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Primeira República:

dominação

O período compreendido entre 1889 e 1930 no Brasil foi conhecido como República
Velha.

República da Espada (1889 –


1894)

O termo “espada” faz referência à atuação dos militares na transição da Monarquia para a
República.

Após a Proclamação da República, instalou-se um governo provisório com o objetivo de


resolver os

primeiros problemas criados pela transição e dirigir o país até que fosse redigida uma nova
Constituição.

Este período durou de 1889 a 1891, sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca. Suas

principais medidas durante este período


foram:

• Extinção das instituições imperiais;

• Convocação de eleições para a Assembleia


Constituinte;

• Banimento da família imperial; separação entre Igreja e


Estado;

• A “grande naturalização”, oferta de cidadania a todos os estrangeiros que viviam no


Brasil.

Constituição de 1891

A primeira constituição da República, segunda do país, foi adiada o máximo possível. Era de

interesse de Deodoro da Fonseca permanecer no


poder.

As eleições para compor a Assembleia Constituinte ocorreram em 1890, sob a pressão dos
cafeicultores paulistas.

Após partir de um projeto elaborado por Rui Barbosa (importante político e intelectual
brasileiro,

que ocupava o cargo de Ministro da Fazenda), promulgou-se a nova


Constituição.

Foram importantes características da Constituição de


1891:

• Federalismo: esse sistema permitia um maior grau de autonomia para os (agora nomeados)
estados;

• Sufrágio universal masculino: homens maiores de 21 anos alfabetizados e que não fossem

mendigos ou soldados rasos tinham direito ao voto. Mulheres não podiam


votar;

• Presidencialismo: foi estabelecido o cargo de presidente como o representante máximo do

executivo no Brasil. O presidente seria eleito em voto direto para um mandato de


quatro anos.

Após a promulgação da nova Constituição, foram realizadas eleições indiretas, que elegeram
Deodoro

da Fonseca como presidente do Brasil, agora para o seu mandato


constitucional.

Deodoro decretou o fechamento do Congresso e convocou novas eleições para compor um


novo

Congresso. Além disso, informou que alterações seriam feitas na Constituição para garantir o

fortalecimento do poder Executivo em detrimento dos outros poderes (Legislativo e


Judiciário).

Tais medidas geraram uma forte reação, sobretudo dos políticos defensores de Floriano
Peixoto

(vice-presidente) e membro da Marinha. O presidente brasileiro foi obrigado a renunciar no dia 23


de

novembro de 1891.
Como a renúncia de Deodoro ocorreu antes de completar dois anos de governo, a
Constituição previa

nova eleição e não a posse do vice para completar o


mandato.
Revolução Federalista e Revolta
Armada

Em 1892, treze generais do exército redigiram um manifesto exigindo o afastamento do


presidente e

convocação de novas eleições. Os oficiais foram afastados e presos acusados de


insubordinação.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, ocorria a disputa entre o governo do estado (da base
de

Floriano Peixoto) e os positivistas civis


(federalistas).

Republicanos (pica-paus ou ximangos): florianistas defensores da centralização política e


do

presidencialismo vesus federalistas (maragatos): pregavam a descentralização política baseada


no

parlamentarismo.

A revolta se estendeu por outros estados do Sul e somou-se a outro evento ocorrido no Rio
de

Janeiro, a Revolta da Armada.

Oficiais da marinha do Rio de Janeiro dirigiram os canhões para a cidade exigindo a renúncia
de

Floriano Peixoto. Entre setembro de 1823 e março de 1824, a capital foi constantemente
bombardeada

pelos navios da Marinha, enquanto o Exército respondia aos


ataques.

A repressão do governo contra esses movimentos rendeu a Floriano a alcunha de “marechal


de

ferro”.

As oligarquias e a política café com


leite
Com o fim do governo de Floriano Peixoto ocorreram as primeiras eleições diretas para
presidente

no Brasil e a elite cafeicultora paulista lançou a candidatura vitoriosa de Prudente de Morais


(1894-

1898).

Usando de sua habilidade política, conseguiu pacificar o cenário de conflito pós-Revolução

Federalista, anistiando os principais líderes


rebeldes.

Encerrava-se de vez a possibilidade de retorno de um governo militar durante a República


Velha.

A República Velha ficou conhecida como o período político de domínio da elite cafeicultora e
das

oligarquias (regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, seja
de uma

mesma família, partido político ou classe


social).

Neste contexto o domínio oligárquico da época estava dividido em três partes, que se
completavam

no sentido de garantir os interesses da elite e manter a maior parte da população à margem da


sociedade:

Política do Café com Leite: a aristocracia cafeeira paulista passou a exercer o poder de
maneira

efetiva a partir do governo de Campos Sales (1898 – 1902). Esta política estabeleceu-se em
âmbito

federal e reuniu dois partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro

(PRM). A partir de 1906, início do governo do mineiro Afonso Pena (1906 – 1910), a república no
Brasil

passou a ter presidentes dos dois partidos, em revezamento. São Paulo era o maior produtor de
café do
país e, por isso, o estado mais rico, e Minas Gerais era o maior produtor de leite e derivados, mas
o

estado com maior eleitorado.


Política dos Governadores

Esta política surgiu da necessidade que os presidentes paulistas e mineiros tiveram de


encontrar

apoio nas bancadas estaduais do Legislativo. Consistia em um acordo entre o chefe do Executivo
Federal

e os governadores estaduais. Em troca da autonomia dos estados, os governadores elegeriam


uma

bancada de deputados e senadores que apoiariam o


presidente.

Coronelismo: os coronéis (chefes políticos e/ou latifundiários) tinham uma importância


econômica e

política muito forte no interior do Brasil. Eles estabeleciam o controle sobre a população mais
pobre,

“protegendo-os” e mantendo-os submissos. Nesta época o voto não era secreto e os coronéis
eram quem

garantiam o sucesso dos esquemas oligárquicos, por meio da fraude e da violência (currais
eleitorais e

voto de cabresto).

A dinâmica da economia da
borracha

A exploração da seringueira no Brasil iniciou-se no século XIX, na Amazônia, aquecendo a

comercialização de galochas e sapatos impermeabilizadas com a borracha e outros acessórios


feitos com

esta matéria-prima, como bolas, sondas, tecidos para cintos


etc.

A aplicação industrial da borracha ocorreu posteriormente após diversas pesquisas, e deu


subsídios

para alimentar a produção de pneus para a indústria automobilística na


Europa.
Para que a goma da seringueira fosse transformada no látex útil à indústria, ela precisava ser

vulcanizada, processo criado por Charles Goodyer em 1839 e consistia no uso do enxofre e do
calor para

tornar o látex mais resistente.

A extração do látex precisava suprir o mercado


internacional.

O governo brasileiro e empreendedores particulares estimularam a migração para a Amazônia


de três

formas:

• Imigração dirigida, onde visava promover a vinda de imigrantes, tanto brasileiros quanto

estrangeiros, para a colonização agrícola


inicialmente.

• Imigração Induzida, baseada em promessas nunca cumpridas, aliciavam-se trabalhadores


do

Nordeste para vir ocupar-se com a extração do


látex.

• Imigração espontânea, onde os próprios trabalhadores encaminhavam-se para o seringal,


bem

como para outras funções em setores do serviço e comércio na


região.

Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofreu uma das piores secas de sua história.
Somente do

Ceará, mais de 65.000 pessoas partiram para a Amazônia, fugindo da fome e da


miséria.
Exploração do cacau no século
XIX

O cacau teve uma trajetória semelhante à do látex. Cultivado no sul da Bahia,


atendeu à

demanda do mercado internacional, que cresceu nos finais do século


passado.

O cacau representou, juntamente com a borracha, importante item de nossa


balança de
exportações.

O volume das exportações brasileiras era muito maior do que o das importações. No
entanto,

O Brasil exportava produtos agrícolas baratos e importava manufaturados


caros.

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