Você está na página 1de 14

historia

Sumario
1. A Primeira República........................................................................................................................ 3
2. Assembleia Nacional Constituinte de 1891 .................................................................................... 3
3. Presidência de Deodoro da Fonseca ............................................................................................... 4
4. Revolta da Armada........................................................................................................................... 4
5. Política dos Governadores e Coronelismo ...................................................................................... 5
6. Movimentos Tenentistas ................................................................................................................. 6
7. Presidentes da República Oligárquica ............................................................................................. 7
8. Decadência da Primeira República .................................................................................................. 9
9. Exercícios de Fixação ...................................................................................................................... 10
10. Gabarito Comentado ................................................................................................................... 13
1. A Primeira República

Governo provisório

A Primeira República é o período da história do Brasil marcado pelo início do período Republicano, com
Proclamação da República em 15 de novembro 1889 e que se encerrou na Revolução de 1930, com a deposição de
Washinton Luís. Esse período tamém é conhecido por muitos como República Velha. Outra nomenclatura é República
Oligárquica, pois esse período ficou marcado pelo predomínio das oligarquias.
A oligarquia foi uma espécie de regime político baseado no domínio dos grandes proprietários de terras, cujos
grupos eram compostos, principalmente, por ricos e poderosos proprietários rurais, principalmente da região sudeste
do Brasil.
O início da Primeira República ocorreu logo em seguida à Proclamação da República, que aconteceu no dia 15
de novembro de 1889, provocada pela perda de apoio político por parte da monarquia, o que a tornou impopular,
sobretudo entre as elites do Brasil. Por outro lado, os militares, insatisfeitos com a monarquia há tempos, e uma
parcela da sociedade civil, em especial os oligarcas paulistas, organizaram um movimento para derrubar o império.
Em 15 de novembro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, os militares destituíram o Visconde de Ouro Preto
do Gabinete Ministerial. Ao longo do dia, as movimentações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a
República na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Isso marcou o início da Primeira República Brasileira.

Períodos da Primeira República

O momento inicial da Primeira República ficou conhecido como República da Espada, que foi de 1889 a 1894.
Nome que se deve ao fato de que os dois presidentes brasileiros (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) foram
militares. Além dessa ressalva, a Primeira República pode ser dividida em três grandes fases:
• Consolidação (1889-1898): período marcado pela consolidação das estruturas políticas e econômicas da
Primeira República. Foi assinalado por crises na política e na economia.
• Institucionalização (1898-1921): período no qual a estrutura política da Primeira República estava
devidamente consolidada, em que se definiram políticas como a dos governadores e do café com leite.
• Crise (1921-1930): período no qual as estruturas políticas da Primeira República entraram em crise por conta
da incorporação de novos atores na política brasileira. Conflitos entre as oligarquias também contribuíram
para o fim da Primeira República.

Governo Provisório (1889-1891)

O governo provisório foi um período da História do Brasil entre 1889 e 1891. Ele começou em com a
Proclamação da República, colocando no poder o Marechal Deodoro da Fonseca. Ele foi considerado provisório, pois
teria como objetivo fazer a transição da Monarquia para a República e deveria existir até a escolha (eleição) do
presidente pelo Congresso Nacional. Isso ocorreu no mês de março de 1891. As primeiras medidas do Marechal
Deodoro da Fonseca foram a extinção do Conselho de Estado, a nomeação de interventores estatais, a expulsão da
família real, a separação entre Igreja e Estado e a naturalização de todos os estrangeiros que viviam no país.
No campo econômico, Rui Barbosa, o ministro da Fazenda, adotou uma política de expansão monetária e
do crédito visando a dinamizar a economia e impulsionar os novos negócios. Porém, esse crédito cedido teve sua
finalidade extraviada, sendo investido em empresas fantasmas e no consumo. O resultado foi uma onda de
especulação na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, conhecida como Encilhamento, e a elevação dos preços.
Como resultado, Rui Barbosa renunciou em 1891, período que marcou também a promulgação da segunda
Constituição brasileira. Inspirada na dos Estados Unidos, a nova Carta definia o Brasil como uma República Federativa
(Estados Unidos do Brasil), presidencialista e com voto aberto limitado aos homens alfabetizados. Além disso, previa
a divisão em três poderes: Executivo, exercido pelo presidente eleito por voto direto para um mandato de quatro
anos; Legis- lativo, formado pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado) e eleito pelo povo; e Judiciário, exercido
pelos juízes federais sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal.

2. Assembleia Nacional Constituinte de 1891

Após a deposição dos monarcas e a instauração da República, instalou-se o governo provisório, que
denominava o país como República dos Estados Unidos do Brasil. A composição do governo provisório ficou a seguinte:
• Presidente: Deodoro da Fonseca
• Ministro da Guerra: Benjamin Constant
• Ministro da Marinha: Eduardo Wandenkolk
• Ministro do Interior: Aristides Lobo
• Ministro da Fazenda e da Justiça (interinamente): Rui Barbosa
• Ministro da Justiça: Manuel Ferraz de Campos Sales
• Ministro das relações exteriores: Quintino Bocaiúva
• Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas: Demétrio Ribeiro.

Em 3 de dezembro de 1889 foi publicado o Decreto nº 29, o qual nomeou a comissão incumbida de preparar
o projeto a ser apresentado ao Congresso Nacional Constituinte. Esse grupo, que ficou conhecido como Comissão de
Petrópolis, ou Comissão dos Cinco, era composto por Joaquim Saldanha Marinho, Américo Brasiliense de Almeida
Melo, Antônio Luís dos Santos Werneck, Francisco Rangel Pestana e José Antônio Pedreira de Magalhães Castro. Em
21 de dezembro de 1889, o Decreto nº 78 B determinou que em 15 de setembro de 1890 seria realizado o pleito
eleitoral para a escolha dos constituintes, e que a Assembleia Nacional Constituinte deveria reunir-se e iniciar seus
trabalhos em 15 de novembro daquele ano.
As atividades parlamentares são retomadas com a instalação do Congresso Nacional Constituinte no dia 15
de novembro de 1890, que encerra seus trabalhos em 26 de fevereiro de 1891, sendo, neste período, redigida a
primeira Constituição republicana, a segunda da história do país, a primeira da República dos Estados Unidos do
Brasil, que vigorou até 16 de julho de 1934, tendo sofrido pequena reforma em 1926.

3. Presidência de Deodoro da Fonseca

A primeira eleição para presidente ocorreu em 25 de fevereiro de 1891, de forma indireta. Temendo um
golpe militar, a Assembleia Geral do o Congresso Nacional Constituinte, elegeu o marechal Manoel Deodoro da
Fonseca como presidente. Em contrapartida, é eleito como vice o candidato da oposição, o também marechal Floriano
Vieira Peixoto.
O Presidente da República e o Congresso Nacional não tiveram relações amistosas. O principal desses motivos
foi a votação da lei que define os crimes de responsabilidade nos cargos do Poder Executivo, a qual reduzia os poderes
do presidente. Marechal Deodoro da Fonseca irrita-se com a situação, pois não estava acostumado com os embates
parlamentares e com as cobranças de responsabilidades. Dessa forma, veta o projeto e faz ameaças ao Congresso,
entretanto o veto é derrubado no Senado, que o envia para apreciação da Câmara dos Deputados.
Em retaliação a esse processo, o presidente da República dissolve o Congresso Nacional e decreta o estado
de sítio em 3 de novembro de 1891, quase se assemelhando a um regime ditatorial. Em contrapartida, a resistência
às medidas de Deodoro ocorre tanto nos meios parlamentares como na alta hierarquia militar. Logo em seguida,
deflagra-se uma violenta reação contra a dissolução do Congresso Nacional, encabeçada pelos parlamentares, com
apoio do povo, e integrada pelos nomes mais expressivos da época e pela Armada. Com o apoio dos Estados de São
Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dá-se inicio a uma revolta na baía da Guanabara. A cidade do Rio de Janeiro
fica em clima de guerra civil.
Como desdobramento, almirante Custódio de Melo ameaça bombardear a Capital da República, fazendo com
que o marechal Manoel Deodoro da Fonseca reunisse o Ministério e apresentasse a sua renúncia. Nesse contexto,
o vice-presidente Floriano Peixoto assume o cargo, exercendo a presidência até 15 de novembro de 1894,
devidamente autorizado pelo Parlamento, que reabre seus trabalhos no dia 18 de dezembro por meio de convocação
extraordinária expedida pelo novo Governo.

4. Revolta da Armada

Conhecido como Revolta da Armada, esse conflito ficou marcado por rebeliões em unidades da Marinha, que
ocorreu entre setembro de 1893 e março de 1894. Os levantes começaram no Rio de Janeiro, foram deflagrados no
Distrito Federal, e chegaram ao sul do Brasil, onde aconteceu simultaneamente à Revolução Federalista. Devido à falta
de apoio e adesão do Exército e das camadas populares, o movimento foi debelado pelo presidente Floriano Peixoto.
Histórico

A Revolta da Armada teve início no ano de 1893, mas teve como fatores determinantes eventos surgidos dois
anos, quando o presidente marechal Deodoro da Fonseca fechou o Congresso Nacional. Sob a liderança do almirante
Custódio José de Melo, ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, o que levou à renúncia do presidente
Deodoro da Fonseca, na tentativa de evitar uma gerra cívil.
O vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, assumiu, mas não convocou eleições presidenciais, conforme
previa o artigo n° 42 da Constituição para o caso de vacância do cargo em menos de dois anos após a posse do
presidente. Sua alegação era que tal norma valia para presidentes eleitos por voto direto, e tanto Deodoro como ele
próprio haviam sido eleitos indiretamente, pelo Congresso Constituinte. Por conta disso, foi acusado de ocupar a
presidência ilegalmente, e o primeiro movimento de oposição veio em março de 1892, quando 13 oficiais-generais
divulgaram um manifesto em que exigiam a convocação de novas eleições, além de acusar Floriano Peixoto de armar
brasileiros contra brasileiros e de desviar dinheiro público. O movimento foi sufocado, e seus líderes, presos. Parte
deles foi mandada para a cidade de Tabatinga, no interior do estado do Amazonas.
Em setembro de 1893, liderados pelo almirante Custório de Melo, um grupo de oficiais, incluindo o almirante
Eduardo Wandenkilk, da Marinha voltou a se movimentar. No dia 7 de setembro, o diretor da Escola Naval, almirante
Luís Filipe Saldanha da Gama, aderiu publicamente ao movimento, declarandose favorável à volta da monarquia. Os
oficiais da Marinha sentiam-se desprestigiados em relação aos oficiais do exército, bem como os desmazelos e
descasos com as forças à época. Além disso, denunciavam a política de Floriano, que não pacificava as rivalidades
regionais.
Poucos dias depois, mais especificamente em 13 de setembro começaram a bombardear os fortes em poder
do exército que ficava no litoral fluminense. A frota que realizou o ataque era formada por 16 embarcações da
Marinha de Guerra e 14 navios civis confiscados de empresas brasi- leiras e estrangeiras para dar apoio às forças
rebeldes. Devido ao bombardeio dos sete fortes de Niterói, capital do estado do Rio de Janeiro, a sede do governo foi
transferida para a cidade de Petrópolis, na serra, até 1903. Embora fossem maioria na Marinha, os revoltosos não
tinham apoio popular e enfrentaram forte oposição no Exército, com a adesão de milhares de jovens a batalhões de
apoio ao presidente na capital federal e nos estados.
Inspirados na Revolução Francesa, esses soldados eram nacionalistas e republicanos, diziam-se ainda
jacobinos e promoviam manifestações ruidosas em teatros e praças públicas. Por seu turno, as elites estaduais
também apoiavam o presidente, especialmente em São Paulo, onde o Partido Republicano Paulista (PRP) era forte.
Não conseguindo dominar a capital federal, os revoltosos partiram para o Sul do país, onde estava em curso a
Revolução Federalista. Em seu deslocamento rumo, parte da frota dos revoltosos da Armada chegou até a cidade do
Desterro, capital de Santa Catarina. Custódio de Melo buscou uma aliança com os federalistas, mas o acordo não
avançou. Nesse intervalo, o governo federal adquiriu, novos navios de guerra, que foram apelidados de “frota de
papel”.
As tensões e os conflitos duraram apenas até março de 1894, quando a Revolta da Armada foi sufocada. O
marechal Floriano Peixoto tornou-se o homem forte da República. Governou até novembro de 1894 e passou o cargo
a Prudente de Morais, que se tornou o primeiro presidente civil do Brasil, eleito pelo PRP. Apesar de ter sido uma
entre tantas rebeliões da última década do século XIX, a Revolta da Armada evidenciou as cisões da jovem República
brasileira. As rivalidades entre os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto ficaram evidentes, assim como as
divergências entre as instituições que deveriam sustentar o regime, como a Marinha e o Exército; os governos e as
bancadas estaduais, entre outras.

5. Política dos Governadores e Coronelismo

Foi uma espécie de acordo ou aliança política com os Estados, criada durante o governo de Campos Sales
entre 1898 e 1902. Por isso ficou conhecida como política dos governadores, ou política dos estados.A estruturação
da Primeira República foi viabilziada principalmente pela política dos governadores. Por meio dessa política, foi
possível realizar uma aliança entre executivo e legislativo. Para garantir o domínio das oligarquias, o presidente dava
suporte aos candidatos oficiais nas eleições estaduais, e os governadores, por sua vez, apoiavam o indicado do governo
nas eleições presidenciais.
Na política dos governadores, o Governo Federal daria apoio à oligarquia mais poderosa de cada Estado. Como
retorno, as oligarquias apoiariam as propostas do Governo Federal no legislativo. Assim, deveriam eleger deputados
dispostos a atuar em favor do governo no legislativo. Com o apoio à oligarquia mais poderosa, o Governo Federal
esperava que os conflitos políticos não repercutissem no âmbito federal e ficassem reduzidos apenas ao âmbito
estadual.
O funcionamento dessa política dependia consideravelmente dos coronéis, que, a nível regional, mobilizariam
os votos necessários para eleger os candidatos certos, de acordo com o interesse de cada oligarquia. Ademais, usava
seu poder financeiro para pressionar as pessoas a votar nos candidatos do seu interesse, prática conhecida como
coronelismo. Essa intimidação dos eleitores é conhecida como “voto de cabresto”. Além disso, o governo mantinha
o controle da Comissão de Verificação de Poderes do Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais e
pela diplomação dos eleitos. Organizava-se, assim, a fraude eleitoral. ANOTEM!!!

6. Movimentos Tenentistas

As Forças Armadas começacaram a ganha visibilidade após a Primeira Guerra Mundial. Algumas medidas
concretas de modernização foram adotadas: o recrutamento universal e a vinda da Missão Francesa para melhor
formar os oficiais brasileiros. Porém, no começo dos anos 1920 a situação permanecia precária no Exército. Essa
Força sofria com a falta de armamentos, de cavalos, de medicamentos e de instrução para a tropa. Os soldos
permaneciam baixos e o governo não fazia menção de aumentá-los.
Nesse contexto, os oficiais brasileiros demonstravam instatisfação com a situação vigente, e anseiavam por
uma política mais eficaz. Para além disso, ficaram descontentes com a nomeação do civil Pandiá Calógeras para o
Ministério da Guerra pelo presidente Epitácio Pessoa. A situação afetava principalmente os tenentes, oficiais
subalternos e maior parte desse quadro do exército. Somava-se a esse fator a lentidão das promoções, em que um
segundo-tenente podia demorar dez anos para alcançar a patente de capitão. Por causa desse cenário de crescente
insatisfação, eclodiram diversos levantes militares.
Esses eventos foram marcados pela participação massiva dos tenentes, o que deu deu origem ao termo
"tenentismo". Dentre esses movimentos tenentistas da década de 1920, os principais foram os 18 do Forte, os
levantes de 1924, e a Coluna Prestes. O principal objetivo dos tenentes era derrubar o governo, mas não possuíam
uma proposta de intervenção eficaz. As propostas políticas dos tenentes de uma maneira geral se vinculavam ao clima
do pós-Primeira Guerra Mundial, marcado pelo avanço do nacionalismo e da centralização política. Nesse ponto,
assumiam bandeiras de luta próximas às das oligarquias regionais que se opunham ao predomínio de Minas Gerais e
São Paulo. Entre outras reformas, defendiam o voto secreto, a independência do Poder Judiciário e um Estado mais
forte.
Parte dos oficiais continuaram descontentes com o governo federal, que não se mobilizada para alterar a
situação geral da instituição. Porém, achavam que os métodos de ação dos tenentes dividiam e enfraqueciam o
Exército. Dessa forma, os movimentos tenentistas foram combatidos por outras correntes no interior do Exército
que defendiam a legalidade e a profissionalização.

Revolta Paulista de 1924

A Revolta Paulista de 1924 foi uma das revoltas militares organizada por jovens oficiais do Exército. Os
rebeldes tinham o objetivo de derrubar o governo de Artur Bernardes, pois não estavam contentes com os rumos
tomados pelos civis enquanto líderes da república brasileira.
A revolta aconteceu dois anos depois de um movimento tenentista ter ocorrido no Forte de Copacabana, no
Rio de Janeiro. Para os revoltosos, era necessário fazer reformas na república, como o voto secreto, mudanças no
ensino público, moralização da política e destituição do presidente. Os tenentistas não viam com bons olhos a
liderança civil à frente do governo e defendiam a retomada do poder político pelos militares.
O principal líder da Revolta Paulista de 1924 foi o General Isidoro Dias Lopes, apelidado de marechal da
revolução. A ausência de um plano de governo e a falta de apoio popular fizeram com que a Revolta Paulista de 1924
fosse derrotada rapidamente. Seus integrantes fugiram para o interior do estado ou para o Sul do país. Os que
permanecerem em São Paulo foram presos ou mortos. No final de julho de 1924, Isidoro Dias Lopes ordenou a retirada
dos revoltosos de São Paulo e decidiu marchar para o Paraná e se juntar às tropas que aderiram à Coluna Prestes,
liderada por Luís Carlos Prestes, dando início à marcha que trilhou o interior do Brasil atacando a República Velha e
propondo reformas.

Coluna Prestes

Com o fortalecimento das instituições que reprimiram os levantes de 1924 em São Paulo, houve a fuga dos
revoltosos, iniciando a sua marcha pelo interior do estado na direção sudoeste. Ao ingressarem no Paraná,
conquistaram Guaíra, Foz do Iguaçu, onde foi estabelecido o seu quartel-general e depois Catanduvas. Nessa região,
permaneceram de setembro até abril de 1925, enfrentando as forças federais comandadas pelo general Cândido
Rondon. Ocorreram vários combates, principalmente na serra de Medeiros, em Formigas e em Catanduvas,
recuperada pelos legalistas no mês de março.
A tropa avançou em várias frentes, marchando para o norte do estado do Rio Grande do Sul, visando alcançar
Foz do Iguaçu e unir-se aos revoltosos paulistas. Em abril de 1925, após atravessarem Santa Catarina e parte do Paraná,
travando com as tropas legalistas seguidos combates em que perderam quase metade de seu contingente, as forças
gaúchas chegaram a seu destino. No dia 12 de abril, em reunião que contou com a presença de Isidoro Dias Lopes,
Miguel Costa, Luís Carlos Prestes e do general Bernardo Padilha, foi tomada a decisão de prosseguir a marcha e invadir
Mato Grosso, contrariando a opinião do general Isidoro, favorável à cessação da luta.
A denominada 1ª Divisão Revolucionária foi formada, com o general comissionado Miguel Costa como
comandante, tendo como chefe de estado-maior o coronel comissionado Luís Carlos Prestes. Essa coluna ficaria
conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes ou simplesmente Coluna Prestes. Era composta de quatro
destacamentos, comandados por Cordeiro de Farias, João Alberto, Siqueira Campos e Djalma Dutra, que foi promovido
a coronel pelo comando revolucionário. Decidiu-se também na reunião que o general Isidoro partiria para a Argentina,
onde deveria coordenar a ação dos revolucionários exilados ou inativos no sul do país.
Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio Paraná em fins de abril de 1925 e penetrou no Paraguai
rumo a Mato Grosso. Em seguida, percorreu Goiás, entrou em Minas Gerais e retornou a Goiás. Seguiu em direção ao
Nordeste e em novembro atingiu o Maranhão, onde o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São Luís.
Em dezembro, penetrou no Piauí e travou em Teresina sério combate com as forças do governo. Rumando então para
o Ceará, onde Juarez Távora foi capturado. Após atravessar o Ceará em janeiro de 1926, a coluna chegou ao Rio
Grande do Norte e, em fevereiro, invadiu a Paraíba, enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada pelo
padre Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Apesar da resistência, a vila acabou ocupada pelos revolucionários.
A marcha pregrediu ao sul, atravessando Pernambuco e Bahia até alcançar o norte de Minas Gerais.
Encontrando as frentes legalistas, a coluna interrompeu a marcha para o sul e, em manobra conhecida como laço
húngaro, retornou ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
Grosso em outubro de 1926. Diante dos danos sofridos, o estado-maior revolucionário decidiu enviar Lourenço
Moreira Lima e Djalma Dutra à Argentina, para consultar com o general Isidoro Dias Lopes se deveriam continuar a
lutar ou se buscariam o exílio.
Após atravessar o Pantanal, entre fevereiro e março de 1927, parte da coluna, comandada por Siqueira
Campos, chegou ao Paraguai, enquanto a outra parte ingressou na Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,
que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias da coluna e as instruções de Isidoro, os
revolucionários decidiram exilar-se. Durante sua marcha de quase dois anos, haviam percorrido cerca de 25.000
quilômetros.

7. Presidentes da República Oligárquica

Rodrigues Alves (1902-1906)

Foi eleito em 1902 voltando as suas ações para a valorização do café, política batizada de socialização das
perdas: sempre que o preço do produto caía no mercado internacional, o governo reduzia a taxa cambial,
desvalorizando a moeda e aumentando, assim, o lucro dos cafeicultores. Essa desvalorização provocava mais inflação
e aumentava o custo de vida da população.
Essa política elevou a produção cafeeira e causou uma crise de superprodução. Para tentar valorizar o produto,
foi criado, em 1906, o Convênio de Taubaté, basicamente uma acordo entre os governadores de São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro para comprar o excedente estocado. Em troca, os produtores do café evitariam futuras
superproduções. Apesar disso, o presidente não reconheceu o convênio, e suas políticas só foram implantadas no
governo seguinte.
Outras medidas marcantes foram a modernização da então capital federal, em colaboração com o prefeito do
Rio de Janeiro, Pereira Passos, nas mudanças conhecidas como Reforma Passos, pois, naquele momento, era uma
cidade suja, com focos de ratos e mosquitos transmissores de doenças. A falta de saneamento básico no Rio de Janeiro
deixava os moradores vulneráveis a epidemias de febre amarela, varíola e outras doenças. Coube ao governo realizar
o alargamento de ruas, o saneamento da Lagoa Rodrigo de Freitas e o acerto do serviço de limpeza pública.
Paralelo a isso, uma reforma sanitária foi conduzida pelo prefeito e pelo cientista Osvaldo Cruz, chefe do
Departamento Nacional de Saúde Pública. Mas a tensão foi imediata quando, em 1904, o governo impôs a vacinação
à população. Na raiz da chamada Revolta da Vacina estava a reurbanização do centro da cidade, que removeu parte
da população à força dos cortiços e morros centrais para bairros distantes. O descontentamento fez da cidade um
campo de batalha. A oposição militar aproveitou-se da situação para tentar depor o presidente. Mas a revolta foi
debelada, deixando centenas de mortos de ambos os lados.

Afonso Pena (1906-1909)

Rodrigues Alves, que era paulista, foi sucedido pelo mineiro Afonso Pena, que executou a política do Convênio
de Taubaté. Ademais, promoveu a construção de estradas de ferro e portos e ampliou a fronteira de povoamento
rumo ao interior brasileiro. Em 1907 expandiu a rede de comunicações do país ao ligar a Amazônia ao Rio de Janeiro
por meio do telégrafo. O processo de sucessão de Afonso Pena, entretanto, gerou uma cisma na aliança entre mineiros
e paulistas: o nome indicado pelos paulistas não foi aceito pela maioria do Partido Republicano Mineiro, e o desacordo
fez com que os mineiros se aliassem aos gaúchos na escolha do marechal Hermes da Fonseca.
Por seu turno, os paulistas uniram-se aos baianos para lançar a candidatura de Rui Barbosa, somando o esforço
para criar uma oposição civil a um militar, ação que ganhou o nome de Campanha Civilista. Nas eleições, o governo
estava ocupado pelo fluminense Nilo Peçanha, vice de Afonso Pena, que assumira em 1909, com a morte do
presidente. O triunfo de Hermes da Fonseca, em 1910, representou a vitória da situação.

Política do Café com Leite

A política do café com leite foi um acordo político entre as oligarquias paulistas e mineiras que ganhou força
a partir de 1913 com a assinatura do Pacto de Ouro Fino. Refere-se ao revezamento dos candidatos lançados à
presidência por essas duas oligarquias. Segundo esse pacto, paulistas e mineiros alternavam-se na presidência da
República. O nome “café com leite” faz referência ao fato de que São Paulo era o maior produtor de café do Brasil,
enquanto que Minas Gerais era o maior produtor de leite. Porém, o uso desse conceito para explicar a conjuntura da
Primeira República tem sido criticado pelos historiadores, pois as oligarquias mineira e paulista eram importantes,
mas o funcionamento jogo político desse período não passava exclusivamente por elas, uma vez que existiam outras
oligarquias no país.

Hermes da Fonseca (1910-1914)

Hermes da Fonseca buscou a recuperação da influencia dos militares na esfera pública. Com esse objetivo,
tentou implantar a política das salvações, que derrubou as velhas oligarquias estaduais do Nordeste por meio de
intervenções militares e colocou no poder grupos mais afinados com o presidente.
Várias rebeliões ocorreram no seu governo, a exemplo da Revolta da Chibata, também conhecida como
Revolta dos Marinheiros, que ocorreu em 1910 no Rio de Janeiro. Os rebelados queriam o fim dos castigos corporais
aplicados por oficiais brancos em marujos negros, a redução da jornada de trabalho e a concessão de anistia. Liderados
pelo gaúcho João Cândido, assumiram o controle de navios da Marinha de Guerra, ancoradas na Baía de Guanabara.
O presidente prometeu, inicialmente, atender às reivindicações, mas acabou prendendo e deportando muitos deles.
Nesse mesmo contexto, ocorreu a Revolta de Juazeiro, consequência da política das salvações, que, no Ceará,
opôs oligarquias locais ao governo federal, em 1911. Para retirar o poder da família Acioli, o presidente indicou um
novo governador, Marcos Franco Rabelo. Os coronéis, apoiados pelo padre Cícero, então prefeito de Juazeiro do
Norte, reagiram armando centenas de sertanejos e enviando-os à capital, onde foram contidos pelas forças federais.
Rabelo renunciou, e Hermes da Fonseca nomeou um novo interventor, o general Setembrino de Carvalho. No fim do
mandato de Hermes da Fonseca ainda estouraria a Guerra do Contestado.

Venceslau Brás (1914-1918)

Venceslau Brás governa o Brasil durante a I Guerra Mundial, após o mandato de Fonseca. Nesse contexto do
conflito global, a atividade industrial crescia no país, formando, um contingente expressivo de operários nos grandes
centros. Em 1917, influenciados pela Revolução Russa, os trabalhadores do bairro paulistano da Mooca formaram um
movimento que se espalhou por todo o país. Foi organizada uma greve nacional por aumento salarial, jornadas de oito
horas e abolição do trabalho noturno para mulheres e menores. Após intensos confrontos, a classe patronal concordou
em negociar, pondo fim à mobilização.
8. Decadência da Primeira República

Durante a década de 1920 e a entrada da década de 1930, alguns projetos de intervenção militar na política
foram surgindo, sendo que Bertoldo Klinger e o Tenente Coronel Góes Monteiro se destacaram como os principais
formuladores. Segundo as suas concepções, o Exército e a Marinha, como instituições nacionais, tinham o dever de
intervir na vida política brasileira em caso de grave ameaça à organização nacional.
Anteriormente, muitos tenentes, devido às perseguições, se exilaram. Por sua vez, Luís Carlos Prestes,
principal líder da Coluna Prestes, aderiu ao socialismo e afastou-se de vários de seus antigos companheiros que no
final da década 1920 retornaram ao Brasil animados com a possibilidade de promover um novo levante armado.
Em 1930, a vitória do candidato oficial Júlio Prestes contra o oposicionista Getúlio Vargas promoveu divisões
nos grupos regionais dominantes e desestabilizou o projeto de alguns deles de chegar ao poder legalmente. Por esse
motivo, a conspiração começou a ganhar corpo no decorrer daquele ano, contando com o apoio de lideranças civis e
militares, entre eles Góes Monteiro.
Paralelamente, ainda que divididos, os tenentes tiveram um papel fundamental tanto na preparação como na
direção do movimento que promoveu a derrubada do governo na Revolução de 1930. A partir daí, subiram de posto
e chegaram ao poder. O caminho agora estava aberto para reformar o país.

Antecedentes à Revolução de 1930

Como foi exposto nos tópicos anteriores, a Primeira República começou a entrar em decadência na década de
19201, com a principal contribuição para abalar essa estrutura vinda dos movimentos tenentistas. Houve ainda o
desgaste do pacto que mantinha as oligarquias minimamente em paz também contribuiu para o fim desse período da
história brasileira.
Somando a esses fatores, é importante mencionar as tensões sociais e os conflitos por quais a Primeira
República foi marcada. Pode-se citar como exemplo a Guerra de Canudos, a Revolta da Armada, a Guerra do
Contestado, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata entre outros. (Sugerimos que pesquisem cada um desses temas
citados).
Ainda assim, o estopim para o fim da Primeira República foi a eleição presidencial de 1930, pois o presidente
Washington Luís resolveu romper com o Pacto de Ouro Fino e em vez de lançar um candidato mineiro optou por
lançar Júlio Prestes, candidato paulista. Isso desagradou profundamente a oligarquia mineira que se aliou à oligarquia
gaúcha e aos tenentistas, e juntos lançaram Getúlio Vargas como candidato presidencial.
Getúlio Vargas foi derrotado, mas membros de sua chapa eleitoral, inconformados com a derrota, começaram
a conspirar contra o governo. A desculpa utilizada pelos membros da Aliança Liberal (chapa de Vargas) para iniciar
uma revolta armada contra o governo foi o assassinato de João Pessoa, vice-presidente de Vargas. O assassinato de
João Pessoa, porém, não teve relação com a disputa eleitoral entre Júlio Prestes e Vargas.
A revolta contra o governo, nomeada como Revolução de 1930, iniciou-se em 3 de outubro de 1930, e resultou
na deposição de Washington Luís da presidência. Júlio Prestes foi impedido de assumir e Getúlio Vargas foi
empossado como presidente provisório do país. Esse era o fim da Primeira República, e o início da Era Vargas, período
que se estendeu por quinze anos.

1
Apesar dos problemas econômicos, a Primeira República passou por um pequeno desenvolvimento industrial, sobretudo no
Estado de São Paulo, resultado da prosperidade do negócio cafeeiro, em que a cidade de São Paulo concentrou grande parte do
crescimento industrial. As indústrias receberam um grande número de trabalhadores imigrantes e o crescimento industrial
resultou no surgimento do movimento operário do Brasil, sobretudo a partir de 1917, quando aconteceu a Revolução Russa.
9. Exercícios de Fixação

01. Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos aspectos da estrutura econômica e social
cons- tituída nos séculos anteriores. Noutros termos, no final do século XIX e início do XX, conviveram,
simultaneamente, transformações e permanências históricas. (Francisco de Oliveira. Herança econômica do
Segundo Império, 1985.) O texto sustenta que a Primeira República brasileira foi caracterizada por permanências e
mudanças históricas. De ma- neira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até 1930, foi
caracterizado:

(A) pela predominância dos interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis e de capital.
(B) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
(C) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação de produtos primários.
(D) pela instituição de uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários anarquistas.
(E) pelo planejamento econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos manufaturados.

02. Durante a República Velha, o Brasil fortaleceu a sua diplomacia, tendo a figura do Barão do Rio Branco à frente
do Ministério das Relações Exteriores. Uma das principais ações do Barão do Rio Branco como diplomata foi:

(A) o estabelecimento de relações comerciais com a recém-criada República da Turquia.


(B) o deslocamento do eixo diplomático brasileiro de Londres para Washington.
(C) a venda do território do Acre para a Bolívia.
(D) a divisão do território de Goiás e a criação do estado do Tocantins.
(E) a redação dos acordos que puseram fim à Guerra do Paraguai.

03. A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889. Contudo, sua consolidação se fez pela violência de
duas revoluções. Sobre o tema, assinale a alternativa correta:

(A) No plano ideológico, defendiam os federalistas a necessidade de um poder central forte e limitada autonomia aos
Estados.
(B) Floriano Peixoto assumira o cargo de Presidente da República na condição de vice-presidente eleito indiretamente
pelo Congresso Nacional e se posicionou favoravelmente aos federalistas.
(C) Desde o início, os rebeldes federalistas lutaram ao lado da Revolta da Armada, que se desenvolvia na Baía da Gua-
nabara.
(D) Esquadras estrangeiras penetraram na Baía da Guanabara, buscando tardiamente apoiar a marinha de guerra do
Brasil.
(E) Embora Floriano Peixoto tenha sido alcunhado de "Consolidador da República", os choques armados continuaram
na Presidência de Prudente de Morais e somente terminaram no Governo de Campos Sales.

04. O último representante da chamada República Velha, Washington Luís, foi retirado do poder pelo movimento
político que ficaria conhecido como:

(A) Revolta do Forte de Copacabana


(B) Coluna Prestes
(C) Guerra do Contestado
(D) Revolução de 1930
(E) Revolução Federalista

05. Durante a República Velha houve o início da diversificação da economia brasileira, alterando lentamente a
depen- dência de apenas uma mercadoria produzida no país. Indique a alternativa que possui uma mercadoria que
NÃO foi produzida no Brasil neste período histórico.

(A) Borracha
(B) Industrialização
(C) Café
(D) Petróleo
06. Leia o texto:

Na Bruzundanga, como no Brasil, todos os representantes do povo, desde o vereador até o presidente da República,
eram eleitos por sufrágio universal e, lá, como aqui, de há muito que os políticos tinham conseguido quase totalmente
eliminar do aparelho eleitoral este elemento perturbador – “o voto”. Julgavam os chefes e capatazes políticos que
apurar os votos dos seus concidadãos era anarquizar a instituição e provocar um trabalho infernal na apuração por-
quanto cada qual votava em um nome, visto que, em geral, os eleitores têm a tendência de votar em conhecidos ou
amigos. Cada cabeça, cada sentença; e para obviar os inconvenientes de semelhante fato, os mesários de Bruzundanga
lavravam as atas conforme entendiam e davam votações aos candidatos conforme queriam. (...) às vezes semelhantes
eleitores votavam até com nome de mortos, cujos diplomas apresentavam aos mesários solenes e hieráticos que nem
sacerdotes de antigas religiões.
(BARRETO, Lima. Os Bruzundangas. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 65-66.)

Todas as alternativas contêm informações que confirmam o comportamento eleitoral criticado na sátira de Lima
Barreto, exceto em:

(A) o domínio político dos coronéis rurais garantia a mecânica eleitoral fraudulenta operada através do voto de curral.
(B) o interesse das elites agrárias e a exclusão das demais classes sociais da política estavam garantidos nesse sistema
político eleitoral.
(C) o sistema eleitoral descrito como corrupto estava na base da política dos governadores, posta em prática pelas
oligarquias na chamada República Velha.
(D) o sistema eleitoral fraudulento foi consolidado, no fim dos anos 20, através da ação decisiva da Aliança Liberal.
(E) o voto de cabresto era uma forma de manipulação de eleitorado, seja através da compra de voto, seja através da
troca do voto por favores.

07. Analise os fatos da História do Brasil que estão indicados abaixo.

02) – Tenentismo.
04) – Política do Café-com-Leite.
06) – Produção da Borracha na Amazônia.
08) – Guerra de Canudos.
10) – Balaiada.

A partir do que foi exposto, indique a alternativa que expõe corretamente a somatória dos números que precedem
as afirmativas que se referem a eventos históricos ocorridos durante a República Velha.

(A) 10
(B) 30
(C) 20
(D) 16
(E) 12

07. A política do café, durante a Primeira República:

(A) chegou ao auge do protecionismo com o Convênio de Taubaté, passando depois a reger-se pelas leis do mercado.
(B) procurou atender aos interesses dos cafeicultores através de constantes medidas de proteção ao produto.
(C) pode ser equiparada a de outras produções agrícolas, todas elas amparadas por Planos de Defesa.
(D) atendeu exclusivamente aos interesses dos grandes grupos internacionais através dos Planos de Defesa.
(E) foi dirigida pelo governo do estado de São Paulo, enquanto o poder federal mantinha uma atitude distante e neutra.

09. Tradicionalmente o termo República Velha foi cunhado para identificar o período que vai de 1889 a 1930. Sobre
as características deste período e outras questões subjacentes, assinale V (verdadeiro) para as proposições
verdadei- ras e F (falso) para as falsas.

( ) Os dois primeiros governos da recém inaugurada República brasileira eram militares.


( ) Com o novo regime, surgiram divergências tanto no meio militar quanto no civil. No meio civil, as disputas ocorriam,
sobretudo, no campo ideológico entre três correntes: liberalismo, jacobinismo e positivismo.
( ) Pode-se afirmar que os governos do período conhecido como República Velha implementaram medidas sociais de
grande alcance, beneficiando a sociedade brasileira como um todo e visando acabar com as desigualdades sociais do
país.
( ) O Brasil da chamada República Velha era um país, sobretudo, rural; a agricultura permanecia como principal ativi-
dade econômica.
( ) Durante o período denominado República Velha, paulistas e mineiros se alternaram na Presidência da República;
este revezamento ficou conhecido como “política do café com leite”.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.

(A) F – V – V – F – V
(B) V – V – F – V – V
(C) V – F – F – V – V
(D) V – V – F – V – F
(E) V – V – V – V – V

10. A imagem a seguir é uma foto que retrata a marcha dos “18 do Forte”, ocorrida em 5 de julho de 1922, quando
o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi tomado durante um levante militar.

Esse movimento está relacionado

(A) à indignação dos militares, em relação à política externa brasileira, considerada subserviente aos interesses norte-
americanos.
(B) à reação contra a chamada Coluna Prestes, que percorria o interior do Brasil combatendo as forças do Exército.
(C) à repressão ao Partido Comunista Brasileiro, que acabara de ser fundado por influência da Revolução Bolchevique.
(D) aos interesses das elites de São Paulo e Minas Gerais, que estimulavam o levante contra o centralismo do Rio de
Janeiro.
(E) ao tenentismo, movimento nacionalista que propunha reformas na estrutura do poder político oligárquico do país.
10. Gabarito Comentado

01. GABARITO: C
A oligarquia rural, personificada na figura dos coronéis regionais, teve papel central na organização política da Repú-
blica Velha, sobretudo após 1894, quando acabou o período militar, conhecido como República da Espada, e
começou o período dos governos civis e da chamada “política dos governadores”. O principal produto produzido e
exportado pelo Brasil nesse período era o café.

02. GABARITO: B
Na época em que foi Ministro das Relações Exteriores, entre os anos de 1902 e 1912, o Barão do Rio Branco
percebeu que o estreitamento de laços do Brasil com a Inglaterra – que eram cultivados desde a época do período
joanino – poderia não ter mais o mesmo êxito, dada a série de conflitos em que o país europeu começava a se
envolver em suas colônias na África e na Ásia. Ao mesmo tempo, Rio Branco percebeu vantagens na política pan-
americanista que estava sendo desenvolvida por Theodore Rooselvelt. Assim sendo, uma das medidas que procurou
tomar como ministro foi fortalecer os laços com os EUA por meio do embaixador brasileiro em Washington, Joaquim
Nabuco.

03. GABARITO: A
As revoluções federalistas, ocorridas na região sul do país no início da década de 1890, tinham como convicção ideo-
lógica a concepção de um Estado forte e centralizador. Esse modelo de Estado era profundamente inspirado nas
ideias de August Comte, que haviam sido assimiladas pelo intelectual e político gaúcho Júlio de Castilhos.

04. GABARITO: D
A Revolução de 1930, que teve como líder principal Getúlio Vargas, político gaúcho da tradição castilhista, isto é, po-
sitivista, depôs o então presidente Washington Luís e inaugurou uma nova fase da República no Brasil, que
culminaria na ditadura do Estado Novo a partir de 1937.

05. GABARITO: D
O Petróleo não era produzido no Brasil neste período, ganhando sua produção impulso apenas a partir da década de
1950.

06. GABARITO: D
O sistema eleitoral fraudulento vigorou em todo o período da República Velha, não se consolidando apenas no final
dos anos 20.

07. GABARITO: D
As penas a afirmativa 10 está incorreta, já que a Balaiada ocorreu no período Imperial da história brasileira.

08. GABARITO: B
Como os cafeicultores dominavam politicamente o estado federal, eles conseguiram durante a Primeira República
impor medidas que beneficiavam sua produção.

09. GABARITO: B
As próprias afirmações marcadas em verdadeiro explicam a questão.

10. GABARITO: E
O tenentismo foi um movimento militar realizado por jovens oficiais do Exército, oriundo das classes médias surgidas
e/ou fortalecidas após a industrialização ocorrida durante a I Guerra Mundial. Entre suas reivindicações, presentes
no chamado Ideal de Salvação Nacional, estavam a moralização da política nacional, por meio da derrubada das
oligar- quias dominantes e da instituição do voto secreto, e a ampliação do ensino público de base. Não eram, no
entanto, revolucionários, mas sim reformistas. Os tenentistas chegaram a tomar o forte de Copacabana, como diz o
enunciado da questão, mas o movimento foi controlado pelo governo, e a maioria dos líderes acabou sendo morta.
GABARITO
01 C
02 B
03 A
04 D
05 D
06 D
07 D
08 B
09 B
10 E

Você também pode gostar