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República da Espada

A República da Espada (1889-1894) corresponde ao primeiro período da República Velha, em que o


poder político, no Brasil, esteve nas mãos dos militares.

Os presidentes deste período foram Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

Governo Provisório

No dia seguinte ao Golpe Republicano foi organizado, no Rio de Janeiro, um Governo


Provisório chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca. Com ele, o Exército chegava à liderança
política do país.

O Governo provisório tomou as seguintes medidas: dissolveu as Assembleias Provinciais, as Câmaras


Municipais e a Câmara dos Deputados. Também mudou o nome de “províncias” para estados e
nomeou interventores militares para governá-los.

Criou a bandeira republicana com o lema “Ordem e Progresso”; decretou a separação entre igreja e
Estado e regulou o casamento civil.

O Governo Provisório durou até a promulgação da Constituição, em 1891.

Constituição Republicana de 1891

Em 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a segunda Constituição brasileira e a primeira da


República. Teve como principal modelo a norte-americana.

Nela estavam assegurados os seguintes direitos: igualdade perante a lei, sigilo de correspondência,
livre exercício de qualquer profissão, liberdade religiosa e outros. Em suma, a Constituição
consagrava o regime republicano presidencialista como forma de governo, o liberalismo e era
federativa.

Deodoro da Fonseca

No dia 25 de fevereiro, o Congresso elegeu imediatamente o marechal Deodoro da Fonseca para


presidente e o marechal Floriano Peixoto para vice.

Eleito por um congresso ameaçado, Deodoro permaneceu apenas nove meses no cargo, num
período marcado por divergências entre o governo e a maioria dos deputados e senadores.

Diante de constantes atritos com o Legislativo e ameaçado de Impeachment, Deodoro dissolveu o


Congresso Nacional no dia 3 de novembro de 1891, e instituiu o “estado de sítio”, a censura à
imprensa e mandou prender seus principais opositores.

No dia seguinte, a oposição organizou a resistência de forma que civis e militares se aliaram e
prepararam a queda de Deodoro. Receoso de uma guerra civil, Deodoro renunciou e entregou a
chefia do governo ao vice-presidente Floriano Peixoto.
Floriano Peixoto

Ao assumir a presidência a Presidência, o Marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente da


“República da Espada”, suspendeu a dissolução do Congresso, o estado de sítio e depôs todos os
governadores que haviam apoiado Deodoro.

Apesar de ter sido um período marcado por crises políticas, o governo de Floriano contou com o
apoio dos cafeicultores, das camadas populares, da classe média e de uma forte ala militar. O
presidente baixou os preços do aluguel das casas dos operários, do pescado, da carne, dos gêneros
alimentícios em geral, e aprovou a lei de construção de moradias populares.

Floriano enfrentou protestos da oposição, pois era considerado um presidente ilegítimo. De acordo
com a Constituição, se um presidente não completasse dois anos de mandato, seriam convocadas
novas eleições.

Floriano tinha tudo para continuar no governo após terminar seu mandato. Porem não o fez. Estava
encerrada a “República da Espada” e começava a "República das Oligarquias" caracterizada pelo
domínio dos fazendeiros paulistas e mineiros. O poder econômico retomava o controle do poder
político.

República Oligárquica

A República Oligárquica (1894-1930) se caracteriza pela alternância de poder entre as oligarquias


cafeeiras dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Os presidentes desta época foram eleitos, na maioria das vezes, pelo Partido Republicano Paulista e
o Partido Republicano Mineiro.

No total, a República Oligárquica teve 12 presidentes:

Prudente de Morais (1894-1898), Campos Salles (1898-1902), Rodrigues Alves (1902-1906), Afonso
Pena (1906-1909), Nilo Peçanha (1909-1910), Hermes da Fonseca (1910-1914), Venceslau Brás
(1914-1918), Delfim Moreira (1919), Epitácio Pessoa (1919-1922), Artur Bernardes (1922-1926),
Washington Luís (1926-1930) e Júlio Prestes (-)

Coronelismo: era uma prática comum da Primeira República em que os coronéis (os grandes
proprietários de terra) exerciam domínio sobre as populações locais e utilizavam desses poderes
para garantir os votos necessários e, assim, atender os interesses da oligarquia estabelecida e,
consequentemente, do Governo Federal. O coronel garantia esses votos a partir da distribuição dos
cargos públicos (todos sob seu controle) da maneira como lhe interessasse.

Política do café com leite:

A política do café com leite é um conceito clássico utilizado em referência ao acordo existente entre
as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais a respeito da escolha dos presidentes. As duas oligarquias
tinham um acordo de revezamento dos candidatos que concorreriam à presidência do Brasil. Esse
conceito, no entanto, não abrange todo o período, já que por vezes as duas oligarquias entraram em
choque entre si, além de ter havido casos em que representantes de outras oligarquias foram
eleitos.
Voto de Cabresto:

Ocorreu em todo território nacional. Mas é notado principalmente nas pequenas províncias onde
verdadeiros Coronéis, proprietários de terras e, portanto os patrões de parte considerável da
população local orquestravam as decisões políticas através da pressão e da coação do voto de seus
empregados. Seus currais eleitorais eram espaços de mando e desmando, onde a decisão dos
Coronéis locais determinavam a ação da população local.

Desde o Império a fraude eleitoral sempre foi prática recorrente no Brasil, mas foi no momento da
Primeira República que a ação fraudulenta teve seu auge. Naquele momento o voto dos analfabetos
era proibido, porém como uma das práticas de fraude os Coronéis entregavam escritos em um papel
o nome do candidato aos seus empregados que depositariam na urna. O transporte aos locais de
votação também eram garantidos por esses coronéis que mantinham seus interesses em pauta
mexendo as peças do tabuleiro político como bem lhes apeteciam.

Revoltas da República Velha

A Primeira República foi marcada pelo desrespeito aos direitos sociais, o que se refletiu diretamente
em diversas revoltas que aconteceram durante essa fase. As revoltas também resultavam das
dissidências políticas e da insatisfação da população com a pobreza e a desigualdade social. Entre as
revoltas, podem ser destacadas:

Guerra de Canudos: foi uma série de conflitos armados envolvendo o Exército brasileiro e sertanejos
que seguiam o líder religioso Antônio Conselheiro, tendo ocorrido entre 1896 e 1897, no Arraial de
Canudos, interior do estado da Bahia. O Brasil passava ainda pela transição para o sistema
republicano, tendo acabado de eleger seu primeiro presidente por voto direto e, também, o
primeiro presidente civil: Prudente de Morais.

Esses conflitos marcaram fortemente o início do período republicano, tanto pelo grau de violência
quanto pelos motivos que teriam justificado a destruição do arraial e a execução de
aproximadamente 25 mil pessoas que ali viviam.

Guerra do Contestado: Foi um conflito que aconteceu no Brasil entre 1912 e 1916, causando cerca
de 10 mil mortes. Aconteceu em uma região que era disputada pelos estados de Paraná e Santa
Catarina e foi motivada pela insatisfação política e social da população e por um elemento religioso,
o messianismo.

Revolta do cangaço: Foi um movimento de banditismo social, que existiu no Brasil entre o final do
século XIX e começo do século XX. Surgiu em um contexto de violência, pobreza e mandonismo na
região sertaneja, onde o urbanismo e o Estado estavam distantes e o controle da sociedade estava
na mão de latifundiários.

Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à
situação de miséria no Nordeste e descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as
cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes,
além de saquear fazendas.
Revolta da Vacina: Foi uma revolta de caráter popular que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1904.
Sua motivação foi a insatisfação da população com a campanha de vacinação obrigatória contra a
varíola implantada na cidade por meio de Oswaldo Cruz. Houve grande destruição material na
cidade e saldo de 31 mortos.

Revolta da Chibata: Foi um motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira de 22 a 27 de


novembro de 1910. A revolta organizada pelos marinheiros ocorreu em embarcações da Marinha
que estavam atracadas na Baía de Guanabara e foi motivada, principalmente, pela insatisfação dos
marinheiros com os castigos físicos.

Tenentismo: Foi um movimento de revolta política e militar que surgiu entre os oficiais rasos do
exército brasileiro insatisfeitos com a política da Primeira República. O tenentismo foi um
movimento político e militar realizado por jovens oficiais brasileiros durante o período da Primeira
República.

Apesar de defenderem reformas políticas e sociais, os líderes do tenentismo eram na


verdade conservadores e autoritários. Em suma, eles pretendiam moralizar os processos e atos
políticos brasileiros, marcados pelos atos de corrupção típicos do coronelismo. Assim, a restrição
do Poder Executivo, bem como dos ocupantes das do Poder Legislativo.

Movimento Operário: Durante a greve geral de 1917, os operários lutavam por melhores salários,
jornada de trabalho de oito horas, direito a férias, fim do trabalho infantil, proibição do trabalho
noturno para as mulheres, aposentadoria e assistência médica. A Legislação trabalhista somente foi
implantada no Brasil no ano de 1943.

Semana de Arte Moderna: Foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Teatro Municipal
de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de
dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras.

Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora
inspirada nas vanguardas europeias.

Revolução de 1930: foi um golpe de Estado que depôs o presidente Washington Luís, no dia 24 de
outubro de 1930.

O movimento foi articulado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul e impediu a
posse do presidente eleito Júlio Prestes, sob alegação de fraude eleitoral.

Também contribuíram a favor do movimento, o desgosto popular em função da crise econômica de


1929 e o assassinato do político paraibano João Pessoa.

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