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FOLHA DE CONCEITOS

➔ Republicanismo:
Ideologia que defende que o progresso é indissociável da liberdade,
igualdade e fraternidade.

➔ Anticlericalismo:
Oposição ao clero.

➔ Ditadura:
Forma de governo em que todos os poderes do estado estão concentrados
em apenas um indivíduo, grupo ou partido.

➔ República:
O chefe de Estado é o presidente da República; numa república demográfica,
o presidente é eleito pelos cidadãos ou representantes.

➔ Constituição:
Lei fundamental de um país, normalmente elaborada e aprovada por uma
assembleia constituinte, que estabelece os órgãos de poder e respetivas funções.

● Ditadura militar:
Regime político em que as forças armadas controlam todos os poderes do
Estado.
Portugal encontrava-se numa crise económica e financeira, levando a uma
bancarrota, como também uma balança comercial deficitária, pois havia mais
importações do que exportações. Isto causou grande descontentamento social, e
uma instabilidade política, com o governo monárquico a ser alvo de críticas. O
Ultimato inglês de 1890 foi lembrado como uma humilhação nacional do governo
monárquico, o que provocou revoltas, levando a uma tentativa de implantação da
República a 31 de janeiro de 1891, no Porto. Houve então a ditadura de João
Franco, com depois o regicídio de D. Carlos I, passando o reinado a D. Manuel II,
sendo ele o último rei de portugal.
A implantação da República começou com uma revolução republicana a 4 de
outubro de 1910, e foi proclamada no dia seguinte. Houve a formação de um
governo provisório, que trouxe uma nova bandeira, moeda (escudo) e hino (A
Portuguesa).
As realizações desta República foram: das religiosas, a laicização do Estado,
que separa o Estado das Igrejas, e nacionalizou os bens da Igreja Católica; das
financeiras, houve um corte nas despesas do Estado, equilibrando a situação
financeira; das sociais, trouxeram o direito à greve, legalização do divórcio, redução
do horário de trabalho, registro civil obrigatório, entre outros; e das educativas, a
escolaridade obrigatória gratuita e diminuição do analfabetismo.
Porém, a laicização do Estado, criada por Afonso Costa, trouxe tensões com
a Igreja Católica, pois a religião foi extinta no ensino e nos feriados. Socialmente, a
população ainda se mantiveram más condições de vida, levando a protestos. A
entrada de Portugal na I Guerra Mundial também não facilitou a sua situação,
trazendo fome, desemprego e miséria, e ainda altas despesas e mortes.
A 28 de maio de 1926 houve um golpe militar que implantou uma nova
ditadura, chegando então o fim da I República.
carta constitucional
laicização afonso costa

RESUMO GERAL

● Contexto económico, político e social - finais séc. XIX e início XX


Portugal estava numa crise económica e financeira, levando a uma
bancarrota, a indústria era pouco desenvolvida e a agricultura reduzida, e a balança
comercial era deficitária (mais importações que exportações). O Estado recorria ao
aumento dos impostos para pagar dívidas ao estrangeiro, originando desemprego e
descontentamento social. A situação política era instável, sendo o regime
monárquico alvo de críticas, com dificuldades na monarquia, crescendo então o
Partido Republicano Português (criado em 1876).

● Ultimato Inglês e 31 de Janeiro


Em 1890, o Ultimato Inglês provocou a revolta de vários portugueses, que
acusavam o governo monárquico de ter humilhado Portugal. Esta grande agitação
nacional conduziu à tentativa de implantação da república a 31 de janeiro de 1891
(Porto).

● Ditadura de João Franco e regicídio


A chefia do governo foi entregue a João Franco. Em 1907, a oposição no
Parlamento levou o rei a dissolver as cortes, passando este a governar em ditadura.
No dia 1 de fevereiro de 1908, o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe
foram assassinados no Terreiro do Paço por republicanos, passando a governar o
filho D. Manuel II, que demitiu João Franco, e foi o último rei de Portugal.

● Implantação da República
Foi a 4 de outubro de 1910 que se iniciou a Revolução Republicana, com
militares e civis no terreno. A 5 de outubro foi proclamada a república, com a família
real ruma ao exílio, começando então a I República (1910-1926).

● Constituição Republicana
Formou-se um governo provisório pelos republicanos, que adotou novos
símbolos nacionais como um novo hino (A Portuguesa), bandeira e moeda (escudo).
Aprovada em 1911, a constituição republicana estabeleceu a divisão tripartida dos
poderes e um regime parlamentarista.
● Principais realizações da I República
Novas leis:
○ Religiosas: laicização do estado, que separou o Estado das Igrejas e
nacionalizou os bens da Igreja Católica; legalização do divórcio;
○ Financeiras: corte nas despesas do Estado (levou a um equilíbrio);
○ Sociais: direito à greve; redução do horário de trabalho; proteção na
doença e na velhice; registro civil obrigatório; (...)
○ Educativas: escolaridade obrigatória gratuita; diminuição do
analfabetismo.

● Instabilidade e descontentamento
A laicização do Estado provocou grandes tensões com a Igreja Católica e o
descontentamento de parte da população, devido à religião católica ter deixado de
ser a religião oficial do Estado português, de ter sido reconhecida liberdade de culto
às Igrejas e sido extintos os feriados e ensino religiosos. Socialmente verificou-se
grande insatisfação, como as más condições de vida mantiveram-se, levando a
protestos.

● Entrada na I Guerra Mundial e consequências


Portugal entrou na guerra em 1916, provocando um grande número de
mortos e despesas. A sociedade enfrentou muitas dificuldades, como a fome, a
miséria e o desemprego, aumentando as greves e manifestações. Foi feito um golpe
militar para a implantação de uma ditadura em 1917.

● Fim da I República e Ditadura Militar


A instabilidade política marcou a I República, tendo havido 45 governos de
1910 a 1926. A 28 de maio de 1926, uma revolta militar liderada pelo general
Gomes da Costa derrubou o governo. Os militares instauraram então uma ditadura
militar, dando fim à I República.

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