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ESA
Curso de Formação de Sargento
NV-001MR-22
Cód.: 7908428801656
Obra
Autores
PORTUGUÊS • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e Giselli Neves, Paloma Leite e Paloma Leite
ISBN: 978-65-87525-40-2
Edição:
Março/2022
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
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deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Matemática - Função Linear, Função Afim e Função Quadrática; Trigonometria; Geo-
metria Plana
à Língua Portuguesa - Leitura, Interpretação e Análise de Textos; Regência Nominal e
Verbal
à História do Brasil - Primeiro Reinado (1822-1831); Período Regêncial (1831-1840); Se-
gundo Reinado (1840-1889)
à Geografia do Brasil - Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa
à Inglês - Singular e Plural; Pronomes
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
• Redação Discursiva.
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MATEMÁTICA.......................................................................................................................19
NOÇÕES DE CONJUNTOS E DE RACIOCÍNIO LÓGICO..................................................................... 19
REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS.................................................................................................................19
SUBCONJUNTOS...............................................................................................................................................19
CONJUNTO UNIVERSO......................................................................................................................................20
CONJUNTO VAZIO.............................................................................................................................................20
MÓDULO.............................................................................................................................................................26
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS..........................................................................................................................27
FUNÇÕES............................................................................................................................................. 31
FUNÇÃO CONSTANTE.......................................................................................................................................33
FUNÇÃO CRESCENTE........................................................................................................................................33
FUNÇÃO DECRESCENTE...................................................................................................................................33
FUNÇÃO INVERSA.............................................................................................................................................34
GRÁFICO DE FUNÇÕES......................................................................................................................................34
VARIAÇÕES DE SINAL.......................................................................................................................................36
MÁXIMOS E MÍNIMOS.......................................................................................................................................37
FUNÇÃO MODULAR............................................................................................................................ 40
EQUAÇÕES MODULARES..................................................................................................................................41
INEQUAÇÕES MODULARES..............................................................................................................................41
FUNÇÃO EXPONENCIAL..................................................................................................................... 41
LOGARITMOS DECIMAIS..................................................................................................................................42
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS..............................................................................................................................43
INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS..........................................................................................................................43
FUNÇÃO LOGARÍTMICA..................................................................................................................... 43
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS.............................................................................................................................44
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS.........................................................................................................................45
TRIGONOMETRIA................................................................................................................................ 46
CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO...........................................................................................................................49
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS..........................................................................................................................49
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE..........................................................................................................................50
TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS......................................................................................................50
PROBABILIDADE................................................................................................................................. 60
EXPERIMENTO ALEATÓRIO..............................................................................................................................60
EXPERIMENTO AMOSTRAL..............................................................................................................................60
PROBABILIDADE CONDICIONAL......................................................................................................................62
EXPERIMENTOS BINOMIAIS............................................................................................................................64
MATRIZ INVERSA..............................................................................................................................................65
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS...............................................................................................................................68
PERPENDICULARIDADE ENTRE: DUAS RETAS, ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE RETA E PLANO...............71
PROJEÇÃO ORTOGONAL..................................................................................................................................71
PONTO................................................................................................................................................................79
O Plano Cartesiano, Distância entre Dois Pontos ponto médio de segmento e condição de alinhamento
de três pontos................................................................................................................................................... 79
INTERSEÇÃO DE RETAS....................................................................................................................................80
PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE.......................................................................................................80
GEOMETRIA PLANA........................................................................................................................... 93
ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA.....................................................................................................................95
PARALELISMO...................................................................................................................................................97
PERPENDICULARIDADE....................................................................................................................................97
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS......................................................................................................................99
TEOREMA DE TALES........................................................................................................................................103
QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS..........................................................................................................................104
POLÍGONOS.....................................................................................................................................................105
POLÍGONOS REGULARES...............................................................................................................................106
CIRCUNFERÊNCIAS.........................................................................................................................................107
FÓRMULA DE HERON......................................................................................................................................109
POLINÔMIOS.....................................................................................................................................111
FUNÇÃO POLINOMIAL....................................................................................................................................111
GRAU DE UM POLINÔMIO...............................................................................................................................111
IDENTIDADE DE UM POLINÔMIO....................................................................................................................112
RAIZ DE UM POLINÔMIO.................................................................................................................................112
DIVISÃO DE POLINÔMIOS...............................................................................................................................113
TEOREMA DO RESTO......................................................................................................................................113
TEOREMA DE D’ALEMBERT.............................................................................................................................114
DISPOSITIVO DE BRIOT-RUFFINI....................................................................................................................114
EQUAÇÕES POLINOMIAIS..............................................................................................................................117
RAÍZES IMAGINÁRIAS....................................................................................................................................117
RAÍZES RACIONAIS.........................................................................................................................................117
RELAÇÕES DE GIRARD....................................................................................................................................118
TEOREMA DE BOLZANO.................................................................................................................................119
FÓRMULAS DE MOIVRE..................................................................................................................................124
BINÔMIO DE NEWTON......................................................................................................................124
PORTUGUÊS...................................................................................................................... 129
LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE TEXTOS ....................................................................129
MORFOSSINTAXE.............................................................................................................................166
NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO............................................................................................................183
O Brasil Antes da Chegada dos Europeus e as Principais Nações Indígenas do Brasil antes da Chegada
dos Portugueses............................................................................................................................................. 212
PERÍODO PRÉ-COLONIAL...............................................................................................................................212
CONSOLIDAÇÃO TERRITORIAL......................................................................................................................216
AS REBELIÕES NATIVISTAS...........................................................................................................................219
Características: Principais Rebeliões Nativistas - Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Guerra
dos Mascates e a Revolta de Vila Rica.......................................................................................................... 219
BRASIL IMPÉRIO...............................................................................................................................221
O PERÍODO JOANINO......................................................................................................................................221
A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, O governo de D. João VI no Brasil (política interna
e externa), Revolução do Porto e partida da Família Real, a Independência Do Brasil, Fatores que
levaram à independência do Brasil, A Regência de D. Pedro, O Grito do Ipiranga e a Guerra de
Independência................................................................................................................................................. 221
O PRIMEIRO REINADO......................................................................................................................222
O SEGUNDO REINADO......................................................................................................................225
A IMIGRAÇÃO EUROPEIA................................................................................................................................226
A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA....................................................................................................................226
BRASIL REPÚBLICA..........................................................................................................................229
A REPÚBLICA VELHA......................................................................................................................................229
A ERA VARGAS................................................................................................................................................233
A ATMOSFERA E OS CLIMAS..........................................................................................................................255
RECURSOS HÍDRICOS.....................................................................................................................................264
Os Recursos Minerais, Fontes de Energia, Matriz Energética Brasileira e Meio Ambiente, o Setor
Mineral e os Grandes Projetos de Mineração............................................................................................... 268
O ESPAÇO ECONÔMICO...................................................................................................................272
AGRICULTURA BRASILEIRA...........................................................................................................................278
COMÉRCIO.......................................................................................................................................................281
O ESPAÇO POLÍTICO.........................................................................................................................284
POLÍTICAS PÚBLICAS.....................................................................................................................................289
O ESPAÇO HUMANO.........................................................................................................................291
DEMOGRAFIA...................................................................................................................................................291
MERCADO DE TRABALHO...............................................................................................................................294
DESENVOLVIMENTO HUMANO......................................................................................................................295
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA..........................................................................................................................296
INGLÊS................................................................................................................................. 303
SUBSTANTIVOS (NOUNS)................................................................................................................303
GÊNERO............................................................................................................................................................303
SUBSTANTIVOS CONTÁVEIS E INCONTÁVEIS..............................................................................................303
PRONOMES (PRONOUNS)................................................................................................................305
PRONOMES PESSOAIS...................................................................................................................................305
PRONOMES REFLEXIVOS...............................................................................................................................305
PRONOMES POSSESSIVOS............................................................................................................................306
ADJETIVOS POSSESSIVOS............................................................................................................................309
QUANTIFICADORES.........................................................................................................................................309
ARTIGOS (ARTICLES).......................................................................................................................310
VERBOS (VERBS)..............................................................................................................................315
VERBOS MODAIS CAN, COULD, MUST, MAY, MIGHT, WOULD, SHOULD E OUGHT TO................................319
TAG QUESTIONS..............................................................................................................................................321
PREPOSIÇÕES (PREPOSITIONS).....................................................................................................325
MATEMÁTICA z Analítica;
z Sintética;
z Diagrama de Euler-Venn (ou simplesmente Diagrama).
3
Os Conjuntos (ou coleções) devem ser representa- 5
11
dos por letras latinas maiúsculas: A, B, C etc.
Alguns exemplos de Conjuntos: 7
13
z M = {janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro,
dezembro} é o conjunto dos meses do ano que pos- 19
suem 31 dias;
z P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19} é o conjunto dos núme-
ros primos até 19; N
z N = {Estados Unidos, Canadá, México} é o conjunto
dos países da América do Norte.
Estados Unidos
Os Elementos referem-se aos objetos inerentes
aos Conjuntos. Nos exemplos acima, cada um dos México
componentes dos Conjuntos apresentados são ele-
mentos destes (por exemplo, no conjunto dos núme-
ros primos, cada número ali destacado representa um Canadá
elemento desse conjunto).
A Relação de Pertinência entre Conjunto e Ele-
mento estabelece a identificação entre eles. Para tanto,
utilizamos os símbolos ∈ (pertence) ou ∉ (não pertence).
MATEMÁTICA
Nos exemplos citados temos algumas situações Figura 1. Representação de conjuntos por diagramas
para destacar essa relação:
SUBCONJUNTOS
z O mês de abril não pertence ao conjunto M, ou sim-
bolicamente, Abril ∉ M; Um conjunto A é Subconjunto de um conjunto B se,
e somente se, todo elemento de A pertence também a B.
z O número 11 pertence ao conjunto P, ou simboli- A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
camente, 11 ∈ P; utilizada neste contexto é a seguinte: A ⊂ B ⟺ (∀x)(x ∈
z O Haiti não pertence ao conjunto N, ou simbolica- A ⇒ x ∈ B) (lê-se: A está contido em B, se, e somente se,
mente, Haiti ∉ N. qualquer que seja x, x pertence a A, então x pertence a B). 19
Por diagramas, poderíamos representar esta situa- z Todo conjunto está contido em si mesmo! Repre-
ção da seguinte maneira: sentamos essa situação da seguinte maneira: A ⊂
A. esta propriedade tem lugar de destaque no con-
B texto da Teoria de Conjuntos e é extremamente útil
no que se refere à simplificação de demonstrações
de Teoremas. Ela também recebe o nome de Pro-
priedade Reflexiva.
A CONJUNTO UNIVERSO
Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130. z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
números inteiros sempre gera um número inteiro.
z Propriedade associativa: não há essa propriedade
na subtração. Ex.: 9 x 5 = 45
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da
subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer z Propriedade distributiva: essa propriedade é
número, este número permanecerá inalterado.
exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C)
Ex.: 13 – 0 = 13. = (AxB) + (AxC)
A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
Algo que é muito importante e você deve lembrar x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
sempre, são as regras de sinais na multiplicação de consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
números.
Algo que é muito importante e você deve lembrar
sempre, são as regras de sinais na divisão de números.
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
- + -
Dica
� A multiplicação de números de mesmo sinal
Dica
tem resultado positivo.
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99 � A divisão de números de mesmo sinal tem
� A multiplicação de números de sinais diferen- resultado positivo.
tes tem resultado negativo.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75
� A divisão de números de sinais diferentes tem
As principais propriedades da operação de resultado negativo.
22 multiplicação. Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
Esquematizando: INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS
Ex.: 15 / 1 = 15.
Figura 8. Interseção dos conjuntos A e B
z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em uma
diferença enorme dentro das operações de números Perceba que os elementos pertencentes ao conjun-
inteiros, pois a divisão não possui essa propriedade. to A ∩ B (A interseção com B) são aqueles que perten-
Uma vez que ao dividir números inteiros podemos cem a A e B simultaneamente.
obter resultados fracionários ou decimais. É dessa maneira que representamos por Diagra-
mas a relação de conjunção lógica A ∩ B.
Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos
números inteiros). Dica
Existe uma diferença entre Conjuntos Disjuntos
OPERAÇÕES: UNIÃO, INTERSEÇÃO, DIFERENÇA E (interseção vazia) e Conjuntos Intersecantes
COMPLEMENTAR (interseção não vazia).
Anteriormente, por diagramas, representamos
União ou Reunião de Conjuntos dois conjuntos A e B Intersecantes. Veja na figu-
ra abaixo como devemos representar Conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chama-se União de A e Disjuntos.
B o conjunto formado pelos elementos que pertencem
a A ou a B (disjunção lógica). A B
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
utilizada neste contexto é a seguinte: A ∪ B = {x / x ∈ A
ou x ∈ B} (lê-se: os elementos do conjunto A união com
B são representados por x, tal que x pertence a A ou x
pertence a B).
Por diagramas, poderíamos representar esta
situação da seguinte maneira:
A B
Figura 9. Conjuntos A e B disjuntos
A B
A B
A B COMPLEMENTAR DE B EM RELAÇÃO A A
1 + 3 + 5 + ... + 2k – 1 = k2
1 + 3 + 5 + ... + 2k – 1 + 2(k + 1) – 1 = (k + 1)2 = k2 +
2k + 1
B k2 + 2k + 2 – 1 = k2 + 2k + 1 k2 + 2k + 1 = (k + 1)2
Logo, é verdade que a soma dos n primeiros núme-
ros ímpares é um quadrado perfeito.
São números divisíveis somente por 1 e por ele Fatoração por Fator Comum em Evidência
mesmo, distintamente.
Atenção: O número 1 não é primo. Nosso foco é observar qual o número que se repete
Alguns números primos mais utilizados: nos termos e colocá-lo em evidência. Veja:
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, ... 7x + 7y
Exemplo: o número 7 é divido apenas por 1 e por Podemos notar que o número 7 é comum nos dois
ele mesmo, ou seja, é um número primo. termos, portanto, podemos destacá-lo:
7x + 7y = 7 (x + y)
Agora veja esse outro exemplo:
Dica
14x + 28y = 7 (2x + 4y)
Um número primo tem apenas dois divisores Colocamos o 7 em evidência porque ele é divisor
(como dissemos, o 1 e ele mesmo). comum do 14 e 28 ao mesmo tempo.
Esse Teorema é conhecido como o Princípio da O máximo divisor comum (MDC ou M.D.C.) corres-
Indução Finita (P.I.F.) Temos a seguinte relação: ponde ao maior número divisível entre dois ou mais
Seja P(n) uma propriedade descrita em termos de números inteiros.
números naturais n. Suponhamos que as afirmações Os divisores comuns de 12 e 18 são 1, 2, 3 e 6. Den-
abaixo estejam satisfeitas: tre estes, o número maior é o 6. Sendo assim, o núme-
ro 6 é o máximo divisor comum entre 12 e 18, ou seja,
z P(1) é válida. o MDC entre 12 e 18 é igual a 6.
z Se P(k) vale, então P(k+1) também vale.
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
Nesse caso, então P(n) é válida para todo n ≥ 1.
Exemplo: Os múltiplos de um número X são aqueles núme-
Soma dos n primeiros números ímpares é igual a ros que podem ser obtidos multiplicando X por outro
MATEMÁTICA
-3 -2 -1 0 1 2 3
z Escolhendo o sentido:
Partindo da origem, ponto 0, escolhe-se o sentido Para o valor de 1 o seu oposto ou simétrico será o
positivo crescente na reta. –1, repare que a distância percorrida por ambos em
Supondo que se escolha o sentido da esquerda módulo partindo da origem é igual.
para direita, o que mais usual, os números a direita O mesmo caso para –2 que tem o 2 como seu opos-
do zero serão positivos e os a esquerda do zero serão to, já que a distância percorrida em modulo partindo
negativos, como o exemplo a baixo. da origem é a mesma.
8 3 7
(+) 0 (-) Ex.: 3 , 5 , 11 etc.
z Números decimais.
Agora basta escolher a unidade de medida e mar-
car os números inteiros na reta, no nosso exemplo
Ex.: 1,75
vamos utilizar a unidade em metros.
z Dízimas periódicas.
Ex.: 0,33333...
(-) -2m -1m 0 1m 2m (+)
OPERAÇÕES COM INTERVALOS REAIS
Repare que o sentido escolhido foi da esquerda
para direita, portanto os números positivos estarão Dado dois números reais p e q, denomina-se inter-
à direita do zero, e os números negativos estarão à valo a todo conjunto de números reais que estiverem
26 esquerda da origem. entre p e q.
Os números p e q compreendem os limites do OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
intervalo.
Intervalo fechado: Quando o intervalo inclui p e Há quatro operações básicas que podemos efetuar
q o intervalo sera fechado, caso contrario o intervalo com estes números são: adição, subtração, multiplica-
sera aberto. ção e divisão.
tipos de operação:
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou
Considerando o intervalo A B representado na
seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25
figura a baixo:
Veja mais alguns exemplos:
a) Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
-4 -2 0 2 4 Principais propriedades da operação de adição:
São aqueles que podem ser escritos na forma da � Subtração: subtrair dois números é o mesmo que
divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja, diminuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja,
escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B subtrair 7 de 20 significa retirar 7 de 20, restando
são números inteiros. 13: 20 – 7 = 13.
Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também,
Veja mais alguns exemplos:
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são
Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11
divididos pelo número 1. 30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20
Z N Ex.: 13 – 0 = 13.
Ex.: 33 – 10 = 23. 27
Multiplicação: a multiplicação funciona como se Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
fosse uma repetição de adições. Veja:
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3).
consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
Algo que é muito importante e você deve lembrar sem-
pre, são as regras de sinais na multiplicação de números. Algo que é muito importante e você deve lembrar
sempre, são as regras de sinais na divisão de números.
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
+ + + Operações Resultados
- - + + + +
+ - - - - +
- + - + - -
- + -
Se liga!
z A multiplicação de números de mesmo sinal tem
� A multiplicação de números de mesmo sinal resultado positivo.
tem resultado positivo. Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
� A multiplicação de números de sinais diferen-
z A multiplicação de números de sinais diferentes
tes tem resultado negativo.
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75 tem resultado negativo.
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
Ex.: 15 x 1 = 15.
z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de propriedade.
números inteiros sempre gera um número inteiro. z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
Ex.: 9 x 5 = 45 por 1, o resultado será o próprio número.
z Propriedade distributiva: essa propriedade é
exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C) Ex.: 15 / 1 = 15.
= (AxB) + (AxC)
z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em uma
Ex.: 3x(5+7) = 3x(12) = 36 diferença enorme dentro das operações de números
Usando a propriedade: inteiros, pois a divisão não possui essa propriedade.
3x(5+7) = 3x5 + 3x7 = 15+21 = 36
Uma vez que ao dividir números inteiros podemos
z Divisão: quando dividimos A por B, queremos obter resultados fracionários ou decimais.
repartir a quantidade A em partes de mesmo
valor, sendo um total de B partes. Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos
28 números inteiros).
RAZÕES E PROPORÇÕES: GRANDEZAS Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
DIRETAMENTE E INDIRETAMENTE a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
PROPORCIONAIS Diego vai receber, temos:
Razões e Proporções C
=
D
3 2
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
entre elas, veja: Utilizando a propriedade das somas externas:
2 C D C+D
=
5 3 2 = 3+2
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está para 5). Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
então podemos substituir na proporção:
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
C D C+D 10.000
= = = = 2.000
3 2 3+2 5
2 4
=
3 6
Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2
Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
está para 3 assim como 4 está para 6). partes dentro da proporção. Veja:
Os problemas mais comuns que envolvem razão e
proporção é quando se aplica uma variável qualquer C
= 2.000
dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor 3
dela. Veja o exemplo:
C = 2000 x 3
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6 D
3 6 = 2.000
2
Para resolvermos esse tipo de problema devemos D = 2.000 x 2
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor- D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
ção: produto dos meios pelos extremos.
Meio: 3 e x Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
Extremos: 2 e 6 ber R$4.000.
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: z Somas Internas
a c a+b c+d
3·X=2.6 = = =
b d b d
3X = 12
X = 12/3
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
X=4 minador ao efetuar essa soma interna, desde que
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol- proporção.
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa proprie-
dade fundamental. Porém, algumas questões acabam a c a+b c+d
= = =
sendo um pouco mais complexas e pode ser útil conhe- b d a c
cer algumas propriedades para facilitar. Vamos a elas.
Vejamos um exemplo:
Propriedade das Proporções
x 2
=
z Somas Externas -
14 x 5
a c a+c x + 14 - x 2+5
= = =
b d b+d x 2
MATEMÁTICA
14 7
Vamos entender um pouco melhor resolvendo um =
x 2
questão-exemplo:
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
7 . x = 2 · 14
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- 14 · 2
x= =4
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos 7
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
fábrica. Quanto cada um vai receber? Portanto, encontramos que x = 4. 29
Agora vamos estudar um tipo de problema que
Se liga! aparece frequentemente em provas de concursos
Vale lembrar que essa propriedade também ser- envolvendo razão e proporção.
ve para subtrações internas.
Regra da Sociedade Diretamente Proporcional
z Soma com Produto por Escalar: Um dos tópicos mais comuns em questões de prova
é “dividir uma determinada quantia em partes propor-
a c a + 2b c + 2d cionais a determinados números. Vejamos um exemplo
= = =
b d b d para entendermos melhor como esse assunto é cobrado:
Exemplo:
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000 partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. dessas partes corresponde a:
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos: cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
A B razão. Veja:
=
2 3
X Y Z
= = = constante de proporcionalidade.
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 4 5 6
funcionários na categoria B, podemos escrever que a
soma total dos prêmios é igual a R$13.000. Usando uma das propriedades da proporção, somas
externas, temos:
2A + 3B = 13.000
X+Y+Z 900.000
= 60.000
Agora multiplicando em cima e embaixo de um 4+5+6 15
lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
2A 3B a 4, logo:
=
4 9
X
= 60.000
4
Aplicando a propriedade das somas externas,
podemos escrever o seguinte: X = 60.000 x 4
X = 240.000
2A 3B 2A + 3B
= =
4 9 4+9 Inversamente Proporcional
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- É um tipo de questão menos recorrente, mas não
porção, temos: menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
2A 3B 2A + 3B 13.000 quinhão inversamente proporcional a três números.
= = = = 1.000 Vejamos um exemplo:
4 9 4+9 13
Exemplo:
Logo, Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
2A Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
= 1.000 tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
4
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
2A = 4 x 1.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
2A = 4.000 cálculo, veja:
A = 2.000
Fazendo a mesma resolução em B: X X X
+ + = 740.000
3B 4 5 6
= 1.000
9
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
3B = 9 x 1.000 tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
3B = 9.000 mos a fração.
B = 3.000
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa 4–5–6|2
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 2–5–3|2
anos de casa receberão R$3.000 de bônus. 1–5–3|3
O total pago pela empresa será: 1–5–1|5
30 Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000 1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em um
multiplicando o resultado pelo numerador temos: conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota-
do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: ⩝x
15x 12x 10x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓.
+ +
60 60 60 = 740.000 Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
37x tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se
= 740.000
60 tem todo elemento de A com um único respectivo em
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
X = 1.200.000 todo elemento de A existe um único respectivo em B,
x 1.200.000
= 300.000
4 = 4
x 1.200.000
= 240.000
5 = 5
x 1.200.000
= 200.000 A g
6 = 6 B
FUNÇÕES
A H B
CONCEITO DE RELAÇÃO E CONCEITO DE FUNÇÃO
marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O
escrever então a fórmula que represente essa função: contra domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, for-
VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as mado por todos os elementos do conjunto B e são for-
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia- mados por todos os valores que as ordenadas (eixo y)
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da podem assumir. A imagem (Im) é formada por todos os
função permite escrever a sua correspondente Tabe- elementos do contra domínio que se relacionam com
la, bastando substituir os valores D e obter seus res- algum elemento do domínio. Assim, quando todo ele-
pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na mento x ϵ A está associado a um elemento y ϵ B, dize-
fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. mos que y é a imagem de x, e denotamos por y = 𝑓(x). 31
Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio e
contra domínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x) = x + -2 12
2. Seu conjunto imagem é formado por meio da subs-
-1 3
tituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, pertencente
aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1 + 2 = 3, 1 27
e assim sucessivamente, de modo geral, a Im( 𝑓) = x + 2. 3
B
Importante! A
B
√x – 2 A
𝑓(x) =
√3 – x As funções Sobrejetoras são funções nas quais
o seu conjunto imagem (Im) é igual ao contra domí-
Assim, o domínio são todos valores possíveis para x nio (CD), isto é, Im=CD=B (Figura 5b). Em funções que
tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restrições na aconteçam as duas situações ao mesmo tempo, ou
função, a primeira que não existe raiz quadrada negativa
seja, a função é Injetora e Sobrejetora, então dizemos
e que o denominador não seja nulo. Para isso faremos:
x – 2 ≥ 0 → x ≥ 2 e 3 – x > 0 → x < 3, note que a que ela é uma função Bijetora (Figura 5c).
desigualdade do denominador exclui o zero. Assim, a
intersecção dessas duas condições é 2 ≤ x < 3. Logo, o FUNÇÕES PARES E ÍMPARES
domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.
Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) =
B⇒CD(f) 𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x
devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a
A⇒D(f)
função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a
função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun-
a d ções par e ímpar seguem na Figura 6.
g
a) Diagramas para funções pares
b e
h
c f
-2
-1 1
⇓
Im(f) 0 2
1 5
2
FUNÇÕES: INJETORAS, SOBREJETORA, BIJETORA
B
As funções Injetoras são funções tais que os distin- A
tos elementos do domínio se relacionam com distintos
elementos da imagem, ou seja, dois elementos do domí-
b) Funções Pares e Ímpares
nio não podem ter a mesma imagem (Figura 5a). Uma
função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora, visto que
para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓 (x2).
a) Diagrama para funções injetoras
-2 -10
-1 -5
0 0
2 0
3 2 1 5
5 4 2 10
6
A 8 A B
10
32 B Diagramas para funções par (a) e ímpar (b).
Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ, paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
com potências pares são funções pares e com potên- ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto
cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x) Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.
= x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3
= –x3 = –𝑓(x).
Observando o gráfico de uma função par notamos
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y).
Já a função ímpar é simétrica em relação a origem
((x, y) = (0, 0))
Função constante 𝑓(x) = c.
FUNÇÕES PERIÓDICAS, E FUNÇÕES COMPOSTAS
Assim, temos exemplos de funções constantes
Funções periódicas a grosso modo são funções como mostra a figura a seguir.
especiais de fácil identificação visual ou gráfica, onde
se observa uma característica de repetição do decor-
rer da curva em intervalos subsequentes.
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T,
se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x +
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
cos(x), são funções periódicas de período T =2π.
y=4 y=–2
Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do
domínio e contra domínio definido, ou seja, 𝑓: A → B
e g: B → C, então para todo x ϵ A temos um único y ϵ FUNÇÃO CRESCENTE
B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z
ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C, Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita fun-
definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg ção crescente em um intervalo, se para dois valores
ou h(x) = 𝑓[g(x)]. quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo, se x1 <
Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A
x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os valores de
composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2
x os valores de y também aumentam (Figura 9a).
= 9x2 +2.
Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] = Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente
3(x2 + 2) = 3x2 + 2. nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol- todo {x1, x2} ∊ ℝ.
tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) = Assim, temos o exemplo de função crescente como
2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)? mostra a figura a seguir:
Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-
bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:
Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe- Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor de função decrescente em um intervalo, se para dois
x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0. valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva-
Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1, lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando
basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo: os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b).
Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres-
1 cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 >
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x = –3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ.
2
MATEMÁTICA
FUNÇÃO CONSTANTE
{
O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o
–x + 1, se x < –2 domínio de f–1 é B que é a imagem da f.
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1 Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
–x + 1, se x > 1 tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
(Figura 10a); do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
{
plano cartesiano e traçar uma reta.
–x2 + 1, se x < 1
b) 𝑓(x) =
(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
(Figura 10b).
(Figura 10a)
(Figura 10b)
FUNÇÃO INVERSA
Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.
[ ]
2
b ∆
𝑓(x) = a x+ –
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).
2a 4a2 35
Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa
função canônica a zero chegamos nos valores das raízes:
– b ± √∆
x=
2a
– (–3) – √1 3–1
x1 = = =2 𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b;
2·1 2
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a
– (–3) + √1 3+1
b b
x2 = = =2 f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;
2·1 2 a a
Importante!
Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não
temos raízes reais, pois raiz quadrada de um
número negativo é um número complexo. Quan-
do o delta é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes
Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:
são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá-
tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0)
1
teremos então a situação de duas raízes reais. 2x + 1 = 0 → x = –
2
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
∆
−–b b −∆
− b–∆
−
(= yM ,)y
xM , (x (
)V== )
v ,v,yyvv) = V
Vx(x V ,, V = ) vy , vx ( V =
) My
M M
a22a
4a a44a2a
Para ∆ = 0 temos:
Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice
a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ é dado por:
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
−b b−∆
∆−–b −
–∆
No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raízes (=
xM , yM ) (V(x
V= xv ,v ,yyv v)) = VV ,, V = ) vy , vx ( V =
) My , Mx
são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o eixo x a22a
4a a44a
2a
(abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a 𝑓(x) = 0.
−∆ –((–3) –∆4−· 1 b· −2)
−–b( –3)
( xv , yv ) =VV , , , V =
2
(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) My ,
2a2 · 14a 4 a· 14 a2
∆
−3− b−
b −∆1
(=
xM , yM ) ( xv , yv ) =VV , ,– 4 V =
V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx (
a224a a42a
Para ∆ > 0 temos:
Sendo a = 1 > 0, então a concavidade da parábola
está voltada para cima e o vértice será ponto de míni-
b mo da função.
f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x 0< x→
1 x > −2 ;
ou x > x }
O vértice de uma função quadrática será ponto de
a
a>0→ máximo da função quando a < 0 e ponto de mínimo
𝑓(x) b da função quando a > 0.
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x0 <→x <x x<2}− ;
1
a
INEQUAÇÃO PRODUTO E INEQUAÇÃO QUOCIENTE
b
f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0 < x < x2} − ;
1 → x >
a Inequações Produto e Quociente para Função Afim
a<0→
𝑓(x) b
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x <0 x→ oux x<>−x2} ; Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-
1
a to delas são dadas por:
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis- 𝑓(x) · g(x) ≤ 0
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x De acordo com a regra de sinais do produto de
(abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0. números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas
inequações pode ser encontrado da seguinte forma,
MATEMÁTICA
(x + 2)
Logo, a solução para esse primeiro caso é: ≥1
(3X – 1)
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{ Ou seja,
3
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3
x+2<0→x<–2 b ≥1→ –1≥0→ ≥0
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ; (3x – 1) 3x – 1 (3x – 1
a
f3x(–x1=
1 b
)< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ; Assim temos:
3 a
𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)
{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
3
𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) Logo, a solução para esse primeiro caso é:
> 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
g(x) g(x) g(x) g(x)
{
De acordo com a regra de sinais do quociente de S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{
números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+ 3 2
÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrado da
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
f ( x=) ax + b > 0 →2x > − a ;
seguinte forma, seja a inequação quociente:
𝑓(x)
f (3x 1 b
≥0 x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
38
g(x) 3 a
Então seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2
+ 2x – 1) > 0, para achar o conjunto solução primeiro
encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e
g(x) = –x2 + 2x – 1:
b
f ( x=
) ax +b > 0 → x > − ;
∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
2
a
Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒ S4} = ∆ = b2 – 4ac →
f ( x= b
{∅}. Assim, o conjunto solução para inequação quociente: ) 2 ax + b < 0 → x < −
∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a
;
–(–1) – √25 b
(x + 2)
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x
–2 > − ;
≥1 1
2·1 a
(3x – 1) 𝑓(x) = 0
fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
é: 2
2·1 a
{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{ g(x) = 0
f ( x=
)
x =x =
f (1x= 2
ax +–(2)
b >±0 √0→ x > −
= 1
b
a
b
;
) ax + b < 0 → x < − ;
ℜ| 3 2
2 · (–1) a
Quando se está trabalhando algebricamente com Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:
uma inequação e no momento que se tem a necessida-
de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
b
;
𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
b
f ( x=
) ax + b < 0 → x < − ;
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 . 𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
a
Inequações para Função Quadrática Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0.
· g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi-
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O
resultado para resolver essa inequação é encontrado a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo No caso de inequação quociente faz-se o estudo
dos valores de a e de delta temos algumas combina- de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0: ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrada da
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 + 2x)
< 0, para achar o conjunto solução primeiro encontra-se
as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x) = – x2 + 2x:
b
f ( x )
= ax + b > 0
∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a
∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓
∆ = b2 – 4ac →
f ( x=
2
b
) –(1) ax b 0 x ;
g
+ < → < −
fx( x==) ax +–b√9> 0 → x>− ;
= –1
b a
1
2·2 a
𝑓(x) = 0
1 b
) –(1)
f ( x= ax ++b√9< 0 →
= x<− ;
x2 =
2·2 2 a
MATEMÁTICA
b b
; − > ( x0
x f→ ) > ax
= b ++xba >=0 (1f
) x→ x
> − ;
a a
b 1 x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
S = ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
b
; ( x0
− < x f→ ) < ax
= b ++xba <=0 (2f
) x→ < −
x ;
a
a
b
b b f 2( x=) ax + b > 0 → x > − ;
x + 4x
; − > x →
f0( x>
) b+
= axxa
+ b=
> (1f
) x0 → x > − ; a
a a
S = x∊ℜ|–1<x< ⌒{x∊ℜ| 0 < x < 2} 𝑓(x) =
b
b x < − b; f ( x2 =
) ax + b < 0 → x < − ;
–(x + 4x)
; 2 x f 0
( x<
) b+
axxa ) x0
+ b= ( →
a
− < →
= <
2f
a a
b b
; − > x →0 ( xb
f > )+x
= axa +=
b (1f
) x> 0→ x > − ; A essas duas funções encontramos as suas raízes:
a a
b = x∊ℜ|0<x<
b
; − < x → 0 ( xb
f < )+x
ax ) x<
a +=
b ( 0 ;
a
=
2f
→ x < −
a
∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16
Modular.
Considerando a definição de módulo de um núme- Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no
≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função intervalo entre –4 e 0 (Figura 16).
modular também da seguinte forma: As raízes das sentenças definidas pela função
modular podem também ser chamadas de ponto (s)
de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta
b
x, se x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
a
; (funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
𝑓(x) =
f ( x= b uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse caso
) ax + b < 0 → x < − ;
40 – x, se x < 0
a indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓) = 𝔑+.
2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3
b b
; − > x→f (0
x=)> bax
+2x
+ab >)0
= x (→f x > − ;
a a
b S = x ∊ ℜ | – < x < 2
b
; − < x→f (x
0=)< bax
+3x
+ab <)0
= x (→f x < − ;
a
a
|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8
ou
lar |x + 2| = 3 é:
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos:
b
x+2=3→x=1
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x
|x + 2| = 3 ⇔
f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
x + 2 = –3 → x = –5
a
b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
x + 1, se x ≥ – 1
a
S = {–5, 1} |x + 1| =
b
f ( x=
–x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
a
S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
3 b
f
3x( x+=)2 = ax
x –+1 b
→ >x 0
= →
– x > − ; Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com solução:
2 a
|3x + 2| = |x – 1| ⇔
f3x( x+=)2 =ax 1 b S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
–x + < x0=→– x < − ;
+ 1b →
4 a Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
b b
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
a a S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
b S = – , –
b
; − < x → 0 < b+fx(a ) =
2x= )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
a
a
exponenciais.
Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2, Da definição de função exponencial, a partir de
MATEMÁTICA
Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989
20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
LOGARITMOS DECIMAIS 22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10 24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962
𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
42 ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de
Mantissas –b – √∆ b
–3 – √25
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 fx( x==) ax 2a
1
+b > 0 →
= x>− ;
2 · 2a
= –2
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
–b + √∆
fx( x==) ax –3 +√25b 1
27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456 +b < 0 →
= x<− ; =
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
2
2a 2 · 2a 2
b b
29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757 ; − > x → 0 > b + x )xx=
a f (= )(1f ax
+b > 0 → x > − ;
a a
b S = – 2,
b
30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900 ; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < −
ax ;
a
a
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172 INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428 Inequações exponenciais são aquelas inequações
onde a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551 2x – 4x < 2.
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670
A forma de solucionar a inequação exponencial é
deixando todas as potências com a mesma base, como
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786
a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescente
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899 com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a desi-
39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010 gualdade se mantém para as potências quando a fun-
ção é crescente e inverte quando é decrescente, ou seja:
40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222 a > 1 → ax > ay ⇔ x > y;
42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325 0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
Seja a inequação exponencial 2x < 32 (crescente),
44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
temos a solução igual a:
45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
2x < 32 → 2x < 25 → x < 5
46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
S = {x ∊ ℜ | x < 5}
47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893 E na inequação exponencial (decrescente):
49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
x x
11x
50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067 521 ≥ 1 ≥≥ 125
125
51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152 555
52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316 Temos duas formas:
54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
x x x x
11 11
x x
5 2
Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549 1 ≥ 5≥2
≥ 125
1
125≥→ 5 ≥≥5 125
3
→ (5 )
–1 x
≥ 53 → 5–x ≥ 53
(IEZZI; MURAKAMI, 1977).
5
5 5
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS 5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
Equações exponenciais são aquelas equações onde a x x x x x x x x
111 x
incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x = 2. 521 ≥ ≥ 125 111 x 111 x 111 –3
≥ 125 → ≥ 5 → ≥ ≥ 125
5 2 1 ≥ ≥ 125
5 2
3 1≥ 5 2
≥ 1
125
≥
A forma de solucionar a equação exponencial é 555 555 555 555
deixando todas as potências com a mesma base, como
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências x ≤ –3
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja,
ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu-
ção o valor de x igual a:
FUNÇÃO LOGARÍTMICA
MATEMÁTICA
2 = 128 → 2 = 2 → x = 7
x x 7
DEFINIÇÃO DE LOGARITMO E PROPRIEDADES
S = {7}
OPERATÓRIAS
2+3x–2
Agora para a equação exponencial 52x =1 Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
temos x igual a: ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
2 2
52x +3x–2 = 1 → 52x +3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais
∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25 que não são possíveis deixar os dois membros com a 43
mesma base, assim define-se o conceito de logaritmo, z a > 1; x > 1 → loga x > 0;
seja dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, cha- z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0;
ma-se x o logaritmo de b na base a, onde o expoente
z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0;
que se deve dar à base a de modo que a potência obti-
da seja igual a b, ou seja:
GRÁFICOS, DOMÍNIO, IMAGEM E
CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA
loga b = x ⇔ ax = b
O domínio da função logarítmica é o conjunto dos
Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando
e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2 reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ ℝ*+,
8 = 3 pois 23 = 8. existe um único y ∊ Im(𝑓), como a função 𝑓: ℝ*+ → ℝ,
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie- 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = ax, assim
dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0: 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função assume
qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ. Note, que no grá-
z loga 1 = 0; fico da função 𝑓(x) = loga x, a curva está toda a direita
do eixo y, pois x > 0. Além disso, temos que o ponto de
z loga a = 1; encontro da curva com o eixo x, é no ponto (x, y) = (1,
0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfico para duas
z aloga b = b; funções logarítmicas, crescente (a > 1) e decrescente (0
< a < 1), segue como na Figura 18.
z loga b = loga c ⇔ b = c;
1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b ;
n
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a c,
mudança de base com produto;
1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a
1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β
b
fx( x==) –(–5) + √25 5 b
ax + b < 0 →= x < − ;
f ( x=
) 0→ ;
3x + 2
< ax
0 →+xb>>–2/3 x > −
a
f ( x=
) 0→ x < −
b
;
1
2·2 2 a
2x + 5
> ax
0 →+xb><–5/2 a
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS b
f (x )> b
b
;
a
− > x
→ 0= ax 1ab >=)0x (→
++
x x > −
f
a
;
b S2 =
x∊ℜ|– ≤x≤3
Inequações logarítmicas são aquelas inequações b
; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
x
++ f
x< − ;
a
a
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
A forma de solucionar a inequação logarítmica é Assim, a solução da inequação logarítmica log2 (2x2 –
deixando os logaritmos com as mesma base, e aplican- 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções acima:
do as desigualdades em casos de bases maiores que
b b
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) f ( x;=
) − ax1+xb→
> >0> →bx 5a− a=);x ( f
x
+>
a
> 0 ou aplicando propriedade inversa e transforman- S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | –
b ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3
f ( x=)
; ); x ( f
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα.
a
ax
− 2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − =
a
Esquematizando temos:
E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
𝑓(x) > g(x) se a > 1
a
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔
b a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
f ( x=
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
a
Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então:
ou
b 5
f ( x=
) kax + b > 0 → x > −
𝑓(x) > a se a > 1
a
; 𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
loga 𝑓(x) > k ⇔
b 3
f ( x=
0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
a
MATEMÁTICA
L/2 M L/2 B
A
45°
C
A L B
(BC)2 = l2 + l2 60°
(BC)2 = l2 . l2
M L/2 A
BC = l √2
Figura 4. Triângulo Equilátero ABC, com lados L
Neste contexto:
Em um triângulo equilátero qualquer, se l for a
l 3
AC l 1 medida de cada um dos lados, então, será a
sen B̂ = → sen 45° = → sen 45° = → 2
medida da altura, pois:
BC l√2 √2
l² = b l + (MC)²
→sen 45° = l
2
2
2 2
l
(MC)² = l² -
4 2
4 2 l
√2 (MC)² = l -
Portanto: sen 45º = 4 4
2
3 2
(MC)² = l
4
AB l 1 l 3
cos B̂ = → cos 45° = → cos 45° = → MC =
BC l√2 √2 2
Desta maneira, temos:
√2
→ cos 45° =
2
MC l 3 l√3 1
→ sen 60° = . →
sen  = → sen 60° = 2
AC l 2 1
√2
Portanto: cos 45º = √3
2
→ sen 60° =
2
AC l
tg B̂ = → tg 45° = → tg 45° = 1
AB l √3
Portanto: sen 60º =
2
46 Portanto: tg 45º = 1
ARCO 30º 45º 60º
AM l l 1
.
cos  = → cos 60° = 2 → cos 60° = →
AC Seno 1 2 3
l 2 l
2 2 2
1 1
→ cos 60° = Cosseno 3 2
2 2 2
2
Tangente 3 1 3
1 3
Portanto: cos 60º =
2
l 3 TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO (RETÂNGULO E
MC 2 l√3 2 QUALQUER)
→ tg 60° = . →
tg  = → tg 60° = l
AM 2 2 l sen2 x + cos2 x = 1
→ tg 60° =√3
Em um triângulo retângulo de catetos b e c e hipo-
tenusa a temos, de acordo com o teorema de Pitágo-
Portanto: tg 60º = √3 ras: a2 = b2 + c2.
AM l l 1
.
sen Ĉ = → sen 30° = 2 → sen 30° = →
a
AC l 2 l b
1
→ sen 30° =
2
A
1 c
Portanto: sen 30º = B
2
Figura 7. Triângulo Retângulo ABC, com catetos b e c e hipotenusa a
MC l 3 l√3 1
→ cos 30° = . →
cos Ĉ = → cos 30° = 2 Assim sendo, se x for a medida do ângulo agudo
AC l 2 l B, então:
√3
bbl +b l =
2 2
c
→ cos 30° = (sen x)² + (cos x)² = sen²x + cos²x =
2 a a
b 2
c 22
b +c 2 a 2
= 2 + aa = = 2 =1
a a2 a
3
Portanto: cos 30º = Portanto: sen2 x + cos2 x = 1
2
l Observações:
AM 2 l 2
3 → tg 30° =
tg Ĉ = → tg 30° = l →
z sen2 x = (sem x)2
MC 2 l√3
2 z sen2 x = 1 – cos2 x
z cos2 x = (cosx)2
1 √3
→ tg 30° = → tg 30° = z cos2 x = 1 – sen2 x
√3 3
LEI DOS SENOS
MATEMÁTICA
3
Portanto: tg 30º = “Em todo triângulo, as medidas dos lados são pro-
3
porcionais aos senos dos ângulos opostos e a razão de
proporcionalidade é a medida do diâmetro da circun-
Observações: Note que:
ferência circunscrita ao triângulo”.
sen 30º = cos 60º = , cos 30º = sen 60º = , sen 45º =
Consideremos o triângulo ABC, inscrito na circun-
2 ferência de raio R. Verifica-se que:
cos 45º =
2
a b c
= = =2·R
Podemos construir a seguinte tabela: sen A sen B sen C 47
100 · 3· 2 100 · 6
x= →x → x = 50 · 6 metros
2· 2 2
a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos A
b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B
c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos C Figura 26. Triângulo com ângulo de 60º e lados 10 e 15 metros
C 2p = 10 + 15 + 5 · 7
x
B 2p = 25 + 5 · 7
2p = 5 · (5 + 7 )
Figura 25. Triângulo ABC com ângulos CÂB=120° e CB̂A = 45°
Portanto, o comprimento necessário de muro é
Como temos dois ângulos conhecidos, vamos utili- dado por: 5 · (5 + 7 ) metros.
zar a Lei dos Senos:
UNIDADES DE MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS:
MEDIDA EM GRAU E MEDIDA EM RADIANO
x 100 x 100 2 2 →
= = →x· = 100 ·
2
sen 120° sen 45° 3 2 3 Medida de Um Arco em Graus
2 2
O arco de uma volta mede 360º e o arco nulo mede
→ x = 100 · 3 0º. Assim sendo, o arco de 1 grau (representado pelo
1
2 símbolo 1º) é um arco igual a do arco de uma
360
48 volta.
Os submúltiplos do grau são o minuto e o segun- RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS
do. O arco de um minuto (representado pelo símbolo
1
l´) é um arco igual a 60 do arco de um grau. Consideremos um triângulo retângulo ABC, reto
em A. Os outros dois ângulos B e C são agudos e com-
Simbolicamente: 1º = 60´ plementares, isto é, B + C = 90º.
A c B
B A
Figura 1. Triângulo Retângulo ABC
cateto oposto a B B
sen B = =
Figura 10. Arco circular AB em uma circunferência de raio r hipotenusa A
AB
α = r , onde AB é o comprimento do arco
cateto oposto a C C
sen C = =
Observações: A
hipotenusa
z O arco AB mede 1 radiano (1 rad), se o seu compri-
mento for igual ao raio da circunferência. cateto adjacente a B C
z A medida de um arco, em radianos, é um número cos B = =
real “puro” e, portanto, é costume omitir o símbolo hipotenusa A
rad. Ao dizer ou escrever que um certo arco mede
3, por exemplo, fica subentendido que sua medi-
da é de 3 radianos, ou seja, que o comprimento do cateto adjacente a C B
arco é o triplo da medida d do raio. cos C = =
z O arco de uma volta, cuja medida é 360º, tem com- hipotenusa A
primento igual a 2 · π · r e sua medida em radianos
AB 2 · π ·r
será, portanto, 2 π pois α = r = 2 π , 6, 28 cateto oposto a B B
r tg B = =
cateto adjacente a B C
CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO
hipotenusa;
P z O seno de um ângulo é igual ao cosseno do seu
(II) (I) α complemento e reciprocamente:
O r A (Origem) O A
sen x = cos (90º – x) e cosx = sen (90º – x)
(III) (IV)
z No triângulo retângulo vale o Teorema de Pitágo-
ras: a2 = b2 + c2 49
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE TABELA RESUMO DE REDUÇÃO DE ARCOS PARA O
1º QUADRANTE
Redução ao 1º quadrante ARCO SENO COSSENO TANGENTE
π 7π
(30º) 1 3 3 (315º) 2 2 -1
-
6
2 2 3 2 2
4
π 11π
(45º) 2 2 1 (330º) -1 3 3
-
4 2 2 6
2 2 3
2 π (360º) 0 1 0
π
(60º) 3 1 3
2 2
3 TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
sen2 x + cos2 x = 1
a
tg (a) + tg (b) b
tg (a+b) = -
1 tg (a) ·tg (b)
tg (a) - tg (b)
tg (a - b) = A
1 + tg (a) ·tg (b)
B c
Exemplo: Utilizando as fórmulas de adição e sub- Figura 7. Triângulo Retângulo ABC, com catetos b e c e hipotenusa a
tração de arcos, calcule cos15º.
Assim sendo, se x for a medida do ângulo agudo
cos15º = cos(60º-45º) = cos(60º) · cos(45º) + sen(60º) ·
sen(45º) B, então:
C sec²x = tg²x = 1
sen²x = cos²x = 1
A sen2 x + cos2 x 1
2 = 2 =
sen x sen x
B c
sen2 x cos2 x 1
Figura 8. Triângulo Retângulo ABC, com catetos b e c e hipotenusa a + =
sen2 x sen2 x sen2 x
b 1 + cotg²x = cossec²x
b senx
tgx = c = a c = cos x,
a cossec²x = 1 + cotg²x
sen x
Portanto: tg x = cos x Portanto: cossec2 x = 1 + cotg2 x
sen x Logo, podemos construir a seguinte tabela:
z Relação Fundamental: cotg (x) = cos x
1
cos²x = 1 - 9 16
25 → cos²x = 25 → cos x= !
16
25 Exemplo: Vamos resolver a inequação sen x <
2
4
cos x = ! 5 , como 0º < x < 90º, o cosseno assumirá
o valor positivo. 1
sen x <
2
4
Portanto: cos x = 5
π 5π
3 4
Se sen x = 5 e cos x = 5' , temos que: 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ
6 6
3 π 5π
senx 3 5 3 S = {x ∈ ℝ/0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
tgx= cos x " 54 = 5·4 = 4
6 6
5
3 3
Se tg x = 4 temos que: Exemplo: Vamos resolver a inequação cos x >
2
1 1 4 4
cotg x= tgx " 3 = 1· 3 = 3 3
cos x >
4 2
4
Se cos x = 5 temos que:
π 11π
2kπ ≤ x < + 2π ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ
1 1 5 5
sec x = cos x " 4 = 1 · 4 = 4 6 6
5
3
Se sen x = 5 temos que: π 11π
S= {x ∈ ℝ/2kπ ≤ x < + 2π ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
6 6
1 1 5 5
cossec x = senx " 3 = 1 · 3 = 3
5
1
Exemplo: Vamos resolver a inequação cos x < -
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NO 2
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS
1
Equações Trigonométricas cos x < -
2
+ kπ < x < + kπ
ções destacadas acima: 4 2
2
Exemplo: Vamos resolver a inequação sen x ≥ -
2 π π
S = {x ∈ ℝ/ + kπ < x < + kπ}
4 2
2
sen x ≥ -
2 Exemplo: Vamos resolver a inequação
5π 7π
0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ tg x < 3 53
4 4
a) Substituindo sen2 a = 1 – cos2 a, temos:
π
0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ cos(2a) = cos2 (a) – sen2 (a)
3
cos(2a) = cos2 (a) – [ 1 – cos2 (a)]
ou cos(2a) = cos2 (a) -1 + cos2 (a)
cos(2a) = 2 · cos2 (a) -1
π 4π Portanto, temos a 1ª variação: cos(2a) = 2 · cos2 (a) -1
+ 2kπ < x < + 2kπ
2 3
b) Substituindo cos2 a = 1 – sen2 a, temos:
ou
cos (2a) = cos2 (a) – sen2 (a)
3π cos (2a) = [1 – sen2 (a)] – sen2 (a)
+ 2kπ < x < 2π + 2kπ
2 cos (2a) = 1 – sen2 (a) – sen2 (a)
cos (2a) =1 – 2 · sen2 (a)
π
S = {x ∈ ℝ/ 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ Portanto, temos a 2ª variação: cos(2a) = 1 – 2 · sen2 (a)
3
ou z Seno de (2a)
tg (a) + tg (b)
tg (a + b) =
FÓRMULAS DE ADIÇÃO DE ARCO: ARCOS DUPLOS, 1 - tg (a) ·tg (b)
ARCO METADE E TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO Fazendo b = a, temos:
cos(2a) = 2 · cos2(a) - 1
z Cosseno de (2a)
sen b 2 l 1 - cos x
x
tg b 2 l = b l
x x 2
3π
x → tg 2 =
Como π < x <
2
, x ∈ 3ºQ, logo o sen x é negativo. cos b 2 l 1 + cos x
2
3
Portanto, sen x = - 5 (II) 1 - cos x
tg b x l = 2 → tg b 2 l =
x 1 - cos x
De I e II, vem que: 2 1 + cos x 1 + cos x
2
→ cosx 3 · senx → cosx 3 · b - 5 l → cosx= - 5
4·senx 4 4 3 4
cosx =
tg b 2 l = !
3 x 1 - cos x x π
, (Para 2 ≠ +kπ, k ∈ ℤ)
1 + cos x l 2
Com os valores de senx e cos x, vamos encontrar
sen(2x): Logo, temos as seguintes fórmulas para Arcos
Metade:
sen(2x) = 2 · sen(x) · cos(x)
sen(2x) = 2 · b - 5 l · b - 5 l FÓRMULAS DE ARCO METADE
3 4
sen(2x) = 2 · b 25 l
12
sen b 2 l = !
x 1 - cos x
24
sen(2x) = 25 2
sen² b 2 l =
x 1 - cos x
cos p + cos q = 2 · cos c m · cos c m
p+q p-q
2 2 2
sen² b 2 l = ±
x 1 - cos x
MATEMÁTICA
tg3x + tg2x =
sen (3x + 2x)
=
sen (5x)
cos 3x · cos 2x cos 3x · cos 2x
sen x = -
1
2
→ sen x = sen π - (
π
6
)→ x = 5π
6
π α = β + 2kπ
z sen α = sen β = sen
5 ou → α = ± β + 2kπ
cos α = cos β →
α = -β + 2kπ
π
x= + 2kπ
5
Exemplos: Vamos resolver as seguintes equações:
π ou
sen x = sen →
5
2
z cos x =
π 4π 2
x = (π - ) + 2kπ = + 2kπ
5 5
2 π π
cos x = → cos x = cos →x=
2 3 3
π 4π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = = 2kπ}
5 5 π
56 Logo: S = {x ∈ ℝ/x = ± + 2kπ}
3
z cos²x + cosx = 0 Sendo que, para n=0 ou n=1, temos que os fatoriais
são, respectivamente, 1! = 1 e 0! = 1.
cos²x + cos x = 0 → cos x · (cos x + 1) = 0
O cálculo do fatorial de n=5 é 5! ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120,
mas quando esse n tende a ser grande o cálculo do fato-
rial torna-se mais trabalhoso como para n=12, 12! = 12
cos x = 0 → cos x = cos ( π2 + 2kπ ) ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 479001600. Nesses casos podemos
ou simplificar e usar em algumas operações essa simplifica-
ção para facilitar o cálculo. Assim, temos o fatorial para
cos x +1 = 0 → cos x = -1 → cos x = cos (π + 2kπ) n=12, 12! = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... 3 ∙ 2 ∙ 1 = 12 ∙ 11!, generalizando
temos:
(n + 1) != (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙3 ∙ 2 ∙ 1 = (n +1) ∙ n!
π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = π + 2kπ}
2
(n + 1)!
Resolução de uma equação tg α = tg β Nesse sentido, a razão simplificada fica:
(n – 1)!
Para resolver a equação tg α = tg β, utilizamos a
seguinte relação: (n + 1)! (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1)!
= = (n + 1) ∙ n = n² +n
(n – 1)! (n – 1)!
α = β + 2kπ
ou → α = β + kπ
tg α = tg β → Com n ∈ ℕ temos que aplicando essa ideia na razão
α = (β + π) + 2kπ
13!
temos:
11!
Exemplos: Vamos resolver as seguintes equações:
z tg x = - 3
13! 13 ∙ 12 ∙ 11!
= = 13 ∙ 12 = 156
11! 11!
2π 2π
tg x = - 3 → tgx = tg →x=
3 3 PRINCÍPIOS MULTIPLICATIVO E ADITIVO DA
CONTAGEM
2π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + kπ} O princípio multiplicativo, também conhecido
3
z tg x + cotg x = 2 como o princípio fundamental da contagem, é defi-
nido em duas situações diferentes, sendo a primeira
1 quando se deseja fazer a contagem da combinação
tg x + cotg x = 2 → tg x + tg x = 2
de elementos entre dois ou mais conjuntos, ou seja,
tg²x + 1 = 2tg x → tg² x - 2tg x + 1 = 0 cruzamento todos com todos. A segunda é quando se
quer contar elementos dessas combinações, mas res-
-(-2) ± √(-2)² - · 4 · 1 ·1 2 ± √4 - 4 2±0 tringindo elementos a serem combinados.
tg x = = = =1
2·1 2 2 Na primeira situação podemos inicialmente traba-
lhar com dois conjuntos A e B, sendo, A = {a₁,a₂, ⋯, am}
com m elementos e B = {b1, b2, ⋯, bn}com n elementos.
Com isso, podemos formar da combinação de A com B
π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + kπ} uma quantidade m ∙ n (princípio multiplicativo) de
4
pares ordenados (ai, bj) com ai ∈ A e bj ∈ B. Podemos
visualizar melhor descrevendo tal combinação em
forma de diagrama de árvore:
CONTAGEM E ANÁLISE
COMBINATÓRIA
FATORIAL, DEFINIÇÃO E OPERAÇÕES
MATEMÁTICA
n! = n ∙ (n – 1) ∙ (n – 2) ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1, para n ≥ 2. 57
(a1, b1), ⋯ ,(a1, bn) → n pares
(a2, b1), ⋯ ,(a2, bn) → n pares
∙
m linhas ∙
∙
A = {a₁, a₂, a₃, a₄} e B = {b₁, b₂, b₃, b₄, b₅} Voltando ao exemplo do início da seção temos o
conjunto B, com a lei de formação sendo, um conjunto
(a1, b1), ⋯ ,(a1, b5) → 5 pares
finito de números de três algarismos distintos formado
(a2, b1), ⋯ ,(a2, b5) → 5 pares pelos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Para numerar todos ele-
mentos de B, n(B)=?, B={123, 124, 125, ..., 876}, por ser
4 linhas ∙ muito grande esse conjunto é necessário utilizar uma
∙ técnica de contagem. Aqui podemos usar o princípio
∙
da multiplicação, com o caso de restrição, onde para
serem elementos distintos, o que aparecer no primeiro
(a4, b1), ⋯ ,(a4, b5) → 5 pares algarismo não pode aparecer no segundo, nem no ter-
5 + 5 + ⋯ + 5 = 4 ∙ 5 = 20 ceiro, ou seja, o número 111 não é elemento de B:
Assim, são 20 formas diferentes de chegar ao Rio de A = {a₁, a₂, a₃, a₄, a₅, a₆, a₇, a₈} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Janeiro, saindo de Brasília e passando por Belo Horizonte. → B = {123, 124, 125, ⋯, 876}
Generalizando o princípio multiplicativo para (a1, a2, a3), ⋯ ,(a1, a7, a8) → 7 ∙ 6pares (prin-
qualquer quantidade de conjuntos temos: cípio multiplicativo)
(a2, a1, a3), ⋯ ,(a2, a7, a8) → 7 ∙ 6pares
A = {a₁, a₂, ⋯, an₁} n(A) = n₁ 8 linhas ∙
B = {b₁, b₂, ⋯, bn₂} n(B) = n₂ ∙
∙
∙
∙ (a8, a1, a2), ⋯ ,(a8, a7, a6) → 7 ∙ 6pares
∙
7 ∙ 6+7 ∙ 6+ ⋯ +7 ∙ 6=8 ∙ 7 ∙ 6 = 336
Z = {z₁, z₂, ⋯, zn } n(Z) = nr
r
Assim, são 336 números distintos formados por
três algarismos distintos com os dígitos de 1 a 8.
Então a quantidade de r-uplas, ou sequência de r Generalizando então o princípio multiplicativo,
elementos, do tipo (ai, bj, ⋯, zp), onde ai ∈ A, bj ∈ B, ..., zp, com restrição para elementos distintos, para qualquer
∈ Z é n1 ∙ n2 ∙ ... ∙ nr (princípio multiplicativo). quantidade de elementos temos:
Agora para a segunda situação podemos inicial-
mente trabalhar com um conjunto A, A = {a1, a2, ⋯, am} Se A = {a₁, a₂, ⋯, am}, n(A) = m
com m elementos. Com isso, podemos formar da com- com sequências do tipo: (ai,al, ⋯,aj, ⋯,ak)
binação de A com A tais que, ai ∈ A e aj ∈ A, sendo ai ≠ r elementos
aj (i ≠j) a quantidade m ∙ (m – 1) (princípio multiplica-
tivo, com restrição de elementos no par ordenado)
de pares ordenados (ai, aj) com ai ∈ A e aj ∈ A. Podemos
visualizar melhor descrevendo tal combinação em a quantidade de sequência é: m ∙ (m – 1) ∙ (m – 2) ∙ ... ∙
58 forma de diagrama de árvore: [m – (r –1)]
Então a quantidade de r-uplas, ou sequência de r de números de três algarismos distintos, formado
elementos, formados com elementos distintos dois a pelos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, enumerando todos
dois, é m ∙ (m – 1) ∙ ... ∙ [m – (r – 1)] (princípio multipli- os elementos de B, n(B)=?, B={123, 124, 125, ..., 876},
cativo), onde a1 ∈ A ∀i ∈ {1, 2, ⋯, m} e a1 ≠ ap para i ≠ p. feito com princípio multiplicativo, temos o resultado
Até o momento vimos técnicas de contagem envol- n(B)=336; agora usando a definição de arranjo sem
vendo o princípio multiplicativo, já o princípio adi- repetição temos:
tivo é empregado em situações em que se deseja a
união entre conjuntos de resultados possíveis, onde
n! 8! 8! 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
em cada um deles a contagem será feita utilizando o An,r = à A8,3 = = = =
princípio da multiplicação e pôr fim a soma deles dará (n – r)! (8 – 3)! 5! 5!
o resultado final do número de elementos da união
desses conjuntos de interesse. Por exemplo, qual a 8 ∙ 7 ∙ 6 = 336
quantidade de números inteiros positivos abaixo de
1000, formado pelos dígitos {1, 2, 3}. Note que não foi Note que a solução usando o princípio fundamen-
informada a quantidade de algarismos que devem ter tal da contagem (multiplicativo) foi exatamente o
esses números inteiros, assim eles podem ser conjun- mesmo que usando a definição de arranjo, veja ainda
to de números de 1 algarismo ou números de 2 alga- que a fórmula do arranjo no final caiu no princípio
rismos ou ainda número de 3 algarismos. Não entram multiplicativo.
números de 4 algarismos pois eles devem estar abaixo Para exemplificar o arranjo com repetição pode-
de 1000. Para resolver esse problema, iremos utili- mos usar o problema de sorteio com urnas, onde o
zar primeiro o princípio multiplicativo e logo após o número sorteado é reposto na urna e pode ser sor-
princípio da adição, onde somaremos os resultados de teado novamente, ou seja, com reposição (repetição).
cada um dos possíveis conjuntos de números em rela- Seja nesse contexto uma urna com os números 1, 2
ção ao seus algarismos. Onde temos OU entenda como e 3, e em seguida um número é sorteado, reposto na
SOMA (princípio aditivo), assim temos: urna, e o segundo número é sorteado. Quantas for-
mas possíveis de sequências de números podem ser
1algarismo: três possíveis: 1,2,3; observadas? Assim, usando a definição de arranjo
com repetição temos:
2algarismo: 3 ∙ 3 =9 possíveis (princípio multiplicativo);
3algarismos: 3 ∙ 3 ∙ 3=27 possíveis(princípio multiplicativo); ARn, r = nr à AR3, 2 = 32 = 9
A união:3+9+27=39 casos (princípio aditivo) Logo, temos nove pares possíveis de números
ARRANJOS, COMBINAÇÕES E PERMUTAÇÕES sorteados.
Na mesma definição de arranjo, se as r-upla ordena- de ordem distintas, são iguais. Logo, essa contagem
das são formadas por elementos de N não necessariamen- pode ser feita a partir da combinação:
te distintos, temos a definição de arranjo com repetição:
15 ∙ 14 ∙ 13 ∙ 12! 15 ∙ 14 ∙ 13
Então, no exemplo do início da seção em que o con- = = 455 .
junto B, com a lei de formação é um conjunto finito 3!12! 3∙2∙1 59
Caso usássemos no exemplo anterior a ideia de
arranjo teríamos um número bem maior de elemen- PROBABILIDADE
tos, visto que a ordem importa no arranjo. Sendo
assim, o arranjo contaria como diferentes aqueles EXPERIMENTO ALEATÓRIO
subconjuntos que a combinação define como iguais.
Logo, a escolha correta da técnica (arranjo ou combi- O conceito de experimento aleatório é extrema-
nação) para a condição definida é essencial! mente importante. Este representa a realização de
uma experiência ou experimento que gera resultados
n! 15! 15! incertos. Assim, denominamos de experimento aleató-
An, r = à A15,3 = = = rio todo fenômeno ou ação que geralmente pode ser
(n – r)! (15 – 3)! 12!
repetido indefinidamente sob mesmas condições e cujo
15 ∙ 14 ∙ 13 ∙ 12! resultado é aleatório ou incerto. Por exemplo, quando
= 15 ∙ 14 ∙ 13 = 2730 . lançamos uma moeda, uma única vez, estamos gerando
12!
um experimento aleatório, cujos possíveis resultados
são conhecidos, cara ou coroa, mas até que a moeda
pare de girar o seu resultado final ainda é incerto.
Permutação
EXPERIMENTO AMOSTRAL
Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯, an},
chamamos de permutação dos n elementos a todo Outro conceito importante é o de espaço amos-
arranjo onde r=n. Denotado por: tral. Em um experimento aleatório gerado, sabemos
quais resultados possíveis de acontecer, e a todos
esses resultados de um experimento aleatório damos
n! n! n!
An, n = = = = n! = Pn o nome de espaço amostral e denotamos ele com uma
(n – n)! 0! 1 letra grega (Ω). Assim, no lançamento de um dado de
seis faces, o espaço amostral é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Já
Se liga! no lançamento de uma moeda, o espaço amostral é
definido como sendo Ω = {cara, coroa}. Na linha de
A permutação é um caso particular do arranjo, produção de uma indústria faz-se a inspeção dos equi-
em que se queira combinar todos elementos. pamentos construídos, contando o número de defei-
tos, seu espaço amostral é Ω = {0, 1, 2, 3, ...}.
Assim, a permutação de um conjunto N = {1, 2, 3},
são todos os arranjos constituídos dos 3 elementos, ou ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO
seja, {123,132,213,231,312,321}. Calculado o número de
n (evento)
permutações temos então Pn = n! à P3 = 3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6. Probabilidade do Evento =
n (espaço amostral)
Em situações que envolvam condições de con-
tagem, como em anagramas de palavras, em que o Na fórmula anterior, n (evento) é o número de
conjunto N = {a1, a2, ⋯, an} de n elementos, irão existir elementos do subconjunto evento, isto é, o número de
alguns elementos iguais, ai = ajcom i ≠ j. Neste caso, uti- resultados favoráveis, e n (espaço amostral) é o número
liza-se a técnica de permutação com elementos repeti-
total de resultados possíveis no experimento aleatório.
dos, de forma geral temos:
Por isso, costumamos dizer também que:
n! 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! Importante!
Pnn₁, n₂ = à P105,3 = = =
n1!n2! 5!3! 5!3! Se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1.
10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 Se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤
= 5040 100%.
60 3∙2∙1
PROBABILIDADE EM ESPAÇOS AMOSTRAIS
EQUIPROVÁVEIS n(A)
P(A) =
n(Ω)
Seja um processo aleatório, com um espaço amos-
tral definido e conhecido todos seus eventos ou resul- Em que n(A) é o número de eventos ou resultados
tados possíveis, podemos definir a probabilidade de
favoráveis, e n(Ω) é o número de eventos ou resulta-
um evento de interesse de duas formas: definição fre-
quentista e definição clássica. dos do espaço amostral.
De acordo com a definição frequentista, se um Assim, qual seria a probabilidade de se retirar
evento de probabilidade p for observado repetidamen- uma carta de ouros de um baralho honesto? Fazemos
te ao longo de realizações independentes, a relação da isso usando a definição clássica de probabilidade, se
frequência observada desse evento ao número total um baralho honesto tem 13 cartas do naipe ouros
das repetições converge para p enquanto o número das (evento A) e o total de cartas do baralho é 52 (espaço
repetições se torna arbitrariamente grande. Dizendo amostral), então a chance de uma carta de ouros ser
com outras palavras e colocando no contexto da cons- tirada ao acaso é:
trução de histogramas, pode-se entender que quando n
→ ∞, as frequências das classes tendem a se estabilizar.
Para exemplificar essa definição frequentista, se n(A) 13 1
tomarmos uma moeda honesta e realizarmos o experi- P(A) = = = ou 25%
mento de lançar essa moeda, qual seria a probabilida- n(Ω) 52 4
de de sair cara? Todos irão responder intuitivamente
que é 50%. Isto é intuitivo devido à lei dos grandes PROBABILIDADE DA UNIÃO DE DOIS EVENTOS
números. Mas, pela definição frequentista faríamos o
lançamento dessa moeda, por exemplo, 1000 vezes, e A operação com eventos é semelhante a operações
plotaríamos em um gráfico o número de lançamen- com conjuntos. A seguir apresentaremos o Diagrama
tos versus a frequência relativa de caras (número de de Venn para ilustrarmos algumas propriedades:
caras/números de lançamentos).
Note que (Figura 1), quanto maior o n (número de
lançamentos) mais a frequência relativa tende a se
estabilizar em 50%, que seria a resposta da probabi-
lidade de sair cara, feita anteriormente e respondida
intuitivamente. Ou seja, a probabilidade do evento A
ocorrer na definição frequentista é:
m
P(A) = lim 𝑓rA = lim
n→∞ n→∞ n
Figura 2. Diagrama de Venn.
z Intersecção (∩): A ∩ B = B ∩ A
Figura 1. Simulação do lançamento de uma moeda honesta 1000
MATEMÁTICA
P(A ∩ B)
P(B | A) = , P(A) > 0
P(A)
P(AC) = 1 – P(A)
Agora, vamos determinar P(A), P(B) e P(A ∩ B):
É Importante saber que, Se A e B são conjuntos mutua-
mente exclusivos (disjuntos), então A ∩ B = Փ. Assim, a n ( n(A)
A) 3 1 3 1
probabilidade de A intersecção com B é P(A ∩ B). ( A)==
P P(A) = =
n (Ω ) 6 = 26
n(Ω)
=
2
n(B ) = 3 = 13
n(B)
1 P ( A ∩ B)
( )=
P P(B)
B = = = ⇒ P ( |BA)
⇒ P(B | A=) =
n (Ω ) 6 26
n(Ω) 2 P ( A)
n(A n∩(B)
A ∩ B )2 2 11
P∩
P(A ( AB)∩= B ) = = == =
n(Ω)n ( Ω ) 6 6 33
P(A ∩ B) 1/3 1 2 2
= = · =
P(A) 1/2 3 1 3
PROBABILIDADE CONDICIONAL
Portanto, a probabilidade de que a face superior
Nem sempre estamos falando de espaço amostral do dado seja maior ou igual a 4 sabendo que ela é par
em que os eventos são independentes, logo para tra- é de 2/3.
balharmos em situações em que um evento interfe-
re na probabilidade de ocorrência de outro evento, PROPRIEDADE DAS PROBABILIDADES
usamos a teoria de probabilidade condicional. Assim,
pelo teorema da probabilidade condicional, temos Axiomas de Probabilidade
que a probabilidade do evento A em relação ao even-
to B é dada por: z Axioma 1: A probabilidade de um certo evento
ocorrer corresponde a um número não negativo.
P(A ∩ B)
P(A | B) = , P(B) > 0 P(A) ≥ 0
P(B)
z Axioma 2: A probabilidade de ocorrer todo o espa-
Caso se esteja interessado na probabilidade condi-
ço amostral é igual a um.
cional do evento B em relação ao evento A, tem-se:
P(Ω) = 1
P(A ∩ B)
P(B | A) = , P(A) > 0
P(A) Baseado no Axioma 1 e no Axioma 2 segue-se que
0 ≤P(A) ≤ 1.
Se os eventos são independentes, então a probabi-
lidade do evento A acontecer, sabendo que o evento B Teoremas
já ocorreu, não altera e tem-se então: P(A | B) = P(A).
Daí, temos que a independência entre dois eventos z Teorema 1: A probabilidade de um evento impossí-
pode ser verificada a partir da igualdade: P(A ∩ B) = vel ocorrer é P(Փ) = 0.
P(A) × P(B). A prova é feita simplesmente substituindo
62 P(A) no teorema da probabilidade condicional. Demonstração:
Seja Ω o espaço amostral de um processo aleatório. R . Ad .
Sabe-se que Ω = Ω + Փ, então aplicando a função pro- P(A) = P[(A – B)∪(A ∩ B)] = P(A – B) + P(A ∩ B)
babilidade de ambos os lados se têm: P(A – B) = P(A) – P(A ∩ B)
[ ][ ][ ]
Com probabilidade de A ganhar sendo p e probabi-
lidade de A perder sendo q. 4 –1 2 ∙ 4 2 ∙ (– 1) 8 –2
Uma grande quantidade de problemas que envol- 2. 0 5 = 2 ∙ 0 2 ∙ 5 = 0 10
3 √2 2 ∙ 3 2 ∙ √2 6 2 ∙ √2
vem cálculo de probabilidades pode apresentar exa-
tamente as mesmas características do problema
Propriedades do Produto de um Número por uma
descrito, o que leva à construção de um modelo esta-
tístico teórico, conhecido também como distribuição Matriz
Binomial.
Esse tipo de problema pode ser resolvido direta- O produto de um número por uma matriz admite
mente pelo experimento Binomial ou distribuição as seguintes propriedades:
Binomial, onde determina-se a probabilidade de se
obterem k sucessos em n tentativas. Para isso, temos a z a · (b · A) = (a · b) · A
função de probabilidade dada por: z a · (A + B) = a . A + a · B
z (a + b) · A = a · A + b · A
64 P(X = k) = Ckn· pk · qn – k, z 1·A=A
PRODUTO DE MATRIZES Exemplo:
[ ] [ ]
1
2 4 2 1 –2 T X
∙ 0 5
–1 –3 5 4 0
RS W V
2x3 2x3 SS- 1 3 2W
WW
logo a Mt = SS 2 1 W , e o det Mt = - 10
[ ]
4
2∙1+4∙0+2∙4 2 (– 2) + 4 ∙ 5 + 2 ∙ 0 SS W
(– 1) ∙ 1 + (– 3) ∙ 0 + 5 ∙ 4 (– 1) ∙ (– 2) + (– 3) ∙ 5 + 5 ∙ 0 S0 -6 - 2WW
T X
[ 1019 16
– 13 ]
2x2
MATRIZ INVERSA
[ ]
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos
1
–2 ∙ [ 3 –5 4 0 ] que A é uma matriz invertível se existir uma matriz
12
1x4
A-1 tal que A · A-1 = A-1 · A = In, onde In é a matriz identi-
3x1
dade de ordem n.
1∙3 1 ∙ (– 5) 1∙4 1∙0
[ ]
Observações: Se A não é invertível, dizemos que A
(– 2) é uma matriz singular.
(– 2) ∙ 3 (– 2) ∙ (– 5) (– 2) ∙ 4
∙0 Se A é invertível, então é única a matriz A-1.
12 ∙ 3 12 ∙ (– 5) 12 ∙ 4 12 ∙ 0
Exemplos:
[ ] [ ] [ ]
3 –5 4 0
– 6 10 – 8 0 A matriz A = 1 3 é inversível e A– 1 = 7 – 3
2 7 –2 1
36 –60 48 0 , pois
3x4
[ 21 73 ] ∙ [ –72 –13 ]
[ 5 –3 1
0 3 –2 ] 3x2
∙
[ ]
1
–1
10 3x1
A ∙ A– 1 =
[ 21 ∙∙ 77 ++ 37 ∙∙ (–(– 2)2) 1 ∙ (– 3) + 3 ∙ 1
] = [ 01 0
] =I
2 ∙ (– 3) + 7 ∙ 1 1 2
[ 5 ∙ 1 + (– 3) ∙ (– 1) + 1 ∙ 10 = 18
0 ∙ 1 + 3 ∙ (– 1) + (– 2) ∙ 10 ] [ ]
– 23 1x2
A ∙ A– 1 = [ –72 –3
1 ]∙[ ] 1
2
3
7
Propriedades do Produto de Matrizes
z A ssociativa: (A · B) · C = A · (B · C)
z Distributiva à direita em relação à adição: (A + B) ·
Qual é a inversa da matriz A = [ 02 1
3 ]?
C = A · C + B ·C
z Distributiva à esquerda: C · (A + B) = C· A + C · B
z (k · A) ·B = A · (k · B) = k · (A · B)
Fazendo A-1 = [ ac bd ], temos:
A ∙A= [
c d ] [ 0 3 ] [ 0 1 ]
a b ∙ 2 1 1 0
Observações: É muito importante notar que, em
–1
=
geral, a multiplicação de matrizes não é comutativa, ou
[ ac ∙∙ 22 ++ db ∙∙ 00 ac ∙∙ 11 ++ db ∙∙ 33 ] = [ 01 01 ]
MATEMÁTICA
> H
1
2
- 16
Portanto, A-1 = 1 Se os elementos de uma fila (linha ou coluna) qual-
0 3 quer de uma matriz M de ordem n forem todos nulos,
� Propriedades de uma matriz inversa então det M = 0
RS V
S 3 - 1 4WW
SS W
A matriz inversa admite as seguintes propriedades:
Seja M = SS 0 0 0W
W , o det de M = 0
SS- 3 WW
z ( A-1)-1 = A 5 2W
z (A · B)-1 = B-1 · A-1 T X
z (At)-1 = (A-1)t Multiplicação de uma Fila por uma Constante
Se A e B são matrizes quadradas de ordem n, então Quando o termo independente é nulo, dizemos
det (AB) = det A · det B
que a equação linear é homogênea.
Exemplo:
Exemplos:
Seja A = e o , o det A = 5 e B = e o , o det
3 2 -2 -7
MATEMÁTICA
-1 1 a) 4x + 3y - z = - 1
B = 3, 1 2
Logo, pelo Teorema de Binet, o det (A · B) = det A · b) 2x - y = 3
det B = 5 · 3 = 15 c) - 2x - y + 5z = 0 (Equação linear homogênea)
Observação: decorre a seguinte relação do Teore-
ma de Binet: Não são equações lineares as equações abaixo:
1 a) x2 + y - z3 = 3
det A–1 = b) xy - 5z = -7
det A
c) x - 2y + √z = 3 67
SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES padrão da sequência é o seu principal objetivo, pois
nas questões sobre sequências / raciocínio sequencial,
Denominamos sistema linear o conjunto de duas você será apresentado a um conjunto de dados dispos-
ou mais equações lineares com n incógnitas. tos de acordo com alguma “regra” implícita, alguma
lógica de formação. O desafio é exatamente descobrir
Exemplos: essa “regra” para, com isso, encontrar outros termos
{ 4x - y = 2
x + 7y = 1
daquela mesma sequência.
{
A primeira pergunta que podemos fazer para
- 3x + 2y - z = - 1 achar a lei de formação é: os números estão aumen-
tando ou diminuindo?
x + y - 5z = 3
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
2x - 5y + 2z = 4 operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Nesse caso, temos um sistema linear de três incóg- Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8, ... Do
nitas, sendo elas x, y e z. O -1, e o 4 são os termos inde- primeiro termo para o segundo somamos o número
pendentes desse sistema. dois e depois repetimos isso.
Um sistema linear de m equações com n incógni-
tas, indicado por m · n (lemos “m por n”), pode ser 2+2 = 4
{
representado por um conjunto de equações do tipo: 4+2 = 6
6+2 = 8
a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c1
Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
a21x1 + a22x2 + a23x3 + . . . + a2nxn = c2 pois 8+2 = 10.
S a31x1 + a32x2 + a33x3 + . . . + a3nxn = c3 Caso os números estejam diminuindo, você pode
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
entre os termos.
am1x1 + am2x2 + am3x3 + . . . + amnxn = cm
Agora observe esta outra sequência:
Note que, pela definição do produto de matrizes,
o sistema linear genérico acima pode ser escrito na 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
][ ] [ ]
forma matricial da seguinte maneira:
[
Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem
a dizer que o próximo termo é o 15. Mesmo tendo per-
a11 a12 a13 ... a1n x1 c1
cebido que o 9 NÃO está na sequência, a nossa tendên-
a21 a22 a23 ... a2n x2 c2 cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
a31 a32 a33 ... a3n x3 = c3 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encontra-
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ ∙ ∙ do deve ser capaz de explicar toda a sequência! Neste
caso, estamos diante dos números primos! Sim, aque-
am1 am2 am3 ... amn xn cn les números que só podem ser divididos por eles mes-
mos ou então pelo número 1. No caso, o próximo seria
Exemplos: o 17, e não o 15. A propósito, os próximos números
Escrevendo na forma matricial os dois exemplos primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
anteriores, temos:
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS: TERMO GERAL,
{ x4x+ -7yy == 21 ⇒ [ 1 ] ∙ [ y ] = [1 ]
4 -1 x 2 SOMA DOS TERMOS E PROPRIEDADES
7
Uma progressão aritmética é aquela em que os
{ [ ][][ ]
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons-
- 3x + 2y - z = - 1 -3 2 -1 x -1 tante, normalmente representada pela letra r.
x + y - 5z = 3 ⇒ 1 1 -5 ∙ y = 3 Termo inicial: valor do primeiro número que
2x - 5y + 2z = 4 2 -5 2 z 4 compõe a sequência;
Razão: regra que permite, a partir de um termo,
obter o seguinte.
Observe o exemplo abaixo:
Sn =
2 a5 = 2 × 25-1
a5 = 2 × 24
7 # (1 + 13)
S7 = a5 = 2 × 16
2
a5 = 32
7 # 14
S7 =
2 Soma do Primeiro ao n-ésimo Termo da PG
98
S7 = = 49 A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
2
primeiros termos da progressão geométrica: 69
n Temos ainda algumas proposições ou postulados
a1 # (q - 1)
Sn = relacionando ponto, reta e plano:
q-1
Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a soma z Postulado da existência: existe reta e numa reta
dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8, 16, 32...} infinitos pontos; existe plano e num plano há infi-
4
2 # (2 - 1) nitos pontos.
S4 =
2-1 z Postulado da determinação: dois pontos distintos
#
2 (16 - 1) determinam uma única reta que passa por eles;
S4 = 1 três pontos não colineares determinam um único
2 # 15 plano que passa por eles.
S4 = 1 z Postulado da inclusão: se uma reta tem dois pontos
S4 = 30 distintos num plano, então ela está contida no plano.
z Retas concorrentes: duas retas são concorren-
Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão tes se, e somente se, elas têm um único ponto em
Geométrica comum.
z Retas paralelas: duas retas são paralelas se, e
Suponha que você corra 1000 metros, depois, somente se, ou são coincidentes ou são coplanares
você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros e não tem ponto comum.
e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
z O plano pode ser determinado por três pontos
correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
não colineares, por uma reta e um ponto, por duas
Observe que o que temos é exatamente uma progres-
são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente. retas concorrentes ou por duas retas paralelas
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q < distintas.
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por- POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RETAS
tanto, substituindo, teremos:
Para falar de posições relativas entre duas retas,
a1 # (0 - 1) primeiramente definiremos retas reversas, assim
S∞ =
q-1 sejam duas retas, estas são chamadas de retas rever-
a1 sas quando não existe um plano que as contenha.
S∞ = Agora podemos definir as posições relativas entre
q-1
duas retas, então, sejam duas retas r e s distintas,
em relação a posição relativas entre essas duas retas,
Se liga! temos que ou elas são concorrentes, ou paralelas ou
Em uma progressão geométrica, o quadrado do reversas. Assim podemos ter o seguinte esquema:
termo do meio é igual ao produto dos extremos.
{a1, a2, a3} (a2)2 = a1 × a3
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
rr ees com
srcom ponto
eponto
s com em→comum
ponto
em comum em comum→ r→ e srconcorrent
r e s concorrentes e s concor
r e srrcoplanares
ees coplanares
s coplanares
82 = 4 × 16 rr eessem
srsem ponto
eponto
s sem em →comum
ponto
em comum em
r e scomum → r→
paralelas e srparalelas
e s paralel
64 = 64. r e srrreversas
ees reversas
s reversas
Uma reta e um plano são perpendiculares se, e Figura 25. Exemplo reta e plano perpendiculares (a); retas
somente se, eles têm um único ponto em comum e a perpendiculares (b) e planos perpendiculares (c).
reta seja perpendicular a todas as retas do plano que
passam por esse ponto comum, como pode ser obser- PROJEÇÃO ORTOGONAL
vado na Figura 25a. Caso a reta seja concorrente a
todos as retas do plano, dizemos então que a reta é Chama-se projeção ortogonal de um ponto sobre o
plano, o pé da perpendicular ao plano, conduzida pelo
oblíqua ao plano. Se uma reta é perpendicular a um
ponto. O plano é dito plano de projeção e a reta é a reta
plano, então ela forma ângulo reto com qualquer reta projetante do ponto. Chama-se projeção ortogonal de
do plano. Assim, podemos dizer que se uma reta é per- uma figura sobre um plano, ao conjunto das projeções
pendicular a duas retas concorrentes do plano, então ortogonais dos pontos dessa figura sobre o plano. Com
MATEMÁTICA
ela é perpendicular ao plano. Duas retas são perpen- base nessas definições temos também que: se a reta é
diculares, quando as retas são reversas e formam um perpendicular ao plano, sua projeção ortogonal sobre o
ângulo reto, são chamadas ainda de retas ortogonais, plano é traço da reta no plano; se a reta r não é perpen-
dicular ao plano α, então a projeção ortogonal dessa reta
como vemos na Figura 25b. Um plano α é perpendicu-
ao plano α é feita pela projeção do plano β em que a reta
lar a um plano β se, e somente se, α contém uma reta r está contida. Chama-se projeção ortogonal sobre um
perpendicular ao plano β (Figura 25c), ou seja, o plano plano α de um segmento de reta AB contida numa reta
β contém uma reta r que é perpendicular a uma reta não perpendicular a α, ao segmento A’ B’ onde A’ é pro-
s do plano α. jeção do ponto A ao plano α e B’ da projeção do ponto B. 71
IEZZI, Gelson et al. Matemática: ciência e aplica-
ções. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v.
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 v.
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2010. 3 v.
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São
(a) Paulo: FTD, 2016. 3 v.
(c)
Base Base
Figura 26. Exemplo de projeções ortogonais: ponto (a); figura (b);
reta (c); reta não perpendicular (d) e segmento de reta (e).
REFERÊNCIAS
V = a · AB · cos α
Importante!
Figura 48. Prisma oblíquo com arestas 3 e 5 e ângulo de 60 graus.
Para calcular a área da base de um prisma,
deve-se levar em conta o formato que cada Ex.: Sejam seus elementos: aresta lateral (a) 5 cm,
prisma vai ter. Por exemplo: se for prisma trian- aresta da base (b) 3 cm, altura da base (m) também 3
gular, calcula-se a área da base com a área do cm pois a base é um quadrado, e altura do prisma (h):
triângulo.
a = 5cm; b = 3cm; m = 3cm; h = ?
Para um prisma reto, as bases podem ser, por Do prisma, tiramos o triângulo retângulo entre a
exemplo, um triângulo ou um quadrado (parale- altura e a aresta lateral, onde a soma dos ângulos é:
logramo), ou seja, a área da base será a área de um
triângulo, que é a metade da base x altura, ou de um α + 60º + 90º = 180º → α = 30º
paralelogramo, cuja área é base x altura. Então, seja
base (b) e altura da base (m), o cálculo da área da base,
área lateral e área total, sendo h a altura do prisma, é: h √3
cos(α) = cos(30º) = → h = 5 · cos(30º) = 5 · cm
5 2
b · m → triângulo b
2f ( x )
= ax + b > 0 → x > − ; AB = b · m = 3 · 3 = 9cm2
a
AB = → paralelogramo (retângulo, quadrado)
b·m
f ( x=) outros b AL = n · b · h = 4 · 3 ·
5√3
= 30√3cm2
ax + b < 0 → x < − ; 2
a
AL = n · b · h → n paralelogramos AT = AL + 2AB = 30√3 + 18 = 6 · (3 + 5√3)cm2
AT = AL + 2AB
b·m (n · b) m
AB = n · =
MATEMÁTICA
2 2
AL = n · b · h → n paralelogramos
(n · b) m
AT = AL + 2AB = n · b · h + 2 = (n · b) (h + m)
2 O tronco do prisma é um sólido formado pelo corte
ou uma secção transversal no plano paralelo à base
Conhecendo os cálculos das áreas do prisma, para do prisma. Esse conjunto de pontos que fica entre a
achar o volume do prisma reto ou regular, basta fazer secção transversal e a base do prisma é o tronco do
o produto da área da base pela altura (h) do prisma: prisma. 73
Dica
Como o prisma tem base e topo com o mesmo
polígono, então a secção transversal vai definir o
tamanho do corte nas arestas ou faces laterais,
assim as áreas e volumes serão menores, mas
com as mesmas fórmulas de cálculos.
1 n · b · m' · h
V= · AB · h =
3 6
Figura 49. Exemplos de Pirâmides, respectivamente, triangular,
quadrangular, pentagonal e hexagonal. O tronco da pirâmide é um sólido formado pelo
corte ou uma secção transversal no plano paralelo à
Uma pirâmide possui uma base formada por um
base da pirâmide. Esse conjunto de pontos que fica
polígono de n lados e n faces laterais (formadas por entre a secção transversal e a base da pirâmide é o
triângulos). Ao todo então são n+1 faces, n arestas late- tronco da pirâmide.
rais, 2n arestas, 2n diedros, n+1 vértices, n+1 ângulos
poliédricos e n triedros. A altura (h) da pirâmide é a
distância entre o vértice e o plano da base.
As pirâmides são classificadas em: regulares ou oblí-
quas. A regular tem a projeção do vértice no centro da base,
já a oblíqua a projeção não fica no centro. Na pirâmide
regular, temos ainda que as arestas laterais são congruen-
tes e as faces laterais são triângulos isósceles congruentes.
À altura da face lateral de uma pirâmide regular, dá-se o
nome de apótema. O apótema da base é a distância entre a
projeção do vértice e o centro da base, até o apótema.
Figura 50. Tronco de pirâmide.
A área lateral de uma pirâmide regular é a soma das
áreas das faces laterais. A área total é a soma da área da
A área do tronco da pirâmide é encontrada soman-
base com a área lateral. Para uma pirâmide regular, as
do a área da base maior, área da base menor e a área
bases podem ser por exemplo um triângulo, um quadra- lateral. O volume é feito subtraindo do volume total
do, ou seja, a área da base será a área de um triângulo da pirâmide o volume da pirâmide menor que foi for-
que é a metade da base x altura e nos paralelogramos mada pela secção transversal, ou seja, o volume da
a área é base x altura. Então seja a aresta da base (b), o pirâmide de base maior menos o volume da pirâmide
apótema da pirâmide (m) e o apótema da base (m’) os de base menor, sendo AB, área da base maior e Ab área
cálculos da área da base, área lateral e área total são: da base menor:
b · m' (n · b) m'
V=V =VVmaior −– V
(H– −h)h
(H )
b·A⋅ +AABbA AA A A
)h − H ( =
A⋅b
menor= + ⋅ ⋅ + +
AB = n · = Vmenor = + √A · A + A
2 2 maior
33
B B B B b bB b 3 r
n·b·m
AL = → n triângulos Da relação de semelhança de triângulos, podem-se
2 fazer algumas relações:
AB = π · r2
AL = 2 · π · r · h
CILINDRO: CONCEITO, ELEMENTOS, AT = AL + 2AB = 2 · π · r · h + 2 · π · r2 = 2 · π · r(h+r)
CLASSIFICAÇÃO, ÁREAS E VOLUMES E TRONCOS
O volume do cilindro é o produto da área da base
Seja um círculo de centro O e raio r em um plano α pela medida da altura:
e um segmento de reta não paralelo e não contido no
plano α, chamamos de cilindro a reunião dos segmen- V = AB · h = π · r2 · h
tos congruentes e paralelos ao segmento de reta com
uma extremidade nos pontos do círculo e a outra na O tronco do cilindro é formado pelo plano que
sua secção circular paralela e distinta, como pode ser intersecta o cilindro obliquamente em todas as gera-
verificado na Figura 50.
trizes, ou seja, um corte oblíquo, formando assim
um tronco de cilindro com duas geratrizes, maior e
menor, o eixo e uma elipse na região do corte.
a
b
h
MATEMÁTICA
g1 g2
E E
r
r
g1 + g 2
E= g1, +cilindro
g2 reto
E2= , cilindro reto
2
AL = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ E Figura 53. Exemplo de Cone.
AL = 2 · π · r · E
π ⋅ r 2 ⋅ ( g1 + gUm
2 ) cone possui uma base formada por uma circun-
Vtronco= =ππ⋅ ·rr22 ⋅· E
Vtronco
cilindro
E → V
reto
cilindro reto
Vtronco = ferência de raio r, geratrizes (g) formadas por segmen-
2
tronco
π · r · (g1 + g2)
2 tos com uma extremidade em um ponto V e a outra nos
= pontos da circunferência da base. A altura do cone é a
2 distância h entre o vértice e o plano da base.
O cone é classificado em: cone oblíquo e cone reto.
Um corte transversal paralelo à base do cilindro, não No primeiro, a reta VO é oblíqua ao plano da base, já
forma um tronco de cilindro, pois o novo sólido conti-
g1 + g 2 nua sendo um cilindro com altura ou geratriz menor. no segundo, a reta VO é perpendicular ao plano da
E= , cilindro reto base. A geratriz de um cone reto também é chamada
2 O volume do cilindro oblíquo de raio g/2 e geratriz de apótema do cone.
g, Figura 52, é dado por:
AL = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ E
h 2 h
retosen ( 60º ) = π ⋅ rh ⋅ ( g1 + g 2 ) = ) º06 ( nes →
Figura 52
→
Figura 52
25arugiF
Vtronco= π ⋅ r ⋅ E →Vsen
2 cilindro
tronco=
(60º)g=
g 2
g Importante!
2 222 22
Secção meridiana de um cone é a interseção do cone
g 2 g2 3 √33 33 √33 3 2
g com um plano que contém a reta VO, assim, a secção
Vcilindro = π ⋅
Vcilindro = π · ⋅ g ⋅ =
·g· π
⋅ g⋅
= g
⋅ π⋅ =
·g ·π ⋅ g ⋅ ⋅ π = ordnilicde
V um cone reto é um triângulo isósceles,
4 meridiana
3
4 4 2 82 88 2 de altura h, com os lados iguais à geratriz e a base 2r.
Quando essa secção meridiana é um triângulo equiláte-
ro, dizemos que o cone é equilátero (h = r√3 ou g = 2r).
Como a superfície lateral de um cone reto é equivalen-
te a um setor circular de raio g e comprimento do arco 2πr,
a área total é a soma da área lateral com a área da base,
sendo a área da base igual à área da circunferência (πr2):
AB = π · r2
AL = π · r · g
AT = AL + AB = π · r · g + π · r2 = π · r (g+r)
Figura 52. Cilindro raio g/2 e geratriz g.
O volume do cone é um terço do produto da área
da base pela medida da altura:
1 1
V= · AB · h = · π · r2 · h
76 3 3
O tronco do cone é um sólido formado pelo corte A∆maior R3 H3
ou uma secção transversal no plano paralelo à base do = =
cone. Esse conjunto de pontos, que fica entre a secção A∆menor r3 h3
transversal e a base do cone, é o tronco do cone.
Ex.: Num tronco de cone, os perímetros das bases são
V 16π cm e 8π cm e a geratriz G = 5cm, Figura 55, os valores
da altura, da área lateral e do volume do tronco são:
PB = 16π = 2π R → R = 8cm;
Pb = 8π = 2πr → r = 4cm;
g G = 5cm;
h B
R H 8 H
= → = → H = 2h;
r h 4 h
k = (H – h) = 2h – h = h;
∆ABC
A¹ r B¹ H h2 + r2 = G2 → h2 = 25 – 16 = 9
O¹ h = 3cm;
H = 2h = 6cm;
AL = π(R+r) G = π(8 + 4) 5 = 60πcm2;
A¹ r B¹ π · (H – h)
O¹ VTronco = · [R2 + R · r + r2]
3
π · (3)
G = · [82 + 8 · 4 + 42] = 112πcm3
3
H-h
R=4
A
O1
R B
A
O G=5
(H-h=k)
(a)
π · (H – h)
VTronco = Vmaior – Vmenor = · [R2 + R · r + r2]
3 O1 r=4 A
caso da pirâmide: C
O B
R=8
R H
=
r h (b)
3+1 4 5–3 2
A C xPM = e = 2 e yPM = = =1
R 2 2 2 2
PM = (2,1)
R a
x1 y1 1
Figura 60. Esfera de raio r circunscrita em um cubo de aresta a.
x2 y2 1 = 0.
No caso da esfera circunscrita ao octaedro regular x3 y3 1
de aresta a, o diâmetro da esfera é igual à diagonal do
octaedro, ou seja, diagonal do quadrado, como pode- Ex.: Assim, mostre que os pontos A(1,3), B(2,5) e
mos observar na Figura 61. Assim, temos que 2r=a√2 o C(49,100) não são colineares!
que implica em r = a√2/2.
x1 y1 1 1 3 1
x2 y2 1 =0→ 2 5 1 =0
x3 y3 1 49 100 1
1 ∙ 5 ∙ 1+3 ∙ 1 ∙ 49+1 ∙ 2 ∙ 100 –1 ∙ 5 ∙ 49 – 3 ∙ 2 ∙ 1–1 ∙ 1 ∙ 100 =
= 5+147+200 – 245 – 6 – 100=352 – 351=1≠0
reduzida:
Dados os pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), o ponto médio
( ) ( )
de AB é dado por:
a c
b≠0→y= – x+ –
b b
x1 + x2 y1 + y2
xPM = e
2 2 a c
→ y = mx + q; m = – eq=–
b b
79
Ex.: Sejam os pontos A(7/2,5/2) e B(-5/2,-7/2),a equa- PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE
ção da reta definida por eles é:
Sejam duas retas (r e s). Para que elas sejam para-
lelas e distintas, não devem ter nenhum ponto em
( )
5 7 5 7 comum, ou seja, a solução do sistema (S) não tem solu-
a = y1 – y2 = – – = + =6 ção. Para isso temos que a relação entre os coeficien-
2 2 2 2 tes das equações são:
{
5 7
b = x2 – x1 = – – = –6 r : a1x+b1y+c1 = 0
2 2 S
( )( )
s : a2x+b2y+c2 = 0
7 7 5 5
c = x1y2 – x2y1 = ∙ – – – ∙ = a1 b1 c1
2 2 2 2 r∩s=Ø→ = ≠
a2 b2 c2
a1 b1 c1 1 2 3
= ≠ → = ≠
a 6 c –6 a2 b2 c2 3 6 1
b≠ 0 → m = – =– = 1;q = – =– = –1
b –6 b –6
Dica
y = mx + q → y = x – 1
Para a reta r:x+2y+3=0 podemos encontrar
Temos ainda a equação da reta passando por um a equação das retas paralelas a r, bastando
que os coeficientes a e b das retas paralelas
ponto P(x0,y0):
a b
sejam proporcionais a 1 e 2, ou seja, = .
(y – y0) = m(x – x0) 1 2
Assim, a reta t:2x+4y+2=0 também é uma reta
paralela a r.
INTERSEÇÃO DE RETAS
Duas retas r e s são ditas perpendiculares se e
Um ponto P(x0,y0) de interseção de duas retas (r e somente se elas formarem entre si um ângulo reto,
s) deve satisfazer as equações de ambas. Assim, resol- mas pode-se também determinar essa perpendicula-
vendo o sistema de equações (S) das retas encontra-se ridade relacionando o coeficiente angular das retas.
Assim, se as equações das retas são dadas por:
o ponto comum às retas.
S
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
{ r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
Então o ponto P(x0,y0) de interseção entre elas é: Se a reta r:y=x+2 é perpendicular à reta s, e saben-
do que a reta s passa pelo ponto (3,2), qual seria a
{
equação da reta s?
r : x+2y – 3=0
{
S
s : 2x+3y – 5=0 r : y = x+2 → m1=1
s : y = m2x+q2
r : x= – 2y+3 [I]
E para serem perpendiculares precisamos satisfa-
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6 zer a equação:
+ 3 y – 5 = 0 → -y + 1 = 0 → y = 1 [II]
r ⟘ s ⟺ m1 ∙ m2 = –1 → 1 ∙ m2 = –1 → m2 = –1
[II]
x= – 2y + 3y →x = – 2(1) + 3 → x = – 2 + 3 → x = 1
Da equação da reta quando se conhece um ponto
80 P(x0,y0)=(1,1) temos:
(y – y0) = m2(x – x0) ax0+by0+c
dP,r =
(y – 2) = –1(x – 3) √a2+b2
y – 2= – x+3
Ex.: Seja o ponto P(-3,-1) e a reta r:3x-4y+8, a distân-
x+y – 5=0
cia entre o ponto e a reta é:
Importante! ax0+by0+c
dP,r =
Quando duas retas são paralelas os coeficientes √a2+b2
angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s
são paralelas então r // s ⟺ m1 = m2. 3 ∙ (–3) – 4 ∙ (–1)+8 –9+4+8 3 3 3
→ dP,r= = = = =
√(3)2+(– 4)2 √9+16 √25 5 5
ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS
Sejam as retas paralelas r e s no plano cartesiano, a
Chamamos de coeficiente angular ou declive de distância entre as retas é a mesma que a distância da
uma reta r, não perpendicular ao eixo das abscissas reta r a um ponto da reta s. Então seja P(x0,y0) perten-
(eixo x), o número real m dado por: cente a reta s, a distância de P(x0,y0) até r é:
{
m = tgα r : ax+by+c1 = 0
P(x0,y0)∈s
y2 – y1 s : ax+by+c2 = 0 → ax0+by0= –c2
A(x1, y1); B(x2, y2) → m =
x2 – x1
ax0+by0 – c2 c1 – c2
a dr,s= =
r : ax + by + c = 0 → m= – √a2+b2 √a2+b2
b
BISSETRIZES DO ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS
Sendo α o ângulo da reta r com o eixo x, na leitura
anti-horário.
Sejam as retas r e s no plano cartesiano, tais que
Se o ângulo é agudo (0º<α<90º) então m é positi-
vo, se é obtuso (90º<α<180º) então m é negativo, se for essas retas determinem dois ângulos opostos pelo vér-
nulo então m também é nulo e se for reto então não tice, assim, as bissetrizes que dividem esses ângulos
se define m. são dada por:
Quando duas retas r e s são concorrentes, pode-
{
mos determinar o ângulo formado entre elas:
r : a1x+b1y+c1 = 0
{
s : a2x+b2y+c2 = 0
r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
a1x+b1y+c1 a2x+b2y+c2
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2 ± =0
√a1 +b2
1
2
√a22+b22
m2 – m1
tgθ =
1 + m1 ∙ m2 Ex.: Sejam as retas r:3x+3y-1=0 e s:2x-2y+1=0 as
equações das retas bissetrizes t1 e t2 são:
Dadas duas retas r e s, o ângulo formado por elas é:
{
3x+3y –1 2x – 2y+1 3x+3y –1 2x – 2y+1
± =0→ ± =0
a1 3 √3 +3
2 2
√2 +(–2)2 2
√18 √8
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3
b1 –1
3x+3y –1 2x – 2y+1
a2 2 → ± =0
s : 2x + y + 3 = 0 → m2 = – =– = –2 3√2 2√2
b2 1
3x+3y – 1 2x – 2y+1
DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA E DISTÂNCIA + =0→
ENTRE DUAS RETAS 3√2 2√2
t2 :
(6x+6y – 2) + (6x – 6y+3)
Seja uma reta r:ax+by+c=0 e um ponto P(x0,y0) no pla- = 0 → 12x+1 = 0
no cartesiano, a distância entre a reta r e o ponto P é: 6√2 81
ÁREA DE UM TRIÂNGULO E INEQUAÇÕES DO
– a2 – 3a+a+3
PRIMEIRO GRAU COM DUAS VARIÁVEIS
{
a 1
1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = – =– =1
b –1
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα
3) E< 0 em r β
x1 y1 1 a a+3 1
1 1
Aδ = ∙ x y 1 = ∙ a–1 a 1
2 2 2
2
x3 y3 1 a+1 a+1 1
1
Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
2
{
2
z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
– 2a = – 2 → a = 1; tos de solução, assim a reta é secante à circunfe-
( )
rência, ou ainda, quando a distância do centro à
3 reta é menor que o raio;
→C 1,
3 2 z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um único
– 2b = – 3 → b = ; ponto, assim a reta é tangente à circunferência, ou ain-
2
da, quando a distância do centro à reta é igual ao raio;
()
2
z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, a solução não
3 3 3 tem ponto comum entre reta e circunferência, assim
(a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = – a reta é exterior à circunferência, ou ainda, quando a
2 2 2
distância do centro à reta é maior que ao raio.
9 3 19 √19
1+ – r2 = – → r2 = →r=
4 2 4 2
{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0
{
entre elas e suas interseção?
–2a = 2 → a = –1;
{
→ C (–1, –1)
–2b = 2 → b = –1; r : 3x+2y+17 = 0
S
a2+b2 – r2 = –2 → 1+1 – r2 = –2 → r2 = 4 →r = 2 λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0
( )
z Circunferências concêntricas, a distância entre os
2
S (I)
17 2 centros é zero, d = 0.
λ : x +y +6x+8y+12 = 0
2 2 → – – y +y2+6
3 3
( –
17
3
–
2
3 )
y +8y+12=0
17 2
y1 = –7 → x1 = – – ∙ (–7) = –1
3 3
17 2
y2 = –1 → x2 = – – ∙ (–1) = –5
3 3
Da mesma forma podemos encontrar a interseção Ex.: Dada duas circunferências, qual a posição
entre duas circunferências, bastando encontrar o relativa entre elas?
ponto P(x,y) que pertença ao mesmo tempo às duas
{
circunferências, ou seja, a solução do sistema:
λ1 : x2 + y2 = 36
S
{
λ2 : x2 + y2 – 6x – 8y+21=0
λ1 : (x – a1)2+(y – b1)2 = r12
S
λ2 : (x – a2)2+(y – b2)2 = r22 Primeiro definimos o centro e o raio de cada uma
delas:
E a partir da comparação entre a distância entre os
centros das circunferências e a soma dos raios pode- λ1 : x2 + y2 – 36 = 0
{
mos ter seis posições relativas entre elas. Então seja a
–2a1 = 0 → a1 = 0;
distância entre os centros C1 e C2: λ1 → C1(0, 0)
–2b1 = 0 → b1 = 0;
d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2 a12+b12 – r12 = –36 → 0+0 – r12 = –36 → r1 = 6
{
centros é maior que a soma dos raios, d>r1+r2; –2a2 = –6 → a2 = 3;
z Circunferências tangentes exteriormente, a distân- λ2 → C2(3, 4)
cia entre os centros é igual à soma dos raios, d=r1+r2; –2b2 = –8 → b2 = 4;
z Circunferências tangentes interiores, a distância a22+b22 – r22 = 21 → 9+16 – r22 = 21 → r2 = 2
entre os centros é igual ao módulo da diferença
dos raios, d=|r1 – r2|; Agora calculamos a distância entre os centros e
z Circunferências secantes, a distância entre os cen- comparamos com a soma ou diferença entre os raios:
tros está entre o módulo da diferença dos raios e a
84 soma dos raios, |r1 – r2|<d<r1+r2; d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2 = √(0 – 3)2 + (0 – 4)2
= √9+16 = √25 = 5;
a – x0
r1 + r2 = 6 + 2 =8; y – y0 = (x – x0)
y0 – b ;
|r1 – r2| = |6 – 2| = 4;
z Quando o ponto está externo à circunferência:
4 < 5 < 8 → |r1 – r2| < d < r1+r2 → secantes.
ma – b+(y0 – mx0)
Logo, as circunferências são secantes, com dois = r, y – y0 = mi(x – x0);
pontos de intersecção. √m2 + 1
{
por Ax+By+C=0, para que as retas sejam paralelas entre si,
os valores de A e B para todas as retas são iguais ou propor- –2a = –4 → a = 2;
cionais, e o valor de C irá mudar em cada reta, ou seja, para λ → C(2, 0)
–2b = 0 → b = 0;
cada valor de C nos números reais, temos novas retas que
serão paralelas à reta original. a2 + b2 – r2 = –5 → (2)2 + 02 – r2 = –5 → r = 3
Assim, conhecendo uma reta paralela às retas tan-
gentes, o centro e o raio da circunferência, podemos A distância entre o centro e o ponto é:
determinar as equações das retas tangentes. Para isso,
igualamos a distância do centro à reta paralela ao dcp= √(a – x0)2+(b – y0)2 = √(2 – (–1))2+(0 – 7)2
valor do raio e, assim, definimos quais os valores do
coeficiente C para cada uma delas. = √9+49 = √58;
Ex.: Então, seja uma reta r:5x+2y+7=0 a circunfe-
rência λ:x2+y2+4x-10y+4=0, quais são as equações das Se a distância do centro ao ponto é maior que o
retas tangentes (t) a circunferência e que sejam para-
raio, temos que o ponto está fora da circunferência.
lelas a reta r?
{
m ∙ 2 – 0 +(7 – m ∙ (–1))
–2a = 4 → a = –2; =3
λ → C(–2, 5) √m2+1
–2b = –10 → b = 5;
a2+b2 – r2 =4 → (–2)2+52 – r2 = 4 → r=5 3m +7
=3
Agora igualamos ao raio a distância do centro C à √m2+1
reta t paralela à reta r dada:
20
ti || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0 m=–
21
Ax+By+C 5(–2)+2(5)+C
dCt = r → =5→ =5
√A2+B2 √(5)2+(2)2 y – y0 = mi (x – x0)
20
–10+10+C y–7=– (x – (–1))
→ =5 21
√25+4
C 20
=5 → |C|=5√29 → C1 = 5√29 e C2 = –5√29 y–7=– (x+1)
√29 21
Nos casos em que não se conhece a reta paralela à Assim, além dessa reta tangente podemos cons-
reta tangente, mas se conhece um ponto P(x0,y0) que truir o gráfico com a circunferência, os pontos e as
é a interseção entre a reta tangente e a circunferên- retas tangentes para visualizarmos mais facilmente
cia de centro C(a,b), podemos achar a equação da reta qual seria a segunda reta tangente, visto que da solu-
tangente por:
ção de m tivemos apenas um valor, e pelo ponto P ser
z Q uando o ponto é interior à circunferência não externo sabemos que existe mais uma reta tangente
existe reta tangente; além da encontrada. Logo, a outra reta tangente é a t2:
z Quando o ponto pertence à circunferência: x = –1 ou x+1 = 0. 85
P
7
t2 t1
6
5
4 20
3
2 c
1
c 15
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 A
-1
-2
C
-3 10
-4
-5 Raio
-6
-7 5
{
– r2≥0 ou excluindo a circunferência (x – a)2+(y – b)2 –
r2>0. Figura 32 a, quando for sinal sem igualdade usar λ1 : x2 + y2 ≤ 25
S
o contorno da circunferência pontilhada; λ2 : x2 + y2 ≥ 4
Região que contém os pontos A(x,y) dentro da circun-
ferência, incluindo a circunferência: (x – a)2+(y – b)2 – r2 A solução desse sistema pode ser dada via solução
≤ 0 ou excluindo a circunferência (x – a)2+(y – b)2 – r2<0. gráfica como mostrado anteriormente. Assim, para
cada uma das inequações temos:
λ1 : x2 + y2 ≤ 25
20
A
{ –2a = 0 → a = 0
–2b = 0 → b = 0
→ C (0, 0)
-1 0 5 10 15
5
(a) C
-10 -5 0 5 10
-5
-10
1
C
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1
{
6
(idem quando o eixo maior é paralelo à ordenada):
(x – x0)2 (y – y0)2
4 + – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
2 + – 1=0
a2 b2
C
(x – x0)2 (y – y0)2
-6 -4 -2 0 2 4 6 + – 1<0
a2 b2
-2 Posições Relativas entre Reta e Elipse
{
circunferências.
MATEMÁTICA
r : Ax+By+C=0
ELIPSE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES
S (x – x0)2 (y – y0)2
RELATIVAS ENTRE PONTO E ELIPSE, POSIÇÕES
δ: + =1
RELATIVAS ENTRE RETA E ELIPSE a2 b2
P1(2,7; 7,87)
P2(– 3,66; – 4,87)
Dica
Na equação da elipse:
(y+2)2 (x – 4)2
δ: + =1
100 64 ,
O eixo maior está paralelo à ordenada (eixo y),
pois a variável y tem como denominador o qua-
drado da medida do semieixo maior. Já a variável
x tem o semieixo menor. Logo, o eixo do denomi-
nador é paralelo ao eixo ordenado do numerador.
Figura 37. Elipse de centro C, semieixos (a e b) com exemplos de
retas: secante (r), tangente (s) e exterior (t).
{
r : – 12,73x+6,4y – 15,62=0
S (y+2)2 (x – 4)2
δ: + =1
100 64
{
equação da elipse temos:
δ : (y+2)2 (x – 4)2
+ =1
S 100 64
Figura 38. Elipse de centro C(-4,-2), semieixos (a=10 e b=8) e
(I) (y+2)2 (–1,23+0,5y – 4)2 distância focal (c=12) com interseção com reta secante (r) nos
→ + =1 pontos P1 e P2.
100 64
y2 –3y – 38,3 = 0 → Δ = (3)2 – 4(1) (38,3) = 162,2 → Δ > 0 HIPÉRBOLE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO DA HIPÉRBOLE,
POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE PONTO E
Como Δ>0, então temos duas raízes reais, ou seja, HIPÉRBOLE, POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA
dois pontos de solução, assim a reta é secante à elipse. E HIPÉRBOLE E EQUAÇÕES DAS ASSÍNTOTAS DA
Para determinar os pontos de interseção basta achar HIPÉRBOLE
as raízes:
Definição
–b+√Δ 3+12,74
y2 = = = 7,87
88 2a 2∙1
Posições Relativas entre Ponto e Hipérbole
{
ções (idem quando o foco é paralelo à ordenada):
(x – x0)2 (y – y0)2
– – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
Figura 39. Hipérbole de focos F1 e F2, centro C, e as distâncias – – 1=0
A1A2=2a (eixo real), B1B2=2b (eixo imaginário) e F1 F2=2c (focal), c/a é a2 b2
a excentricidade, onde c2=a2+b2.
{
– =1 sistema:
a 2
b2
(y – y0)2 (x – x0)2 z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
– =1
a2 b2 tos de solução, assim a reta é secante à hipérbole;
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni-
Ex.: Assim, uma hipérbole que tenha centro C(7,8) co ponto, assim a reta é tangente à hipérbole;
{
e eixo (A1A2) real (2a) igual a 8 e o imaginário (2b) z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, solução não
igual a 6, podemos ter as seguintes equações: tem ponto comum entre reta e hipérbole, assim a
reta é exterior à hipérbole.
foco // x: (x – x0)2 (y – y0)2 (x – 7)2 (y – 8)2
– =1→ – =1
a2 b2 42 32
(x – 7)2 (y – 8)2
MATEMÁTICA
→ – =1
16 9
(y – 8)2 (x – 7)2
→ – =1
16 9
89
x=–2
√
1
3
→ y = √3+2x=√3+2
( √)
–2
1
3
√
1
→ y = √3 – 4
3
P
( √ –2
1
3 ;√3 – 4
√)
1
3
{
Figura 41. Hipérbole de centro C(0,0), semieixos (a=1 e b=1) e
distância focal (c=2√2) com interseção com reta tangente (r) no
r : –2x+y – √3=0
ponto P.
S
γ : x2 – y2 = 1
Equações das Assíntotas da Hipérbole
Isolando y na equação da reta e substituindo na
equação da hipérbole temos: As duas retas, r1 e r2, que tangenciam os dois
ramos da curva de uma hipérbole de centro C(0,0) e
{
semieixos, real e imaginário, a e b, respectivamente,
r : –2x+y – √3=0 → y = 2x+ √3(I) é chamada de assíntotas da hipérbole. Assim, uma
S (I) hipérbole de centro na origem do plano cartesiano
γ : x2 – y2 = 1 →x2 – (2x+ √3)2 – 1=0 tem suas assíntotas dadas por:
√
1 4
{
x2+4 x+ =0
3 3 b
r1 : y = x
(√) ()
2
a
1 4 16 16
→Δ= 4 – 4(1) = – =0
3 3 3 3 b
→Δ=0 r2 : y = – x
a
Como Δ=0, então temos uma única raiz real, ou
Ex.: Assim, seja a hipérbole dada por:
seja, um ponto de solução. Assim, a reta é tangente à
hipérbole. Para determinar o ponto de interseção bas-
ta achar a raiz: x2 y2
γ: – =1
9 16
√
1 4
x2+4 x+ =0→Δ=0
3 3 As retas, r1 e r2, assíntotas à hipérbole estão
demonstradas na Figura 42:
√
–b ± √Δ –b ± 0 –b 1
{
x1 = x2 = = = =–2
2a 2a 2a 3 a2 = 9 → a = 3
x2 y2
r: – =1→ b2 = 16 → b =4
Com os valores do eixo x para o ponto P de interse- 9 16
c2 = a2 +b2 = 9+16 = 25 → c = 5
90 ção encontramos os respectivos valores para o eixo y:
{
Equações
b 4
r1 : y = x→y= x
a 3 Uma parábola de vértice na origem e foco na abs-
cissa tem equação reduzida dada por:
b 4
r2 : y = – x→y=– x y2 = 2px
a 3
Já uma parábola de vértice na origem e foco na
ordenada tem equação reduzida dada por:
x2 = 2py
(y – y0)2 = 2p (x – x0)
(x – x0)2 = 2p (y – y0)
distância focal (2c=10) com as assíntotas, r1 e r2. Posições Relativas entre Ponto e Parábola
PARÁBOLA: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES Seja um ponto P(x,y) e uma parábola de vértice
RELATIVAS ENTRE PONTO E PARÁBOLA, POSIÇÕES V(x0,y0) e parâmetro (p), dada pela equação (y – y0)2 =
RELATIVAS ENTRE RETA E PARÁBOLA 2p (x – x0), a posição de P em relação a parábola pode
ser: ponto P exterior a parábola, ponto P na parábola
Definição e ponto P interior da parábola. Assim temos, respec-
tivamente, as inequações (idem quando o foco (VF) é
{
Dados um ponto (F) e uma reta d pertencentes a paralelo a ordenada):
um plano com F não pertencente a d, seja p a distância (y – y0)2 – 2p (x – x0)>0
entre F e a reta d, a parábola é o conjunto dos pontos
do plano que estão na mesma distância de F e d. (y – y0)2 – 2p (x – x0)=0
(y – y0)2 – 2p (x – x0)<0
S
{ r : Ax+By+C = 0
MATEMÁTICA
Figura 43. Parábola de foco F, diretriz d, parâmetro p e vértice V, z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
sendo a reta VF o eixo de simetria (VF=p/2). tos de solução, assim a reta é secante à parábola; 91
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni-
co ponto, assim a reta é tangente à parábola;
z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, solução não
tem ponto comum entre reta e parábola, assim a
reta é exterior à parábola.
S
{ r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0
χ : (y – 3)2 = 8(x – 1)
k1 < k2 → k1 = b2 e k2 = a2 → eixo maior vertical
{
redutível à forma:
r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0 → y = 1 + 2,72x(I)
S (I)
χ : (y – 3)2 = 8(x – 1) → ((1+2,72x) –3)2 –8(x – 1) = 0
(x – x0)2 (y – y0)2
+ =1
k1 k2
x – 2,55x + 1,62 = 0 → Δ=(–2,55) – 4(1)(1,62) = 6,5 –
2 2
B
Definimos ângulo como a união de duas semirre-
tas de mesma origem e não colineares (que não per-
tencem a uma mesma reta). Veja a figura adiante: Figura 3. Setor Angular
A
P
O
B
B
O
Denominamos Setor Angular a reunião dos pontos Ângulos Opostos pelo Vértice: dois ângu-
pertencentes ao ângulo e dos seus pontos interiores. los serão chamados de Opostos pelo Vértice 93
quando os lados de um deles forem semirretas
opostas aos lados do outro.
A
H
O B
O H
C O B
Figura 11. Ângulos Suplementares
Observação: AÔB é um ângulo agudo. Sejam os ângulos AÔB e BÔC, de vértice comum e
lado OB, também comum, conforme a figura abaixo.
Ângulo Obtuso: um ângulo será chamado de A semirreta OC divide o ângulo AÔB em duas partes
Obtuso quando sua medida for maior que 90º congruentes, ou seja, iguais. Essa semirreta é denomi-
94 e, ao mesmo tempo, menor que 180°. nada bissetriz do ângulo AÔB.
Portanto, a Bissetriz de um Ângulo é uma semir- z Elementos de uma Circunferência: na figura abai-
reta que tem origem no vértice e divide o ângulo em xo temos uma circunferência de centro C e raio r.
duas partes iguais.
N
A
r
C
Bissetriz
O r C
A
B
D E
Figura 12. Bissetriz de um Ângulo
ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA M
Vejamos abaixo as definições importantes acerca Figura 15. Elementos de uma Circunferência
de ângulos na circunferência.
AC = raio
z Circunferência: definimos circunferência como AB = diâmetro
o conjunto de todos os pontos de um plano, de
modo que a distância a um ponto fixo é uma cons- DME = arco
tante positiva. A figura a seguir representa uma ANB = semicircunferência
circunferência λ, em que C é o centro (ponto fixo),
PC é um raio, com PC = r (constante positiva). AC = r e AB = 2r
r
MATEMÁTICA
S
O
A
B
O
Figura 17. Arco S representado em uma Circunferência
A
Figura 20. Ângulo e Arco Correspondente em uma Circunferência
m (AOB) = AÔB
Q
z Ângulo Central: definimos um ângulo central O
como sendo aquele cujo vértice coincide com o P
centro da circunferência. O arco de uma circunfe-
rência com pontos internos ao ângulo é o seu Arco
Correspondente. B
Veja a figura:
Existência da Paralela
Observação 1: APB é de vértice externo.
Observação 2: ANB e CMD são os arcos correspon-
^ .
dentes do ângulo APB Se duas retas distintas e coplanares e uma transversal
determinarem ângulos alternos, ou ângulos correspon-
PARALELISMO
dentes congruentes, podemos concluir então que essas
Retas Paralelas duas retas são paralelas.
r s
r r
s
Postulado de Euclides
a
O postulado de Euclides afirma o seguinte:
b
PERPENDICULARIDADE
MATEMÁTICA
s
h
g Retas Perpendiculares
O s e
B
C
Figura 26. Retas r e s perpendiculares entre si
Figura 29. Ângulo Externo e soma de ângulos internos do Triângulo
ABC
Mediatriz de um segmento
Observação: No caso acima, temos ê = Â + B̂
Denominamos Mediatriz de um segmento a reta
perpendicular (m) ao segmento (AB) que passa pelo Soma dos Ângulos Internos de um Triângulo
seu ponto médio (M), ou seja, a mediatriz divide o seg-
mento em duas partes iguais.
Em virtude do Teorema do Ângulo Externo, pode-
mos demonstrar facilmente que a soma dos ângulos
m internos de qualquer triângulo será igual a 180°.
A B
M B C
Altura de um Triângulo
Figura 27. Mediatriz de um segmento AB qualquer
A altura de um triângulo é dada pelo segmento de
TRIÂNGULOS reta perpendicular à reta suporte de um dos lados do
triângulo (no caso abaixo, a reta suporte é dada pelo
Ângulo Externo segmento BC), com extremidade nessa reta e no vér-
tice oposto (na figura é dada pelo vértice A) ao lado
Em todo triângulo, qualquer um de seus ângulos considerado.
externos é igual à soma dos dois ângulos internos não
adjacentes a ele. Na figura abaixo, representamos um A
destes ângulos externos:
B C
B H
C
Figura 28. Ângulo Externo a um Triângulo ABC Figura 31. Altura de um Triângulo ABC
C B
C B A’
A’
C’ B’ C’ B’
Figura 32. Dois Triângulos Semelhantes Figura 34. Dois Triângulos Semelhantes pelo caso LAL
Casos de Semelhança
C’ B’
F D m3
F D
G
C B C
E
Figura 36. Medianas e Baricentro de um Triângulo ABC C B
E
D
F
I
C B
C B E
E
Figura 37. Bissetrizes Internas e Incentro de um Triângulo ABC Figura 39. Alturas e Ortocentro de um Triângulo ABC
b2 = a · n
c2 = a · m
a2 = b2 + c2
A C h2 = m · n
Figura 40. Triângulo ABC Retângulo no Vértice A b·c=a·h
b
A C
b
Figura 41. Triângulo Retângulo ABC C
c
Observação 1: a medida dos lados BC, AC e AB são
dados respectivamente por a, b e c.
Observação 2: o lado a é chamado de hipotenusa R
e os lados b e c de catetos.
Observação 3: pelo teorema de Pitágoras temos a
a seguinte relação entre os lados do triângulo retân-
gulo: a2 = b2 + c2
A
Verifica-se pela Lei dos Senos que:
a b c
= = = 2R
b c sen A sen B sen C
h
z Lei dos Cossenos: em todo triângulo, o quadrado
da medida de um lado é igual à soma dos quadra-
dos das medidas dos outros lados, menos o dobro
n m do produto dessas medidas pelo cosseno do ângulo
MATEMÁTICA
CB
que eles formam.
H
a
Figura 42. Triângulo Retângulo ABC com Hipotenusa BC e Altura
AH
z BC é a hipotenusa; 101
A A
e=1
E
α = 121.86°
Ϛ = 118.08°
b c d = 3,16 a = 6.66
D ɛ = 136.09°
C B Υ = 69,17° B
a
a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos Â
C'
b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B̂
c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos Ĉ
b' = 5.98 α1 = 121.86°
c' = 4.17
TRIÂNGULOS RETÂNGULOS, TEOREMA DE
PITÁGORAS
B' Υ1 = 69,17°
D'
O Teorema de Pitágoras diz que em todo triângu- ɛ1 = 136.09°
β1 = 94.8°
E'
e' = 2
A'
a
c Figura 73. Congruência entre duas figuras planas (Pentágonos)
g = 3.03
A C Ɵ = 98.82°
b
h = 4.6
Figura 41. Triângulo Retângulo ABC H K = 50.63°
ξ = 120°
M o = 120° 2.29 t1 t2
2.29
N A A’
Q1 B’
B
2.29
2.29
v1 = 120° P1
σ1 = 120° C C’
R1
u1 = 120° 2.29
D D’
2.29
p1 = 120° O1
ξ1 = 120°
M1 o1 = 120°
2.29 Figura 45. Feixe de Retas Paralelas cortadas por Transversais
2.29
Observação 1: as transversais são indicadas por
N1
t1 e t2
Observação 2: os pontos correspondentes são
Figura 75. Congruência entre duas figuras planas (Hexágonos) indicados por A e A’, B e B’, C e C’, D e D’.
Observação 3: os segmentos correspondentes são
S indicados por AB e A’ B’, BD e B’ D’.
v = 1.67
TEOREMA DE TALES
ϕ = 114.29°
V
η1 = 80.03° O Teorema de Tales diz que se duas retas são trans-
s = 3.11 versais de um conjunto de retas paralelas, então, a razão
entre dois segmentos quaisquer de uma delas é igual
à razão entre os segmentos correspondentes da outra.
u = 1,95
ω = 119.21°
Ψ = 46.47°
T
t1 t2
U t = 2.77
S'
A A’
v' = 1.67 B’
θ1 = 114.29° B
s' = 3.11
μ1 = 80.03°
V'
MATEMÁTICA
C C’
T' K1 = 46.47°
λ1 = 119.21°
u' = 1,95
D D’
t' = 2.77
U'
Figura 76. Congruência entre duas figuras planas (Quadriláteros) Figura 46. Feixe de Retas Paralelas, Transversais e Teorema de Tales 103
Pelo Teorema de Tales, temos as seguintes igualdades: Pelo teorema da bissetriz externa, temos a seguin-
te igualdade:
AB AC AD BC BD CD
= = = = = AC AB
A’B’ A’C’ A’D’ B’C’ B’D’ C’D’ =
CD BD
TEOREMA DAS BISSETRIZES INTERNAS E
Observação 1: AD é a bissetriz do ângulo exter-
EXTERNAS DE UM TRIÂNGULO
no ao triângulo ABC no vértice A, ou seja, divide este
ângulo externo em dois ângulos congruentes.
O teorema da bissetriz interna de um triângu-
Observação 2: utilizando as medidas dos lados da
lo nos diz que em qualquer triângulo, uma bissetriz
figura 52, temos:
interna, ou seja, bissetriz de um ângulo interno ao
triângulo, sempre divide o lado oposto em segmentos
proporcionais aos lados adjacentes. b c
Seja AD a bissetriz do ângulo BAC no triângulo =
ABC, com AB = c, AC = b e BD = m e DC = n y x
A QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS
C B
Pelo Teorema da Bissetriz Interna, temos a seguin- Figura 54. Trapézio com vértices ABCD
te igualdade:
Observação 1: o lado AB é chamado de base maior.
AC AB Observação 2: o lado CD é chamado de base menor.
=
CD BD Classificação dos Trapézios
Observação 1: AD é a bissetriz do ângulo BÂC z Trapézio Isósceles: os lados não paralelos são
no triângulo ABC, ou seja, divide o ângulo  em dois congruentes.
ângulos congruentes.
Observação 2: utilizando as medidas dos lados da
figura 51, temos:
b c
=
n m
D C
A
C
a B x
y A B
104 Figura 48. Teorema da Bissetriz Externa Figura 56. Trapézio Escaleno
z Trapézio Retângulo: quando existem dois ângu- L M
los internos retos. Q O
R P N
Região Poligonal
D E B
A B
Figura 58. Paralelogramo
Observação: AB // CD e AD // BC
C
POLÍGONOS Figura 50. Região Poligonal
D
B
C
A
B
K C
I
J
MATEMÁTICA
E E
D
G
H
Figura 51. Polígono Convexo 105
Observação: em um polígono convexo, a região Ângulos Internos de um Polígono Convexo
poligonal é convexa.
Por definição, um polígono que não é convexo é A soma dos ângulos internos de um polígono con-
côncavo vexo é dada pela expressão:
Si = (n – 2) · 180º
POLÍGONOS REGULARES
J
Um Polígono é denominado de regular quando pos-
sui todos os seus lados e ângulos internos congruentes.
Figura 52. Polígono Côncavo
Seguem alguns exemplos de Polígonos Regulares:
Observação 2: em um polígono côncavo, a região A B
poligonal é côncava.
z 2º caso: n é múltiplo de 10
n = 10 – Decágono L
n = 20 – Icoságono K
n = 30 – Tricágono
n = 40 – Quadricágono
n = 50 – Pentacágono
n = 60 – Hexacágono
H
z 3° caso: n > 10 e n não é múltiplo de 10 J
n = 11 – Unodecágono
n = 17 – Heptdecágono
n = 26 – Hexaicoságono I
n = 35 – Pentatricágono
Q
Número de Diagonais de um Polígono Convexo P
O
n (n – 3)
d=
2
M
106 N
A1 z Elementos de uma Circunferência: na figura
B1
z
abaixo temos uma circunferência de centro C e
C1
raio r.
W
D1 N
V
S B
T U
r
Figura 53. Polígonos Regulares
CIRCUNFERÊNCIAS r C
D E
z Circunferência: definimos circunferência como
o conjunto de todos os pontos de um plano, de
modo que a distância a um ponto fixo é uma cons- M
tante positiva. A figura a seguir representa uma
Figura 15. Elementos de uma Circunferência
circunferência λ, em que C é o centro (ponto fixo),
PC é um raio, com PC = r (constante positiva).
AC = raio
AB = diâmetro
DME = arco
ANB = semicircunferência
P
AC = r e AB = 2r
r
C
z Posições de um Ponto em Relação a uma Circun-
ferência: sejam um ponto P e uma circunferência
de centro C e raio r, sendo d a distância de P ao
centro C, temos:
r
P A
r
MATEMÁTICA
C
C
Figura 14. Círculo Figura 16. Posições de alguns pontos em relação à Circunferência λ 107
Observação: na figura acima, F é um ponto exter- Veja a figura:
no à circunferência; A é um ponto que pertence à cir-
cunferência; e D é um ponto interno à circunferência.
A
Figura 19. Ângulo Central em uma Circunferência
B
A
B
A
m (AOB) = AÔB B
Vejamos abaixo:
D N
M O
P
B
C
B
A’
E
c
B
a
B
Observação: o Semiperímetro é dado por p = a +
b+c
109
C’ K
L
B’
C’
J
H
C’
A’ I
Figura 78. Dois Polígonos Semelhantes
Figura 81. Pentágono inscrito em uma Circunferência
Observação 1: Área do Polígono ABCDE: A1
Observação 2: Área do Polígono A’ B’ C’ D’ E’: A2 Q
Observação 3: Razão de Semelhança: k
Observação 4: Razão entre as áreas dos Polígonos
ABCDE e A’ B’ C’ D’ E’:
P
INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO
A
F
B
E
110 Figura 80. Quadrado inscrito em uma Circunferência Figura 83. Triângulo Equilátero circunscrito em uma Circunferência
G
POLINÔMIOS
F
FUNÇÃO POLINOMIAL
D Onde:
Figura 84. Quadrado circunscrito em uma Circunferência anxn, an – 1xn – 1, an – 2xn – 2, ... ,a1x, a0 : são os termos
do polinômio
a0 é o termo independente
K
L n∈N
x∈C
Ex.:
Q Ex.:
R
a–3=0⇒a=3
GRAU DE UM POLINÔMIO
M
Identificamos o Grau de um Polinômio P(x) ana-
N lisando o maior expoente da variável x que possui
coeficiente não-nulo, ou seja, diferente de zero. Repre-
Figura 86. Hexágono circunscrito em uma Circunferência sentamos o grau do polinômio por gr (P). 111
Ex.: P(-2) = 0
Logo: -2 é raiz de P(x)
p(x) = 2x5 – 4x3 – x2 – 3 é um polinômio de grau 5:
Fazendo por exemplo P(1), temos:
gr(p) = 5
P(1) = 3(1)3 + 5(1)2 – (1) + 2
f(x) = – 2x4 + x é um polinômio de grau 4: P(1) = 3(1) + 5(1) – 1 + 2
gr(f) = 4 P(1) = 3 + 5 1
P(1) = 9
g(x) = x3 + x2 + x + 1 é um polinômio de grau 3: Logo: 1 não é raiz de P (x)
gr(g) = 3
OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS E VALOR
h(x) = – x2 é um polinômio de grau 2: gr(h) = 2 NUMÉRICO DE UM POLINÔMIO
q(x) = 7 é um polinômio constante, pois possui Para a Adição de Polinômios temos que realizar a
apenas o termo independente. Logo seu grau é soma dos coeficientes dos termos que apresentam o
zero: gr(q) = 0 mesmo grau.
Subtração de Polinômios
os mesmos serão iguais se, e somente se:
os mesmos serão iguais se, e somente se:
Para a Subtração de Polinômios temos que reali-
a zar a diferença dos coeficientes dos termos que apre-
a = 77=
= eeb b= 2 2
sentam o mesmo grau.
RAIZ DE UM POLINÔMIO
Ex.:
Para obter o Valor Numérico de um Polinômio
P(x) basta substituir a variável x por um número k Dados: P(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 e Q(x) = x5
qualquer e efetuar as operações indicadas. Simbolica- + x5 + 2x3 – 7x2 - 12
mente esse valor numérico é representado por P(k), se
P(k) for igual a zero, ou seja, P(k) = 0, dizemos que k é
P(x) – Q(x) = (9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1) –
uma Raiz do polinômio.
(x5 + 2x3 – 7x2 – 12 )
Ex.:
P(x) – Q(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 – x5 – 2x3
Dado o polinômio 3x3 + 5x2 – x + 2, temos: + 7x2 + 12
P(-2) = 3(-2)3 + 5(-2)2 – (-2) + 2 P(x) – Q(x) = (9x5 – x5) – 3x4 + (x3 – 2x3) + (-2x2 + 7x2)
P(-2) = 3( -8) + 5(4) + 2 + 2 + 4x + (-1 + 12)
P (-2)= -24 + 20 + 4
112 P(-2) = -24 = 24 P(x) – Q(x) = 8x5 – 3x4 + x3 + 5x2 + 4x + 11
Também podemos efetuar a subtração da seguinte z Passo 1: Escrevemos os polinômios na ordem
maneira: decrescente de seus expoentes (nesse caso já
estão), e completemos o polinômio com termos de
coeficiente zero:
P(x): 9x5 -3x4 +1x3 -2x2 +4x -1
A(x)= x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 e B(x) = x2 + x -1
Q(x): -1x5 +0x4 -2x3 +7x3 -0x +12
-----------------------------------------------------------------------------------
P(x) + Q(x): 8x5 -3x4 -x3 +5x2 +4x +11 z Passo 2: Dividimos o termo de maior grau do divi-
dendo pelo termo de maior grau do divisor. Assim
Multiplicação de Polinômios nós obtemos o primeiro termo do quociente, a
seguir multiplicamos o termo obtido pelo divisor,
Para a Multiplicação entre Polinômios basta mul- e subtraímos esse produto do dividendo:
tiplicar todos os termos de um polinômio por todos
os termos do outro polinômio e fazer a soma destes x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 x2 + x – 1
termos no final.
– x4 – x3 + x2 x2
Ex.: 3x3 + 5x2
Dados: P(x) = 5x3 – x2 e Q(x) = 2x7 = -4x5 -2x +9 z Passo 3: Caso a diferença obtida tenha grau maior
ou igual ao do divisor, ela passa a ser um novo
(5x3 – x2) . (2x7 – 4x5 – 2x +9) = dividendo. Repetimos então o processo a partir do
segundo passo:
5x3 . (2x7) + 5x3 . (-4x5) + 5x3 . (-2x) + 5x3 . (9) -x2 . (2x7) –
x2 . (-4x5) -x2 . (-2x) – x2 . (9) =
x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 x2 + x – 1
(5 . 2 . x7 . x3) + [ 5 . (-4) x5 . x3] + [5 . (-2) x3 . x]
+ (5 . 9 . X3) + (-2 . x2 . x7) + [ -1 . (-4) . x2 . x5] – x4 – x3 + x2 x2 + 3x + 2
+ [ -1 . (-2) . x2 . x ] + (9x2) = 3x3 + 5x2 + 0x
10x10 – 20x8 – 10x4 + 45x3 – 2x9 + 4x7 + 2x3 – 9x2 = – 3x3 – 3x2 + 3x
10x10 – 2x9 – 20x8 = 4x7 – 10x4 + 45x3 + 2x3 – 9x2 = 2x2 + 3x + 9
10x10 – 2x9 – 20x8 + 4x7 – 10x4 + 47x3 – 9x2 – 2x2 – 2x + 2
x + 11
DIVISÃO DE POLINÔMIOS
Logo obtemos: quociente Q(x) = x2 + 3x + 2 e resto
Sejam A(x) e B(x) dois polinômios, sendo B(x) um R(x) = x + 11
polinômio não nulo. Ao fazermos a Divisão de A(x)
por B(x) encontraremos os polinômios Q(x) e R(x), tal TEOREMA DO RESTO
que:
O Teorema do Resto nos garante o seguinte:
quociente resto
↑ ↑ O resto da divisão de um polinômio P (x) por um
A(x) = Q(x) · B(x) + R(x) binômio (x – a) é o próprio valor numérico do polinô-
↓ ↓ mio para x = a, que indicamos por P(a).
O Teorema de D’Alembert diz que a divisão de um polinômio P(x) por um binômio (x – a) será exata se, e
somente se, P(a) = 0.
Ex.:
DISPOSITIVO DE BRIOT-RUFFINI
Sejam A(x) e B(x) dois polinômios, sendo B(x) um polinômio não nulo. Ao fazermos a Divisão de A(x) por B(x)
encontraremos os polinômios Q(x) e R(x), tal que:
quociente resto
↑ ↑
A(x) = Q(x) · B(x) + R(x)
↓ ↓
dividendo divisor
A(x) B(X)
R(x) Q(x)
Observações:
As Relações de Girard estabelecem relações entre os coeficientes e as raízes de uma equação. As relações de
Girard são importantíssimas no estudo das equações polinomiais, vejamos quais são essas relações:
1º caso:
Seja a equação do segundo grau: ax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, x1 e x2 são as raízes. Decompondo em fatores do
primeiro grau temos:
b c
2
x + x+ = x2 – (x1 + x2) · x + x1 · x2
a
a
2º caso:
Seja a equação do terceiro grau: ax3 + bx2 + cx + d = 0, onde a ≠ 0, x1, x2 e x3 são as raízes. Decompondo em
fatores do primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2 + x3) ⇒ (x1 + x2 + x3) = – ,
a a
c c
= x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 = ,
a a
d d
= – (x1 · x2 · x3) ⇒ x1 · x2 · x3 = –
a a
Ex.:
a) x2 – 5x + 6 = 0
b (– 5)
MATEMÁTICA
x1 + x2 = – ⇒ x1 + x2 = – = – (– 5) = 5
a 1
c 6
x1 · x2 = ⇒ x1 · x2 = =6
a 1
b) 2x3 – 7x2 + x – 2 = 0
As raízes são x1, x2 e x3, os coeficientes são a = 2, b = –7, c = 1 e d = –2. Pelas relações de Girard, temos: 115
b (– 7) – (– 7) 7 z Cubo da Diferença
x1 + x2 + x3 = – ⇒ x1 + x2 + x3 = – = =
a 2 2 2
(a – b)3 = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3
c 1
x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 = Ex.:
a 2
d (– 2) – (– 2) 2 27x3 – 54x2y + 36xy2 – 8y3 = (3x)3 – 3 · (3x)2 · (2y) + 3
x1 · x2 · x3 = – ⇒ x1 · x2 · x3 = – = = =1
a 2 2 2 · (3x) · (2y)2 – (2y)3 = (3x – 2y)3 = (3x – 2y) · (3x – 2y) ·
(3x – 2y)
FATORAÇÃO E MULTIPLICIDADE DE RAÍZES: z Soma de Cubos
PRODUTOS NOTÁVEIS
a3 + b3 = (a + b) · (a2 – ab + b2)
z Fatoração
Ex.:
Consiste na transformação de uma soma (ou sub-
tração) de dois termos em um produto.
8x3 + 27 = (2x)3 + 33 = (2x + 3) · [(2x)2 – (2x) · 3 + 32] =
(2x + 3) · (4x2 – 6x + 9)Diferença de Cubos
z Fator Comum
a3 – b3 = (a – b) · (a2 + ab + b2)
ax + ay = a · (x + y)
Ex.:
Exemplo: 5x + 5y = 5 · (x + y)
Ex. 1: 4x2 – 25y2 = (2x)2 – (5y)2 = (2x – 5y) · (2x + 5y) P(x) na forma fatorada é (x – 5) · (x – 5), dizemos
2 2 então que 5 é raiz dupla, ou seja, de multiplicidade 2.
Ex. 2: 2315 – 2314 = (2315 + 2314) · (2315 – 2314)
= 4629 · 1 = 4629
b) Seja P(x) = x3 – 5x2 + 3x + 9
z Quadrado da Soma
P(x) na forma fatorada é (x – 3) · (x – 3) · (x + 1), obser-
a2 + 2ab + b2 = (a + b)2 = (a + b) · (a + b) ve que existem dois fatores iguais a (x – 3) e um fator (x +
1). Dizemos então que 3 é raiz dupla, ou de multiplicida-
Ex.: de 2 e – 1 é raiz simples, ou de multiplicidade 1.
4a2 + 20a + 25 = (2a)2 + 2 · (2a) · (5) + (5)2 = (2a + 5)2 MÁXIMO DIVISOR COMUM DE POLINÔMIOS
= (2a + 5) · (2a + 5)
O máximo divisor comum divisor comum emtre dois
z Quadrado da Diferença ou mais números corresponde ao maior divisor comum
que existe entre eles. De modo prático segue-se a mesma
a2 – 2ab + b2 = (a – b)2 = (a – b) · (a – b) logica do MDC dos números inteiros
MDC de Polinômios simples,os monômios
Ex.: Ex: MDC entre 9x e 18x
Fazendo a decomposição em números primos temos:
9x4 – 24x2 + 16 = (3x2)2 – 2 · (3x2) · (4) + (4)2 = (3x2 – 4)2 = 9= 3x3x3 e 18= 2.3.3
(3x2 – 4) · (3x2 – 4) Logo, 9x= 3.3.3.x e 18x= 2.3.3.x
Portanto o maior divisor comum é 3x
z Cubo da Soma MDC de Polinômios: Em um primeiro momento é
preciso verificar se é possível fatorar cada um deles. utili-
(a + b)3 = a3 – 3a2b + 3ab2 + b3 zamos a técnoica da fatoração de polin^nomios para isso
Ex.:
P(a + bi) = 0 + p(a + bi) + q = 0
Seja a equação polinomial de grau n ≥ 1:
pa + q + pbi = 0
P(x) = anxn + xn – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
pa + q = 0 (I)
4 – 2i 2(2 – i)
P(x) = an · (x – x1) · (x – x2) · (x – x3) · ... · (x – xn) x2 = = =2–i
2 2
Ex.:
RAÍZES RACIONAIS
3 2
Considere o polinômio P(x) = 2x – 8x – 2x + 8, cujas
raízes são: A Raiz ou o Zero de uma equação polinomial é o
valor de x que a verifica, ou seja, que torna a igualda-
x1 = – 1, x2 = 1 e x3 = 4 de válida. 117
Ex.:
(2)2 – 5 · (2) + 6 = 4 – 10 + 6 = 10 – 10 = 0
(1)2 – 5 · (1) + 6 = 1 – 5 + 6 = 7 – 5 = 2
Resolver uma equação polinomial é determinar todas as suas raízes, formando assim o conjunto solução ou
conjunto verdade dessa equação.
RELAÇÕES DE GIRARD
As Relações de Girard estabelecem relações entre os coeficientes e as raízes de uma equação. As relações de
Girard são importantíssimas no estudo das equações polinomiais, vejamos quais são essas relações:
1º caso:
Seja a equação do segundo grau: ax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, x1 e x2 são as raízes. Decompondo em fatores do
primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2) ⇒ (x1 + x2) = – , a soma das
a a
b
raízes é –
a
c c
= x1 · x2 ⇒ x1 · x2 = , o produto das raízes
a a
c
é
a
2º caso:
Seja a equação do terceiro grau: ax3 + bx2 + cx + d = 0, onde a ≠ 0, x1, x2 e x3 são as raízes. Decompondo em
fatores do primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2 + x3) ⇒ (x1 + x2 + x3) = – ,
a a
c c
= x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 = ,
a a
d d
= – (x1 · x2 · x3) ⇒ x1 · x2 · x3 = –
a a
Ex.:
a) x2 – 5x + 6 = 0
b (– 5)
x1 + x2 = – ⇒ x1 + x2 = – = – (– 5) = 5
a 1
c 6
x1 · x2 = ⇒ x1 · x2 = =6
a 1
b) 2x3 – 7x2 + x – 2 = 0
As raízes são x1, x2 e x3, os coeficientes são a = 2, b = –7, c = 1 e d = –2. Pelas relações de Girard, temos:
b (– 7) – (– 7) 7
x1 + x2 + x3 = – ⇒ x1 + x2 + x3 = – = =
a 2 2 2
c 1
x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 =
a 2
d (– 2) – (– 2) 2
x1 · x2 · x3 = – ⇒ x1 · x2 · x3 = – = = =1
a 2 2 2
TEOREMA DE BOLZANO
Seja P(x) = 0 uma equação polinomial com os seus coeficientes reais em um intervalo (a,b) real e aberto.
z Se P(a) e P(b) tiverem o mesmo sinal, existirá um número par de raízes reais ou não existem raízes da equação
nesse intervalo.
z Se P(a) e P(b) tiverem sinais contrários, existirá um número ímpar de raízes reais nesse intervalo.
Ex.:
MATEMÁTICA
a) Quantas raízes reais a equação 3x3 – 13x2 + 19x – 5 = 0 pode apresentar no intervalo ]0,1[. Aplicando o Teorema
de Bolzano, temos:
b) Quantas raízes reais a equação x2 – 4x + 5 = 0 pode Denominamos conjunto dos Números Comple-
apresentar no intervalo ]–1,3[. Aplicando o Teore- xos, representados por ℂ, o conjunto dos pares orde-
nados de números reais, que podem ser escritos na
ma de Bolzano, temos:
forma:
p(– 1) = (– 1)2 – 4 · (– 1) + 5 = 1 + 4 + 5 = 10 z = a + bi
2
p(3) = (3) – 4 · (3) + 5 = 9 – 12 + 5 = 14 – 12 = 2 Com:
a∈R
Como p(– 1) e p(3) possuem sinais iguais, a equação a∈R
pode ter duas ou nenhuma raiz real no intervalo dado. i=√–1
Onde:
a = Re(z): parte real de z
Importante!
b = Im(z): parte imaginária de z
Observe que a cada quatro potências os resul-
tados se repetem, ou seja, as potências de i são Partindo da definição, temos as seguintes consequências:
cíclicas
Se b ≠ 0, o número z = a + bi, é denominado número
imaginário.
Como consequência dessa repetição, podemos con-
Se a = 0 e b ≠ 0, o número z = a + bi, é denominado
cluir que só existem quatro valores possíveis para as
número imaginário puro.
potências de i:
Se b = 0, o número z = a + bi, é denominado número
real.
i0 = 1 i1 = i i2 = – 1 i3 = – i
i0 = 1
Veja que o resto da divisão é igual a 3, como in = ir,
logo teremos: i75 = i3 = – i i1 = i
i2 = (√– 1)2 = –1
Igualdade de Números Complexos
i3 = i2 · i = (– 1) · i = – i
Dois números complexos serão Iguais se, e somen-
i4 = i2 · i2 = (– 1) · (– 1) = 1
te se, suas partes reais e imaginárias também forem
iguais, ou seja: i5 = i4 · i = 1 · i = i
{
z1 = a1 + b1i e z2 = a2 + b2i i6 = i5 · i = i · i = i2 = – 1
i7 = i6 · i = (– 1) · i = – i
z1 = z2 ⟺ a1 = a2 e b1 = b2
{
z1 = a1 + b1i e z2 = a2 + b2i Ex.: Dados z1 = – 6 + 2i e z2 = 4 + 7i, determine z1 + z2
z1 = z2 ⟺ a1 = a2 e b1 = b2 z1 + z2 = (– 6 + 2i) + (4 + 7i)
z1 + z2 = – 6 + 2i + 4 + 7i
Ex.: Se z1 = a + bi e z2 = – 9 + 4i, determine o valor z1 + z2 = – 6 + 4 + 2i + 7i
de a e b, sabendo que z1 = z2 z1 + z2 = – 2 + 9i
Observe que o conjugado tem apenas o sinal da A Multiplicação entre os números complexos z1 = a1
parte imaginária trocado e é representado por z. + b1i e z2 = a2 + b2i é o complexo z1 · z2, cuja parte real é
Exs.: o produto das partes reais menos o produto das partes
z = 5 – 2i ⇒ z = 5 + 2i imaginárias, e a parte imaginária é a soma dos produtos
z=i⇒z=–i da parte real de um deles pela parte imaginária do outro.
z=7⇒z=7 121
z1 · z2 = (a1 + b1i) · (a2 + b2i) = (a1 · a2 – b1 · b2) + (a1 · Utilizando o Teorema de Pitágoras, no triângulo
b2 + b1 · a2) · i retângulo, obtido no plano Argand-Gauss, temos que:
⍴ = √a2 + b2
Ex.: Dados z1 = 2 + i e z2 = 5 + 3i, determine z1 · z2
Consideremos nesse triângulo retângulo as seguin-
z1 · z2 = (2 + i) · (5 + 3i) tes relações:
a
z1 · z2 = 2 · 5 + 2 · 3i + 5 · i + 3i2 cos θ = ⍴ ⇒ a = ⍴ · cos θ
z1 · z2 = 10 + 6i + 5i + 3 · (– 1)
b
z1 · z2 = 10 – 3 + 11i sen θ = ⍴ ⇒ b = ⍴ · sen θ
z1 · z2 = 7 + 11i
Sendo θ = arc tg (b/a)
Frente à equação acima, é importante que você Como z = a + bi, temos:
não se esqueça que i2 = – 1
z = ⍴ · cos θ + ( ⍴ · sen θ)i ⇒ z = ⍴ · (cos θ + i · sen θ)
Divisão de Números Complexos
Esta é a Forma Trigonométrica do complexo z.
Para efetuar a Divisão entre dois números com- Ex.: Vamos colocar z = 1 + i na Forma Trigonométrica
plexos é necessário reescrever a divisão como uma Se z = 1 + i, logo a = 1 e b = 1
fração e racionalizar o denominador dessa fração. Calculando o módulo de z, temos:
Para fazer a racionalização da fração, multiplicamos
o denominador da mesma pelo seu conjugado. Esta é ⍴ = √a2 + b2 = √12 + 12 = √1 + 1 = √2.
a regra prática para dividir dois números complexos.
Calculando o argumento de z, temos:
z1 z1 z2
}
= ·
z2 z2 z2 cos θ =
a 1
=
1 √2 √2
= · = θ = 45º (porque o ponto
⍴ √2 √2 √2 2
⇒ P(1,1) pertence ao
z1 b 1 1 √2 √2 primeiro quadrante)
Ex.: Dados z1 = – 1 + i e z2 = 4 – 2i, determine sen θ = ⍴ = √2 = √2 · √2 = 2
z2
Logo:
z1 (– 1 + i) (4 + 2i) (– 1 · 4 – 1 · 2i + 4 · i + 2 · i ) 2 z = ⍴ · (cos θ + i · sen θ)
= · = = z = √2 · (cos 45º + i · sen 45º)
z2 (4 – 2i) (4 + 2i) 42 – (2i)2
O valor de θ, pode ser representado em graus ou
[– 4 – 2i + 4i + 2 · (– 1)] (– 4 + 2i – 2) – 6 + 2i radianos, por se tratar da medida de um ângulo. Em
= = = muitos casos é mais simples trabalhar com graus ao
16 – 4i2 16 – 4 · (– 1) 16 + 4
invés de radianos, levando em conta os valores do
– 6 + 2i 6 2i 3 i 3 i seno e cosseno dos ângulos notáveis (30º, 45° e 60°).
=– + =– + =– + i Neste contexto, uma outra resposta possível para o
20 20 20 10 10 10 10 exemplo acima seria:
{b = 2
a=2
θ é o argumento de um número complexo 2 + 2i ⇒
} ( )
a 2 1 √2 √2
θ = 45° (porque o θ + 2 · kπ θ + 2 · kπ
cos θ = ⍴ = · == ponto P(2, 2) pertence n
√z = n√⍴ · cos + i · sen
2 · √2 √2 √2 2
⇒ ao primeiro quadrante) n n
b 2 1 √2 √2
sen θ = ⍴ = 2 · √2 = √2 · √2 = 2
Teremos:
( )
Então:
2kπ + 270° 2kπ + 270°
n
√z = n√⍴ · cos + i · sen
z = ⍴ · (cos θ + i · sen θ) = 2 · √2 · (cos 45° + i · sen 45°) 3 3
( )
RADICIAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS 2 · 1 · π + 270° 2 · 1 · π + 270°
∛– 8i = ∛8 · cos + i · sen
Para Extrair as Raízes de um número complexo, 3 3
∛– 8i = 2 ·
basta extrair a raiz do módulo ⍴ e dividir o argumento
θ + 2 · kπ pelo índice n. Fazendo isso uma vez para
cada raiz (n vezes) em cada vez substituindo sucessi- ( 2 · 180° + 270°
cos
3
+ i · sen
2 · 180° + 270°
3 )
( )
vamente o valor de k por 0, 1, 2, 3, ... , ou seja: 360° + 270° 360° + 270°
∛– 8i = 2 · cos + i · sen
( )
3 3
( )
θ + 2 · kπ θ + 2 · kπ
n
√z = √⍴ ·
n cos + i · sen i , 630° 630°
n n ∛– 8i = 2 · cos + i · sen
(k ∈ 3 3
N/ 0 ≤ k ≤ n – 1) ∛– 8i = 2 · (cos 210° + i · sen 210°)
– 8i ⇒
{ a=0
b=–8
∛– 8i = ∛8 · ( cos
2 · 2 · π + 270°
3
+ i · sen
∛– 8i = 2 ·
2 · 2 · π + 270°
3 )
Calculando o módulo de z, temos:
( 4 · 180° + 270°
cos
3
+ i · sen
4 · 180° + 270°
3 )
⍴ = √a² + b² = √0² +(–8)² = √0 + 64 = √64 = 8 ∛– 8i = 2 · cos (
720° + 270°
3
+ i · sen
720° + 270°
3 )
Calculando o argumento de z, temos:
∛– 8i = 2 · cos
990°
3 (+ i · sen
990°
3 )
}
a 0
cos θ = = =0 ∛– 8i = 2 · (cos 330° + i · sen 330°)
( )
⍴ 8
⇒ θ = 270° √3 1
MATEMÁTICA
b –8 ∛– 8i = 2 · – – i
sen θ = ⍴ = 8 =–1 2 2
2 · √3 2·1
∛– 8i = – i
Então: 2 2
∛– 8i = √3 – i
z = ⍴ · (cos θ + i · sen θ) = 8 · (cos 270° + i · sen 270°)
Portanto:
Logo, temos que:
∛– 8i = {2i, – √3 – i, √3 – i} 123
FÓRMULAS DE MOIVRE z (x + a)0 = 1;
z (x + a)1 = x + a;
z (x + a)2 = x2 + 2xa + a2;
A forma trigonométrica se torna muito z (x + a)3 = x3 + 3x2a + 3xa2 + a3 .
útil para o cálculo de Potência de um número
complexo. Para elevar um complexo a um ex- Mas para todo n inteiro, positivo, quanto maior o n
mais trabalhoso fica:
poente, basta elevar o módulo a esse expoente e
multiplicar o argumento pelo mesmo expoente, (x + a)n =(x + a) ∙ (x + a) ∙ ... ∙ (x + a)
ou seja: r fatores
⍴ = √a2 + b2 = √22 + 22 = √4 + 4 = √8 = 2 · √2
}
a 2 1 √2 √2
θ = 45° (porque o
cos θ = ⍴ = = · = ponto P(2, 2) pertence
2 · √2 √2 √2 2
⇒ ao primeiro quadrante)
b 2 1 √2 √2
sen θ = ⍴ = = · =
2 · √2 √2 √2 2
Então:
( )
√2 √2
(2 + 2i)5 = 128 √2 · – 2 – 2 i
– 128 · √2 · √2 128 · √2 · √2
(2 + 2i)5 = – i
2 2
– 128
128 · 2
·2 – i
(2 + 2i) =
5
2 2
(2 + 2i)5 = – 128 – 128i
BINÔMIO DE NEWTON
DESENVOLVIMENTO, COEFICIENTES BINOMIAIS E Assim a soma de todos os produtos é: x ∙ x ∙ x+x ∙ x ∙ a+x ∙
TERMO GERAL a ∙ x+x ∙ a ∙ a+a ∙ x ∙ x+a ∙ x ∙ a+a ∙ a ∙ x+a ∙ a ∙ a=x3+3x2a+3xa2+a3
Usamos as técnicas de contagem como o diagra- Usando o binômio cúbico e reescrevendo ele em
ma de árvore e o princípio fundamental da contagem forma de combinações temos o seguinte: do binô-
para obter o desenvolvimento do binômio (x + a)n com mio (x+a)3 = (x+a) ∙ (x+a) ∙ (x+a), se escolhermos um
n ∈ N e x, a ∈ ℝ. termo de cada fator, obteremos três termos (um em
cada fator), que são multiplicados entre si: x3, x2a,
124 Alguns casos particulares já são conhecidos: xa2 e a3, ou seja, o diagrama de árvore está na coluna
“Produto”. Assim, o primeiro deles x3 só pode ser obti- Para um melhor entendimento, vamos ver um
do de uma única forma que é com a escolha de x para exemplo a seguir.
os três fatores. Logo, o coeficiente de x3 no desenvolvi- Ex.: Vamos calcular as raízes da equação: x6 + 64 = 0
mento do binômio é 1 ou C3,0.
Para o termo x2a, a quantidade de produtos do tipo
x6 + 64 = ⇒ x6 = – 64 ⇒ x= 6√–64
x a no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas
2
Logo:
3!
P = = C3,1, logo, o coeficiente de x2a é C3,1.
( )
2,1
3
2!1! π + 2kπ π + 2kπ
zk = 6√64 · cos + i · sen
6 6
Para o termo xa2, a quantidade de produtos do tipo
xa no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas
2
3! Para k = 0,
p31,2 = = C3,2, logo, o coeficiente de xa2 é C3,2.
1!2!
Por fim, para o termo a3 só pode ser obtido de uma
única forma que é com a escolha de a para os três [ (
z0 = 2 · cos
π
6
+0·
π
3 )
+ i · sen
π
6
+0·
π
3 ( )]
fatores. Logo, o coeficiente de a3 no desenvolvimento
do binômio é 1 ou C3,3. [
z0 = 2 · cos
π
6
+ i · sen
π
6
=2·
2]
√3 1
+2· i
2
z0 = √3 + i
Finalmente temos o desenvolvimento do binômio
cúbico: Para k = 1,
(x+a)3 = C3,0x3+C3,1x2a+C3,2xa2+C3,3a3.
[ (
z1 = 2 · cos
π
6
+1·
π
3 )
+ i · sen
π
6
+1·
( π
3 )]
Desse exemplo, podemos definir então o Teorema
Binomial. Seja o binômio (x+a)n com n ∈ ℕ e x, a ∈ ℝ, o
desenvolvimento do binômio é dado por:
[
z1 = 2 · cos
π
2
+ i · sen
π
2 ]
= 2 · 0 + 2 · 1i
z1 = 2i
(x+a)n = Cn,0 xn+Cn,1 xn – 1a1+Cn,2 xn – 2a2+ ... +Cn, p xn – p ap+ ... +
Para k = 2,
Cn, n an
Onde Cn,0, Cn,1, Cn,2, ..., Cn,p, ..., Cn,n são chamados de
coeficientes binomiais.
[ (
z2 = 2 · cos
π
6
+2·
π
3 ) + i · sen
( π
6
+2·
π
3 )]
Por fim, o termo geral a partir do desenvolvimen-
to do Teorema Binomial é: [
z2 = 2 · cos
5π
6
+ i · sen
6
5π
=2·
] ( ) –
√3
2
+2· i
1
2
z2 = – √3 + i
(x+a)n = Cn, p xn – p ap
Para k = 3,
No desenvolvimento do binômio (1 – 2x2)5, qual o
coeficiente de x8? O termo geral do binômio é:
[ (
z3 = 2 · cos
π
6
+3·
π
3 ) (
+ i · sen
)]π
6
+3·
π
3
C5, p (–2x2)5 – p 1p = C5,p (–2)5 – p x2(5 – p) = C5,p (-2)5 – p x10 – 2p
10 – 2p = 8 → p = 1
C5,1 (–2)5 – 1 x10 – 2∙1 = C5,1 (–2)4 x8 = C5,1 16x8 = 5 ∙16x8 = 80x8
[
z3 = 2 · cos
7π
6
+ i · sen
7π
6 ] ( ) ( )
=2· –
√3
2
1
+2· – i
2
z3 = – √3 – i
[ ( ) ( )]
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES BINOMIAIS E π π π π
TRINOMIAIS z4 = 2 · cos +4· + i · sen +4·
6 3 6 3
Equações Binomiais [
z4 = 2 · cos
3π
2
+ i · sen
3π
2 ]
= 2 · 0 + 2 · (– 1)i
MATEMÁTICA
Sendo a, b ∈ C, a ≠ 0 e n ∈ N [ (
z5 = 2 · cos
π
6
+5·
π
3 ) π
+ i · sen
6
+5·
π
3 ( )]
Podemos resolver qualquer equação binomial, iso- [
z5 = 2 · cos
11π
6
+ i · sen
11π
6
=2·
] ( ) ( )
√3
2
1
+2· – i
2
lando xn e aplicando a definição de radiciação em C. z5 = √3 – i 125
Portanto o conjunto solução da equação x6 + 64 = z1 = – 2
0 é:
Para k = 2,
S = {√3 + i, 2i, – √3 + i, – √3 – i, – 2i, √3 – i}
z2 = 1 – i√3
Como z = 1, o valor do seu módulo é 1 e o argumen-
to é zero. Logo, o conjunto solução da equação x6 + 7x3 – 8 =
Logo, teremos: 0, será:
zk 1 · ( cos
2kπ
3
+ i · sen
2kπ
3 ) S=
{ 1, –
1
2
+i
√3
2
1
,– –i
2
√3
2
, 1 + i√3, –2, 1 – i√3
}
Fazendo k = 0, 1 e 2, teremos: Equações Trinomiais
Para k = 0,
Denominamos Equação Trinomial, toda equação
z0 = 1 · cos( 2·0·π
3
+ i · sen
2·0·π
3 ) que pode ser escrita irredutivelmente como a seguir:
z1 = 1 · cos( 2·1·π
3
+ i · sen
2·1·π
3 ) fazendo o seguinte:
z1 = 1 · cos (
2π
3
1
+ i · sen
√3
2π
3 ) z Dizemos que xn = y;
z Encontramos as raízes da equação ay2 + by + c = 0;
z Logo após fazermos a substituição em xn = y1 e xn =
z1 = – – i y2, encontrando assim as raízes.
2 2
z2 = 1 · ( cos
2·2·π
3
+ i · sen
2·2·π
3 ) Fazendo x3 = y, temos: y2 + 7y – 8 = 0.
( )
4π 4π Resolvendo a equação do segundo grau na variá-
z2 = 1 · cos +i· vel y, temos: y1 = 1 e y2 = – 8.
3 3
1 √3
z2 = – – i
2 2
( )
π + 2kπ π + 2kπ b) 20
zk = 2 · cos + i · sen c) 40
3 3
d) 50
e) 10
Fazendo k = 0, 1 e 2, teremos:
Para k = 0,
2. (DECEX — 2020) Numa enquete foram entrevistadas
( )
π+2·0·π π+2·0·π 80 pessoas sobre os meios de transporte que utili-
z0 = 2 · cos + i · sen zavam para vir ao trabalho e/ou à escola. Quarenta e
3 3
( )
π π dois responderam ônibus, 28 responderam carro e 30
z0 = 2 · cos + i · sen responderam moto. Doze utilizavam-se de ônibus e
3 3
carro, 14 de carro e moto e 18 de ônibus e moto. Cinco
z0 = 1 + i √3
utilizavam-se dos três: carro, ônibus e moto. Qual é a
probabilidade de que uma dessas pessoas, selecio-
Para k = 1, nada ao acaso, utilize somente carro?
z1 = 2 · ( π+2·1·π
cos
3
+ i · sen
π+2·1·π
3 ) a) 8,75%.
b) 35%.
z1 = 2 · (cos π + i · sen π) = 2 · (– 1 + 0) c) 23,75%.
126
d) 33,75%. 9. (DECEX — 2020) Se (40, x, y, 5, ... ) é uma progressão
e) 21,25%. geométrica de razão q e (q, 8 - a, 7/2, ... ) é uma pro-
gressão aritmética, determine o valor de a.
3. (DECEX — 2019) Um anagrama é uma espécie de jogo
de palavras, resultando do rearranjo das letras de uma a) 7.
palavra ou expressão para produzir outras palavras b) 6.
ou expressões, utilizando todas as letras originais c) 8.
exatamente uma vez. Para participar de uma compe- d) 25/4 .
tição uma equipe decide criar uma senha, fazendo um e) 23/4.
anagrama do nome original da equipe, que é “FOX-
TROT”. De quantas maneiras diferentes poderá ser 10. (DECEX — 2019) Se, para quaisquer valores X1 e X2
criada essa senha? de um conjunto S (contido no domínio D), com X1< X2,
temos f(X1) < f(X2), então podem os afirmar que a fun-
a) 2520. ção f é:
b) 1680.
c) 5040. a) inconstante.
d) 10080. b) decrescente.
e) 1260. c) crescente.
d) alternada.
4. (DECEX — 2020) Determine a distância real, em quilô- e) constante.
metros. entre duas cidades que se encontram a 18mm
de distância em um mapa cuja escala é 1 : 5.000.000. 11. (DECEX — 2019) Observe a inequação modular I3x - 2I
= 8 + 2x e identifique a alternativa que apresenta uma
a) 9 . das possíveis raízes:
b) 90.
c) 900. a) -10.
d) 9000. b) 4.
e) 0,9. c) 10.
d) 0.
5. (DECEX — 2018) Se a velocidade de um automóvel for e) - 4.
aumentada em 60%, o tempo necessário para percor-
rer um mesmo trajeto, supondo a velocidade constan- 12. (DECEX — 2018) Sejam 𝑓: {x ∈ R/x > 70} → R e g: R →
te, diminuirá em: 1 x
R, definidas 𝑓 (x) = log2x e g(x) = 2 . O valor de 𝑓 ○
4
g(2) é:
a) 37,5%.
b) 60%.
a) 4
c) 40%.
b) 2
d) 30%
c) -4
e) 62,5%
d) -2
e) 0
6. (DECEX — 2020) Mudando para base 3 o log57
obtemos:
13. (DECEX — 2020) A solução da inequação 13x -10I ⩽ 2
x é dada por:
a) log37/log35.
b) log73/log53 .
a) S={x E R I x ⩽ 10}.
c) log35.
b) S=Ø .
d) log37.
c) S={x E R I 2⩽x ⩽10}.
e) log53/log73.
d) S={x E R I x ⩾ 2}.
e) S={x E R l x ⩽ 2 ou x ⩾10}.
7. (DECEX — 2020) A soma dos possíveis valores de x na
equação 4x = 6 · 2x - 8. é:
14. (DECEX — 2019) Seja A uma matriz de ordem 3 tal que
Det (A) = 4. Então Det (2A) vale:
a) 6.
b) 7.
a) 32.
c) 3 .
b) 8.
d) 2.
c) 64.
e) 0.
d) 128.
e) 16.
8. (DECEX — 2019) As medidas, em centímetros, dos
MATEMÁTICA
16. (DECEX — 2019) O valor que deve ser somado ao poli- a) P (8, 1 O).
nômio 2x3 +3x2 +8x + 15para que ele admita 2i como b) P (10, 8).
raiz, sendo i a unidade imaginária é: c) P (9, 7).
d) P (12, 10).
a) -12. e) P (7, 9).
b) 3.
c) -3. 9 GABARITO
d) -15.
e) 12.
1 C
17. (DECEX — 2020) Dado o polinômio p(x)=4x4 + 3x5-5x +
2 A
x2 + 2. Analise as informações a seguir:
3 E
I. O grau de p(x) é 5.
lI. O coeficiente de x3 é zero. 4 B
IlI. O valor numérico de p(x) para x = -1 é 9.
5 A
IV. Um polinômio q(x) é igual a p(x) se, e somente se, pos-
sui mesmo grau de p(x) e os coeficientes são iguais. 6 A
8 E
a) II, IlI e IV apenas.
b) I, lI, IlI e IV. 9 B
c) IlI e IV apenas.
d) I, lI e IlI apenas. 10 C
e) I e lI apenas.
11 C
18. (DECEX — 2020) A água utilizada em uma residência 12 E
é captada e bombeada do rio para uma caixa d’água
localizada a 60 m de distância da bomba. Os ângulos 13 C
formados pelas direções bomba - caixa d’água - resi-
14 A
dência é de 60º e residência - bomba - caixa d’água é
de 75°. conforme mostra a figura abaixo. Para bom- 15 A
bear água do mesmo ponto de captação, diretamente
para a residência, quantos metros de tubulação são 16 C
necessários? Use √6 = 2,4
17 D
18 B
19 B
20 B
ANOTAÇÕES
a) 12,5 metros.
b) 72 metros.
c) 35.29 metros.
d) 21,25 metros.
e) 28 metros.
a) 216 πcm3 .
b) 288 πcm3 .
c) 2304 π cm3 .
d) 162 π cm3 .
e) 72 π cm3 .
128
Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra-
A interpretação e a compreensão textual são Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
aspectos essenciais a serem dominados por aque- subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
les candidatos que buscam a aprovação em seleções A primeira e mais importante delas é identificar a
e concursos públicos. Trata-se de um assunto que orientação do pensamento do autor do texto, que fica
abrange questões específicas e de conteúdo geral nas perceptível quando identificamos como o raciocínio
provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
a apreensão desse assunto pode ser o grande diferen- da análise de dados, informações com fontes confiáveis
cial entre o quase e a aprovação. ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
Além disso, seja a compreensão textual, seja a das consequências, a fim de se identificar as causas.
interpretação textual, ambas guardam uma relação de
Por isso, é preciso compreender como podemos
proximidade com um assunto pouco explorado pelos
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
linguística pode assumir. que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
Portanto, neste material você encontrará recursos neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
para solidificar seus conhecimentos em interpreta- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
ção e compreensão textual, associando a essas temá- ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, que focam nas formas de inferência sobre um texto.
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi-
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que
precisa ser reconhecido por quem o lê. o processo de inferência, que se dá por dedução ou
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
breve diferença entre os termos compreensão e
interpretação textual. O marido da minha chefe parou de beber.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste Observe que é possível inferir várias informações
material, ainda que existam relações de sinonímia a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor ciador é casada (informação comprovada pela expres-
por um termo ao invés de outro reflete um sentido são “marido”), a segunda é que o enunciador está
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a
trabalhando (informação comprovada pela expressão
interpretação realiza ligações com o texto a partir
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do
Já a compreensão busca a análise de algo exposto enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas do próprio texto que induzem o leitor a interpretar
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos essas informações.
linguísticos essencialmente relacionados à significa- Tratando-se de interpretação textual, os processos
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
com a semântica. tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
Sabendo disso, é importante separarmos os con-
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo. Neste material, você encontrará um texto junto da articulação com as informações acessa-
PORTUGUÊS
forte conteúdo que relaciona semântica e interpreta- das pelo leitor do texto.
ção, contendo questões sobre os assuntos: inferência; A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- senta como ocorre a relação desses processos:
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na
compreensão e semântica, os principais tópicos são:
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas INFERÊNCIA
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
guísticas e suas consequências para o sentido. 129
A partir desse esquema, conseguimos visualizar Em questões de concurso, as bancas costumam
melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora, procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra- para abordar em suas provas.
tégias que compõem cada maneira de inferir informa- No momento de ler um texto, o leitor articula seus
ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos conhecimentos prévios a partir de uma informação
seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
de mundo na interpretação de textos. ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47):
A INDUÇÃO
Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
As estratégias de interpretação que observam temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto tema; ele estará também postulando uma possí-
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- vando seu conhecimento prévio, e na testagem
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
texto e que variam conforme o tipo textual. conhecimento.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos
identificar uma organização cronológica e espacial no Fique atento a essa informação, pois é uma das
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- pretação textual: formular hipóteses, a partir da
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação
macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
ideia/ponto de vista. entre outras informações que podem vir como “aces-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
organizadas a partir de uma especificação para uma leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
generalização. Vejamos um exemplo: tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa um objetivo mais definido.
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan-
te para não os amar, nem os imitar. São em geral ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos z Conhecimento Linguístico;
detalhados e impotentes para generalizar, cur- z Conhecimento Textual;
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, z Conhecimento de Mundo.
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
O conhecimento de mundo, por se tratar de um
critério de beleza.
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
(BARRETO, 2010, p. 21)
Veja cada um desses conhecimentos abordados detalha-
O trecho em destaque na citação do escritor Lima damente a seguir.
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento Conhecimento Linguístico
indutivo compõe a interpretação e decodificação de
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- Esse é o conhecimento basilar para compreensão
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
ção cronológica de um texto. uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
nhecimento das regras de uma língua.
A propriedade vocabular leva É importante salientar que as regras de reconhe-
o cérebro a aproximar as pa- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso- necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ciação com o tema do texto que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
Os conectivos (conjunções, tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
preposições, pronomes) que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de bo-objeto (SVO) etc.
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
localizadores textuais
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
A DEDUÇÃO sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
A leitura de um texto envolve a análise de diversos o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
130 maneira implícita no enunciado. dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
conhecimento de mundo que é relevante para a com- ça tem 7 letras, porém só apresenta 6 fonemas
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso [karosa].
cérebro associar informações, a fim de compreender
o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- Conhecer o alfabeto fonético internacional e as
cício para atestarmos a importância da ativação do regras de transcrição fonética são passos importan-
conhecimento de mundo em um processo de interpre- tes para compreender outros processos da ortografia,
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: bem como da divisão silábica. 131
VOGAL, SEMIVOGAL E CONSOANTE
USAMOS X: USAMOS CH:
A vogal é o núcleo da sílaba em língua portuguesa. � Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em,
Não há sílaba sem vogal; o som das vogais é puro, ou a palavra não for derivada se a palavra for derivada
seja, sem obstáculos sonoros. As vogais são: a, e, i, o, u. de palavras iniciadas por de palavras iniciadas por
A semivogal é um som de vogal que perdeu a força CH: enxerido, enxada CH: encher, encharcar
sonora da vogal, juntam-se a uma vogal e são pronuncia- � Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas
das com menos força. São semivogais clássicas: /i/ e /u/. xa, faixa de vocábulos que são
� Depois da sílaba ini- grafados com CH: recau-
Consoantes são os sons emitidos com obstáculos;
cial me se a palavra não chutar, fechadura
em nossa língua há 21 consoantes: b, c, d, f, g, h, j, k, l,
for derivada de vocábulo
m, n, p, q, r, t, v, x, y, z, w. iniciado por CH: mexer,
O encontro na mesma sílaba de duas consoantes, mexilhão
como RR, LH, PR etc. configura um encontro conso-
nantal. Dentre os encontros consonantais, destaca-se Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020.
os dígrafos, que são o encontro de duas consoantes
que representam um único som, como: CH, NH, LH, z É com G ou com J? Usamos “g” em substantivos termi-
SC, SÇ, XC, XS, RR, SS, QU, GU. nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem;
Já o encontro de duas vogais origina um encontro Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
vocálico, que pode ser: -úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio;
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir;
z Tritongo: três sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.:
Usamos “j” em formas verbais terminadas em -jar
Pa-ra-guai, I-guais, Sa-guão.
ou -jer. Ex.: viajar, lisonjear;
� Ditongo: dois sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.:
Termos derivados do latim escritos com “j”.
Pei-xe, Trou-xa, A-mei-xa.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente,
z Hiato: sons vocálicos em sílabas diferentes. Ex.:
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
Pa-ís, Ci-ú-me, Pi-a-da.
houver som de “z”. Ex.: eleição; Neusa; coisa.
A diferença entre ditongo, tritongo e hiato é a pre- z É com S ou com Z? palavras que designam nacio-
sença de vogal e de semivogais nos dois primeiros, nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês e
enquanto o hiato apresenta duas vogais e, por isso, -esa devem ser grafadas com “s”. Ex.: norueguesa;
precisa designar uma sílaba para cada uma, tendo em inglês; marquesa; duquesa.
vista que, na língua portuguesa, não há espaço para Palavras que designam qualidade, cuja termina-
duas vogais em uma mesma sílaba. ção seja -ez ou -eza, são grafadas com “z”:
Atente-se à diferença entre vogal e semivogal: Embriaguez; lucidez; acidez.
a vogal sempre apresentará um som mais forte,
enquanto a semivogal designa um som mais fraco. Essas regras para correção ortográfica das pala-
Além disso, a vogal é o núcleo da sílaba, por isso, serve vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
de apoio às semivogais. importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
ORTOGRAFIA Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos
As regras de ortografia são muitas e, na maioria
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
informação, pois além de contribuir para seu conhe-
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa
vezes, é derivada de processos históricos de evolução
também aumentará.
da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
NÚMERO DE SÍLABAS
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra-
Antes de compreendermos os processos norteado-
fia das palavras.
res da divisão silábica, é importante identificar uma
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
sílaba. Sílaba é um grupo de palavras que se pronun-
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
grande número. Neste material, iremos apresen- cia em apenas uma emissão de voz, como a palavra
tar uma forma condensada e prática de nunca mais “pá”, por exemplo.
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala- Para compreender o processo de formação silábi-
vras são acentuadas. ca e, consequentemente, reconhecer os números de
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- sílabas em uma palavra, é fundamental saber como
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras dividir a palavra em sílabas.
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto Esse processo é chamado de divisão silábica e
à escrita correta. Veja: constitui a identificação e delimitação das sílabas de
cada palavra. As palavras classificam-se em monossí-
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. labas (se apresentam apenas uma sílaba) ou polissíla-
132 Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. bas (mais de uma sílaba).
Veja alguns exemplos, separam-se: Notações Léxicas
São chamadas assim as palavras que apresentam z Palavras proparoxítonas: A regra mais simples e
tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem
sílaba mais forte. ser acentuadas!
Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê.
Porém, esse grupo de palavras divide uma polê-
Paroxítonas mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns
vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por-
São chamadas assim as palavras que apresentam a tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona
ou proparoxítona.
PORTUGUÊS
Crase Facultativa
PORTUGUÊS
Demais Ao encontro de
Advérbio de intensidade. Assume também a fun-
Significa “ser favorável a” e “aproximar-se de”.
ção de pronome indefinido.
Ex.: A opinião dos estudantes ia ao encontro das
Ex.: Gritamos demais no jogo, por isso estamos
nossas. (sentido de “corresponder”)
roucos. (advérbio)
Ele foi ao encontro dos amigos. (sentido de
Eu amo essa cantora, ela é demais! (advérbio)
“encontrar-se com”)
Sabemos o motivo principal, os demais não foram
divulgados. (pronome indefinido) De encontro a
De mais
Indica “oposição”, “confronto”, “colisão”.
Locução adjetiva que manifesta quantidade. Para Ex.: A sua maneira de agir veio de encontro à
diferenciá-la de “demais”, basta trocar pelo antônimo, minha. (sentido de “confronto”)
“de menos”; se der certo, escreve-se “de mais”. O caminhão foi de encontro ao poste. (sentido de
Ex.: Essa sobremesa tem açúcar de mais para o “colisão”)
meu paladar. O que ele fez foi de encontro ao que havia dito.
Preparei comida de mais, vou precisar congelar. (sentido de oposição”)
É só uma injeção, não tem nada de mais.
SENÃO / SE NÃO
A CERCA DE / ACERCA DE / HÁ CERCA DE
Senão
A cerca de
Significa “do contrário, caso contrário”, “mas sim,
Quando se referir a algo ou alguém, com ideia de
mas”, “a não ser, exceto, mais do que”, “mas também”,
quantidade aproximada.
“falha, defeito, obstáculo (como substantivo)”.
Ex.: Ele falou a cerca de mil ouvintes.
Ex.: Saio cedo, senão chego atrasado.
Acerca de Não era diamante nem rubi, senão cristal.
Ninguém, senão os convidados, podia entrar na festa.
Equivale a “sobre”, “a respeito de”, “em relação a”. O aprendizado não depende somente do professor,
Ex.: O professou dissertou acerca dos progressos senão do esforço do aluno.
científicos. Não encontrei um senão em seu texto. (substanti-
vo com sentido de “falha”)
Há cerca de
Se não
Quando se trata de uma média de tempo passado.
Ex.: Há cerca de trinta dias, foi feita essa proposta.
Formado de uma conjunção condicional se e do
advérbio de negação não, tem valor de “caso não”,
Dica “quando não”.
Para evitar redundância, não se deve usar o “há Ex.: Se não fizer sol, não lavarei roupas.
Havia duas pessoas interessadas, se não três.
cerca de” com outro termo que dê ideia de pas-
sado numa mesma sentença.
Para não errar mais:
Ex.: Há cerca de trinta dias atrás. (inadequado)
Se não (separado): Caso não
Há cerca de trinta dias. (adequado) Ex.: Se não estudar, será reprovado.
SEÇÃO / SESSÃO / CESSÃO Senão (junto): Caso contrário
Ex.: Estude, senão será reprovado.
Seção
HÁ / A (EXPRESSÃO DE TEMPO)
Tem sentido de “parte”, “divisão”, “segmento”.
Ex.: A seção onde trabalho é muito requisitada. Há
tempo”.
por faz, sendo invariável, sempre no singular.
Ex.: Os ingressos para a sessão de estreia estão
Ex.: Ela saiu de casa faz meia hora. / Ela saiu de
disponíveis.
casa faz duas horas.
Cessão
A
Tem sentido de “ceder”, “repartir”.
Ex.: O governo autorizou a cessão de livros para Usa-se para espaço de tempo referente ao futuro.
as escolas. Ex.: Ele chegará daqui a duas horas. 139
EM VEZ DE / AO INVÉS DE Para não errar mais, faça a seguinte operação sem-
pre que em dúvida: Mal é antônimo de Bem / Mau é
Em vez de
antônimo de Bom.
Significa “substituição”, “troca”.
Ex.: Em vez de estudar, ficou brincando com os
amigos.
MORFOLOGIA
Ao invés de
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS E
Indica “algo inverso”, “oposição”.
CLASSES DE PALAVRAS
Ex.: Ao invés de ligar o som, desligou-o.
É importante destacar que essa pequena amostra, desinência e não uma vogal temática!
listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue- Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja
sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que (essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis-
você tenha consciência do quão rico é o processo de te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá
formação de palavras por afixos. ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s.
Além disso, não é interessante que você decore esses Note que as palavras terminadas em vogais tônicas
morfemas derivacionais, mas que você compreenda não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
1 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 141
Tema z Parassintética ou parassíntese;
z Regressiva;
O tema é a união do radical com a vogal temática. z Imprópria ou conversão.
A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma
apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras dessas classes e identificar as peculiaridades de cada uma.
que não apresentem vogal temática também não irão
possuir tema. Derivação Prefixal
Exs.:
Vendesse – tema: vende; Como o próprio nome indica, as palavras forma-
Mares – tema: mare. das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
mo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Vogais e Consoantes de Ligação Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho-
mem; infeliz; refazer.
As consoantes e vogais de ligação têm uma função Pré-vestibular: prefixo pré-;
eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de Disposição: prefixo dis-;
palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais Deslealdade: prefixo des-;
de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên- Super-homem: prefixo super;
cias, aquelas facilitam a pronúncia. Infeliz: prefixo in-;
Refazer: prefixo re-.
Exs.:
Gas - ô - metro; Derivação Sufixal
Alv - i - negro;
Tecn - o - cracia; De maneira comparativa, podemos afirmar que
Pe - z - inho; a formação de palavras por derivação sufixal refere-
Cafe - t- eira; -se ao acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva,
Pau - l - ada; como em:
Cha - l - eira;
Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofri-
Inset - i - cida;
mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria.
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense; Lealdade: sufixo -dade;
Gira - s - sol; Francesa: sufixo -esa;
Legal - i - dade. Belíssimo: sufixo -íssimo;
Inquietude: sufixo -tude;
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Sofrimento: sufixo -mento;
Harmonizar: sufixo -izar;
A partir do conhecimento dos morfemas que auxi- Gentileza: sufixo -eza;
liam o processo de ampliação das palavras da língua, Lotação: sufixo -ção;
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for- Assessoria: sufixo -ria.
mação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a Derivação Prefixal e Sufixal
partir de dois processos básicos que apresentam clas-
ses específicas. O quadro a seguir organiza bem os Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto
processos de formação de palavras: um sufixo quanto um prefixo; vejamos alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infeliz-
mente (prefixo in- com sufixo -mente); ultrapassagem
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
(prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO (prefixo -re com sufixo -ção).
� Prefixal � Justaposição
� sufixal � Aglutinação Derivação Parassintética
� Prefixal e sufixal
� Parassintética Na derivação parassintética, um acréscimo simul-
� Regressiva tâneo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma
� Imprópria ou conversão estrutura primitiva. É importante não confundir, con-
tudo, com o processo de derivação por sufixação e
Como é possível notar, os dois processos de formação prefixação. Veja:
de palavras são a derivação e a composição. As pala- Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o senti-
vras formadas por processos derivativos apresentam do, como em “emagrecer” (sem um dos afixos: “ema-
mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las agora! gro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para
estabelecer por qual processo a palavra foi formada:
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira
dúvida. Caso a palavra que restou exista, estaremos
As palavras formadas por processos de derivação diante de um processo por derivação sufixal e prefi-
são classificadas a partir de seis categorias: xal; caso contrário, a palavra terá sido formada por
derivação parassintética.
z Prefixal ou prefixação;
z Sufixal ou sufixação; Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar,
142 z Prefixal e sufixal; entediar etc.
Derivação Regressiva Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da
língua portuguesa também se aglutinam a radicais e
Já na derivação regressiva, a nova palavra será prefixos latinos.
formada pela subtração de um elemento da estrutura
primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar); RADICAIS E PREFIXO LATINOS
Ataque (atacar);
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Amasso (amassar).
A derivação regressiva, geralmente, forma substanti- Arbori Árvore Arborizar
vos abstratos derivados de verbos. É possível que alguns
autores reconheçam esse processo como redução. Beli Guerra Belicoso
Bio Vida Biologia São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc.
Biblio Livro Biblioteca A partir das palavras primitivas, o falante pode
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala-
Crono Tempo Cronologia
vras derivadas, assim chamadas pois derivam de um
Caco Mau cacofonia dos seis processos derivacionais.
Cali Belo Caligrafia Já as palavras compostas guardam a independên-
cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala-
Dromo Local Autódromo
vras para a formação de um novo sentido. 143
USO DO HÍFEN CONFORME O NOVO ACORDO CLASSES DE PALAVRAS
ORTOGRÁFICO
INTRODUÇÃO
O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformu-
lado com a reforma ortográfica da língua que entrou A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
em vigor em 2009 no Brasil. mas; por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam-
A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos
contextos, o que podemos ver como uma facilitação e suas funções.
do aprendizado de quando usá-lo ou não. Analogamente, para compreender bem as funções
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen, de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
conforme o novo acordo ortográfico, é esta: precisamos conhecer como essa forma se classifica e
como se organiza.
z Palavras com final em vogais iguais: Usa-se hífen. Por isso, em língua portuguesa, estudamos as
Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório. formas das palavras na morfologia, que organiza as
classes das palavras em dez categorias. A seguir, estu-
Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa daremos detalhadamente cada uma delas e também
regra geral. Por isso, iremos apresentar alguns exem- veremos um “bônus” para seus estudos: as palavras
plos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar denotativas, atualmente, muito cobradas por bancas
seu aprendizado.
exigentes.
z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão
ARTIGOS
unidos por hífen quando o segundo termo apre-
sentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coo-
Os artigos devem concordar em gênero e número
rientador, coautor, preenchimento, reeleição,
reeducação, preestabelecer. com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
minantes dos substantivos.
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen Essa classe está dividida em artigos definidos e
deve permanecer caso a palavra seguinte seja ini- artigos indefinidos. Os definidos funcionam como
ciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático, determinantes objetivos, individualizando a palavra,
hiper-requintado, inter-racial, super-racional. já os indefinidos funcionam como determinantes
z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais imprecisos.
utilizado em palavras formadas de prefixo termi- O artigo definido — o — e o artigo indefinido —
nado em vogal seguido de palavra iniciada por R um —variam em gênero e número, tornando-se “os,
ou S. Ex.: antessala, autorretrato, contrarregra, a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os
antirrugas etc. indefinidos. Assim, temos:
z É importante esclarecer que em prefixos termina-
z Artigos definidos: o, os; a, as;
dos em vogais, aplicados a palavras cuja primei-
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
ra letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói;
anti-higiênico; extra-humano; semi-herbáceo.
Os artigos podem ser combinados às preposições.
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), São as chamadas contrações. Algumas contrações
Ex, Vice, Soto, Além, Aquem, Recém, Sem devem comuns na língua são:
ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal;
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice- z em + a = na;
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea- z a + o = ao;
no; recém-nascido; sem-teto. z a + a = à;
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas z de + a = da.
a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano. Dica
z Também devemos empregar hífen em palavras Toda palavra determinada por um artigo torna-se
formadas pelos sufixos de origem tupi-guara- um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
ni, como Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu;
capim-açu. NUMERAIS
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a seguir: z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma-
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O
z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien-
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con- te / a cliente; O líder / a líder;
cordância com palavras femininas é inaceitável
z Epicenos: Designam geralmente animais que
pela gramática.
apresentam distinção entre masculino e feminino,
mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea;
Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá
fêmea; girafa macho / girafa fêmea;
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
SUBSTANTIVOS ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
característica básica dessa classe é admitir um deter- Já os substantivos biformes designam os substan-
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- tivos que apresentam duas formas para os gêneros
xionam-se em gênero, número e grau. masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
PORTUGUÊS
Alguns substantivos uniformes podem aparecer Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes-
com marcação de gênero diferente, ocasionando uma tres -salas;
modificação no sentido. Veja, por exemplo: Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar-
das -noturnos;
z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime; Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas;
z O testemunho: Relato de experiência, associado a Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças
religiões. -feiras.
Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan- z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
podem indicar: bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub-
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
z Qualidade: professor chato; de quem o descreve;
z Estado: aluno triste; z Posição posterior ao substantivo: Os adjetivos de
z Aspecto, aparência: estrada esburacada. relação sempre são posicionados após o substanti-
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial;
Locuções Adjetivas z Derivado do substantivo: Derivam-se do substan-
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor — pai; mundial — mundo;
dos adjetivos, indicando as mesmas características z Não admitem variação de grau: os graus com-
deles. parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:
Elas são formadas por preposição + substantivo, Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs- mundial”.
tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti- Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu te americano (não é subjetivo; posicionado após o
estudo: substantivo; derivado de substantivo; não existe a
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
z Voo de águia / aquilino; ma petrolífera; economia mundial; vinho francês;
z Poder de aluno / discente; roteiro carnavalesco.
z Conselho de professores / docente;
Cor de chumbo / plúmbea; Variação de Grau
PORTUGUÊS
z
z Luz da lua / lunar;
z Sangue de baço / esplênico; O adjetivo pode variar em dois graus: compara-
z Nervo do intestino / celíaco ou entérico; tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
z Noite de inverno / hibernal ou invernal. respectivas categorias.
É importante destacar que, mais do que “decorar” z Grau comparativo: Exprime a característica de
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun- um ser, comparando-o com outro da mesma classe
damental reconhecer as principais características de nos seguintes sentidos: 147
Igualdade: Compara elementos colocando-os em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto quanto, tão
quanto. Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios;
Superioridade: Compara, evidenciando um elemento como superior ao outro. Mais do que, melhor do que.
Ex.: O amor é mais suficiente do que o dinheiro;
Inferioridade: Compara, evidenciando um elemento como inferior ao outro. Menos do que, pior do que.
Ex.: Homens são menos engajados do que mulheres.
z Grau superlativo: Em relação ao grau superlativo, é importante considerar que o valor semântico desse grau
apresenta variações, podendo indicar:
Característica de um ser elevada ao último grau: Superlativo absoluto, que pode ser analítico (associado
ao advérbio) ou sintético (associação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo absoluto analítico).
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto sintético);
Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe: Superlativo relativo,
que pode ser de superioridade (o mais) ou de inferioridade (o menos).
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorrentes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os concorrentes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade).
Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica (mais
alta, mais magra, mais bonito etc.).
Ex.: A modelo é mais alta que magra.
Porém, se uma mesma característica referir-se a seres diferentes, empregamos a forma sintética (melhor,
pior, menor etc.).
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
z Primitivos: Adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível formar novos termos. Ex.:
útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: São palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.;
z Simples: Apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: Formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro, amarelo-
-ouro etc.
Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.
z Invariável:
Adjetivos Pátrios
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializa-
vam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em
148 nosso país.
Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém, decorar as
funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais. 149
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: com certeza. Ex.: Com certeza Luana entregará o trabalho. (com certeza =
certamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passi-
vidade, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Colapso foi ameaçado. Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
150 Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PORTUGUÊS
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto. 151
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a partir das formas
usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções sociais
que designam:
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo e das Forças Armadas membros do alto escalão;
152 z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes; A palavra bastante frequentemente gera dúvida
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento do. Por isso, atente-se ao seguinte:
cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): Papa; z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev- te ao termo “muito”.
ma.): Bispos.
Ex.: Elas são bastante famosas.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro-
nomes de tratamento e suas respectivas designações z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial ao termo “suficiente”.
da Presidência da República. Portanto, essas designa-
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
ro textual abordado for um gênero oficial. a festa.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
o substantivo, indicando grande, porém incerta,
quantidade de algo.
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
tamento é importante destacar que o plural de
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na
Pronomes Demonstrativos
maioria das abreviaturas terminadas com a letra
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
apontam elementos a que se referem as pessoas do dis-
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
tíssimo Juiz; eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-
blica nunca deve ser abreviado. z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
Pronomes Indefinidos z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes- Usamos este, esta, isto para indicar:
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela: z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
dade de algo ao falante.
PRONOMES INDEFINIDOS2
Variáveis Invariáveis Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova.
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, z Referência ao tempo presente.
Ninguém
nenhumas
Todo, toda, todos, todas Quem Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
pagarei a última prestação da casa.
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo z Referência ao espaço textual.
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
Certo, certa, certos, certas Nada
curava um presente para o marido (o pronome refere-
Vários, várias Cada -se ao último termo mencionado).
Quanto, quanta, quantos, quantas Que Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
me “este” refere-se ao próprio texto).
Tanto, tanta, tantos, tantas
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Qualquer, quaisquer
Qual, quais z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
mento de algo de quem fala.
Um, uma, uns, umas
PORTUGUÊS
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- z Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
to de quem fala e de quem ouve. deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
vo; pode sofrer flexões.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
do muito distante.
z Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado para
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
indicar posse e aparecer relacionando dois termos
tas abertas. Bons tempos aqueles!
que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
z Referência a um afastamento afetivo.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
Ex.: Não conheço mais aquela mulher. sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
matéria (coisa possuída).
z Referência ao espaço textual, indicando o pri- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
meiro termo de uma relação expositiva. ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- cujo: Cujo o, cuja a
riu beber chá; aquela, refrigerante. Não podemos substituir cujo por outro pronome
relativo.
Dica O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
O pronome “mesmo” não pode ser usado em Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
função demonstrativa referencial. Veja: Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo gunta: “de quem/do que?”
esqueceu de preencher o gabarito. Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- do que? Do filme).
ceu de preencher o gabarito. Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
Pronomes Relativos
z Emprego do pronome relativo onde: Empregado
Uma das classes de pronomes mais complexas, os para indicar locais físicos.
pronomes relativos têm função muito importante na
língua, refletida em assuntos de grande relevância
Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
é essencial conhecer adequadamente a função desses
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. mindo as formas aonde e donde.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo Ex.: Irei aonde você for.
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- O relativo “onde” pode ser empregado sem
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- antecedente.
nado anteriormente) chamamos de antecedente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
São pronomes relativos:
z Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual”
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, do em substituição a outros pronomes relativos,
quantas;
sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
z Invariáveis: Que, quem, onde, como;
guísticos, como o “queísmo”.
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O guém se lembra.
cachorro que estava doente morreu. A caneta que O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
154 emprestei nunca recebi de volta. textual, desfazendo estruturas ambíguas.
Pronomes Interrogativos z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
São utilizados para introduzir uma pergunta ao
texto. Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? que estejam conjugados no futuro, caso não
Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
Quantos anos tem seu pai? dos nossos estudantes.
O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos
interrogativa, indicada por verbos como perguntar, que atraem o pronome para ênclise:
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- to honrada com esse título.
tantivos, dando fluidez à leitura. Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- quanto sou importante.
zação da atividade. O tempo estava instável).3
Casos proibidos:
Pronomes Possessivos
Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do Dá-me esse caderno! (certo).
discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir: Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas -se de nada (correto).
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
Não me submeto a essas condições. relação enunciada pelo verbo.
Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
tivos. Ex.: Foi ela que me colocou nesse papel. z Indicativo: O modo indicativo exprime atitude de
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se certeza.
PORTUGUÊS
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:
z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
z Futuro:
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses. Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
Quando cheguei, ela já tinha partido. ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
Ele tinha aberto a janela. próprio para cada grupo verbal.
Ela tinha pago a conta.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na
z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig- plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre-
nado. Pode ser pessoal ou impessoal: gulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar: 157
PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO
Eu estou Estive
Tu estás Estiveste
Ele/ você está Esteve
Nós estamos Estivemos
Vós estais Estivestes
Eles/ vocês estão Estiveram
z Anômalos: Esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:
z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente.
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. 159
O verbo haver, com sentido de existir ou mar- Vozes Verbais
cando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.:
Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois As vozes verbais definem o papel do sujeito na
anos, fui aprovado em concurso público. oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
Os verbos ser e estar também são verbos impes- verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em:
soais quando designam fenômeno climático ou tempo.
Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos. z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação
O verbo ser para indicar hora, distância ou data verbal.
concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quan- Ex.: O policial deteve os bandidos.
do indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.:
Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor. z Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin- verbal.
taticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintá- Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
tico ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já passiva analítica;
é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.
podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns
bons anos que não vejo Mariana”. z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes-
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal.
z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados
nas formas compostas dos verbos e também nas Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O
locuções verbais. Os principais verbos auxiliares menino se agrediu.
dos tempos compostos são ter e haver.
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes-
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a mo tempo, porém há uma ação compartilhada
concordância verbal; porém, o verbo principal deter- entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti-
mina a regência estabelecida na oração. lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
Apresentam forte carga semântica que indica e sofrem a ação.
modo e aspecto da oração. São importantes na forma-
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
ção da voz passiva analítica.
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
cumprimentaram.
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
três formas nominais dos verbos:
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
durativo da ação e equivale a um advérbio ou
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando.
objeto direto.
Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go,
Importante! Não confunda os verbos pronomi-
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi- nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
ficado em particípio regular e irregular, sendo que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido. xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
pronome que faz parte integrante do seu significado,
A norma culta gramatical recomenda o uso do par- diferentemente das vozes verbais, que acompanham
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com o pronome “se” com função sintática própria.
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-
ticípio irregular. Outras Funções do “se”
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
Os traficantes foram expulsos pelos policiais. Como vimos, o “se” pode funcionar como item
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-
Infinitivo: Marca as conjugações verbais. mento também acumula outras atribuições:
AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
passear); é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
pôr); o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, designado partícula apassivadora, nesse contexto.
sair).
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
Dica “Se” (partícula apassivadora).
O “se” exercerá essa função apenas:
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga-
ção, pois origina-se do verbo “poer”. Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
O mesmo acontece com verbos que que deste Com verbos que concordam com o sujeito;
160 derivam. Com a voz passiva sintética.
Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire- z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor;
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
z Ver: Antever, rever, prever;
z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun-
cionará nessa condição quando não for possível z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa preensão dessas conjugações verbais.
estar na voz ativa.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
Outra importante característica do “se” como índi- verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou ção são, predominantemente, regulares.
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
estar na 3ª pessoa do singular. PRESENTE — INDICATIVO
Ex.: Acredita-se em Deus. Eu Crio
Tu Crias
z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle-
xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- Ele/Você Cria
procidade, auxiliando a construção dessas vozes Nós Criamos
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin- Vós Criais
cipais características são: Eles/Vocês Criam
Sujeito recebe e pratica a ação; Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
Funcionará, sintaticamente, como objeto direto mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
ou indireto;
O sujeito da frase poderá estar explícito ou cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a
implícito. conjugação do verbo “passear”:
PRESENTE — INDICATIVO
Conjugação de Verbos Derivados
Eu Ponho
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo Tu Pões
primitivo; para trabalhar a conjugação desses verbos, é Ele/Você Põe
importante ter clara a conjugação de seus “originários”. Nós Pomos
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
Vós Pondes
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
relevantes em provas diversas: Eles/Vocês Põem 161
PREPOSIÇÕES “De”
Conceito
z Causa: Chorar de saudade;
São palavras invariáveis que ligam orações ou z Assunto: Falar de religião;
outras palavras. As preposições apresentam funções z Matéria: Material feito de plástico;
importantes tanto no aspecto semântico quanto no z Conteúdo: Maço de cigarro;
aspecto sintático, pois complementam o sentido de z Origem: Você descende de família humilde;
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado z Posse: Este é o carro de João;
sem a presença da preposição, modificando a transiti- z Autoria: Esta música é de Chopin;
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de z Tempo: Ela dorme de dia;
sentido de palavras deverbais4. z Lugar: Veio de São Paulo;
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, z Definição: Pessoa de coragem;
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados;
te, por, sem, sob, trás. z Fim ou finalidade: Carro de passeio;
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim z Instrumento: Comer de garfo e faca;
chamadas pois pertencem a outras classes grama- z Meio: Viver de ilusões;
ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre- z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando z Modo: Olhar alguém de frente;
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, z Preço: Caderno de 10 reais;
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto z Qualidade: Vender artigo de primeira;
(quando equivaler a “por causa de”). z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem- corajosa.
plos de uso em diferentes situações:
“Desde”
“A”
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças; z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De “Em”
Santos à Bahia;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; dólares;
z Direção: Levantar as mãos aos céus; z Meio: Pagou a dívida em cheque;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi bom;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Lugar: Ir a Santa Catarina; mãos em concha;
z Modo: Falar aos gritos; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Sucessão: Dia a dia; res em reais;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Proximidade: Estar à janela. z Fim: Pedir em casamento;
z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
“Após”
z Modo: Escrever em francês;
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: Logo após o almoço descansamos. z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Com”
“Entre”
z Causa: Ficar pobre com a inflação;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
nos para o futuro; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; discórdia.
z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância; “Para”
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;
comigo sempre é assim. z Consequência: Você deve ser muito esperto para
“Contra” não cair em armadilhas;
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
z Direção: Olhar contra o sol; z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho como nós estamos para as galinhas;
contra o peito. z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Destino ou direção: Olhe para frente!
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
162 termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
“Perante” Outros exemplos de locuções prepositivas:
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri. de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a
“Por” fim de; por meio de; em virtude de.
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, Com artigo indefinido:
não passei no exame.
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito de + um= dum
para com os mais velhos. de + uns = duns
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + uma = duma
um short. de + umas = dumas
5 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
6 Disponível em: <https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2020. 163
Com pronome demonstrativo: Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por
Preposições
de + este(s)= deste, destes
de + esta(s)= desta, destas Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar
de + isto= disto o que significa Semântica. Semântica é a área do
de + esse(s) = desse, desses conhecimento que relaciona o significado da palavra
de + essa(s)= dessa, dessas ao seu contexto.
de + isso = disso É importante ressaltar que as preposições podem
de + aquele(s) = daquele, daqueles apresentar valor relacional ou podem atribuir um
de + aquela(s) = daquela, daquelas valor nocional.
de + aquilo= daquilo As preposições que apresentam um valor rela-
cional cumprem uma relação sintática com verbos
Com o pronome pessoal: ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma
de + ele(s) = dele, deles relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér-
de + ela(s) = dela, delas bios, os quais também apresentarão função deverbal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
Com o pronome indefinido: pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo
de + outro(s)= doutro, doutros complemento nominal).
de + outra(s) = doutra, doutras Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
gida pelo adjetivo).
Com advérbio: Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
advérbio).
de + aqui= daqui Em todos esses casos, a preposição mantém uma
de + aí= daí relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
de + ali= dali sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
z Preposição “em”: nal é preponderante apresentam uma modificação
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
Com artigo definido: componentes obrigatórios na construção da senten-
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
em + a(s)= na, nas As preposições de valor nocional estabelecem uma
em + o(s)= no, nos noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir:
Com pronome demonstrativo:
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
em + esse(s)= nesse, nesses PREPOSIÇÕES
em + essa(s)= nessa, nessas Posse Carro de Marcelo
em + isso = nisso
Lugar O cachorro está sob a mesa
em + este(s) = neste, nestes
em + esta(s) = nesta, nestas Votar em branco / Chegar aos
Modo
gritos
em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles Causa Preso por agressão
em + aquela(s) = naquelas Assunto Falar sobre política
em + aquilo = naquilo Origem Descende de família simples
Olhe para frente! / Iremos a
Com pronome pessoal: Destino
Paris
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei. Ex.: Como não choveu, a represa secou.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de z Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia
toda família. de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de
modo que, de forma que, de sorte que etc.
z Adversativa: Colocam informações em oposição,
contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
z Comparativa: Iniciam orações comparando ações
Ex.: Não tenho um filho, mas dois. e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que
A culpa não foi a população, senão dos vereadores nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,
(equivale a “mas sim”). maior), tanto... quanto etc.
Importante: A conjunção “e” pode apresentar
valor adversativo, principalmente quando é antecedi- Ex.: Corria como um touro.
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho Ela dança tanto quanto Carlos.
não deixava.
z Conformativa: Expressam a conformidade de
z Alternativas: Ligam orações com ideias que não uma ideia com a da oração principal. Conforme,
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, como, segundo, de acordo com, consoante etc.
ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
Ex.: Estude ou vá para a festa. Amanhã chove, segundo informa a previsão do
tempo.
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Importante: A palavra “senão” pode funcionar
z Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que
etc.
z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tives-
que, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
se gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada!
Viva bem, pois isso é o mais importante.
z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
Importante: “Pois” com sentido explicativo inicia uma hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto saudades. que, a menos que, somente se etc.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido
pois, a subir. sua mensagem.
Posso lhe ajudar, caso necessite.
z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, porção que, à medida que, quanto mais...mais,
destarte, pois (deslocado na frase). quanto menos...menos etc.
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado. Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se. ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
Dica
z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- que, a fim de que etc.
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
concomitante acarreta em redundância. Comprou um computador a fim de que pudesse
PORTUGUÊS
trabalhar tranquilamente.
Conjunções Subordinativas
z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor- tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias logo que, desde que etc.
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra do Futuro.
para terem o sentido apreendido. Mal cheguei à cidade, fui assaltado. 165
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
IMPORTANTE! interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
Os valores semânticos das conjunções não se texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
prendem às formas morfológicas desses elemen- de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
tos. O valor das conjunções é construído contex-
expresso no texto.
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
aos sentidos estabelecidos no texto. va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por
procura? (Se = causal = já que) exemplo, que são interjeições por excelência, mas que,
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
ar puro no campo? (Quando = causal = já que). Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Conjunções Integrantes Ora bolas! Valha-me Deus!
Sujeito: O povo
Colocando-se verbos sem complemento direto
Núcleo do sujeito: povo
(intransitivos, transitivos diretos ou de ligação)
z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro-
de dois ou mais termos. nome se, que atua como índice de indetermina-
ção do sujeito.
Ex.: As luzes e as cores são bem visíveis. Ex.: Não se vê com a neblina.
Sujeito: As luzes e as cores Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Núcleo do sujeito: luzes/cores condição. 167
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito Classificação do Predicado
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração A classificação do predicado depende do significa-
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos do e do tipo de verbo que apresenta.
são impessoais e normalmente representam fenôme-
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
ou haver no sentido de existir. nificativo se concentra em um nome (corresponde
Geia no Paraná. a um predicativo do sujeito).
Fazia um mês que tinha sumido. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Basta de confusão. O predicado nominal tem por núcleo um nome
Há dois anos esse restaurante abriu. (substantivo, adjetivo ou pronome).
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Mendes)
Classificação do Sujeito Quanto à Voz Predicado: são mais bonitas.
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Bilac)
z Voz ativa (sujeito agente)
Predicado: estão cheias de calafrios.
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- É importante não confundir:
ce a ação na frase.
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação,
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) mas um estado momentâneo ou permanente que
Ex.: Corta-se cabelo. relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito o predicativo do sujeito.
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do item z Predicativo do sujeito; função exercida por subs-
anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da oração. tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri-
buem uma condição ou qualidade ao sujeito.
Importante notar que não há preposição entre Ex.: O garoto está bastante feliz.
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, Verbo de ligação: está
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais Predicativo do sujeito: bastante feliz
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal. Ex.: Seu batom é muito forte.
Verbo de ligação: é
Ex.: Precisa-se de cabelo.
Predicativo do sujeito: muito forte
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e
não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é indeter-
Predicado Verbal
minado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
z Voz passiva analítica (sujeito paciente) Ocorre quando há dois núcleos significativos: um
Ex.: A minha saia azul está rasgada. verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi-
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do
ça da partícula -se. objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
demais termos do predicado.
PREDICADO O verbo do predicado pode ser classificado em
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em um complemento não preposicionado, o objeto direto.
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
impossível existir uma oração sem sujeito. Noel Rosa
Verbo Transitivo Direto: Fazer
O predicado pode ser: Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
Verbo Transitivo Direto: trouxe
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti-
(José de Alencar) vo indireto tem como necessidade o complemen-
to acompanhado de uma preposição para fazer
Predicado: seguem sua marcha
sentido.
z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
Ex.: Nós acreditamos em você.
to (oração sem sujeito):
Verbo transitivo indireto: acreditamos
Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
Preposição: em
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
Para determinar o predicado, basta separar o Verbo transitivo indireto: obedeceu
sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica- Preposição: a (a + os)
do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo Ex.: Os professores concordaram com isso.
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita: Verbo transitivo indireto: concordaram
Preposição: com
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias) z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida. verbo de sentido incompleto que exige dois com-
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias) plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto
168 Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores. indireto (com preposição).
Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou- Ela era vitoriosa.
tras.” (Machado de Assis) Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava ligação (foi e era, respectivamente).
Objeto direto 1: anedotas
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Objeto indireto 1: lhe
São vocábulos que se agregam a determinadas
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia estruturas para torná-las completas. De acordo com
a gramática da língua portuguesa, esses termos são
Objeto direto 2: outras
divididos em:
Objeto indireto 2: lhe.
Complementos Verbais
z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons-
truir sozinho o predicado, que não precisa de com- São termos que completam o sentido de verbos
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da transitivos diretos e transitivos indiretos.
oração.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam. z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
Verbo intransitivo: adormeciam. panhado de preposição.
Predicado Verbo-Nominal Ex.: Examinei o relógio de pulso.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
Ocorre quando há dois núcleos significativos: O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um aqueles)
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
transitivo, predicativo do objeto). Pronomes e sua relação com o objeto direto
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
variações lo(s), la(s), no(s), na(s), “que” quase sem-
Verbo intransitivo: parou pre exercem função de objeto direto, os pronomes
Predicativo do sujeito: atento oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer
essa função sintática.
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é quem? A minha pessoa”)
considerado predicativo do sujeito. Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac) (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
Verbo intransitivo: marchou Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
Predicativo do sujeito: desorientado “Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- “Receberam quem? Nós”)
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
pronome relativo que.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
do de Assis) Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
Verbo transitivo direto: achou esse algo é o objeto direto)
Objeto direto: o raciocínio Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Predicativo do objeto: exato feminino definido)
Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
ficaram esquecidos no quarto.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes Iam cheios de si.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro- Estava conquistando o respeito dos seus.
nomes o, a, os, as não exercerão essa função. O novo regulamento originou a revolta dos
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor. funcionários.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
indireto, já que sempre ocorrem com preposição. z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
exercem essa função sintática quando assumem
valor de pronomes possessivos.
z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
uma mensagem.
z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
plemento nominal?
COMPLEMENTO NOMINAL Quando o adjunto adnominal for representado por
uma locução adjetiva, ele pode ser confundido com
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:
advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A Será adjunto adnominal: se o substantivo ao
170 presença de um complemento nominal nos contextos qual se liga for concreto.
Ex.: A casa da idosa desapareceu. Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
Se indicar posse ou o agente daquilo que ontem, acabaram de voltar de férias.
expressa o substantivo abstrato. Jéssica uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos.
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada. � Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
Será complemento nominal: se indicar o alvo foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
daquilo que expressa o substantivo. rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
foi respeitada. riachos.
Notava-se o amor pelo seu trabalho. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: preconceito, antipatia e arrogância.
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado
para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Adjunto Adverbial malmente, por um pronome indefinido.
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Termo representado por advérbios, locuções estavam empolgados com a feira.
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas -Bissau, países africanos onde se fala português.
circunstâncias. � Comparativo: Estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
z Tempo: Quero que ele venha logo;
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; � Circunstancial: Exprime uma característica
circunstancial.
z Modo: O dia começou alegremente; Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
z Intensidade: Almoçou pouco; apropriadas.
z Causa: Ela tremia de frio; � Especificativo: É o aposto que aparece junto a um
z Companhia: Venha jantar comigo; substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
roupas; substantivos próprios.
Ex.: O mês de abril.
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; O rio Amazonas.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; Meu primo José.
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; z Aposto da oração: É um comentário sobre o
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui; condensa.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; preocupação.
z Origem: Descendia de nobres. O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada.
Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de � Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que para as perguntas.
o sentido seja parecido. Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
é um adjunto adnominal) Dica
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
� O aposto pode aparecer antes do termo a que
adjunto adverbial)
se refere, normalmente antes do sujeito.
Aposto Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
na marcou uma geração.
Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes � Segundo “o gramático” Cegalla, quando o apos-
ou orações. O aposto tem como propósito explicar, to se refere a um termo preposicionado, pode ele
identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon- vir igualmente preposicionado.
tar algo, alguém ou um fato. Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma tudo ele tinha medo.
bicicleta. � O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
des obras.
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-
Aposto: Machado de Assis.
PORTUGUÊS
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. z Diferença de aposto especificativo e adjunto
Separa-se do substantivo a que se refere por uma adnominal: Normalmente, é possível retirar a
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões preposição que precede o aposto. Caso seja um
ou dois-pontos. adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. 171
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) Orações subordinadas substantivas: subjeti-
O clima de Fortaleza é quente. vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?) pletivas nominais, predicativas, apositivas;
Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O explicativas;
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo Orações subordinadas adverbiais: causais, com-
adjetivo. parativas, concessivas, condicionais, conformati-
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. vas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais.
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – adjetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o controle. z Por coordenação e subordinação: orações for-
(aposto; núcleo: homem – substantivo) madas por períodos mistos;
z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
Vocativo
Período Composto por Coordenação
O vocativo é um termo que não mantém relação sin-
As orações são sintaticamente independentes. Isso
tática com outro termo dentro da oração. Não pertence
significa que uma não possui relação sintática com ver-
nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para chamar
bos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
ou interpelar a pessoa que o enunciador deseja se comu-
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
nicar. É um termo independente, pois não faz parte
(Fernando Pessoa)
da estrutura da oração. Oração coordenada 1: Deus quer
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha Oração coordenada 2: o homem sonha
consulta. Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati- Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
outro termo da oração. porta da sala de Damasceno
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças. Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
O aposto se relaciona sintaticamente com outro Conjunção adversativa: mas nada
termo da oração.
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável. Orações Coordenadas Sindéticas
Sujeito: a cozinha de lufe.
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao As orações coordenadas podem aparecer ligadas
sujeito). às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
sindética. Veremos agora cada uma delas:
PERÍODO COMPOSTO
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou
Observe os exemplos a seguir: simultaneidade.
A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
Português e Matemática são disciplinas essen- bém, mas ainda, bem como, como também, se-
ciais para ser aprovado em concursos. não também, que (= e).
Dois verbos: duas orações = período composto
O período composto é formado por duas ou mais Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
Os convidados não compareceram nem explica-
períodos simples e período compostos.
ram o motivo.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
Mendes Campos)
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
contou a verdade. cautelosa
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas
Orações Reduzidas de Particípio entre si
Ex.: Não só quando estou presente, mas também
Podem ser adjetivas ou adverbiais. quando não estou, sou discriminado.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa. presente 175
Oração subordinada adverbial 2: quando não estou Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
to com sentido de “acariciar”)
� Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
mo período
no sentido de “ser agradável a”)
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
seu papel, no entanto a realidade não é assim. � Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
Oração principal: Presume-se transitivo direto e indireto
Oração subordinada subjetiva da principal: as Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
penitenciárias cumpram seu papel personificado)
Oração coordenada sindética adversativa da ante- Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
rior: no entanto a realidade não é assim. personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
REGÊNCIA reto: refere-se a coisas e pessoas)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- preposição a, rege indiferentemente objeto direto
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou e objeto indireto.
advérbio) exige complemento preposicionado, esse Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
nome é um termo regente, e seu complemento é um Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
termo regido, pois há uma relação de dependência indireto)
entre o nome e seu complemento. Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
O nome exige um complemento nominal sempre ini- rege apenas objeto direto:
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em Ajudaram o ladrão a fugir.
forma de pronome oblíquo átono. Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe direto:
foram leais. Ajudei-o muito à noite.
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo
do sujeito (desprovido de preposição) � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Pronome oblíquo átono: lhe Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do sitivo direto com sentido de “angustiar”)
sujeito (desprovido de preposição). Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
Regência Verbal como complemento)
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Relação de dependência entre um verbo e seu
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
vo direto com sentido de “respirar”)
retas, isto é, com ou sem preposição.
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
indireto no sentido de “desejar”)
Há verbos que admitem mais de uma regência
sem que o sentido seja alterado. � Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. “prestar assistência”
V. T. D: esquecia O médico assistia os acidentados.
Objeto direto: os favores recebidos. O médico assistia aos acidentados.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
V. T. I.: se esquecia Não assisti ao final da série.
Objeto indireto: dos favores recebidos.
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, res de pessoas.”
alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
(aspiramos = sorvemos) direto e indireto
V. T. D.: aspiramos Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Objeto direto: ar poluídos. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Os funcionários aspiram a um mês de férias. vo indireto)
(aspiram = almejam) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to e indireto)
Objeto indireto: a um mês de férias � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto
A seguir, uma lista dos principais verbos que Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
geram dúvidas quanto à regência: to com sentido de “convocar”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
� Abraçar: transitivo direto dicativo do objeto com sentido de “denominar,
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. qualificar”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
176 � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto reto; intransitivo
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
indireto com sentido de “ser difícil”) bios) exigem complementos preposicionados, exceto
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo) Advérbios Terminados em “mente”
� Esquecer: admite três possibilidades
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
regência dos adjetivos:
Esqueci-me dos acontecimentos.
Esqueceram-me os acontecimentos.
análoga / analogicamente a
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; contrária / contrariamente a
transitivo direto e indireto compatível / compativelmente com
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. diferente / diferentemente de
(transitivo direto com sentido de “acarretar”) favorável / favoravelmente a
Mamãe sempre implicou com meus hábitos. paralela / paralelamente a
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má próxima / proximamente a/de
disposição”) relativa / relativamente a
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
direto e indireto com sentido de envolver-se”) Preposições Prefixos Verbais
� Informar: transitivo direto e indireto Alguns nomes regem preposições semelhantes a
Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à seus “prefixos”:
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
sobre dependente, dependência de
Informaram o réu de sua condenação. inclusão, inserção em
Informaram o réu sobre sua condenação. inerente em/a
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- descrente de/em
sa: objeto indireto, com a preposição a desiludido de/com
Informaram a condenação ao réu. desesperançado de
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- desapego de/a
reto, com as preposições em e por convívio com
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia. convivência com
demissão, demitido de
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- encerrado em
tivo direto e indireto enfiado em
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- imersão, imergido, imerso em
sitivo com sentido de “cortejar”) instalação, instalado em
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo interessado, interesse em
indireto com sentido de “desejar muito”) intercalação, intercalado entre
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar- supremacia sobre
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“encantar-se”) CONCORDÂNCIA
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
Não desobedeçam à sinalização de trânsito. umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- Observe o exemplo:
tivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) A pequena garota andava sozinha pela cidade.
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo A: Artigo, feminino, singular;
indireto) Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo Garota: Substantivo, feminino, singular.
direto e indireto)
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
transitivo direto e indireto adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
cia: verbal e nominal.
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
PORTUGUÊS
indireto)
Concordância Verbal
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no É a adaptação em número – singular ou plural – e
sentido de “ocorrer”) pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
de “vir depois”) Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
Regência Nominal sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros, 177
pois houve influências de todos os povos aqui: euro- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
peus, asiáticos e africanos.” de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- Mais de um aluno compareceu à aula.
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no Mais de cinco alunos compareceram à aula.
singular.
Destrinchando o período, temos que os termos A expressão mais de um tem particularidades:
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
cado verbal. a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Mais de um irmão se abraçaram.
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Verbo bitransitivo: Prefiro
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Objeto direto: natação
vam presentes.
Objeto indireto: a futebol
z Quando o sujeito é formado po um número per-
Concordância Verbal com o Sujeito Simples centual ou fracionário, o verbo concorda com o
numerado ou com o número inteiro, mas pode
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do concordar com o especificador dele. Se o nume-
sujeito. ral vier precedido de um determinante, o verbo
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário concordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas
exorbitante. 1/3 das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
Diferentes situações: viver bem.
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
multidão gritou entusiasmada.
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
bo posterior ao pronome relativo concorda com o
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do chegou. (Duas horas deram...)
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós badaladas soaram)
quem resolveu a questão. Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
da escola soou dez badaladas)
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
nós quem resolvemos a questão. dem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, interessada.
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- Majestade está preocupada?
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos Suas Excelências precisam de algo?
essa questão.
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- Concordância Verbal com o Sujeito Composto
ver artigo definido antes de uma palavra plura-
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados ticais diferentes
Unidos continuam uma potência. Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida- � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
de de Santos fica em São Paulo.”) Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem.
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
IMPORTANTE! ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
ter o espírito esportivo.
verbo fica no singular ou no plural.
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
178 singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- Divertimentos é o que não lhe falta.
davam. (preferencialmente no singular) Dez reais é nada diante do que foi gasto.
� Gradação entre os núcleos do sujeito � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
me acalmar. (preferencialmente no singular) ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
verbo concordará com o termo não preposiciona-
� Núcleos do sujeito no infinitivo
do entre eles.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- São eles que sempre chegam cedo.
mitivo (nada, tudo, ninguém) É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu. trução adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, (construção inadequada)
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu Concordância do Infinitivo
foco nos estudos.
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
to esclarecido)
bem como, assim como, tanto quanto
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
implícito “nós”)
final.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas (dois pronomes implícitos: eu, nós)
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim Até me encontrarem, vocês terão de procurar
como; não só... mas também etc.) muito. (preposição no início da oração)
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
popularidade em alta. (verbos pronominais)
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- indicando tempo)
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Estudo para me considerarem capaz de aprova-
com o núcleo único. Mas, se houver determinante ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o Para vocês terem adquirido esse conhecimento, foi
sujeito passa a ser composto. muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal composto:
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis locução verbal de verbo auxiliar + verbo no particípio)
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
combustíveis aumentaram. z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
Concordância Verbal do Verbo Ser ção verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
� Concorda com o sujeito sendo sujeito do infinitivo)
Ex.: Nós somos unha e carne.
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
� Concorda com o sujeito (pessoa) no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
Ex.: Os meninos foram ao supermercado. impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
� Em predicados nominais, quando o sujeito for
representado por um dos pronomes tudo, nada, Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- com valor genérico)
dará com o predicativo (preferencialmente) ou São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
com o sujeito dido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)
Ex.: No início, tudo é/são flores.
� Concordância do verbo parecer
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for
Flexiona-se ou não o infinitivo.
que ou quem
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
Ex.: Quem foram os classificados?
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas. Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
PORTUGUÊS
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o estádio. Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
fizeram rir. Existem complicadas regras e conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualifica-
z Fui eu quem faltou/faltei à aula.
do por dois ou mais adjetivos pode-se:
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura francesa e alemã.
brasileira. Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
ciência. (1,5% corresponde ao singular) a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Chegaram/Chegou João e Maria.
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram z Com função de predicativo do sujeito
aqui.
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política com a soma dos elementos.
brasileira. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z O problema do sistema é/são os impostos. Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
180 z Hoje é/são 22 de agosto. sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
quanto com o nome mais próximo. Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- nhada está boa.
vam abandonados a casa e o quintal. É proibido entrada de crianças. / É proibida a
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- entrada de crianças.
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os Pimenta é bom? / A pimenta é boa?
substantivos por um pronome:
� Menos / pseudo
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
São invariáveis.
(substitui-se por “eles”)
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
existem complicados”.
to é pseudo-objetivo.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
então é um adjunto adnominal. � Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com
z Com função de predicativo do objeto ele.
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- irritados.
dância com o termo mais próximo. Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. tante irritados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e Se ambos os termos puderem ser substituídos por
seus subordinados. “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
Algumas Convenções � Tal qual
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
� Obrigado / próprio / mesmo com o substantivo posterior.
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
A própria enfermeira virá para o debate. pais.
Elas mesmas conversaram conosco. Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais.
Dica Silepse (também chamada concordância figurada)
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
O termo mesmo no sentido de “realmente” será que está subentendido.
invariável. Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
z Só / sós com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Variáveis quando significarem “sozinho” / Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
“sozinhos”. leiros, estamos esperançosos.)
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
� Possível
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
Concordará com o artigo, em gênero e número, em
apenas queriam ficar sozinhas.)
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
ficar a sós.
PLURAL DE COMPOSTOS
� Quite / anexo / incluso
Concordam com os elementos a que se referem. Substantivos
Ex.: Estamos quites com o banco.
Seguem anexas as certidões negativas. O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Inclusos, enviamos os documentos solicitados. te em gênero e número. Se o termo que funciona
como adjetivo for originalmente um substantivo fica
� Meio
invariável.
Quando significar “metade”: concordará com o
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
elemento referente.
também é um substantivo; mantém-se no singular)
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Quando significar “um pouco”: será invariável.
um substantivo; mantém-se no singular)
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
� Grama Adjetivos
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
PORTUGUÊS
do significar unidade de medida, é masculino. Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. mo elemento concordará com o substantivo referente.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Os demais ficarão na forma masculina singular.
Se um dos elementos for originalmente um subs-
� É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
rão com o determinante. No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no 181
singular, assim como “verde”, por ser substantivo. � Nos substantivos compostos em que há repeti-
Nesse caso, o termo composto não concorda com o ção do primeiro elemento:
plural do substantivo referente, “folhas”. zum-zum – zum-zuns;
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. tico-tico – tico-ticos;
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam- lufa-lufa – lufa-lufas;
bém pode ser um substantivo. reco-reco – reco-recos.
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
� Nos substantivos compostos grafados ligada-
lógica de “musgo” do exemplo anterior.
mente, sem hífen:
girassol – girassóis;
Dica pontapé – pontapés;
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- mandachuva – mandachuvas;
fidalgo – fidalgos.
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
sempre invariáveis. � Nos substantivos compostos formados com
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele- grão, grã e bel:
mentos flexionados no plural (peles-vermelhas). grão-duque – grão-duques;
grã-fino – grã-finos;
Lista de Flexão dos Dois Elementos bel-prazer – bel-prazeres.
Não flexão dos elementos
� Nos substantivos compostos formados por pala- � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
vras variáveis, especialmente substantivos e formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
adjetivos: re em frases substantivadas e em substantivos
segunda-feira – segundas-feiras; compostos por um tema verbal e uma palavra
matéria-prima – matérias-primas; invariável ou outro tema verbal oposto:
couve-flor – couves-flores; o disse me disse – os disse me disse;
guarda-noturno – guardas-noturnos; o leva e traz – os leva e traz;
primeira-dama – primeiras-damas. o cola-tudo – os cola-tudo.
� Nos substantivos compostos formados por
FUNÇÕES DO SE
temas verbais repetidos:
corre-corre – corres-corres;
Embora já tenhamos abordado esse tema anterior-
pisca-pisca – piscas-piscas;
mente, deixamos aqui uma síntese das funções mais
pula-pula – pulas-pulas.
cobradas desse vocábulo.
Nestes substantivos também é possível a flexão
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
Funções Morfológicas
-piscas, pula-pulas.
z Pronome;
Flexão Apenas do Primeiro Elemento
z Conjunção.
z Nos substantivos compostos formados por subs-
Funções Sintáticas
tantivo + substantivo em que o segundo termo
limita o sentido do primeiro termo:
� Pronome reflexivo com a função sintática de obje-
decreto-lei – decretos-lei;
to direto
cidade-satélite – cidades-satélite;
Ex.: Elas não se encontram na redação.
público-alvo – públicos-alvo;
elemento-chave – elementos-chave. � Pronome reflexivo com a função sintática do obje-
Nestes substantivos também é possível a flexão to indireto
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, Ex.: Ele atribuía-se o direito de julgar.
públicos-alvos, elementos-chaves. � Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
z Nos substantivos compostos preposicionados: ca do objeto direto
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; Ex.: Admiravam-se de longe.
pôr do sol – pores do sol; � Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
fim de semana – fins de semana; ca do objeto indireto
pé de moleque – pés de moleque. Ex.: Eles retribuíram-se as respectivas malvadezas.
ABAB Cruzada
Saudade! Olhar de minha mãe rezando (A)
E o pranto lento deslizando em fio... (B) Interpolada ou
Opostas ABBA ou ABCA
Saudade! Amor dminha terra... O rio (B) ABBA intercalada
Cantigas de águas claras soluçando. (A)
ABCD Versos soltos ou brancos
(Vinícius de Moraes)
De repente, não mais que de repente Principais Aspectos dos Estudos sobre a História da
Fez-se de triste o que se fez amante Língua Portuguesa
E de sozinho o que se fez contente.
z Século: IV a.C.
Fez-se do amigo próximo o distante z Fatos: O gramático hindu Panini se propõe a des-
Fez-se da vida uma aventura errante crever minunciosamente o ramo da língua Sâns-
De repente, não mais que de repente. crito, braço de inúmeras línguas; entre elas, estava
o latim, que, mais tarde, originou o português.
z Trova: também chamadas de quadrinhas, as tro- z Século: IV/V a.C. Pré-românico.
vas são pequenos poemas de apenas uma estrofe. z Fatos: As preocupações dos gregos com a arbitra-
riedade da linguagem deram origem a um dos pri-
“O amor que a teu lado levas meiros tratados sobre linguagem que orientaram
a que lugar te conduz, os estudos linguísticos por muito tempo. Os prin-
que entras coberto de trevas cipais filósofos que contribuíram para isso foram
e sais coberto de luz?” Crátilo e Platão.
Observando esses cinco aspectos, pode-se perce- Essa função serve para estabelecer ou interromper a
ber que a linguagem transcende o que é dito – para ela, comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em
também importam fatores como a intimidade entre os expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.
sujeitos, a situação na qual estão inseridos e o contexto
sócio-histórico no qual o enunciado é elaborado. Importa, FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM
ainda, o conhecimento que o indivíduo tem do mundo a
sua volta e suas relações com sua própria língua e cultura. Acontece quando a linguagem é usada para expli-
Assim, pode-se dizer que o sentido do enunciado car a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor
não está pronto no ato da fala (ou escrita), mas que explica o código utilizando o próprio código. Na cate-
deve ser construído entre os sujeitos nela envolvidos. goria de textos, merecem destaque as gramáticas e os
Para finalizar, podemos afirmar que a língua é a dicionários.
parte operacional da linguagem, por meio da qual
esta se realiza. FUNÇÃO POÉTICA
Já o discurso envolve elementos enunciativos que
englobam agentes localizados no tempo, no local e na Preocupa-se com a maneira como a mensagem
língua durante o ato de fala. Por fim, o estilo traz a será transmitida. Essa função, embora seja comum
marca pessoal do indivíduo que fala. em poesias, também pode ser encontrada em slogans
publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
RESUMINDO etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
Processo de interação entre participantes da ritmo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o
Linguagem sentido da mensagem que se quer passar ao receptor,
enunciação
que a interpreta de maneira subjetiva.
Língua Sistema pelo qual a linguagem opera
A norma padrão diz respeito às regras organizadas A variação diafásica, como ocorreu com a diató-
nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras pica e com a diastrática, pode ser também fonética,
e preceitos que devem ser respeitados na utilização lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não
da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs- por morar em determinado lugar nem porque todos
trato, tendo em vista que também considera fatores de sua camada social usem, é usar a variação diafá-
sociais, como a norma culta. sica fonética. Um padre, em um momento de descon-
tração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
Língua Formal representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a
variação diafásica lexical. E, finalmente, um advo-
A língua formal não está, diretamente, associada a gado dizer “Encontrei ele”, também em momento
padrões sociais; embora saibamos que a influência social de descontração, no lugar de “Encontrei-o” é usar a
exerce grande poder na língua, a língua formal busca for- variação diafásica sintática.
malizar em regras e padrões as suas normas a fim de esta-
belecer um preceito mais concreto sobre a linguagem. VARIAÇÃO DIAFÁSICA
PADRÃO INFORMAL Mudança no som, como veio
(pronúncia com E aberto) e more
Diafásica fonética
Coloquialismo (pronúncia com E fechado, asseme-
lhando-se quase a pronúncia de i)
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné- Ocorre em contextos de informa-
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que lidade, em que há mais liberdade
Diafásica lexical
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. para usar gírias e expressões lexi-
cais diferentes
Oralidade Ocorre com a alteração dos ele-
Diafásica sintática mentos sintáticos, ocasionando
A oralidade marca as maneiras informais de se erros
comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela
norma formal, e, por isso, são chamadas de registros z Variação diacrônica
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali-
zados apenas pela linguagem oral. Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido
estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.
Linguagem Coloquial Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você.
A linguagem coloquial marca formas fora do Além dessas, a variação diacrônica também marca a
padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos, presença de gírias comuns em determinadas épocas,
existem alguns tipos de variação linguística; dentre como broto, chocante, carango etc.
elas, as mais comuns em provas de concurso são:
FIGURAS DE LINGUAGEM E SIGNIFICADO DAS
z Variação diatópica ou geográfica PALAVRAS
A variação diatópica pode ocorrer com sons dife- Consistem em modificações da estrutura da oração
rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu (ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou repe-
uma variação diatópica fonética, já que fonética sig- tição de termos. Nesse caso, essas alterações ocorrem
nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos para conferir mais expressividade ao enunciado.
PORTUGUÊS
Anáfora Silepse
Consiste na repetição de palavra ou expressões no Consiste na concordância com o termo que está
início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum subtendido na oração e não com o termo expresso na
em textos estruturados em versos consecutivos (poe- oração. (Concordância ideológica). Existem três tipos
mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a de silepse:
mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido.
Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre
É um resto de toco, é um pouco sozinho
os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom Jobim) adjetivos. Notamos na oração a presença do con-
“Quando não tinha nada eu quis traste entre os gêneros masculino e feminino.
Quando tudo era ausência, esperei Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de tra-
Quando tive frio, tremi tamento certamente se refere a alguma autoridade do
188 Quando tive coragem, liguei”. (Daniela Mercury) sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.)
z Silepse de Número: Há uma discordância entre o
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa O que foi isso, Foi um candidato
uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo con- homem? “ficha suja” que
me abraçou...
corda com a ideia que nele está contida.
Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (“fala-
vam” concorda com “alunos”)
Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do Comparação: relação de semelhança estabele-
futebol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural) cida por conectivos.
Anacoluto
FIGURAS DE PALAVRAS
prego da palavra fora do seu sentido normal. jovens estão cada vez mais ansiosos).
Ex.: O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais. � A causa pelo efeito:
(Carlos Drummond de Andrade) Ex.: Comprei a casa com o meu suor (Comprei a
Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernan- casa com o meu trabalho).
� O instrumento pelo agente:
do Pessoa)
Ex.: O carro atropelou o cachorro (O motorista do
Observe: veículo atropelou o cachorro).
Metáfora: relação de semelhança não explícita. � A coisa pela sua representação: 189
Ex.: O sonho de muitos candidatos é chegar ao Antítese
Palácio do Planalto (O sonho de muitos candida-
Consiste no emprego de conceitos que se opõem e que
tos é chegar à Presidência da República). podem ocorrer de maneira simultânea em uma mesma
� O inventor pelo invento: oração. Na antítese, os conceitos antônimos não se contra-
Ex.: Diego comprou um Picasso no museu (Diego dizem e estão relacionados a referentes distintos.
comprou uma obra de Picasso no museu).
� A matéria pelo objeto: Ex.: “Tristeza não tem fim, felicidade sim!” (Viní-
Ex.: Custou-me apenas algumas pratas aque- cius de Moraes)
la mobília. (Custou-me apenas algumas moedas
“O mito não é nada que é tudo”. (Fernando Pessoa)
aquela mobília.)
� O proprietário pela propriedade: Personificação ou Prosopopeia
Ex.: Vou ao médico buscar meus exames (Vou ao
consultório médico buscar meus exames). Consiste em atribuir características, sentimentos e
comportamentos próprios de seres humanos a seres
Sinédoque irracionais ou inanimados. É uma figura muito usada
em textos literários, como fábulas e apólogos.
Atualmente as gramáticas não realizam distinção Ex.: “O cravo brigou com a rosa debaixo de uma
entre metonímia e sinédoque; a diferença entre essas sacada...” (cantiga popular).
figuras é tênue. Na sinédoque, a relação que se estabe-
lece entre os termos é quantitativa, ou seja, quando “As pedras andam vagarosamente”.
se amplia ou se reduz a significação das palavras. As
relações entre os termos são basicamente as seguin- Paradoxo
tes: parte pelo todo, singular pelo plural, gênero pela Consiste no emprego de conceitos opostos e contra-
espécie, particular pelo geral (ou vice-versa). ditórios na representação de uma ideia. No paradoxo,
Ex.: O homem é um ser mortal (os homens). embora os termos pareçam ilógicos, são perfeitamen-
É preciso pensar na criança (nas crianças). te aceitáveis no campo da literatura, o que confere ao
autor uma licença poética.
Antonomásia ou Perífrase
Ex.: “Se lembra quando a gente chegou um dia a
A antonomásia é uma figura que consiste na subs- acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o
tituição de um nome próprio (de pessoa) por uma ex- pra sempre sempre acaba” (Cássia Eller)
pressão que lhe confere alguma característica ou atri- “Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves)
buto que o distingue (epíteto). É a substituição de um
nome por outro, o que pode configurar uma espécie Eufemismo
de apelido para o ser designado.
Ex.: O poeta dos escravos é autor do célebre poema Consiste no emprego de uma palavra ou expressão
que serve para amenizar/ suavizar uma informação
“O navio negreiro”. (Castro Alves)
desagradável ou fatídica. É um recurso essencial para
Este aeroporto tem o nome do pai da aviação. (San-
validar a polidez nas relações sociais.
tos Dumont)
Observação: A antonomásia é uma espécie de Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de beleza.”
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi- (feia)
sas, animais ou lugares) por meio de características,
atributos ou um fato que o celebrizou. “Aquele pobre homem entregou a alma a Deus”
Ex.: Fomos ao zoológico ver o rei da selva. (leão) (morreu)
Adoraria conhecer a cidade luz. (Paris) Hipérbole
Qualquer dúvida consulte o pai dos burros. (dicionário)
Uso de expressões intencionalmente exageradas
Sinestesia para dar maior ênfase à mensagem expressa pelo
emissor.
Consiste no recurso que engloba um conjunto de
Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
percepções e sensações interligadas aos processos
sensoriais provenientes de diferentes sentidos (visão, Nossos destinos foram traçados na maternidade”.
audição, olfato, paladar e tato). Na sinestesia, a per- (Cazuza)
cepção ou sensação de um sentido é atribuída a outro.
Ex.: “As falas sentidas, que os olhos falavam.” (Ca- “Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”.
simiro de Abreu) (Pollo)
“E o pão preserve aquele branco sabor de alvora-
Ironia
da”. (Ferreira Gullar)
Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga-
FIGURAS DE PENSAMENTO mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia
tem como objetivo satirizar uma situação desagradá-
Processo expressivo que enfatiza o aspecto semân- vel ou depreciar alguém pelo seu comportamento.
tico da linguagem. As figuras de pensamento introdu- Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e
zem uma ideia diferente daquela que a palavra em onze contos de réis...” (Machado de Assis)
190 seu sentido real exprime. “Parece um anjinho, briga com todos”.
Gradação
IMPORTANTE!
Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou
não) em uma escala progressiva de maior ou menor Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
intensidade à expressão. Os termos da oração são fru- sões de um idioma.
tos de uma hierarquia e podem ser de ordem crescen- Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões
te ou decrescente. que cada falante seleciona do léxico para se
comunicar.
Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bi-
lião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.”
(Machado de Assis) z Sinonímia
“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Montei-
ro Lobato) São palavras ou expressões que, empregadas em
um determinado contexto, têm significados seme-
Apóstrofe lhantes. É importante entender que a identidade dos
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
Consiste na invocação de alguém ou alguma coisa
o que pode não acontecer em outras situações. O
personificada. Essa figura de linguagem realiza-se por
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
meio de um vocativo. A apóstrofe é um recurso estilís-
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
tico muito utilizado na linguagem informal (cotidia-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
na), nos textos religiosos, políticos e poéticos.
de suas significações é diferente.
Ex.: “Liberdade, Liberdade! É isso que pretende-
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
mos nessa luta”.
so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
“Senhor, tende piedade de nós”.
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
DENOTAÇÃO
vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura
do texto.
O sentido denotativo da linguagem compreende
o significado literal da palavra independente do seu
z Antonímia
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
objetivo e literal associado ao significado que aparece
São palavras ou expressões que, empregadas em
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
um determinado contexto, têm significados opostos.
ênfase à informação que se quer passar para o recep-
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
isso, é muito utilizada em textos informativos, como
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
ticos, entre outros.
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)
CONOTAÇÃO
Parônimos
Gráfico
Componentes de um gráfico:
Gráfico de Exemplo
900
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm.
800
700 Acessado em: 01/03/2021.
600
500
400
300
200 INTRODUÇÃO À LITERATURA
100
0 A ARTE LITERÁRIA, OS GÊNEROS LITERÁRIOS E A
Maçãs Laranjas Bananas
EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA, EM PORTUGAL E
2013 2014 2015 NO BRASIL
Note que na Era Medieval não há datas respectivas aos movimentos literários no Brasil, isso porque o Brasil
ainda não possuía uma produção literária respectiva aos estilos desta era.
ERA CLÁSSICA
Literatura de Informação sobre o Brasil e
MOVIMENTOS LITERÁRIOS Classicismo Barroco Arcadismo
Literatura dos Jesuítas
PORTUGAL 1527-1580 - 1580-1756 1756-1825
BRASIL - 1500-1601 1601-1768 1768-1836
O primeiro movimento que o Brasil participa é a Literatura de Informação e Literatura dos Jesuítas, tendo
início em 1500.
ERA MODERNA
MOVIMENTOS Realismo / Modernismo Modernismo
Romantismo Simbolismo Pós-modernismo
LITERÁRIOS Naturalismo (1º fase) (2º fase)
PORTUGAL 1825-1865 1865-1890 1890-1915 1915-1927 1927-1940 A partir de 1939
BRASIL 1836-1881 1881-1893 1893-1902 1922-1930 1930-1945 A partir de 45
LITERATURA BRASILEIRA
CONTEXTO HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO, BARROCO,
ARCADISMO, ROMANTISMO, REALISMO, NATURALISMO, IMPRESSIONISMO, PARNASIANISMO, SIMBOLISMO,
PRÉMODERNISMO E MODERNISMO
Contexto Histórico
O marco inicial da Literatura Brasileira coincide com o período histórico chamado Renascimento. Em Por-
tugal, especialmente, este período coincide com o esplendor das conquistas ultramarinas, grandes navegações,
continentes recém descobertos e a fase de colonização de povos.
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Martinho Lutero, no fim do século XV, Portugal recuperava o
prestígio com a descoberta por Vasco da Gama de um novo caminho para as Índias. Esse espírito de ufania geraria
a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os Lusíadas, escrita por Luís Vaz de Camões, compreendida como a mais
alta expressão de amor à pátria.
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras produções possuíam mais caráter documental do que literário.
Desde então, a forma como foi escrita a história de nosso país tem refletido até hoje nas produções artísticas e,
consequentemente, literárias. Se observarmos, desde o período Colonial (do Descobrimento a chegada da Família
Real ao Brasil), passando pelo Período Imperial, além de diversas revoltas internas em prol da Independência e da
abolição da escravatura, Período Regencial, a Proclamação da República, em 1889, o Período Republicano, marcado
pelos governos militares, ditaduras e a reconquista da democracia, todos esses acontecimentos permeiam a nossa
Literatura.
Mais recentemente, diversas transformações de âmbito político e social decorreram das duas Grandes Guer-
ras, que refletiram no mundo e, consequentemente no Brasil, ideológica e politicamente. Políticas mundiais de
combate ao comunismo influenciaram líderes e momentos, a liberdade de expressão foi cerceada e um período
sombrio foi instaurado em nossa história até 1985, quando o direito à democracia foi restabelecido, além da glo-
balização, a internet e as mídias sociais, tudo isso reflete no pensamento, no sentimento e na expressão artística,
como poderemos acompanhar nas Escolas Literárias.
O Quinhentismo corresponde às manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, momento
de descobrimento, exploração e colonização.
Durante esse período, uma literatura genuinamente brasileira, a qual mostra visão do homem brasileiro, ainda
não era possível. O que temos é um ponto de vista do viajante colonizador acerca do Novo Mundo, além de uma
preocupação em documentar e descrever a viagem para o Rei de Portugal, cujas pretensões eram mercantilistas:
novas terras e riquezas para Portugal.
196
Contexto Histórico A arte barroca é então caracterizada pelos deta-
lhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É comum
z Os portugueses chegam ao Brasil;
encontrar o uso de imagens contrastantes como o cre-
z A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil.
púsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia), além de tex-
Características tos repletos de antíteses e inversões sintáticas.
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publi-
z Textos informativos e descritivos; cação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento Teixeira
z Utilização de adjetivos; e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poé-
z Linguagem simples; ticas”, de Cláudio Manuel da Costa.
z Crônicas de viagens; Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem
z Destaque para a conquista material e espiritual. dúvida um dos maiores artistas barrocos brasileiros.
z Pero Vaz de Caminha (1450–1500) z O Barroco surgiu pelas oposições e pelos conflitos
religiosos. Esse contexto histórico acabou influen-
Conhecido como autor da famosa “Carta de Pero Vaz ciando na produção artística, gerando o fenômeno
de Caminha”, ao rei D. Manuel I, considerada o primeiro do Barroco. As obras são marcadas pela angústia
documento escrito sobre o Brasil, que relata o descobri- e pela oposição entre o mundo material e o espi-
mento das terras do país. Ficou conhecida como sendo o ritual. Quanto às características do estilo, pode-se
marco inicial da literatura de informação do Brasil. encontrar metáforas, antíteses e hipérboles;
z As invasões holandesas no Brasil;
z Os bandeirantes.
z Padre José de Anchieta (1534-1597)
Características na Arte
Um dos primeiros autores da literatura brasileira
escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e “Arte de Gra-
z Contrastes: luz/sombra, bem/mal, divino/humano;
mática da Língua mais usada na Costa do Brasil” (1595).
z Riqueza de detalhes, preferência pelas curvas e
É também conhecido como o Apóstolo do Brasil – contornos e ausência de simetrias;
embora seja espanhol – por ter sido um dos respon- z Temas religiosos;
sáveis por trazer o Cristianismo no país, sendo z Personagens retratadas com expressões dramáti-
também um dos fundadores da cidade de São Paulo. cas, cenas conflituosas;
z Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e
z Padre Manuel de Nóbrega (1517-1570) essência íntima;
z Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade
Suas obras são consideradas documentos históricos do tempo e incerteza da vida.
sobre a colônia e a ação jesuítica no Brasil do século XVI.
Entre elas, podemos destacar “Cartas do Brasil” (1886) e Características na Literatura
um “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios” (1557).
z Rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exa-
BARROCO gerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de
metáforas e associações;
No período entre (1601-1768), enquanto o mundo z Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas,
Ocidental vivia uma atormentada crise entre homem hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem
e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon- culta, jogo de palavras.
ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais
subjetiva e conflituosa. Para diversos pesquisadores, o Autores e Obras
Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas
todo um período histórico e um movimento sociocul- z Padre Antônio Vieira (1608-1697)
tural em que se formularam novos modos de enten-
Foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador
der o mundo, o homem e Deus.
sacro da Língua Portuguesa. As suas principais obras
são “Sermão da Sexagésima”, que retrata sobre a arte
de pregar, além do “Sermão de Santo Antônio”, que
tem como tema a escravidão indígena.
z A Primeira República.
Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” (1848),
“Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857), Características
“Cantos” (1857);
Casimiro de Abreu: Primaveras, poesias (1859) z Objetividade como forma de opor ao excesso de sub-
jetividade e idealizações existentes no Romantismo;
z Correção e clareza de linguagem para manter o
ideal de representar a realidade verdadeiramente; 199
z Contenção das emoções, focando-se em análises z Os pintores recriavam paisagens naturais, ou seja,
mais objetivas; pintavam aquilo que observavam;
z Análise psicológica dos personagens; z Grande desejo de reformar a sociedade nas obras.
z Narrativa lenta, buscavam construir análises –
muitas vezes, inclusive, utilizando métodos cientí- Autores e Obras
ficos – da sociedade contada nas histórias;
z Impessoalidade do Narrador, em terceira pessoa, z Aluísio de Azevedo (1857-1913): “O Mulato”
sugerindo-se certo grau de impessoalidade; (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço” (1890);
z A filosofia positivista de Auguste Comte, olhar cientí- z Adolfo Caminha (1867-1897): “A Normalista”
fico para analisar comportamentos sociais, o Cientifi- (1893) e “Bom Criolo” (1895)
cismo, o Darwinismo, o Empirismo, o Determinismo; z Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
z Literatura de combate social, crítica à burguesia,
ao adultério e ao clero. IMPRESSIONISMO
NATURALISMO
Contexto Histórico
12. (DECEx — 2018) Sobre a pontuação do período: “Nes- Leia o texto a seguir, para responder às questões
se julgamento, porém, deve-se considerar até que 18 e 19:
ponto a imersão digital dos mais jovens compromete
sua socialização e, mais importante, o seu rendimento Importância e vantagens da reciclagem
escolar.”, marque a resposta correta.
A segunda metade do século XX foi marcada pelo sur-
a) “porém” está entre vírgula porque é uma oração gimento de uma série de produtos que contribuíram
intercalada. para a praticidade do nosso cotidiano. A ascensão da
b) “porém” está entre vírgula porque é uma conjunção indústria de materiais descartáveis foi uma das prota-
coordenativa deslocada. gonistas desse desenvolvimento como, por exemplo,
c) “mais importante” está entre vírgula por estar na a invenção do PET (Politereftalato de etileno). Inicial-
ordem inversa. mente empregado na indústria têxtil, esse tipo de plás-
d) há vírgula sempre depois da conjunção coordenativa tico logo revolucionou o setor de armazenamento e
“porém”. transporte de alimentos e bebidas, com as vantagens
e) a virgula depois da conjunção aditiva “e” marca uma de ser inquebrável, leve e de fácil manuseio-substituin-
ênfase. do o vidro, pesado e frágil.
O consumo em grande escala dos plásticos gerou um
13. (DECEx — 2019) A respeito da regência verbal dos problema em relação ao meio ambiente: o descarte
verbos nocionais na língua portuguesa, sabe-se que desses resíduos. Nas últimas décadas, instituições
alguns possuem dupla regência. Assinale aquele que defensoras da sustentabilidade passaram a pressio-
admite apenas uma regência: nar os governos e as indústrias por posturas mais res-
ponsáveis: o crescimento econômico em detrimento
a) esquecer. do meio ambiente virou objeto de pesquisa de cientis-
b) carecer. tas, tomou as manchetes das revistas especializadas
c) chamar. e dos jornais e ganhou o apelo da população.
d) assistir. O fim do uso de materiais descartáveis é inviável, tam-
e) aspirar. pouco os ambientalistas clamam por isso. O desen-
volvimento sustentável consiste em 3Rs: reduzir,
14. (DECEx — 2018) Marque a alternativa em que o sinal reutilizar e reciclar. A indústria fica encarregada da ter-
indicativo da crase foi empregado de acordo com a ceira etapa. O processo de reciclagem não só preserva
norma culta da língua portuguesa: o meio ambiente, mas também gera riquezas e reduz
os custos de produção das empresas que investem
a) Ela irá embora daqui à quinze minutos. na prática, além de promover o marketing social de
b) Iremos àquela reunião após o almoço. “empresa eco-friendly” ou “empresa verde” (amigável
c) Pedi à ela que tivesse calma. ao meio ambiente).
d) ele não fica próximo à pessoas que falam demais.
e) após à gravidez, começou a praticar ioga. (Disponível em: <https://www.simperj.org.br/blog/2018/09/27
/a-importancia-e-vantagens-da-reciclagem/>. Acesso em: 13 jun.
2019. Adaptado.)
15. (DECEx — 2019) Assinale a alternativa em que a figura
de linguagem corresponde à frase relacionada:
18. (DECEx — 2020) Segundo o texto, a indústria, quanto
ao desenvolvimento sustentável, deve:
a) “Reunir todos é um problema, principalmente no Natal
e no Ano Novo.” (ironia)
a) escolher empresas que utilizem matérias-primas para
b) “Às vezes, dá até vontade de desistir.” (metonímia)
a produção de embalagens sustentáveis.
208 c) “Preferimos o desconforto do estômago vazio.” (catacrese)
b) responsabilizar-se pela reciclagem de materiais
descartáveis.
ANOTAÇÕES
c) pressionar o governo, a fim de que recursos sejam
revertidos para “campanhas eco-friendly”.
d) promover o marketing social, financiando estudos
para a substituição do PET.
e) gerar riquezas e reduzir os custos de produção.
9 GABARITO
1 E
2 B
3 E
4 E
5 B
6 D
7 C
8 B
9 A
10 C
11 E
12 B
13 B
14 B
15 E
PORTUGUÊS
16 D
17 D
18 B
19 B
20 B
209
ANOTAÇÕES
210
HISTÓRIA DO BRASIL
BRASIL COLÔNIA
OS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS
Os povos indígenas que ocupavam o território do Brasil podem ser classificados em quatro grandes troncos
linguísticos, a saber:
z Tupi: viviam no litoral e foram os primeiros a entrar em contato com os portugueses. Utilizavam-se da pesca,
caça e coleta na mata. Eram considerados desse tronco os tamoios, os guaranis, os tupinambás, os tabajaras,
entre outros;
z Macro-Jê: algumas comunidades viviam na Serra do Mar, mas se localizavam, principalmente, no Planalto
Central. Apenas no século XVII, foi que os grupos macro-jê passaram a ser atacados, por conta da escraviza-
ção indígena. Eram considerados desse tronco os timbiras, os aimorés, os Goitacazes, os carijós, os carajás, os
bororós, os botocudos, entre outros;
z Karib: ocupavam a região da Planície Amazônica, além dos atuais Amapá e Roraima. Bastante hostis aos inva-
sores, praticavam, inclusive, a antropofagia. Assim como os macro-jê, entraram em contato com os brancos no
século XVII, por conta dos aldeamentos religiosos e das fortificações militares. Eram considerados desse tronco
os atroari e os uaimiri;
z Aruak: estabeleciam-se na região amazônica e na Ilha de Marajó, com destaque para seus utensílios em cerâ-
mica. Eram considerados desse tronco os aruá, pareci, cunibó, guaná e terena.
HISTÓRIA DO BRASIL
Fonte: Atlas Histórico Escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 12. 211
O Brasil Antes da Chegada dos Europeus e as máscaras de madeira, visando à transmissão de sua
Principais Nações Indígenas do Brasil Antes da mensagem. Também bebia o cauim, fumava o taba-
Chegada dos Portugueses co, cantava, dançava e invocava os mitos. O ambiente
revestia-se dessa atmosfera mágica e religiosa, a fim
Os tupis, por habitarem o litoral e terem sido os
de agradecer a chuva, uma boa colheita ou a decisão
primeiros a entrarem em contato com os colonizado-
res, são os mais conhecidos e descritos nos documen- do conselho de chefes para migração.
tos da época. Sobre eles, temos conhecimento graças
às descrições feitas por padres, viajantes e funcio- PERÍODO PRÉ-COLONIAL
nários da Coroa portuguesa que resultaram em uma
imagem dos povos pré-cabralinos, como se todos fos- O que foi, afinal, a descoberta de um Novo Mundo
sem iguais. O que sabemos sobre eles serve de base para a Europa no século XV? O que tal “descoberta”
para o entendimento das demais sociedades tribais. implicava para os “descobridores” e os “descobertos”?
A organização social básica era a tribo, que se sub- Esse “Novo Mundo” era assim considerado, porque,
dividia em aldeias ou tabas, cada uma delas com um antes, essas terras não constavam nos mapas do mun-
chefe. A aldeia era formada por um conjunto de quatro
do ocidental, tampouco se conhecia sua fauna, flora
a sete ocas, dispostas de forma circular, delimitando
e, sobretudo, sua população, que se mostrava radical-
uma praça central — a ocara — onde eram realizadas
as cerimônias religiosas, as festas e a reunião dos líde- mente diferente da humanidade conhecida pelo oci-
res para decidir uma guerra ou migração. Geralmente, dente. Tratava-se, afinal, de homens e mulheres que
em torno da aldeia, era levantada uma cerca de troncos praticavam a poligamia, não trajavam roupas, viviam
— a caiçara — com a finalidade de defendê-la. em constantes guerras e, para o horror dos europeus,
As aldeias ligadas entre si por parentesco, costu- comiam carne humana.
mes e tradição formavam uma tribo. O parentesco Em 1842, Cristóvão Colombo, comandando uma
garantia a manutenção do modo de ser do grupo e frota espanhola que procurava um caminho alterna-
perpetuava-se através de uniões obrigatórias com tivo para as Índias, sob ordens dos reis católicos Fer-
pessoas de fora. A relação de parentesco criava a rela- nando e Isabel, defrontou-se com o que chamariam de
ção de aliança grupal, na qual o casamento significava
continente americano e seria um dos primeiros a usar
uma possibilidade de reforço do poderio do grupo. A
o termo “canibal”, para qualificar os nativos.
família era patriarcal e o casamento poligâmico em
algumas comunidades e monogâmico em outras. A Europa mantinha contato com os países do Orien-
A chefia realizava a organização interna da aldeia. te desde 1415 e os portugueses já haviam contornado
Entre os tupis, a chefia era exercida pelos homens uma parte considerável da costa africana no século XV.
mais velhos e os líderes guerreiros. Eles tomavam as Ao final desse mesmo século, a questão era encontrar
decisões sobre a guerra, a migração, as grandes caça- uma rota para as Índias que tornasse possível continuar
das e o sacrifício dos inimigos. com o comércio de especiarias, metais preciosos, joias e
Para prover a sua alimentação, os povos indígenas sedas, uma vez que a rota oriental estava sob o domínio
caçavam, pescavam e coletavam crustáceos, frutos turco islâmico, ou seja, interditada para os cristãos.
e raízes. A divisão do trabalho nas aldeias obedecia Os europeus, sobretudo espanhóis e portugue-
a dois critérios: sexo e idade. Os homens derruba-
ses, esperavam receber algum ressarcimento ime-
vam as matas, preparavam o terreno para o plantio,
diato pelas suas viagens desbravadoras e, de início,
caçavam, pescavam, guerreavam e confeccionavam
canoas, arcos, flechas e adornos. As mulheres planta- não perceberam grande potencial de exploração
vam, colhiam, faziam cestaria e cerâmica. Quanto às econômica para a área “descoberta”. Continuaram
crianças, a divisão entre meninos e meninas ocorria as incursões ao Novo Mundo até serem descobertas,
a partir dos cinco anos de idade, quando as meninas pelos espanhóis, reservas de metais preciosos no
brincavam e ajudavam as mulheres em seus traba- território que lhe cabia, deixando os portugueses
lhos e os meninos seguiam o exemplo dos homens, ansiosos por descobrirem, na sua parte da América
buscando aprender sobre a caça e a pesca. também, grande quantidade de ouro e prata.
Quando os recursos próximos à aldeia se esgota- Sabe-se que, desde o século XV, os portugueses já
vam, migravam para outro lugar. O nomadismo da haviam se lançado em espaços africanos. Esse movi-
população indígena também ocorria pela procura de
mento de aproximação se deu com o objetivo de expul-
um lugar ideal e quase utópico, chamado “terra sem
mal”, onde teriam prosperidade constante. Os indí- sar os mouros da Península Ibérica, mas a manutenção
genas procuravam lugares próximos aos rios e lagos, do contato com o continente africano permitiu que cons-
para ter acesso mais fácil à caça e, eventualmente, à truíssem, ali, feitorias, promovendo, por fim, sua coloni-
agricultura. A chegada em um território ocupado por zação. Seria apenas em 1500 que, dando sequência ao
outra comunidade podia gerar guerras. seu desbravamento marítimo, Portugal depararia com
Os povos indígenas estavam muito envolvidos com o Brasil, embora já em 1494 lusitanos e espanhóis tives-
a natureza e tinham uma maneira peculiar de enten- sem assinado o chamado Tratado de Tordesilhas, que
dê-la, por meio de uma concepção mítica de mundo. dividia o Novo Mundo entre os dois Estados.
A própria natureza era tida como uma dádiva das Inicialmente, Portugal não teve interesse imedia-
divindades ou transformava-se na própria divindade, to em desbravar suas “novas” terras, uma vez que o
como a mãe-terra. Portanto, a religião indígena pode
comércio Oriental lhe era mais rentoso. Os primei-
ser classificada como politeísta.
Nas épocas de plantio, de colheita, de caça, ou nas ros contatos permitiram a criação de um imaginário
estações de chuva ou de seca, os membros da aldeia sobre o ambiente da América Portuguesa, assim como
se reuniam e os pajés, líderes religiosos, relatavam as da população que lá habitava: o lugar era um paraíso
lendas e os mitos de cultuar. O pajé, preocupado em na terra, no qual residiam todo tipo de monstros —
manter vivas as tradições tribais, usava vestimentas os “indígenas canibais” eram vistos, de certa maneira,
212 especiais, como mantos, plumas coladas ao corpo, como uma espécie monstruosa.
Nos primeiros trinta anos após a chegada de Portugal à América Portuguesa, a exploração econômica deu-se
pela exportação da madeira do pau-Brasil, que era recolhido e movimentado por trabalho indígena.
O rei de Portugal quase nada sabia sobre a nova terra e suas riquezas. As notícias contidas nos documentos da
época eram insuficientes em informações. No entanto, interessada na continuação do comércio asiático, a Coroa
organizou expedições exploradoras, com a finalidade de fazer um reconhecimento geográfico e econômico do
Brasil. Portugal desconhecia os potenciais da Nova Terra, mas a manutenção dessa colônia era importante como
defesa da sua rota no Atlântico Sul.
A primeira expedição exploradora veio para o Brasil em 1501, comandada por Gaspar de Lemos. Esse navegou
grande parte do nosso litoral, dando nome a uma série de acidentes geográficos, entre eles: Cabo de São Roque, Cabo
de Santo Agostinho, Baía de Todos os Santos e Cabo de São Tomé, e constatou a presença de florestas de pau-brasil.
No ano seguinte, Portugal permitiu que a exploração de pau-brasil, um monopólio real, fosse feita por mercadores
de Lisboa — os cristãos novos, isto é, judeus convertidos ao cristianismo. Essa exploração seria feita sob a forma de
arrendamento, por um prazo de três anos. O arrendatário era obrigado a enviar anualmente uma expedição de seis
navios e a estabelecer feitorias fortificadas no litoral.
O primeiro arrendatário foi Fernão de Noronha, que, em 1503, financiou uma expedição, sob o comando de Gon-
çalo Coelho. Foram localizadas florestas de pau-brasil e um dos membros da expedição, Américo Vespúcio, fundou
uma feitoria em Cabo Frio, hoje no estado do Rio de Janeiro. O arrendamento fracassou, porque o grupo arrendatá-
rio não conseguiu proteger o litoral, constantemente atacado por estrangeiros, principalmente corsários franceses.
Economia do Pau-Brasil
Para a exploração do pau-brasil, a primeira fase da chegada portuguesa é caracterizada pela instituição das
feitorias após a chegada da esquadra de Cabral em 22 de abril de 1500, até a instituição das capitanias hereditá-
rias. Essas feitorias eram fortificações militares que visavam garantir o domínio sobre uma área e explorá-la. Fo-
ram construídas em Porto Seguro, Cabo Frio e Iguaçu, fazendo a extração não apenas de pau-brasil, mas também
do jacarandá, que possuíam valor para a fabricação de embarcação, móveis, além da tinta do pau-brasil para te-
cidos. A mão-de-obra empregada foi a indígena, que trocava produtos europeus em força de trabalho e permissão
no uso da madeira; essa relação ficou conhecida como escambo.
Na década de 1530, o comércio asiático estava em crise. Devido a esse fato, a Coroa de Portugal deu início
à colonização do Brasil, que deveria se tornar lucrativa. Com esse objetivo, foi enviada, em 1530, a expedição
colonizadora de Martim Afonso de Souza, para distribuir sesmarias, colocar fim ao contrabando dos franceses,
promover uma nova atividade econômica, implantando a agricultura colonial de exportação da cana-de-açúcar,
policiar a costa brasileira e reconhecê-la geograficamente, averiguando os limites do Tratado de Tordesilhas, e
fundar núcleos de povoamento.
Martim Afonso de Souza fundou a vila de São Vicente em 1532, organizou a administração, deu início à plan-
tação da cana-de-açúcar e organizou o primeiro engenho do Brasil, o engenho do Governador.
A Organização Administrativa Colonial Portuguesa no Brasil, Capitanias Hereditárias e o Governo Geral e Órgãos
Administrativos
213
Fonte: Grupo Escolar1.
O território da América Portuguesa foi dividido em quinze lotes, sendo quatorze capitanias, que, por sua vez,
eram administradas por doze donatários. O donatário era o responsável com poder proeminente e, além do uso da
terra, também administrava o trabalho indígena. As capitanias não se relacionavam entre si e o distanciamento era
evidente e preocupante, de modo que, em 1572, a Coroa Portuguesa fragmentou a administração em dois governos-
-gerais: o Governo do Norte, no qual a capital se localizava em Salvador e que era composto da Capitania da Baía até
a capitania do Maranhão, e o Governo do Sul, sediado no Rio de Janeiro e composto pela região de Ilhéus até o sul.
Ademais, reuniam-se regiões que não pareciam pertencer ao mesmo espaço administrativo e político.
As Câmaras Municipais existiam nos principais núcleos urbanos do Brasil: São Vicente, Porto Seguro, Ilhéus,
Olinda, Salvador, Vitória, São Paulo e Rio de Janeiro. Eram órgãos representativos, formados por vereadores,
tesoureiros e escrivãos subordinados ao Juiz Ordinário. Todas essas pessoas eram escolhidas pelos “homens
bons”. Esses eram proprietários de grandes extensões de terras, que se constituíam na elite local e, por isso, eram
os donos do poder local. Até a última década do século XVII, o cargo mais importante da Câmara era o de Juiz Ordi-
nário. Era de sua competência a aplicação da lei no nível do município. Os vereadores determinavam os impostos,
fiscalizavam os oficiais da municipalidade e aplicavam as leis.
Os bandeirantes encontraram ouro na região de Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um grande
fluxo migratório, em que milhares de portugueses se deslocaram para as minas e intensificou-se o tráfico de
escravizados da África. A população da região chegou a 300 mil habitantes, sendo que 50% desse montante eram
escravos.
A vinda de forasteiros causou tensão entre os bandeirantes paulistas e os “emboabas” portugueses sobre o
direito de exploração do ouro, assim eclodiu, entre 1707 e 1709, a Guerra dos Emboabas. Derrotados e expulsos,
os bandeirantes deslocaram-se para oeste do território, onde encontram ouro em Cuiabá (1717) e em Goiás Velho
(1721).
Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou o seu domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de ouro
extraída), o impedimento de que vilas se tornassem cidades (exigindo mais autonomia), a construção da Estrada
Real (primeiro, entre Parati e Ouro Preto, e depois, entre Rio de Janeiro e Diamantina) e a mudança da sede do
governo-geral para o Rio de Janeiro (1763). O mercado interno tornou-se mais integrado para o abastecimento da
Capitania das Minas.
214 1 Disponível em: https://www.grupoescolar.com/pesquisa/capitanias-hereditarias.html. Acesso em: 9 fev. 2022.
Com o declínio do ciclo do ouro por volta de 1770, a trabalhos que eram desempenhados apenas por cati-
população espalhou-se, principalmente, para o sul de vos, fossem eles indígenas ou africanos. Assim, nessa
Minas e para a Zona da Mata. Outra consequência foi sociedade marcada pelo escravismo, a cor tornou-se
a cultural, com o florescimento das artes, em especial logo um indicador social.
na arquitetura com Aleijadinho. Ademais, se a díade senhores e escravizados era
central nessa sociedade constituída sob o empreen-
z Economias Complementares dimento açucareiro, havia, também, ao redor, os
agregados do senhor, pessoas que, embora não tives-
Economia Açucareira sem relevância econômica, eram importantes para o
desempenho político e social dos senhores de enge-
O açúcar não foi, nos primeiros anos de coloniza- nho. Eram, sobretudo, parentes destituídos de terra,
ção, apenas um produto produzido na colônia. Ele era comerciantes, homens livres que não possuíam auto-
responsável pelo surgimento de códigos, costumes e nomia social e que viviam sob a proteção do senhor e
hábitos. Foi apenas no século XVI que se desenvolveu lhe davam influência política.
o hábito, na Europa, do consumo do açúcar feito da
cana, que passou de produto de requinte para um uso z Economia Pecuária
frequente no cotidiano das pessoas.
Como já foi exposto, depois dos primeiros trin- Com o estabelecimento do governo-geral, foi adotada
ta anos, reconheceu-se a necessidade de povoar, ao a prática de doar sesmarias (grandes porções de terra)
menos, a faixa litorânea de terra da nova colônia, destinadas à pecuária em áreas do interior. Houve pecuá-
para, assim, evitar invasões estrangeiras que começa- ria em vários locais onde se estabeleceram colonos.
vam a crescer. Contudo, já não se pretendia apenas No Nordeste, essa atividade ocupou uma vasta
povoar a colônia, passava-se, também, a uma forma área do interior desde a Bahia até Piauí e Goiás. São
de colonização que visava outro objetivo: o ganho Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul também eram
monetário. O projeto colonial tomava contornos de núcleos importantes. Com o declínio do Ciclo do
empresa colonial, exigindo maior investimento para Ouro em Minas Gerais, a pecuária acabou sendo uma
a produção de produtos que deveriam ser exportados importante atividade no atual sul do estado.
para o mercado europeu. A produção era, portando,
direcionada para fora da colônia. Escravidão Africana
Formaram-se grandes centros produtivos, os cha-
mados latifúndios, que se dedicavam à produção de A escravidão era conhecida pelos europeus, pelo
apenas um produto em grande escala. Esse produto menos, desde a Grécia e Roma antigas. Contudo, a for-
seria, de início, a cana-de-açúcar. A partir de então, o ma assumida na América portuguesa, sobretudo no
empreendimento do açúcar estabeleceu-se no Nordes- empreendimento açucareiro, trouxe características
te da América Portuguesa. específicas. Em primeiro lugar, desde o início do tráfi-
Alguns pontos tornaram o empreendimento açu- co atlântico, no século XVI, até seu término no século
careiro mais feliz na região nordeste: a proximidade XIX, a taxa de nascimento entre os cativos foi negati-
com a metrópole e o clima e a hidrografia fundamen- va, em razão, principalmente, das mortes precoces e
tais para o transporte do produto internamente. Nesse da violência do sistema.
momento, Portugal concentrou sua atenção no Brasil A escravização atlântica demonstrava novos
e no empreendimento açucareiro, estabelecendo um padrões e intensidade: os escravizados eram destituí-
monopólio. Contudo, mesmo que a Coroa tenha tentado dos de suas famílias, sociedades, comunidades e desen-
controlar todo o processo de produção e mercantiliza- raizados de tudo o que conheciam. A grande diferença
ção de açúcar, isso não ocorreu, uma vez que os holan- trazida pela escravidão atlântica moderna consistiu em
deses eram responsáveis pela comercialização, no fazer do trabalho compulsório a base de todo o sistema
exterior, do produto produzido na colônia portuguesa. econômico da colônia: era a partir do trabalho escravi-
O tabaco também foi um produto importante para zado que, primeiro nos engenhos, depois, na minera-
o sistema econômico colonial, visto que era um pro- ção, e em todas as atividades econômicas importantes,
duto importante a ser trocado por africanos a serem se construía a economia da colônia.
escravizados, assim como a cachaça. Além disso, não A escravidão também era uma instituição pre-
havia possibilidade de tal produto disputar com o sente na África, porém, mais uma vez, trazia carac-
monopólio do açúcar. terísticas muito diversas daquelas apresentadas pela
A partir do século XVI, toda a empresa colonial escravidão atlântica. Nesse continente, o sistema de
seria sustentada pelo empreendimento do açúcar: a escravidão constituía-se em relação ao pertencimento
formação de cidades e vilas, a divisão do território e e parentesco: de modo muito genérico, ser escravo sig-
a relação entre os grupos sociais. Até 1763, quando a nificava “não pertencer”, “estar à margem”, mas essa
HISTÓRIA DO BRASIL
capital passou para o Rio de Janeiro, era em Salvador era uma condição que poderia mudar, pois um escra-
que se desenvolviam as atividades administrativas. vizado poderia ser absolvido pela sociedade.
Ainda assim, nos primeiros anos da colonização, o Com a indústria do açúcar, o trabalho escravo pas-
poder efetivo estava localizado na casa-grande e no sou a ser essencial, sustentando toda a economia, no
engenho. Assim, os senhores de engenho tornaram-se entanto se acreditava que não era possível mantê-la
o grupo social mais destacado, embora sua posição tão lucrativa sem o trabalho compulsório. O tráfico
não tivesse surgido de um arranjo hereditário, como atlântico inaugurou, também, um nível de violência
era o caso da nobreza europeia. das relações escravistas sem precedentes.
No contexto colonial, no qual a economia era Os cativos eram capturados no interior do con-
sustentada pelo trabalho forçado, ser branco e não tinente africano e levados para a costa. Lá, eram
desempenhar trabalho braçal já indicava alguma embarcados em navios para o Novo Mundo, onde
ascensão social, pelo menos, para o “povo”. Havia desempenhariam o trabalho conscrito. Muitos 215
escravizados morriam na longa viagem pelo Atlânti- Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou o seu
co, fosse pelas condições péssimas de higiene, fosse domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de
pela falta de mantimentos ou doenças. Mas, dentro ouro extraída), o impedimento de que vilas se tornas-
dos porões dos Navios Negreiros essas pessoas tam- sem cidades (exigindo mais autonomia), a construção
bém criavam laços com os outros cativos, mesmo que da Estrada Real (primeiro, entre Parati e Ouro Preto, e
muitas vezes fossem trazidos de partes diferentes do depois, entre Rio de Janeiro e Diamantina) e a mudan-
continente, iniciando-se ali a resistência ao regime. ça da sede do governo-geral para o Rio de Janeiro
Embora já existissem rotas de comércio de escravi- (1763). O mercado interno tornou-se mais integrado
zados controladas por muçulmanos na África, os por- para o abastecimento da Capitania das Minas.
tugueses criaram várias feitorias e portos no litoral do Com o declínio do ciclo do ouro por volta de 1770, a
continente, para suprir a constante demanda de mão- população espalhou-se, principalmente, para o sul de
-de-obra escravizada no Novo Mundo, dominando o Minas e para a Zona da Mata. Outra consequência foi
comércio atlântico. Assim, para a América portugue- a cultural, com o florescimento das artes, em especial
sa, vieram, sobretudo, escravizados da Senegâmbia e na arquitetura com Aleijadinho.
costa ocidental da África.
Se os jesuítas tentaram proteger, em alguma medi- CONSOLIDAÇÃO TERRITORIAL
da, as populações indígenas do trabalho forçado, o
mesmo não aconteceu com os negros escravizados. A Entradas e Bandeiras
Igreja fazia coro ao discurso que compreendia a impo-
sição do trabalho forçado aos africanos como uma Uma questão fundamental na colonização portu-
maneira de civilizá-los e impor-lhes disciplina. guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos,
O trabalho compulsório, por si só, já dava, ao pois enquanto estes queriam escravizar as populações
cotidiano, tons de violência. Contudo, a ordem e disci- nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los
plina eram mantidas pela constante ameaça de castigos, do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A
comunitários ou não, além de várias técnicas violentas, concepção de trabalho das sociedades indígenas era
como a manutenção dos cativos acorrentados. Porém, um tanto diferente da concepção europeia, já que não
isso não significa que os escravizados não criaram for- havia nessas sociedades interesse imediato por exce-
mas de resistência, seja ela solitária ou em grupo. dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
É necessário compreender a resistência tanto nos cepção coletiva de fabrico e consumo.
atos individuais de insubordinação diários, quanto Muitos indígenas, ao terem contato com os colo-
nas revoltas e quilombos. Ainda, é preciso atentar-se nizadores, foram se retirando para o interior, procu-
para a complexidade das relações entre escravizados rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão
e senhores: os espaços urbano e rural traziam diferen- se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris-
ças significativas, sendo que o escravo urbano possuía tã de catequização das populações indígenas. Para
algum nível de mobilidade maior, pois, por vezes, a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos
desempenhava trabalhos que exigiam que se afastas- fiéis” que precisavam ser encaminhados.
se dos senhores, enquanto, nas zonas rurais, o traba- Muito embora se tenha encorpado o discurso que
lho tendia a ser mais pesado e policiado. O sistema diz respeito à substituição do trabalho indígena pelo
escravista sustentava-se pela violência em um misto trabalho, também compulsório, dos africanos, o que
de paternalismo e hierarquia. de fato se percebe nas pesquisas historiográficas é que
A resistência coletiva dos escravos originou os uma ação não anulou a outra, pois ambas as popula-
chamados quilombos (em Angola, um tipo de acam- ções foram utilizadas como mão de obra forçada.
pamento militarizado) ou mocambos (que significava Um exemplo notável do processo de escravização
esconderijo). Na América portuguesa, os quilombos indígena pode ser apontado pelas atividades dos bandei-
foram agrupamentos de escravizados fugidos, que rantes, da região de São Paulo. Os bandeirantes adentra-
tentavam escapar do violento sistema. Esses escra- vam o interior – os sertões – procurando por indígenas
vizados se mantinham à margem da sociedade, em e assaltando as missões jesuítas que transportavam os
lugares de acesso difícil, sem, contudo, perderem as indígenas, onde eram criadas vilas em que trabalhavam
relações de proximidade com vilarejos e comunida- e eram catequisados. Assim, as duas categorias, colonos
des das proximidades. e jesuítas, se viam em constante litígio.
Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja,
A Economia e Sociedade Mineradora em relação aos indígenas, freou, em alguma medida,
as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se
Os bandeirantes encontraram ouro na região de para o tráfico atlântico, que causava menos incômo-
Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um do moral que o trabalho compulsório indígena que, é
grande fluxo migratório, em que milhares de portu- preciso reiterar, continuou a existir.
gueses se deslocaram para as minas e intensificou-se
o tráfico de escravizados da África. A população da Invasões Estrangeiras - Invasões Francesas e a
região chegou a 300 mil habitantes, sendo que 50% Invasão Holandesa
desse montante eram escravos.
A vinda de forasteiros causou tensão entre os Desde o início da chegada dos portugueses à Amé-
bandeirantes paulistas e os “emboabas” portugueses rica, a costa da colônia fora alvo de inúmeras invasões
sobre o direito de exploração do ouro, assim eclodiu, estrangeiras, de povos franceses, ingleses, holandeses,
entre 1707 e 1709, a Guerra dos Emboabas. Derrota- entre outros. Contudo, o inconveniente não vinha
dos e expulsos, os bandeirantes deslocaram-se para apenas dos piratas, pois a França já havia tentado
oeste do território, onde encontram ouro em Cuiabá quebrar o Tratado de Tordesilhas por duas vezes e os
216 (1717) e em Goiás Velho (1721). holandeses também não ficaram para trás.
A primeira tentativa da França de colonização proporção no território colonial, e criou-se um espaço
da América Portuguesa ficou conhecida como Fran- que recolhia espécies variadas de fauna e flora.
ça Antártica, e foi empreendida por Nicolas Durand Embora Nassau tenha feito uma administração
de Villegagnon, que desembarcou no Rio de Janeiro popular na região, acabou retornando à Europa em
em 1555 e permaneceu lá por três anos: um período 1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com-
curto, mas que trouxe muitas repercussões no que se patriotas. A partir daí, deu-se um declínio do chamado
refere ao imaginário em relação aos grupos indíge- Brasil holandês, e as “guerras brasílicas”, que visavam
nas. Em 1612, a França realizou a segunda invasão, à retomada do território pelos portugueses, prologa-
dessa vez em São Luís, no Maranhão. Ali, tentaram ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final-
instalar a França Equinocial, começando por instituir mente retomaram o espaço invadido.
uma feitoria na ilha de São Luís e se relacionando com
as sociedades indígenas que habitavam a região.
A França Equinocial tinha apoio da Coroa francesa
e se instituiu sob a autoridade de Daniel de la Tou- EXERCÍCIOS COMENTADOS
che, fundador do povoado de Saint Louis, que seria
apenas o território inicial de uma vasta extensão ocu- 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A principal autoridade
pada pelos franceses: desde o litoral maranhense até em todos os domínios coloniais portugueses era o rei,
o espaço do que hoje é o atual Tocantins. Em 1615, os que, na administração desses domínios, contava com
franceses foram expulsos pelas tropas lusitanas e o o auxílio do Conselho Ultramarino e da Mesa de Cons-
território ocupado por colonos portugueses que inse- ciência e Ordens. Tendo em vista que, apesar do auxílio
riram a cultura de açúcar na região. Em 1626, os fran- dessas instituições, a organização administrativa do
ceses tomaram o território da contemporânea Guiana Brasil colonial funcionava de modo precário, julgue o
Francesa, e apenas aí tiveram êxito. seguinte item, relativo às causas dessa precariedade.
Se a França falhou na fundação de uma colônia As distâncias, a consequente lentidão das comunicações
duradoura na América Portuguesa, a Holanda teria e a falta de aparato humano burocrático dificultavam o
mais êxito em sua tentativa. A relação entre Holanda e controle da população e a observância restrita das leis.
Portugal nem sempre foi tranquila, e quando da crise
de sucessão da monarquia portuguesa, que entregava ( ) CERTO ( ) ERRADO
o trono português à Coroa espanhola, (ato conhecido
como União Ibérica), Portugal assumiu, consequente- O imenso território implicava dificuldade de comu-
mente, os inimigos da Coroa Espanhola, e entre eles nicação, o que, naturalmente, tornava a adminis-
estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os tração da colônia difícil. É preciso considerar que
domínios coloniais também foram fundidos, ficando a longa distância dos colonos para com a autorida-
sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia de real implicava, também, quebra da fidelidade à
que ficou conhecida como “filipina”. coroa, gerando os contrabandos, novas identidades
Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- configuradas e uma autonomia administrativa local
ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo muito grande. Resposta: Certo.
tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira ten-
tativa falhou. Seria criada, então, a Companhia Holan- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo em vista que,
desa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mer-
capital do Estado e investidores privados, cujos objeti-
cantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema
vos eram a tomada das áreas açucareiras e o controle
colonial um dos fatores fundamentais do processo
do mercado de escravos na África.
de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI,
Finalmente, em 1624, a capital foi ocupada por um
XVII e XVIII, julgue o item a seguir, acerca das carac-
dia, mas retomada em seguida em ação coordenada
terísticas básicas da produção brasileira no período
por Matias de Albuquerque (governador português
colonial.
vigente), evitando, assim, que as fazendas de cana e
Exercida sob o modelo de latifúndio autossuficiente,
os engenhos fossem tomados. Novo ataque aconteceu
a produção gerava excedentes que propiciavam um
em 1627, mas o objetivo parecia ser apenas a pilha-
vigoroso comércio entre as capitanias.
gem e não a ocupação da área.
Como não conseguiam ocupar a capitania da Bahia,
os holandeses se voltaram para Pernambuco, que tam- ( ) CERTO ( ) ERRADO
bém era importante centro produtor de açúcar. Organi-
zados, 7280 homens, em 65 embarcações, iniciaram o O modelo de produção colonial foi de latifúndio
ataque em 1630, e Olinda foi ocupada pelos holandeses. com produção voltada para o exterior, o que oca-
Estes, por sua vez, investiram na colônia que acabavam sionou falta de abastecimento interno em diversos
de conquistar: Maurício de Nassau foi feito governador- períodos. Mesmo que existisse algum excedente, era
HISTÓRIA DO BRASIL
-geral do Brasil holandês e transformou substancial- destinado ao mercado externo, sobretudo para os
mente a área. Nassau reestabeleceu os engenhos que territórios hispânicos vizinhos, como forma de con-
haviam sido abandonados pelos colonos portugueses, trabando. Resposta: Errado.
recompôs o tráfico de escravizados, forneceu crédito e
obrigou o plantio para subsistência da capitania. Além Intensificação Metropolitana – Entradas, Bandeiras
disso, Nassau se mostrou tolerante na questão religiosa. e Missões
A administração do Brasil holandês por Nassau trou-
xe bons feitos para a região, como a criação da Cidade Uma questão fundamental na colonização portu-
Maurícia, melhorando a situação da população da região, guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos,
que antes se via em péssimas habitações e sem acesso às pois enquanto estes queriam escravizar as populações
devidas condições de higiene. Foi também sob sua super- nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los
visão que se construiu as três primeiras pontes de grande do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A 217
concepção de trabalho das sociedades indígenas era Nassau reestabeleceu os engenhos que haviam sido
um tanto diferente da concepção europeia, já que não abandonados pelos colonos portugueses, recompôs
havia nessas sociedades interesse imediato por exce- o tráfico de escravizados, forneceu crédito e obrigou
dentes e sua produção se caracterizava por uma con- o plantio para subsistência da capitania. Além disso,
cepção coletiva de fabrico e consumo. Nassau mostrou-se tolerante na questão religiosa.
Muitos indígenas, ao terem contato com os colo- A administração do “Brasil holandês” por Nassau
nizadores, foram se retirando para o interior, procu- trouxe bons feitos para a região, como a criação da
rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão Cidade Maurícia, o que melhorou a situação da popula-
se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris- ção da região que, antes, se via em péssimas habitações
tã de catequização das populações indígenas. Para e sem acesso às devidas condições de higiene. Foi tam-
a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos bém sob sua supervisão que se construiu as três primei-
fiéis” que precisavam ser encaminhados. ras pontes de grande proporção no território colonial e
Muito embora se tenha encorpado o discurso que
se criou um espaço que recolhia espécies variadas de
diz respeito à substituição do trabalho indígena pelo
fauna e flora. Também foi durante a administração de
trabalho, também compulsório, dos africanos, o que
Nassau que artistas passaram pelo nordeste. O holan-
de fato se percebe nas pesquisas historiográficas é que
uma ação não anulou a outra, pois ambas as popula- dês Frans Post, por exemplo, teve grande destaque ao
ções foram utilizadas como mão de obra forçada. representar paisagens de Pernambuco.
Um exemplo notável do processo de escravização Embora Nassau tenha feito uma administração
indígena pode ser apontado pelas atividades dos bandei- popular na região, acabou retornando à Europa em
rantes, da região de São Paulo. Os bandeirantes adentra- 1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com-
vam o interior – os sertões – procurando por indígenas patriotas. A insurreição tem início em 1645, quando
e assaltando as missões jesuítas que transportavam os os insurgentes liderados por Antônio Dias Cardoso
indígenas, onde eram criadas vilas em que trabalhavam derrotaram os holandeses no Monte das Tabocas,
e eram catequisados. Assim, as duas categorias, colonos quando também conseguiram isolar os holandeses
e jesuítas, se viam em constante litígio. em Recife e Itamaracá.
Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja, Em 1646, em uma empreitada levada por mulhe-
em relação aos indígenas, freou, em alguma medida, res camponesas, os holandeses são novamente der-
as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se rotados na Batalha de Tejucupapo, sendo tal evento
para o tráfico atlântico, que causava menos incômo- um marco histórico para as mulheres no Brasil. Com o
do moral que o trabalho compulsório indígena que, é incremento cada vez maior de exércitos portugueses e
preciso reiterar, continuou a existir. isolamento dos remanescentes holandeses, a Batalha
dos Guararapes foi marco de sua expulsão.
A Insurreição Pernambucana: A Luta Contra o Com a retomada portuguesa, os judeus, que
Invasor e a Gênese do Exército Brasileiro tinham conhecido uma grande liberdade no período
da ocupação, partem para Nova York, onde teriam
A relação entre Holanda e Portugal nem sempre papel relevante na política e na economia da cidade.
foi tranquila e, quando da crise de sucessão da monar- Para evitar uma possível retaliação, Portugal indeni-
quia portuguesa, que entregava o trono português à zou a Holanda, que reconheceu o nordeste brasileiro
Coroa espanhola — o que ficou conhecido como União como território luso.
Ibérica —, Portugal assumiu, consequentemente, os A partir daí, deu-se um declínio do chamado “Bra-
inimigos da Coroa Espanhola e, entre eles, estavam sil holandês” e as “guerras brasílicas”, que visavam
os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os domí- à retomada do território pelos portugueses, prologa-
nios coloniais também foram fundidos, ficando sob o ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final-
comando da Casa Real espanhola, dinastia que ficou mente retomaram o espaço invadido.
conhecida como “filipina”.
Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- As questões de Limites entre Portugal e Espanha e a
ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo Formação das Atuais Fronteiras do Brasil: Tratados
tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira tenta- de Madri, El Pardo, Santo Ildefonso e Badajoz
tiva falhou. Seria criada, então, a Companhia Holande-
sa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por capital A configuração dos limites territoriais alterou-se
do Estado e investidores privados, cujos objetivos eram bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran-
a tomada das áreas açucareiras e o controle do merca- te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha e
do de escravos na África. Finalmente, em 1624, a capital Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do ter-
foi ocupada por um dia, mas retomada, posteriormen- ritório deixou de ser levada a sério. Porém a ativida-
te, em ação coordenada por Matias de Albuquerque de bandeirante e a atividade pecuária aumentavam o
(governador português vigente), evitando, assim, que espaço ocupado por colonos ligados a Portugal. O Tra-
as fazendas de cana e engenhos fossem tomados. Novo tado de Utrecht, de 1713, teve como objetivo resolver
ataque aconteceu em 1627, mas o objetivo parecia ser esses problemas. Definiu que a Colônia de Sacramen-
apenas a pilhagem e, não, a ocupação da área. to, atual Uruguai, era posse portuguesa. O Tratado de
Como não conseguiam ocupar a capitania da Madri, de 1750, devolveu a Colônia de Sacramento
Bahia, os holandeses se voltaram para Pernambu- aos espanhóis, enquanto estabelecia a região dos Sete
co, que também era importante centro produtor de Povos das Missões (atual Rio Grande do Sul), do atual
açúcar. Organizados, 7.280 homens, em 65 embar- Centro-Oeste e boa parte da Amazônia como posses
cações, iniciaram o ataque em 1630 e Olinda foi portuguesas. Embora o Tratado de El Pardo, em 1761,
ocupada pelos holandeses. Estes, por sua vez, inves- tenha revogado o Tratado de Madri, o Tratado de San-
tiram na colônia que acabavam de conquistar: Mau- to Ildefonso (1777) reestabeleceu a decisão do Tratado
rício de Nassau foi feito governador-geral do “Brasil de Madri. O Tratado de Badajoz, 1801, ratificou a Colô-
218 holandês” e transformou, substancialmente, a área. nia de Sacramento como propriedade da Espanha.
AS REBELIÕES NATIVISTAS Beckman
Nesse contexto, em 1678, Ganga Zumba e Zumbi A revolta durou menos de um ano. O grupo, forma-
criaram uma fissura em Palmares, dando início a anos do majoritariamente pela população pobre e elite açu-
careira, marchou contra Recife, forçando o governador
violentos. Ganga Zumba foi morto, por considerar
da capitania fugir para Bahia, o que deu aos revoltosos
fazer um acordo com as autoridades coloniais e, por
controle de boa parte da região por um tempo. O grupo
mais quinze anos, Zumbi conseguiu manter a liber-
de revoltosos, mais especificamente, a elite de Olinda,
dade e autonomia dos quilombolas. Contudo, o sitia- incorporou a sua pauta o propósito de tornar Pernambu-
mento feito pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco co independente, vislumbrando um regime republicano.
Real do Macaco, levou à derrota da comunidade e ao Como plano alternativo, caso o plano de independência
assassinato de Zumbi. Embora com final trágico, Pal- falhasse, concebeu-se a criação de um protetorado fran-
mares permaneceu no imaginário da população cati- cês, o que nunca ocorreu, posto que a conjuntura delica-
va, representando um ideal de resistência. da da França não tornava viável esse tipo de apoio. 219
Um ano depois, os comerciantes de Recife retomaram exigia uma nova constituição e o retorno de D. João VI à
o controle da capitania, após combaterem, no interior, Europa. Em meio à formação das Juntas Constitucionais
com os revoltosos e receberem reforços de Lisboa. Ao (nas quais o Brasil também possuía representantes), D.
final, os mascates saíram vitoriosos: a elite de Olinda foi João deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente e
derrotada; o controle da capitania recobrado; Recife foi volta para Portugal.
transformada em vila, convertendo-se em sede da capi- Durante 1822, houve diversos movimentos de opo-
tania de Pernambuco. Apesar do fracasso da revolta, pela sição a Portugal, principalmente no Grão-Pará e na
primeira vez, falou-se em autogoverno ou declarava-se Bahia. Entre diversas tendências, venceu aquela que
a preferência pela forma republicana de governo, o que defendeu a construção de um Estado independen-
constitui um marco importante. te, que mantivesse a escravidão e o poder das elites
econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro, em 7 de
Vila Rica setembro de 1822, era a garantia mais próxima da
unidade em uma imensa porção de terra marcada por
A motivação para Revolta de Vila Rica, de 1720, é regionalismos e profundas diferenças sociais, as eli-
encontrada nas práticas fiscais aplicadas pela Fazenda tes temiam que uma agitação social incluísse pobres e
Real. Os revoltosos intentavam obrigar a Coroa a sus- escravizados (80% da população).
pender o estabelecimento das Casas de Fundição, local
onde o ouro era transformado em barras e se retirava OS PRINCIPAIS MOVIMENTOS PRÓ-
a parte referente ao pagamento das taxações da Coroa. INDEPENDÊNCIA: INCONFIDÊNCIA MINEIRA E
O conflito deu-se entre as autoridades metropolita- CONJURAÇÃO BAIANA
nas e a elite socioeconômica da região. Os revoltosos
faziam ações de pilhagem na região, gritando frases Inconfidência Mineira
que expressavam descontentamento com a administra-
ção. O governador da capitania reagiu com intensidade: Conformados por um grupo eclético e aliados à elite
fechou os caminhos de entrada de Vila Rica e prendeu os econômica de Minas, homens e mulheres contestaram
protagonistas do levante, enviando-os ao Rio de Janeiro. as relações coloniais, planejando um levante armado
Felipe dos Santos foi executado, por conta de sua que declararia Minas uma República. No grupo, havia
oratória que apoiava os revoltosos, tornando-o vítima cônegos eruditos, poetas, professores, inúmeros “letra-
do suplício público. dos” e membros da elite econômica. As pessoas envol-
vidas na Inconfidência apontavam para a diversidade
A CRISE DO SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS E OS das atividades desenvolvidas em Minas e, portanto, a
MOVIMENTOS PRÓ-INDEPENDÊNCIA NO BRASIL possibilidade de autossuficiência da capitania.
O que levou esse grupo a, de fato, considerar a
Caracterização, Influência Iluminista e a Crise rebelião consiste na articulação de fatores político-
Econômica -administrativos, econômicos e culturais. A política
metropolitana continuava a taxar a capitania e seus
D. José I, em 1750, coloca em prática as reformas de habitantes, sem considerar que a produção aurífera
Estado de seu ministro, Marquês de Pombal, das quais se havia decaído, insistindo na imposição da “derrama”.
destacam: a criação do Erário Régio (controlar os gastos Além disso, a administração ficava quase inteiramente
da Coroa), extinção das Capitanias Hereditárias (1759), fora das mãos da elite local, o que causava desagrado.
expulsão dos jesuítas e a instituição da derrama (para Supõe-se que a Conjuração começou a tomar for-
evitar as fraudes causadas com a cobrança do quinto, ma na década de 1780, sendo que o projeto de autono-
passou a exigir que os mineradores da colônia pagassem mia das Minas foi formalmente debatido em reuniões
um valor fixo de 1500 quilos de ouro por ano). locais apenas em 1788. Na metade da década de 1780,
Com a instituição da derrama e imposições centra- falava-se de uma “República Florente” e evidenciava-
lizadoras da Coroa, movimentos revoltosos e levantes -se a capacidade de Minas em tornar-se soberana.
convertem-se em uma categoria mais organizada, mais Tiradentes foi o mais ativo propagandista das
robusta e de cunho separatista que buscava autonomia ideias da Conjuração: eloquente orador, fez as ideias
de regiões coloniais. de autonomia circularem por redes que aglutinavam
Com a invasão napoleônica à Espanha e com a pri- diferentes segmentos sociais e esse é um fato essencial
são do rei em 1807, D. João viu a possibilidade de o para a compreensão da punição severa que esse per-
Império Português entrar em colapso, como começa- sonagem sofreria.
va a ocorrer com o Império Espanhol. Sendo assim, A Conjuração teria início com um motim, que
em um acordo com a Inglaterra “escondido” da Fran- deveria ocorrer no mês de fevereiro, em Vila Rica, no
ça, D. João saiu com a Família Real para o Brasil (1808), momento de imposição da derrama. Se saíssem vito-
onde pretendia manter a unidade de seu império e riosos, os conjurados irromperiam a rebelião por toda
fugir da prisão pelo exército napoleônico. Em terras a capitania, declarando a independência de Minas e a
brasileiras, o então príncipe regente deu fim ao Pacto implementação de uma República.
Colonial (abrindo os portos para a Inglaterra) e criou a Os conjurados observavam atentamente a Revo-
Imprensa Nacional, a Biblioteca Nacional, o Banco do lução Americana e procuravam aprender com a
Brasil, além de outros órgãos administrativos, como a movimentação que acontecia no norte do continente,
junta de Comércio e Conselho da Fazenda. entrevendo as possibilidades de uma República Confe-
Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de “Reino derada. Pretendia-se exaurir a Coroa e fazê-la negociar.
Unido de Portugal e Algarves”. Dois anos depois, nasceu, Contudo, Minas encontrava-se sozinha, tanto na colô-
em Pernambuco, o primeiro grande movimento pela nia como no cenário internacional. A Conjuração foi
independência do Brasil, a Revolução Pernambucana, denunciada por Joaquim Silvério dos Reis, ativo parti-
unindo oficiais, negociantes liberais e padres. Em Portu- cipante da conjuração, que delatou a ação para receber
220 gal, eclodiu, em 1820, a Revolução Liberal do Porto, que o perdão das muitas dívidas que tinha com a Coroa.
Feita a delação, ocorreram seis denúncias. A derra- – saíram vitoriosos, uma vez que conseguiram destituir
ma foi suspensa, os conspiradores foram presos e abriu- o governo de Pernambuco e instalar brevemente uma
-se a “devassa”, busca por provas que iriam constituir república; entretanto, foram violentamente reprimidos
os autos do processo da Conjuração Mineira. Ao final de com prisões e condenações em praça pública.
três longos anos, os conjurados considerados culpados Na Europa, cessada a agitação política entre portu-
foram degradados para a África. Ainda, houve o seques- gueses e franceses, a soberania lusa conseguiu, enfim,
tro de seus bens e alguns foram condenados à forca. gozar de certa estabilidade, e um forte movimento de
Quanto a Tiradentes, sua pena foi aplicada pela pressões pôde ecoar a fim de que D. João retornasse
Coroa, de modo a ser exemplar e espetacular, fican- a Portugal. A relutância do rei em retornar causava
do, por muito tempo, na memória dos colonos. Foi indignação na população lusa, em um momento no
enforcado no Rio de Janeiro, seu corpo esquartejado qual a metrópole passava por uma grave crise de pro-
e salgado e os pedaços ficaram em exibição em pon- dução agrícola e de desvalorização do papel moeda.
tos estratégicos do Caminho Novo, sendo sua cabeça Essa agitação culminou na chamada Revolução Libe-
exposta no centro de Vila Rica. ral do Porto, também conhecida como Regeneração de
1820. O prolongamento da ausência régia na metrópole
Conjuração Baiana evidenciou que o “exercício da exclusiva vontade do rei”
não era mais cabível. Assim, profissionais liberais, advo-
A Conjuração Mineira (1788-89) — sob os ideais do gados, médicos e comerciantes reuniram-se na cidade do
iluminismo, buscava a independência de Minas Gerais Porto a fim de redigirem uma Constituição que, embora
e a fundação de uma república — e a Conjuração Baia- conservadora, propunha a limitação do poder do monar-
na (1798) — possuía ideais e propostas semelhantes ca e sua submissão à carta constitucional.
à Conjuração Mineira, além da luta pela abolição da A Regeneração também inovava ao propor a trans-
escravidão. ferência da soberania – antes circunscrita ao rei – às
chamadas Cortes. As pressões exercidas pelas Cortes
constituídas fizeram com que D. João retornasse com
sua família a Portugal, em abril de 1821, deixando,
entretanto, seu filho D. Pedro de Alcântara no Brasil.
BRASIL IMPÉRIO A promulgação da Constituição proposta pela
Assembleia Constituinte de 1820 teria validade para
O PERÍODO JOANINO todos os portugueses, o que incluía os habitantes das
colônias portuguesas, inclusive na América. Algumas
A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, medidas, no entanto, causaram profundo desconfor-
o governo de D. João VI no Brasil (política interna to nos grandes comerciantes do Brasil que já estavam
e externa), Revolução do Porto e partida da Família acomodados sob os privilégios concedidos pela pre-
Real, a Independência Do Brasil, Fatores que levaram sença da corte na colônia.
à independência do Brasil, a Regência de D. Pedro, a A presença da corte no Brasil (1808-1820) foi moldan-
Grito do Ipiranga e a Guerra de Independência do as consciências dos colonos a respeito da possibilida-
de de se constituir um governo real que permanecesse
Quando a corte portuguesa embarcou, fugindo estra- no Brasil. Assim, a ideia de independência começa a
tegicamente de Lisboa em novembro de 1807, o fez por- ganhar força por volta de 1821, como uma reação à Rege-
que tinha consciência dos acontecimentos recentes na neração de 1820, uma vez que esta era entendida como
Europa, em um momento em que o expansionismo de uma revolução contrária ao Brasil.
Napoleão Bonaparte parecia irrefreável. Com o conflito de interesses latente, os colonos que
Uma experiência ainda mais próxima de Portugal ganharam com a presença da corte reivindicavam um
acendeu para a monarquia o sinal vermelho e mos- governo no Brasil; a percepção da necessidade de um
trou que os prognósticos eram corretos: o rei espa- Estado Nacional brasileiro evoluiu, o que foi a grande
nhol, Fernando VII, foi deposto do trono por Napoleão, novidade revolucionária. Foi nessa configuração que
em maio de 1808. entrou a figura do príncipe regente, futuro D. Pedro I.
A fuga da corte portuguesa foi um sucesso em Outra determinação polêmica das Cortes era que
curto prazo; contudo, a longo prazo ocasionou uma as províncias do Brasil se transformassem em pro-
quebra de legitimidade do Império português em um víncias portuguesas, o que gerou, segundo comenta
momento em que os ares eram revolucionários. D. Pedro em carta a seu pai, “um choque mui grande
A presença da corte no Brasil causava incômodo nos brasileiros”. O que o príncipe regente precisava
em algumas parcelas da população; o exemplo mais fazer era equilibrar-se em um cenário instável, no
evidente desse desconforto foi a Revolução Pernam- qual havia a necessidade de se cumprir os decretos
bucana, que estourou na província de Pernambuco, das Cortes ao mesmo tempo em que era necessário
HISTÓRIA DO BRASIL
em 1817. Antes da chegada da corte, em 1808, essa corresponder os interesses do povo do território no
província ligava seu comércio diretamente a Portugal, qual ele se encontrava.
posto que as dificuldades logísticas – como rotas ter- Enquanto as Cortes foram convocadas com a fina-
restres ou fluviais – impediam o estabelecimento de lidade de reorganizar o Império Português dentro da
relações com o Rio de Janeiro. Somava-se ao fim des- dinâmica colonial, os colonos agrupavam-se cada vez
ses benefícios concedidos ao comércio pernambucano mais em torno da ideia de separação.
um período de graves secas e crises de abastecimento. Já em 1822, o príncipe regente também recebia
O movimento revolucionário pautava a necessi- pressões a fim de que retornasse a Portugal, o que
dade de se combater a crise e recuperar os benefícios gerou um episódio bastante curioso no dia 9 de janei-
comerciais, assim como a possibilidade de se romper ro de 1822, o “Dia do Fico”. Naquele dia, D. Pedro rece-
com a monarquia. Em partes, e por um curto período, os beu um requerimento que continha 8 mil assinaturas
revoltosos – homens livres, escravizados, ricos e pobres solicitando-o que ficasse no Brasil. Não se sabe quais 221
foram as verdadeiras palavras proferidas pelo jovem Durante 1822, houve diversos movimentos de oposi-
príncipe regente; contudo, consagrou-se na memória ção a Portugal, principalmente no Grão-Pará e na Bahia.
social a perspectiva de que ele ficaria a fim de preser- Entre diversas tendências, venceu aquela que defendeu
var os interesses da população brasileira. a construção de um Estado independente que mantives-
Um governo foi organizado por D. Pedro logo após se a escravidão e o poder das elites econômicas.
esse evento, tendo figuras proeminentes, como José Assim, a liderança de D. Pedro em 7 de setembro de
Bonifácio de Andrada e Silva, um moderado que fazia 1822 era a garantia mais próxima da unidade em uma
campanhas por maior autonomia da colônia, mas não imensa porção de terra marcada por regionalismos
e profundas diferenças sociais, pois as elites temiam
reivindicava uma separação radical. Foram convoca-
que uma agitação social incluísse pobres e escraviza-
dos representantes de todas as províncias e, mais tar-
dos (que somavam 80% da população).
de, uma assembleia legislativa e constituinte.
Já a politização da sociedade colonial, com a chegada
O PRIMEIRO REINADO
da corte em 1808, deu-se em conteúdos bastante inova-
dores. Aspectos da ainda recente Revolução Francesa
Panorama político-partidário, a Constituição de 1824
(1779) estavam em alta, sobretudo na crítica ao mode-
e o Panorama interno (autoritarismo do Imperador,
lo estamental de sociedade, procurando novas formas crise econômica), Panorama externo (a Guerra da
organização da sociedade, e também na crítica aos pri- Cisplatina) e a Abdicação de D. Pedro I
vilégios da nobreza e dos corpos sociais mais altos.
Depois da revolução de independência do Haiti Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-
(1804), esses conteúdos se tornaram inescapáveis. Era trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
preciso apropriar-se de alguns elementos e fazer uma do. A Assembleia Constituinte eleita em 1823 desejava
revolução menos radical que a francesa e bem menos a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
radical que a de São Domingos, que fora liderada por da Agonia, o imperador cassou os deputados oposito-
escravos que, em alguns dias, dizimaram os senhores res, impugnou as proposições constitucionais e outor-
de engenho e suas famílias para formar um governo gou a Primeira Constituição Brasileira, em 1824. Ela
antiescravista, consolidado em 1804. estabelecia, entre outras coisas:
Esse movimento era muito temido na perspectiva
das elites coloniais brasileiras. A escravidão foi um z Existência do poder moderador, que poderia sus-
elemento importante: a dimensão do escravismo na pender o poder legislativo, executivo e judiciário;
América Portuguesa era tão grande que foi capaz de z Poder hereditário;
influenciar todos os outros aspectos da vida social, z Voto censitário, calculado pela renda.
como valores, formas de pensar, comportamento e
práticas políticas. Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernambu-
A independência, nesse sentido, mudou a forma de co, a Confederação do Equador, exigindo uma república
liberal, a abolição da escravidão e a ampliação de direi-
compreender a sociedade: não era mais uma socieda-
tos sociais. Esse movimento teve como principal líder
de estamental legitimada por Deus, embora o rico ain-
Frei Caneca, mas acabou sendo reprimida com sucesso.
da fosse rico, mas agora havia um parlamento; assim,
Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina
a escravidão tornou-se uma escravidão nacional, e entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio
não mais portuguesa. da Prata. Após um desgastante e custoso conflito (o Ban-
A chegada da corte também dinamizou fluxos eco- co do Brasil chegou a falir), a independência do Uruguai
nômicos internos, graças à necessidade de abasteci- foi reconhecida. A instabilidade política também podia
mento. Em verdade, essa dinâmica e a diversificação ser verificada em episódios como a Noite das Garrafa-
da produção era anterior à chegada da corte, mas se das, demonstrando a grande divergência entre brasilei-
intensificou a partir de 1808. O Rio de Janeiro foi um ros e portugueses, juntava-se a isso a crise econômica e
epicentro que conectou São Paulo, Minas Gerais e Rio a disputa pela sucessão do trono em Portugal, levando
Grande de São Pedro (atualmente Rio Grande do Sul), D. Pedro I à abdicação do trono em 7 de abril de 1831.
tanto é que essas foram as primeiras regiões a encam-
parem o projeto de independência centrada na figura
de Pedro I, justamente por esses auspícios econômi-
cos, mas também políticos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC – 2018) Leia os artigos 98 e 99 da Constituição
do Império do Brasil, outorgada em 1824:
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a orga-
nização Política, e é delegado privativamente ao Impe-
rador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro
Representante, para que incessantemente vele sobre a
manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia
dos mais Poderes Políticos.
Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada:
Ele não está sujeito a responsabilidade alguma.
222 Fonte: Wikimedia Commons. Conforme os artigos acima, o Poder Moderador era:
a) equivalente aos outros Poderes políticos, embora fos- Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina
se delegado ao Imperador, que estava sujeito ao con- entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio
trole da Assembleia. da Prata. Após um desgastante e custoso conflito (o Ban-
b) uma forma de tutela política sobre os outros poderes, co do Brasil chegou a falir), a independência do Uruguai
exclusiva ao Imperador, que não poderia ser submeti-
foi reconhecida. A instabilidade política também podia
do a nenhum controle constitucional ou jurídico.
ser verificada em episódios como a Noite das Garrafa-
c) superior aos Poderes Políticos, mas exclusivo ao
das, demonstrando a grande divergência entre brasilei-
Poder Executivo, devendo ser utilizado para resolver
ros e portugueses, juntava-se a isso a crise econômica e
conflitos no seio do Império.
d) um modelo de organização política que viabilizava a Inde- a disputa pela sucessão do trono em Portugal, levando
pendência, considerada sagrada pela Constituição, e que D. Pedro I à abdicação do trono em 7 de abril de 1831.
tinha como função prática substituir o Poder Judiciário.
e) presidido pelo Imperador, que estava acima da cons-
tituição, e exercido de forma colegiada com os outros
Poderes Políticos, visando a harmonia da organização EXERCÍCIOS COMENTADOS
política nacional.
1. (FCC – 2018) Leia os artigos 98 e 99 da Constituição
O poder moderador era de uso exclusivo e arbitrá- do Império do Brasil, outorgada em 1824:
rio do Imperador, embora tenha sido criado apenas Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a orga-
para mediar conflitos e fiscalizar os demais poderes. nização Política, e é delegado privativamente ao Impe-
Resposta: Letra D. rador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro
Representante, para que incessantemente vele sobre a
2. (CESPE-CEBRASPE - 2018) As disputas entre D. Pedro manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia
I e a Câmara dos Deputados marcaram o Primeiro Rei- dos mais Poderes Políticos.
nado e resultaram na abdicação do imperador. Acerca Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada:
do Primeiro Reinado e do período da Regência, julgue Ele não está sujeito a responsabilidade alguma.
(C ou E) o item subsequente.
A Constituição de 1824 foi elaborada com base no pro- (Grafia original extraída de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
jeto votado pela Assembleia Constituinte e Legislativa, constituicao/constituicao24.htm)
fechada por D. Pedro I no ano anterior. Seu texto foi envia-
do para as câmaras municipais das principais cidades do Conforme os artigos acima, o Poder Moderador era:
Império, as quais juraram cumpri-la sem contestações.
a) equivalente aos outros Poderes políticos, embora fos-
( ) CERTO ( ) ERRADO se delegado ao Imperador, que estava sujeito ao con-
trole da Assembleia.
Muitas províncias se rebelaram em função do cará- b) uma forma de tutela política sobre os outros poderes,
ter autoritário e centralizador proposta pela Cons- exclusiva ao Imperador, que não poderia ser submeti-
tituição, dando início a um processo de críticas e do a nenhum controle constitucional ou jurídico.
disputas que levaram à abdicação do Imperador em c) superior aos Poderes Políticos, mas exclusivo ao
1931. Resposta: Errado. Poder Executivo, devendo ser utilizado para resolver
conflitos no seio do Império.
PERÍODO REGENCIAL d) um modelo de organização política que viabilizava a Inde-
pendência, considerada sagrada pela Constituição, e que
Panorama político-partidário conflituoso tinha como função prática substituir o Poder Judiciário.
(restauradores, liberais moderados e republicanos, e) presidido pelo Imperador, que estava acima da cons-
A Regência Trina Provisória, A Regência Trina tituição, e exercido de forma colegiada com os outros
Permanente, O Ato Adicional de 1834 e As Poderes Políticos, visando a harmonia da organização
Regências Unas política nacional.
Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-
O poder moderador era de uso exclusivo e arbitrá-
trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
rio do Imperador, embora tenha sido criado apenas
do. A Assembleia Constituinte eleita em 1823 desejava
para mediar conflitos e fiscalizar os demais poderes.
a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
Resposta: Letra D.
da Agonia, o imperador cassou os deputados oposito-
res, impugnou as proposições constitucionais e outor-
gou a Primeira Constituição Brasileira, em 1824. Ela 2. (CESPE-CEBRASPE - 2018) As disputas entre D. Pedro
HISTÓRIA DO BRASIL
estabelecia, entre outras coisas: I e a Câmara dos Deputados marcaram o Primeiro Rei-
nado e resultaram na abdicação do imperador. Acerca
z Existência do poder moderador, que poderia sus- do Primeiro Reinado e do período da Regência, julgue
pender o poder legislativo, executivo e judiciário; (C ou E) o item subsequente.
z Poder hereditário; A Constituição de 1824 foi elaborada com base no
z Voto censitário, calculado pela renda. projeto votado pela Assembleia Constituinte e Legis-
lativa, fechada por D. Pedro I no ano anterior. Seu texto
Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernambu- foi enviado para as câmaras municipais das principais
co, a Confederação do Equador, exigindo uma república cidades do Império, as quais juraram cumpri-la sem
liberal, a abolição da escravidão e a ampliação de direi- contestações.
tos sociais. Esse movimento teve como principal líder
Frei Caneca, mas acabou sendo reprimida com sucesso. ( ) CERTO ( ) ERRADO 223
Muitas províncias se rebelaram em função do cará- z Liberais moderados, que exigiam poderes monár-
ter autoritário e centralizador proposta pela Cons- quicos com restrições;
tituição, dando início a um processo de críticas e z Liberais exaltados, favoráveis ao federalismo, com
disputas que levaram à abdicação do Imperador em maior autonomia das províncias. Durante o perío-
1931. Resposta: Errado. do foram criados: o Código de Processo Criminal, a
Guarda Nacional, o Ato Adicional de 1834 (dando
Período Regencial
poder a assembleias regionais) e a Lei Feijó (que
Segundo a Constituição de 1824, a abdicação de D. abolia o tráfico no papel, mas fazia “vista grossa”
Pedro I levaria ao trono seu filho D. Pedro II. No entanto, para que ele ainda existisse na prática).
ele tinha apenas cinco anos de idade naquela ocasião.
Então, o Parlamento buscou uma alternativa: a regência. Durante a Regência Trina Provisória, Francisco de
O período regencial durou de 1831 até 1840 e foi Lima e Silva, Carneiro de Campos e Nicolau de Campos
marcado por grandes conflitos regionais. Os grupos Vergueiro estiveram à frente do poder. Durante esse
políticos dividiam-se em: curto período, o ministério deposto por D. Pedro I foi
readmitido, houve perdão aos processos políticos e os
z Restauradores: Defendiam o retorno de D. Pedro I estrangeiros foram demitidos do Exército Brasileiro. A
e, posteriormente, a coroação de D. Pedro II; Regência Trina Permanente (1831-1835) foi liderada por
z Liberais moderados: Exigiam poderes monárqui- Francisco de Lima e Silva, José da Costa Carvalho e João
cos com restrições; Bráulio Muniz.. Nesse período, ajuntamentos noturnos
z Liberais exaltados: Favoráveis ao federalismo, foram proibidos, bem como criaram-se o Código de Pro-
com maior autonomia das províncias. cesso Criminal, a Guarda Nacional, o Ato Adicional de
1834 (dando poder a assembleias regionais) e a Lei Feijó
Durante o período, foram criados: o Código de Pro-
(que abolia o tráfico no papel, mas fazia “vista grossa”,
cesso Criminal, a Guarda Nacional, o Ato Adicional
para que ele ainda existisse na prática).
(dando poder às assembleias regionais) e a Lei Feijó
A Regência Una de Feijó (1935-1938) destacou-
(que abolia o tráfico no papel, mas fazia “vista grossa”
para que ele ainda existisse na prática). -se pelo autoritarismo contra rebeliões de homens
A instabilidade política acentuou-se com a eclosão livres pobres e escravizados. No entanto, foi nesse
de diversos movimentos separatistas nas províncias período que eclodiram as principais revoltas regio-
do país. Entre eles, destacam-se: nais pelo Brasil. Em 1938, os conservadores assu-
miriam a liderança sob a Regência Una de Araújo
z Cabanada (1832-34, Pernambuco): Lutou pela res- Lima (1838-1840), responsável por tirar a autonomia
tauração da monarquia sob comando de D. Pedro I das províncias na nomeação de cargos públicos; no
e pelo fim da escravidão; entanto, sua preocupação maior, que era deter as
z Cabanagem (1835-40, Grão-Pará): Exigiu melhores revoltas regionais, não se concretizou, ficando a car-
condições de vida para a população da região. Viti- go da antecipação do Golpe da Maioridade em 1840.
mou cerca de 30 mil pessoas; Araújo Lima ainda foi responsável pela fundação de
z Revolução Farroupilha (1835-45, Rio Grande do duas importantes instituições, o Instituto Histórico e
Sul): Pregou a independência do estado e o desejo Geográfico Brasileiro (IHGB) e o Colégio D. Pedro II,
de melhores condições para os criadores de gado; no Rio de Janeiro.
z Sabinada (1837-38, Bahia): Lutou pela indepen-
O período regencial foi marcado por uma grande
dência da Bahia e pelo fim da escravidão;
instabilidade política, que se acentuou com a eclosão
z Balaiada (1838-41, Maranhão): Colocou-se contra
de diversos movimentos separatistas nas províncias
a desigualdade social e contra as injustiças come-
tidas pelas elites. do país, destacando-se:
imperador quanto do Exército Brasileiro, que passou Argentina, desagradando os interesses paraguaios
a ver em Caxias um grande líder. na Bacia Platina. Em resposta, os paraguaios inva-
O Segundo Reinado foi marcado também por uma diram o atual Mato Grosso do Sul. A guerra opôs os
paraguaios, liderados pelo ditador Solano Lopez, e
fase de desenvolvimento econômico. O sucesso do ciclo
a Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e
do café (1830-1950) foi possível pelo fortalecimento da
Uruguai. Vale destacar que o comando vitorioso de
Inglaterra e dos Estados Unidos como mercados consu- Caxias passou a ser extremamente decisivo a partir
midores, além de algumas condições internas: de 1867, com destaque para as vitórias nas batalhas
de Humaitá, Avaí (representada no quadro de Victor
z A abertura de caminhos que ligavam o litoral ao Meirelles, a seguir), Itororó, Lomas Valentinas, Angos-
interior passando pelo Vale do Paraíba; tura e a tomada de Assunção em janeiro de 1869. O
z A disponibilidade de terras herdadas da política de Brasil acabou indo mais além que uruguaios e argen-
vigilância na época do ouro; tinos, arrastando a guerra até o assassinato de Lopez, 225
em 1870. Mesmo vitorioso, o Brasil passou a enfrentar A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
um processo de crise, que desencadearia o início do
processo enfraquecimento da monarquia brasileira, Abolição
culminando em sua queda, em 1889.
Com o fim da Guerra Civil estadunidense (1861-
1865) e a abolição da escravidão naquele país, o
“pesadelo” abolicionista voltou a assombrar as elites
brasileiras, tão dependentes desse tipo de mão de
obra. Assim, como as próprias elites percebiam que
não haveria maneiras de se escapar desse debate em
território nacional, tomaram algumas medidas de
modo a fazer o Estado tomar a vanguarda das discus-
sões, na intenção de propor um ritmo gradual e segu-
ro para a causa abolicionista.
É sob essa perspectiva que surge a Lei do Ventre
Livre, em 1871, que estipulava que negros nascidos a
partir da promulgação dessa lei fossem livres, embora
devessem prestar serviços ao senhor até a idade de
Representação feita, em 1882, por Victor Meirelles sobre a Batalha 21 anos, a título de ressarcimento pelos gastos de sua
do Riachuelo travada durante a Guerra do Paraguai. criação, ou que os senhores recebessem uma indeni-
zação quando o escravizado completasse oito anos.
Fonte: Wikimedia Commons.
Essa lei também fez com que se passasse a se reconhe-
A IMIGRAÇÃO EUROPEIA; cer socialmente as famílias de libertos, e inaugurou
uma série de debates políticos a respeito dos direitos
Imigração políticos dessa população.
A elite cafeeira paulista engrossava as fileiras crí-
Antes mesmo da proibição do tráfico negreiro, os ticas às políticas intervencionistas do Estado, sobretu-
do a partir de 1873, quando se agruparam em torno
grandes produtores e proprietários de terra preocu-
do Partido Republicano Paulista. Eram homens que
param-se em encontrar formas de substituir a mão de
advogavam a causa republicana, mas preferiam silen-
obra de origem africana. ciar-se a respeito dos debates abolicionistas, visto que
A utilização da mão de obra imigrante europeia foi eram grandes proprietários de escravizados.
vista positivamente por alguns motivos: dificuldade em Dez anos depois, já havia uma quantidade elevada
empregar homens livres brasileiros; contexto de crise de sociedades abolicionistas; a escravidão havia sido
que assolou alguns países europeus durante o século extinta nas províncias do Amazonas e Ceará, em 1884,
XIX; inclusão do discurso racista, segundo o qual o Bra- e, um ano depois, era promulgada a Lei Saraiva-Cotegi-
sil deveria se “embranquecer” para se desenvolver. pe, conhecida como Lei dos Sexagenários, que garantia
Os primeiros imigrantes europeus não portugueses liberdade aos escravos com 60 anos de idade ou mais,
foram os suíços, trazidos ao Brasil a mando de D. João VI. cabendo aos proprietários de escravos indenização.
Em 1818, o governo assentou famílias suíças nas serras flu- É importante dizer que os brancos não foram os úni-
minenses, e lá fundaram o município de Nova Friburgo. cos, nem mesmo os mais importantes, em torno da causa
No mesmo ano, colonos alemães foram mandados abolicionista. Negros escravizados tiveram participação
ativa nesse processo: com astuta percepção do momen-
para a Bahia. Em 1824, os alemães chegaram ao sul do
to em que viviam, esses indivíduos tinham consciência
país e instalaram-se em São Leopoldo, no Rio Gran-
de que o sistema escravocrata perdia sua legitimidade;
de do Sul. Durante muito tempo, eles foram os mais assim, fugiam, revoltavam-se e utilizavam-se constante-
numerosos imigrantes do Brasil, superados posterior- mente da violência para contestar as condições em que
mente pelos italianos. A imigração alemã foi longa, viviam. Ademais, outras formas de solidariedade, como
estendendo-se de 1824 até a década de 1960, com cer- o casamento, o apadrinhamento, as associações em
to crescimento durante o período de 1920, por conse- irmandades, a proliferação de quilombos, entre outras,
quência do fim da Primeira Guerra Mundial. forçaram as elites brancas à negociação.
A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, aboliu o tráfico A tardia Lei Áurea, de 1888, validava assim uma
negreiro no Brasil. Isso fez com que os cafeicultores forças- situação que já se via irreversível; ou seja: o movi-
sem o Império a adotar medidas mais efetivas para atrair mento abolicionista, em suas diversas facetas e mani-
imigrantes para o trabalho nas lavouras. Essa pressão seria festações, havia feito todo o trabalho até ali. Contudo,
reforçada com a abolição da escravatura em 1888. a assinatura da lei por Isabel marca definitiva e ofi-
Com isso, a imigração italiana teve o seu auge entre cialmente o fim da escravidão no Brasil.
A consequência para a monarquia foi definitiva, o
1880 e 1930, principalmente em São Paulo e Minas
golpe de misericórdia havia sido dado e a última sus-
Gerais e, posteriormente, nos estados do sul. Os imi-
tentação havia se perdido, uma vez que os cafeicultores
grantes italianos fixaram-se no território brasileiro logo romperam completamente os laços com o Império.
com os mais variados negócios, como ramo cafeeiro,
atividades artesanais, policultura, atividade madeirei- A Guerra do Paraguai
ra, produção de borracha, vinicultura e comércio. No
início do século XX, foi a vez dos japoneses desembar- A política de intervenção do Brasil nos governos
carem rumo às lavouras de café em São Paulo e no do Uruguai e da Argentina soou para os ouvidos para-
Paraná em fuga do empobrecimento que a moderni- guaios como um desrespeito à política externa equili-
226 zação de seu país causava aos pequenos agricultores. brada na região da Bacia do Rio da Prata. O Brasil vinha
intervindo na sucessão presidencial dos países vizinhos, Crise da Monarquia e Proclamação da República
visando impor-se politica e economicamente na região.
Solano Lopez decidiu iniciar um conflito contra o O conflito levou ao surgimento da Questão Militar,
envolvendo os direitos sociais e políticos dos militares.
Brasil invadindo o atual Mato Grosso do Sul e apri-
Com o surgimento do Partido Republicano, em 1873,
sionando o navio Marquês de Olinda. Com os aliados
uma ala mais radical do Partido Liberal passou a con-
políticos Bartolomé Mitre, na Argentina, e Venâncio testar a centralização monárquica. O movimento aboli-
Flores, no Uruguai, D. Pedro II assinou o Tratado da cionista ganhava cada vez maior repercussão em busca
Tríplice Aliança em maio de 1865, prevendo não dar da aprovação de leis que dessem fim à escravidão.
fim à guerra até a queda de Solano Lopez, além da Ademais, houve uma quebra no elo com os conser-
completa desmobilização do exército paraguaio e de vadores, quando o Império passou a recusar as inter-
novos acordos territoriais. venções do Vaticano sobre a Igreja no Brasil, episódio
Sob a liderança do Duque de Caxias, as tropas da conhecido como Questão Religiosa.
Tríplice Aliança tomaram Assunção em janeiro de 1869. O rompimento definitivo viria com o fim da escra-
O Império, no entanto, decidiu não dar fim ao conflito vidão. A partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, e da
enquanto o ditador paraguaio não estivesse morto, o Lei dos Sexagenários, em 1883, a abolição pareceu
inevitável. No entanto, os escravocratas radicalizaram
que aconteceu apenas em 1º de março de 1870, já sob a
sua oposição aos abolicionistas a partir de 1885, proi-
liderança de Conde D’Eu. As consequências vieram na
bindo seus eventos e organizando ataques.
forma de endividamento com a Inglaterra, tensões par- Diante da iminência de uma guerra civil, o Império
tidárias entre liberais e conservadores no parlamento, decidiu mediar o fim da escravidão com a Lei Áurea,
tensões entre elites políticas regionais com o poder em 13 de maio de 1888, o que fez com que perdesse o
monárquico e a politização do exército brasileiro. apoio dos cafeicultores do Vale do Paraíba, que fica-
ram conhecidos como “republicanos de última hora”.
A CRISE DO IMPÉRIO: QUESTÃO RELIGIOSA; Por fim, um golpe militar com o apoio de setores civis
REPUBLICANISMO; QUESTÃO MILITAR; realizou a Proclamação da República, em 1889.
POSITIVISMO; A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
A Questão Militar
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Após o fim da Guerra do Paraguai, muitos grupos
1. (VUNESP – 2019) Em 1789, no engenho de Santana
do exército reivindicaram determinados interesses
de Ilhéus, Bahia, os escravos mataram o feitor e se
corporativos, como melhores condições, diminuição
adentraram nas matas com as ferramentas do enge-
da intervenção civil monárquica sobre o Alto Oficiala- nho, até reaparecerem algum tempo depois com uma
to e maior espaço de participação na política. proposta de paz em que pediam melhores condições
Na década de 1880, esse descontentamento passou de trabalho, acesso a roças de subsistência, facilida-
para outros temas: os militares defendiam políticas de des para comercializar os excedentes dessas roças,
industrialização, urbanização acelerada, maior inves- direito de escolher seus feitores, licença para celebrar
timento em ferrovias, além de muitos oficiais e solda- livremente suas festas, entre outras exigências.
dos serem adeptos do abolicionismo. Em um episódio No evento apresentado, é correto reconhecer:
em que um soldado foi impedido e depois punido por
homenagear os jangadeiros do Ceará na luta contra a) os mecanismos de resistência à escravidão foram
a escravidão, o exército e diversos líderes militares, raros e efêmeros, porque o caminho da negociação
direta entre os escravos e os seus senhores era fre-
como Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant, se
quente e fez com que as condições de trabalho dos
solidarizaram e também foram deslocados de suas
escravos fossem razoáveis.
funções ou receberam advertências. b) a importância da exploração do trabalho compulsório
Mesmo com a “anistia”, o Império não conseguiu no Brasil foi superestimada, tendo em vista que as
desarticular uma posição mais ampla para além dos epi- insistentes rebeliões de escravos não atrapalhavam a
sódios: os militares estavam convencidos de seu direito e produção de mercadorias no campo.
sua obrigação de intervir na política para salvar o país dos c) as revoltas escravas eram recorrentes apenas nas
desmandos da elite imperial; essa saída seria a república. regiões produtoras de açúcar, e o efeito imediato dessas
revoltas foram leis ampliando os direitos dos escravos e
A Questão Religiosa restringindo a ação dos senhores sobre seus escravos.
d) as atividades relacionadas à agro exportação eram
HISTÓRIA DO BRASIL
O artigo 5° da Constituição de 1824 estipulava que dependentes do trabalho escravo, mas o mesmo não
o catolicismo era a religião oficial do Império, sen- ocorria com as outras atividades econômicas, que já
do permitidos apenas cultos domésticos ou privados contavam com outras modalidades de trabalho livre.
e) as rebeliões representavam uma forma clara de resis-
para outras denominações. A Igreja Católica entrou
tência contra a escravidão e, ao mesmo tempo, nem
em conflito com a Monarquia por conta da vigência
sempre objetivavam a liberdade imediata dos rebela-
do beneplácito régio, que previa que as bulas papais dos, mas diminuir os níveis de opressão e a busca por
teriam de ser aceitas pelo governo imperial. algum benefício.
Em 1872, o papa Pio IX ordenou que todos os
maçons fossem excomungados da Igreja. A medida, Efetivamente, as resistências à escravidão nem sem-
rejeitada pelo imperador, foi posta em prática por pre visavam a imediata liberdade, mas formas de
dois bispos de Olinda e Belém, que acabaram presos. tornar o cotidiano mais digno. No que se refere às 227
demais alternativas, desde o início é possível des- Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do
cartá-las, pois houve inúmeras formas de resis- Brasil: uma interpretação. São Paulo: Editora SENAC
tência na América portuguesa, seja ela solitária São Paulo, 2008, p. 462-8 (com adaptações).
ou comunitária. Além disso, as rebeliões escravas Tendo o texto acima como referência inicial, julgue
causavam grande desconforto e conturbação nas o item seguinte, considerando o quadro de crise que
atividades econômicas da colónia e todas as ativi-
leva à queda do regime monárquico e à sua substitui-
dades econômicas desenvolvidas eram dependentes
do trabalho escravo. Resposta: Letra E. ção pelo regime republicano.
Com a Guerra do Paraguai, o Exército conheceu pro-
2. (VUNESP – 2018) Em sua obra Desagravos do Bra- fundas mudanças e tornou-se crescentemente um
sil e glórias de Pernambuco, datada de 1757, o padre canal de ascensão social; todavia, terminado o confli-
Domingos Loreto Couto afirma: “Não é fácil determi- to, demonstrou forte apatia pela política, optando por
nar nestas Províncias quais sejam os homens da Ple-
emprestar seu apoio discreto a uma monarquia em
be; porque todo aquele que é branco na cor, entende
estar fora da esfera vulgar. Na sua opinião, o mesmo é crise, em vez de se engajar na campanha republicana,
ser alvo, que ser nobre, nem porque exercitam ofícios cada vez mais popular.
mecânicos perdem esta presunção […] O vulgo da cor
parda, com o imoderado desejo das honras de que o ( ) CERTO ( ) ERRADO
priva não tanto o acidente, como a substância, mal se
acomoda com as diferenças. O da cor preta tanto que O exército foi a instituição que mais saiu fortalecida
se vê com a liberdade, cuida que nada mais lhe falta após a guerra, somando-se à fileira de críticos não
para ser como os brancos” (Carlos Guilheme Mota.
somente à política da monarquia, mas também da
Viagem Incompleta – formação: histórias).
Segundo o texto, a dificuldade em determinar quem escravidão. Membros importantes do exército esti-
são os homens da plebe na província de Pernambuco veram envolvidos com o planejamento e golpe que
em meados do século XVIII deve-se: colocou fim ao Império. Resposta: Errado.
a) à multiplicidade de grupos étnicos, que prejudica a dis- 4. (VUNESP – 2019) “Talvez seja de alguma utilida-
tinção entre brancos, pardos e pretos pelo observador. de acompanhar de perto as manobras políticas dos
b) ao fato de brancos, pardos e pretos considerarem que
líderes dos fazendeiros, na década de 1880, quando
podem alcançar a condição de nobreza, a partir de
conseguiram organizar um sistema que forneceu a pri-
seus atos e ações.
c) à grande mobilidade daquela sociedade, que permite meira imigração em grande escala no país e permitiu
que pardos e pretos possam ascender aos patamares a abolição da escravidão de forma relativamente pací-
dos brancos. fica – especialmente em comparação, por exemplo,
d) ao não reconhecimento, por parte dos pardos e pretos, de com os EUA, onde o processo de abolição levou qua-
sua condição vulgar e inferior em relação aos brancos. tro anos de guerra civil e acarretou 600 mil mortos.”
e) ao grande número de pardos que executam ofícios
(Michael Hall. “Os fazendeiros paulistas e a imigra-
mecânicos e pretos libertos que se colocam acima de
sua condição de origem ção”. In: Fernando Teixeira da Silva et al. (org.) Repúbli-
ca, liberalismo, cidadania. Piracicaba: Editora UNIMEP,
A alternativa aborda questões sociais típicas de 2003. p. 153)
uma colônia que possuía grande contingente de O texto alude a dois fenômenos sociais interligados,
negros escravizados, de modo que não ser preto já em uma situação histórica, no Brasil, de:
parecia indicar, enquanto durou o trabalho escravo,
alguma ascendência social. Resposta: Letra B.
a) desenvolvimento da economia urbano-industrial em
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O Segundo Reinado com- prejuízo dos latifúndios monocultores.
preende quatro décadas, abrangendo desde o golpe da b) guerra civil com o objetivo de extinguir a exploração
Maioridade (1840) à Proclamação da República (1889) social, assim como ocorria em outros países americanos.
e determinando quatro períodos, que podem ser apon- c) oposição das elites políticas brasileiras à entrada no
tados como a mais longa fase da história política do país de populações de origens nacionais diversas.
Brasil. Houve um primeiro período, de organização, do d) garantia de manutenção da oferta de trabalho para
Segundo Reinado – de 1840 a 1850 – que primou pela
uma economia dinâmica agroexportadora.
repressão aos levantes regionais do período regen-
cial, preparação do imperador e montagem do apara- e) estabilidade socioeconômica em um momento de
to legislativo para garantir a ordem constitucional. O aprofundamento das lutas políticas republicanas.
segundo período – de 1850 a 1864 – caracterizou-se
por certa estabilidade, quando se implementaram as Sob os avanços inegáveis em torno da pauta abo-
primeiras iniciativas materiais de porte. No terceiro licionista, os fazendeiros, sobretudo paulistas, se
período – de 1864 a 1870 – sobressaiu a campanha mobilizaram em prol da imigração. Nesse contexto,
da guerra contra o Paraguai, transformada em ques-
já é possível diagnosticar as tendências de se incen-
tão nacional. O último período – de 1870 a 1889 – foi
marcado não só pelo desenvolvimento econômico, tivar uma imigração branca, de modo a não somen-
mas também pelo aprofundamento das contradições, te substituir a mão-de-obra negra escravizada, mas
228 ampliado com a propaganda republicana. também branquear o país. Resposta: Letra D.
novas eleições. Foi no governo de Floriano que surgiu
BRASIL REPÚBLICA o que ficou conhecido como “florianismo”, movimen-
to que aconteceu entre 1893 e 1897, no Rio de Janeiro,
A REPÚBLICA VELHA com expressiva participação popular. O líder conse-
guira, de fato, entusiasmar setores expressivos das
A República da Espada: os governos de Deodoro e de camadas médias urbanas e da população em geral,
Floriano Peixoto e as Revoltas da Armada mas o autoritarismo permaneceu.
Ainda assim, a Marinha não recuou e, em setem-
Em 1889, a campanha republicana ganhou força bro de 1893, um grupo de oficiais exigiu a convocação
no Brasil; nesse contexto, foi criada a “Guarda Negra”, de novas eleições presidenciais, visto que se sentiam
espécie de força paralela ao Exército composta por particularmente negligenciados pelo poder republica-
negros libertos, que procurava proteger a monarquia. no. Esse grupo estava crente de que era preciso rebe-
A situação dos libertos ainda era delicada e, na época, lar a Armada contra Floriano para que assim pudesse
acreditava-se que apenas a monarquia tornaria pos- recuperar seu antigo prestígio.
sível a abolição, advindo daí a lealdade da guarda à Floriano Peixoto, por sua vez, reprimiu a armada e
família imperial, pois receavam que sua condição de decretou estado de sítio, recebendo a alcunha de Mare-
libertos pudesse ser revertida. chal de Ferro. Em 1894, finalmente, novas eleições foram
Em 15 de junho de 1889, na saída do Teatro convocadas, transferindo o governo a civis e inauguran-
Sant’Ana, o imperador Dom Pedro II sofreu um aten- do um novo modo de se fazer política, em um período
tado que, embora não tenha causado nenhuma gra- que ficou conhecido como República Oligárquica.
vidade, tornou-se um evento notório quando lhe
foram atribuídos significados maiores: apontava a
fragilidade do regime e a demonstração manifesta de
descontentamentos. As autoridades tentavam censu-
rar as manifestações de insatisfação e clamados pela
EXERCÍCIOS COMENTADOS
República, mas era inútil dissimular normalidade. A 1. (FCC – 2018) A constituição de 1891 excluiu as seguin-
monarquia não se sustentava mais. O Exército, por tes categorias do corpo eleitoral: mendigos, analfabetos,
sua vez, se manifestava exigindo maior representação
política, como vimos, e era dele que viriam os princi-
a) militares de baixa patente e membros do clero regular.
pais defensores da República.
b) mulheres e soldados do exército republicano.
Marechal Deodoro obrigou o visconde de Ouro
c) cidadãos que não comprovassem renda de 100 mil
Preto a se demitir – aquele que havia formado um
réis anuais, e escravos.
gabinete disposto a fazer reformas e demonstrar
d) religiosos vinculados às diferentes crenças, e estrangeiros.
que a monarquia podia se renovar. Entre a demissão
e) imigrantes não naturalizados, e libertos.
de Ouro Preto e a proclamação da República, houve
um espaço de tempo; o anúncio foi feito na Câmara
Militares de baixa patente, como muitos outros per-
Municipal do Rio de Janeiro, por José do Patrocínio e,
no dia seguinte, já se falava nos jornais do Governo sonagens, foram excluídos do processo democrático.
Provisório. No dia 16 de novembro, o Governo Pro- Os militares, porque os legisladores esperavam impar-
visório anunciou o banimento da família real, dando cialidade para que pudessem cumprir suas determina-
um prazo de 24 horas para que ela deixasse o Brasil. ções profissionais, e os clérigos, porque estavam em
Se a monarquia teve seus dias expirados, o projeto número superior, tanto formal quanto informalmente,
republicano não se tornou por isso mais consolida- o que os fazia potenciais “influenciadores” e “promo-
do. Era notável que mudanças aconteciam no âmbito tores de distúrbios”. Resposta: Letra A.
político e social: o romantismo deu lugar ao mate-
rialismo e ao positivismo; passava-se a almejar o 2. (ENEM – 2018) Código Penal dos Estados Unidos do
progresso e a modernidade, que eram associados à Brasil, 1890.
república. Porém, apesar das ideias progressistas e Dos crimes contra a saúde pública:
modernas, ainda havia dúvidas sobre o projeto repu- Art. 156 Exercer a medicina em qualquer dos seus
blicano e seu futuro. ramos, a arte dentária ou a farmácia; praticar a
Até 1894, o país experimentou a tutela militar. Os dois homeopatia, a dosimetria, o hipnotismo ou magne-
primeiros governos foram encabeçados pelo marechal tismo animal, sem estar habilitado segundo as leis e
Deodoro da Fonseca, líder do golpe de Estado de 15 de regulamentos.
novembro, e foram sucedidos por Floriano Peixoto. Art. 158 Ministrar, ou simplesmente prescrever, como
Durante o governo de Deodoro, em 1891, eclodiu a meio curativo para uso interno ou externo, e sob qual-
primeira Revolta Armada, que também ficou conhe- quer forma preparada, substância de qualquer dos rei-
HISTÓRIA DO BRASIL
cida como Revolta da Esquadra, liderada por mem- nos da natureza, fazendo, ou exercendo assim, o ofício
bros da Marinha Brasileira. Seu estopim se deu por denominado curandeiro.
conta do autoritarismo de Deodoro, que havia, inclu- No início da Primeira República, a legislação penal
sive, fechado o Congresso (em clara violação da Cons- vigente evidenciava o(a)
tituição), demonstrando sua inabilidade em lidar com
a oposição. Com a Primeira República, veio também a) negligência das religiões cristãs sobre as moléstias.
uma crise econômica e de descontentamento. Por fim, b) desconhecimento das origens das crenças tradicionais.
em 23 de novembro de 1891, Deodoro renunciou, ten- c) preferência da população pelos tratamentos alopáticos.
do em vista a possível guerra civil caso insistisse em d) abandono pela comunidade das práticas terapêuticas
manter-se no poder. de magia.
Floriano Peixoto, seu vice, assumiu a presidência e) condenação pela ciência dos conhecimentos popula-
e se manteve no cargo, embora devesse ter convocado res de cura. 229
Com o projeto republicano, deu-se lugar ao positivismo z Contestado (1912-1916)
e ao materialismo, tal como a um senso de progresso e
Desde a criação da província do Paraná, em 1853, seus
modernidade que já não comportava os conhecimentos dirigentes questionavam os limites estabelecidos com San-
populares e não científicos. Resposta: Letra E. ta Catarina. Essa divergência, entre outros fatores, levou à
Questão do Contestado, como ficou conhecida a região dis-
A Constituição de 1891 putada por Santa Catarina e Paraná. Em 1890, catarinen-
ses solicitaram ao governo brasileiro a definição de limites
A Constituição republicana de 1891 definiu as entre Santa Catarina e Paraná. Sem resposta, resolveram
bases do novo regime nos termos do presidencialismo, entrar com uma ação judicial para ficarem com a posse da
do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do região situada ao sul dos rios Negro e Iguaçu.
voto, foram mantidas as reformas restritivas imple- Por duas vezes, o governo federal deu ganho de causa a
mentadas no fim do Império, excluindo os analfabe- Santa Catarina (1904-1910) e o Paraná conseguiu impedir a
tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria demarcação de terras. Concomitantemente a essa questão,
esmagadora da população era analfabeta e, portanto, no ano de 1910, a companhia estadunidense Brazil Rail-
way Company ganhou a concessão para construir uma
deveria ficar fora das eleições. A constituição introdu-
estrada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio
ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
Grande do Sul. Para cumprir um dos termos do contrato,
te, assim como separou o Estado da Igreja. a companhia se responsabilizou por 9 km de cada lado da
via férrea. Isso ocasionou a desapropriação de terras dos
Guerras de Canudos (1896 - 1898) e Contestado antigos habitantes, que não possuíam a propriedade legal.
(1912 - 1916); Em 1911, a Lumber, poderosa empresa madeireira
ligada a Brazil Railway, estabeleceu-se na zona contesta-
z Guerras de Canudos (1896-1898) da. Tinha autorização para explorar a madeira da região,
comprometendo-se pela colonização. Isso afastava a possi-
Em 1896, teve início um conflito de grande visibilida- bilidade de um acordo entre Paraná e Santa Catarina, pois
de nos anos iniciais da República: Canudos. A rebelião ambas queriam ficar com a posse da região, onde se espe-
opunha a população de Canudos, um arraial que cresceu rava um grande desenvolvimento econômico. Quando a
no interior na Bahia, ao recém-criado regime republica- construção da estrada de ferro terminou, deixou cerca de 8
mil trabalhadores desempregados. Eles haviam sido recru-
no. Esse movimento sociorreligioso foi liderado por Antô-
tados em vários estados brasileiros. Os donos das fazendas
nio Conselheiro e durou de 1896 a 1897. Essa população
ficaram preocupados com tantos desocupados que inva-
se rebelava contra o aumento do imposto republicano. diam as propriedades para sobreviverem.
Na região de Campos Novos, surgiu um monge, José
Maria, que era um desertor do exercito paranaense.
Monarquista, agrupou a população pobre, sem terra e
desempregada, que via nele um curandeiro e profeta, for-
mando grupos com alguma militarização. Ele pregava a
existência de um reino milenarista, que tinha a crença de
que o Messias destruiria o mal e inauguraria um reino de
felicidade, um reino paradisíaco de mil anos. Nesse reino,
vigoraria a lei de Deus, todos teriam lugar para plantar e
haveria prosperidade e justiça.
José Maria foi morto em 1912 após luta contra a força
policial requisitada por fazendeiros da região; porém, os
paranaenses acabaram derrotados. No entanto, os redu-
tos foram sendo constantemente atacados, até finalmente
Os sobreviventes de Canudos em 1897.
Fonte: MultiRio. serem derrotados em 1916 por forças do governo federal.
Antes de se estabelecerem na fazenda de Canudos, Ao fim, um tratado territorial foi assinado entre Santa
Catarina e Paraná.
o grupo sob liderança de Conselheiro peregrinava pelo
sertão, e chegou a reunir cerca de 24 mil habitantes
após a fundação de um arraial, batizado de Belo Monte.
O que gerou tanto incômodo no governo republi-
cano e nos grandes proprietários de terra a respeito
do movimento de Canudos foi que ele traduzia uma
nova maneira de viver no sertão, à parte do sistema.
Era uma experiência social e política muito distinta Área Área
contestada de
daquela do governo central, pois as pessoas de Canu- Guerra
do PDT de Leonel Brizola, do PMDB e do novato PSDB. Após sucessivos testes, acompanhados pelo valor da URV
A disputa foi dura. que permanecia fixo, a equipe econômica finalmente
Enquanto Lula crescia nas pesquisas de opinião apresentou a nova moeda em julho de 1994: o real, um
e estouravam casos de corrupção em Alagoas, Collor sucesso que logo se converteu em inflação baixa.
passou a atacar seu adversário dizendo que o petis- Ainda durante o governo de Itamar, foi possível
ta confiscaria poupanças e apartamentos da classe chegar a um arguto acordo de renegociação da dívi-
média, além de ser incentivador do aborto. As emis- da, após os norte-americanos finalmente aceitarem a
soras de televisão tiveram papel fundamental para o proposta de Luiz Carlos Bresser Pereira de conceder
declínio do candidato esquerdista, transmitindo com descontos para os montantes. Mas foi o sucesso do pla-
frequência os “alarmes” de Collor, em especial a Rede no real que marcou seu breve período à frente da pre-
Globo, durante seu principal telejornal. Collor, assim, sidência, sucesso esse que impulsionou seu ministro
foi eleito presidente pelo Partido da Reconstrução ao executivo federal. 243
frutificar nos governos de FHC. Em 1995, foi criado o
EXERCÍCIOS COMENTADOS programa Bolsa Escola, em Campinas, cuja proposta
era a transferência de uma renda mínima a famílias
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Brasil, o início dos
pobres com a condição de manterem suas crianças
anos 60 do século passado foi marcado pela eleva-
frequentes nas escolas; em 2001, foi adotado pelo
ção da temperatura política: o debate de ideias e de
governo federal, que foi capaz de estender o progra-
projetos para o país, em marcha ascendente desde
a década anterior, alcançava dimensão muito mais ma a mais de 5 milhões de famílias. É do seu governo,
vigorosa, provavelmente refletindo, entre outras, as também, o Bolsa Alimentação.
repercussões da Revolução Cubana. Vivia-se a tensão Contudo, há que se dizer que as primeiras mudan-
do confronto ideológico entre esquerda e direita. Em ças no modelo de proteção social tiveram início com
1964, um golpe de Estado interrompeu esse processo o primeiro governo civil após a ditadura e registra-
e instaurou um regime de força que, por cerca de vin- das na Constituição de 1988, que pretendia garantir o
te anos, conduziu o Estado brasileiro. Esgotado esse acesso à saúde, à seguridade e à educação básica.
modelo político, em meio a uma grave crise econômi- Ao longo dos anos 1990, essas diretrizes começa-
ca, procedeu-se à transição que faria o país retornar ram a se desenvolver, exigindo uma lenta descen-
ao leito democrático. No que se refere a esse período tralização de responsabilidades e recursos. Além da
da História brasileira, julgue o item que se segue. descentralização e colaboração entre os níveis gover-
Os trabalhos de uma comissão parlamentar de inqué- namentais, o Plano Real foi importante ao tornar
rito acabaram por levar ao inédito impeachment de um possível maior fluxo de recursos para a área social,
presidente da República. Foi o que ocorreu com Fer- o que produziu, por exemplo, a municipalização da
nando Collor, imediatamente substituído por seu vice, assistência social e da rede básica de saúde. Os acessos
sem que o país mergulhasse em crise institucional. à educação e à saúde se tornaram quase universais,
e a assistência social foi consideravelmente dilatada
( ) CERTO ( ) ERRADO mediante programas de garantia de renda para idosos
e pessoas com deficiência.
Diferentemente de outros momentos da história No governo FHC também foram criados programas
brasileira, os trâmites para o impedimento de Col- que formavam uma rede de proteção social, como a
lor ocorreram dentro dos marcos legais, com ampla
previdência rural, e ainda programas não-contribu-
mobilização da sociedade e sem nenhuma manifes-
tivos de assistência social: Bolsa-Escola, Erradicação
tação militar golpista relevante. Mesmo o período
do Trabalho Infantil, Bolsa-Alimentação, Auxílio Gás,
de grave crise engendrado pelo governo de Collor
Agente Jovem, Programa de Saúde da Família, Pro-
não desestabilizou nenhuma das instituições da
República. Resposta: Certo. grama de apoio à Agricultura Familiar. Nesses pro-
gramas, houve uma opção pela transferência direta
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item subsequen- da renda monetária, distanciando-se de programas
te, relativos à política internacional e à inserção históri- como os de distribuição de cestas básicas, que muitas
ca do Brasil no cenário mundial. vezes valiam à manipulação clientelista, tão comum
Em que pese toda a efervescência a política, que teve na política brasileira.
no impeachment de Collor e seus desdobramentos o O governo de FHC também foi pioneiro no enfren-
seu ápice, o governo Itamar Franco conseguiu levar tamento de algumas heranças da ditadura, no cam-
adiante as reformas relativas à privatização, à desregu- po da justiça de transição. Em 1995, foi instituída
lamentação, à abertura comercial e à regularização das a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos, cuja
relações com a comunidade financeira internacional. proposta era reconhecer os mortos e desaparecidos
durante os anos repressivos, ritual bastante simbólico
( ) CERTO ( ) ERRADO para aqueles que perderam alguém e nunca chega-
ram a ter sequer um atestado de óbito. Tempos depois,
O país foi adotando, ao longo da década de 1990 em 2001, surgiu a Comissão da Anistia, concedendo
(começando com o próprio Collor) políticas cada indenizações às vítimas da ditadura.
vez mais liberalizantes na economia, rompendo as
reservas de mercado nas áreas de tecnologia e no
setor automotivo, privatizando importantes empre-
sas estatais, criadas ainda no período de Vargas, e EXERCÍCIOS COMENTADOS
apertando cada vez mais os laços com a comunidade
financeira internacional. Resposta: Certo. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A Constituição aprova-
da em 1988 apresenta 245 artigos e 70 disposições
Os Governos de Fernando Henrique Cardoso transitórias, tratando de vastíssima gama de assun-
tos. É a mais democrática Constituição da República
Fernando Henrique Cardoso tomou posse em e a de maior preocupação com os chamados direitos
1995; é importante comentarmos que em seu governo sociais. Sua característica mais importante, que lhe
foi aprovada uma emenda constitucional que permi- valeu o epíteto de Constituição Cidadã, foi a incorpora-
tia a reeleição de prefeitos, governadores e presidente
ção de uma série de direitos civis e sociais. Ocupa-se,
da república. A votação foi permeada de acusações de
ainda, com uma série de garantias trabalhistas, desde
compra de votos, que nunca foram devidamente apu-
muito requeridas pelos sindicatos.
radas, e permitiu que FHC se reelegesse em 1998.
A ampla mobilização popular reivindicando
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Brasil, em direção ao século XXI.
melhorias nas condições de vida, desde os movi- In: LINHARES, Maria Yedda (org.). História geral do Brasil. Rio de
244 mentos organizados no final da ditadura, começou a Janeiro: Campus, 1996, p. 343 (com adaptações).
Com o auxílio do texto acima, julgue os itens subse- a) criação de um tipo de serviço militar obrigatório.
quentes, relativos à Carta de 1988, marco jurídico da b) abolição total da escravidão.
redemocratização brasileira contemporânea. c) melhoria da remuneração dos soldados.
As dificuldades encontradas pelo governo Fernando d) implantação de indústrias no Brasil.
Henrique Cardoso em alterar dispositivos constitucio- e) criação de uma República independente.
nais derivam, na opinião hoje corrente no país, da frá-
gil base de sustentação política com que ele conta no 3. (DECEx — 2019) Nos anos 1624-1635, ocorreu a pri-
Congresso, particularmente no Senado Federal. meira tentativa dos holandeses de invadir e conquistar
territórios do Nordeste brasileiro, que fracassou. Essa
( ) CERTO ( ) ERRADO primeira invasão ocorreu na cidade de:
10 E
17. (DECEx — 2018) O período entre 1968 e 1973, conheci-
do como “milagre econômico brasileiro”, permitiu um 11 D
acelerado crescimento da economia brasileira.
12 A
Nesse período, diversos programas na área de trans-
portes, infraestrutura e energia foram implementados, 13 B
visando a acabar com a estagnação e estimular o
desenvolvimento do país. 14 A
Dentre os projetos iniciados no período citado acima,
15 B
a única alternativa correta é;
16 A
a) Estrada de ferro Vitória a Minas
b) Usina hidrelétrica de Belo Monte 17 E
c) Ferrovia Norte-Sul 18 E
d) Usina hidrelétrica de Jirau
e) Usina de Itaipu 19 A
a) bandeirismo de preação.
b) escravismo de conquista.
c) sertanismo de contrato.
d) extrativismo sertanejo.
e) entradas.
a) Moçambique.
b) Senegal.
HISTÓRIA DO BRASIL
c) Guiné.
d) Ceuta.
e) Angola.
9 GABARITO
1 B
2 E
3 C
247
ANOTAÇÕES
248
GEOGRAFIA DO BRASIL
O Brasil está localizado na porção centro-oriental na América do Sul e é o maior país em extensão territorial do
subcontinente. O território é cortado pela Linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, totalizando uma área
de 8.515.767 km2, sendo classificado como um país de dimensões continentais, e dentre os países com maiores
extensões territoriais do mundo, esse está em quinto lugar, tratando de terras descontínuas, e em quarto lugar,
considerando terras contínuas.
GEOGRAFIA DO BRASIL
z Tratado de Tordesilhas (1494): No decorrer do século XV, o processo conhecido como Expansão Marítima
Comercial Europeia ou Grandes Navegações conduziu duas nações da Europa – Portugal e Espanha – a uma
série de disputas por territórios na América, que havia sido descoberta por Cristóvão Colombo em 1492. Dessa
forma, a partir de 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que estabelecia uma divisão das terras entre
as duas potências: Essa divisão foi traçada por uma linha imaginária meridional com uma distância total de
370 léguas de Cabo Verde, arquipélago localizado no continente africano. Dessa forma, as terras localizadas
a oeste da linha imaginária pertenceriam à Espanha e as terras localizadas a leste pertenceriam a Portugal.
Porém, com o avanço das atividades conhecidas como Entradas e Bandeiras ocorreu ocupação do interior
do território por conta das atividades econômicas que vinham se desenvolvendo e pelo fluxo de pessoas que
se deslocavam para estas áreas provocando o processo da interiorização, e assim os portugueses violaram os
termos presentes no acordo, facilitando, por exemplo, a construção de vilas, que no futuro serviriam para o
deslocamento da fronteira das terras portuguesas para a direção oeste.
ENTRADAS BANDEIRAS
Expedições organizadas pela Coroa Portuguesa, que ante- As Bandeiras foram expedições realizadas entre os sé-
cederam as Bandeiras e possuíam os seguintes objetivos: culos XVI e XVII, financiadas por particulares, com os
explorar o território, auxiliar no mapeamento do território objetivos semelhantes ao da Entradas, sendo eles: reali-
brasileiro, estabelecer novas áreas de currais para a cria- zar o processo de ocupação do interior do país, capturar
ção de gado e novas terras para a prática da agricultura. escravos que haviam fugidos e buscar áreas que pos-
Posteriormente essas atividades passaram a ter objetivos suíam reservas de ouro, tendo vista que as primeiras ex-
variados, como por exemplo, conquistar territórios ocupa- pedições com esse objetivo foram realizadas logo após
dos por índios, capturar índios para o trabalho em lavouras, a descoberta das primeiras minas de ouro em MG. Vale
mineração, captura de escravos refugiados, dentre outros. lembrar que esse era o principal objetivo. Posteriormen-
te os Bandeirantes foram ocupando territórios no inte-
rior do país para buscar novas reservas desse mineral.
No mapa a seguir podemos observar os limites territoriais definidos por meio da assinatura do Tratado de
Tordesilhas:
z Tratado de Madrid (1750): Visando definir novas fronteiras, Portugueses e Espanhóis realizaram um novo
acordo para entrar em vigor o princípio do Uti Possidetis e a posse da terra seria garantida para aquele que
a ocupasse, critério adotado para estabelecer novos limites territoriais. No novo acordo, os Portugueses aca-
baram garantindo a posse das terras ocupadas além da linha de Tordesilhas Não obstante, ocorreu também
a troca dos territórios de Sacramento pelos territórios de Sete Povos das Missões (territórios localizados na
250 região sul do país). Veremos um mapa a seguir para melhorar a compreensão do assunto:
Fonte: https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/tratado-de-madri. Acesso: 05 de Maio de 2021.
z Tratado de Petrópolis (1903): Durante o século XIX ocorreram várias mudanças políticas em âmbito nacio-
nal, em especial a partir de 1822, quando o Brasil se torna independente de Portugal. Após esse evento houve
a consolidação do Império, período que ocorreu uma forte centralização política, evitando a fragmentação do
território nacional. No final do século XIX um importante ciclo econômico desenvolveu-se na região Amazô-
nica, sendo ele, o Ciclo da Borracha, o qual motivou a migração de milhares de pessoas para a região que vis-
lumbravam por meio da exploração do látex, procurando uma forma de fazer fortuna e ter uma vida melhor.
Ao navegarem pela margem direita do Rio Amazonas, diversos grupos de seringueiros chegaram ao território
boliviano e ocuparam a região. O processo de ocupação foi conflituoso e, após diversos entraves, o governo bra-
sileiro, na figura do Barão de Rio Branco, negociou a compra das terras que hoje correspondem ao território do
estado do Acre.
Foi decidido, então, o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas e a construção de
uma saída para o Oceano Atlântico – a Ferrovia Madeira-Mamoré, uma vez que país vizinho, Bolívia, havia perdi-
do para os Chilenos sua única saída para o mar.
A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se e ainda encontra-se distante dos principais
centros econômicos e políticos do país. Logo após a assinatura do acordo entre brasileiros e bolivianos, a região
passou a ser considerada um território federal, subordinado à administração localizada no Rio de Janeiro. Dessa
forma, no ano de 1962, o presidente João Goulart homologou a lei que colocava o território do Acre na condição de
GEOGRAFIA DO BRASIL
estado da federação, passando, assim, a possuir administração própria e com seus respectivos poderes: Executivo,
Judiciário e Legislativo.
O país possui 23.086 km de fronteiras. Destes, 15.719 km são fronteiras terrestres, sendo que somente dois paí-
ses da América do Sul, sendo eles Chile e Equador, não fazem fronteira com o Brasil. A costa brasileira é banhada
pelo Oceano Atlântico e constitui um total de 7.367 km, indo do Cabo Orange ao Arroio Chuí. O território brasi-
leiro está localizado, em sua totalidade, no hemisfério ocidental. Por esse motivo os fusos horários presentes no
território brasileiro estão atrasados em relação ao Meridiano de Greenwich, e por conta de o país possuir uma
grande extensão territorial, os fusos horários no território brasileiro estão divididos em 4: 251
ESTRUTURA GEOLÓGICA, GEOMORFOLOGIA
AROLDO DE AZEVEDO
Planaltos
� Das Guianas
� Brasileiro, subdividido em:
� Atlântico
� Central
� Meridional
Planícies
� Amazônica
� Do Pantanal
� Costeira
AZIZ AB’SABER
Planaltos
� Das Guianas, englobando a região serrana e o planalto
Norte-Amazônico
� Brasileiro, subdividido em:
� Central
� Meridional
� Nordestino
� Serras e Planaltos do Leste e Sudeste
� Maranhão-Piauí
I - Guiano
Planícies � Uruguaio-rio-grandense
II - Brasileiro
A Amazônica
1 - Atlântico Planícies
B Costeira Planaltos
C Pantanal 2 - Meridional � Planícies e terras baixas amazônicas
D Pampas ou � Planícies e terras baixas costeiras
Planície Gaúcha 3 - Central � Planície do Pantanal
Hoje, a economia mundial e a sociedade serão afe- calor também é comum. Isso ocorre quando a atmos-
tadas em níveis que ainda são desconhecidos. A análise fera se inverte, ou seja, quando o ar frio fica em baixa
dos impactos ambientais e das questões climáticas e suas altitude, enquanto o ar quente fica em uma camada
relações com a produção e o consumo (inclusive energia), mais alta.
chega à conclusão de que a transição para uma “econo- Além desses citados anteriormente, existe o efeito
mia de baixo carbono” é essencial para a humanidade. estufa, que é um fenômeno natural importante para
Embora o Brasil seja um dos países líderes na dis- a vida no planeta. É responsável por manter a tem-
cussão sobre mudanças climáticas, por conta de sua peratura média global, evitando grandes amplitudes
matriz energética, pesquisas científicas, abundância de térmicas e proporcionando a vida na Terra.
recursos naturais e outros motivos, o Brasil ainda não No entanto, o comportamento humano está agra-
está imune às consequências das mudanças climáticas. vando esse fenômeno, com o aumento da emissão
Ao formular a Política Nacional de Mudanças Cli- de gases de efeito estufa na atmosfera, levando a
máticas e adotar compromissos nacionais voluntários mudanças climáticas em todo o planeta. Essa alta 255
concentração de gás torna difícil o retorno do calor ao z Falta de água em algumas regiões;
espaço, aumentando assim a temperatura do planeta. z Inundações em áreas localizadas nas latitudes do
Como ocorre o efeito estufa? Norte e no Pacífico Equatorial;
Devido à alta concentração de gases de efeito estu- z Possibilidade da ocorrência de conflitos em decor-
fa na atmosfera, a energia solar refletida pela superfí- rência da escassez de recursos naturais;
cie é difícil de se dispersar no espaço e ser capturada. z Problemas de saúde provocados pelo aumento das
O sol irradia calor para a terra. Parte do calor é absor- temperaturas e pela ocorrência de ondas de calor;
vida pela superfície da Terra e pelo oceano, e a outra z Previsão de aumento da temperatura da Terra em
parte é devolvida ao espaço. Porém, devido à presen- até 2ºC até 2100, quando se compara ao período
ça de gases de efeito estufa, parte da radiação solar da pré-industrial.
radiação superficial ficará na atmosfera, o que impe-
de que esse calor retorne totalmente ao espaço. Desta De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
forma, o equilíbrio de energia é mantido e grandes Mudanças Climáticas, entre 2010 e 2050, as emissões
amplitudes térmicas são evitadas. de gases de efeito estufa deve ser reduzidas de 40%
Para entendermos melhor, suponhamos que haja para 70%. Para tanto, os países devem estabelecer
um carro estacionado em um local muito ensolara- metas para reduzir essas emissões de gases. Uma das
do. Os raios solares passam pelas janelas e aquecem possibilidades que se tornou realidade em alguns paí-
o interior do veículo. O calor é frequentemente tra- ses é a utilização de energias alternativas, renováveis
zido de volta do carro e dissipado pelo vidro, mas ele e limpas, em substituição do uso de combustíveis fós-
encontrou dificuldades. Portanto, parte do calor per- seis. Além disso, as atividades diárias podem ser coor-
manece no carro, mantendo-o aquecido. denadas para controlar o efeito estufa, tais como:
Por exemplo, os gases de efeito estufa na atmosfe-
ra funcionam como o vidro de um carro, permitindo a z Reduzir o uso de transporte para percorrer curtas
entrada da radiação solar e dificultando o retorno de distâncias;
toda a radiação ao espaço. z Escolher usar bicicleta ou transporte público, ou
quaisquer outros tipos individuais (que não emi-
Causas do Efeito Estufa tam gases poluentes) e outras formas de transports
coletivos;
Nas últimas décadas, a emissão de gases de efeito z Aumentar a utilização de produtos biodegradáveis;
estufa na atmosfera terrestre aumentou significativa- z Estimular e praticar a coleta seletiva.
mente, exacerbando o efeito estufa. A alta concentra-
ção desses gases está relacionada principalmente às Chuva Ácida
atividades industriais, que geralmente são realizadas
com a queima de combustíveis fósseis. Além disso, o A chuva ácida é o tipo de chuva com grandes con-
crescimento da produção agrícola, o desmatamento centrações de ácido sulfúrico, ácido nítrico e ácido
e o uso de meios de transporte também levaram ao nitroso, causada por reações químicas na atmosfera.
aumento das emissões de gases. Mesmo em um ambiente sem poluição, todas as chu-
O aumento da concentração de gases de efeito estu- vas são ácidas. No entanto, quando o pH é inferior
fa na atmosfera levou a mudanças irreversíveis na a 4,5, a chuva torna-se um problema ambiental. Eles
dinâmica do clima da Terra. Segundo dados do Painel são causados por um grande número de produtos pro-
Intergovernamental de Mudanças Climáticas, em cem duzidos pela queima de combustíveis fósseis lançados
anos, a temperatura de cada continente subiu cerca na atmosfera devido às atividades humanas.
de 0,85ºC, e a temperatura do oceano subiu 0,55ºC. Mesmo em condições naturais, o dióxido de carbo-
Quanto maior a quantidade de gases de efeito estu- no (CO2) na atmosfera tornou a água da chuva ligeira-
fa que são emitidos para a atmosfera, maior será a mente ácida. O pH natural da água é 7 e é 5,6 quando
dificuldade desse calor emitido se espalhar no espaço, está em equilíbrio com o CO2 na atmosfera, e quase
o que leva a um aumento anormal da temperatura e não há ácido. Os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e o
confirma a teoria do aquecimento global. É importan- nitrogênio (N2O, NO e NO2) são os principais compo-
te ressaltar, no entanto, que a relação entre o efeito nentes da chuva ácida. Esses compostos são liberados
estufa e o aquecimento global não é consistente entre na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis.
acadêmicos e pessoas comuns. Parte da população e da
Quando reagem com gotículas de água na atmosfe-
comunidade científica não acredita que o aumento do
ra, formam ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico
gás leve a um aumento da temperatura. Eles acreditam
(HNO3). Esses dois ácidos juntos aumentam a acidez
que o alto aquecimento é apenas uma fase da mudança
da água da chuva.
dinâmica do clima da Terra. A indústria é a principal
responsável pela emissão de gases de efeito estufa na Como vimos, a liberação de gás devido ao uso de
atmosfera, o que leva ao aquecimento global. combustíveis fósseis é a principal causa da chuva áci-
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre da. Portanto, são resultados do uso de combustíveis
Mudanças Climáticas, estas são as principais conse- fósseis o transporte, as usinas termelétricas, indústria
quências do efeito estufa: e outras formas de combustão. Tal gás também podem
ser formado por causas naturais, como os gases libe-
z Derretimento das calotas polares e aumento do rados durante erupções vulcânicas.
nível dos oceanos; Os países industrializados são os mais afetados
z Aumento da segurança alimentar, prejudicando as pela chuva ácida. No entanto, o fluxo de ar pode trans-
colheitas e a pesca; portar poluentes para lugares distantes. Isso aconte-
z Risco de extinção de espécies e danos a diversos ceu em lagos escandinavos, que se tornaram ácidos
ecossistemas; pela chuva devido às atividades industriais na Alema-
z Redução de territórios por conta do aumento do nha, França e Reino Unido. Para a natureza, a conse-
nível do mar, causando deslocamentos populacio- quência da chuva ácida é destruição da vegetação e
256 nais em massa; acidificação do solo, das águas dos rios e lagos.
Um exemplo das consequências da chuva ácida cegueira, deformação e atrofia muscular, além de dei-
foi observado no Brasil, localizada na região litorânea xar o sistema imunológico enfraquecido. A camada de
da cidade cubana de São Paulo, onde a concentração ozônio e o efeito estufa são os fenômenos naturais que
industrial é alta. A chuva ácida destruiu a vegetação garantem a manutenção da vida na Terra.
das encostas da Serra do Mar e erodiu o solo. Quando A camada de ozônio pode proteger a Terra dos
a acidificação atinge o solo e as águas dos rios e lagos, raios ultravioleta, e o efeito estufa pode garantir tem-
os organismos que vivem nesses locais são afetados. A peratura suficiente para manter a sobrevivência dos
água e o solo tornam-se inadequados para a vivência organismos. No entanto, o efeito estufa causado pela
certos organismos, levando-os à morte. liberação de poluentes tem aumentado, levando ao
A chuva ácida também pode causar a corrosão aumento da temperatura média da terra, o que é uma
de mármore e calcário e a oxidação de metais em característica do aquecimento global.
locais históricos, como edifícios e estátuas. A camada
de ozônio é uma camada de gás a uma altitude de 25 OS CLIMAS NO BRASIL
quilômetros na estratosfera, que protege a Terra da
radiação ultravioleta prejudicial aos seres humanos. A maior parte do território brasileiro está locali-
A camada de ozônio concentra 90% dessa molécula zada nas baixas latitudes entre o Equador e o Trópi-
de gás e forma uma capa protetora contra os raios co de Capricórnio. Portanto, o clima quente e úmido
ultravioleta. predomina. Em relação à umidade, existem algumas
Além disso, a camada de ozônio é uma parte essen- diferenças de clima de uma região para outra, de ultra
cial da vida, porque forma uma camada de proteção úmido (mais de 2500 mm de chuva por ano) a semiári-
contra a radiação ultravioleta. Sem ela, a vida na ter- do (entre 300 e 600 mm de chuva anual).
ra seria impossível. O gás ozônio (O3), é um dos gases As regiões brasileiras apresentam seis tipos de
que constituem a atmosfera. Esse gás é a forma mole- climas classificados com relação às zonas térmicas
cular do oxigênio e possui alta reatividade, podendo
da Terra, sendo eles: equatorial, tropical, tropical
ser produzido de duas maneiras:
semiárido, tropical de altitude, tropical litorâneo,
subtropical e clima equatorial. Vejamos as principais
z Na troposfera: o óxido nitroso (N2O) e a luz solar
características de cada um dos climas do Brasil:
são produzidos pela oxidação do oxigênio (O2);
z Na estratosfera: é produzida pela radiação ultra-
Tropical
violeta, que se decompõe em dois átomos de oxigê-
nio sob a ação da molécula de oxigênio (O2), e cada Localizado na região central do Brasil, mais pre-
átomo de oxigênio é combinado com a molécula de sente na região Centro-Oeste, esse clima tem duas
oxigênio (O2). estações distintas:
O papel e a função do gás ozônio também variam z A temperatura é moderada e seca no inverno, o
de local para local: verão é quente e chuvoso;
z A temperatura média anual é superior a 18º C e a
z Na troposfera: altos níveis causam poluição do ar amplitude térmica anual chega a 7º C. A precipitação
e chuva ácida, que são prejudiciais às plantas e à anual varia de 1.000 mm a 1.500 mm. Quanto à umi-
saúde humana; dade, a região central do país possui clima semiúmido.
z Na estratosfera: a camada de ozônio é formada
absorvendo quase 90% dos raios ultravioletas do Tropical Semiárido
sol para produzir um efeito benéfico.
Esse clima é característico do Nordeste, região que
O buraco na camada de ozônio é a área onde a inclui uma área chuvosa e outra com menos chuvas, e
concentração de ozônio na estratosfera fica abaixo de a maior temperatura do país. No clima tropical semiá-
50%. Os buracos na camada de ozônio estão relaciona- rido, a temperatura média anual é de cerca de 27º C
dos aos gases produzidos pelas atividades humanas. e a amplitude térmica é de cerca de 5º C. O índice de
O principal gás é o CFC (clorofluorocarbono) formado chuvas não é maior que 800 mm por ano. Neste tipo
por cloro, flúor e carbono. A lista também inclui óxido climático, está presente o Polígono das Secas, área que
nitroso e o CO2 emitido por veículos e queima de com- passa por constantes processos de escassez de água e
bustíveis fósseis. de chuvas.
Os CFCs são usados há muito tempo em latas de
aerossol, plásticos, ar condicionado e sistemas de Tropical Litorâneo
refrigeração. O gás CFC é o principal vilão da cama- Do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, o clima
GEOGRAFIA DO BRASIL
Subtropical
DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA Caetê ou terra firme: área que nunca inunda,
na qual encontramos vegetação de grande por-
VEGETAÇÃO
te, com árvores que chegam a atingir 60 metros
O Brasil, por contar com grande diversidade climá- de altura, como a castanheira.
tica, apresenta várias formações vegetais. Tem desde
densas florestas latifoliadas tropicais, que ocupam
mais da metade de seu território, até formações xeró-
filas, como a Caatinga. Há, também, formações típi-
cas de clima temperado, como a Mata de Araucárias.
Possui grandes extensões, no centro do país, de uma
formação complexa tipo Savana, conhecida como Cer-
rado, sem contar o complexo do Pantanal, as matas
galerias e as formações de mangue. Veremos a seguir
alguns dos domínios naturais:
z Caatinga: vegetação xerófila, adaptada ao clima z Campos naturais: formações rasteiras ou herbá-
semiárido, na qual predomina um estrado arbus- ceas, constituídas por gramíneas que atingem até
tivo caducifoliado e espinhoso; ocorrem também 60 cm de altura. Sua origem pode estar associada
cactáceas. O nome Caatinga significa, em tupi-gua- a solos rasos ou temperaturas baixas em regiões
rani, “mata branca”, cor predominante da vege- de altitudes elevadas, áreas sujeitas à inundação
tação durante a estação seca. No verão, devido à periódica ou ainda solos arenosos. Os campos mais
ocorrência de chuva, brotam folhas verdes e flores; famosos do Brasil estão localizados no extremo
sul, na Campanha Gaúcha. Em Mato Grosso do Sul
destacam-se os campos de Vacaria e, no restante
do país, aparecem manchas isoladas na Amazônia,
no Pantanal e nas regiões serranas do Sudeste e do
planalto das Guianas;
GEOGRAFIA DO BRASIL
Fonte: http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/mata-dos-
cocais/mata-dos-cocais-6/ - acesso em nov/2020.
z Caatinga: Também conhecida como mata branca, é o tipo de vegetação presente no Sertão Nordestino ou
Nordeste semiárido (região com poucas chuvas, são escassas e são distribuídas de forma irregular ao longo do
ano). As principais características da Caatinga são:
Vegetação com árvores e arbustos espinhentos ou que perdem as folhas durante a estação seca;
São plantas xerófilas (vegetação que se adapta a ambientes secos);
Presença de arbustos associados às cactáceas e às bromeliáceas;
Vegetação com caules a galhos tortos, raízes profundas e em grande quantidade.
Os solos nessa região quase sempre são pedregosos, e são de pequena espessura;
z Cerrado: A vegetação Cerrado está localizada principalmente na região central do país, porém pode ocorrer
a presença deste tipo nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, totalizando áreas que podem chegar a
2000000 km².
O Cerrado tradicional é composto por vegetação de árvores e arbustos que estão associados a uma vegetação
baixa inferior, formada basicamente por gramíneas (vegetação rasteira). O tipo climático presente nas áreas onde
ocorre o predomínio do Cerrado é o tropical subúmido, com duas estações bem distintas – uma chuvosa e outra
seca, os solos do Cerrado são, em grande parte, pobres e de baixa fertilidade (devido aos altos índices de acidez). É
comum a presença das seguintes espécies de vegetais: pau-terra, barbatimão e as gramíneas ou vegetação rasteira.
Campos
No Brasil os campos também são conhecidos como Pampas, estão presentes na região sul do país, em áreas
com o relevo suave (pequenas alterações na altimetria – altura), podem se apresentar de forma contínua (somen-
te com gramíneas), ou coma presença de pequenas arbustos que ficam isolados na paisagem, que formam os cha-
mados campos sujos. As atividades econômicas desenvolvidas nesta região, destaque para a pecuária extensiva
262 – gado criado solto em grandes extensões de terras, e a monocultura: soja ou arroz.
Como espécies presentes neste tipo de vegetação,
destacam-se: barba-de-bode, gordura, mimosa, for-
quilha e flecha.
e deixaram submersas quatro cidades: Pilão Arcado, escada de quatro eclusas, cada urna com câmara de
Santo S, Casa Nova e Remanso. 120 m de comprimento e 17 m de largura. A hidro-
Além desse impacto social, houve a inundação de via do Mercosul interligara Buenos Aires, Assunção,
inúmeros sítios arqueológicos. Tal fato significa uma Corumbá, Cáceres e Foz do Iguaçu ao sul de Goiás, ao
perda enorme para as gerações futuras, que não pode- Triângulo Mineiro, ao sudeste de Mato Grosso do Sul e
rão conhecer a história de povos ancestrais que habi- a todo o interior de São Paulo, até as proximidades de
taram a região em épocas remotas. Piracicaba e Sorocaba.
Outro sério problema detectado no vale do São Ao contrário do que ocorre com quase todos os paí-
Francisco é o rápido assoreamento de seu leito por
ses do mundo banhados por grandes rios, o Brasil não
milhares de toneladas de sedimentos, provenientes
priorizou o transporte fluvial. A opção pelas rodovias
tanto de áreas recém-desmatadas como de proprie-
como principal sistema de transporte mostra-se hoje
dades fundiárias onde não são feitas curvas de nível
corno um problema, pois depende dos derivados de
para deter a erosão causada pelas águas das chuvas.
petróleo, uma fonte de energia questionável: 265
z É uma fonte de energia não-renovável; I: bacia Amazônica
z É poluente, pois sua queima produz CO2, gás que II: bacia Araguaio-Tocantins
provoca o efeito estufa, considerado responsável III: bacia Platina (Paraguai, Uruguai e Paraná)
pelo aquecimento global; IV: bacia do São Francisco
z Precisa ser importado em parte, pois o Brasil pro- V: bacia do Nordeste
duz aproximadamente 80% do total que consome; VI: bacia do Leste
z Mesmo que o país se tome autossuficiente, o petró-
VII: bacia do Sul
leo será sempre uma opção custosa, que encarece
os produtos transportados.
As principais bacias hidrográficas brasileiras são:
O Brasil, dada a sua grande extensão territorial e
predominância de climas úmidos, tem uma extensa z Bacia do Rio Amazonas: a maior bacia hidro-
rede hidrográfica. As bacias hidrográficas brasileiras gráfica do planeta tem sua vertente delimitada
oferecem, em muitos trechos, grandes possibilidades pelos divisores de água da cordilheira dos Andes,
de navegação. Apesar disso, o transporte hidroviário pelo planalto das Guianas e pelo planalto Central.
é pouco utilizado no país. Em outros trechos, nossos Seu rio principal nasce no Peru, com o nome de
rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico, Marañon, e passa a ser denominado Solimões da
bastante explorado no Centro-Sul do país em decor- fronteira brasileira até o encontro com o rio Negro.
rência da concentração urbano-industrial, mas subu- A partir daí, recebe o nome de Amazonas. É o rio
tilizado em outras regiões, como a Amazônia mais extenso (total de 7100 km) e de maior volume
O Brasil possui a rede hidrográfica mais extensa do de água do planeta. Esse fato é explicado pela pre-
Globo, com 55.457km². Muitos de seus rios destacam-
sença de afluentes de ambos os lados que, por esta-
-se pela profundidade, largura e extensão, o que cons-
rem nos dois hemisférios (norte e sul), permitem a
titui um importante recurso natural. Em decorrência
da natureza do relevo, predominam os rios de planal- dupla captação das cheias de verão.
to. A energia hidráulica é a fonte primária de geração
de eletricidade mais importante do Brasil. Os afluentes do rio Amazonas nascem, em sua
Tecnicamente, a hidrografia brasileira apresenta maioria, nos escudos dos planaltos das Guiana e Bra-
os seguintes aspectos: sileiro, possuindo, assim, o maior potencial hidrelétri-
Não possui lagos tectônicos, pois as depressões tor- co disponível do país. Ao caírem na bacia sedimentar,
naram-se bacias sedimentares. Em nosso território, que é plana, tornam-se rios navegáveis. O rio Amazo-
só há lagos de várzea (temporários, muito comuns no nas, que corre no centro da bacia, é totalmente nave-
Pantanal) e lagoas costeiras, como a dos Patos (RS) e a gável. Sua largura média é de 5 km, chegando a mais
Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por restingas. de 50 km em alguns trechos.
Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazo- Possui cerca de 7 mil afluentes. Possui ainda, gran-
nas, possuem regime pluvial. Uma pequena quantida- de número de cursos de águas menores e canais flu-
de da água do rio Amazonas provém do derretimento
viais criados pelos processos de cheia e vazante. A
de neve na cordilheira dos Andes, caracterizando um
regime misto (nival e pluvial). maioria de seus afluentes nasce nos escudos dos Pla-
Todos os rios são exorréicos. Mesmo os que correm naltos das Guianas e Brasileiro na Venezuela, Colôm-
para o interior têm como destino final o oceano, como bia, Peru e Bolívia.
o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez, desá- Possui o maior potencial hidrelétrico do país, mas a
gua no mar (estuário da Prata). baixa declividade do seu terreno dificulta a instalação
Há rios temporários apenas no Sertão nordestino, de Usinas Hidrelétricas. Na época das cheias, ocorre
onde o clima é semiárido. No restante do país, os rios o fenômeno conhecido como “Pororoca”, provoca-
são perenes. do pelo encontro de suas águas com o mar. Enormes
Predominam rios de planalto em áreas de elevado ondas se formam, invadindo o continente. Localiza-
índice pluviométrico. A existência de muitos desní- da numa região de planície, a Bacia Amazônica possui
veis no terreno e o grande volume de água possibilita cerca de 23 mil km de rios navegáveis, possibilitando
a produção de hidroeletricidade. o desenvolvimento do transporte hidroviário. O Rio
Com exceção do rio Amazonas, que possui foz mis-
Amazonas é totalmente navegável. A Bacia Amazô-
ta (delta e estuário), e do rio Parnaíba, que possui foz
nica abrange os estados do Amazonas, Pará, Amapá,
em delta, todos os rios brasileiros que deságuam livre-
mente no oceano formam estuários. Acre, Roraima, Rondônia e Mato Grosso;
z Bacia Platina (composta pela bacia do Paraná z Hidrovia Tietê-Paraná (Mercosul): O sistema
e Bacia do Uruguai): o Brasil também é banhado hidroviário Tietê-Paraná possui 2.400 quilôme-
pela segunda maior bacia hidrográfica do plane- tros de vias navegáveis de Piracicaba e Conchas
ta. Seus três rios principais – Paraná, Paraguai e (ambos em São Paulo) até Goiás e Minas Gerais (ao
Uruguai – formam o rio da Prata, ao se encontra- norte) e Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai (ao
rem em território argentino. A bacia do rio Paraná sul). Liga cinco dos maiores estados produtores de
apresenta o maior potencial hidrelétrico instalado soja do País e é considerada a Hidrovia do Merco-
do país, além de trechos importantes para a nave- sul. Em seu trecho paulista, a Hidrovia Tietê-Para-
gação, com destaque para a hidrovia do Tietê. A ná possui 800 quilômetros de vias navegáveis, dez
bacia do Paraguai, que atravessa o Pantanal Mato- reservatórios, dez barragens, 23 pontes, 19 estalei-
-grossense, é amplamente navegável. Já a bacia ros e 30 terminais intermodais de cargas.
do Uruguai, com pequeno potencial hidrelétrico e
poucos trechos navegáveis, tem importância eco- Sua infraestrutura, administrada pelo Departa-
nômica apenas regional; mento Hidroviário - DH transformou o modal em
z Bacias secundárias: o Brasil possui três conjun- uma alternativa econômica para o transporte de car-
tos de bacias secundárias: Atlântico Norte-Nordes- gas, além de propiciar o reordenamento da matriz de
te, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste. As bacias transportes da região centro-oeste do Estado e impul-
hidrográficas que os compõem não possuem liga- sionar o desenvolvimento regional de cidades como
ção entre si. Elas foram agrupadas pela sua locali- Barra Bonita e Pederneiras.
zação geográfica ao longo do litoral. O rio principal A hidrovia serve para o transporte de cargas, pes-
de cada uma delas tem sua própria vertente, deli- soas e veículos, tornando-se uma importante ligação
mitando, portanto, uma bacia hidrográfica. Por com os países do Mercosul. São 2.400 km de percurso
exemplo, as bacias do Atlântico Leste são formadas navegável ligando as localidades de Anhembi e Foz
pelo agrupamento das bacias do Paraíba do Sul, do Iguaçu. Em função de suas diversas quedas, o rio
Doce, Jequitinhonha, Pardo, Contas e Paraguaçu. Paraná possui navegação de porte até a cidade argen-
tina de Rosário. O rio Paraná é o quarto do mundo em
Aquíferos drenagem, drenando todo o centro-sul da América do
Sul, desde as encostas dos Andes até a Serra do Mar;
Os Aquíferos são fontes importantes de recursos
devido à sua grande quantidade de água armazena-
das. No entanto, torna-se problemático ao seu uso
excessivo e, principalmente, sua contaminação com
a poluição do solo e o uso de reagentes químicos na
superfície, pois isso compromete a duração e a energia
GEOGRAFIA DO BRASIL
267
z Bacia do Rio São Francisco: é uma extensa bacia A industrialização brasileira pode ser dividida em
hidrográfica, responsável pela drenagem de apro- fases que vamos listar a seguir:
ximadamente 7,5% do território nacional. O rio
São Francisco, que nasce em Minas Gerais, atra- z Primeira fase (1500 – 1930);
vessa o sertão semiárido mineiro e baiano, possi- z Segunda fase (1931 – 1955);
bilitando a sobrevivência da população ribeirinha z Terceira fase (1956 – 1989);
de baixa renda, a irrigação em pequenas proprie- z Quarta fase (1990 - atualidade).
dades e em grandes projetos agroindustriais e a
criação de gado. O São Francisco é um rio bastante Primeira fase (1500 - 1808)
aproveitado para a produção de hidroeletricidade.
Neste período, entre 1500 e 1808, nosso país estava
Ele é navegável em um longo trecho dos estados de preso a acordos que atendiam única e exclusivamente
Minas Gerais e Bahia, desde que a barragem de Três aos interesses da Coroa Portuguesa, como por exemplo
Marias não lhe retenha muita água. Possui área de o Pacto Colonial, no qual as colônias só podiam estabele-
aproximadamente 645.000 km² e é responsável pela cer relações comerciais com suas metrópoles. Este acordo
drenagem de 7,5% do território nacional. É a terceira proporcionou grandes vantagens para os portugueses e
bacia hidrográfica do Brasil, ocupando 8% do territó- gerou uma série de déficits e atrasos para o nosso país.
rio nacional. É a segunda maior bacia localizada intei- O Brasil era um simples fornecedor de matéria-
ramente em território nacional. A bacia encontra-se -prima e recebia em troca produtos manufaturados
nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, ou semi-industrializados, já que existia uma política
Sergipe, Alagoas, Goiás e no Distrito Federal. Situa-se restritiva de desenvolvimento industrial no territó-
quase inteiramente em áreas de planalto. rio brasileiro. Esta política era o Alvará de Proibição
Industrial, que foi assinado por D. Maria I em 1785
Degradação Ambiental e proibia a instalação de fábricas e manufaturas em
território nacional. O objetivo desse acordo era que os
Os principais problemas enfrentadas em rela- brasileiros continuassem empenhados na exploração
ção ao processo de degradação ambiental nas bacias de recursos naturais presentes em nosso território,
como por exemplo a extração do ouro e do cultivo de
hidrográficas do Brasil estão o processo de poluição
gêneros tropicais. Os portugueses tinham a preocupa-
das águas, tanto em áreas rurais como em áreas urba-
ção que o desenvolvimento das atividades industriais
nas, e as causas dessa poluição são o lançamento de
e do comércio afetaria a mão-de-obra utilizada nas
esgoto industrial e doméstico (em alguns casos esse
atividades já citadas e dessa forma os lucros dos por-
lançamento ocorre in natura – quando o esgoto é lan-
tugueses diminuiriam de forma drástica.
çado diretamente no manancial de água sem nenhum
O ano de 1808 marca a chegada da Família Real Por-
tipo de tratamento), além do processo de assoreamen-
tuguesa ao Brasil e uma série de mudanças, dentre elas
to dos rios causado pela retirada da vegetação ciliar
o processo de abertura dos portos para as nações ami-
das encostas dos rios.
gas de Portugal e a revogação do Alvará assinado ante-
Também podemos destacar o processo de uso
riormente por D. Maria I. Porém, esse processo pouco
de produtos químicos pelo setor produtivo agrícola
alterou a realidade industrial brasileira e a depen-
que gera a contaminação das reservas subterrâneas
dência dos produtos industrializados importados. A
existentes. dependência, principalmente da Inglaterra, continua-
va ocorrendo. Além disso, o governo que se instala no
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, O APROVEITAMENTO Brasil, chefiado por D. João VI, concede grandes bene-
ECONÔMICO DOS RECURSOS NATURAIS E AS fícios aos ingleses, prejudicando e inibindo qualquer
ATIVIDADES ECONÔMICAS tipo de investimento no setor industrial do nosso país.
No período conhecido como Segundo Reinado, o
Os Recursos Minerais, Fontes de Energia, Matriz Brasil enfrentava vários problemas, e a adoção da Tari-
Energética Brasileira e Meio Ambiente, o Setor fa Alves Branco, que impunha uma série de impostos
Mineral e Os Grandes Projetos de Mineração a produtos importados, proporcionou um desenvolvi-
mento tímido do setor industrial, com alguns surtos
O processo de industrialização do Brasil teve seu no século XIX, em especial na indústria têxtil.
início no século XIX, com surtos industriais, princi- Alguns acontecimentos que começam a mudar a
palmente no Sudeste, no estado de São Paulo. Porém, realidade industrial do Brasil foram:
foi somente com o declínio da lavoura cafeeira e com
a ocorrência da crise do modelo agrário exportador, z A assinatura de leis abolicionistas, que proibiam o
que ruiu com a crise de 1929 e a adoção de políticas trabalho escravo e ampliavam o trabalho assala-
industriais com objetivos de substituir as importa- riado e o mercado consumidor;
ções. Contaram também com os incentivos governa- z Crises e tensões na Europa;
mentais, que de fato proporcionaram um processo de z Grande quantidade de matérias-primas;
Revolução Industrial em nosso país. z Modernização da infraestrutura portuária, com
A sociedade urbana e industrial, resultado de um destaque para o Porto de Santos e com o acúmulo
intenso processo de êxodo rural, é um fenômeno que de capitais oriundos da lavoura de café.
ocorreu em nosso país de forma tardia e recente, ocor-
rendo em um período de quase 200 anos de atraso em Ainda assim, a realidade industrial brasileira con-
relação à Revolução Industrial que ocorreu na Ingla- tinuava extremamente dependente da manufatura
268 terra por volta de 1750, no século XVIII. estrangeira.
Segunda fase (1931 - 1955) A chegada dessas corporações internacionais foi
provocada pelo fenômeno conhecido como descon-
Já no século XX, em especial no período da 1ª Guer- centração industrial.
ra Mundial (1914 -1918), o Brasil se viu na obrigação Desconcentração industrial é o processo de desloca-
de adotar uma política industrial mais agressiva, pois mentos de indústrias de regiões com elevados níveis
os nossos principais fornecedores de produtos indus- de industrialização, que acabaram tornando-se onero-
trializados estavam envolvidos no conflito que ocorria sos, com altos custos de manutenção, para regiões com
na Europa. menores custos para a manutenção da produção
Após a crise de 1929, que determinou a Quebra industrial. Nestes novos locais que receberiam as indús-
da Bolsa de Nova York, e as constantes crises que a trias, os custos com os fatores locacionais são menores.
lavoura cafeeira vinha passando, associados a uma A maior concentração de indústrias ocorria na
mudança na política brasileira, ocorreu a chegada de região Sudeste, em especial no estado de São Paulo, por
Getúlio Vargas ao poder e o Brasil começa a passar de conta de todo o histórico de importância que a região
fato pela sua Revolução Industrial.
exercia para a economia do país desde o período colo-
No governo de Getúlio Vargas foram adotadas
nial, perpassando por vários ciclos econômicos. Neste
medidas que visavam o aumento do investimento na
contexto, merece destaque a região do ABCD Paulista,
indústria brasileira, criando uma espécie de suporte
área de elevada concentração industrial.
para as outras fases de industrialização que viriam a
Nos anos da ditadura militar, em especial no final dos
seguir. Vargas, com seu projeto nacionalista, investiu
anos 60 e começo dos anos 70, ocorreu o chamado Mila-
na instalação de indústrias de base para a extração de
gre Econômico Brasileiro, época que o país apresentava
recursos minerais como por exemplo:
taxas de crescimento econômico em torno de 10% ao ano.
Esse crescimento é medido por meio do Produto
z A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN);
Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas
z A Vale do Rio Doce;
as riquezas que o país produz durante o período de
z A Companhia Siderúrgica do Pará (COSIPA);
um ano, mas esse estudo também pode ser realizado
z A Companhia Siderúrgica de Minas Gerais
de forma mensal ou trimestral, depende do objeto de
(COSIMINAS);
estudo realizado.
z A Eletrobrás – produção de energia elétrica;
z E o projeto mais sucedido de Vargas que foi a É importante destacar o processo de desconcentra-
Petrobrás: que iniciou nos anos 40 aqui em nosso ção das indústrias, que começa a ocorrer no período
país o processo da extração de petróleo. em que os militares estão no poder. Nesse aspecto
destacamos a instalação da Zona Franca de Manaus
Terceira fase (1956 - 1989) – um polo industrial na zona Norte do país, onde os
objetivos eram além de promover uma política de
Essa fase é marcada pelo início do processo de desenvolvimento regional, estabelecer um processo
internacionalização da nossa economia, promovido de integração entre as regiões do país.
pelo presidente Juscelino Kubitschek, popularmente Assim como ocorreu a instalação de indústrias na
conhecido como JK. Foi desenvolvido o processo de região Norte, o mesmo ocorre em outras regiões sen-
abertura do mercado brasileiro para sediar as filiais do que esse processo é a principal características da
das grandes indústrias estrangeiras, em especial das próxima fase.
automobilísticas. Esse período foi marcado por um Antes de iniciarmos a quarta e última fase da
tripé econômico: industrialização brasileira, é importante destacar o
processo de crise econômica ocorrida em nosso país
z Capital Privado Internacional; desde os anos 70, se intensificando nos anos 80 e se
z Capital Privado Nacional; estendendo até meados dos anos 90.
z Capital Estatal. O mundo viveu uma grave crise econômica nos
anos 70 ocasionado pelo 1º choque do petróleo, no
JK estabeleceu o Plano de Metas, que tinha como qual ocorreu um aumento no valor do barril e esse
slogan promover o crescimento do país “50 anos em 5”. aumento gerou reflexos em todo o mundo. Em nos-
Dentre os principais objetivos do Plano de Metas esta- so país, o choque do petróleo significou a retirada de
vam a realização de investimentos nas seguintes áreas: capitais pelos investidores, e esse episódio acabou
expondo a grande dependência que nosso país tinha
z Educação; em relação às questões econômicas e tecnológicas
z Transportes; perante as nações mais industrializadas.
z Energia; Assim, com o agravamento da crise e elevação dos
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Êxodo Rural
O Êxodo rural é um processo de migração caracterizado pelo deslocamento de uma população das áreas rurais
para as áreas urbanas. Este fenômeno ocorre em escala global. A ocorrência e o aumento do êxodo rural é uma
consequência da implementação de modernas relações capitalistas na produção agrícola, na qual o modelo eco-
nômico de grandes proprietários de terras e a mecanização intensiva das atividades rurais expulsam os pequenos
produtores do campo. O processo intensivo de mecanização das atividades agrícolas substituiu em larga escala o
trabalho humano e os pequenos produtores que não podem mecanizar sua produção, pois não possuem recursos
financeiros para tal situação, acabam sendo prejudicados.
Outra razão que oferece êxodo rural são os fatores atrativos que as cidades têm: as oportunidades de trabalho
nos grandes centros urbanos, que não demandam de qualificação profissional, principalmente nos setores secun-
dário e terciário, faz com que o cidadão migre procurando emprego e melhores condições de vida.
No entanto, este processo gera vários problemas sociais nos ambientes urbanos, sendo que alguns desses
migrantes não têm nenhuma qualificação profissional, o que é uma exigência do mercado que está cada vez
mais competitivo, gerando assim situações como o desemprego e o subemprego. Nessas cidades, alguns ficam em
situação de rua, sendo que as opções de sobrevivência que restam são a coleta de materiais recicláveis; trabalhar
como flanelinha, entre outras coisas, deixando esses cidadãos em situações de vulnerabilidade social, ou seja, o
problema que estava localizado nas áreas rurais foi transferido para os ambientes urbanos, e as consequências
desse processo representam um estado de calamidade social.
Com o intenso processo de utilização de tecnologias na produção agropecuária, estas atividades tornaram-se
bases da economia brasileira. No século XXI, ocorreu uma evolução na produção agrícola brasileira das extensas
monoculturas para uma diversificação da produção. No Brasil é possível encontrar uma grande variedade de
produtos que vão desde os mais historicamente tradicionais, como a cana-de-açúcar e o café, passando por outros
como soja, laranja, arroz, milho, trigo, algodão, dentre outros que encontram condições climáticas favoráveis ou
que foram adaptados pelas novas tecnologias agrárias, transformando o Brasil em um dos grandes produtores
agrícolas do mundo. Observe a tabela a seguir com alguns dados dos produtos agrícolas brasileiros.
PRINCIPAL
PRODUTO PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO Nº DE PAÍSES
COMPRADOR
Milho 3º 1º 76 Irã
.
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/15
Os dados podem sofrer variações, pois com alguns produtos como a soja, o Brasil reveza com os EUA o posto
de principal produtor, ao passo que a Índia se destaca como produtora de carne bovina. O setor agropecuário
alcançou níveis elevados de participação na economia brasileira e o PAP (Plano Agrícola e Pecuário – também
conhecido como Plano Safra), já tem o valor de R$ 236,3 bilhões como crédito para os produtores para o biênio
280 2020/2021, onde a maior parte vai para custeio e para a comercialização. Estes valores são distribuídos de acordo
com o nível de importância do gênero ou atividade na determinado período) vem apresentando resultados
economia brasileira. Os principais produtos do agro- desfavoráveis, e o grande desafio dos governantes é
negócio brasileiro são: como garantir o processo de solidificação da econo-
mia dentro desta lógica de internacionalização.
z Cana-de-açúcar: produto agrícola importante A internacionalização econômica pode ser com-
desde o período colonial, com produção anual preendida como um grande mercado, resultado máxi-
estimada de 47 milhões de toneladas, com destino mo do processo de globalização. A partir dos anos 90,
da produção para o etanol (combustível veicular) com o fim da lógica da bipolaridade entre capitalis-
e para a produção do açúcar. As áreas produtoras mo e socialismo, que era determinada pela Guerra
com maior destaque são: São Paulo (60% da cana Fria, as nações do mundo começaram um processo de
produzida no país); estados do Centro-Oeste, Mara- estreitamento de laços, através da superação de bar-
nhão; Paraná; Minas Gerais e a tradicional Zona da reiras físicas e geográficas, bem como a superação de
Mata Nordestina; barreiras políticas e ideológicas.
z Café: Principal produto no século XIX e início do O modelo de mundo globalizado e o processo de
Século XX, o Brasil é hoje o maior produtor e expor- internacionalização ultrapassam qualquer barreira
tador de café do mundo, são mais de 2 milhões de de esfera econômica, e abrangem áreas como ciência,
hectares de áreas destinadas ao consumo, desta- política, cultura etc. Mesmo sabendo que o processo
que para o estado de Minas Gerais que detém 50% de globalização pregava uma maior interação entre
da produção nacional; os povos e nações nos aspectos políticos, econômicos,
z Soja: Principal produto do agronegócio brasileiro, culturais, territoriais, financeiras, proporcionando
com destaque para a produção nas regiões Centro- assim a construção de uma Nova Ordem Mundial, o
-Oeste e Nordeste, além de uma parcela de produ- que podemos perceber hoje é um processo exatamen-
ção na região Sul; te ao contrário, que podemos chamá-lo de desgloba-
z Outros produtos do agronegócio brasileiro: mi- lização, onde os países vêm promovendo a adoção
lho, citricultura, arroz, algodão. de medidas protecionistas e restritivas, que acabam
por representar uma tendência da sociedade moder-
Na pecuária, o destaque vai para a criação de bovi- na que é caracterizada por um fechamento total, uma
nos que o rebanho já ultrapassa 219 milhões de cabe- espécie de isolamento, e um exemplo deste processo é
ças de gado. a Guerra Comercial entre os EUA e China, disputando
Pecuária Intensiva: os rebanhos são criados em mercados, áreas de influencias, inovações tecnológi-
estábulos, confinados em pequenas e médias proprie- cas etc.
dades, com grandes cuidados em relação à alimenta-
ção, higiene e saúde. Esse tipo de pecuária necessita Comércio Exterior
de maiores investimentos e mão de obra qualificada.
Pecuária Extensiva: Os rebanhos são numerosos, Nos anos 90, durante o governo Collor, ocorreu
criados soltos e com pouca necessidade de cuidados e um processo acelerado de abertura econômica, uma
investimentos, alimentando-se de pasto natural. redução das alíquotas de importações, privatizações
O Brasil destaca-se também na criação de suínos, de empresas estatais e uma desregulamentação do
com rebanho superior a 38 milhões de cabeças, com Estado, além da redução de subsídios. Ocorreram
destaque para a região Sul do país com quase a meta- também profundas mudanças na estrutura industrial
de do rebanho, seguido por Nordeste e Sudeste. A cria- do país. Esse cenário de estímulo à competitividade
ção de suínos gera lucros superiores a US$ 1 bilhão não proporcionou a pequenas e médias empresas o
por ano. suporte financeiro e técnico para suportar e se ade-
Destaque também para a criação de ovinos e capri- quarem a essas mudanças e muitas acabaram fechan-
nos, com rebanho superior a 14 milhões de animais, do as portas. A grande dificuldade dos pequenos e
com destaques para as regiões Sul e Nordeste. médios empresários nos dias atuais está relacionada
O Brasil destaca-se como grande produtor de aves, à dificuldade de realizar investimentos em tecnologia,
chegando a dominar uma fatia do mercado de 90% do já que o crédito concedido para tal ação depende ain-
comércio de carne de frango. da da autorização e do resguardo do Estado. A questão
Destaques também para a equinocultura que gera burocrática acaba emperrando todo o processo, dessa
lucros superiores a R$ 7,3 bilhões por ano, criação de forma, o Brasil acabou por implantar as políticas eco-
bubalinos, asininos e muares. nômicas neoliberais como uma política de Estado.
No início dos anos 2000, o país passou por um
COMÉRCIO período de crescimento econômico bastante signi-
ficativo, com índices do PIB em torno de 6% ao ano,
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Globalização e Economia Nacional, Comércio entrando no seleto grupo das maiores economias do
Exterior, Integração Regional (Mercosul e Principais mundo, chegando a ser classificado como um emer-
Parceiros Econômicos), Eixos de Circulação e Custos gente da economia mundial – e passou a fazer parte
de Deslocamento do BRIC – grupo composto pelas economias emergen-
tes do mundo no período: Brasil , Rússia, Índia e China,
Globalização e Economia Nacional e, posteriormente, o grupo passou a contar também
com a África do Sul (em 2011) e passou a se denomi-
O Brasil é um país com enorme potencial para se nar BRICS.
firmar entre as grandes potências do mundo, porém, O crescimento econômico do início do século não
após um crescimento considerável no início deste se repetiu na década seguinte e o país passou a enfren-
século, na última década o processo de crescimento tar quedas significativas no seu PIB, em especial entre
econômico e os números do nosso PIB (Produto Inter- os anos de 2014 e 2017, conforme pode ser visto na
no Bruto – total de riquezas que o país produz em um tabela abaixo: 281
RESULTADOS DO PIB BRASILEIRO SEGUNDO O membros signatários (fundadores) Brasil, Argentina,
IBGE Paraguai e Uruguai a livre circulação de bens, servi-
ços e fatores produtivos. Porém, por conta da desi-
ANO PIB gualdade entre os seus membros, em 1995 através da
assinatura do Protocolo de Ouro Preto, o bloco era
2010 7,5% transformado em uma união aduaneira com a fixação
de uma tarifa externa comum – TEC.
2011 4,0%
2012 1,9%
Importante!
2013 3%
União Aduaneira é uma classificação de bloco
2014 0,5% econômico que conta com uma tarifa externa
comum (TEC), pela livre circulação de mercado-
2015 -3,5%
rias que são oriundas dos países associados ou
2016 -3,3% membros.
2017 1,1%
Os anos 2000 foram muito desafiadores para o
2018 2,2% Mercosul, em especial pelo distanciamento do Brasil,
2019 3,5% principal economia da região, pelo golpe de estado no
Paraguai e a consequente suspensão do país do bloco,
Fonte: IBGE assim como a situação crítica da Venezuela que fez
com que o país presidido por Nicolás Maduro fosse
A balança comercial (saldo entre importações e suspenso do bloco em dezembro de 2016, por ruptura
exportações) brasileira vem desde 2017 apresentando da ordem democrática e descumprimento das normas
superávits (as exportações estão superando as expor- do bloco.
tações – em resumo o país está vendendo mais do que Atualmente, o bloco enfrenta dificuldades para a
está comprando) desde 2017. assinatura de acordos, em especial com a União Euro-
A eleição do novo presidente Jair Bolsonaro, pro- peia, por conta da política ambiental do seu principal
vocou uma mudança nas relações externas, com uma membro - o Brasil.
maior aproximação com os EUA e com o presidente As outras formas de integração na América do Sul:
Donald Trump, e foi adotada uma política econômi- podemos destacar a UNASUL – União das Nações do Sul.
ca defendida pelo então Ministro da Economia Paulo
Fundada em 2008 através do Tratado Constitutivo da
Guedes que é um defensor do modelo neoliberal, e
UNASUL, assinado em Brasília, ficou decidido que a sede
previa a implantação de uma modelo de privatizações
seria em Quito no Equador, o Parlamento sulamericano
em vários setores da sociedade, porém, por enquan-
em Cochabamba na Bolívia, e a sede do seu banco em
to, essa desburocratização e uma menor participação
do Estado Brasileiro nas questões econômicas não Caracas na Venezuela. O bloco, além de caráter político,
ocorreram. tinha também o objetivo de se tornar uma organização
Na perspectiva internacional, é de extrema impor- multissetorial, com a junção de duas uniões aduanei-
tância ressaltar os três maiores parceiros comerciais ras – Mercosul e Comunidade Andina de Nações. Com
do país: China, EUA e Argentina. A Guerra Comer- as mudanças nas políticas de seus membros, em março
cial entre EUA e China rendeu frutos positivos para de 2019 o bloco passou a se chamar Prosul – Foro para o
o Brasil em determinados momentos. Um setor que Progresso da América do Sul, diferente da UNASUL que
é bastante vantajoso para o Brasil na política comer- tinha líderes de esquerda. A Prosul tem em seus repre-
cial com os chineses rendeu respectivamente em 2018 sentantes líderes de direita que ascenderem ao poder no
US$ 32,7 bilhões e em 2019 US$ 32,7 bilhões, de acordo continente nos últimos anos.
com previsões do IBGE. E para finalizarmos, destaque para as propostas de
Porém, em 2020, um ano atípico por conta da integração na América do Sul como o IIRSA, que foi
pandemia do novo coronavírus, as projeções para a criado em 2000 em Brasília como Iniciativa para a Inte-
economia do Brasil e de várias nações do mundo não gração da Infraestrutura Regional Sulamericana, com
são muito animadoras, de acordo com as projeções do o objetivo de interligar e desenvolver a infraestrutura
FMI o PIB do nosso país deve sofrer uma retração em que interligasse fisicamente os seus membros entre as
torno de 5,8%. principais regiões econômicas do subcontinente ame-
No plano internacional, algumas declarações de ricano, e a finalidade era diminuir os custos do setor
membros da alta cúpula do governo em relação aos de transportes e aumentar o fluxo de mercadorias e as
chineses vem causando um certo desgaste com o par- exportações intrarregional e extrarregional.
ceiro asiático, fato este que pode comprometer a polí-
tica econômica do país nos próximos anos. Eixos de Circulação e Custos de Deslocamento
Integração Regional (Mercosul e América do Sul). O processo de urbanização potencializou e alterou
a dinâmica das cidades em todo o mundo. A estrutu-
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) que foi ofi-
ra urbana sofre profundas alterações, o processo de
cializado no início dos anos 90, através da assinatura
do Tratado de Assunção, em 1991, tinha como princi- industrialização que ocorreu e ocorre de forma dinâ-
pais objetivos promover a dinamização da economia mica/acelerada e o progresso sem controle passaram a
regional, movimentando entre os seus membros mer- exigir uma estrutura urbana que atendesse as necessi-
cadorias, pessoas, força de trabalho e capitais. Tam- dades das populações, tornando-se um ator coadjuvan-
282 bém estava previsto no documento assinado pelos te deste processo, juntamente com o setor industrial.
Podemos afirmar que o processo de industriali- territorial e o transporte modal rodoviário não ser
zação é o acontecimento histórico que causou maior o ideal para o transporte, principalmente de cargas,
impacto ao espaço geográfico. Cada país passou por entre grandes distâncias. O transporte rodoviário pos-
este processo em tempos históricos distintos, e isso sui um custo de manutenção maior, os combustíveis
explica porque os espaços em nível mundial se tor- são mais caros, e a emissão de poluentes é maior (os
naram tão heterogêneos. A relação existente entre automóveis funcionam com combustíveis que são
industrialização e urbanização pode ser compreen- derivados de petróleo – altamente poluente).
dida pela atuação da indústria enquanto agente de Nos anos 90, em decorrência da política neoliberal
transformação e modernização das sociedades, mes- (menor participação do Estado na tomada de decisões
mo que não seja o único agente a contribuir para isso. em relação à economia) implantada no país, ocorreu
Dessa forma, são ampliados os fatores atrativos das o processo de privatização das rodovias, que teve seu
cidades, os elementos que são característicos do meio início, conforme dito acima, nos anos 90, mas que
urbano responsáveis por atrair os migrantes que são permanece até os dias atuais, através de concessões
oriundos das áreas rurais. públicas.
Um outro fator de extrema importância para que A qualidade das rodovias no país é ruim, muitas
toda essa dinâmica ocorra é a rede de transportes. O não são pavimentadas, os gastos públicos são onerados,
Brasil é um país de dimensões continentais, e, confor- visto que o processo de privatização ou de concessão
me vimos no tópico a respeito da formação do territó- pública ocorre principalmente com aquelas rodovias
rio brasileiro, nosso país possui uma enorme extensão que já são pavimentadas e não exigem investimentos
no sentido norte-sul, assim como possui uma grande tão elevados, as rodovias que necessitam de maiores
distância no sentido leste-oeste. Para promover o pro- investimentos dificilmente entram nesse processo.
cesso de integração entre os pontos distintos e lon- O transporte ferroviário em nosso país foi o modal
gínquos do país é necessário que exista uma rede de predominante até as primeiras décadas do século XX,
transportes integrada e articulada, ligando as diver- já que esse estava ligado principalmente para estrutu-
sas localidades e facilitando o deslocamento de pes- rar o deslocamento de produtos e mercadorias rela-
soas, bens, serviços e produtos. cionados a economia cafeeira, este é o motivo para
A rede de transportes tem um papel fundamental a consolidação deste meio de transporte na região
para facilitar o escoamento da produção, o desloca- sudeste, principalmente. O transporte ferroviário tem
mento de cargas, e consequentemente contribuir para
um alto custo no seu processo de implantação, mas os
a injeção de capitais estrangeiros e para o crescimen-
custos relacionados à manutenção são relativamente
to e desenvolvimento da economia. Em nosso país, a
baixos, e nem isso foi suficiente para que muitas fer-
opção encontrada para dinamizar este processo, prin-
rovias ficassem sucateadas, abandonadas e muitas até
cipalmente a partir da segunda metade do século XX,
desativadas, salvo algumas exceções.
foi a canalização de recursos para o modal (sistema de
Existem alguns projetos de construção de ferro-
transportes) rodoviário – em especial a partir do gover-
vias em andamento, embora vários estejam com suas
no do presidente JK, porém, a canalização dos recur-
obras inacabadas, mesmo com as verbas destinadas
sos para as rodovias provocou um sucateamento dos
pelo Governo Federal, através do PAC – Programa de
modais ferroviários e hidroviários – com a redução dos
Aceleração do Crescimento, para o setor. O projeto
recursos estatais para estes modelos de transporte.
mais importante e relevante em relação ao transporte
O modal rodoviário foi e ainda é o principal meio
de deslocamento, transporte de bens, cargas e pessoas ferroviário no Brasil é a Ferrovia Norte-Sul, que pos-
no país, a prioridade pelo transporte rodoviário como sui algumas áreas concluídas e em operação.
forma de favorecimento de empresas estrangeiras, que A política de privatização dos anos 90 também
se instalavam em nosso país, sobretudo a partir dos chegou ao setor ferroviário e até contribuiu para o
anos 50 do século XX, as empresas que aqui se instala- aumento da utilização do modal ferroviário, porém,
ram, eram principalmente, do setor automobilístico. O continua atendendo a interesses e deslocamentos de
governo de JK facilitou a entrada destas empresas aqui determinados grupos e regiões, a maior concentração
no país. A política do governo brasileiro era promover da malha ferroviária ainda se encontra nas regiões
uma estruturação do modal rodoviário, construir polos Sul e Sudeste.
industriais de automóveis em todo o país, ampliar a O transporte hidroviário é o que possui a menor
geração de empregos, proporcionar o crescimento da participação no sistema de modais do Brasil, e isso
economia e hoje com o desenvolvimento tecnológico é uma grande contradição, já que nosso país possui
no processo fabril, a utilização de mão-de-obra em lar- potencial para desenvolver e utilizar esse meio de
ga escala nesse setor é cada vez mais reduzida. transporte. A rede hidroviária presente no territó-
Uma outra característica negativa deste proces- rio brasileiro é ampla e vários rios das nossas bacias
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so foi a concentração dos investimentos do setor de hidrográficas são navegáveis, não necessitando de
transportes de forma desigual pelo território nacio- muitos investimentos para construir estruturas, pois
nal. Ocorreu a concentração desses investimentos na não há a necessidade de grandes empreendimentos,
porção centro-sul e nas faixas litorâneas, uma peque- como por exemplo a construção de obras de correção
na alteração pode ser observada a partir da decisão do e instalação de equipamentos. A justificativa dada
governo federal em transferir a capital para a região para a não realização de investimentos excessivos em
central do país e construir Brasília, dessa forma ocor- hidrovias no Brasil é a existência de rios de planal-
reram investimentos em locais que até então não tos em nosso território, que são rios que apresentam
eram conectados com o restante do país. Nesse con- declives mais acentuados (possuem quedas d’água ou
texto, foram construídas as rodovias Belém-Brasília, são encachoeirados), sendo necessárias obras para a
Cuiabá-Porto Velho, Transamazônica, dentre tantas correção e que facilitariam o transporte de cargas;
outras. Um aspecto negativo também a ser observa- um outro agravante para a implantação deste meio de
do é o fato de o Brasil possuir uma grande extensão transporte é o fato de que os rios navegáveis ou rios 283
de planície estão localizados em áreas afastadas dos meios de transporte registraram um aumento em tor-
grandes centros econômicos. no de 37,4% na quantidade de passageiros na última
Ocorrem, em certas regiões, investimentos em década, para atender a esta demanda de crescimen-
rodovias que deveriam ser aplicados em hidrovias, to, houve a ampliação de 6,7% na extensão de linhas
como por exemplo a Rodovia Transamazônica, uma operacionais, 10,3% no número de estações, 17,6% no
estrada que se encontra quase de forma paralela ao número de linhas, compraram mais vagões e houve
Rio Amazonas, que é totalmente propício a navegação. uma redução no intervalo entre os trens, e estes inves-
A partir dos anos 80, após a oficialização do Merco- timentos atendem as multidões que se deslocam dia-
sul, os demais membros do bloco (Paraguai, Uruguai riamente pelas grandes cidades do país. Por exemplo,
e Argentina) adotaram uma política de transportes de o número de pessoas que se deslocam diariamente na
mercadorias para uma maior integração do chama- região metropolitana de São Paulo através dos siste-
do Cone Sul, os investimentos por parte do Governo mas metro ferroviários representam cerca de 70,4%
Federal, mas ainda são insuficientes para dinamizar do volume nacional, que corresponde a 8,5 milhões
esse meio de transporte. As principais hidrovias do de pessoas.
Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio São Francisco e a O transporte sobre trilhos é recomendado para
hidrovia do Rio Amazonas, dentre outras. deslocamento por longas distâncias, principalmente
Os meios de transporte no Brasil necessitam de transporte de cargas, isso resulta em economias. O
uma diversificação, além de investimentos que real- valor de um frete é, por exemplo, quase a metade se
mente atendam à demanda específica daquele modal comparado com o modal rodoviário, e isto resultaria
e da região em questão. O ideal seria promover a inte- também em uma redução do valor final do produto no
gração entre diferentes meios de transporte através mercado consumidor.
da instalação de plataformas multimodais que per- As vantagens relacionadas às questões ambientais
mitem uma dinâmica diferenciada em relação ao também são relevantes: o transporte ferroviário cor-
transporte de pessoas e cargas, isso proporcionaria responde a um percentual de 25% do volume de cargas
a redução da dependência em relação ao transporte do país, e é responsável por apenas 2,2% das emissões
rodoviário; também seria interessante que ocorres- de gases poluentes emitidos pelo setor de transportes.
sem investimentos que promovessem a integração As ferrovias eletrificadas proporcionariam uma redu-
das porções Oeste e Norte do país, assim facilitaria ção desses percentuais de poluentes emitidos ainda
uma maior integração com outros vizinhos da Améri- mais significativamente, e os benefícios atingiriam
ca do Sul e até um maior escoamento de produtos pela uma gama maior de pessoas, pois onde passam os
orla do Oceano Pacífico, ampliando as trocas comer- cabos elétricos, passam também os cabos de internet
ciais, principalmente com nações asiáticas. e cabos de fibra óptica, democratizando assim esses
Voltando ao transporte ferroviário, um trem pode serviços em diversas regiões.
ter uma carga que corresponde ao volume transporta- O setor agrícola é altamente dependente do setor
do por até 220 caminhões, um único vagão de metrô de transportes, e caso ocorra a instalação de platafor-
tem capacidade suficiente para transportar 250 pas- mas multimodais, o setor cresceria ainda mais, vis-
sageiros, para transportar essa mesma quantidade to do potencial de produção agropecuário que o país
de passageiros seriam necessários três ônibus ou 50 tem, conforme registramos aqui no tópico Evolução da
carros, o que provocaria um trânsito bastante carre- Estrutura Fundiária no Brasil. Segundo dados da CNA –
gado e congestionado. A capacidade de transporte é Conferencia da Agricultura e Pecuária do Brasil, a par-
uma vantagem que os trilhos possuem em relação aos ticipação deste setor no PIB gira em torno de 21,4%. As
outros modais de transporte, além de ser mais segu- políticas econômicas para o agronegócio vêm se inten-
ro, mais barato e menos poluente. Os investimentos sificando e se consolidando nos últimos anos.
no setor são vistos como alternativas mais prudentes
para transformar os caminhos do país, transportando
cargas pesadas e também pessoas nos grandes centros
urbanos e populacionais.
Nosso país está longe da realidade de nações O ESPAÇO POLÍTICO
europeias, por exemplo, as linhas de metrô no Bra-
sil totalizam 309 quilômetros em todas as cidades FORMAÇÃO TERRITORIAL – TERRITÓRIO,
que dispõem desse tipo de transporte, enquanto isso, FRONTEIRAS, FAIXA DE FRONTEIRAS, MAR
somente em Londres, são 402 quilômetros; em relação TERRITORIAL E ZEE
ao transporte de cargas, cerca de 25% dos produtos
são escoados por vagões, enquanto na Rússia esse per- Território, Fronteiras e Faixa de Fronteiras
centual gira em torno de 88%.
A movimentação sobre trilhos no Brasil passou a O Brasil localiza-se na porção centro-oriental na
ser um pouco maior nos últimos anos. No ano de 2016, América do Sul, sendo o maior país em extensão ter-
o volume de cargas transportadas registrou o número ritorial do subcontinente. Nosso território é cortado
de 503 toneladas, um aumento de 29,3% em relação pela Linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio,
ao número registrado em 2006 e quase o dobro do totalizando uma área de 8.515.767 km2. Isso o classifi-
volume de cargas nesse meio de transporte no ano de ca como um país de dimensões continentais e o colo-
1997, dois produtos que são essenciais e importantes ca entre os países com maiores extensões territoriais
para a economia do país – a soja e o minério de ferro, do mundo, ocupando o quinto lugar, tratando-se de
foram os responsáveis para alavancar esses números. terras descontínuas, e quarto lugar, considerando-se
Nos centros urbanos em diversas regiões, o trans- terras contínuas.
porte sobre os trilhos vem ganhando importância. O país tem 23.086 km de fronteiras; destes, 15.719
O Brasil tem mais de 1.062 quilômetros para trens, km são consideradas fronteiras terrestres. Um detalhe
284 metrôs e VLT’s – veículos leves sobre trilhos. Esses é que somente dois países da América do Sul (Chile e
Equador) não fazem fronteira com nosso país. A costa O valor da Amazônia Azul é comparável ao da
brasileira, localizada na porção leste, é banhada pelo Amazônia Verde. A região tem riquezas e potenciais
Oceano Atlântico e constitui o total de 7.367 km, indo econômicos como pesca, mineração, enorme biodi-
do Cabo Orange ao Arroio Chuí. versidade de espécies marítimas, óleo, uso da energia
das marés e energia eólica em alto mar.
Mar Territorial e Plataforma Continental O Brasil requereu a expansão plataforma con-
tinental à ONU, devido à extensão da sua margem
A Convenção das Nações Unidas sobre a Lei do Mar continental que é superior ao limite de 200 milhas
(CNUM), realizada no dia 10 de dezembro de 1982, náuticas. Caso os projetos sejam aceitos pela ONU o
introduziu o conceito de área econômica exclusiva e país adicionará cerca de 900. 000 km² à zona ZEE, um
também estabeleceu os conceitos de mar territorial e total de cerca de 4,5 milhões de km², área maior que o
plataformas continentais, que são diferentes, porém, bioma da Amazônia correspondendo a cerca de 52%
causam confusão em boa parte da sociedade. de nossa área continental.
No mapa a seguir, pode-se observar a delimitação
z Mar Territorial: Faixa marítima que se estende da Amazônia Azul:
até 12 milhas náuticas (22 km), contadas pela cos-
ta que é considerada parte do território do país.
A soberania também é exercida no espaço aéreo,
assim como no leito e no subsolo. É do marco do
mar territorial (ou das águas territoriais) que são
contadas em 200 milhas de extensão para a delimi- Arquipélago
tação da zona econômica exclusiva; de São Pedro
e São Paulo
z Plataforma Continental: Parte do subsolo do Atol das
Rocas
mar, ou seja, é a margem continental que começa
Arquipélago de
na costa e cai com uma ligeira inclinação para a Fernando de
encosta continental (na qual a inclinação é muito Noronha
O país que tem a administração da ZEE também deve suem suas competências legislativas, políticas e admi-
promover o uso dos recursos que estão vivos nessa área, nistrativas próprias. Porém, nem sempre nosso país
determinando a captura e a exploração de forma legali- apresentou essa divisão político-administrativa.
zada da fauna marinha. Se o país não conseguir atingir o Foi no ano de 1889, com a Proclamação da Repú-
máximo estabelecido, pode ser que ocorra a autorização blica, que surgiram os estados. No Brasil Império
para que outros países explorem o excedente, caso haja (período anterior à República), havia a organização
algum tipo de acordo entre as partes. do território através de províncias. E, mesmo com a
A ZEE brasileira representa uma área aproximada criação de estados não existia a figura do governador,
de água de 3,6 milhões de km². É uma área oceâni- a função do executivo estadual era exercida pelo “pre-
ca com uma dimensão equivalente a cerca de 40% do sidente do estado.
território brasileiro. Devido à sua importância estra- Veja a seguir um breve histórico sobre a organiza-
tégica e riqueza natural, a Marinha do Brasil é respon- ção político administrativa do Brasil no decorrer do
sável pela sua defesa, denominando-a Amazônia Azul. século XX. 285
1903: O Acre foi incorporado ao Brasil após acordos com a Bolívia;
1942: Criação do Território de Fernando de Noronha;
1943 : Criação de cinco territórios federais:
O Governo Federal utilizou como critério e lógica para a criação desses territórios a presença do governo cen-
tral em áreas que eram pouco povoadas e que estavam em condições de vulnerabilidade às ameaças externas.
1946: Extinção dos territórios de Ponta Porã e Iguaçu;
1956: O Território Federal de Guaporé passou a ser chamado de Território Federal de Rondônia como forma de
homenagear o Marechal Cândido Rondon, grande sertanista do Brasil, defensor dos indígenas e desbravador da
floresta Amazônica. Rondon foi o responsável por encontrar as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, considera-
da a maior relíquia histórica de Rondônia;
1960: Transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília e fundação do Distrito Federal. Onde o antigo
Distrito Federal estava localizado foi criado um novo estado, chamado de Guanabara. Porém, entre os anos de
1974 e 1975, ocorreu a junção dos territórios da Guanabara e do Rio de Janeiro formando assim um único estado.
O estado da Guanabara estava localizado onde hoje está a cidade do Rio de Janeiro.
1977: O estado do Mato Grosso foi dividido em duas unidades federativas; a porção sul passou a se chamar
Mato Grosso do Sul. A lei que sancionou essa divisão foi assinada no dia 11 de outubro de 1977 pelo presidente e
General Ernesto Geisel;
1981: O território de Rondônia foi elevado à condição de estado da Federação, através da lei Complementar nº
41, de 22 de dezembro de 1981. Entretanto, o aniversário de instalação do estado só ocorreu no dia 04 de janeiro
de 1982 com a posse do governador Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. O aniversário de Rondônia é celebrado no
dia 04 de janeiro (data da instalação).
Importante!
Atente-se à diferença entre a criação e a instalação de um estado:
De acordo com o historiador Anísio Gorayeb, a criação de um estado depende da aprovação no plenário da
Câmara Federal, e a instalação é quando o estado passa a funcionar administrativamente como Estado. É
quando o governador assume e assina os primeiros atos.
O Estado de Rondônia foi instalado apenas com dois poderes constituídos. Com a criação do Estado foi ex-
tinto o território, quando o então presidente da República João Baptista Figueiredo indicou o Coronel Jorge
Teixeira, que já ocupava o cargo de governador, para continuar no cargo de maior importância no Estado em
29 de dezembro de 1981.
1988: Criação do estado do Tocantins a partir da divisão do estado de Goiás. O território de Fernando de Noro-
nha foi extinto e passou a pertencer ao estado de Pernambuco na condição de Distrito, sendo Fernando de Noro-
nha o único Distrito Estadual presente no território brasileiro.
Alterações político-administrativas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988:
O Brasil atualmente está organizado em 27 unidades federativas, possuindo 26 estados e um Distrito Federal.
As Unidades Federativas (estados) estão organizadas em Municípios, e estes, em Distritos.
Os estados e o Distrito Federal são chefiados por um governador e possuem uma capital, onde estão localizadas
as sedes de cada governo, já os municípios são governados pelo prefeito.
De acordo com a Constituição Federal, o Distrito Federal não pode ser dividido ou regionalizado em municí-
pios, mas possui uma divisão administrativa e é organizado em regiões administrativas.
Portanto, o Brasil é um Estado Federal, no qual União, Distrito Federal e Municípios que possuem autonomia
homogênea e ocupam, do ponto de vista jurídico, o mesmo plano hierárquico, devendo receber tratamento jurí-
dico-formal isonômico.
Acompanhe o conceito de federação, de acordo com a CF/1988:
Art. 18 É a forma de organização do Estado adotada pelo Brasil que se caracteriza pela coexistência de um poder
soberano e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Os entes que compõem a federação
são: a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF fala também em Territórios, divisões
286 político-administrativa que, atualmente, não existem.
Pode-se representar a organização do país da seguinte maneira:
Abaixo temos o mapa político do Brasil com todas as suas Unidades Federativas e suas respectivas capitais
listadas.
Fonte: http://www.geografia-ensinareaprender.com/2012/09/exercicios-viagem-do-conhecimento-2012.html
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-
brasil-mapas-e.html
POLÍTICAS PÚBLICAS
GEOGRAFIA DO BRASIL
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger fez uma proposta de regionalização baseada em indicadores socioe-
conômicos chamada de divisão geoeconômica, e dividiu o país em três complexos regionais: Amazônia, Centro-
-Sul e Nordeste.
Nessa forma de regionalização, as fronteiras regionais não coincidiam com as fronteiras estaduais. Dessa for-
ma, por exemplo, o norte de Minas Gerais (região do Vale do Jequitinhonha que possui indicadores socioeconômi-
cos semelhantes ao Nordeste) encontra-se na região Nordeste; outro exemplo é o estado do Maranhão, a porção
leste do estado se encontra no Complexo do Nordeste e a porção oeste, no Complexo da Amazônia. Tem-se, ainda, 289
o sul do estado do Mato Grosso, que se encontra no Complexo Centro-Sul (região com maiores níveis de desenvol-
vimento do país). Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem essa proposta.
Veja a regionalização de Pedro Pinchas no mapa a seguir:
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira utilizaram como
critérios para elaborar uma nova proposta de regionalização o nível de desenvolvimento do “meio técnico-cientí-
fico-informacional”. Isso quer dizer que, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e dis-
tintas pelo território brasileiro, dividindo assim, o país em quatro complexos regionais que foram denominados
“quatro brasis”. Os complexos nessa forma de regionalização são os seguintes:
z Região Amazônica: Inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densida-
des técnicas e demográficas;
z Região Nordeste: Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta agricultura pouco mecanizada em comparação à
Região Centro-Oeste e à região Concentrada;
z Região Centro-Oeste: Formada por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Apresenta agricultura
globalizada, isto é: moderna, mecanizada e produtiva;
z Região Concentrada: Inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul. Regiões que concentram maiores populações, indústrias, principais portos, aeroportos,
shopping centers, supermercados, principais rodovias e infovias e maiores cidades e universidades. Portanto,
são as regiões que reúnem os principais meios técnicos-científicos e as finanças do país.
Assim, para critérios de aprendizagem e fixação, apresentaremos a seguir um quadro resumo com as três
principais formas de regionalização cobradas em concursos públicos. Porém, não deixe de ler e estudar sobre as
outras divisões regionais.
Nº DE ANO DE ELABORAÇÃO
NOME DAS REGIÕES CRITÉRIOS AUTORES
REGIÕES DA PROPOSTA
Nordeste, Amazônia e
3 Características históricas e econômicas Pedro Pinchas Geiger 1967
Centro-Sul
Nordeste, Centro-Oeste, Milton Santos e Ma-
4 Meio técnico-científico-informacional Início dos anos 2000
Concentrada e Amazônia ria Laura Silveira
Norte
Anos 40, com reformula-
Nordeste
Aspectos naturais, elementos sociais, ção nos anos 70 e atuali-
5 Centro-Oeste IBGE
econômicos, políticos e administrativos zação em 1988, através de
Sudeste
promulgação da CF/1988
Sul
As chances são maiores no grupo que tem menos com população estimada em 211.755.692 habitantes espa-
de 1 ano de vida – o número registrado, no ano pas- lhados entre 5.570 municípios, de acordo com o Instituto
sado, mostra que cerca de 85% das crianças que mor- Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – tal estimati-
reram tinham menos que 1 ano. Porém, mesmo com va se refere a 1º de julho de 2020. A população cresceu
esses dados, as taxas de mortalidade infantil vêm 0,77% em relação aos dados do ano de 2019. O estado
diminuindo. No ano passado foram registradas qua- de São Paulo segue na liderança com 46,289 milhões
torze mortes a cada grupo de mil nascimentos, contra de pessoas, sendo que, desse número, quase 84%
17,2 em 2010 – dados do IBGE. vivem nas cidades e pouco menos de 16% vivem no
No Brasil, nos últimos dezenove anos, os índices campo.
registraram queda de 56,11% nas mortes de recém- Esse contingente populacional sobre uma área de
-nascidos e 59,8% para crianças de até cinco anos – 8.515.692km² resultou em uma densidade demográ-
dados do relatório do Unicef em 2020. Em relação à fica de, aproximadamente, 23,8 habitantes por km².
expectativa de vida, o estado de Santa Catarina tem A heterogeneidade da população brasileira é uma 291
marca em sua história, pois a população se distribui de forma irregular pelo território nacional desde o período
colonial, época na qual a maior concentração populacional ocorria na porção oriental do país, em uma faixa que
tem a extensão aproximada de 200km entre a faixa litorânea e o interior.
A concentração populacional nas porções centro-sul e litorânea do país, é maior e isso se deve aos ciclos eco-
nômicos realizados ao longo da nossa história. Nosso país possui uma ocupação territorial diversificada, demons-
trando uma heterogeneidade estatístico-demográfica de sua população.
Podem-se ver, por exemplo, unidades da federação densamente povoadas, como Brasília, com 444 hab./km² e
Rio de Janeiro, com 365 hab./km², além de áreas com reduzidas densidades demográficas, como, por exemplo, em
Roraima ou no Amazonas (ambas possuem em torno de 2 hab./km²).
A concentração populacional na vertente (que é um termo frequentemente utilizado na Geografia como sinô-
nimo de “lado”, “flanco”) é resultante do processo histórico da ocupação que ocorreu da faixa litorânea para o
interior do país de forma gradual. Nas áreas litorâneas das regiões Sudeste, Nordeste e Sul, ocorrem elevadas
taxas de densidade demográfica; algumas, inclusive, chegam a ultrapassar a marca de 10 mil hab./km². Em contra-
partida, as taxas mais baixas são nos estados da região amazônica (norte do país) e na região Centro-Oeste. A cida-
de de Brasília é uma exceção, pois o processo de construção da cidade foi em um momento específico da história
do país, que contou com políticas criadas pelo Governo Federal para ocupar diversas áreas do território nacional.
A tabela a seguir mostra dados sobre o nosso país e as regiões administrativas:
Apesar de serem menos populosas, as regiões Norte e Centro–Oeste apresentam um constante aumento da
representatividade populacional brasileira, enquanto as demais regiões apresentam uma leve tendência de
declínio.
A estrutura etária da população brasileira corresponde à média de idade que o país possui a partir do estudo
da quantidade de pessoas jovens (até 19 anos), adultas (de 20 a 59 anos) e idosas (a partir de 60 anos de idade).
A pirâmide etária da população brasileira vem passando por transformações ao longo dos anos, caracteri-
zando uma mudança no perfil demográfico do país no que diz respeito ao crescimento demográfico nacional. No
passado, com elevadas taxas de natalidade, a pirâmide etária brasileira possuía a base mais ampla e o topo mais
estreito, o que significava que o país possuía a maioria da população jovem. Nos dias atuais, pode-se afirmar que
o país está em uma fase de transição, com a redução das taxas de natalidade e um aumento da expectativa de
vida, além da redução das taxas de mortalidade. Para se ter uma ideia, em 1960, a taxa de fecundidade (número
de filhos por mulher), no Brasil, era de 6,21; já nos dias atuais esse número despencou para 1,81. Por outro lado, a
expectativa de vida subiu de 54,6 para 73,6 no mesmo período.
Neste sentido, nota-se que o Brasil está passando por um processo de envelhecimento populacional, ou seja,
um aumento da idade média de sua população. A médio e longo prazo, isso poderá causar um sério problema,
pois está acontecendo uma contribuição para a redução da População Economicamente Ativa (PEA), que são as
pessoas aptas a exercer algum trabalho. Com isso, os gastos sociais, em especial os gastos da Previdência Social,
tendem a elevar-se, causando um problema semelhante ao que acontece, atualmente, em alguns países europeus:
o inchaço do setor previdenciário.
É importante destacar que, por conta da pandemia nos últimos meses, em algumas unidades da federação,
como Rio de Janeiro e São Paulo, o número de óbitos passou a ser maior que o número de nascimentos, propor-
cionando uma mudança na demografia brasileira, em nível pequeno.
O deslocamento populacional interno (também conhecido como migração) ocorre em nosso país desde o
período colonial, porém esses movimentos se intensificaram a partir do século XX, em especial após a 1ª Guerra
Mundial (1914-1918).
Na história do Brasil, nossa economia foi caracterizada pelos ciclos, ou fases, nos quais um determinado pro-
292 duto surgia e se consolidava como o mais importante. Ocorreram os seguintes ciclos econômicos:
z Ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII); z O desenvolvimento de técnicas de correção dos
z Ciclo da mineração ou do ouro (século XVIII); solos do Cerrado;
z Ciclo da borracha (entre 1870 e 1910); z A assistência realizada pelos engenheiros agrôno-
z Ciclo do café (final do século XIX e início do século mos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-
XX). cuária (Embrapa);
z Os financiamentos por parte dos governos esta-
Cada ciclo, ou seja, cada período em que deter- duais e federal.
minado produto ficava em evidência, dependia das
condições do mercado externo (visto que os produtos A inserção das regiões Norte e Centro-Oeste no
eram voltados para exportação), e necessitava de uma processo produtivo do país fazia parte de um conjun-
grande quantidade de mão de obra, provocando gran- to de ações governamentais que tinha como objetivo
des deslocamentos populacionais de diversas regiões principal promover a ocupação do interior do país e
do país para as áreas produtoras (essas migrações são buscar a redução das desigualdades existentes entre
chamadas de inter-regionais), que ocorriam de forma as regiões. Como proposta para auxiliar nesse proces-
moderada. Houve, ainda, um aumento no volume de
so, foram criados órgãos de planejamento e desenvol-
pessoas deslocando-se, principalmente, a partir da
vimento regionais, especificamente para as regiões
segunda metade do século XX.
mais estagnadas do país. Como exemplo de iniciativa
Após a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea – que
nesse sentido, podemos citar a SUDAM (Superinten-
colocou um ponto final na escravatura –, os fluxos e
dência de Desenvolvimento da Amazônia) e a SUDENE
os deslocamentos populacionais aumentaram, já que
o ex-escravo podia deslocar-se livremente pelo terri- (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
tório (fato que antes não era possível). A construção de grandes rodovias, como, por
As maiores migrações inter-regionais da história exemplo, a Belém-Brasília, a Transamazônica e a
do Brasil foram realizadas por nordestinos para os Cuiabá-Santarém, bem como a criação de projetos
grandes centros econômicos da região Sudeste. Essas agropecuários e para a extração de recursos minerais,
migrações tiveram início ainda no século XIX e decor- como o Projeto Carajás (no Pará), foram algumas das
reram, em maior quantidade, durante o século XX, medidas adotadas para inserir a região Amazônica no
persistindo até os dias atuais, mesmo que em um rit- contexto de desenvolvimento nacional.
mo menos acelerado nas últimas décadas – veremos Alguns fatores como a instabilidade política e
os motivos que contribuem para esse fenômeno mais econômica que eram marcantes, principalmente nos
adiante. anos 80, foram responsáveis por uma mudança de
Esses movimentos migratórios ocorreram, em es- comportamento nos processos migratórios inter-re-
pecial, por conta do crescimento e desenvolvimento gionais do país. A crise econômica proporcionou a
econômico alcançado pela região Sudeste – a princí- desconcentração produtiva (deslocamento de indús-
pio, com a lavoura de café e, depois, com os surtos in- trias e suas estruturas para o interior do país) através
dustriais. Além desses, contribuíram para que ocor- da política de incentivos fiscais (redução de impostos)
resse o deslocamento dos nordestinos, em massa, pa- que eram concedidos pelos governos municipais e
ra o Sudeste. Alguns fatores repulsivos (que expulsam estaduais, além do uso de mão de obra mais barata
ou forçam a população a sair de uma determinada re- presente na porção interior do país. Isso refletiu e con-
gião), tais como: tribuiu para a ocorrência de novos fluxos migratórios
intrarregionais.
z O declínio que a economia do Nordeste vinha so- Nas últimas décadas, é possível perceber uma
frendo há várias décadas; redução do deslocamento de nordestinos para São
z Fatores naturais como a falta de chuvas e, conse- Paulo. Por exemplo, na década de 1980, pela primeira
quentemente, a ocorrência das secas. vez na história, o município registrou um saldo migra-
tório negativo; a diferença entre o número de pessoas
No fim dos anos 50, a construção de Brasília ser- que saíram e o número de pessoas que chegaram
viu como um estímulo para a população nordesti-
entre 1980 e 1991, foi em torno de 750 mil. A maio-
na migrar para a porção central do país (havia uma
ria das pessoas que deixaram a metrópole do Sudes-
demanda de mão de obra elevada), fazendo com que,
te foram para cidades do interior do próprio estado,
nos anos 60, a região Centro-Oeste fosse palco de uma
como Ribeirão Preto e Campinas.
das maiores correntes migratórias da nossa história.
Muitas dessas pessoas realizaram o fenômeno que
No sul do país o processo de modernização da agri-
cultura provocado pela mecanização do campo (utili- no estudo da demografia, é conhecido como migra-
ção de retorno (volta para cidade de origem). Entre
GEOGRAFIA DO BRASIL
z Êxodo Rural: movimento de deslocamento de pessoas das áreas rurais para as áreas urbanas, por conta do
desemprego no campo, falta de moradia, dentre outros fatores;
z Transumância: um tipo de movimento migratório que é temporário e pode ser reversível; é determinado
pelas condições climáticas (sazonalidade), como mudanças das estações ou secas temporárias;
z Movimento Pendular: é um movimento migratório diário, comum em grandes centros urbanos-industriais,
no qual os trabalhadores residem em uma cidade e deslocam-se para trabalhar em outra; nesse caso, a cidade
onde o cidadão reside passa a ser chamada de cidade-dormitório.
No mapa abaixo temos os principais fluxos migratórios do Brasil e os respectivos períodos da história em que
ocorreram:
MERCADO DE TRABALHO
Estrutura Ocupacional
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de No ranking mundial, estamos na posição número
Geografia e Estatística (IBGE), a PEA – População Eco- 84, dentre 189 países que tiveram as condições de vida
nomicamente Ativa brasileira compreende 63,05% da das suas populações estudadas. Vale lembrar que o
população, sendo que esse número não considera os IDH varia entre 0,0 e 1,0, sendo que, quanto mais pró-
cidadãos que não têm vínculo empregatício, ou seja, ximo a 1,0, melhores são as condições de vida que as
trabalham com contrato formal ou com registro em populações têm e, quanto mais próximo a 0,0, piores
carteira. Ainda de acordo com o IBGE, do total da são essas condições de vida. No entanto, o IDH não é
população ativa no Brasil, dos setores produtivos, os o indicador ideal para verificar as reais condições de
trabalhadores estão distribuídos da seguinte maneira: vida de um país.
pouco mais de 20% encontram-se no setor primário O indicador ideal é o Índice de Gini, criado pelo
(atividades como agricultura, pecuária, mineração, estatístico italiano Conrado Gini, que mede a concen-
pesca etc.), 21% no setor secundário (indústria) e 59% tração de renda, apontando como está distribuída a
no setor terciário (comércio e prestação de serviços). riqueza de um país. O valor também varia entre 0,0 e 295
1,0, sendo que, quanto mais próximo a 0,0, menor será incentivo para um processo acelerado de migrações
a desigualdade de renda e, quanto mais próximo a 1,0, internas para as regiões citadas. Neste contexto, as
maior será a concentração de renda. Atualmente, o pessoas migravam em busca de empregos e melhores
índice de Gini do Brasil é de 0,509, conforme dados de condições de vida.
2020, mostrando uma elevada desigualdade entre os Porém, vale destacar que, como é uma lógica do
mais pobres e os mais ricos do país. próprio sistema capitalista, o crescimento popula-
Para finalizarmos os indicadores socioeconômicos, cional dos centros urbanos de forma acelerada e
vamos aos dados preocupantes, frutos desse cenário desordenada, foi superior à oferta total de vagas no
pelo qual o país passa, por conta da pandemia provo- mercado de trabalho para toda a população. Tal fato
cada pela Covid-19. Cresceu o número de desempre- gerou uma maior competitividade por empregos,
gados chegando à marca de 14 milhões de pessoas e, moradias nas áreas mais centralizadas e alimentos,
em relação ao número de desalentados (pessoas que acirrando a segregação espacial. Os valores dos ter-
estão desempregadas e que desistiram, momentanea- renos em áreas urbanas não possibilitaram o acesso
mente, de procurar emprego), esse número chega a de grande parte dos trabalhadores à casa própria e
5,8 milhões. Os cidadãos na condição de desalentados acabou por expulsar das áreas centrais das cidades os
ocupam-se pela informalidade. trabalhadores mais pobres que se deslocaram à pro-
cura de moradia em áreas inadequadas, degradadas
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA ou distantes dos centros das grandes cidades, gerando
uma ocupação desordenada do espaço e provocando
Processo de Urbanização, Rede Urbana, Hierarquia o processo de formação de periferias e, posteriormen-
te, da favelização.
Urbana, Regiões Metropolitanas
Como as cidades são lugares de segregação e exclu-
são a dinâmica de construção de imóveis e de ocupa-
Até quase a metade do século XX (por volta de
ção de territórios atende ao interesse do capital (por
1940), o Brasil ainda era classificado como um país
vezes especulativo), fazendo com que dentro de uma
que possui atividades econômicas concentradas, em
mesma área estejam, lado a lado, prédios verticais de
sua totalidade, no meio rural; a maioria da popula-
alto padrão e condomínios horizontais, além do que,
ção vivia no campo. De acordo com o geógrafo Mil- em áreas não tão distantes, uma grande quantidade
ton Santos, o processo de urbanização brasileiro foi de pessoas vive em condições extremamente precá-
rápido, intenso, violento e heterogêneo no século XX, rias, em barracos, embaixo de viadutos e, até mesmo,
diferentemente de vários outros países do mundo. Tal em caixas de papelão. No contexto atual, esses fatores
processo provocou um conjunto de mudanças entre continuam ocorrendo, tendo em vista que o processo
as regiões do nosso país. de desigualdade e exclusão são cada vez mais percep-
O modelo agrário e exportador foi importante para tíveis na sociedade brasileira.
a estruturação urbana e territorial do país. Algumas A geografia urbana tem, como principal objetivo, o
cidades, como, por exemplo: São Paulo, Curitiba e Belo estudo do espaço geográfico das cidades, metrópoles e
Horizonte organizaram suas atividades comerciais megalópoles. Esse estudo ocorre a partir da observação
voltadas para a exportação. No final do século XIX e da produção do espaço e das atividades econômicas,
início do XX, o processo de urbanização do nosso país políticas e sociais, além da preocupação com a origem,
ocorria de forma lenta e gradual, em especial centra- crescimento, desenvolvimento e com as relações de
lizados nas cidades administrativas do setor agrário dependência e influência que uma cidade estabelece
exportador. No ano de 1872, cerca de 10% da popula- com todas as outras que estão em seu entorno.
ção brasileira vivia em áreas urbanas. Nesse contexto, Também, é objeto de estudo da geografia humana
destacamos as três principais cidades da época: Rio de a dinâmica de crescimento da população das cidades,
Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Recife (PE). a forma como ocorre o processo de organização terri-
No período entre 1940 e 1980, há menos de 40 anos, torial, o modo como se deram os diversos processos de
a localidade de residência de uma grande parcela da urbanização e quais foram os papéis desempenhados
população se inverteu. De acordo com o Censo demo- pelas cidades para a ocorrência do fenômeno, conhe-
gráfico de 2010, no ano de 1940 o índice de urbaniza- cido como êxodo rural. A geografia urbana trabalha
ção do país era de 31,24%. No ano de 1980, esse índice em linhas diferentes da geografia rural, pois o objeto
atingiu o percentual de 67,59. A população total do país de estudo da segunda é a análise e a compreensão dos
triplicou durante essas quatro décadas; já a popula- espaços rurais e agrícolas que foram se transforman-
ção urbana multiplicou-se por mais de sete vezes nes- do com o passar dos anos, mesmo estando separados
se mesmo período. Em 2010, a população brasileira, fisicamente (em alguns casos, não mais). O espaço
nas áreas urbanas, representava cerca de 84,36% da urbano e o espaço rural estão interligados, sendo que
população total do país, com um número de habitantes um acaba por exercer os processos de influência e
maior que toda a população do país em 1991. dependência para com o outro.
Já no ano de 2020, de acordo com dados do IBGE, a A geografia urbana tem vários conceitos que pro-
população residente em áreas urbanas está em torno porcionam o estudo e a compreensão do espaço geo-
de 84,4%, apresentando, assim, certa estabilização em gráfico nas cidades, como seus processos de alteração
relação aos grandes deslocamentos populacionais. O e transformação. Dentre os principais conceitos dessa
êxodo rural, por sua vez, vem apresentando quedas área de conhecimento, podemos destacar:
significativas nas últimas décadas.
É importante destacar que o crescimento urbano z Espaço ou meio urbano: compreende-se como es-
ocorreu de forma paralela ao processo de industriali- paço geográfico ou meio urbano as atividades, po-
zação e esteve concentrado em algumas áreas no país, líticas públicas e práticas sociais que são responsá-
em especial no Sudeste, com destaque para o esta- veis pela formação da paisagem de um determina-
do de São Paulo e para as cidades industriais de seu do território; nesse espaço, encontramos, em sua
296 entorno. O processo de industrialização serviu como composição, habitações (algumas organizadas e
bem estruturadas) e outras cidades, pontos de co- z Os modelos e modos de produção que são repro-
mércio e os complexos de indústrias. No espaço ur- duzidos nas cidades, bem como quais os tipos de
bano, a produção de atividades econômicas e toda trabalho que são oferecidos naquela localidade
essa mega estrutura proporcionam hábitos que ca- específica;
racterizam o modo de vida do ser humano; z Como a população residente naquele fragmento
z Cidade: o conceito de cidade está ligado ao proces- do espaço geográfico se relaciona com os espaços
so estabelecido de acordo com o número de habi-
públicos e privados e quais são os modos de vida
tantes; nesse espaço, caracterizado como cidade,
estabelecidos ali;
ocorre a produção de diversas e variadas ativida-
des econômicas. z Como as cidades são caracterizadas e de que forma
seus bairros e /ou distritos são distribuídos;
De acordo com os critérios do IBGE, são conside- z Os problemas sociais enfrentados pelos habitan-
radas cidades rurais todas as cidades com popula- tes, em especial, a questão da desigualdade social,
ção inferior a vinte mil habitantes. Assim, as cidades a concentração de renda;
podem ser divididas em cidades rurais e cidades urba-
z Como a dinâmica do êxodo rural contribuiu para
nas, sendo que as cidades rurais podem se formar em
o processo de surgimento e formação das favelas;
áreas que possuem as caraterísticas do espaço urbano;
z Como ocorreu o processo de industrialização e o
z Metrópole: a metrópole é uma capital do estado ou estabelecimento de centros industriais;
é uma cidade com altas taxas de desenvolvimento; z Quais são os impactos gerados pelo processo de
promove impactos, influência e dependência em industrialização nos centros urbanos, como a for-
relação as outras cidades, sendo que tais influên- mação de ilhas de calor, ocorrência de chuvas áci-
cias são nos campos social, político e econômico; das e o processo de inversão térmica.
As metrópoles são classificadas da seguinte maneira: Nesse contexto, a geografia urbana tem extrema
importância e nos ajuda a compreender o processo de
Metrópole Regional: exerce influência em ní- produção do espaço urbano, as relações que ocorrem
veis e esferas locais e, como exercem influên- entre os seres humanos e esse meio, além de com-
cia, são de extrema importância para uma de- preender o crescimento das grandes cidades e como
terminada região; ocorre o processo de influência dessas cidades com
Metrópoles Nacionais: formada pelo conjunto de outras localidades e territorialidades a partir da ótica
grandes cidades do país, realizam o processo de
geopolítica. Também é possível compreender, através
impacto em diversas localidades e diversas regiões.
da geografia urbana, como os processos de organiza-
ção das cidades, as políticas habitacionais deficitárias
z Macrorregião, Megalópoles e Conurbação: Com-
preende-se como macrorregião todos os muníci- que causam problemas habitacionais que são impul-
pios que estão localizados em seus limites territo- sionados pelo crescimento das populações de forma
riais e que se influenciam de forma mútua. As me- rápida e desorganizada.
galópoles são formadas pelo conjunto de metrópo- A partir desses estudos é possível a criação e o esta-
les que estão interligadas e próximas do ponto de belecimento de políticas públicas que sejam eficientes
vista geográfico. O processo de delimitação e de- e suficientes para a cidade se reestruturar e continuar
marcação das divisas e limites fica quase impossí- crescendo, porém, a partir deste momento, de forma
vel de ser determinado. O processo de conurbação organizada e planejada.
pode ser compreendido como a junção entre dois
ou mais municípios os quais se unem devido ao rá- Rede Urbana, Hierarquia Urbana, Regiões
pido processo de crescimento de ambos e não é pos- Metropolitanas
sível mais identificar as áreas de limite de cada um.
O processo de interligação entre as cidades possi-
Podemos destacar, também, outros objetos de
bilita a formação de uma rede urbana. Nesse processo
estudo da geografia urbana, a qual não se limita em
cada cidade vai se especializando em atividades, cons-
somente compreender, entender e analisar os pro-
cessos de urbanização em todo o mundo. Ocorre uma tituindo, assim, certa hierarquia entre os municípios.
correlação com outras áreas, como a história das Podemos citar, como exemplo, o caso da cidade de
cidades, as suas principais características, os modos Santos, onde está localizado o Porto, que possui uma
de produção que foram e são estabelecidos ali e com função específica na rede urbana no estado de São
todo o processo de relação que existe no meio urbano. Paulo. Há, portanto, uma interação entre as atividades
GEOGRAFIA DO BRASIL
Os outros assuntos que são desenvolvidos e estu- realizadas no interior do estado e a cidade de Santos,
dados pela geografia urbana são: em decorrência da dinâmica do seu porto.
Existem, assim, cidades com outras funções cen-
z O processo de urbanização que ocorre em uma trais. Vejamos:
cidade;
z Os problemas que são gerados pelo fato de as cida- z Função religiosa: Juazeiro do Norte (CE) e Apareci-
des crescerem de forma não organizada e não da do Norte (SP).;
estruturada e quais são as consequências geradas z Função histórica e cultural: Ouro Preto (MG), Cida-
por esses processos; de de Goiás (GO), Paraty (RJ);
z A questão da dinâmica de circulação de pessoas, os z Função turística: Campos do Jordão (SP), Porto
desafios da implantação e da solução para os pro- Seguro (BA), Bonito (MS);
blemas de mobilidade urbana, o fluxo e a logística z Função industrial: Contagem (MG), Cubatão (SP),
no setor de transportes;
Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE). 297
De acordo com o nível de importância histórica, que essas três últimas foram inseridas no seleto grupo
algumas cidades podem exercer várias funções den- de metrópoles nacionais agora em junho de 2020.
tro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de A reclassificação do termo metrópole nacional
São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem vem ocorrendo desde o ano 2000. O IBGE e o IPEA
desenvolver outras funções, aumentando assim os
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) desen-
seus contatos com um número cada vez maior de
volveram novos critérios e, de acordo com os estudos
lugares. Dessa forma, as cidades assumem o papel
de dar dinâmica aos fluxos nos territórios, a fim de realizados, as regiões metropolitanas sofreram alte-
comandar as políticas comerciais regionais, nacionais rações, que compreendem às áreas conturbadas nas
e, em alguns casos, internacionais. grandes metrópoles. Esse estudo considerava a exis-
O acúmulo de funções por uma determinada cida- tência de vinte e três regiões metropolitanas e, hoje, já
de permite que ela possua um maior poder territorial. são trinta e seis. Os aspectos levados em consideração
Essas funções são determinadas pela presença de são os seguintes:
grandes empresas, bancos nacionais e internacionais,
as quais também servirão para atrair populações das
z Nível de atração de investimentos e migração;
mais diversas localidades em busca de melhores con-
z A dinâmica econômica;
dições de vida.
As cidades, quando crescem, não permitem só o z A capacidade de atrair setores de tecnologia de
surgimento e o crescimento de redes urbanas, mas ponta.
também contribuem para o surgimento de redes ter-
ritoriais (transportes, telecomunicações, eletricida- Nas regiões metropolitanas mais populosas, con-
de). Pode-se concluir, com isso, que quanto maior for centra-se cerca de 37,26% da população do país. Vale
o crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica ressaltar que, de acordo com esses novos critérios,
de produção e distribuição de alimentos, assim como nem toda RM (Região Metropolitana) tem, especifica-
o deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por mente, uma metrópole.
várias regiões do território.
Em relação às migrações externas, o Brasil, ao lon-
A densidade e o tamanho das redes urbanas, assim
como os difusores dos fluxos de informações, merca- go dos séculos, caracterizou-se por ser um país de imi-
dorias, bens, serviços e capitais, fazem da rede urbana grantes. Apesar dos fluxos migratórios intensos entre
um fator importante na organização do território. os séculos XVI e XX, na segunda metade do século XX,
Do final do século XIX até por volta da década de em especial nos anos 80 e 90, passou a ser um país de
1970, as cidades eram classificadas através de um sis- emigrantes, já que muitos brasileiros estavam deixan-
tema de pirâmide. Ocorria entre as cidades um pro- do o país. Os principais destinos eram os EUA, a Euro-
cesso de dependência da cidade A com as cidades pa Ocidental, o Japão, regiões com moedas fortes e
vizinhas que, posteriormente, poderia se relacionar indicadores sociais elevados, além do Paraguai, como
com a cidade mais importante nessa hierarquia.
um desdobramento da expansão da fronteira agrícola
Cada cidade ocupava um papel dentro dessa hie-
(os produtores brasileiros que migraram para o país
rarquia e, para ocorrer uma mudança no papel e na
importância de cada cidade, deveriam passar por vizinho eram denominados brasiguaios).
um processo com vários degraus e etapas, mudando Nos anos 2000, com a ascensão econômica que o
assim suas classificações de acordo com a sua impor- país teve e com as crises econômicas nas áreas que
tância na rede urbana. Subir esses degraus e passar eram os principais destinos dos brasileiros, esses
por várias etapas significava ascender na hierarquia deram início ao movimento de volta para o país.
urbana.
Com o desenvolvimento dos sistemas de transpor- REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO
tes e telecomunicações ocorreram alterações e surgiu (RIDE), ESPAÇO URBANO E PROBLEMAS
uma nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das URBANOS
redes permitiu a integração de localidades mais dis-
tantes aos grandes centros, através do deslocamento
Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE’s),
dos fluxos globais de informação, mercadorias e capi-
Espaço Urbano e Problemas Urbanos
tal de forma cada vez mais intensa.
No ano de 2000, de acordo com dados do IBGE,
existiam na rede urbana brasileira nove metrópoles, As RIDE’s foram criadas com o intuito de pro-
duas possuíam alcance nacional (São Paulo e Rio de porcionar o desenvolvimento econômico e social. A
Janeiro, sendo que São Paulo era considerada como ideia é promover investimentos em áreas de extre-
uma cidade global) e sete metrópoles regionais – Por- ma importância para o cidadão, como: saneamento
to Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, ambiental, educação, turismo, segurança pública,
Fortaleza e Belém. saúde, habitação, geração de empregos, proteção ao
Era uma característica associar o termo metrópo- meio ambiente, serviços de telecomunicação, infraes-
le ao processo de conturbação de uma cidade central, trutura, entre outros fatores.
com população superior a 1 milhão de habitantes
Vale destacar, que as RIDE’s da região do Entorno
ou mais, que polarizava as demais cidades de seu
de Brasília – atende à demanda das cidades satélites,
entorno.
Atualmente, o IBGE considera a existência de quin- sendo que algumas funcionam como cidades-dor-
ze metrópoles brasileiras. Foram agregadas ao grupo mitórios, na qual o cidadão só vai para dormir, pois
anterior Manaus, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianó- trabalha em outro município; a RIDE de Juazeiro e
polis e Campinas (a única cidade que não é capital Petrolina e, por último, a RIDE localizada na região da
298 considerada como metrópole nacional), vale destacar Grande Teresina no Piauí.
a) carvão mineral; hidráulica; petróleo, gás e derivados
HORA DE PRATICAR! b) hidráulica; biomassa ; carvão mineral
c) derivados de cana-de-açucar; carvão mineral e
1. (DECEx — 2020) Nas últimas décadas, o Brasil vem hidráulica
passando por significativas mudanças estruturais em d) petróleo, gás e derivados, hidráulica; biomassa
sua composição demográfica. Sobre esse assunto, e) hidráulica; petróleo, gás e derivados; nuclear
assinale a opção correta.
6. (DECEx — 2018) Sudene, Sudam e Codevasf são exem-
a) O Brasil permanece como um país cuja maior parte da plos de:
população vive no campo, onde a taxa de natalidade é
muito baixa. a) empresas estatais de siderurgia
b) Os avanços na medicina ainda não foram suficientes b) órgão de desenvolvimento regional
para reduzir a taxa de mortalidade ao longo dos anos. c) hidrelétricas situadas no nordeste, Amazônia e vale do
c) A taxa de fecundidade, que indica o número de nasci- são francisco
dos vivos, tem apresentado expressivo aumento neste d) planos econômicos para controle da inflação
século. e) empresas privadas de siderurgia
d) O envelhecimento da população brasileira se mantém
em níveis baixíssimos, seguindo a tendência mundial. 7. (DECEx — 2019) Quando se observa a distribuição
e) Paralelamente à redução da natalidade, a esperança setorial da PEA (população economicamente ativa)
de vida ao nascer tem aumentado no Brasil. no Brasil, percebe-se que os trabalhadores ligados ao
Comércio e Serviços respondem pela maioria absolu-
2. (DECEx — 2018) O processo de integração funcional, ta, na comparação com aqueles que trabalham nos
que ocorre entre dois ou mais núcleos urbanos limítro- outros dois setores da economia. Esse fenômeno é
fes cuja população compartilha a infraestrutura urba- conhecido como:
na e a rede de distribuição de bens e serviços, provoca
uma dinâmica de fluxos, na qual muitos trabalhadores a) desemprego tecnológico.
se movimentam diariamente entre os municípios da b) terceirização.
região metropolitana, retornando aos seus lares após c) informalidade.
a jornada de trabalho. d) hipertrofia do terciário.
Esse movimento pode ser denominado migração: e) razão dependência
a) as maiores jazidas ficam nas regiões metropolitanas. 10. (DECEx — 2021) O Sistema Nacional de Unidades de
b) a Amazônia brasileira é maior área produtora. Conservação (SNUC) foi criado pela lei 9.985, de 18
c) a produção em terra firme supera a produção offshore. de julho de 2000 e tem como um dos objetivos pro-
d) um percentual muito expressivo das reservas encon- teger os recursos naturais necessários à subsistência
tra-se em áreas marítimas. de populações tradicionais, respeitando e valorizando
e) ocorre em escudo cristalinos. seu conhecimento, sua cultura, promovendo-as social
e economicamente, sendo denominadas Unidades de
5. (DECEx — 2018) Dentre as opções abaixo, a correta Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável, con-
ordem crescente da oferta interna de energia por fonte forme a restrição ao uso. Entende-se por Unidades de
no Brasil é: Conservação de Uso Sustentável as (os): 299
a) Parques Nacionais. 16. (DECEx — 2019) Em 1980, deu-se o estouro da corrida
b) Monumentos Naturais. do ouro em Serra Pelada, localizada no estado de (o):
c) Parques Biológicos.
d) Estações Ecológicas. a) Pará.
e) Reservas Extrativistas. b) Acre.
c) Maranhão.
11. (DECEx — 2020) O clima que se estende pela faixa lito- d) Sergipe.
rânea do Nordeste ao Sudeste, com grande influencia e) Paraná.
da Massa Tropical (Ta), apresentando alta pluviosida-
de e elevadas médias térmicas. Trata-se do clima: 17. (DECEx — 2021) O Brasil tem um território de dimen-
sões continentais. Suas terras se estendem pela
a) litorâneo úmido. Zona Climática Intertropical e seu litoral é igualmente
b) tropical semiárido. extenso. Essas e outras características, imprimiram
c) equatorial úmido. no clima nacional, forte influência das massas de ar
d) subtropical úmido. oceânicas. Observe as massas de ar que atuam no ter-
e) tropical de altitude. ritório brasileiro e analise as afirmativas abaixo:
12. (DECEx — 2019)Caracteriza-se por ser quente e úmida,
por originar-se no oceano Atlântico norte e, ainda, por
atuar no litoral do Nordeste, principalmente, durante a
primavera e o verão:
13. (DECEx — 2018) O fenômeno influenciado pela massa I. As massas de ar equatoriais e tropicais têm sua atua-
de ar polar atlântica e responsável por provocar queda ção atenuada no inverno, em função do avanço da
brusca de temperatura e ventos frios na Centro-Oeste Massa Polar Atlântica (mPa).
do Brasil é chamado de: II. Em grande parte da Amazônia, o clima é quente e úmi-
do o ano inteiro porque permanecem atuando massas
a) convecção quentes e úmidas – Massa Equatorial Continental
b) friagem (mEc) e Massa Equatorial Atlântica (mEa).
c) frente-fria III. Na área central do país, por consequência do encon-
d) inversão térmica tro da Massa Tropical Atlântica (mTa) e a Massa Polar
e) orográfica Atlântica (mPa), forma-se uma frente fria e há ocorrên-
cia de fortes chuvas no inverno.
14. (DECEx — 2020) O Brasil, devido a sua dimensão geo- IV. No clima subtropical ocorrem verões amenos e inver-
gráfica e a suas condições climáticas, possui diversas nos rigorosos, com chuvas mal distribuídas ao longo
bacias hidrográficas. Sobre as características dessas do ano, consequência da ação dominante da Massa
bacias, é correto afirmar que: Polar Atlântica (mPa).
a) a bacia do Rio Paraná é a bacia com maior potencial Estão corretas as afirmativas:
hidroelétrico disponível no país.
b) a bacia do Rio Amazonas apresenta um regime nival e
a) I e IV
pluvial em toda sua extensão.
b) II e III
c) na bacia do Rio Tocantins-Araguaia, localizam-se a
c) I e III
hidroelétrica de Belo Monte e também a maior ilha flu-
d) I e II
vial do mundo, a do Bananal.
e) III e IV
d) a bacia do Rio São Francisco nasce na Serra da Canas-
tra e atravessa o sertão semiárido. É navegável entre
Pirapora-MG e Juazeiro-BA. 18. (DECEx — 2021) Em relação à dinâmica recente e às
e) a bacia do Rio Parnaíba é a mais importante da região características do agronegócio praticado no Brasil, a
Nordeste e apresenta afluentes perenes em toda sua única afirmação que condiz com a realidade é:
área de drenagem.
a) A produção de frango nunca teve uma participação
15. (DECEx — 2020) É uma faixa de transição que se cons- expressiva no cenário brasileiro.
tituí de unidade paisagística nas quais mesclam vege- b) Entre 1996 e 2006, o aumento das áreas destinadas às
tação da região Nordeste e Norte, respectivamente. O pastagens superou o aumento das áreas de lavouras.
texto se refere a (ao): c) Considerando-se o aumento das áreas de lavouras
entre 1996 e 2006, os melhores resultados vieram da
a) Pantanal região Sul.
b) Pradaria. d) Estudos recentes apontam uma tendência de diminuição
c) Restinga. do número de estabelecimentos rurais especializados.
d) Manguezal. e) No que diz respeito à pecuária bovina, percebeu-se
300 e) Mata dos Cocais. uma tendência de interiorização nas últimas décadas.
19. (DECEx — 2021) Leia o texto da campanha do Minis-
tério da Saúde em favor da amamentação publicado
ANOTAÇÕES
em 2008. “NADA MAIS NATURAL QUE AMAMENTAR.
NADA MAIS IMPORTANTE QUE APOIAR. AMAMENTA-
ÇÃO: PARTICIPE E APOIE A MULHER”. O uso deste tipo
de campanha pelo Governo Federal do Brasil está dire-
tamente relacionado:
a) Presença de latifúndios.
b) Clima tropical úmido.
c) Solo de massapé.
d) Vegetação de Caatinga.
e) Planícies e tabuleiros litorâneos.
9 GABARITO
1 E
2 C
3 D
4 D
5 A
6 B
7 D
8 A
9 A
10 E
11 A
12 C
GEOGRAFIA DO BRASIL
13 B
14 D
15 E
16 A
17 D
18 E
19 C
20 D
301
ANOTAÇÕES
302
SUBSTANTIVOS CONTÁVEIS E INCONTÁVEIS
TIPOS DE SUBSTANTIVOS
Você não pode se referir a um substantivo contável z Andy’s cellphone is new. (O celular da Suzy é novo)
singular sozinho. Geralmente é usado precedido por
um artigo. Artigos referem-se a artigos indefinidos a, “Andy’s cellphone” é um exemplo do caso genitivo e do
an (um, uma) e o artigo definido the (o, a). caso possessivo. O celular pertence a Andy (o celular do
Quando o substantivo contável é mencionado pela Andy). Este é um exemplo de um substantivo que possui
primeira vez, você usa um artigo indefinido a (um, um substantivo usando a terminação apóstrofo “-s”.
uma) para palavras que começam com som de con-
soante ou an (um, uma) se o substantivo começa com z The women’s shoe section is down the hall. (A seção
som de vogal. No entanto, quando um substantivo de sapatos femininos é no final do corredor)
contável é mencionado pela segunda vez, geralmente
é precedido pelo artigo definido the. Neste exemplo, o sapato não pertence às mulheres.
Em vez disso, refere-se à sapatos para mulheres. Esta ora-
z I saw a (artigo indefinido) cat yesterday. The (artigo ção demonstra o caso genitivo, mas não o caso possessivo.
definido) cat was grey with black stripes. (Eu vi um The chef’s food was being criticized. (A comida do
304 gato ontem. O gato era cinza com listras brancas) chef de cozinha estava sendo criticada)
Neste exemplo, o caso genitivo é usado. O sentido Subject Pronouns
da oração não é de posse, pois a comida não é de posse
do chef. Aqui, o apóstrofo “-s” no final indica a comida I would love to visit your family
feita pelo chef. I Eu
Eu adoraria visitar tua família
O caso possessivo, por sua vez, é usado para mos- You never call your relatives
trar propriedade. Também pode ter o padrão posses- YOU Você, tu
Você nunca liga para seus parentes
sivo que marca a oração (‘s), usado para indicar uma
He should be more careful
relação de propriedade ou associação com uma pes- HE Ele
Ele deve ser mais cuidadoso
soa, em vez de uma coisa.
She goes scuba-diving every year
Você ainda deve usar a forma “of” (de) do caso pos- SHE Ela
Ela faz mergulho todo ano
sessivo/genitivo ao falar sobre coisas que pertencem a
outras coisas. Por exemplo: Ele, ela It’s going to be an amazing year
IT
(neutro) Vai ser um ano incrível
z The door of the garage. (A porta da garagem) We were really tired after the game
WE Nós Nós estávamos muito cansados
Você também pode dizer “the garage door”, que depois do jogo
possui o mesmo sentido.
You could come to NY one day
Vocês,
YOU Vocês poderiam vir a Nova Ior-
z The top height of the building in New York is 500 vós
que um dia
meters. (A altura máxima dos edifícios em Nova
Iorque é de 500 metros) They decided to stay home for
Christmas
THEY Eles, elas
Você também pode ver essa oração construída da Eles decidiram ficar em casa no
seguinte forma: “New York’s buildings top height”. Natal
Você também pode dizer “the book content” ou “the Object Pronouns
book’s content”.
z Go to the left side of the court (Vá para o lado This car belongs to me
ME Me. mim
Este carro pertence a mim
esquerdo da quadra).
Lhe, o, a,
Você ainda pode ouvir alguém dizer algo como Would she go with you?
YOU te, ti, a
Ela iria com você?
“The father of the bride”, mas também pode ser; “The você
bride’s father.” Em outros casos, a forma “of” nunca
Lhe, o, a We should call him tomorrow
muda: “The House of Lords”. Este exemplo não é o pos- HIM
ele Nós deveríamos telefonar-lhe
sessivo, mas é o genitivo.
O maior problema que os alunos de inglês tem Lhe, a, a They decided to invite her
HER
com o “caso genético” é que nem sempre é usado para ela Eles decidiram convidá-la
mostrar posse, o caso possessivo. Pode ser usado para Lhe, o, a, a He fed it its food
mostrar uma relação entre as coisas, o caso genitivo. IT ele, a ela Eles o alimentaram com sua
Ter isso em mente é ideal para compreender melhor (neutro) comida
ambos os casos.
Would they fire us?
US Nós
Eles nos demitiriam?
A vós, a vocês mesmos, -vos, -se You should take care of yourselves
YOURSELVES
Vocês devem cuidar de si mesmos
Temos dois tipos especiais de pronomes: os demonstrativos ou relativos e os indefinidos. Os pronomes demons-
trativos são usados para indicar algo durante a oração, são eles: this (este, esta, isto), these (estes, estas), that (aque-
le, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos:
Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração, são eles: that (que), which (o
qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns exemplos:
z This is the bus which takes me home (Este é o ônibus que me leva para a casa);
z Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?);
z He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso);
z The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido);
z I never knew that sang. (Eu nunca soube que você cantava).
Já os pronomes indefinidos são aqueles que acompanham o substantivo de maneira imprecisa, ou seja, sem de fato
identificar quem ou o que é o pronome através de algumas palavras específicas. Observe a tabela com alguns exemplos:
PRONOMES POSSESSIVOS
É comum ao falante de língua portuguesa confundir-se e utilizar o pronome possessivo your (seu, sua) para se
referir aos sujeitos da primeira pessoa do singular he, she e it, pois em português, é possível a construção de uma
oração, como “ela ama seus pais”, considerando que “seus” é pronome possessivo referente ao sujeito ela; estaria
errada, no entanto, a tradução ao pé da letra “she loves your parents”, pois o pronome possessivo your refere-se
ao sujeito You. O correto, então, seria “she loves her parents”.
Os adjetivos interrogativos são também conhecidos na língua inglesa como Wh- questions. No entanto, não são
todos que se qualificam como adjetivos. Os adjetivos interrogativos são utilizados em perguntas, acompanhando os
substantivos, ou seja, quantificando-os e qualificando-os de algum modo. Observe a tabela e seus respectivos exemplos:
WHICH Qual, quais, que Which one do you prefer? Qual deles você prefere?
HOW
Quanta, quanto How much water did you drink today? Quanta água você bebeu hoje?
MUCH
HOW
Quantos, quantos How many years have you spent abroad? Quantos anos você passou no exterior?
MANY
PRONOMES INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos são elementos linguísticos usados em perguntas para as quais as respostas são um
nome. Observe a seguir a tabela:
What (que, o que, qual, quais) What city do you prefer? I prefer London
(Que cidade você prefere?) (Eu prefiro Londres)
Where (onde, aonde) Where have you been? I’ve been jogging at the park (Estive correndo no
(Onde você esteve?) parque)
A partir dos exemplos, é possível observar que no caso dos pronomes interrogativos a resposta é sempre um
nome, ainda que de modo oculto ou subentendido. Os pronomes interrogativos jamais referem-se às circunstân-
cias ou razões. 307
ADJETIVOS INDEFINIDOS E DEMONSTRATIVOS
Um adjetivo indefinido é usado para descrever um substantivo em um sentido não específico. São frequente-
mente usados para descrever um substantivo com um elemento de incerteza, ou seja, sem de fato especificar a
qualidade do pronome ou substantivo a que se refere. Os adjetivos indefinidos mais comuns são any, each, few,
many, much, most, several e some. Aqui estão alguns exemplos de orações com adjetivos indefinidos:
INGLÊS PORTUGUÊS
There are several girls in the classroom. Há diversas garotas na sala de aula.
I saw some broken cups in the sink. Eu vi algumas xícaras quebradas na pia.
Do you have any new ideas? Você tem alguma nova ideia?
Eles não devem ser confundidos com pronomes indefinidos, pois modificam substantivos ou pronomes. Os
pronomes indefinidos são pronomes independentes. Por exemplo:
z We can all learn English if we work hard, but most of us can learn only a few words. (Nós todos podemos apren-
der inglês se nos esforçarmos, mas a maioria de nós consegue aprender apenas algumas palavras)
No caso dessa oração o adjetivo most se classifica como um pronome indefinido, pois refere-se à pessoa (us). O
adjetivo a few se trata de um adjetivo indefinido, pois modifica a palavra words.
Já um adjetivo demonstrativo é um adjetivo usado para descrever especificamente a posição de algo ou alguém no
espaço ou no tempo. Os adjetivos demonstrativos mais usados são this (este), that (aquele), these (estes) e those (aqueles).
Existem duas razões principais para usarmos adjetivos demonstrativos:
z Primeiro, usamos adjetivos demonstrativos para descrever a localização física de algo em relação ao falante.
Os adjetivos this e these referem-se a objetos ou pessoas mais próximas, e os adjetivos that e those referem-se
a objetos ou pessoas mais distantes. This e that são usados para modificar substantivos singulares, e these e
those são usados para modificar substantivos plurais.
Isso fará mais sentido com um exemplo. Digamos que você esteja em uma sala com dois gatos. Um gato está
ronronando alegremente contra sua perna, e o outro está cochilando no chão do outro lado da sala. Seu amigo
pergunta qual gato você gosta mais. Se você preferir o gato ao seu lado, você diria “I like this cat”. No entanto, se
você preferir o gato longe de você, aponte para ele e diga: “I like that cat”. Nesse caso, adjetivos demonstrativos
singulares (this e that) ajudaram a diferenciar os dois felinos amigáveis com base em suas localizações físicas.
Observe exemplos no singular e no plural:
SINGULAR PLURAL
We’ll need this information by Nós precisaremos dessa I would like to try these Eu gostaria de provar es-
tomorrow informação até amanhã pair of shoes on. ses pares de sapatos.
Ele mora perto daquela Those glasses looked Aqueles óculos ficaram
He lives by that tree.
árvore. great on you. ótimos em você.
That was the best movie I’ve Aquele foi o melhor filme I didn’t know any of those Eu não conhecia nenhum
ever watched. que já assisti. teachers. daqueles professores.
z A segunda maneira principal de usarmos adjetivos demonstrativos é para nos referirmos a momentos no tem-
po. Assim como nos exemplos anteriores, this e these são usados para se referir a momentos atuais, recentes ou
próximos no tempo, enquanto that e those são usados para se referir a momentos que ocorreram ou ocorrerão
mais longe do momento atual. Por exemplo:
ADJETIVOS POSSESSIVOS
Os adjetivos possessivos, no inglês, funcionam de modo parecido com os pronomes possessivos e à maneira
como os usamos. Em uma oração, eles pedem que um substantivo os acompanhe logo após seu uso. Observe os
adjetivos possessivos juntamente com o pronome a quem se referem:
We Our We love to spend our money! Nós amamos gastar nosso dinheiro!
You Your The teacher loves your kids A professora ama seus filhos
They Their Their car is very noisy O carro deles é muito barulhento
QUANTIFICADORES
Quantificadores são expressões que indicam a quantidade de objetos, pessoas ou animais na oração. Cada qual
possui o contexto adequado em que deverá ser utilizado, sendo assim importante compreender quais os princi-
pais quantificadores da língua inglesa, seus significados e aplicação prática em orações. Confira a seguir:
She has so much coffee every day. (Ela bebe muito café todo dia)
They have much patience with their kids. (Eles têm muita paciência com seus filhos)
The plant needs much water. (A planta precisa de muita água)
z A
lot of: muitos, muitas, muitos, muitas, um monte de; usado para expressar quantidades grandes ou montan-
tes de algo, pode acompanhar substantivos contáveis ou incontáveis, sempre de modo não específico.
We have a lot of reports to read. (Nós temos muitos relatórios para ler)
They have a lot of faith. (Eles têm muita fé)
He could show you a lot of options. (Ele poderia te mostrar muitas opções)
z A
ny: nenhum, nenhuma, algum, alguma, qualquer; usado em orações positivas como qualquer, em orações
negativas como nenhum, nenhuma e em orações interrogativas como algum ou alguma.
They went to the Bahamas. (Eles foram para as z S he is a teacher. (Ela é uma professora)
Bahamas) z She is an engineer. (Ela é uma engenheira)
She visited The Maldives on her birthday. (Ela visi-
tou as Ilhas Maldivas em seu aniversário) Algumas palavras específicas da língua inglesa
são grafadas com letras iniciais em consoantes que
z U
sa-se o the antes de países com nomes compostos não possuem som ao serem pronunciadas, nestes
ou que expressam plural. casos usamos os artigos na. Ex.: an hour (uma hora);
an homage (uma homenagem); an honest man (um
The USA fought against Germany. (Os Estados Uni- homem honesto.
dos lutaram contra a Alemanha)
Have you ever been to The Netherlands? (Você já
esteve nos Países Baixos)
IMPORTANTE!
z U
sa-se o the antes de nomes de jornais, bancos e O uso de a e an serve apenas para o singular,
instituições privadas bem como ONGs e órgãos quando os substantivos se apresentam no plural,
públicos: deve-se utilizar elementos quantificadores como
many (muitos), much (muito), some (alguns), any
The UNO decided to stop violence. (A Organização
(algum, nenhum), a few (alguns), etc..
das Nações Unidas decidiu parar a violência)
The New Yorker just tweeted about it. (O New Yor-
ker acabou de tuítar sobre isso)
The National Bank was bankrupt. (O Banco Nacio-
nal estava falido)
ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
z U
sa-se o the antes de nomes de instrumentos musi- (ADJECTIVES AND ADVERBS)
cais, ritmos e danças.
FORMAS E USOS, POSIÇÃO DOS ADJETIVOS
She loves to play the piano (Ela ama tocar piano) E ADVÉRBIOS E GRAUS DO ADJETIVO E DO
They were playing the tuba. (Eles estavam tocando ADVÉRBIO
tuba)
The tango is an Argentinian dance (O tango é uma Adjetivos: Posição, Grau De Comparação, Sinônimos
dança argentina)
e Antônimos
z Usa-se o the antes de nomes de construções e obras
famosas.
Os adjetivos são palavras que aderem qualidades e
características aos substantivos que os acompanham,
We just saw the Eiffe Tower (Acabamos de ver a
Torre Eiffel) podendo referir-se à cor, ao tamanho, à textura, ao
sabor, ao material, à emoção, ao sentimento, entre mui-
INGLÊS
Observe que os adjetivos em inglês são colocados antes do substantivo ao qual se refere.
SINONÍMIA E ANTONÍMIA
Sinonímia e antonímia são recursos linguísticos de um idioma na construção vocabular. Os synonyms (sinô-
nimos) são palavras distintas que possuem o mesmo sentido e significado, elas são usadas para atribuir, ou não,
formalidade dentro do contexto em que estão inseridas. Já os antonyms (antônimos) são palavras com sentidos
opostos.
É valido ressaltar que muitas vezes palavras sinônimas, apesar de terem o mesmo sentido, podem ganhar
novos significados na oração em que estão inseridas, pois são usadas de acordo com as necessidades comunicativas
do interlocutor, que pode intencionalmente escolher a que mais se adeque às suas preferências e ao modo que
pretende comunicar a mensagem. Um exemplo disso é a questão da coloquialidade versus a informalidade da
comunicação, a escolha do uso de palavras que soem mais enfáticas e preponderantes para efeito de estilo.
Confira a seguir as tabelas com alguns sinônimos e seus significados.
z Synonyms (sinônimos):
O conhecimento de palavras antônimas pode auxiliar o estudante da língua inglesa no aprofundamento dos
estudos vocabulares, facilitando assim a compreensão e interpretação de texto. Observe a seguir a tabela com pala-
312 vras antônimas e seus significados.
z Antonyms (antônimos):
Go Ir Come Vir
Open Abrir Close Fechar
Young Jovem Old Velho
Tall Alto Short Baixo
Up Acima Down Abaixo
High Alto Low Baixo
Yes Sim No Não
Early Cedo Late Tarde
Dark Escuro Light Claro
Full Cheio Empty Vazio
Fast Rápido Slow Devagar
Right Certo Wrong Errado
Calm Calmo Angry Nervoso
Easy Fácil Difficult Difícil
Big Grande Small Pequeno
Good Bom Bad Ruim
Cheap Barato Expensive Caro
More Mais Less Menos
Near Perto Far Longe
Fat Gordo Thin Magro
Happy Feliz Sad Triste
Right Direita Left Esquerda
Alone Sozinho Together Junto
Soft Macio Hard Duro
Cautious Cuidadoso Careless Descuidado
Complex Complexo Simple Simples
Há ainda casos de antônimos de palavras que possuem a mesma raiz, mas são acrescidas de um prefixo para
identifcar a ideia de oposição. Estes prefixos podem ser -in, -un, -dis, -mis, -im ou -ir. Veja exemplos na tabela a
seguir com os antônimos e seus significados:
Os adjetivos são palavras que aderem qualidades e características aos substantivos que os acompanham. Na
língua inglesa, existem duas diferentes classes de adjetivos; cada qual possui sua correta posição diante do subs-
tantivo que acompanha, segundo seu propósito. São elas: os adjetivos formados pelo gerúndio, os quais são pala-
vras terminadas em -ing, e os adjetivos formados pelo particípio, terminados em -ed.
Os adjetivos formados pelo gerúndio possuem um sentido ativo, o qual indica uma característica ou um atri-
buto do substantivo em questão.
Já os adjetivos formados pelo particípio são marcados por um sentido passivo, o qual indica o sentimento do
substantivo diante de algo.
Confira alguns exemplos a seguir:
GERÚNDIO She was an interesting woman Ela era uma mulher interessante
PARTICÍPIO She was interested in politics and science Ela era interessada em política e ciência
PARTICÍPIO He got fascinated by the actors performance Ele ficou fascinado com a atuação dos atores
GERÚNDIO Joe’s classes are so boring As aulas do Joe são tão entediantes
I get completely bored during his classes Eu fico completamente entediado durante as aulas
PARTICÍPIO
dele
GERÚNDIO My sister’s ticks are annoying Os tiques da minha irmã são irritantes
PARTICÍPIO My dad was always annoyed at the noise Meu pai estava sempre irritado com o barulho
Outro uso dos adjetivos em inglês, além do básico objetivo de qualificar substantivos, é fazer comparações.
Observe o uso do grau comparativo por meio de adjetivos:
Com o sentido de igualdade ou semelhança na comparação, usa-se as... as na afirmativa, com o adjetivo em
questão posto ao meio de ambas as palavras, e na negativa usa-se not as... as ou not so... as. Observe:
z She is as tall as her sister (Ela é tão alta quanto a sua irmã);
z Singing is as hard as dancing (Cantar é tão difícil quanto dançar);
z Robert was not as happy as I thought he would be (Robert não estava tão feliz quanto achei que estaria);
z They can not paint as well as him (Eles não sabem pintar tão bem quanto ele).
Os adjetivos no grau comparativo podem também estabelecer relações de diferença, com palavras como more
(mais) ou less (menos), seguidas da preposição than (do que). Observe alguns exemplos:
z Kelly is more impatient than Kim (Kelly é mais impaciente do que Kim);
z My last job was more interesting than this one (Meu antigo trabalho era mais interessante que esse);
z This comedian is less funny than my brother (Esse comediante é menos engraçado que meu irmão);
z We felt less tired than the kids (Nós nos sentíamos menos cansados do que as crianças).
Quanto às relações de diferença no grau comparativo, no entanto, estabelecem-se regras sobre o uso do inten-
sificador more. Seu uso limita-se a adjetivos que possuam mais de duas sílabas, enquanto adjetivos com menos
de duas sílabas sofrem alterações em seus sufixos, os quais podem ser terminados em -er ou -ier. Observe:
Existem também os comparativos irregulares, ou seja, adjetivos que são exceções à regra, como:
z Good (bom) — She is better than me in Math (Ela é melhor que eu em matemática);
z Bad (ruim) — This dress is worse than the other (Esse vestido é pior que o outro);
z Far (longe) — Ellen lives farther than I thought (Ellen mora mais longe do que pensei);
314 z Little (pouco) — We have less money than you (Nós temos menos dinheiro que vocês).
VERBOS NO PRESENTE CONTÍNUO (PRESENT
VERBOS (VERBS) CONTINUOUS)
VERBOS NO TEMPO PRESENTE SIMPLES (SIMPLE O presente contínuo é utilizado para expressar
PRESENT) ações que se iniciam no presente e seguem continua-
mente. Para se comunicar no presente simples contí-
O presente simples, em inglês, a caráter de estudo, nuo é preciso utilizar o verbo to be, que corresponde
possui uma divisão simples entre pronomes. Os pro- aos verbos ser e estar na língua portuguesa. Antes de
nomes da terceira pessoa do singular enquadram-se entender o presente simples contínuo, devemos ter
em uma categoria e os demais, em outra. Apesar de
pleno conhecimento do uso desse verbo importante
suas conjugações serem simples, ao expressar ações
do idioma. Novamente, separaremos os sujeitos em
no tempo presente, em alguns casos, elas se diferen-
ciam. O padrão de conjugação, no presente simples, dois grupos, para conjugarmos o verbo to be no tem-
é estabelecido retirando o “to” do verbo no infinitivo po presente na afirmativa (obs.: abre-se apenas uma
em todos os casos. exceção para o sujeito em primeira pessoa, I, que
apresenta conjugação diferenciada):
Ex.: to eat — comer // I eat bread. (Eu como pão).
I (eu) Am (sou/estou)
Observe que o “to” foi removido, para realizar a
conjugação de acordo com o pronome em questão. You (tu, você) Are (é/está)
Essa regra se aplica à seguinte lista de pronomes We (nós) Are (somos/estamos)
(veja, como exemplo, a conjugação do verbo citado
anteriormente): You (vós, vocês) Are (são/estão)
They (Eles, elas) Are (são/estão)
I (eu) Eat He (ele) Is (é/está)
You (tu, você) Eat She (ela) Is (é/está)
He/she/it (ele, ela) Eats It (ele, ela, neutro) Is (é/está)
We (nós) Eat
Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, podendo ser
You (vós, vocês) Eat apresentado nas suas opções em contração aren’t e isn’t.
They (Eles, elas) Eat
Observe que, no caso dos pronomes na terceira I (eu) Am not (não sou/não estou)
pessoa do singular he, she e it, a conjugação ocorrerá You (tu, você) Are not ou aren’t (não é/não está)
de modo diferenciado. Aos verbos que acompanham
esses pronomes, acrescentam-se “s”, “es” ou “ies”. Are not ou aren’t (não somos/não
We (nós)
Verbos terminados em consoantes, de forma geral, estamos)
apresentam terminação padrão “s”, como é o caso dos You (vós, vocês) Are not ou aren’t (não são/não estão)
verbos to drink (beber), to play (jogar), to speak (falar).
Veja: They (Eles, elas) Are not ou aren’t (não são/não estão)
He (ele) Is not ou isn’t (não é/não está)
To Drink
She (ela) Is not ou isn’t (não é/não está)
It (ele, ela, neutro) Is not ou isn’t (não é/não está)
He (ele) Drinks
She (ela) Drinks Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo.
It (ele, ela, neutro) Drinks Observe:
To Study
A partir do conhecimento desse tempo verbal,
He (ele) studies podemos explorar a estrutura do present continuous.
She (ela) studies Ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação no gerún-
dio, caracterizado, na língua inglesa, pelo sufixo -ing, a
It (ele, ela, neutro) studies
fim de expressar uma ação contínua. Observe: 315
z Lucy is playing with the other kids. (Lucy está brin- O mesmo ocorre quando as frases são interrogati-
cando com as outras crianças);
vas; iniciamos a pergunta com o uso do auxiliar did.
z You aren’t doing your job well. (Você não está
fazendo seu trabalho bem);
z Are they studying for the test? (Eles estão estudan-
do para a prova?). Did I study at a public Eu estudei em uma esco-
school? la pública?
VERBOS NO PASSADO SIMPLES (PAST SIMPLE ) Did you work really hard? Você trabalhou duro?
O passado simples da língua inglesa é utilizado Did she finish high school Ela terminou o ensino
para expressar ações realizadas e finalizadas no tem- in January? médio em janeiro?
po passado. Ao utilizarmos este tempo verbal, deve-
Did we start a new busi- Nós começamos um
mos ter em mente dois conceitos importantes: o uso
ness course? novo curso de negócios?
do verbo auxiliar did e a existência de dois grupos de
verbos no passado (regulares e irregulares). Did you cry the whole Vocês choraram durante
Os verbos regulares no passado possuem uma ter- movie? o filme todo?
minação padrão em “ed” ou “ied” (verbos terminados
em y precedidos por uma consoante). Porém, existem Did they try to convince Eles tentaram convencê-
muitas exceções e muitos verbos que não se compor- her of the truth? -la da verdade?
tam da mesma maneira quando conjugados no tempo
passado; estes são chamados irregulares.
Quando nos referimos aos verbos irregulares do
No entanto, a mudança nos verbos para o tempo
passado através de modificações na estrutura do pró- passado, não podemos definir nenhuma regra espe-
prio verbo ocorre apenas em frases afirmativas. Em
frases negativas e interrogativas, utilizamos o verbo cífica para identificá-los, mas podemos memorizar as
auxiliar did e o verbo retorna ao seu estado original exceções para melhor nos comunicarmos em inglês.
(infinitivo sem o “to”).
Confira alguns exemplos com verbos regulares na Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares
afirmativa: como exemplo:
They tried to convince her Eles tentaram convencê- To say Dizer Said
of the truth -la da verdade
To send Enviar Sent
Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, was not e Confira a seguir alguns exemplos:
were not, podendo ser apresentados nas suas opções
z She is going to spend Christmas with her family.
em contração wasn’t e weren’t.
(futuro próximo/certeza) / (Ela vai passar o Natal
com a família dela);
z They aren’t going to believe my story. (grandes
I (eu) Wasn’t (não era/estava)
chances/probabilidade) / (Eles não vão acreditar
He (ele) Wasn’t (não era/estava) na minha história);
z Are you going to accept the job? (certeza/probabili-
She (ela) Wasn’t (não era/estava) dade) / (Você vai aceitar o emprego?).
It (ele, ela, Wasn’t (não era/estava)
neutro) A conjugação das orações com going to no futuro
simples se dá do mesmo modo que as orações com
You (tu, você) Weren’t (não era/estava) verb to be no presente simples.
Em orações cuja intenção é expressar um futuro
We (nós) Weren’t (não éramos/estávamos) incerto ou mais distante do presente, usa-se o will. Sua
You (vós, vocês) Weren’t (não eram/estavam) estrutura é bem simples. Observe um exemplo na afir-
mativa com will + verbo no tempo presente.
They (eles, elas) Weren’t (não eram/estavam)
z Matthew will live in Canada in a couple of years /
Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.
Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo.
Observe: Na negativa, somamos o will + not, o que poderá
ser contraído para won’t.
Was I? (Eu era/estava?) z She won’t accept the judge’s decision / She will not
accept the judge’s decision. (Ela não aceitará a deci-
Was He? (Ele era/estava?)
são do juiz).
Was She? (Ela era/estava?)
Na interrogativa, inverte-se a posição do verbo
Was It? (Ele/ela era/estava?) modal will e o sujeito em questão na oração. Se a
INGLÊS
318 1 MUNIZ, Carla. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/simple-future/. Acesso em: 10 mar. 2022.
SUJEITO I z Have you ever had alcohol? (Você já ingeriu
álcool?);
HAVE/HAS (AUX.) have z They haven’t decided anything yet. (Eles não decidi-
ram nada ainda).
VERBO NO PARTICÍPIO been
z Afirmativa: You should wash your hands (Você Já quando a ordem, sugestão, comando ou instru-
deveria lavar suas mãos); ção é algo negativo, com o sentido de proibição, usa-se
z Negativa: Anna should not/shouldn’t be upset do not (não) para início de frase, podendo aparecer
(Anna não deveria estar chateada); em sua forma contraída don’t. Observe:
z Interrogativa: Should I try and talk to him? (Eu
devo tentar falar com ele?). z o not feed the animals. (Não alimente os animais);
D
z Don’t talk to me like this. (Não fale comigo assim);
MUST
z Do not start it without me. (Não comece sem mim);
O verbo modal must significa dever com sentido z Don’t cry, it’s okay. (Não chore, está tudo bem).
de obrigatoriedade, proibição, regra; em outros casos,
pode indicar uma dedução, presumindo a ação ou o FORMAS DO INFINITIVO E GERÚNDIO (INFINTIVE
sentimento do sujeito da oração. Confira seu uso: AND GERUND)
z Afirmativa: Monica must be so happy with the O uso do presente contínuo é utilizado para
pregnancy (A Monica deve estar tão feliz com a expressar ações que se iniciam no presente e seguem
gravidez) — dedução; continuamente. Para utilizar o presente simples con-
z Negativa: You must not swear (Você não deve tínuo, é preciso utilizar um verbo muito famoso da
falar palavrões) — proibição; língua inglesa: o verbo ser e estar — to be. Antes de
z Interrogativa: Must we visit him? (Nós devemos entender o presente simples contínuo, devemos ter
visitá-lo?) — obrigação. pleno conhecimento do uso desse verbo importante
do idioma.
WOULD Novamente, separaremos os sujeitos em dois gru-
pos para conjugarmos o verbo ser e estar no tempo
Diferentemente dos demais verbos modais, o presente na afirmativa (obs.: abre-se apenas uma
would por si só não se traduz na língua inglesa, mas exceção para o sujeito em primeira pessoa, I, que
age como modificador do verbo que o segue, trans- apresenta conjugação diferenciada):
formando-o em um verbo no futuro do pretérito indi-
cativo, ou seja, verbos terminados em -ria, os quais
I (eu) am (sou, estou)
representam uma situação que possivelmente teria
ocorrido em algum momento antes de determinada
You (tu, você) are (é, está)
situação no passado. O modal would também pode
conferir sentido de possibilidade, desejo ou pedido We (nós) are (somos, estamos)
(ou sugestão no sentido de oferta). Confira a seguir:
You (vós, vocês) are (são, estão)
z Afirmativa: We would love to go (Nós amaríamos They (eles, elas) are (são, estão)
ir) — desejo;
z Interrogativa: Dad wouldn’t understand this He (ele) is (é, está)
situation (Papai não entenderia essa situação)
— possibilidade; She (ela) is (é, está)
z Interrogativa: Would you like some water? (Você
It (ele, ela, neutro) is (é, está)
320 gostaria de um pouco de água?) — pedido/sugestão.
Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, podendo ser nem sequer possuem um equivalente direto e preci-
apresentado nas suas opções em contração aren’t e isn’t. sam ser explicadas com outras palavras.
Algumas expressões são utilizadas em conversas
I (eu) am not (não sou, não estou) comuns do cotidiano, cada qual possui sua peculiarida-
de, sem regras que padronizem o uso. Basta um conhe-
are not ou aren’t cimento mais popular do idioma, através de músicas,
You (tu, você) filmes, séries e vídeos, para ser capaz de identificar
(não é, não está)
quando uma expressão não quer dizer o que ela literal-
are not ou aren’t
We (nós) mente significaria ao ser traduzida. Confira uma lista
(não somos, não estamos)
de expressões idiomáticas comuns na língua inglesa:
are not ou aren’t
You (vós, vocês)
(não são, não estão) To make a long face Fazer cara de desgosto
To make something up Inventar uma história
are not ou aren’t
They (eles, elas) Recompor suas emoções,
(não são, não estão) To pull yourself together
endireitar-se
is not ou isn’t To fill in someone’s shoes Assumir o lugar de alguém
He (ele) To run errands Resolver tarefas fora de casa
(não é, não está)
To come up with Pensar e expor ideias, soluções
is not ou isn’t Estar esgotado com algo ou
She (ela) To be fed up with
(não é, não está) alguém
is not ou isn’t To cost an arm and a leg Custar muito caro
It (ele, ela, neutro)
(não é, não está) Chicken feed Salário baixo
Raining cats and dogs Chuva muito forte
Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo. To give the could shoulder Ignorar alguém
Observe: Muito fácil, “mamão com
A piece of cake
açúcar”
Pessoas iguais, “farinha do
Am I? (Eu sou? Eu estou?) Two peas in a pod
mesmo saco”
The last straw O limite, “a gota d’água”
Are you? (Você é? Você está?)
As far as I know Até onde eu sei
Are we? (Nós somos? Nós estamos?) Abusar de algo, “passar da
To be out of line
conta”
Are you? (Você é? Você está?)
To hit the road Pegar a estrada
Are they? (Eles são? Eles estão?) To be saved by the bell Ser “salvo pelo gongo”
To break the ice “Quebrar o gelo”, descontrair
Is he? (Ele é? Ele está?)
Is she? (Ela é? Ela está?) Observe que, na tabela apresentada, algumas expres-
sões possuem equivalência na língua portuguesa e outras
Is it? (Ele/ela é? Ele/ela está?)
não. Isso ocorre devido ao fato de que traduções não são
suficientes para entender o contexto de um idioma, é pre-
A partir do conhecimento deste tempo verbal, pode-
ciso entender a cultura, a história, o humor e até a popu-
mos explorar a estrutura do present continuous. Soma-
lação de um país para realmente poder entender como
do ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação no
gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo sufixo este idioma foi construído e fundamentado.
-ing, a fim de expressar uma ação contínua. Observe: Este aprofundamento permitirá um conhecimen-
to mais amplo do idioma, o que será benéfico sempre
Lucy is playing with the other kids (Lucy está brin- que se fizer necessário estudar aspectos linguísticos
cando com as outras crianças). que estão intrinsecamente relacionados à cultura, aos
You aren’t doing your job well (Você não está fazen- costumes e à população de um país.
do seu trabalho bem).
Are they studying for the test? (Eles estão estudan- TAG QUESTIONS
do para a prova?)
As question tags ou tag questions no inglês são
VERBOS FRASAIS (PHRASAL VERBS) fórmulas de perguntas curtas dispostas ao fim de uma
oração a fim de confirmar uma informação nela pre-
Todo idioma possui uma gama de expressões idio-
sente. Diante da afirmação da oração, apresenta-se
máticas oriundas de sua cultura, do folclore, dos cos-
INGLÊS
QUESTION TAG NO PRESENTE Para o passado, temos penas um verbo auxiliar para
estruturar frases negativas e interrogativas, o did, sendo
Antes de entrarmos no primeiro exemplo com ele utilizado com todo e qualquer pronome. Este conhe-
relação à question tags e seu uso em cada tempo cimento é de extrema relevância para a construção des-
verbal, é necessário relembrar quais são os verbos ta estrutura. Agora observe a oração em questão:
auxiliares de cada um deles. Para o presente, temos
dois verbos auxiliares para estruturar frases negati- z We had another chance, didn’t we? (Nós tínhamos
vas e interrogativas, são eles o DO e o DOES, sendo o outra chance, não é?).
primeiro utilizado com os pronomes I, you, we, they
e o segundo com he, she, it. Este conhecimento é de No exemplo acima o trecho inicial da frase é mar-
extrema relevância para a construção desta estrutura. cado pelo tempo verbal passado, indicado pelo verbo
Agora observe a oração em questão: had (tinha). É também uma frase afirmativa, o que
You love cheese, don’t you? (Você ama queijo, não é?) indica que o seu final, o trecho marcado pela ques-
No exemplo acima o trecho inicial da frase é mar- tion tag, obrigatoriamente deve estar negativo. Esse
cado pelo tempo verbal presente, indicado pelo verbo final, então, é marcado pelo auxiliar did, pois refere-
love (amar). É também uma frase afirmativa, o que indi-
-se ao passado, somado ao not (não) seguido do sujeito
ca que o seu final, o trecho marcado pela question tag,
da oração. Vale ressaltar que os auxiliares nas tags,
obrigatoriamente deve estar negativo. Este final, então é
quando negativos, devem sempre vir em sua forma
marcado pelo auxiliar DO, pois refere-se ao sujeito you
(você), somado ao not (não) seguido do sujeito da oração. contraída, ou seja, em vez de did not, usa-se didn’t,
Vale ressaltar que os auxiliares nas tags, quando negati- como no exemplo acima. Confira mais alguns exem-
vos, devem sempre vir em sua forma contraída, ou seja, plos a seguir:
em vez de do not, usa-se don’t, como no exemplo acima.
Confira mais alguns exemplos a seguir: z She enjoys the summer, doesn’t she? (Ela aprecia o
verão, não é?);
z She enjoys the summer, doesn’t she? (Ela aprecia o z He doesn’t care about it, does he? (Ele não se
verão, não é?); importa com isso, não é?);
z He doesn’t care about it, does he? (Ele não se importa z I look awful, don’t I? (Eu estou horrível, não é?).
com isso, não é?);
z I look awful, don’t I? (Eu estou horrível, não é?). Observe que as orações afirmativas possuem tags
negativas e as orações negativas possuem tags afirma-
Observe que as orações afirmativas possuem tivas, ou seja, apenas com o auxiliar e a repetição do
tags negativas e as orações negativas possuem tags pronome da oração ao final.
afirmativas, ou seja, apenas com o auxiliar e a repeti- Quando se trata do verbo irregular to be no tem-
ção do pronome da oração ao final. po passado, usam-se os próprios verbos (was e were)
Quando se trata do verbo irregular to be no tempo como auxiliares da question tag, em sua forma con-
presente, usam-se os próprios verbos (is e are) como
traída (wasn’t e weren’t). Confira os exemplos:
auxiliares da question tag, em sua forma contraída
(isn’t e aren’t). Confira os exemplos:
z He was feeling better, wasn’t he? (Ele estava se
sentindo melhor, não estava?);
z She is feeling weak, isn’t she? (Ela está se sentindo
z Anna and Josh were running, weren’t they? (Anna
fraca, não está?);
z The kids are happy today, aren’t they? (As crianças e Josh estavam correndo, não estavam?);
estão felizes hoje, não estão?); z You weren’t here two minutes ago, were you? (Você
z My grandma isn’t here anymore, is she? (Minha não estava aqui há dois minutos, estava?).
avó não está mais aqui, está?).
QUESTIONS TAGS NO FUTURO
A única exceção à regra ao uso de question tags
com o verbo to be é quando se trata da primeira pes- Para o presente, temos duas formas para traba-
soa do singular I (eu) em orações afirmativas, neste lhar, o futuro com will e o futuro com going to. Traba-
322 caso se deve usar o verbo are. Note: lharemos ambos separadamente.
Futuro com Will TAG QUESTION COM VERBOS MODAIS
O verbo auxiliar para estruturar frases afirmati- Quando se trata de verbos modais, aqueles verbos
vas, negativas e interrogativas, nesse caso, é o próprio específicos da língua inglesa que seguem regras pró-
will. Agora, observe a oração em questão: prias para suas alterações de estrutura, também temos
regras para o uso deles quanto as question tags. Antes,
z They will visit us, won’t they? (Eles nos visitarão, porém, devemos relembrar os modais e seus usos:
não é?).
Expressa habilidade,
No exemplo anterior o trecho inicial da frase é Poder,
CAN capacidade,
marcado pelo tempo verbal futuro, indicado pelo ver- conseguir
possibilidade
bo will visit (visitará). É também uma frase afirmativa,
o que indica que o seu final, o trecho marcado pela Expressa
Poderia,
question tag, obrigatoriamente deve estar negativo. COULD possibilidade,
conseguiria
Este final, então, é marcado pelo auxiliar will somado permissão, capacidade
ao not (não), seguido do sujeito da oração.
Vale ressaltar que os auxiliares nas tags, quando Expressa sugestão,
SHOULD Deveria
negativos, devem sempre vir em sua forma contraí- conselho, dever
da, ou seja, em vez de will not, usa-se won’t, como
Expressa
no exemplo acima. Confira mais alguns exemplos a MUST Dever
obrigatoriedade, dever
seguir:
Expressa permissão e
MAY Poder
z Paul will love it, won’t he? (Paul amará isso, não é?); possibilidade
z I won’t have to say anything, will I? (Eu não terei
que falar nada, não é?); Expressa permissão e
MIGHT Poderia
z Both of you will go, won’t you? (Ambos irão, não é?). possibilidade leve
Verbo + ia
Observe que as orações afirmativas possuem tags Expressa possibilidade
WOULD (modificador de
negativas e as orações negativas possuem tags afirma- e idealização
verbos)
tivas, ou seja, apenas com o auxiliar e a repetição do
pronome da oração ao final.
No caso dos modais, o verbo auxiliar para estru-
Futuro com Going to turar frases afirmativas, negativas e interrogativas
neste caso é o próprio verbo modal em questão. Este
Quando se trata do tempo verbal futuro com going conhecimento é de extrema relevância para a cons-
to, usa-se o verbo to be como auxiliar, são eles os pró- trução desta estrutura. Agora, observe as orações a
prios verbos (is e are) que atuam como auxiliares da seguir:
question tag, em sua forma contraída (isn’t e aren’t),
ou seja, ele segue a mesma regra padrão do verbo to z My parents can come, can’t they? (Meus pais
be no presente, salvo pelo uso de going to antes do ver- podem vir, não podem?);
bo principal da oração. Confira os exemplos: z They could visit us, won’t they? (Eles poderiam nos
visitar, não é?);
z She is going to travel to China, isn’t she? (Ela vai z She should stop smoking, shouldn’t she? (Ela deve-
viajar pra China, não vai?); ria parar de fumar, não deveria?);
z My children aren’t going to sleep, are they? (meus z You must do it, mustn’t you? (Você deve fazê-lo,
filhos não vão dormir, vão?); não é?);
z You are going to prepare our meal, aren’t you? z We would love to go, wouldn’t we? (Nós amaría-
(Você vai preparar nossa refeição, não vai?). mos ir, não é?).
A única exceção à regra ao uso de question tags
Nos exemplos anteriores o trecho inicial de cada fra-
com o verbo to be, auxiliar do futuro com going to, é
se é marcado por cada verbo modal em questão (can,
quando se trata da primeira pessoa do singular I (eu)
could, should, must, would). É possível observar que as
em orações afirmativas, neste caso se deve usar o ver-
frases estão na afirmativa, o que indica que suas termi-
bo are. Observe:
nações, referentes ao trecho marcado pela question tag,
z Incorreto: I am going with you, am I not? (Eu vou obrigatoriamente devem estar na negativa. Este final,
com vocês, não vou?); então é marcado pelo auxiliar de cada modal, ele pró-
z Correto: I am going with you, aren’t I? (Eu vou prio, somado ao not (não), seguido do sujeito da oração.
com vocês, não vou?). Vale ressaltar que os auxiliares nas tags, quando nega-
tivos, devem sempre vir em sua forma contraída, como
Em orações negativas, “I am not” (eu não sou), nos exemplos acima: can’t, couldn’t, shouldn’t, mustn’t,
wouldn’t. Veja mais alguns exemplos a seguir:
INGLÊS
QUESTION TAGS NO MODO IMPERATIVO They weren’t tired, Yes, they were. /
were they? No, they weren’t.
O modo imperativo trata-se de pedidos, proibições, (Eles não estavam (Sim, eles
sugestões e exigências. No caso das question tags, pode- cansados, estavam) estavam. / Não,
Past
mos usar como exemplo a expressão let’s (vamos), fre- Was he a healthy eles não estavam.)
(to be)
quentemente usada. Quando usamos este modo, o seu kid? Yes, he was. / No,
fim é irregular, ele assume forma de plural e muda seu (Ele era uma criança he wasn’t.
auxiliar tornando-se “shall” (vamos) ao fim, sem fazer saudável?) (Sim, ele era. Não,
uso da regra de inversão negativa-afirmativa. Veja: ele não era)
Let’s go to the movies, shall we? (Vamos ao cine- Will your mom let Yes, she will. / No,
ma, não vamos?) you go? she won’t.
Let’s dance, shall we? (Vamos dançar, não vamos?) (Sua mãe vai te (Sim, ela vai. /
Ou em outros exemplos de imperativos, usa-se o Future deixar ir?) Não, ela não vai.)
will ou o would para exercer o papel de auxiliar na (will) Will they help you? Yes, they will. / No,
(Eles vão te ajudar?) they won’t.
question tag, podendo vir negativa ou afirmativa
(Sim, eles vão. /
independentemente do início da oração.
Não, eles não vão)
Get my phone for me, won’t you? (Pegue meu tele-
fone para mim, você pode?) Are we going to see Yes, we are. / No,
Do not leave, would you? (Não vá embora, você him? we aren’t.
(Nós vamos vê-lo?) (Sim, nós vamos.
poderia?)
Is he prepared? / Não, nós não
Future
(Ele está vamos)
TAG ANSWERS (going to)
preparado?) Yes, he is. / No, he
isn’t.
As tag answers são formas de respostas curtas que (Sim, ele está. /
podem simplificar a comunicação, todas elas seguem Não, ele não está)
a mesma regra das question tags, baseando-se nos
Has he been there Yes, he has. / No,
auxiliares da oração e em seus pronomes cada qual
before? he hasn’t.
com seu uso específico. Sendo assim, se uma per- (Ele esteve lá (Sim, ele esteve. /
gunta é no presente simples, a resposta será sim ou antes?) Não, não esteve)
não somado ao sujeito em questão seguido do verbo Present
Have they heard the Yes, they have. /
auxiliar do tempo verbal em sua forma afirmativa ou perfect
rumor? No, they haven’t.
negativa. Observe a tabela: (Eles ouviram o (Sim, eles ouviram.
rumor?) / Não, eles não
REPOSTA (TAG ouviram)
PERGUNTA
ANSWER) Had you seen it
Yes, I had. / No I
Do you like cheese? Yes I do. / No, I before?
hadn’t.
(Você gosta de don’t (Você tinha visto
(Sim, eu tinha. /
queijo?) (Sim, gosto. /Não, isso antes?)
Past Não, eu não tinha)
Does she read the não gosto) Had she planned the
Present perfect Yes, she had. / No,
newspaper? Yes, she does. / visit beforehand?
she hadn’t.
(Ela lê o jornal?) No, she doesn’t. (Ela havia preparado
(Sim, ela havia. /
(Sim, ela lê. / Não, a reunião de
Não ela não havia)
ela não lê) antemão?)
324
REPOSTA (TAG ON SOBRE A; EM CIMA DE; ACIMA DE; EM; NO; NA
PERGUNTA
ANSWER)
Usamos a preposição on para indicar tempo de
Will the movie have
Yes, it will. / No, it modo específico.
ended by 4?
won’t She was born on July 17th, 1992.
(O filme terá
(Sim, terá. / Não, (Ela nasceu em 17 de julho de 1992)
acabado até às 4?)
não terá) Usamos a preposição on antes dos dias da semana.
Future Will the comittee
Yes, they will. / No, We have to work on the weekend.
perfect girls have prepared
they won’t. (Nós temos que trabalhar no fim de semana)
the party by then?
(Sim, elas terão. Ron never goes jogging on Sundays.
(O comitê terá
/ Não, elas não (Ron nunca faz cooper aos domingos.)
preparado a festa
terão.) Usamos a preposição on para indicar que um
até lá?)
objeto ou pessoa sobre determinada superfície.
Her pencils are on her desk.
(Os lápis dela estão em sua escrivaninha)
Joseph is dancing on the stage.
(Joseph está dançando no palco)
Usamos a preposição on para indicar endere-
PREPOSIÇÕES (PREPOSITIONS) ços (apenas nomes).
The office is on Maple Avenue.
PREPOSIÇÕES DE TEMPO, LUGAR, MOVIMENTO E (O escritório é na avenida Maple)
FORMAS DE TRANSPORTE Usamos a preposição on para falar de meios
onde informações estão disponíveis.
Assim como no português, as preposições na lín- We watch the Oprah Winfrey show on TV.
gua inglesa são elementos que funcionam como (Nós assistimos ao show da Oprah Winfrey na TV)
conectivos entre orações, ligando-as de acordo com a You can purchase our products on our website.
relação que se pretende estabelecer entre uma infor- (Você pode adquirir nossos produtos em nosso site)
mação e outra, completando o sentido de uma frase
por completo. Algumas preposições são recorrentes e
aparecem em quase toda comunicação verbal na lín- FOR PARA; DURANTE; POR; HÁ
gua inglesa. Conheça a seguir algumas delas:
Usamos a preposição for para indicar a finali-
dade de algo.
IN DENTRO DE; EM; DE; NO; NA My wife uses our porch area for painting.
(Minha esposa usa nossa área da sacada para
Usamos a preposição in para indicar tempo. pintar)
She was born in July. Usamos a preposição for para expressar o mo-
(Ela nasceu em julho) tivo ou o propósito do objeto em questão.
Usamos a preposição in para indicar lugar. This store is for women only.
Oliver lives in Romenia. (Esta loja é apenas para mulheres)
(Oliver mora na Romênia) Usamos a preposição for para indicar a duração
Usamos a preposição in para indicar que um objeto de tempo de algum evento ou acontecimento.
ou pessoa está dentro de um determinado local. He has been working in that company for eleven
Her pencils are in her pencil case. years.
(Os lápis dela estão em seu estojo) (Ele trabalha naquela empresa há onze anos)
Lucas is working in his bedroom. You’ve been in the bathroom for half an hour.
(Lucas está trabalhando em seu quarto) (Você está no banheiro há uma hora)
TO PARA; A
AT À; ÀS; EM; NA; NO
Usamos a preposição to para indicar deslo-
Usamos a preposição at para falar as horas. camento de um local ao outro, movimento ou
Is this meeting at 5 pm? destino.
(Esta reunião é às 17h?) His family is moving to Australia in a month.
Usamos a preposição at para falar sobre ende- (A família dele vai se mudar para a Austrália
reços completos (com número, nome da rua, em um mês)
entre outros elementos). Grandma is going to the store.
They live at 97 Broadway Street, California. (A vovó está indo à loja)
(Eles moram na Rua Broadway, número 97, na Usamos a preposição to para indicar a duração
Califórnia) de tempo de um acontecimento entre seu iní-
INGLÊS
Under Debaixo A big dog was sleeping on the floor so she had
to walk around it. Um cachorro grande estava
In Em
dormindo no chão, então ela teve que andar ao
Above Acima redor dele.
They walked around the town for an hour. Eles
In front Em frente à caminharam pela cidade por uma hora.
Across Do outro lado
z Away from: longe de
Below Abaixo
Indica o ponto onde um movimento começa
Along Ao longo de
The mouse ran away from the cat and escaped. O
Behind Atrás
rato correu para longe/fugiu do gato e escapou.
Beside Ao lado
z Down: para baixo, descer
Between Entre
z Into: Dentro
They went up on to the stage. Subiram ao palco. The mouse ran under the chair. O rato correu
Move the kettle on to the counter. Mova a chalei- debaixo da cadeira.
ra para o balcão. Submarines can travel under water. Os submari-
nos podem viajar debaixo d’água.
z Out of: fora, para fora
z Up: acima, subir
Indicando o espaço fechado onde começa um
movimento.
Movimento de um ponto inferior para um ponto
Take your hands out of your pockets and help superior de algo
me! Tire as mãos dos bolsos e me ajude!
He went out of the room to smoke a cigarette. Jack and Jill ran up the hill. Jack e Jill subiram a
Saiu do quarto para fumar um cigarro. colina correndo.
The boat takes two hours going up the river and
z Over: Sobre, acima one hour coming down. O barco leva duas horas
subindo o rio e uma hora descendo.
Movimento acima e através da superfície superior
ou superior de algo
Essa lista é apenas uma amostra das demais pre-
We are flying over the mountains. Estamos posições de movimento existentes na língua inglesa.
voando sobre as montanhas. Quando nos referimos a meios de transporte,
The cat jumped over the wall. O gato pulou o como car (carro), bus (ônibus), taxi (táxi), train (trem)
(por cima do) muro. etc., usamos a preposição by (de) para nos referirmos
a utilização de um desses meios de transporte para
z Past: por, pela, pelo deslocamento, observe:
Movimento de um lado para o outro de algo z She loves to travel by plane (Ela ama viajar de
We could see children in the playground as we avião)
drove past the school. Podíamos ver as crianças z I’d rather go there by car. (Eu prefiro ir lá de carro)
no recreio enquanto passávamos pela escola. z We would love to get to know the city by taxi (Nós
We gave the marathoners water as they ran past amaríamos conhecer a cidade de taxi)
us. Demos água aos maratonistas enquanto eles
passavam por nós.
a) Are you. 11. (DECEx — 2021) Which option has one word out of
b) You are. context?
c) Am you.
d) You is. a) shorts – sneakers – swimsuit – cap – T-shirt – skirt.
e) Is you. b) short – tall – good-looking – pretty – heavy – thin.
c) friendly – serious – funny – nice – smart – shy.
5. (DECEx — 2019) Which sentence is grammatically d) Brazilian – Russian – New Yorker – France – Spanish
correct? – English.
e) China – Mexico – Germany – Turkey – India – United
a) Camilla´ s dress is cheaper than mine. Kingdom.
b) My car is more fast than my sister’s car.
c) I went to bed more earlier than usual. 12. (DECEx — 2021) In the sentence “Jackson wasn´t
really angry, he was only pretending.”, the verb in bold
d) Gustavo is more old than his brother.
means that:
e) Going by train is expensiver thanby car.
a) Jackson acted like he was angry.
6. (DECEx — 2019) Complete the sentence below using
b) Jackson will be angry.
the appropriate words: Mr. Harris _____ trains: He is c) Jackson tried not be angry.
afraid of airplanes and _______ like buses, but ______ d) Jackson wants to be angry.
trains. e) Jackson becomes angry easily.
7. (DECEx — 2021) Todas as palavras abaixo formam o a) They are travel until Saturday.
plural em inglês como a palavra “photo”, exceto: b) We can playing basketball really well.
c) I am eating. Can you call me later?
a) video. d) She is going home every weekend.
b) piano. e) I studying Japanese. It is fantastic!
c) radio.
d) hero. 14. (DECEx — 2020)
e) kilo.
Brazilian Armed Forces
8. (DECEx — 2021) Complete the blanks with the right
The Brazilian Armed Forces is tlhe unified military
articles when necessary. Attention: the blank space
organization formed by the Brazilian Army (including
(__) in the options means no article. “In my cottage
the Brazilían Army Aviation), the Brazilian Navy (inclu-
there are _____ tables in the dining room and there is ding the Brazilian Marine Corps and Brazilian Naval
_____ armchair in _____ living room.” Aviation) and the BrazilianAir Force.
Brazil’s arrned forces are the third largest in the Ameri-
a) a, an, ___. cas, after the United States and Colombia, and the larg-
b) ___, a, the. est in Latin America by the level of mililary equipment,
c) a, ___, ___. with approximately 318,480 active-duty troops and offi-
d) ___, an, the. cers. They are expanding their presence in the Amazon
328 e) a, an, an. under the Northern Corridor (Calha Norte) program.
ln 1994, Brazilian troops joined United Nations (UN) 9 GABARITO
peacekeeping forces in five countries.
The Brazilian military, especially the army, is more
1 C
involved in civic-action programs, education, heallh
care, and constructing roads, bridges, and rállroads 2 D
across the nation. The 1988 Constitution preserves the
3 E
external and internal roles of the Armed Forces, but it
places the military under presidential authority. 4 A
5 A
(Adaptado de Brazilian Armed Forces. Revolvy, 2019. Disponível em
https://www.revolvy.com/page/Brazilian-ArmedForces? cr-1. Acesso 6 E
em: 19 de ago. de 2019)
7 D
According to the text, it is correct to say that: 8 D
330