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República Velha

A monarquia caiu. Nasceu a república. O Brasil mudava a forma de governo


sem revolucionar a sociedade.
 trocamos de bandeira;
 separamos a Igreja do Estado;
 nova constituição;
 mantivemos o povo em sua pobreza e a elite em sua exploração. Para a
população pobre das cidades e do campo, a República recém-proclamada não
trouxe nenhuma esperança de uma vida melhor.

O período de 1889-1894 é conhecido como República da Espada pelo fato de


o país ter sido governado por militares; já o período de 1894-1930 é chamado de
República Oligárquica, pois o poder esteve, em grande parte, nas mãos das famílias
poderosas de cada estado, as oligarquias estaduais - sobretudo São Paulo, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul - (oligarkhia – do grego; “governo exercido por um pequeno
número de pessoas ou de famílias”).

PROJETOS REPÙBLICANOS
 Projeto republicano liberal: defendido principalmente pelos cafeicultores
paulistas, pregava a descentralização política e, consequentemente, a
autonomia dos estados (como em breve seriam chamadas as províncias) e
a formação de uma república federativa;
 Projeto republicano jacobino: defendido por setores da população urbana,
que incluíam baixa classe média (pequenos comerciantes, funcionários) e
setores intelectualizados (jornalistas e profissionais liberais, como médicos,
advogados e professores);
 Projeto republicano positivista: baseado nas ideias do filósofo francês
Auguste Comte (1798--1857), esse projeto tinha ampla aceitação no
exército. Visava à promoção do progresso, sempre com um espírito ordeiro,
não revolucionário, e forte atuação do Estado.

FORMAÇÃO DO NOVO GOVERNO


Na noite do dia 15 de novembro de 1889, formou-se um governo provisório
republicano para dirigir o país.
- grupo de militares;
- cafeicultores;
- profissionais liberais.
Eram liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, que deixara de ser
monarquista somente na véspera do golpe republicano.
Elaborou-se um documento que proclamava as decisões tomadas pelo novo
governo, declarando suas intenções e objetivos;
- deixava claro que não haveria nenhuma transformação radical da sociedade;
- a principal preocupação do governo era defender a ordem pública já existente,
a segurança, e os direitos proprietários brasileiros e estrangeiros;

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- pagamento de todas as dívidas que o antigo regime monárquico tinha com
credores externos.

GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA (1889-1891)


O governo provisório da recém-instalada república tinha por objetivo resolver
os primeiros e mais urgentes problemas criados pela proclamação e dirigir o país até
que pelo menos fosse redigida uma nova Constituição.
Alguns problemas iniciais que afetaram o novo regime foram a falta de apoio
da marinha, ainda fortemente monarquista, e o excessivo autoritarismo de Deodoro.
Mesmo assim, cumprindo a função provisória, o governo Deodoro da Fonseca
implantou as primeiras e mais urgentes medidas, destacando-se: extinção das
instituições imperiais; convocação de eleições para a Assembleia Constituinte;
banimento da família imperial; separação entre Igreja e Estado; a “grande
naturalização”, projeto que oferecia a cidadania brasileira a todos os estrangeiros
então residentes no Brasil.
Indicação de ministros de diferentes tendências republicanas: o Ministério da
Guerra (militar positivista Benjamin Constant); o Ministério das Relações Exteriores
(republicano civil Quintino Bocaiúva); o Ministério da Fazenda (intelectual baiano Rui
Barbosa).

A reforma e a crise financeira


Rui Barbosa (1849--1923), apesar de ser considerado um livre-pensador,
defendia algumas ideias simpáticas ao exército, em geral, e aos positivistas, em
particular. Sua atuação marcou o primeiro momento em que o governo brasileiro
esboçou uma política industrialista, promovendo uma reforma financeira.
Os dois maiores obstáculos ao desenvolvimento industrial eram a falta de
recursos e a grande demanda por moeda, associados à expansão do trabalho
assalariado após a libertação dos escravos e à entrada maciça de imigrantes no país.
Ações: a emissão de papel-moeda, concedendo a alguns bancos privados esse
direito (Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul); criou leis para facilitar
o estabelecimento de sociedades anônimas e, ainda, um novo regime de taxas
alfandegárias para encarecer os produtos estrangeiros e favorecer o surgimento de
indústrias no Brasil.
Resultado: o dinheiro emitido foi além das necessidades um violento processo
inflacionário conhecido como Crise do Encilhamento, também caracterizado por uma
febre especulativa, falência de indústrias recém-surgidas e desemprego.
Criticado por muitos, sobretudo pelos representantes da cafeicultura paulista,
Rui Barbosa demitiu-se em janeiro de 1891.

CONSTITUIÇÃO DE 1891
No primeiro aniversário da república, em 15 de novembro de 1891, reuniu-se
na cidade do Rio de Janeiro a Assembleia Constituinte, com a missão de elaborar a
primeira Constituição republicana (a 2ª do Brasil). Seu modelo era a Constituição dos
Estados Unidos.

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CARACTERÍSTICAS:
o Federalismo: O Brasil passava a ser uma república federativa, com um
governo central e 20 estados membros que desfrutavam de grande
autonomia, inclusive jurídica, administrativa e fiscal;
o Sistema de governo: o Brasil adotava o presidencialismo, ou seja, o
presidente da república era o chefe de governo e o chefe do Estado,
exercendo seu cargo com o auxílio de ministros;
o Procedia-se à divisão dos três poderes, independentes entre si, com
Legislativo bicameral, formado pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado.
 EXECUTIVO: presidente e os ministros de Estado; mandato de
quatro anos; em caso de afastamento, o presidente seria
substituído pelo vice-presidente;
 LEGISLATIVO: Congresso Nacional, composto pela Câmara dos
Deputados e do Senado Federal;
 JUDICIÁRIO: órgão máximo era o Supremo Tribunal Federal;
exercido por juízes e tribunais.
o Voto: foi abolido o voto censitário; estabelecia-se o voto universal
masculino, não secreto, que excluía do processo eleitoral mulheres,
analfabetos, mendigos, menores de 21 anos, padres e soldados.
o Na Constituição de 1891, ficava determinado também que o próximo
presidente da República após a promulgação da Constituição,
excepcionalmente, seria eleito pela Assembleia Constituinte. Em março
de 1891, Deodoro da Fonseca passou a ser o primeiro presidente
constitucional da República brasileira.

GOVERNO DE DEODORO DA FONSECA


Elaborada a Constituição de 1891, a Assembleia Constituinte foi transformada
em Congresso Nacional. Coube a esse órgão eleger os primeiros presidente e vice-
presidente da República.
 O marechal Deodoro da Fonseca – tinha o apoio dos militares e a forte
oposição dos cafeicultores; o vice-presidente seria o almirante Eduardo Wandenkolk;
 A oligarquia cafeeira de São Paulo apresentou seus candidatos: Prudente
de Morais para presidente e o marechal Floriano Peixoto para vice-presidente.
Com o apoio dos militares, que pressionaram as ações do Congresso, o
marechal Deodoro venceu as eleições, em 1891, com uma pequena vantagem sobre
Prudente de Morais. O vice-presidente da chapa de Deodoro, entretanto, perdeu a
eleição para Floriano Peixoto.
Apesar de suas tendências autoritárias, Deodoro da Fonseca agora deveria
submeter sua vontade à de um Congresso em grande parte controlado por
cafeicultores. Os choques entre o presidente e o Congresso se tornaram frequentes,
acrescentando à crise econômica a primeira grande crise política republicana.
Ao nomear o barão de Lucena, Henrique Pereira de Lucena - uma grande figura
da monarquia - para o Ministério da Fazenda, os parlamentares da oposição

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aprovaram um projeto limitando o poder do presidente. Deodoro da Fonseca, e, 3 de
novembro de 1891, fechou o Congresso e mandou prender seus principais líderes.
Alguns dos principais opositores, porém, tiveram uma atitude inesperada: tendo
escapado à prisão, articularam o enfrentamento ao golpe. O movimento espalhou-se
pelo país e até dentro do exército, sob a liderança de Floriano Peixoto. Na Estrada de
Ferro Central do Brasil, iniciou-se uma greve dos trabalhadores contrários ao golpe.
No dia seguinte, a insatisfação da marinha veio à tona, quando o almirante
Custódio José de Melo mandou apontar os canhões dos navios atracados na baía de
Guanabara para a cidade, ameaçando bombardeá-la e exigindo a renúncia do
presidente, no episódio conhecido como a Primeira Revolta da Armada.
Diante da situação, isolado politicamente, Deodoro da Fonseca renunciou à
presidência em 23 de novembro de 1891. Seu cargo foi ocupado pelo vice-presidente
da República, o marechal Floriano Peixoto.

GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO (1891-1894)


O marechal Floriano Peixoto chegou ao poder apoiado pelas forças políticas de
São Paulo (as oligarquias/membros do Partido Republicano Paulista – PRP) e por
influentes setores das Forças Armadas.
Bastante hábil, diferentemente de seu antecessor, Floriano Peixoto conseguiu
articular em torno de si o apoio dos republicanos radicais (a ponto de “florianismo”
poder ser considerado sinônimo de “jacobinismo”) e dos positivistas.
Dentre suas primeiras medidas destacam-se: o afastamento dos chefes de
governo estaduais considerados adversários e a reabertura do Congresso Nacional.
Embora também autoritário, procurou seguir a Constituição e conseguiu
agradar a diferentes grupos políticos. Sua política econômica voltou-se tanto para as
pretensões sociais e populares do republicanismo radical quanto para as ambições
modernizadoras dos positivistas.
Nos primeiros dias de seu governo, Floriano Peixoto baixou uma série de
medidas que beneficiaram as camadas urbanas (comerciários, profissionais liberais,
funcionários públicos e o nascente operariado) e a população mais pobre da capital
federal, como a construção de casas populares, baixou o preço da carne, dos aluguéis
residenciais, tabelou o preço do pão, do feijão, da batata entre outros, o que o tornou
uma figura querida nesses setores da sociedade do Rio de Janeiro, embora no
restante do Brasil ele permanecesse pouco conhecido. Essas ações tiveram um papel
importante para a sustentação do seu governo.
A concessão de benefícios instituída por Floriano Peixoto caracterizou o
paternalismo, uma relação política na qual se oferecem vantagens, como se fossem
um “presente”, sem, no entanto, permitir maior participação política.
Paralelamente, Floriano Peixoto estimulava a indústria, com linhas de crédito
abertas pelo Banco do Brasil. Fez uma reforma bancária: proibiu os bancos
particulares de emitir dinheiro; a emissão da moeda passava a ser responsabilidade
exclusiva do governo federal.

Revoltas e oposição

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O perfil popular de Floriano, entretanto, não encobria sua face autoritária. Ele
teve de enfrentar alguns inimigos: pouco depois de ter assumido a presidência, um
grupo de militares contestou a legitimidade de seu governo; políticos civis organizaram
uma campanha antiflorianista, com base no artigo 42 da Constituição, exigindo novas
eleições presidenciais.
Em abril de 1892, treze generais do exército redigiram um manifesto
(Manifesto dos Treze Generais) pedindo o afastamento do presidente e a realização
de eleições. A reação de Floriano foi pronta e dura, e os oficiais envolvidos foram
afastados e presos, com base no Código Militar, acusados de insubordinação

REVOLUÇÃO FEDERALISTA E A SEGUNDA REVOLTA DA ARMADA


Nos estados, enquanto isso, as disputas políticas entre grupos locais
desestabilizavam o governo. No Rio Grande do Sul, a disputa envolvia o governo
estadual, liderado por Júlio de Castilhos, da base de sustentação do presidente
Floriano Peixoto, e positivista – pois nesse estado foi mais comum o positivismo entre
os civis. A Castilhos e sua agremiação, o Partido Republicano do Rio Grande do Sul
(PRR), apelidados de pica-paus, opunha-se Silveira Martins, líder do Partido
Federalista, apelidados de maragatos, contrário à excessiva centralização política
vigente no estado. Em fevereiro de 1893, os federalistas se levantaram contra os
republicanos, e Floriano Peixoto assumiu a defesa do governador rio-grandense. Logo
o conflito local transformou-se em conflito nacional, já que os opositores de Floriano
acabaram apoiando o movimento federalista.
OBS.: O símbolo dos “maragatos” era um lenço vermelho, enquanto o dos
“pica-paus”, um lenço branco.
Tendo de um lado federalistas e de outro republicanos, a Revolução
Federalista (Revolução da Degola), como se tornou conhecida, ganhou nova
dimensão e se expandiu para outros estados do Sul, em decorrência da eclosão de
outra revolta, a Revolta da Armada.
A nova Revolta da Armada eclodiu no Rio de Janeiro em setembro de 1893,
desencadeada por uma situação política peculiar. A marinha – abrigando tendências
monarquistas em seu corpo de oficiais – contava ainda com o republicanismo de
alguns oficiais que apoiavam as pretensões políticas do almirante Custódio de Melo,
que desde 1891 ambicionava a presidência.
Repetindo o episódio da Revolta de 1891, os oficiais da marinha dirigiram os
canhões para a cidade do Rio de Janeiro, exigindo a renúncia de Floriano Peixoto,
que, ao contrário do que fizera Deodoro, resistiu. Entre setembro de 1893 e março de
1894, a capital foi constantemente bombardeada pelos canhões dos poderosos navios
da marinha, enquanto o exército e as fortalezas em terra respondiam ao ataque. Em
meio à destruição provocada pelo fogo cruzado, a população fugia para o interior,
enquanto alguns batalhões de voluntários protegiam as praias para evitar o
desembarque dos rebeldes.
Em novembro de 1893, as tropas federalistas gaúchas avançaram sobre Santa
Catarina, encontrando-se em Desterro (atualmente Florianópolis, capital do estado)
com destacamentos navais revoltosos. A Revolução Federalista unia-se à Revolta da

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Armada e, em janeiro do ano seguinte, os rebeldes já chegavam ao Paraná, tomando
a capital, Curitiba.
Os revoltosos, porém, foram vencidos pelas tropas florianistas no Paraná. No
Rio de Janeiro, os navios de guerra recém-adquiridos por Floriano Peixoto derrotaram
os últimos navios ainda sublevados, levando à rendição dos rebeldes da marinha no
início de 1894. Fracassavam as revoltas, e Floriano iria governar até o último dia de
seu mandato.

Com a proximidade da sucessão presidencial, os paulistas, cujos principais


líderes estiveram ao lado do presidente, escolheram o republicano histórico Prudente
de Morais como candidato para a primeira eleição presidencial direta. Seu vice era
baiano (Manuel Vitorino) e intimamente ligado ao grupo florianista. Realizadas as
eleições e contados os votos, os cafeicultores paulistas assumiram o controle
do primeiro governo civil da república.
A vitória coube ao projeto de República liberal dos cafeicultores paulistas, mas
essa república seria bem pouco democrática, se comparada com o modelo norte-
americano. Aqui, a exclusão política e a fraude, não raro contando com o apoio da
autoridade constituída, seriam a norma.
Apenas aparentemente liberal, o novo período republicano, inaugurado pela
eleição de Prudente de Morais, esteve longe de ser pacífico. As camadas
economicamente inferiores desconfiaram da república, mantendo quase sempre uma
atitude de indiferença, ou então apoiaram o regime na medida em que conseguiam
extrair dele umas poucas vantagens imediatas; ou, ainda, reagiram violentamente,
quando nem mesmo suas mínimas necessidades estavam sendo satisfeitas pelo
regime.

REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
Depois de 1894, os militares deixaram o centro do poder político no Brasil.
Podemos afirmar que, durante esse período, a política funcionava na base de
troca de favores; na economia, além da agricultura exportadora, predominantemente
cafeeira, houve significativo desenvolvimento da indústria; ampliou-se o número de
operários, que organizaram os primeiros movimentos para lutar pelos direitos
trabalhistas.

Situação política
 voto censitário (Império) X fim do voto censitário (República);
 coronelismo e voto de cabresto;
 jagunços ou capangas;
 fraudes eleitorais;
 política dos governadores e a degola;
 política do “café com leite” (PRP, Partido Republicano Paulista e PRM, Partido
Republicano Mineiro);

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Situação econômica
 economia baseada na produção de matérias-primas e gêneros tropicais
destinados à exportação e sujeita às oscilações do mercado internacional;
 café: líder das exportações; sem grandes concorrentes no mercado
internacional, o Brasil chegou a atender dois terços do consumo mundial do
café; utilização da mão de obra assalariada contribuiu para aumentar a
capacidade de produção das fazendas; a partir do século XX, a economia
cafeeira começou a enfrentar crises de superprodução (oferta maior do que a
procura), ocasionando queda nos preços e acúmulo de estoques invendáveis;
 Convênio de Taubaté: os cafeicultores organizaram, em 1906, na cidade
paulista de Taubaté, uma reunião com a finalidade de encontrar soluções para
as crises de superprodução; propuseram que o governo comprasse a produção
de café que ultrapassasse a procura do mercado – estocar para, depois, ser
vendido quando os preços normalizassem; para isso, o governo faria
empréstimos no exterior; proposta aceita (governo de Afonso Pena), porém os
estoques do governo cresciam e não surgiam oportunidades para vendê-los no
mercado exterior;
 açúcar – até 1830 era nosso principal produto de exportação; perdeu para a
concorrência (açúcar de beterraba produzido na Alemanha, Bélgica e França);
a produção de açúcar de cana nas ex-colônias espanholas dominadas pelos
EUA (Cuba, Porto Rico), contava com capitais norte-americanos e gozava de
tarifas preferenciais nesse país; passou a ser vendido cada vez mais no
mercado interno brasileiro;

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 algodão – entre 1821 e 1830, ocupou o segundo lugar na pauta das
exportações brasileiras; nas décadas seguintes, perdeu para a concorrência da
produção algodoeira dos EUA (distância entre Europa e EUA e a melhor
qualidade dessa produção); durante a Guerra de Secessão, o Brasil voltou a
exportar algodão para as indústrias europeias (1861-1870), após a guerra civil
norte-americana, a produção entrou novamente em declínio; destinou-se, por
fim, às indústrias de fiação e tecelagem e, expansão no país;
 borracha – a partir de 1840, produto de crescente procura nos países
industrializados; a região amazônica conheceu súbito esplendor que, todavia,
durou apenas três décadas (1891-1918); países capitalistas, como a Inglaterra
e Holanda, investiram no cultivo de seringais em áreas de sua dominação
(Malásia, Ceilão e Indonésia); a partir de 1920, a borracha brasileira
praticamente não tinham mais lugar no mercado internacional;
o a economia da borracha acabou provocando um problema entre o Brasil
e a Bolívia em 1903 – Questão Acre: depois de contendas com o
exército daquele país, brasileiros e bolivianos assinaram um acordo, o
Tratado de Petrópolis, segundo o qual o Brasil anexaria o Acre e, em
troca, pagaria uma pesada indenização de 2 milhões de libras esterlinas
para a Bolívia;
 cacau – cultivado no sul da Bahia, teve destino semelhante ao da borracha no
mercado externo (aumento do consumo de chocolates na Europa e nos EUA);
cresceu durante todo o período da República Velha; os ingleses investiram na
produção de cacau na região africana (Costa do Ouro; hoje integra Gana),
superando as exportações de cacau brasileiro;
 indústrias – a República Velha é a época em que o crescimento das indústrias
ganhou novo impulso; principal centro de expansão industrial brasileira era o
estado de São Paulo, onde viviam os mais importantes produtores de café do
país que, com as frequentes crises de superprodução, passaram a investir
parte de seus capitais na indústria; havia, também, grande número de
imigrantes (italianos, espanhóis), que viviam do trabalho assalariado na
agricultura (desiludidos com o trabalho no campo, buscaram nas cidade uma
nova oportunidade de vida; em 1928, a renda industrial superava, pela primeira
vez, a renda da agricultura; os setores urbanos, classe média e proletariado
industrial, tornaram-se forças sociais cada vez expressivas e passaram a exigir
maior participação política;
 lutas operárias  sindicatos  movimentos operários: anarquismo;
 fundação do Partido Comunista Brasileiro (1922), inspirado na vitória dos
comunistas na Revolução Russa de 1917; foi fechado pela polícia,
sobrevivendo na clandestinidade;
 Greve geral de 1917: em São Paulo.

Política indigenista
 durante o Brasil Colônia: catequese promovida pela Igreja Católica; missões
jesuíticas;

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 durante o Brasil Império: não houve grandes mudanças nas diretrizes dessa
política;
 durante a o Brasil República: Igreja foi separada do Estado; criação do
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), em 20 de junho de 1910, dirigido pelo
militar Cândido Rondon; o governo federal assumia a tarefa de lutar contra
o extermínio dos povos indígenas e “pacificar” os conflitos entre os
indígenas e outros segmentos da sociedade nacional; foi extinto em 1967,
sendo substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Política de “Salvação Nacional”


Nas eleições presidenciais de 1910, por exemplo, paulistas e mineiros se
desentenderam e o eleito foi o marechal Hermes da Fonseca – que disputou a eleição
com Rui Barbosa, cuja campanha baseava-se no argumento de que o poder deveria
ficar com os civis (Campanha Civilista).
Hermes da Fonseca governou de forma conservadora do ponto de vista
econômico, permanecendo atrelado aos planos de valorização do café. Na área
política, porém, realizou uma sistemática intervenção nos estados, promovendo a
substituição de grupos oligárquicos por outros. Esse processo costuma ser
denominado Política das Salvações. A “salvação” consistiria em promover
intervenções nos estados pinheiristas, substituindo uma oligarquia fiel ao senador
gaúcho - Pinheiro Machado -, por um grupo mais ligado ao presidente da República.
- Revolução Cearense de 1914: A cidade de Juazeiro foi tomada e os
revoltosos, das mais diversas origens, abençoados pelo padre Cícero (Cícero Romão
Batista), rumaram em direção à capital do estado, onde derrubaram o governador e
promoveram o retorno de Nogueira Acioli, ou seja, de um político ligado a Pinheiro
Machado.

Endividamento externo e o “Funding Loan”


O novo regime acabou herdando uma dívida externa crescente no período
monárquico, devido a dependência brasileira das importações para a obtenção de
produtos manufaturados.
O Ministro da Fazenda, Joaquim Duarte Murtinho, antes da posse de Campo
Salles, foi a Inglaterra com o objetivo de renegociar a dívida brasileira. Após alguns
dias de renegociação, Murtinho conseguiu um acordo em que todas as dívidas foram
centralizadas para um único credor (Banco Rothschild, o novo credor do Brasil).
Recebeu um empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas, para assim auxiliar o
Brasil na sua recuperação econômica. Em troca, o Brasil deu como garantia do
empréstimo as futuras receitas das taxas alfândega, da Estrada de Ferro Central do
Brasil e do serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro.
Ou seja, o Funding Loan (empréstimo de consolidação) consistia numa
moratória: em troca de uma suspensão temporária do pagamento da dívida externa,
concordava-se com o aumento da dívida que seria acrescido da ampliação dos prazos
para pagá-la.

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REVOLTAS NA REPÚBLICA VELHA
Revolta de Canudos, Guerra do Contestado, Revolta da Vacina, Revolta da
Chibata, entre outras, são respostas contra a situação de miséria e opressão que se
vivia na República Velha.

Revoltas Messiânicas
- messianismo: os movimentos sociais em que milhares de sertanejos fundara
importantes comunidades comandadas por um líder religioso; atribuíam-se a esses
líderes qualidade como o dom de fazer milagres, realizar curas e profetizar
acontecimentos; desenvolveu-se em áreas rurais pobres, baseado na religiosidade
popular do sertanejo e em seu sentimento de revolta contra a miséria, a opressão e
as injustiças da república dos coronéis;
- Canudos e Contestado;

o REVOLTA DE CANUDOS (1893-1897)


- governo de Prudente de Morais;
- líder dos sertanejos era Antônio Vicente Mendes Maciel, mais
conhecido como Antônio Conselheiro; não compreendendo certas
mudanças surgidas coma República, declarava-se contra o casamento
civil e por isso foi identificado como fanático religioso e monarquista;
- Canudos, foi um velho arraial no sertão baiano; em pouco tempo,
transformou-se numa das cidades mais povoadas da Bahia, com
aproximadamente 30 mil habitantes;
- a elite política e os fazendeiros baianos passaram a temer o crescente
poder de Antônio Conselheiro e exigiram que o governo estadual
acabassem com o arraial de Canudos e sua experiência comunitária
alternativa;
- após sangrentas batalhas, Canudos foi completamente destruída (5 de
outubro de 1897);
- a Guerra de Canudos foi tema do livro Os Sertões (1902), do escritor
Euclides da Cunha.
SAIBA MAIS:
https://www.politize.com.br/guerra-de-
canudos/?https://www.politize.com.br/&gclid=CjwKCAjw2K6lBhBXEiwA5RjtCckrYp0g
Et0sosSLD3fJYcf5yxOa6nS9TjhPsI-Y_yr6y1KMxJbfRxoCrRYQAvD_BwE

o GUERRA DO CONTESTADO (1912-1916)


- fronteira entre Paraná e Santa Catarina, numa região contestada
(disputada) pelos dois estados;
- número grande de sertanejos sem-terra e famintos que viviam sob dura
exploração dos fazendeiros e de duas empresas norte-americanas que
ali atuavam: Southern Brazil Lamber and Colonization, de madeira e
colonização; e a Brazil Railway, ferroviária;
- os sertanejos do Contestado começaram a organizar um movimento
sob a liderança de um “monge” chamado João Maria; morreu e em seu

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lugar surgiu um outro “monge”, conhecido como José Maria
(reencarnação do primeiro; seu nome verdadeiro era Miguel Lucena
Boaventura);
- mais de 20 mil sertanejos que lutavam por um pedaço de terra e uma
vida justa;
- fundação de alguns povoados que compunham a chamada “Monarquia
Celeste” (semelhante a Canudos);
- foram violentamente reprimidos;
- em novembro de 1912, José Maria foi morto em combate; seus
seguidores criaram novos núcleos da “Monarquia Celeste”, todos
combatidos e destruídos pelas tropas do Exército Brasileiro;
- os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil homens
armados de canhões, metralhadoras e até aviões de bombardeio.
- com o fim da Guerra do Contestado, foi celebrado um acordo que fixou
os limites oficiais entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

Cangaço
A situação de miséria, as injustiças dos coronéis, a fome e as secas produziram
no Nordeste um cenário favorável à formação de bandos populares, bem-armados,
conhecidos como cangaceiros.
- cangaço dependente (do século XVIII ao final do século XIX), “pertenciam”
a quem lhes pagava;
- cangaço independente (1896 e 1940), bandos armados que agiam por conta
própria;
Andavam pelos sertões assaltando fazendas e matando pessoas;
espalhavam o medo, numa terra sem lei.
Entre os mais importantes bandos de cangaceiros destacaram-se o de Jesuíno
Brilhante, Antônio Silvino (1900), Sinhô Pereira e o de Virgulino Ferreira, mais
conhecido como Lampião (1920).
Depois que a polícia massacrou o bando de Lampião, em 1938, o cangaço
praticamente desapareceu do Nordeste.

o REVOLTA DA VACINA (1904)


- governo de Rodrigues Alves;
- Rio de Janeiro, capital da República: cidade com graves problemas
urbanos e sociais – pobreza, desemprego, lixo amontoado pelas ruas,
ratos e mosquitos transmissores de doenças; milhares de pessoas
morriam em consequência de epidemias como as de febre amarela,
peste bubônica e varíola;
- o desejo era transformar o Rio de Janeiro a “capital do progresso”, uma
espécie de cartão-postal da República, inspirada em Paris e em seus
planos de urbanização, realizados pelo arquiteto Haussmann no século
anterior;

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- iniciativas de reformar e modernizar a cidade (presidente): medidas
enérgicas no combate às epidemias (prefeito); demolições, o alto custo
de vida e a obrigatoriedade da vacina (causas da Revolta);
- obras de modernização comandadas pelo prefeito Pereira Passos:
alargamento das ruas principais, a construção da Avenida Central (atual
Avenida Rio Branco), a ampliação da rede de água e esgoto e a
remodelação do porto; “Bota abaixo”;
- médico Oswaldo Cruz: diretor da Saúde Pública, convenceu o
presidente a decretar a lei da vacina obrigatória (1904) contra a varíola;
a população não foi corretamente esclarecida sobre a necessidade da
vacina;
- diversos setores da sociedade reagiram à vacina obrigatória: revolta
popular que explodiu pelas ruas do Rio de Janeiro, no período de 10 a
15 de novembro de 1904;
- políticos e militares da oposição aproveitaram da situação para
derrubar Rodrigues Alves da presidência da República;
- o governo dominou a revolta usando tropas do corpo de bombeiros e
da cavalaria; centenas de participantes dos conflitos e tumultos foram
presos e deportados para o Acre.

o REVOLTA DA CHIBATA
- final do governo de Nilo Peçanha;
- 22 de novembro de 1910;
- revolta envolvendo 2 mil marujos da Marinha brasileira, liderada pelo
marinheiro João Cândido;
- tomaram o comando do navio encouraçado Minas Gerais, matando, na
luta, o comandante do navio e mais três oficiais que resistiram;
- assumiram o controle dos navios São Paulo Bahia e Deodoro;
- apontaram os canhões de bombardeio para a cidade do Rio de Janeiro
e enviaram um comunicado ao presidente da República: explicavam as
razões da revolta e fizeram pedidos (queriam mudanças no código de
disciplina da Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com
25 chibatadas); fora as mais terríveis e humilhantes punições; má
alimentação e os miseráveis soldos;
- sob a mira dos canhões, o governo prometeu atender às exigências
dos marujos; acreditando no governo, os marinheiros entregaram os
navios aos novos comandantes; entretanto, o governo não cumpriu as
promessas – decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de
alguns líderes;
- 9 de dezembro, explodiu outra revolta dos marujos, mas o governo
havia se preparado para reagir;
- João Cândido foi preso e jogado numa masmorra da ilha das Cobras;
foi julgado e absolvido em 1912, passando para a história como o
Almirante Negro, que acabou com a chibata na Marinha do Brasil.

126
o TENESTISMO
- início da década de 1920: crescia o descontentamento social contra o
tradicional sistema oligárquico que dominava a política brasileira;
- tenentismo: movimento político-militar que, pela luta armada,
pretendia conquistar o poder e fazer reformas na sociedade; pregavam
a moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral;
queriam o fim do voto de cabresto e a criação de uma justiça eleitoral
autônoma e honesta; defendiam um nacionalismo econômico e uma
reforma na educação pública para que o ensino se universalizasse para
todos os brasileiros.

o REVOLTA DO FORTE DE COPACABANA – OS 18 DO FORTE (1922)


- primeira revolta tenentista;
- 5 de julho de 1922;
- liderada por 18 tenentes que, reunindo uma tropa de aproximadamente
300 homens, decidiram agir contra o governo e impedir a posse do
presidente Arthur Bernardes;
- provocou a imediata reação das tropas fiéis às oligarquias;
- impossível aos militares revoltosos resistir; lançaram-se num combate
corpo a corpo com as tropas do governo;
- Eduardo Gomes e Siqueira Campos conseguiram escapar com vida,

o REVOLTA DE 1924
- uma nova revolta tenentista;
- liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, pelo tenente Juarez Távora e
por políticos, como Nilo Peçanha;
- em São Paulo, 5 de julho;
- com aproximadamente 1000 homens, os revoltosos ocuparam lugares
mais estratégicos da cidade; diversas batalhas foram travadas entre os
rebeldes e as tropas do governo;
- com reforços vindos do Rio de Janeiro, o governo paulista organizou
uma melhor reação contra os rebeldes;
- Coluna Paulista: bem-armada tropa, tinha como objetivo continuar a
luta contra o governo, levando a revolução para outros estados do Brasil;

o COLUNA PRESTES
- a Coluna Paulista seguiu em direção ao sul do país, onde se encontrou
com uma outra coluna militar, liderada por um jovem capitão do exército,
Luís Carlos Prestes, que ficou conhecido como O cavaleiro da
esperança;
- união das duas forças  Coluna Prestes;
- percorreram mais de 20 mil quilômetros através dos estados
brasileiros, procurando despertar na população brasileira a revolta
contra o poder das oligarquias;

127
- houve perseguição sem descanso por parte do governo;
- em 1926, ao final do mandato de Arthur Bernardes, a Coluna ingressou
em território boliviano, onde, finalmente, se desfez;
- Luís Carlos Prestes voltaria ao país, tornando-se um dos principais
líderes do Partido Comunista (fundado em 1922).

SEMANA DA ARTE MODERNA


Contestação e reação contra as estruturas oligárquicas da República Velha
atingiu também o campo cultural, manifestando-se no chamado movimento
modernista.
MARCO PRINCIPAL: a Semana da Arte Moderna, realizada na cidade São
Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. Palco: o Teatro Municipal de São
Paulo. Contou com recitais de poesia, exposições de pintura e escultura, festivais de
música e conferências sobre artes.
NOMES: escritores – Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de
Carvalho, Oswald de Andrade; músicos – Heitor Villa-Lobos e Ernani Braga; artistas
plásticos – Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfati, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.
OBJETIVO: reagir criticamente contra os padrões arcaicos e à invasão cultural
estrangeira que despersonalizada o Brasil; implicava abrasileirar a cultura brasileira.
Todo o movimento provocou forte reação dos setores conservadores, mas
conseguiu, com o tempo, impor-se dentro da cultura dominante do país.

128
A Era Vargas

ANTECEDENTES:
- em 1929, o mundo foi abalado pela crise do capitalismo;
- os EUA mergulharam numa crise econômica que se espalhou por quase todo
o planeta: a superprodução da indústria norte-americana, que cresceu mais do que as
necessidades de seu mercado interno e mais que o poder de compra do mercado
internacional; sem poder vender, também deixaram de comprar;
- durante o governo de Washington Luís, o Brasil enfrentou um endividamento
interno e externo: deixou de vender milhões de sacas de café, despencando o preço
do café; numa tentativa desesperada de segurar os preços, milhares de sacas foram
queimadas, em vão;
- o enfraquecimento econômico da oligarquia cafeeira contribuiu para
desestruturar a organização do poder da República Velha;
- ruptura do acordo político entre as lideranças de Minas Gerais e São Paulo:
Washington Luís deveria indicar um mineiro, mas acabou indicando um paulista
alegando defender os interesses da cafeicultura; apoiava Júlio Prestes do Partido
Republicano Paulista (PRP), enquanto os políticos mineiros apoiavam Antônio
Carlos Ribeiro de Andrade, governador de Minas Gerais, do Partido Republicano
Mineiro (PRM);
- a oposição às oligarquias tradicionais aproveitou o momento para conquistar
espaço político e formar alianças: Aliança Liberal (lideranças políticas do Rio Grande
do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba) lançou o candidato Getúlio Vargas, governador
gaúcho para a presidência da República e João Pessoa, governador paraibano para
vice-presidente; apresentavam um programa de reformas como: instituição do voto
secreto; Justiça Eleitoral; criação de leis trabalhistas; incentivo à produção industrial;

REVOLUÇÃO DE 1930
Após a eleição presidencial de 1930, os votos foram apurados e o paulista Júlio
Prestes - do PRP - saiu vitorioso, derrotando Getúlio Vargas - da Aliança Liberal.
A oposição recusava-se a aceitar o resultado; a vitória do paulista não passava
de uma fraude, diziam. O governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, pronunciou a
célebre frase que entrou para a história: Façamos a revolução, antes que o povo faça.
A Aliança Liberal percebia que era preciso assumir o comando das transformações,
antes que os grupos sociais o fizessem.
ESTOPIM: João Pessoa foi assassinado (por motivos pessoais e políticos), em
25 de julho; sua morte foi a causa imediata para unir a oposição contra o governo!
Em 03 de outubro, uma luta armada estourou no Rio Grande do Sul,
espalhando-se por Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco; era preciso impedir Júlio
Prestes de tomar posse da Presidência como sucessor de Washington Luís.
Os militares, liderados pelos generais Mena Barreto, Tasso Fragoso e o
almirante Isaías Noronha, depuseram o presidente Washington Luís, no dia 24 de
outubro, a poucas semanas do fim de seu mandato. O poder foi entregue a Getúlio
Vargas, chefe político da Revolução de 1930.
Terminava a República Velha. Iniciava o período getulista (Era Vargas)!

129
GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934)
Getúlio Vargas tratou de tomar medidas para controlar a situação política do
país:
 suspensão da Constituição de 1891;
 fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das
Câmaras Municipais;
 a indicação de Interventores militares para chefiar os governos estaduais; por
exemplo: a Bahia foi entregue a Juracy Magalhães; boa parte do Nordeste
passou ao controle de Juarez Távora (que, por isso, foi apelidado de vice-rei
do Norte); São Paulo passou às mãos do pernambucano João Alberto;

A Revolução Constitucionalista de 1932


O governo de Vargas foi revelando suas principais características:
centralização do poder, preocupação com a questão social dos trabalhadores,
interesses em defender as riquezas nacionais. Isso assustava a oposição política de
São Paulo, que desejava a volta da República Velha.
O PRP formou uma frente única (a FUP, Frente Única Paulista) com o Partido
Democrático (PD), que tinha apoiado a Revolução de 1930, mas estava descontente
com a nomeação do interventor João Alberto Lins e Barros para governar São Paulo.
Getúlio, cedendo às pressões, nomeou o interventor Pedro de Toledo, mas
exigiu que metade de seu secretariado e o comandante da Força Pública fossem
indicados pelos tenentes; eles queriam era novas eleições e a convocação de uma
Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição do país.
Em maio de 1932, durante uma manifestação pública contra o governo federal,
quatro estudantes paulistas - Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – morreram em
um conflito de rua (formou-se a sigla MMDC, símbolo do movimento
constitucionalista).
No dia 9 de julho de 1932, explodiu a Revolução Constitucionalista, sob a
liderança do general Isidoro Dias Lopes e do civil Pedro de Toledo: São Paulo reuniu
armas e 30 mil homens para lutar contra o governo federal. São Paulo ficou isolado
do resto do país. Após três meses de combate, os paulistas foram derrotados pelas
tropas federais. Getúlio Vargas garantiu a realização de eleições para a Assembleia
Nacional Constituinte. O paulista Armando Salles Oliveira foi nomeado interventor em
São Paulo.
- a aprovação do Código Eleitoral de 1932, que concedia o direito de voto às
mulheres. A primeira deputada brasileira foi a médica paulista Carlota Pereira de
Queiroz, eleita para a Assembleia Constituinte de 1933.

GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)


No dia 16 de julho de 1934, terminou o trabalho da Assembleia e foi promulgada
a nova Constituição do Brasil:
o de caráter liberal: estabelecia o princípio federativo, mas a União
passava a ter maior influência na esfera econômica e na social;

130
o a incorporação do Código Eleitoral: representação classista (uma parte
dos deputados devia ser escolhida por associações profissionais); o voto
secreto; o voto feminino; a Justiça Eleitoral;
o a pluralidade e autonomia dos sindicatos
o uma legislação trabalhista;
o nacionalismo econômico;
o ensino primário gratuito, de frequência obrigatória;
o previa que, excepcionalmente, a próxima eleição presidencial seria
indireta. O presidente eleito pelos constituintes em 1934 foi Getúlio
Vargas.

Dois grupos políticos, com ideologias totalmente distintas, destacaram-se na


vida pública brasileira: os integralistas e os aliancistas.

Integralismo
 em 1932, o escritor Plínio Salgado, Miguel Reale e outros intelectuais e
políticos lançaram um manifesto à nação: era uma espécie de cópia, adaptada
ao Brasil, das ideias nazifascistas;
 foi criada a Ação Integralista Brasileira (AIB); conquistou a simpatia de
empresários, parte da classe média, parte do clero e de oficiais das Forças
Armadas;
 defendiam o combate ao comunismo, o nacionalismo exacerbado, o Estado
todo-poderoso, a disciplina e a hierarquia dentro da sociedade, a censura às
atividades artísticas e a entrega do poder a um único chefe integralista;
 submetiam-se à rígida disciplina militar e vestiam uniformes verdes;
 desfilavam pelas ruas como tropa militar, gritando a saudação indígena
Anauê!;
 atacavam os adversários de outras organizações políticas;
 seu lema: “Deus, Pátria e família”.

Aliancismo
 Aliança Nacional Libertadora (ANL), principal grupo político adversário do
integralismo; frente de oposição ao fascismo e ao imperialismo;
 reunia grupos de várias tendências: sociais-democratas, socialistas,
anarquistas, comunistas;
 principal corrente era o Partido Comunista; em abril de 1935, Luís Carlos
Prestes foi eleito presidente de honra da Aliança;
 suas propostas eram populares e revolucionárias, tais como: nacionalização
das empresas estrangeiras; não-pagamento da dívida externa brasileira;
realização de uma reforma agrária, dando terras aos trabalhadores do campo
e combatendo o latifúndio; garantia das liberdades individuais;
 o governo federal, apoiados pelas classes dominantes decretou o fechamento
da sede da ANL, em junho de 1935.

131
Intentona Comunista (1935)
A repressão do governo provocou a reação de setores militares comunistas que
participavam da ANL.
Em novembro de 1935, eclodiu a chamada Intentona Comunista, uma
tentativa de golpe militar para a conquista do poder que, efetivamente, ficou restrita a
batalhões do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro. Todas foram
prontamente reprimidas pelas forças governamentais.
A Intentona Comunista serviu de pretexto para o governo torna-se ainda mais
autoritário. Em nome do “perigo comunista”, foram presos milhares de sindicalistas,
operários, militares e intelectuais acusados de atividades subversivas contra o
governo; Graciliano Ramos, Luís Carlos Prestes (que ficou preso até 1945) e Olga
Benário (esposa de Prestes, militante alemã, mesmo grávida foi torturada e enviada
de volta à Alemanha, morrendo no campo de concentração em 1942).
Getúlio Vargas decretou estado de sítio, abolindo as garantias constitucionais.

ESTADO NOVO (1937-1945)


- o mandato de Vargas terminaria em 1938;
- aproximando-se a data das eleições presidenciais, teve início a campanha
eleitoral: a do paulista Armando de Salles Oliveira e a do paraibano José Américo
de Almeid; um terceiro candidato foi Plínio Salgado, da Ação Integralista, que era
fortemente rejeitado pelo eleitorado;
- embora parecesse colaborar com a campanha presidencial, Vargas não
descartava a possibilidade de manter-se no poder, contando com o apoio de certos
setores da sociedade, para os quais interessava mais a estabilidade que a
normalidade constitucional; preparava um golpe de Estado para permanecer na
presidência da República;
- em setembro de 1937, o governo divulgou a existência de um falso plano
comunista para assumir o poder no Brasil, o Plano Cohen, que, na verdade, fora
redigido por um oficial integralista do exército;
- o plano serviu de pretexto para o golpe: em 10 de novembro, Vargas ordenou
o fechamento do Congresso, a etinção dos partidos políticos e a suspensão da
campanha presidencial e da Constituição. Estava instalada a ditadura do Estado
Novo.

Constituição de 1937
A Constituição de 1934 foi substituída por uma nova, que pretendia dar uma
aparência de legalidade ao novo governo. Redigida às pressas pelo jurista Francisco
Campos, ministro da Justiça de Vargas, foi parcialmente inspirada nas Constituições
fascistas da Itália e da Polônia – daí seu apelido de Polaca (palavra depreciativa,
utilizada na época para vulgarmente designar prostitutas).

OBSERVAÇÃO: durante esse período, o país viveu sob o chamado de estado de


emergência, que permitia ao governo invadir casas, prender pessoas e exilar líderes
oposicionistas.

132
- fim do federalismo;
- supressão das instituições democráticas;
- centralização política, com o fortalecimento do poder do presidente;
- extinção do Legislativo, cujas funções passariam a ser exercidas pelo
Executivo;
- subordinação do poder Judiciário ao Executivo;
- indicação dos governadores (interventores) dos estados pelo presidente;
- legislação trabalhista.

A REVOLTA INTEGRALISTA DE 1938


A mais séria tentativa de derrubar o Estado Novo partiu de um grupo
simpatizante de medidas autoritárias e fascistas: os integralistas, que haviam
aplaudido o golpe de 1937 – afinal, feito em nome do combate ao comunismo. O
próprio Vargas foi bastante tolerante, permitindo a sobrevivência do grupo, ao
contrário de outras agremiações políticas; no entanto, não havia ligações com os
camisas verdes do movimento integralista.
Mantidos à margem do governo, em 1938 tentaram, sem sucesso, assaltar o
Palácio Guanabara e derrubar Vargas, no movimento que se tornou conhecido como
Intentona Integralista. Porém, mal organizados, fracassaram. Seguiram-se o exílio de
Plínio Salgado e o desaparecimento do movimento integralista.

O fortalecimento do poder do Estado


O governo Vargas utilizou vários recursos de propaganda para conquistar a
simpatia popular:
 em 1938, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP);
 em 1939, criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP); “Hora do
Brasil” (atual A voz do Brasil);
 o poder policial se fortaleceu, principalmente a Polícia Especial/Polícia Secreta,
cujo chefe, Filinto Müller, era conhecido por sua truculência;
 o Ministério da Educação e Saúde Pública, criado em 1930 uma instituição
desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, como saúde, esporte,
educação e meio ambiente; foi um órgão importante na exaltação da imagem
de Getúlio Vargas;
 o principal meio de fortalecimento do poder do Estado, no entanto, foi a
aproximação de Getúlio Vargas dos trabalhadores urbanos, configurando uma
prática apelidada de populismo;
 controle dos sindicatos;
 1º de maio de 1943, a legislação trabalhista foi reunida na Consolidação das
Leis de Trabalho (CLT);

133
TRANSFORMAÇÃO ECONÔMICA E O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
BRASILEIRO
Na economia: a Era Vargas caracterizou-se por apresentar diversas medidas
consideradas intervencionistas, como a adoção de políticas que buscavam estabilizar
a cafeicultura, diversificar a produção agrícola e estimular o desenvolvimento
industrial;
No plano social: com o aumento populacional urbano e as reivindicações do
movimento operário, o governo getulista foi marcado pela instituição de leis que
garantiam direitos básicos aos trabalhadores.

Agricultura
 nos primeiros anos da década de 1930, as exportações de café haviam
diminuído devido à crise de 1929; muitos cafeicultores faliram e milhares de
trabalhadores do campo perderam o emprego;
 o governo proibiu o plantio de novas mudas de café durante três anos e
ordenou a queima de milhões de sacas estocadas em depósitos do governo;
 com essas e outras medidas, a cafeicultura foi lentamente se reequilibrando e,
a partir de 1939, o café voltou a alcançar bons preços no exterior;
 para diversificar a produção agrícola, o governo incentivou o cultivo de outros
produtos: algodão, cana-de-açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais;

Industrialização
 a política industrial adotada por Vargas visava substituir artigos importados por
produtos fabricados no Brasil;
 aumentou as taxas de importação, elevando o preço dos produtos estrangeiros,
diminuiu os impostos sobre a indústria, estimulou a produção interna e o
consumo de bens nacionais;
 o número de industrias dobrou (especialmente as de alimentos, tecidos,
calçados, móveis etc.); somou-se a instalação de indústrias estrangeiras,
voltadas para a produção química, farmacêutica, de eletrodomésticos, motores
de veículos, pneus etc.;
 Conselho Nacional de Petróleo, criado em 1938;
 empresas estatais: preocupado com as dificuldades para a criação de
indústrias de base, o governo passou a intervir na economia, fundando
empresas para atuar nos campos siderúrgico e de mineração; a Companhia
Vale do Rio Doce, fundada em 1942 para explorar o minério de ferro em Minas
Gerais; e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), instalada a partir da
construção da Usina de Volta de Redonda, no Rio de Janeiro, em 1941; o aço
que era fornecido por essa usina foi fundamental para a industrialização no
país, pois era utilizado como matéria-prima em outros setores; estatais que se
dedicavam ao setores da mecânica pesada, da química e hidreletricidade:
Fábrica Nacional de Motores, no Rio de Janeiro, 1943 – fabricação de
motores de avião e os primeiros caminhões nacionais; Fábrica Nacional de
Álcalis, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, 1943 – montagem de pilhas e

134
baterias que são utilizadas em vários setores, como o automotivo; Companhia
Hidrelétrica do Vale do São Francisco, 1945 – responsável pela produção de
energia elétrica na região Nordeste do Brasil;

Política trabalhista
 com o desenvolvimento urbano de São Paulo e do Rio de Janeiro, milhares de
trabalhadores rurais, que saíam principalmente do Nordeste, fugindo da
miséria, da exploração e da seca, eram atraídos para essas cidades;
 aumentou o número de trabalhadores no Sudeste, mão de obra utilizada pelos
setores industrial, de construção civil, de serviços etc.;
 crescendo o número de operários e importância desses trabalhadores como
grupo social, o governo Vargas procurou sistematizar e promover uma
legislação social e trabalhista voltada para essa grande massa, já que percebia
a força política do operariado nas cidades; surge o trabalhismo no Brasil;
 leis trabalhistas: salário mínimo, férias remuneradas, jornada de trabalho
diária não superior a oito horas, proteção ao trabalho da mulher e do menor e
estabilidade no emprego, a carteira profissional e outros benefícios;
 Populismo: política fundada na sedução dos grupos sociais de menor poder
aquisitivo por meio de medidas que representam ou parecem representar seus
interesses e que enalteçam o líder do governo; na propaganda política, Vargas
era o “grande protetor” dos trabalhadores, uma espécie de “pai dos pobres”;
Vargas sempre começava seus discursos dizendo “Trabalhadores do Brasil”;
 a política trabalhista do governo Vargas inspirava-se na Carta del Lavoro (Carta
do Trabalho), elaborada pelo governo fascista italiano, e tinha dupla função:
conquistar a simpatia dos trabalhadores e exercer domínio sobre eles,
controlando os sindicatos;

O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Entre os anos 1939 e 1945, o mundo foi abalado pela Segunda Guerra Mundial,
quando duas grandes forças se enfrentaram: de um lado, as potências do Eixo
(Alemanha, Itália e Japão) e, do outro, os Aliados (liderados por Inglaterra, Estados
Unidos e União Soviética).
Apesar de ter certa afinidade com os regimes nazista e fascista, o governo
Vargas procurou manter o Brasil em posição de neutralidade durante a guerra: tirou
proveito do conflito para obter vantagens político-econômicas para o país.
- a partir de 1941, o governo brasileiro começou a fazer acordos internacionais
para apoiar os Aliados; comprometeu-se a fornecer borracha e minério para esses
países e permitiu que militares estadunidenses fossem enviados para bases
instaladas no Nordeste brasileiro;
- obteve do governo norte-americano grande financiamento para a construção
da Usina Siderúrgica de Volta Redonda;
- a Alemanha reagiu: entre fevereiro e agosto de 1942, submarinos alemães
torpedearam e afundaram nove navios brasileiros, matando mais de 600 pessoas; isso
causou indignação nacional;

135
- em 31 de agosto de 1942, o governo brasileiro declarou guerra contra às
potências do Eixo;
- em 1944, partiram para lutar na Itália as primeiras tropas da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), comandada pelo general Mascarenhas de Moraes;
e da Força Aérea Brasileira (FAB), criada em 1941; mais de 25 mil soldados foram
enviados para participar de batalhas, como as de Monte Castello, Castelnuevo,
Collechio, Montese e Fornovo;

A SAÍDA DE VARGAS DO PODER


A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados criou
uma situação insólita: combatia-se a ditadura fascista na Europa, enquanto no Brasil
se mantinha um regime ditatorial, embora desgastado, inspirado nesse mesmo
fascismo.
- em 1943, circulou clandestinamente o Manifesto dos Mineiros, documento
redigido por intelectuais que pedia o fim da ditadura e a redemocratização do país,
apelos repetidos no Primeiro Congresso Nacional de Escritores, em janeiro de 1945.
Ambas as declarações foram censuradas pelo DIP;
- em fevereiro do mesmo ano, o jornal Folha Carioca publicou uma entrevista
com o todo-poderoso general Góis Monteiro, que defendia a realização de eleições;
- em 28 de fevereiro, Vargas decretou uma emenda constitucional
regulamentando a criação de partidos políticos e marcando eleições gerais para o final
de 1945;
Vargas antecipou-se, desencadeando ele mesmo o processo de
redemocratização. Suas pretensões continuístas eram evidentes: ao democratizar o
Brasil, ele surgiria como grande defensor do sistema democrático, apresentando como
referência sua luta contra os regimes ditatoriais na Europa.
O presidente iniciou a organização de dois partidos políticos para o apoiarem:
o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), criado dos sindicatos controlados por
Vargas, e o Partido Social Democrata (PSD), formado com o apoio dos interventores
nos estados e da burocracia estatal favorecida ao longo do Estado Novo.
A oposição recém-nascida organizava a União Democrática Nacional (UDN),
de cunho liberal. Ao mesmo tempo, voltava à legalidade o Partido Comunista
Brasileiro (PCB), reforçado com a libertação de Luís Carlos Prestes.

Queremismo!
- enquanto redemocratizavam o Brasil, os aliados do presidente cuidavam
também de organizar o movimento queremista, em cujos comícios repetia-se o lema
“Queremos Getúlio!”, provando seu interesse no continuísmo.
- a adesão ao queremismo foi bastante grande, envolvendo até mesmo o
Partido Comunista, que ainda contava com muitos simpatizantes. Apesar da violência
com que a ditadura tratou o partido e seus membros desde 1935, foi surpreendente o
apoio de Prestes e do PCB a Vargas.
- o queremismo era apoiado, portanto, pelos membros do PTB e do PCB;
- aproveitando esse momento de prestígio popular, em junho de 1945m o
governou decretou a Lei Antitruste, que limitava a entrada de capital estrangeiro no

136
país; setores da oposição, principalmente a UDN, temiam que Vargas impedisse a
realização das eleições presidenciais; uniram forças para derrubá-lo;
- temendo uma guinada à esquerda por parte do presidente, o exército, em 29
de outubro de 1945, por intermédio de seus comandantes Góis Monteiro e Eurico
Gaspar Dutra, acabou por desencadear um golpe, derrubando-o e garantindo a
realização de eleições sem sua participação. A presidência foi entregue
temporariamente a José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Encerrava-se o Estado Novo.

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