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DOM PEDRO I E O PERÍODO REGENCIAL

Em 1822 o Brasil conquistou a independência e Dom Pedro I foi aclamado imperador do Brasil.

A consolidação da Independência

 Os Estados Unidos reconheceram a independência em maio de 1824, mas informalmente a


independência já era reconhecida pela Inglaterra.
 Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhõ es de libras esterlinas para reconhecer a
independência – a Inglaterra emprestou o dinheiro.

O povo mais pobre sequer entendeu o significado da independência. A


estrutura agrá ria continuou a mesma, a escravidã o se manteve e a
distribuiçã o de renda continuou desigual. A elite agrá ria, que deu
suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

PRIMEIRO REINADO

O Primeiro Reinado do Brasil é o nome dado ao período em que D.


Pedro I governou o Brasil como Imperador, entre 1822 e 1831, ano de
sua abdicaçã o. o governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades
para consolidar a independência, pois ocorreram muitas revoltas
regionais, oposiçõ es políticas internas.

Constituição de 1824

O debate político nos primeiros anos se concentrou em torno da aprovaçã o de uma Constituiçã o. D.
Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituiçã o, que foi outorgada
(imposta) em 25 de março de 1824.

 Além de definir os três poderes (legislativo,


executivo e judiciá rio), criou o poder Moderador,
exclusivo do imperador, que lhe concedia
diversos poderes políticos.
 Também definiu leis para o processo eleitoral no
país. De acordo com ela, só poderiam votar os
grandes proprietá rios de terras, do sexo
masculino e com mais de 25 anos.
 O Catolicismo foi declarado como religiã o oficial
e o culto pú blico de outras religiõ es estava proibido.

Confederação do Equador

A Confederaçã o do Equador (1824) foi um movimento revolucioná rio e


emancipacionista de cunho republicano e separatista entre os
monarquistas e os liberais. Liderados por Manuel Carvalho Pais de
Andrade e Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, popularmente
conhecido por Frei Caneca, a Confederaçã o do Equador buscava a
construçã o de um Estado independente.

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Com capital no Recife (na época a capital do Império era o Rio de Janeiro), criticavam a escravidã o e a
centralizaçã o do poder exaltados pelo absolutismo, conservadorismo e autoritarismo do monarca.
Inicialmente, a revolta eclodiu no estado de Pernambuco, expandindo-se para outros, tal qual o Ceará ,
o Rio Grande do Norte e a Paraíba.

A Confederaçã o do Equador nã o obteve sucesso, todos os seus principais líderes foram mortos e
nenhuma reivindicaçã o foi atendida.

Guerra da Cisplatina

A Guerra da Cisplatina foi um confronto armado ocorrido


entre 1825 a 1828, envolvendo o Império do Brasil, as
Províncias Unidas do Rio da Prata e os habitantes da
Província Cisplatina. O conflito teve início quando um
grupo de dirigentes da província Cisplatina declarou a
separaçã o do Brasil e a sua incorporaçã o à Repú blica
Argentina.

D. Pedro I declarou guerra à Argentina, mas o exército


brasileiro foi derrotado causando grandes prejuízos pelos enormes gastos e grande nú mero de
soldados mortos. Brasil e a Argentina assinaram um acordo de paz, e a província Cisplatina declarou
sua independência desses dois países, tornando-se a República do Uruguai.

Crise do Império

O poder autoritá rio de Dom Pedro I e os enormes


gastos para frear a Confederaçã o do Equador e a Guerra
da Cisplatina geraram descontentamento na elite
brasileira. Com a morte de Dom Joã o VI, a nobreza
portuguesa passou a exigir a volta de Dom Pedro I à
Portugal para assumir o trono. No Brasil, a populaçã o se
uniu à elite e ambas passaram a criticar o governo
autoritá rio do Imperador.

Em 1831 Dom Pedro I abdicou ao trono brasileiro e


retornou à Portugal. No Brasil, deixou seu filho Pedro de Alcâ ntara, de 05 anos, como Príncipe Regente.

PERÍODO REGENCIAL

O período posterior à abdicaçã o de Dom Pedro I é


chamado de Regência, porque nele o país foi regido
por figuras políticas em nome do Imperador até a
maioridade antecipada, em 1840.

Revoltas Regenciais

O agravamento da situaçã o econô mica e o anseio das camadas popular e média por uma maior
participaçã o política vã o gerar revoltas em vá rios pontos do país.

Cabanagem

A Cabanagem foi uma revolta popular extremamente violenta, ocorrida de 1835 a 1840, na província
do Grã o-Pará . A rebeliã o tinha como objetivo a independência da regiã o, além de:

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 As disputas políticas e territoriais, motivadas pelas elites do Grã o-Pará ;
 As elites provinciais queriam tomar as decisõ es político-administrativas da província;
 O descaso do governo regencial com os habitantes do Grã o-Pará ;

Os moradores sofriam com a repressã o do Governador


Bernardo Lobo de Sousa desde 1833, que ordenou
deportaçõ es e prisõ es arbitrá rias para quem se opusesse a
ele. Assim, em agosto de 1835, os cabanos se amotinam, sob
a liderança dos fazendeiros Félix Clemente Malcher e
Francisco Vinagre, culminando na execuçã o do Governador
Bernardo Lobo de Sousa. Apó s cinco anos de sangrentos
combates, o governo regencial conseguiu reprimir a revolta.
Muitos cabanos tinham sido presos ou mortos em combates.
A revolta terminou sem que os objetivos fossem atingidos.

Sabinada

A Sabinada foi uma revolta feita por militares, integrantes da classe média e rica da Bahia. A revolta se
estendeu entre os anos de 1837 e 1838. Os revoltosos eram contrá rios à s imposiçõ es políticas e
administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam profundamente insatisfeitos com as
nomeaçõ es de autoridades para o governo da Bahia, realizadas pelo governo regencial. Tinha como
causas:

 Insatisfaçã o diante da falta de autonomia política e


administrativa da província, pois aos olhos dos revoltosos, o
governo regencial era ilegítimo.
 O recrutamento obrigató rio imposto aos baianos em funçã o da
Guerra dos Farrapos.

No dia 7 de novembro de 1837, um grupo de revoltosos comandados


por Francisco Sabino tomam a Câ mara Municipal, e Sabino foi
nomeado secretá rio de governo da “Repú blica Bahiana”. O governo
central, sob a regência do regente Feijó , enviou tropas para a regiã o e
reprimiu o movimento com força total. A cidade de Salvador foi
cercada e retomada. Entre revoltosos e integrantes das forças da
rebeliã o, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil revoltosos foram presos.

Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu na


cidade de Salvador (província da Bahia) entre os dias 25 e 27
de janeiro de 1835. Os principais personagens desta revolta
foram os negros islâ micos. Apesar de livres, sofriam muita
discriminaçã o por serem negros e seguidores do Islamismo.
Tinha como causas principais:

 A escravidã o dos escravos;


 Imposiçã o do Catolicismo e o confisco dos bens dos
brancos e mulatos;
 Proibiçã o da religiã o islâ mica.

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O objetivo principal era a libertaçã o dos escravos e a criaçã o de uma repú blica islâ mica no estado da
Bahia. Os planos dos revoltosos foram descobertos e a revolta nem aconteceu. Aconteceram violentos
combates e os líderes foram condenados à morte. O governo local, para evitar outras revoltas do tipo,
decretou leis proibindo a circulaçã o de
muçulmanos no período da noite, bem como a
prá tica de suas cerimô nias religiosas.

Balaiada

A Balaiada foi uma revolta popular ocorrida no


Maranhã o entre os anos de 1838 e 1841,
coordenada por escravos fugitivos e
trabalhadores da regiã o. Grande parte da
populaçã o pobre do estado era contra o domínio
econô mico de um grupo de fazendeiros da regiã o.
Esses fazendeiros comandavam a regiã o e usavam a força e a violência para atingirem seus objetivos.

O governo maranhense organizou suas forças militares e passou a combater fortemente os


balaios. O coronel Luís Alves Lima e Silva foi nomeado pelo Império como governador da província do
Maranhã o com o objetivo de pacificar a revolta. Em 1841, já com o movimento enfraquecido, muitos
balaios resolverem se render, aproveitando a anistia concedida pelo governo. O líder Cosme Bento foi
capturado e enforcado. Era o fim da revolta.

Guerra dos Farrapos

Também conhecida como Revoluçã o Farroupilha foi um


conflito regional contrá rio ao governo imperial
brasileiro. Ocorreu no Rio Grande do Sul, entre 20 de
setembro de 1835 e 1 de março de 1845. Foi a mais
longa rebeliã o do período regencial do Brasil. O termo
“farrapo” se referia aos trajes maltrapilhos que o
exército rebelde usava.

A revolta foi mobilizada pelos grandes proprietá rios de


terra do Rio Grande do Sul, insatisfeitos com os altos impostos cobrados pelo governo imperial sobre
seus produtos. Os negros escravizados também foram recrutados para lutar, sob a promessa de
liberdade, no caso de vitó ria na guerra contra o império. Eram chamados de Lanceiros Negros. Dentre
as principais causas:

 O charque gaú cho devia pagar 25% de impostos enquanto o uruguaio pagava somente 4% para
ser vendido no Rio de Janeiro;
 A nomeaçã o de Antô nio Rodrigues Fernandes Braga como presidente da província, o que nã o
foi aceito pelos gaú chos.

Durante os 10 anos da Guerra dos Farrapos ocorreram


diversas batalhas de cará ter separatista, tanto na regiã o
do Rio Grande do Sul quanto de Santa Catarina.
Surgiram nomes importantes, como Bento Gonçalves,
que foi declarado Presidente da Repú blica do Piratini
pelos revoltosos, Giuseppe Garibaldi (que era italiano)
e Anita Garibaldi, que vivia em Laguna / SC.
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Em 14 de novembro de 1844, o acampamento farroupilha é atacado por tropas imperiais. Em 1845, os
rebeldes aceitaram a proposta de paz oferecida pelo governo. O Tratado de Poncho Verde estabelecia:

 libertaçã o dos escravos que haviam lutado ao lado dos farroupilhas;


 devoluçã o das terras que haviam sido tomadas dos rebeldes;
 diminuiçã o dos impostos naquela província.

GOLPE DA MAIORIDADE

A Campanha da Maioridade, um movimento que defendia a ideia de que


Dom Pedro II, mesmo com menos de 15 anos, estava preparado para
assumir o governo do Brasil. O Partido Liberal apresentou um projeto
para a antecipaçã o da maioridade do Imperador, declarando Pedro de
Alcâ ntara como maior de idade. Entã o, em 1840, Dom Pedro II foi
considerado maior de idade, com 15 anos incompletos, dando início ao
Segundo Reinado (1840 – 1889).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história : das origens do homem à era digital : manual do professor — 3. ed. — Sã o Paulo
: Moderna, 2018.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. Sã o Paulo: Saraiva, 2005.

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