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HISTÓRIA DO BRASIL

Brasil Regencial (1831-1840)


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BRASIL REGENCIAL (1831-1840)


Como é o período regencial, não tem um rei governando, mas um regente. O regente
não é um príncipe, porque não é da família real, ou seja, não tinha alguém da família real
no Brasil com idade para governar. Pela primeira vez, um brasileiro irá governar o Brasil, de
modo que há alguns avanços para o liberalismo, por exemplo, autonomia das províncias.
Primeiro, ocorre a regência trina provisória e, depois, a regência trina permanente.

REGÊNCIA TRINA PROVISÓRIA (1831) E REGÊNCIA TRINA PERMANENTE


(1831-1834)

Depois tem uma regência Una de Diogo Feijó e outra de Pedro de Araújo Lima. Desse
modo, são quatro regências no período regencial.
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Questão política:
• Abdicação de Dom Pedro I: Consolidação da independência política brasileira;
– A regência passa a ser brasileira, de fato.
• Portugueses que ocupavam cargos públicos foram afastados e substituídos por
cidadãos brasileiros;
• Surgimento de três grupos políticos que disputaram as eleições para a regência
(Liberais moderados, Liberais exaltados e Restauradores).
– Disputaram para a regência permanente.
– Convencionou-se que o partido brasileiro se dividiu em duas vertentes: os mode-
rados e os exaltados. Como passar do tempo na regência, os moderados vão se
tornar os regressivos e depois conservadores, já os liberais vão se tornar progres-
sistas e depois liberais de novo.

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 Obs.: os liberais exaltados desejavam a volta de um imperador e, por isso, fazem


o golpe da maioridade.
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Durante o Período Regencial, os debates políticos giravam em torno das questões:


• Unidade territorial, ameaçada por revoltas e manifestações;
• Centralização X Descentralização;
• Organização das Forças Armadas;
• Grau de autonomia das províncias.

O 7 de abril, logo de início, revestiu-se de um significado de ruptura em relação ao


período anterior e de grandes esperanças e expectativas para os contemporâneos da
época, sobretudo para aqueles que participaram mais ativamente de sua realização. Dois
grupos políticos, até então não muito bem definidos, estiveram à frente do processo: os
chamados liberais exaltados (ou farroupilhas) e liberais moderados (ou chimangos).
Atuando estes últimos principalmente no Parlamento e na Imprensa, e aqueles primeiros
na Imprensa também e nas ruas, o objetivo maior e comum de combater e, quiçá, der-
rubar dom Pedro os uniu, a despeito de suas diferenças ideológicas mais profundas. Era
natural, portanto, que cada um pretendesse ocupar um lugar de destaque no governo
que ora se iniciava (...) Além dessas duas, uma terceira facção política não tardou a surgir
no início do período regencial: os restauradores ou caramurus. Fortalecendo-se este

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grupo, a partir de 1832, o integravam antigos aristocratas, cortesãos e burocratas do


Primeiro Reinado, bem como militares e comerciantes portugueses de todo tipo. Com-
batiam duramente o 7 de abril e a Regência moderada, e defendiam uma monarquia
fortemente centralizada, a inviolabilidade da Constituição (opondo-se às reformas
liberais pleiteadas tanto pelos exaltados quanto pelos moderados) e, em alguns casos
(mas não em todos, cumpre frisar), a restauração de dom Pedro I no trono, além de
insurgirem-se contra a discriminação racial, em relação a negros e pardos e contra as
rivalidades entre brasileiros e portugueses. Marcello Otávio N. de C. Basile em História
geral do Brasil / Maria Yedda Linhares.
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• Mesmo moderado ou exaltado, vai acontecer um nível de autonomia das províncias
e de alterações da Constituição. Por isso, acontece um avanço liberal.

O AVANÇO LIBERAL

Em 1831, o governo percebe a necessidade de renovação da economia, e passa a


implantar no país o cultivo do café, pois, além da terra, principalmente nas regiões do
Vale do Paraíba – RJ e do Oeste Paulista, ser propícia ao plantio, o produto era extrema-
mente lucrativo e popular no exterior.
Com o investimento do governo e dos latifundiários no crescimento da cultura
cafeeira, formou-se no país um grupo de crescente influência política e econômica, os
chamados “Barões do Café”.
Por meio de reformas constitucionais, os liberais moderados procuraram diminuir
as funções do Executivo e ampliar as atribuições do Legislativo.
Procuravam atender as reivindicações de liberais exaltados, defensores do
federalismo.
Como forma de aplacar os anseios dos liberais exaltados a respeito da autonomia
municipal, a descentralização do sistema judiciário acabou reforçando o poder da
aristocracia agrária.

CRIAÇÃO DA GUARDA NACIONAL EM 1831:

Com a eclosão de várias revoltas no país, principalmente com a exclusão da partici-


pação política de restauradores e exaltados, as forças militares acionadas para comba-
ter revoltosos, muitas vezes aderiam aos movimentos ao invés de erradicá-los.
O exército acabou por perder credibilidade junto ao governo central.
A guarda nacional foi criada para combater revoltas e reestabelecer a ordem, em
que o exército foi ineficaz.

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Consistia em uma força paramilitar em que grandes latifundiários influentes em


suas regiões recebiam o controle da guarda e o título de “Coronéis”.
• É a raiz do coronelismo, isto é, nasce mais contundente a poderosa imagem do coro-
nel, que nunca foi um militar, mas que tinha recursos financeiros para manter os
capangas.
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Alguns relatos indicam que somente homens entre 21 e 60 anos, com renda anual
acima de 200 mil réis, tinham participação efetiva e controle de grupos da guarda.
Com a abdicação, os liberais tomariam o poder.
A lei de 29 de novembro de 1832 – o Código do Processo Criminal – e o Ato Adicional
de 12 de agosto de 1834 seriam as últimas concessões liberais que os grupos dominan-
tes no poder estavam dispostos a fazer.
• Ocorreram algumas medidas para aplacar os farroupilhas.

CRIAÇÃO DO CÓDIGO DO PROCESSO CRIMINAL EM 1832:

Instituiu o tribunal do júri e ampliou o poder dos juízes de paz;


Os juízes tinham autoridade para prender criminosos, apreender listas de votantes,
presidir mesas eleitorais e compor listas de jurados.
Para ganhar prestígio, aliavam-se a grandes latifundiários que controlavam a apli-
cação das leis regionais.
• Foi uma forma de descentralizar.

ATO ADICIONAL DE 1834 (PROPÔS IMPORTANTES ALTERAÇÕES À CONS-


TITUIÇÃO DE 1824):

O Poder Executivo deveria ficar nas mãos de apenas um representante eleito, com
eleições previstas de quatro em quatro anos;
O ato previa a substituição da Regência Trina por uma Regência Una, estabelecida
por meio de voto direto e secreto, porém continuava sendo censitário;
• Não quer dizer que aumentou a participação popular, na verdade, foi uma mudança
na parte superior da política.

Extinção do Conselho de Estado, órgão de assessoria do imperador criado pela


Constituição de 1824.
Cada província era autorizada a criar uma assembleia, que poderia controlar os
impostos e os gastos locais, bem como nomear seus próprios funcionários.
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• Trata-se de uma descentralização.

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O Senado manteve seus cargos vitalícios.


A Cidade do Rio de Janeiro tornou-se um município neutro.
• Nesse contexto, não se aplica o poder moderador.

REGÊNCIA UNA – DIOGO FEIJÓ (1835 – 1837)

Defensor das propostas do Ato Adicional de 1834, Feijó foi eleito, em 1835, para um
mandato de quatro anos.
O governo de Feijó foi marcado por um clima de insatisfação política, econô-
mica e social.
Os partidos se organizaram em uma nova estrutura política, divididos em regressis-
tas e progressistas.
• O regressista era o moderado, que no início do segundo reinado será o conservador.
Já o progressista era o exaltado, mas ao final do período regencial será o Liberal.

Nesse período, eclodiram as duas maiores revoltas regenciais: Cabanagem, no Norte;


Farroupilha, no Sul.
O desgaste entre o Executivo e o Legislativo agravou-se ainda mais em 1837,
quando as eleições para o Legislativo resultaram na vitória de uma maioria regressista.
Acusado de ser incapaz de reprimir os levantes provinciais e de ser favorável ao
casamento de padres.
Em 1837, mediante a forte pressão sofrida, Diogo Feijó renunciou ao cargo e o
Poder Executivo foi assumido pelo Senador Pedro de Araújo Lima, representante dos
regressistas;

REGÊNCIA UNA – PEDRO DE ARAÚJO LIMA (1837 – 1840)

O último governo do período regencial foi marcado pelo acirramento das tensões
políticas e sociais no país.
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A lei interpretativa do ato adicional, criada em 1838, aumentou ainda mais os
problemas:
• Traz de volta algumas coisas que estavam previstas na Constituição alterada pelo ato.
• Retirava a autonomia legislativa das províncias, permitindo a anulação de leis pro-
vinciais pelo governo central.
• Aumentou o poder de repressão do governo federal.
– Atraso liberal e avanço conservador centralista.

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Um ministério que representava os interesses da maioria regressista foi articulado


por Araújo Lima.
As revoltas provinciais preocupavam o governo vigente e ameaçavam o reestabele-
cimento da ordem.
A aliança entre o Executivo e o Legislativo, além da liberação de verbas para os
governos provinciais ajudaram a reprimir quase todas as revoltas regenciais.
As divergências e a instabilidade política se mantiveram, o que levou, em 1838, ao
surgimento do Partido Liberal, originário dos antes progressistas e, em 1840, do Par-
tido Conservador, originários dos regressistas. Ambos representavam as elites nacio-
nais sob perspectivas diferentes.
Em 1839, o partido liberal começou a defender o projeto de antecipação da maiori-
dade de Pedro de Alcântara, apresentando-o como uma solução para a crise de gover-
nabilidade.
A revolução Farroupilha no Sul, que separou politicamente o Sul do restante do país,
influenciou a promoção da maioridade do jovem sucessor.

��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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