizmente a outra se
prolongou até o dia 13 de março do anno seguinte, levando quasi
quotidianamente a dôr, adesolação e a morte até ao mais obscuro membro da
Familia Brazileira”.

Fonte: VILLALBA, Epaminondas. A Revolta da Armada de 6 de setembro de 1893. 3. ed. consideravelmente


augm. Rio de Janeiro ; S. Paulo : Laemmert & C, 1897.
A Esquadra Insurrecta - Sr. José Pardal).
Causas para a Revolta!
“Os oficiais da Marinha Nacional buscam na Revolta da Armada de 1891, a
deposição do presidente Deodoro da Fonseca devido à crise política e econômica
que assolava o país, decorrente, principalmente do encilhamento – resultante da
política econômica de Rui Barbosa. Outro fator determinante da eclosão da Revolta
foi a tentativa de fechamento do Congresso Nacional, por parte de Deodoro, como
resposta ao fato de que este organizava o impeachment presidencial”.

SILVA, T. R. P da; NETO, J. M. A. AS IDEOLOGIAS DA REVOLTA DA ARMADA. UEL: Londrina-Pr. Disponivel


em: http://www.uel.br/eventos/sepech/sepech08/arqtxt/resumos-anais/ThamaraRPSilva.pdf. Acesso em: 03 Mai. 2021.
FERREZ, Marc. "Villegaignon": bateria grossa calibres Tropas do Exército fortificando a zona portuária do Rio
300 à 450. Rio de Janeiro, RJ: [s.n.], 1894]. 1 foto, cópia durante a Revolta da Armada - Marc Ferrez e Juan
fotográfica albuminada, p&b, 14,7 x 21,4. Gutierrez
No dia 13 de setembro começaram assim os bombardeios aos fortes do litoral
fluminense em poder do Exército. A frota era formada por 16 embarcações da
Marinha de Guerra e 14 navios civis confiscados de empresas brasileiras e
estrangeiras para dar apoio às forças rebeldes. Devido ao bombardeio dos sete
fortes de Niterói, capital do estado do Rio de Janeiro, a sede do governo foi
transferida para a cidade de Petrópolis, na serra, fora do alcance dos canhões da
Marinha. A capital só voltaria para o litoral em 1903.
E., H. Villegaignon. [S.l.: s.n.]. Disponível em:
http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp?codigo_sophia=3289.
Acesso em: 3 mai. 2021.
Revolta Federalista (1893-1895)
“Guerra civil entre federalistas partidários de Gaspar Silveira Martins, os
chamados “maragatos”, e republicanos partidários de Júlio de Castilhos, os
“pica-paus”, que conflagrou o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná
entre fevereiro de 1893 e agosto de 1895. O conflito envolveu amplas
forças militares locais e ainda remanescentes da Revolta da Armada,
aliados dos federalistas, e se encerrou com a vitória dos republicanos”.
Disponivel em:
https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/REVOLU%C3%87%C3%83O%
20FEDERALISTA.pdf
. Acesso em: 14 Mai. 2021.
Outras análises chamam a atenção para o uso inadequado da palavra
“revolução”, já que os revolucionários, principalmente os líderes civis e
militares do movimento, não lutavam por uma mudança estrutural profunda, e
sim por mudanças específicas, como a de alguns dispositivos constitucionais. O
que de fato ocorreu teria sido uma guerra civil e não uma revolução.
Disponivel em:
https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/REVOLU%C3%87%C3%83O%20FED
ERALISTA.pdf
. Acesso em: 17 Mai. 2021.
• Oposição ao Partido Republicano Rio-Grandense, onde eram favorável a
“ditadura Republicana”, baseado na idealização positivista.
• Poderes centralizadores - Autonomia do Governo Brasileiro e Municipal.
Causas do conflito
Para Joseph Love, a revolução teria sido motivada, entre outras razões, pelo
perfil autoritário de Júlio de Castilhos, que, para manter a ordem e o progresso
no estado, era capaz de utilizar o terror. Robert Levine explica o acontecimento
pelas perseguições movidas pelos republicanos contra os federalistas e pela
reação destes na mesma medida. Segundo Levine, a revolução teria sido
motivada pelo ódio e o ressentimento entre as facções políticas gaúchas,
oriundos da luta pelo poder no estado, materializado no regime castilhista
positivista, cuja característica era a centralização política, o autoritarismo e a
autocracia.
Disponivel em:
https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/REVOLU%C3%87%C3%83O%20FED
ERALISTA.pdf
. Acesso em: 17 Mai. 2021.
Foto de Affonso de Oliveira Mello, de 1894, registra a execução de um rebelde, testemunhada por oficiais do Exército. O carrasco que mira
a câmera é Sebastião Juvencio - Affonso de Oliveira Mello / Acervo da Fundação Biblioteca Nacional
“Cabeças Cortadas”
A degola dos prisioneiros não foi uma
prática rara em ambos os lados, adquirindo
caráter revanchista. Muitas vezes, era
realizada em meio a zombarias e
humilhações; outras, menos frequentes,
antecedida de castração. A vítima,
ajoelhada, tinha pernas e mãos amarradas, a
cabeça estendida para trás: a faca era
passada de orelha a orelha, como na degola
de uma ovelha, rotina das lides nas coxilhas.

PRIORE, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira,


Volume 3: República - Memórias (1899-1950). São Cabeças cortadas (1910) - O Malho, ano
Paulo: Leya, 2016. p. 26. IX, n. 389, p. 70.

Você também pode gostar