Da 1ª república à ditadura militar
regime ditatorial, recorrendo à censura da imprensa e à
SITUAÇÃO ECONÓMICA, POLITÍCA E SOCIAL
Portugal nos finais do século XIX era um país
eminentemente agrícola, com uma indústria pouco
desenvolvida, uma balança comercial deficitária, e com
uma dependência em relação ao estrangeiro: acumulação
de dívidas.
Entre 1890 e 1892 viveu-se uma grave crise económica o
que consequentemente levou à falência de bancos,
empresas, aumento dos impostos, desvalorização da
moeda e ao aumento do desemprego e da dívida pública.
Devido ao agravamento das condições de vida da
população as manifestações e greves tornaram-se
frequentes.
INFLUÊNCIA DO PARTIDO REPUBLICANO
• A cedência de Portugal às exigências inglesas na
questão africana (Ultimato Inglês). Esta cedência
foi contestada pela maioria da população
portuguesa que culpou o rei e a monarquia pelo
sucedido.
• Ocorrência de escândalos financeiros e de
corrupção;
• Desgaste provocado pelo rotativismo dos partidos
Progressista e Regenerador sem que se
resolvessem os problemas do país;
• O governo ditatorial de João Franco (autorizado
pelo rei).
Estes fatores contribuíram para a crescente contestação da
monarquia e para o regicídio dando sinais de que o fim da
monarquia estava próximo.
Os republicanos aproveitaram estas situações para
desenvolverem uma intensa propaganda para alargar os
seus apoiantes.
TENTATIVA DE IMPLANTAR A REPÚBLICA
Foi no dia 311 de janeiro de 1891, no porto, que ocorreu
um levantamento militar com o objetivo de implantar a
república. Mostrou-se vitoriosa pelas primeiras horas, mas
acabaram por ser derrotados pela Guarda Municipal.
A DITADURA DE JOÃO FRANCO
Em 1906, o rei (D. Manuel) chamou João franco para
chefiar o governo, que eliminou as cortes e governou em
condenação de alguns presos políticos.
Tudo isto contribuiu para o regicídio, no dia 1 de fevereiro
de 1908.
5 DE OUTUBRO
No dia 4 de outubro de 1910, em Lisboa, um movimento de
militares, apoiados pelas sociedades secretas (Maçonaria e
Carbonária) e pela população em geral, saiu às ruas.
Sem encontrar grande resistência por parte das forças
monárquicas, na manhã do dia seguinte, 5 de outubro, na
varanda da Câmara Municipal de Lisboa, foi proclamado um
novo regime político – a República.
1ª REPÚBLICA EM PORTUGAL
Após a proclamação da república foi constituído um
governo provisório.
Foram adotados: uma nova bandeira, um hino nacional,
uma nova moeda e uma reforma ortográfica
Em 1911 foi aprovada uma nova constituição, que manteve
a matriz liberal da separação de poderes, que vinha da
monarquia constitucional, e a preponderância do poder
legislativo, Câmara dos Deputados e Senado, sobre o poder
executivo. Limitou o direito ao voto a afirmou o princípio da
igualdade social e da liberdade religiosa.
MEDIDAS TOMADAS
Laicização do Estado - lei da separação da Igreja e do
Estado. Expulsão das ordens religiosas, proibição do ensino
religioso nas escolas públicas, criação do registo civil
obrigatório e legalização do divórcio.
Medidas financeiras - controlo e restrição às despesas
públicas.
Medidas sociais - reconhecimento do direito à greve, do
descanso semanal obrigatório e criação de um seguro social
obrigatório; o horário de trabalho fixou-se em 48 horas e
foi estabelecida a igualdade entre filhos legítimos e
ilegítimos; publicação de legislação no sentido da igualdade
de direitos entre os cônjuges.
Reforma do ensino - introduzida a escolaridade obrigatória
e gratuita entre os 7 e os 12 anos; criação de jardins-escola
e de novas escolas primárias; fundação das Universidades
em Lisboa e no Porto; realização de reformas no ensino
técnico.
Medidas económicas - fomento da agricultura (com a
utilização de adubos); fomento da indústria (têxtil,
metalurgia, cimentos, conserva de peixe); incentivos
comerciais com o desenvolvimento das vias de
comunicação (estradas e caminhos de ferro).
DESCONTENTAMENTO POPULAR
TENTATIVAS DE DERRUBE DO REGIME
Em 1911,1912 e 1918, conspiradores monárquicos,
liderados por Paiva Couceiro, tentam restabelecer a
Monarquia. A última tentativa, tendo ficado conhecida
como monarquia do Norte, culminou com a proclamação
da monarquia durante 25 dias.

O descontentamento dos grupos sociais mais
conservadores, maioritariamente católicos, que não
aceitava o ataque feito pelo regime à religião, e estavam
descontentes com o novo regime, com o aumento da
instabilidade social e política o que contribuiu para o
descrédito da República.
Para além disso mesmo os grupos que eram apoiantes da
república estavam descontentes com o aumento do custo
de vida, os baixos salários, a falta de alimentos e a
participação na guerra.
INSTABILIDADE POLÍTICA
Em 1917, o major Sidónio Pais comandou um golpe militar
e instaurou uma ditadura (Sidonismo), que terminou com o
seu assassinato.
ACEITAÇÃO DOS PORTUGUESES
O agravamento das condições de vida decorrentes da
participação na I Guerra Mundial e a grande instabilidade
política vivida durante a 1ª República gerou muita agitação
social (greves, atentados à bomba, assassinatos de líderes
políticos, assaltos a armazéns, distúrbios e conspirações.
Muitos acreditavam que só um governo forte e dirigista
poderia estabelecer a ordem.

Durante os 16 anos da 1ª república existiram 45 governos,

GOLPE MILITAR DE 28 DE MAIO DE 1926
oito presidentes e 7 atos eleitorais, devido a:
A 1.ª República foi derrubada na sequência do golpe militar
O problema originado pelo próprio sistema parlamentar
de 28 de maio de 1926, liderado pelo general Gomes da
que, apoiado na Constituição de 1911, impedia a
Costa. Como consequência o Parlamento e o governo foram
estabilidade governativa não permitindo aos governantes
encerrados, destituição do presidente da república e
pôr em prática o seu programa;
suspensão das liberdades individuais.
O Partido Republicano Português fragmentou-se em
Assim foi instaurada a Ditadura Militar, onde o governo era
múltiplos partidos, perdendo a sua força. Depois de
chefiado por Mendes Cabeçadas. Em 1927 em tentativa de
chegarem ao poder, a rivalidade entre os seus membros
instaurar a república, foram tomadas medidas ainda mais
começou a manifestar-se.
ditatoriais entre as quais: censura à imprensa, as
organizações sindicais e os partidos políticos foram
EFEITOS DA 1ª GUERRA MUNDIAL proibidos e muitos republicanos foram presos ou
deportados.
• A participação de Portugal na 1ª guerra
comprometeu a estabilidade política, atrasou a Instituiu-se assim uma ditadura militar sendo que os
recuperação económica e agravou o presidentes da República passam a ser escolhidos pelos
descontentamento social. militares, começando por Óscar Carmona (1928) e António
• A balança comercial mantinha-se deficitária; de Oliveira Salazar como ministro das finanças.
• aumentaram as despesas com a guerra, os
empréstimos contraídos por Portugal
acumulavam-se agravando a dívida externa;
• verificou-se a falta de alimentos e a subida do
preço dos mesmos e os salários não acompanham
essa subida(inflação);
• A carestia de vida provoca a deterioração das
condições de vida, o escudo via o seu valor descer.
• A República enfrentava ainda o descontentamento
da população, maioritariamente católica, que não
aceitava o ataque feito pelo regime à religião, o
que contribuiu para o descrédito da República.
• A agricultura permaneceu atrasada, o que
obrigava à importação de cereais;
• A indústria manteve o seu atraso em relação à
Europa.
• Nos transportes, apesar de alguns investimentos,
as estradas e equipamentos ferroviários
mantinham-se insuficientes e rudimentares.