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REPÚBLICA VELHA: REPÚBLICA DA ESPADA

(UNID. 11 CAP.44)
ATENÇÃO: o presente roteiro é apenas um apoio aos seus estudos, ele não substitui a leitura
constante e atenta do Livro Digital. Prof. Magno

O que vamos estudar na 3ª série do EM

 No 3º ano estudamos todas as fases da Repú blica no Brasil.


o Repú blica Velha (1889-1930)
 Gov. Provisó rio de Deodoro* (1889-1891)
 Gov. eleito de Deodoro* (1891)
 Gov. de Floriano Peixoto* (1891-1894)
 Repú blica Oligá rquica, dos Coronéis ou do café-com-leite (1894-
1930)
(*) Obs.: Chamado: Período da República da Espada.

o Era Vargas (1930-1945)


 Gov. Provisó rio de Vargas (1930-1934)
 Gov. Constitucional (1934-1937)
 Estado Novo (1937-1945)
o Repú blica Populista (1946-1964)
 Gov. Dutra (1946-1951)
 Gov. Vargas (1951-1954)
 Gov. Interinos. Café Filho, Nereu Ramos (1955-1956)
 Gov. JK (1956-1961)
 Gov. Jâ nio Quadros (1961)
 Gov. Joã o Goulart (1961-1964)
o Ditadura Militar (1964-1985)
o Nova Repú blica
 Gov. Sarney (Vice de Tancredo)
 Gov. Collor (Inpeachment)
 Gov. Itamar
 Gov. FHC/FHC
 Gov. Lula/Lula
 Gov. Dilma (1º mandato)

Os governos militares na velha República, a República da Espada


(1889-1894)

 O primeiro período da velha Repú blica foi marcado por governos militares
(Repú blica da Espada) e por evidenciar as divisõ es dentro do grupo
republicano.
 Grupos republicanos
o Positivistas: Corrente política composta principalmente por
militares e setores do Partido Republicano do Rio Grande do Sul.
Adotando as ideias de Auguste Comte, propunham a superaçã o da
Monarquia (fase teoló gico-militar) por uma Repú blica, com um
governo centralizado e forte (fase positiva).
o Liberais/Federalistas: Inspirado na experiência norte americana,
boa parte deste grupo era composta por cafeicultores vinculados ao
Partido Republicano Paulista, fundado em Itu (SP) no ano de 1873,
além de classes proprietá rias do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Sem almejar a participaçã o popular, este projeto tinha como mote a
implantaçã o de uma Repú blica federalista, com o sistema bicameral
(ou seja, duas Câ maras legislativas). Vale destacar que essa ala foi a
vitoriosa na Constituiçã o de 1891.
o Jacobinos: A corrente republicana minoritá ria era tida pelas demais
como radical, e por isso denominada de “jacobina”, em referência aos
revolucioná rios radicais da Revoluçã o Francesa. Os “jacobinos” do
Brasil tomavam a Repú blica de Robespierre como inspiraçã o, e por
isso consideravam o Segundo Reinado equivalente ao Antigo Regime,
devido a seus alegados “vícios” e “corrupçã o”. Para compensar sua
inferioridade numérica no movimento republicano, os pequenos
proprietá rios, advogados, jornalistas e estudantes, participantes do
jacobinismo faziam grande barulho nas ruas e nos jornais da capital.
 A presença dos governos militares no início da Repú blica demonstra a
vitó ria inicial do grupo Positivista. Na Constituiçã o aprovada em 1891, no
entanto, prevaleceriam as demandas do grupo Liberal.

O Governo Provisório de Deodoro (1889-1891)

 A principal marca do governo Provisó rio de Deodoro foi a política


econô mica adotada. Mais conhecida como Encilhamento, essa política
visava o estimular a economia e foi idealizada por Rui Barbosa. Ela
resultou num retumbante fracasso. Características do Encilhamento e
porque essa política deu errado:
o Abertura de linhas de crédito para estimular o crescimento
econô mico e o surgimento de novas empresas.
o Emissã o de papel moeda sem lastro em ouro.
o Consequências dessa política:
 Criaçã o de empresas fantasmas para ter acesso ao crédito
fá cil.
 Uso dos créditos liberados para especulaçã o na Bolsa de
Valores.
 Resultou disso uma forte pressã o inflacioná ria e escalada do
processo de endividamento.
 Muito pressionado pela crise econô mica e sem nenhum tino político,
Deodoro e aqueles que o apoiavam alimentavam grandes desconfianças
sobre os políticos civis. Os atritos constantes entre Deodoro e Congresso
acabaram gerando uma crise política.
 Em 1891 foi promulgada a primeira constituiçã o da Repú blica e a segunda
do país. A Carta foi promulgada em 24 de fevereiro.
o O Brasil tornou-se uma repú blica federativa denominada Estados
Unidos do Brasil.
o As antigas províncias transformaram-se em estados com mais
autonomia, podendo fazer suas pró prias Constituiçõ es, obter
empréstimos no exterior e eleger seus presidentes (equivalente a
governadores).
o O Estado brasileiro tornava-se laico, ou seja, nã o tinha religiã o
oficial, o que possibilitou a livre prá tica de religiõ es diferentes da
cató lica.
 Com a promulgaçã o da Constituiçã o, o Governo Provisó rio foi extinto, sendo
convocado uma eleiçã o indireta, de acordo com uma disposiçã o transitó ria
da Constituiçã o de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro
período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso
Constituinte.
 Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo,
como vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e
vice seriam eleitos separadamente.
 A oposiçã o a Deodoro articulou a candidatura de Prudente de Morais, entã o
presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como vice.
 Em meio a grave crise política e sob ameaça de um golpe e até mesmo o
temor de volta ao regime moná rquico, Deodoro foi eleito, tendo Floriano
Peixoto como seu vice.

A Constituição de 1891 determinava:

 A Repú blica Federativa do Brasil foi instituída com o nome de Estados


Unidos do Brasil
 A criaçã o de três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciá rio, ficando extinto
o Poder Moderador;
 A separaçã o entre o Estado e a Igreja Cató lica. O Estado seria o responsá vel
pela emissã o de certidõ es e certificados e o clero cató lico deixaria de
receber subvençã o do Estado;
 A liberdade de culto para todas as religiõ es;
 A garantia do ensino primá rio obrigató rio, laico e gratuito;
 A proibiçã o do uso de brasõ es ou títulos nobiliá rquicos;
 A instituiçã o do voto universal para cidadã os brasileiros alfabetizados,
maiores de 21 anos, isto é, o direito do voto nã o abarca mulheres,
analfabetos, mendigos, militares de baixa patente e clérigos que faziam
votos de obediência.
 A criaçã o do Poder Legislativo bicameral. Os deputados tinham um
mandado de três anos e os senadores nove anos. Isto pô s fim ao Senado
vitalício;
 O surgimento do Poder Legislativo provincial. Assim, as províncias
poderiam criar suas pró prias leis e impostos, tendo mais autonomia em
relaçã o ao poder central.

O Governo eleito de Deodoro (1891)

 O governo de Deodoro da Fonseca, agora regido por uma Constituiçã o, foi


marcado pela instabilidade por causa do autoritarismo do presidente. Ele
queria governar de forma centralizadora, sem a participaçã o do Legislativo.
 Em 3 de novembro de 1891, o presidente publicou um decreto dissolvendo
o Congresso e ordenando a revisã o da Constituiçã o recém-promulgada. O
arbítrio de Deodoro provocou rupturas entre os republicanos.
 Líderes dos estados de Sã o Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará , junto
a setores da Marinha e do Exército, uniram-se para encontrar meios legais
que impedissem a implantaçã o de uma ditadura militar sob o comando do
marechal.
 Sem apoio político e com a saú de fragilizada, Deodoro da Fonseca
renunciou à presidência da repú blica em 23 de novembro de 1891.

O Governo Floriano Peixoto (1891-1894)

 Segundo o texto da nova Constituiçã o, caso um presidente se afastasse antes


de completar metade do seu mandato, o vice, ao assumir, deveria convocar
novas eleiçõ es. Deodoro havia renunciado poucos meses depois de eleito,
logo, esperava-se que Floriano convocasse novo pleito.
 Floriano, contudo, nã o convocou eleiçõ es, permanecendo no cargo como
parte de um acordo com oligarquia paulista que o garantiu na presidência
como forma de consolidar a repú blica no Brasil.
 Floriano Ficou marcado na histó ria como o “marechal de ferro”, por ter
lidado com duas revoltas importantes: a Revolta da Armada e a
Revolução Federalista.
 Quando assumiu, os “deodoristas” (apoiadores de Deodoro da Fonseca)
posicionaram-se contra a posse de Floriano. No meio dessa disputa política,
Floriano decidiu substituir os presidentes dos estados (governadores),
retirando todos aqueles que eram apoiadores de Deodoro.
 Floriano aposentou compulsoriamente os oficiais militares que se opunham
a seu governo e prendeu pessoas que convocaram manifestaçõ es contra ele.
 O governo de Floriano era extremamente impopular entre os políticos
liberais e outros grupos, como comerciantes e latifundiá rios, mas, entre as
camadas pobres do país, Floriano Peixoto era um presidente extremamente
popular. Isso se deve ao fato de ele ter procurado amenizar os efeitos do
Encilhamento (crise econô mica que afetou o Brasil na década de 1890) no
país e tomado medidas que beneficiaram as camadas mais pobres.
o Construçã o de moradias populares
o Congelamento dos preços de gêneros de primeira necessidade.
 Floriano Peixoto cultivava uma imagem de homem austero, incorruptível.
Desconfiava muito dos políticos civis e foi responsá vel pela criaçã o de
importantes ó rgã os de controle do erá rio pú blico, sendo o principal deles o
Tribunal de Contas da Uniã o (TCU).

A Revolta da Armada (1893)

 A insatisfaçã o da Marinha com o governo de Floriano Peixoto deu início, em


1893, a uma segunda revolta dessa corporaçã o das Forças Armadas (a
primeira tinha sido contra Deodoro da Fonseca).
 Dessa vez, oficiais da Marinha, como Eduardo Wandenkolk e Custó dio de
Melo, lideraram uma rebeliã o contra o Governo Federal, apontaram os
canhõ es das embarcaçõ es contra o Rio de Janeiro e bombardearam a cidade
durante semanas.
 As tropas leais ao presidente Floriano Peixoto, com o apoio da marinha
norte-americana, romperam o cerco marítimo que os rebeldes impuseram
sobre o litoral da capital. Com isso, os rebeldes encerraram o cerco ao Rio
de Janeiro, rumaram para o Sul e juntaram-se a outro movimento, a
Revoluçã o Federalista.

Revolução Federalista (1893 a 1895)

 A Revoluçã o Federalista tem sua origem nas disputas políticas internas no


Rio Grande do sul.
 De um lado, estava o Partido Republicano Rio-grandense, liderado por Jú lio
de Castilhos, Presidente da província, do outro, o Partido Federalista,
liderado por Gaspar Silveira Martins.
 Em 1893, com apoio de rebelde uruguaios, os federalistas ocuparam vá rias
cidades do RS para derrubar Castilhos.
 Floriano Peixoto enviou tropas ao Rio Grande do Sul para apoiar o governo
de Jú lio de Castilhos naquele estado. Ao longo de 1893, os federalistas
obtiveram importantes vitó rias e conquistaram territó rio no sul do país,
chegando a tomar cidades importantes em Santa Catarina e no Paraná .
 O que unia todos os envolvidos com o movimento era a oposiçã o contra
Floriano de Peixoto e Jú lio de Castilhos, mas existiam diferentes interesses
no interior dos federalistas. Isso permitiu que os grupos e as tropas leais à
Castilho e Floriano pudessem recuperar espaço.
 Um caso simbó lico aconteceu durante a reconquista da cidade de Desterro,
em Santa Catarina. A liberaçã o de Desterro fez com que a cidade mudasse
de nome para homenagear seu libertador: Desterro passou a chamar-se
“Florianó polis”.
 A Revoluçã o Federalista encerrou-se no começo de 1895 e ficou conhecida
como uma das maiores e mais violentas guerras civis de nossa histó ria.
Estima-se que cerca de dez mil pessoas tenham morrido nesse conflito.
 Em meio à crise, Floriano conseguiu apoio do PRP e, até mesmo, dos
radicais Jacobinos, pelo medo que tinha de um retrocesso que impedisse a
Repú blica de existir.
 Floriano é visto como o consolidador da Repú blica e, até mesmo por isso,
muitos “florianistas” defenderam a permanência dele na presidência,
mesmo por meios nã o republicanos.
 Em novembro de 1894, o paulista Prudente de Morais, republicano de
primeira hora, foi eleito presidente do Brasil. É primeiro civil a presidir o
país, apó s o advento da Repú blica. Tem início a Repú blica Oligá rquica.

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