Você está na página 1de 15

Habilidade

EF08HI16 da BNCC, citada a seguir:


– Identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e regional nas
rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado.
• Analisar e comparar as diversidades
política, social e regional em rebeliões
e movimentos contestatórios ao poder
centralizado, como a Confederação do
Objetivos de Equador, a Revolta dos Malês, a
Cabanagem, a Farroupilha e a
aprendizagem Balaiada.
• Refletir sobre os legados da
escravidão nas Américas, consultando
e interpretando fontes históricas
variadas.
Regências: um período
movimentado
O período regencial foi relativamente curto: durou de 1831 a
1840. Apesar disso, foi também um dos períodos mais agitados
da nossa história. Naqueles nove anos ocorreram intensas
disputas políticas, entre o “ centro” e as províncias, e revoltas
sociais armadas, de norte a sul do país. Esses episódios
ameaçaram a unidade nacional e, ao mesmo tempo, foram
decisivos na formação do Estado brasileiro.
História política
Quando D. Pedro I renunciou ao trono, seu
filho Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos
de idade. Nesse caso, dizia a Constituição, o
governo devia ser ocupado por três
regentes escolhidos por uma Assembleia
Geral formada de deputados e senadores.
Mas como esta estava em recesso, os
poucos deputados e senadores que se
encontravam no Rio de Janeiro elegeram
três regentes provisórios, que governaram
por pouco mais de dois meses.
Regência Trina Permanente
Em 1831 ainda, a Assembleia Geral elegeu um militar e dois
deputados civis para compor a Regência Trina Permanente; o
homem mais poderoso dessa regência era o ministro da justiça,
o padre paulista Diogo Antônio Feijó. Quando essa regência
assumiu o governo, ocorria uma disputa pelo poder no
Parlamento, na imprensa e nas ruas entre três grupos políticos.
Leia o quadro.
Desde o início, o governo formado por moderados
usou soldados do Exército para reprimir as
manifestações populares. Por vezes, porém, esses
soldados, sentindo as dificuldades do povo,
juntavam-se a ele contra o governo.
Por não confiar no Exército e disposto a manter a
ordem, o governo dos moderados criou, em 1831, a
Guarda Nacional. Dela só podiam participar
cidadãos proprietários com idade entre 21 e 60 anos
e renda anual mínima de 200 mil-réis nas quatro
maiores cidades e de 100 mil-réis no resto do país.
O governo entregou aos fazendeiros mais ricos a
patente de coronel da Guarda Nacional, a mais alta
de todas elas. Cada fazendeiro-coronel organizava
um destacamento em sua região, com homens de
sua confiança e com recursos próprios, adquirindo
com isso um enorme poder local.
O Ato Adicional de 1834
Tanto moderados quanto exaltados concordavam com a necessidade de
reformar a Constituição que tinha sido imposta por D. Pedro I. Depois de
muito debater a questão no Parlamento, chegaram a um acordo que
consistia em conceder uma certa autonomia às províncias e garantir a
unidade do Império. Com esse objetivo, o governo regencial aprovou o
Ato Adicional de 1834, o qual:
• Dava maior autonomia às províncias,
O Ato Adicional de concedendo a elas o direito a uma
Assembleia Legislativa e orçamento
1834 próprio;
• Extinguia o Conselho de Estado, órgão
criado por D. Pedro I e bastante
impopular;
• Substituía a Regência Trina pela
Regência Una; o regente deveria ser
escolhido por eleição, o que contentou
os liberais;
• Transformava o Rio de Janeiro em
município neutro, capital do Império.
Com o Ato
Adicional, as
províncias
ganharam o
direito de fazer
algumas leis e de
decidir em que
aplicar o
dinheiro de
parte dos
impostos
arrecadados.
Dialogando

a) Quais elementos da imagem sugerem o Brasil rural e quais lembram o Brasil urbano?
Rural: carro de bois, feixes de cana transportados por escravizados; urbano: aqueduto e o sobrado no
alto e ao fundo.
b) A importância da religião naquela sociedade pode ser comprovada na imagem?
Sim; a igreja construída na parte alta da cidade confirma a importância da religião para aquela sociedade.
c) As personagens da imagem são um indício de que a sociedade imperial era hierarquizada? Justifique.
Sim, pois ela mostra escravizados trabalhando à esquerda e à direita, e membros da elite imperial ao
centro.
Regência Una de Feijó
Com morte de D. Pedro I, em 1834, o grupo dos
restauradores se dissolveu; parte de seus membros se
retirou da política; a outra parte passou para o grupo dos
moderados. Nesse contexto, ocorreram no Brasil, pela
primeira vez, eleições para a escolha de um chefe de
governo. O padre Feijó venceu por uma diferença pequena
de votos. O regente Feijó era favorável ao casamento dos
padres, opinião que gerou grande polêmica na época.
Durante seu governo, ele teve de enfrentar duas das
maiores rebeliões regenciais: a Cabanagem, no Norte, e a
Farroupilha, no Sul. Para isso, precisava de recursos que
deviam ser aprovados pela maioria dos deputados na
Câmara. Mas a Câmara eleita no ano seguinte era formada,
em sua maioria, por deputados da oposição. Sem o apoio
na Câmara dos Deputados e sem recursos suficientes para
conter as rebeliões provinciais, Feijó renunciou, em 1837.
A Regência de Araújo
Lima
Feijó foi sucedido por Pedro de Araújo Lima, que
inaugurou o Regresso, um movimento liderado
por representantes políticos da cafeicultura do
Vale do Paraíba e dos grandes comerciantes na
cidade do Rio de Janeiro. Os regressistas queriam
garantir a unidade (do Império) e a ordem
(escravista), pondo fim ao que eles chamavam de
“anarquia” do período regencial. Com esse
objetivo, em 1840, a regência de Araújo Lima
aprovou a Lei Interpretativa do Ato Adicional, que
retirava a autonomia das províncias e dava ao
governo central um maior poder.

Você também pode gostar