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COLÉGIO CONEXÃO

9º ano – Ensino Fundamental

Aluno (a): __________________________________ Data: ___/___/___


Educador(a): Vitória

A construção da República no Brasil


Em 15 de novembro, liderados pelo marechal Deodoro da
Fonseca (imagem ao lado), os militares destituíram o Visconde de
Ouro Preto do Gabinete Ministerial. Ao longo do dia, as
movimentações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a
República na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Isso marcou o
início da Primeira República Brasileira.
Com o golpe de 15 de novembro de 1889 teve fim o regime
monárquico no Brasil e iniciou-se a República. O acontecimento
ocorreu sem confrontos armados, mas provocou importantes
desdobramentos no país: os primeiros anos do novo sistema de
governo foram marcados por muitas discordâncias políticas e vários
conflitos sociais. No Rio Grande do Sul, na Bahia e em Pernambuco houve resistências ao
golpe, mas esses eventos isolados não puseram em risco o novo regime. Nesse período,
aumentaram as divergências entre os próprios republicanos, que não formavam um grupo
uniforme. Havia pelo menos três projetos de República, e a discordância entre eles acabou
provocando levantes armados.
Após o 15 de novembro, três diferentes grupos republicanos passaram a disputar o
poder, cada um com suas propostas:
• O projeto dos grandes proprietários de terra, notadamente os paulistas, que contou com apoio
de alguns profissionais liberais, propunha uma República liberal federalista (com autonomia das
províncias), inspirado no modelo dos Estados Unidos.
• O projeto militar era a favor de uma espécie de ditadura, com um governo centralizador e
mantenedor da ordem e do progresso, influenciado pela doutrina positivista.
• O projeto dos grupos urbanos, como pequenos proprietários, profissionais liberais, jornalistas,
professores e estudantes, inspirava- -se na República Jacobina, implantada na França em
1792 e 1793, de ampla participação popular. Eram vistos com receio pelos demais
republicanos.
Trabalhadores urbanos e rurais manifestaram-se de diferentes formas, muitas vezes agitando o
cenário político brasileiro, principalmente nos centros urbanos, que passaram a ser cada vez
mais palco de lutas e reivindicações dos trabalhadores.

AS FASES
Consolidação (1889-1898)
Institucionalização (1898-1921)
Crise (1921-1930)
COLÉGIO CONEXÃO
9º ano – Ensino Fundamental

Aluno (a): __________________________________ Data: ___/___/___


Educador(a): Vitória

A República da Espada - O Governo Provisório (1889-1891)


No mesmo dia em que o imperador foi deposto, um decreto instaurou no país uma República
Federativa. As antigas províncias foram transformadas em estados, que juntos formavam os
Estados Unidos do Brasil. Foi criado um Governo Provisório, chefiado pelo marechal Deodoro
da Fonseca. Para consolidar o novo sistema, foram tomadas as seguintes medidas:
• exílio da Família imperial para evitar qualquer resistência monarquista: Pedro II e familiares
foram expulsos para a Europa (o imperador deposto morreu dois anos depois, em Paris);
• a convocação de eleições para uma Assembleia Constituinte: grupo composto de
parlamentares encarregados de elaborar a primeira Constituição republicana;
• separação entre Igreja e Estado: os registros de casamento e nascimento, antes atribuições
da Igreja, passam a ser feitos pelo Estado;
• concessão de nacionalidade brasileira a todos os estrangeiros residentes no país;
• adoção de uma nova bandeira nacional para substituir a do Império;
• fechamento de Câmara, Senado e Assembleias Provinciais;
• substituição dos presidentes das antigas províncias: foram indicados pelo Governo Provisório
para administrar os estados (em substituição às províncias).
A Constituição de 1891
Em setembro de 1890, ocorreram as eleições para a Assembleia Constituinte. Entre os eleitos,
havia militares, membros da elite agrária e das camadas médias urbanas (como advogados,
jornalistas e comerciantes).
Em fevereiro de 1891, a nova Constituição foi promulgada. Seu texto determinava que:
• o Estado brasileiro se organizava em três poderes independentes – o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário;
• essa mesma divisão de poderes era respeitada em cada estado;
• o Poder Executivo nos estados era exercido pelo presidente do Estado (somente após 1930 é
que passou a ser chamado de governador do Estado);
• tinham direito a voto todos os maiores de 21 anos, exceto mulheres, frades, mendigos,
analfabetos e soldados;
• somente o primeiro presidente e o seu vice seriam eleitos de forma indireta pela própria
Assembleia Constituinte. Após encerrar seu trabalho, ela seria transformada em Congresso
Nacional (formando o Senado e a Câmara).
Ao determinar que apenas os cidadãos homens e alfabetizados podiam votar, a Constituição
de 1891 excluiu grande parte da população do processo político. Em 1894, cerca de 65% dos
adultos eram analfabetos e, de cada cem brasileiros, apenas dois ou três atendiam a todas as
exigências para serem eleitores. Além das mulheres e dos analfabetos, eram excluídos dos
direitos políticos os milhares de indígenas que ocupavam, viviam e compunham o território
nacional.

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