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Resumo

Na segunda metade do século XX os governantes investiram em infraestruturas com o


objetivo de criar condições para o desenvolvimento da indústria e do comércio.O projeto foi
realizado a partir de empréstimos do estrangeiro, que acabou por causar o défice nas
contas públicas. Apesar dos incentivos do estado, a balança comercial passou a ser muito
dependente de importações do estrangeiro fazendo o país ter uma balança comercial
deficitária.

Nessa altura, grande parte da população era ainda dependente da agricultura que não
rendia muito economicamente já que as terras continuava a ser trabalhada com técnicas
artesanais sem recurso à mecanização.

A já frágil situação económica piorou com a crise económica Europeia na década de 90,
que aumentou o desemprego e a inflação.

Enquanto isso, veio a público que a família real fazia vários gastos desnecessários o que
fez com que a população desacreditasse na monarquia.

Neste ambiente de insatisfação que os republicanismo começou a ganhar expressão no


país.

Os princípios republicanos eram:

● a abolição da monarquia e a implantação da república;


● a separação da igreja e do estado (laicização do estado);
● a igualdade de todos os cidadãos perante a lei;
● o sufrágio universal;
● o liberalismo económico;
● nacionalismo e colonialismo.

Em 1879, fundou-se o Partido Republicano Portugues (PRP), que passou a fazer


campanhas contra o regime monárquico tendo como seus apoiantes a média burguesia e o
operariado urbano.

O nosso orgulho nacional ficou ainda mais enfraquecido após a apresentação do mapa-cor-
de-rosa na conferência com inglaterra.
A população descontente com a monarquia por ter-se rendido à inglaterra, intensificaram a
propaganda e as manifestações antimonárquicas.
A primeira ameaça ao regime monárquico foi a revolta de 31 de Janeiro de 1891, no Porto.

Face aos acontecimentos, o monarca D.Carlos dissolveu o parlamento e, em 1906 entregou


a chefia a João Franco. Os opositores foram condenados e a liberdade foi limitada pela
censura.

A dureza de João Franco fez-se conduzir ao regicídio. Os opositores revoltados com a


entrega da chefia por parte de D.Carlos, em fevereiro de 1908, assassinaram o mesmo e o
seu filho herdeiro.

O trono foi ocupado pelo seu filho mais novo, D.Manuel II, que demitiu João Franco e
restabeleceu as instruções democráticas.

A 4 de outubro de 1910, em Lisboa, um movimento de militares revoltados e pela população


em geral saiu às ruas com o objetivo de derrubar a monarquia.

Militares e civis concentraram-se na Rotunda enquanto que alguns navios, que estavam
ancorados no rio Tejo, começaram a bombardear o Palácio das Necessidades.

Com isso, o rei e a família real abandonaram a cidade e mudaram-se para o estrageiro.

A 5 de outubro de 1910, na varanda da câmara municipal, José Relvas proclamou a


república.

Estabelecida a República, formou-se o governo provisório, tendo como chefe Teófilo de


Braga, que elaborou as primeiras leis e preparou as eleições.

O primeiro presidente da república portuguesa foi Manuel de Arriaga.

As primeiras eleições foram em 1911. Uma das primeiras medidas dos deputados foi a
redação de um novo texto constitucional - A Constituição de 1911.
Título II

Título III
Carta Constitucional de 1826 Carta Constitucional de 1911

Soberania Rei Nação, representada pelo presidente


da república, o Parlamento e os
tribunais

Distribuição Separação dos poderes Separação dos poderes organizados


do poder organizados da seguinte da seguinte
forma: forma:
Poder moderador- dava ao rei o Poder executivo- Presidente da
poder de intervir nos outros República e Governo
poderes. Poder legislativo- Parlamento
Poder executivo- Rei e governo Poder Judicial- Tribunais
Poder legislativo- Parlamento
Poder judicial- Tribunais

Acesso ao Sufrágio indireto (Os deputados Sufrágio direto estendido aos


voto não eram eleitos diretamente chefes de família (embora não fosse
pelos cidadãos com direito a voto) universal, isto é, os analfabetos e as
e mulheres não tinham acesso a votos.
censitário (só tinham acesso a
voto os cidadãos com um
rendimento acima de um
determinado valor).

Logo nos primeiros anos de governação, os republicanos lançaram um conjunto de medidas


que confirmavam os seus ideais e que tiveram um forte impacto na sociedade de então.
Desse conjunto e medidas destacam-se:

● a laicização do Estado- a expulsão das ordens religiosas e nacionalização dos


seus bens; a proibição do ensino religioso nas escolas públicas
● medidas financeiras- forte controlo e restrição nas despesas bem como outras
medidas para conter o défice das contas públicas;
● medidas sociais- reconhecido o direito à greve, instituído o descanso semanal
obrigatório, limitado o horário de e fixada a semana laboral de 48 horas. Foi criado
um seguro social obrigatório, que protegia o trabalhador na doença e na velhice, foi
instituída a igualdade entre filhos legítimos e ilegítimos e publicada legislação que
contemplava a igualdade de direitos entre os cônjuges; a criação do registo civil
obrigatório e a legalização do divórcio;
● a reforma do ensino- introduzida a escolaridade obrigatória e gratuita entre os 7 e
os 12 anos; criaram-se jardins-escola e novas escolas primárias, fundaram-se as
Universidades de Lisboa e do Porto e foram realizadas reformas no ensino técnico.
Este conjunto de medidas, em alguns setores da sociedade provocou um profundo
descontentamento.

● o forte ataque à igreja, num país de esmagadora maioria católica;


● o parlamentarismo, instituído pela Constituição de 1911, impedia a estabilidade
governativa; como nenhum partido atingia a maioria no Congresso, dificilmente
conseguiam aprovar as suas leis e, por isso, os governos não chegavam a pôr em
prática os seus programas; para tentarem inverter a situação, formavam-se
governos de coligação que eram facilmente derrubados pelas forças da oposição;
● O Partido Republicano Português (PRP) fragmentou-se, originando novos partidos
que se lhe opunham.

Durante a 1ª República houve várias tentativas para restaurar a monarquia. A última delas
culminou com a proclamação da monarquia durante 25 dias, tendo ficado conhecida por
monarquia do norte. Estas tentativas não deixaram instabilidade ao regime republicano.

A Participação de Portugal na 1ª Guerra, comprometeu a instabilidade política, a


recuperação económica e agravou o descontentamento popular. No entanto, o
envolvimento português, no final do conflito, permitiu que Portugal tivesse assento nas
negociações de paz, ao lado dos vencedores, e pôde garantir os seus direitos sobre as
colônias.

A República não foi capaz de equilibrar a balança comercial, permanecendo deficitária.

Com as constantes mudanças no governo e com as despesas aumentadas na guerra, as


condições de vida da população diminuíram: os salários não acompanhavam a inflação e a
perda de poder de compra era real: O escudo desvalorizava e os empréstimos
acumulavam-se.

Em 1917, um golpe militar comandado por Sidónio Pais, conduziu o país a uma ditadura
(sidonista) que terminou 1 ano depois com a morte deste.

Em 28 de maio de 1926, militares, chefiados pelo general Gomes da Costa, fizeram um


golpe militar que acabou com a 1ª República instaurando uma ditadura militar.

O governo passou para as mãos dos militares, que, até 1933, assumiram o controlo do país
de forma ditatorial.
Datas importantes:
1879 - fundou-se o Partido Republicano Português

31 de Janeiro de 1891, no Porto - 1ª Revolta

1906 - D.Carlos dissolveu o parlamento e entregou a chefia a João Franco

fevereiro de 1908 - Assassinato de D.Carlos e do seu filho princepe herdeiro

4 de outubro de 1910, em Lisboa - Revolução republicana

5 de outubro, na varanda da câmara municipal de Lisboa - foi proclamado um novo regime


político- a República

1911 - Constituição de 1911

1917 - golpe militar, comandado pelo major Sidónio Pais

28 de maio de 1926 - militares, chefiados pelo general Gomes da Costa, levaram por diante um
golpe militar que pôs fim à 1ª República e instaurou uma ditadura militar.

Até 1933 - O governo passou para as mãos dos militares que, até 1933, assumiram o controlo do
país de forma ditatorial.

Protagonistas da História
Afonso Costa - Ministro da Justiça Responsável pela lei da separação da igreja e do Estado-

Rafael Bordalo Pinheiro - Pintor e caricaturista

Sidónio Pais - Presidente da República responsável pelo golpe militar de 1917

Manuel da Arriaga - Primeiro Presidente da República Portuguesa

D.Carlos I - Rei assassinado em 1908

José Relvas - Político Republicano que proclamou a república em 1910

Carolina Beatriz Ângelo - Única mulher portuguesa a votar nas eleições de 1911

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