Você está na página 1de 10

ESCOLA ESTADUAL JOÃO ROGÉLIO

MATERIAL DE ESTUDO 3º ANO. EJA

DISCIPLINA: HISTÓRIA. PROFESSOR: MARCOS MIRANDA


A REPÚBLICA NO BRASIL
A Constituição de 1891 foi a primeira Constituição da era republicana.
Teve como característica a instituição do regime republicano presidencialista e
a separação entre o Estado e a Igreja.
Contexto Histórico
O Brasil passava por um momento de transição do regime monárquico para o
republicano. Desta maneira, o governo precisava mudar a Carta Magna que
regia o país desde 1824 e criar uma Constituição que ajustasse à nova
realidade.
Foi escolhida uma Assembleia legislativa que elaborou a nova Constituição em
três meses.
A nova Constituição se inspirou, dentre outras, na Carta Magna dos Estados
Unidos, tendo como eixo a federalização dos Estados e a descentralização do
poder. Inclusive o nome do novo país recebeu influência americana, pois foi
denominado "Estados Unidos do Brasil".
Em 24 de fevereiro de 1891 foi aprovada e promulgada a nova Constituição do
Brasil. Esta seria alterada em 1926 e revogada quatro anos mais tarde por
causa da Revolução de 1930.
Características
A Constituição de 1891 determinava:
A criação de três poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ficando extinto o
Poder Moderador;
A separação entre o Estado e a Igreja Católica. O Estado seria o responsável
pela emissão de certidões e certificados e o clero católico deixaria de receber
subvenção do Estado;
A liberdade de culto para todas as religiões;
A garantia do ensino primário obrigatório, laico e gratuito;
A proibição do uso de brasões ou títulos nobiliárquicos;
A instituição do voto universal para cidadãos alfabetizados;
A criação do Poder Legislativo bicameral. Os deputados tinha um mandado de
três anos e os senadores nove anos. Isto pôs fim ao Senado vitalício;
O surgimento do Poder Legislativo provincial. Assim, as províncias poderiam
criar suas próprias leis e impostos, tendo mais autonomia em relação ao poder
central.
A Constituição de 1891 trouxe uma nova configuração ao Brasil.
Além das cláusulas que acabavam com a monarquia, o país agora seria
configurado de outra maneira. Haveria mais autonomia provincial e foi criado
o Estado Laico. A religião católica deixou de ser a oficial do país e todas as
confissões religiosas poderiam realizar cultos públicos.
É importante assinalar que algumas propriedades da Igreja foram confiscadas
nesse momento.
Igualmente, a mudança do voto não trouxe grandes transformações. O voto era
aberto e o cidadão tinha que assinar uma lista que podia ser facilmente
controlada. Com o novo critério – saber ler e escrever – o número de eleitores
caiu, ao invés de aumentar.
Esta Carta Magna foi concebida para atender as demandas da elite paulista
que apoiou a proclamação da República. Estes haviam defendido maior
descentralização do Estado e com este documento, o conseguiram.
A PRIMEIRA REPÚBLICA:
É o período da história no Brasil compreendido com o fim da monarquia em 15
de novembro de 1889 até a Revolução de 1930.
Também foi denominada pelos historiadores de República Oligárquica,
República dos Coronéis e República do Café com Leite.
Com a vitória da Revolução de 30 e a fim de reforçar a ideia que começava um
novo tempo, passou a ser chamada pejorativamente de República Velha.
Para fins de estudo, a Primeira República é dividida em dois períodos:
República da Espada (1889-1894): governos dos militares de Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto
República Oligárquica (1895-1930): governos das oligarquias rurais de São
Paulo e Minas Gerais. É o chamado coronelismo, praticado, principalmente,
pelos cafeicultores, aliados aos produtores rurais de outros estados..
O novo regime não consegue satisfazer os sonhos dos mais humildes e
guerras como a Guerra de Canudos (1893-1897) e Contestado (1912-1916)
são travadas deixando milhares de mortos.
Também foram registrados conflitos nas grandes cidades como a Revolta da
Vacina (1904) ou a Revolta da Chibata (1910).
A elite política e econômica garantia sua permanência no poder através de
eleições fraudulentas e troca de favores. A economia, dependente do café,
tentava se diversificar com uma incipiente industrialização.

A República Oligárquica (1894-1930) se caracteriza pela alternância de poder


entre as oligarquias cafeeiras dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.
Os presidentes desta época foram eleitos, na maioria das vezes, pelo Partido
Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro.
A partir dos anos 30, alguns historiadores chamam esta fase de Primeira
República, República dos Coronéis ou República do Café com leite e ainda,
República Velha
Oligarquia
A palavra oligarquia vem do grego e significa “governo de poucos”. Assim,
"oligarquia" designa um governo que é dominado por um grupo de pessoas ou
famílias que está unido pela mesma atividade econômica ou partido político.
As oligarquias acabam formando grupos fechados rechaçam qualquer forma de
pensamento diferente. Desta forma, mesmo na democracia, é possível haver
casos de governos oligárquicos.
República Oligárquica no Brasil
No Brasil, o período é identificado quando as oligarquias rurais dominavam o
cenário político brasileiro.
Normalmente, os presidentes eleitos eram do Partido Republicano Paulista
(PRP), do Partido Republicano Mineiro (PRM). Esta prática era denominada
política do café-com-leite em alusão as maiores riquezas geradas por estes dois
estados.
Também o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) teve importante papel
nesta época. Este partido buscava desequilibrar a balança entre esses dois
estados, porém defendendo a oligarquia rural e as classes urbanas gaúchas.
Importante ressaltar que, nesta época, não existiam partidos políticos nacionais
como atualmente e sim, partidos estaduais.
A exceção era o Partido Republicano Conservador (PRC) com partidários no Rio
Grande do Sul e nos estados do nordeste.
Apesar de não ter conseguido eleger nenhum presidente, este partido tinha no
senador gaúcho Pinheiro Machado seu grande representante na política
brasileira.
O primeiro presidente civil eleito, após Marechal Floriano Peixoto, foi Prudente
de Morais, apoiado pela oligarquia cafeeira paulista.
Seu mandato durou de 1894 a 1898 quando foi substituído pelo também paulista
Campos Salles, do Partido Republicano Paulista.

Características da República Oligárquica


- Os presidentes eleitos usavam sua influência política para beneficiar os
cafeicultores e garantir sua permanência no poder.
- Deste modo era importante construir alianças estaduais como a Política dos
Governadores e assegurar o resultado eleitoral através da fraude. Esta prática
ficou conhecida como Voto de Cabresto.
Os chefes locais que exerciam esta prática eram denominados coronéis, apesar
de não estarem vinculados ao Exército. Assim, esta política de conseguir votos
pela força e troca de favores também é chamada de coronelismo.
Protestos
No entanto, a República Oligárquica não foi um período tranquilo na História do
Brasil. Os grupos e partidos que se encontravam fora do círculo do poder, como
as classes urbanas, protestavam contra o governo.
Podemos citar como exemplo a Revolta da Vacina, a Guerra do Contestado ou
a Revolta do Forte de Copacabana.
Igualmente, a crescente industrialização brasileira fazia com que empresários e
operários passassem a reivindicar mais direitos e espaço na vida política
nacional.
Os trabalhadores lutavam pelos seus direitos através de greves e os donos de
fábricas por meio de associações empresariais.
Voto de Cabresto na República Velha
Nas regiões mais carentes do Brasil, especialmente no nordeste, esse
clientelismo é uma prática recorrente desde os tempos do Império.
Fora lugar comum durante a República Velha e talvez perdure até os dias de
hoje.
Isso acontecia porque nosso sistema eleitoral era frágil e fácil de ser adulterado
e manipulado segundo os interesses escusos das elites agrárias.
Nesse caso, o eleitor só necessitava entregar pessoalmente um pedaço de papel
com o nome do seu candidato.
Note que ele poderia ser escrito pelo próprio coronel, já que a maioria desses
eleitores nem mesmo sabia ler, e depositá-lo numa urna, num saco de pano.
É notável, nesse contexto, a troca de favores que constituiu o sistema de "voto
em aberto", o qual ficara então conhecido como "voto de cabresto",
Para garantir o controle político de seu “curral eleitoral”, os coronéis manipulavam o
poder político. Destacam-se o abuso de autoridade, a comprade votos ou a utilização da
máquina pública

O Coronelismo é um fenômeno da política brasileira ocorrido durante a Primeira


República.
Caracteriza-se por uma pessoa, o coronel, que detinha o poder econômico e
exercia o poder local por meio da violência e trocas de favores.
Aos olhos da população local, ser coronel era equivalente a ter um título
nobiliárquico e passou a legitimar muitas das ações dos chefes locais.
Esse processo tem início no plano municipal e estabelece a dominação do
coronel sobre o poder público. Acrescente a isto as tradições patriarcais e o
arcaísmo da estrutura agropecuária no interior remoto do Brasil.
O fenômeno do poder do coronel foi tão presente que se confunde com outros
termos relacionados, tais como mandonismo, clientelismo e, até, feudalismo. Na
América hispânica encontramos similitude com o caudilhismo
Características
Esta elite política foi composta por comerciantes, grandes proprietários rurais e
chefes políticos locais. Eles eram capazes de exercer influência sobre a
população local enquanto autoridades incontestáveis.
Os coronéis podiam recrutar pessoas para compor a força militar do governo.
Desta forma podiam manter os pilares da exclusão política e do controle sobre
os espaços de representação política.
Em nível local, os coronéis empregavam as milícias para reprimir e assim, manter a ordem
social, ao mesmo tempo em que preservavam seus próprios interesses.
Por sua parte, esses homens distribuíam benfícios, patrocinavam a festa do santo local,
eram padrinhos de inúmeras crianças que nascessem em suas terras e dava reses aos
vaqueiros mais destacados. Assim, estabeleciam uma relação de dependência e temor
com os empregados, chamada clientelismo.
Os territórios controlados politicamente pelos coronéis eram denominados “currais
eleitorais”. Neles, qualquer um que se negasse a votar no candidato apadrinhado pelo
coronel poderia sofrer violência física e até morrer.
Política dos Governadores e Coronelismo
A Primeira República foi caracterizada pela Política dos Governadores.
Na época, não havia partidos nacionais, apenas regionais. Assim, os governadores de cada
província deveriam fazer alianças com seus aliados locais para garantirem um bom
desempenho nas urnas.
Por isso, era tão importante agradar aos coronéis que possuíam o controle das cidades e
não deixavam que a oposição ganhasse.

Essas alianças se refletiam também em nível nacional quando os governadores se uniam


para eleger determinado candidato.
Apesar de toda hegemonia durante a República Velha, o coronelismo perdeu espaço com
a modernização dos centros urbanos, bem como pela ascensão de novos grupos sociais.
Igualmente, a Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, pois fim a esta maneira de
fazer política.
No entanto, até hoje podemos verificar sua influência no Brasil ao perceber o domínio de
uma mesma família em certas regiões brasileiras.
COLÉGIO ESTADUAL MILITARIZADO JOÃO ROGÉLIO
TEXTO 2 . DISCIPLINA: HISTÓRIA. TURMA: 3º ANO
PROFESSOR: MARCOS MIRANDA SANTOS
A REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS

A Revolução de 1930 foi um golpe de Estado que depôs o presidente


Washington Luís, no dia 24 de outubro de 1930.
O movimento foi articulado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande
do Sul e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes, sob alegação de
fraude eleitoral.
Principais causas da Revolução de 1930 no Brasil:

➢ Os impactos da crise financeira de 1929 ocorrida nos Estados Unidos


➢ A constante queda de exportações de café do Brasil
➢ O crescimento do desemprego no Brasil.
➢ As constantes fraudes nos resultados das eeliç~es
➢ O assassinato do candidato João Pessoa da Paraíba.
➢ O rompimento da aliança política de Minas Gerais e São Paulo.
➢ A união política de algumas Oligarquias de Minas Gerais, Paraíba e Rio
Grande do Sul, através da Aliança Nacional Libertadora.
➢ A insatisfaçaõ e atuaçaõ das forças armadas no Brasil.
➢ O apoio dos militares a Getúlio Vargas para ocorrer um golpe de Estado.
➢ A constante corrupção na política brasileria.
➢ Insatisfação de oficais de baixa patente do exército brasileiro.
➢ O crescimento de Revoltas populares e o prblema do desemprego no
Brasil.
➢ O fortaleciemnto da classe media urbana
➢ O conflito entre o setor industrial e o agrário no Brasil.
➢ A não aceitação da vitória de Júlio Prestes como presidente do país.
➢ Creciemnto da Burguesia industrial e do Movimento Operário no país.

Contexto Histórico

Até 1930 a política no Brasil era conduzida pelas oligarquias de Minas Gerais e
São Paulo, por meio de eleições fraudulentas e que mantinham o país sob um
regime econômico agroexportador.
As elites paulista e mineira alternavam a presidência da República elegendo
candidatos que defendiam seus interesses. Este sistema político ficou conhecido
como "política do café com leite" ou política dos governadores.
O modelo funcionou até os demais estados brasileiros crescerem em importância
e reivindicarem mais espaço no cenário político brasileiro.
Por outro lado, a Crise de 1929, atingiu a economia brasileira, provocando
desemprego e dificuldades financeiras.
O fato do Brasil ser um país de monocultura cafeeira fez que a crise fosse
profunda, pois as exportações do produto caíram vertiginosamente. A crise
econômica contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo
de Washington Luís.
gualmente, havia o descontentamento de oficiais de baixa patente do exército, os
quais desejavam derrubar as oligarquias e instaurar uma nova ordem no Brasil.
Devemos lembrar que os tenentes já haviam mostrado seu desagrado com a
situação política brasileira através de episódios como a Revolta do Forte de
Copacabana ou na Revolta Paulista de 1924.
Eleições Presidenciais de 1930
No início de 1929, Washington Luís nomeou o presidente de São Paulo, Júlio
Prestes, como seu sucessor. Esta medida foi apoiada por presidentes de 17
províncias.
A indicação de Júlio Prestes rompia com a alternância de poderes entre Minas e
São Paulo, por isso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, não deram
suporte à Prestes.
Estas províncias se aliaram aos políticos de oposição e criaram a Aliança Liberal.
Desta maneira, os candidatos desta agrupação foram o presidente do Rio
Grande do Sul, Getúlio Vargas e, para vice, o presidente da Paraíba, João
Pessoa.
Tudo parecia indicar a vitória de Júlio Prestes e assim aconteceu. Nas eleições
realizadas em março de 1930, Júlio Prestes foi eleito com grande maioria de
votos (1.091.709), contra 742.794 de Getúlio Vargas.
Diante dos resultados, a Aliança Liberal alegou fraude e rejeitou a validade das
eleições.
Assassinato de João Pessoa
Pouco tempo depois, em julho de 1930, João Pessoa foi assassinado pelo
advogado João Dantas (1888-1930) em Recife.
Acredita-se que o crime tenha ocorrido por razões pessoais e ligadas à política
paraibana, mas a morte do candidato a vice-presidente transformou-se numa
questão nacional.
A indignação toma conta do país. Mesmo sem apoio, o presidente Washington
Luís não pretendia renunciar ao poder.
Assim, em 3 de outubro os militares liderados por Getúlio Vargas, no sul, e
Juarez Távora (1898-1975), no norte, convergem para o Rio de Janeiro.
Ao chegarem na capital, forma-se a Junta Governativa, pelos três ministros
militares Tasso Fragoso, Mena Barreto e Isaías de Noronha.
Diante dos militares, Washington Luís declara que só sairia do cargo preso ou
morto. Imediatamente, a Junta Governativa o prende e o leva ao Forte
Copacabana, onde permaneceria até novembro e dali partiria para o exílio na
Europa.
Com isso, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório com amplos
poderes, revogando a constituição de 1891 e governando por decretos. Da
mesma forma, nomeou seus aliados para interventores (governadores) das
províncias brasileiras.

A ERA VARGAS

A Era Vargas corresponde ao período em que Getúlio Vargas (1882-1954)


governou o Brasil em três momentos:
O Governo Provisório: ( 1930 a 1934 )
O Governo Constitucional ( 1934 a 1937 )O Estado Novo ( 1937 a 1945 )
Governo Provisório (1930-1934)

Chama-se governo provisório o período de 1930 a 1934, quando Getúlio


Vargas governou o Brasil, após a vitória da Revolução de 1930.
Este momento foi marcado pela tensão entre a centralização do poder em torno a
Vargas e o descontentamento das antigas oligarquias estaduais.
Revolução de 1930
A Revolução de 30 conduziu os descontentes com o governo da Primeira
República ao governo federal, através do golpe de Estado proposto por Getúlio
Vargas.
As primeiras medidas do governo provisório foram: o fechamento do Congresso
e do Senado, a suspensão da Constituição de 1891 e a destituição dos antigos
presidentes de províncias (governadores).
Também foram criados o Ministério da Educação e Saúde, bem como o
Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio.
Vargas também prometeria eleições presidenciais para breve, mas adiava a
decisão sempre que podia. Voltou-se para a Igreja Católica em busca de apoio e
assim conseguir se sustentar na presidência.
O Governo Provisório e os Tenentes
Uma vez vitorioso, Getúlio Vargas inseriu os tenentes nos principais cargos da
administração pela participação na Revolução de 30. A manobra política
desagradou àqueles coronéis que mantinham seus redutos de influência no País
e que passaram a confrontar o governo.
Os tenentes passaram a controlar os estados com o nome de "intendentes" após
a deposição dos antigos presidentes estaduais (governadores) eleitos.
Entre os tenentes estavam Juarez Távola, Juraci Magalhães, João Alberto e Ary
Parreiras. No entanto, havia civis como Maurício de Lacerda e Pedro Ernesto.
Juarez Távora é denominado delegado dos Estados do Norte (que compreendia
do Espírito Santo ao Amazonas) e João Alberto, interventor de São Paulo. Por
sua parte, Juracy Magalhães é escolhido como interventor da Bahia e Ary
Parreiras, do Rio de Janeiro.
Pedro Ernesto é nomeado interventor do Distrito Federal e Maurício de Lacerda
serviu como embaixador no Uruguai e pouco depois rompe com Vargas.
Um ano depois da revolução, o governo provisório adotou o Código dos
Interventores, que limitava o poder os tenentes nomeados. Além disso, os proibia
de contrair empréstimos no exterior e ter forças policiais superiores ao Exército
nacional.
Os militares, unidos em torno do Clube 3 de Outubro, com sede no Rio de
Janeiro, debatiam instrumentos para consolidar as Forças Armadas. Desta
maneira, apoiam a reforma trabalhista, se posicionam contra as eleições e a
convocação de uma Assembleia Constituinte.
Os grupos oligárquicos, contudo, cobravam eleições e reforma constitucional.
Deste modo, passaram a desafiar Getúlio Vargas na tentativa de evitar o
fortalecimento político dos tenentes
Revolução de 1932 e Governo Provisório
O descontentamento dos grupos oligárquicos, liderados pelos paulistas,
marcaram o início da Revolução de 1932, em São Paulo.
Os objetivos deste levante eram a convocação de eleições para os cargos
executivos e para a formação de uma assembleia constituinte. Diante da recusa
do governo, os paulistas pegam em armas, mas a revolta foi sufocada por
Getúlio Vargas.
De todas as maneiras, um ano depois, era instituída a Assembleia Nacional
Constituinte, que promulgaria a nova Carta Magna e elegeria como presidente o
próprio Vargas.
Entre as definições da nova Constituição de 1934 estava a eleição por voto direto
e secreto, mandato presidencial de quatro anos e a criação de deputados por
categoria profissional.
Com a nova Carta Magna, o governo provisório e o movimento tenentista
chegariam ao fim e a Era Vargas entra na fase denominada Governo
Constitucionalista.

Governo Constitucional (1934-1937)

O governo Constitucional (ou Constitucionalista) durou de 1934 a 1937 e é


considerado a segunda etapa da Era Vargas.
O período se inicia com promulgação da Constituição de 1934 e a eleição
indireta de Getúlio Vargas para presidente da República pela Assembleia
Nacional Constituinte.
Esta fase foi marcada por greves de operários, pela Revolta Comunista, o
combate das ideias de esquerda e a radicalização da política. Foi um período de
fortalecimento do Poder Executivo e debilidade do legislativo.
Fim do Governo Provisório
Getúlio Vargas chega à presidência em 1930, através da Revolução de 30,
governa sem o auxílio do Poder Legislativo e sem a Constituição de 1889. Isto
decepciona as oligarquias estaduais que esperavam que houvesse convocação
de uma assembleia constituinte.
No entanto, Vargas dava sinais que pretendia governar sozinho e não tinha
intenção de convocar nenhum pleito político. Descontentes, as oligarquias
estaduais pressionavam o governo central.
Desta maneira, explode em São Paulo, a Revolução Constitucionalista de 1932,
que exige a convocação de eleições para a formação de uma Assembleia
Constituinte. O movimento militar é derrotado em três meses, mas Vargas é
forçado a promover eleições e aceitar a nova Carta Magna.
Também surge neste momento, a AIB (Ação Integralista Brasileira) em 1932,
movimento de extrema direta, nacionalista e antiliberal.
Característica do Governo Constitucional (1934-1937)
Com a promulgação da Constituição de 1934, o Governo Provisório chega ao
fim. Vejamos algumas características da Carta Magna.
Constituição de 1934
A Constituição de 1934 garantiu o voto feminino, eleições diretas e existência de
partidos políticos..
Por sua vez, a Câmara dos Deputados passou a ser eleita tanto por voto direto e
universal, como por organizações profissionais. Estes legisladores ficaram
conhecidos como "deputados classistas".
É instituída a Ação Popular e o mandato de segurança. Ambos são instrumentos
jurídicos que garantiam os direitos individuais contra o abuso de poder.
Intentona Comunista
Contudo, a Constituição de 1934 não tranquilizou o país. Grupos de oposição se
unem para derrubar Getúlio Vargas no episódio conhecido como Revolta
Comunista, liderada pela ANL (Aliança Nacional Libertadora), em 1935.
A ANL criticava o nazi-fascismo e o imperialismo, ao mesmo tempo em que
desejava liberdades democráticas, o fim latifúndio e a suspensão do pagamento
da dívida externa.
O governo sufocou o levante comunista facilmente e aproveitou para prender
civis e militares contrários à política de Vargas. Em 1936, criou a Comissão
Nacional de Repressão ao Comunismo, cujo objetivo era investigar atos de
funcionários públicos em atos considerados de esquerda.
Igualmente, com a justificativa de sufocar uma suposta ameaça comunista, o
próprio governo planeja um golpe contra as instituições democráticas em 1937.
Fim do Governo Constitucional
Com o argumento da luta contra o comunismo, Getúlio Vargas decreta estado de
guerra em março de 1936. A medida vigora até 1937, sendo caracterizada por
intensa repressão e restrição às liberdades individuais dos cidadãos.
Alegando o perigo de um golpe por parte da esquerda, Getúlio Vargas, apoiado
por militares, integralistas e conservadores, instaura o Estado Novo. Este foi
marcado pelo fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas
e Câmaras Municipais.
O Estado Novo duraria de 1937 a 1945.

Estado Novo
O Estado Novo corresponde ao período em que Getúlio Vargas (1882-1954)
governou o Brasil entre os anos de 1937 a 1945 , no último momento da Era
Vargas, marcado pelo autoritarismo, censura e centralização do poder.
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas realizou um Golpe que instaura
o Estado Novo, que perduraria até 29 de outubro de 1945, quando, deposto por
um movimento militar chefiado por generais, termina o governo Vargas.
Durante todo o período, sua politica priorizou investimentos em infraestrutura
para o desenvolvimento industrial.
Instauração do Estado Novo: Resumo
Em 1935 o governo havia reforçado sua propaganda anticomunista, o que
legitimou o estado de sítio em fins daquele ano e a declaração de estado de
guerra no ano seguinte.
Ora, em janeiro de 1938 estavam previstas eleições presidenciais; porém,
aproveitando o momento de instabilidade política pelo qual passava o país,
Getúlio Vargas deu um golpe de estado em 10 de novembro de 1937.
Note que a constituição de 1934 proibia a reeleição de Getúlio, o qual articula o
chamado Plano Cohen, um documento que atestava o plano comunista para
destituir o governo, o que foi depois desacreditado como uma fraude.
Todavia, fomentando o sentimento nacionalista em torno da ameaça
do comunismo, a ditadura conquistou o apoio popular para legitimar sua
investidura. Assim, Vargas anunciou na cadeia de estações rádio a nova
Constituição de 1937, com inspiração claramente fascista.
Características do Estado Novo
O Estado Novo no Brasil (1937-1945) deve ser considerado no contexto
mundial, onde assistimos a ascensão de varias ditaduras: Hitler na Alemanha,
Stalin na URSS, Franco na Espanha, Salazar em Portugal, dentre outros.
Assim, argumentando que o regime constitucional vigente ‘perdera seu valor
prático’, provocando um Estado de ‘desordem’ e ‘irresponsabilidade’, Getúlio
Vargas determinou o encerramento das Assembleias Legislativas, da Câmara
dos Deputados e do Congresso Nacional.
Também cerrou todos os partidos e organizações civis e deu início a caçada
política e, em alguns casos, prisão e morte de opositores e inimigos do estado.
No plano político, passou a nomear interventores nos Estados, enquanto
no plano cultural, o Estado Novo caracterizou-se como um período em que a
constituição de uma identidade nacional era a meta a ser atingida.
Assim, a "antropofagia cultural" fundamentou alguns dos aspectos do regime,
que se associou a pensadores como Carlos Drummond de Andrade, Oscar
Niemeyer, Lúcio Costa e Cândido Portinari, bem como fora responsável pela
criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN),
de Mário de Andrade.
Criações do Estado Novo
Tornou obrigatória a disciplina de "Educação Moral e Cívica" nas escolas.
Institui um novo valor cambial: o cruzeiro.
Concepção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Vale do Rio Doce,
Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para controlar rádios
e jornais e do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em 1938
para fortalecer a máquina pública e a burocracia e fiscalizar os governos
estaduais.
Controle dos sindicatos.
Implementação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943,
garantindo vários direitos aos trabalhadores.
Criação da Justiça do Trabalho, da carteira de trabalho, salário mínimo,
descanso semanal remunerado, jornada de trabalho de oito horas e
regulamentação do trabalho feminino de menores de idade.
Surgimento do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o qual, mais adiante, virá a
ser a Petrobras, no ano de 1953.

Você também pode gostar