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BRASIL REPÚBLICA

O Brasil tornou-se uma república em 15 de novembro de


1889. Desde então existiram seis diferentes repúblicas na
história do nosso país.

"Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto.


República é a forma de governo vigente no Brasil desde
15 de novembro de 1889, quando foi proclamada por
José do Patrocínio na Câmara Municipal do Rio de
Janeiro. Desde essa data, o Brasil já teve seis diferentes
repúblicas.

• Primeira República (1889-1930)


• Governo Provisório e Constitucional de Vargas (1930-
1937)
• Estado Novo (1937-1945)
• Quarta República (1945-1964)
• Período Militar (1964-1985)
• Nova República (1985-2023)
A Proclamação da República
A Proclamação da República foi resultado de
um golpe militar que derrubou a monarquia
brasileira, que se enfraqueceu a partir do
momento em que esse regime perdeu o apoio
das elites econômicas do país. Isso aconteceu,
principalmente, pela insatisfação de dois
grupos muito importantes naquele momento:
o Exército e a elite cafeeira paulista.
No caso do Exército, essa insatisfação vinha
desde a Guerra do Paraguai. Os militares
consideravam-se humilhados pela monarquia
e exigiam melhorias salariais e no sistema de
promoção de carreira. Além disso, não pode
ser esquecida a influência dos ideais
positivistas, que difundiam o republicanismo
no seio do exército.
Já no caso da elite cafeeira paulista, é
importante mencionar que essa classe havia
aderido há tempos os ideais republicanos.
Uma prova disso foi a criação do Partido
Republicano Paulista na década de 1870.
Quando a conspiração contra a monarquia
tomou força, a elite cafeeira não colocou
nenhuma resistência para a mudança de
regime.
A década de 1880 vivenciou uma crise política
crônica no país. No final desse período, a
conspiração contra a monarquia ganhou força
no Exército. Poucos dias antes do golpe que
resultou na Proclamação da República, os
conspiradores reuniram-se com o marechal
Deodoro da Fonseca para convencê-lo a aderir
ao golpe.
Título:
Marechal Deodoro da
Fonseca
Descrição:
Homenagem ao
primeiro Presidente da
República
Autor:
Henrique Bernardelli
Data:
1900
Com a Proclamação da República, foi formado
um governo provisório no qual Deodoro da
Fonseca foi nomeado o presidente provisório.
Algumas mudanças foram tomadas de
imediato, como a mudança da Bandeira
Nacional e a elaboração de uma nova
Constituição, que foi promulgada em 1891.
A Bandeira provisória do Brasil vigorou de 15 a 19 de novembro de 1889.
Foi criada provisoriamente para substituir a Bandeira Imperial, parecia uma
cópia da bandeira americana, teve vida curta e durou apenas 4 dias.
Com a Proclamação da República, o Brasil
tornou-se um país federalista, isto é, as
províncias (renomeadas agora de estados)
passaram a ter mais autonomia em relação ao
Governo Federal, e foi adotado o
presidencialismo, como determinou a
Constituição de 1891. A princípio o cargo de
presidente tinha duração de quatro anos.
Primeira República (1889-1930)
A Primeira República, também conhecida como República
Velha ou República Oligárquica, teve como grandes
características o clientelismo, coronelismo e o mandonismo. O
clientelismo pode ser definido por uma troca de favores em
que alguém concede algo em troca de benefícios políticos. Já o
coronelismo é definido pelo poder exercido pelos coronéis,
grandes proprietários de terra, sobre a população, exigindo-lhe
voto como forma de atender aos interesses da oligarquia. Por
fim, o mandonismo é o controle que os grandes proprietários
de terra exerciam sobre a população comum. Outras marcas
desse período foram a Política do Café com Leite e a Política
dos Governadores.
República da Espada (1889 - 1894)

O período da República da Espada corresponde a um


período específico que abrange os governos dos
militares Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
Após a Proclamação da República, o marechal
Deodoro da Fonseca foi escolhido pelos republicanos
para conduzir o Governo Provisório, que administrou o
Brasil enquanto as mudanças nas instituições políticas
aconteciam. O exército, condutor do golpe, tomou de
início algumas medidas em seu benefício.
Os salários foram imediatamente aumentados
em 50%, uma nova lei foi aprovada regulando a
aposentadoria ou promoção imediata de quase
todos os altos oficiais (havia notórios
desequilíbrios no interior do corpo de oficiais
do Exército) e o Exército foi autorizado a
aumentar seu contingente de 13 mil para 25 mil
soldados.
Durante o período em que esteve como presidente no
Governo Provisório, as medidas autoritárias de Deodoro
da Fonseca chamaram a atenção de determinados
grupos políticos do Brasil, que se mobilizaram para
redigir uma nova Constituição para o país. Para isso, uma
Assembleia Constituinte foi formada.
Essa Constituinte nomeou cinco pessoas responsáveis
pela redação do novo documento. Uma vez escrita, a
nova Constituição foi revisada por Rui Barbosa e
encaminhada para apreciação dos membros da
Constituinte. A nova Constituição foi aprovada em 24 de
fevereiro de 1891 e substituiu a Constituição (de 1824)
do período da Monarquia.
A Constituição de 1891 tinha como principais
pontos:
Republicanismo: naturalmente foi decretado o republicanismo como forma
de governo do Brasil;
Presidencialismo: o chefe máximo do Executivo seria o presidente elegido em
eleições livres e diretas. O presidente eleito cumpriria um mandato de 4 anos;
Os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, instituições do
período monárquico, como o Poder Moderador, foram abolidas;
Para o sistema eleitoral brasileiro, foi determinado o sufrágio universal
masculino para maiores de 21 anos alfabetizados. Mulheres, analfabetos e
soldados rasos não tinham direito ao voto;
Federalismo: foi estabelecido o federalismo como forma de governo, o que
concedia bastante autonomia para os estados brasileiros. Permitia aos estados
realizar empréstimos, organizar força militar própria, arrecadar seus próprios
impostos etc.
Depois da promulgação da nova Constituição, foram
realizadas eleições indiretas, que ratificaram Deodoro da
Fonseca como presidente brasileiro e Floriano Peixoto
como seu vice em fevereiro de 1891. O marechal Deodoro
da Fonseca manteve sua postura autoritária, o que fez com
que o presidente entrasse em choque com o Congresso.
A disputa levou o presidente a tomar mais medidas
autoritárias (como decretar o fechamento do Congresso)
para reforçar o seu poder. No entanto, grupos políticos da
oposição reagiram e forçaram o presidente a renunciar em
23 de novembro de 1889. Por lei, era necessária a
realização de novas eleições, uma vez que o presidente não
estava ocupando o cargo por dois anos (conta-se a partir
das eleições de fevereiro de 1891), no entanto, Floriano
Peixoto assumiu como presidente brasileiro.

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