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Professoras: Angélica Moraes e Paola Garcia.

PARA SABER MAIS...

✓Os símbolos da bandeira:


O retângulo verde: Representa a Casa de Bragança (casa reinante
portuguesa da família de Dom Pedro). Por outro lado, segundo Dom
Pedro I, simboliza o país da eterna primavera.
O losango amarelo: Representa a Casa de Habsburgo (da família de
Dona Leopoldina).
Brasão do centro da bandeira: Brasão do império
Ramos de vegetais: Ramos de duas riquezas do império: café (à
esquerda) e tabaco (à direita). São unidos pelo “fitão nacional”.
Cruz ao centro: É a Cruz de Cristo, que remete à Portugal e a Ordem dos
Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Esfera armilar: Símbolo do poder “majestático” em Portugal. Esfera
formada por círculos metálicos.
Faixa azul com estrelas: As estrelas representavam as províncias do
Império. 19 estrelas para 19 províncias.
Coroa: Coroa Imperial (diferente da coroa real, que está presente na
bandeira anterior).
Cruz acima da Coroa: Significa que Deus está acima do Imperador.
https://miloitocentoserevolucoes.wordpress.com/2016/03/25/a-bandeira-do-brasil-imperial/
Periodização geral do Império
Brasileiro
A consolidação da Independência

As Guerras de Independência
“(...) só houve adesão imediata ao
governo de Pedro I no eixo Rio-São
Paulo-Minas, onde o processo foi
articulado. Nas demais províncias −
como a Bahia, o Maranhão, o Piauí, o
Pará e a Província Cisplatina −, a
independência, proclamada em 7 de
setembro, não foi logo acatada, (...)”

Para afirmar sua autoridade como


imperador de todo o Brasil, precisou
enviar para as províncias rebeldes
forças de terra e mar, que entraram
em combate com os revoltosos, dando
início às Guerras de Independência.
As tropas imperiais
encontraram maior resistência
na Bahia e no Grão-Pará, onde
existia um maior número de
comerciantes cujos interesses
estavam vinculados a Portugal.

Do ponto de vista ideológico, as


Guerras de Independência
refletiram a oposição entre o
ideal liberal da emancipação e a
reação conservadora dos que
pretendiam manter o
colonialismo. Evidenciava
também a luta pela autonomia
das províncias contra a ação
centralizadora do poder cuja
sede era o Rio de Janeiro. Apesar
dessas divergências, em
meados de 1823, todo o país
estava sob o comando do
imperador D. Pedro I.
O reconhecimento externo
da independência
•EUA: 26_ 06_ 1824
primeiro país a reconhecer a Independência brasileira,
apoiada na Doutrina Monroe.

•Portugal: 29_08_ 1825


reconhecimento mediante o pagamento de indenização.

Inglaterra: 18_10_1825
celebração de acordos comerciais com o Brasil.
✓ tratado de comércio (semelhantes aos de 1810) por 15
anos.
✓Extinção do tráfico negreiro até 1830.
✓Manutenção de taxas alfandegárias de 15% sobre o
valor das mercadorias.
A organização do Estado brasileiro
O quadro político do Brasil após a Independência
O governo de D. Pedro I foi marcado pela disputa entre dois grupos
políticos, que já atuavam desde o processo de independência.

✓Partido Brasileiro, dominado pelos fazendeiros. Havia a facção


mais conservadora, liderada por José Bonifácio de Andrada, que defendia
o estabelecimento da centralização administrativa com um poder central
forte (unitarismo) e, consequentemente, governos provinciais
enfraquecidos. Já o grupo de tendência liberal queria a descentralização
administrativa (federalismo), com autonomia para as províncias e a
redução do poder do imperador.

✓ Partido Português, formado principalmente por militares e


comerciantes portugueses, procurou influenciar o imperador com o
objetivo de atender aos seus interesses recolonizadoreS.
O projeto constituinte e a Noite
da Agonia
Em setembro de 1823, foi apresentado o projeto de Constituição
elaborado por Antônio Carlos de Andrada, que demonstrava a posição
dos brasileiros frente a D. Pedro e aos portugueses.

✓ Estabelecia também uma monarquia hereditária e representativa,


constituída dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; porém,
ficava evidente o propósito de fortalecer o Legislativo, exercido pela
Câmara de Deputados e pelo Senado, e de restringir os poderes do
imperador. (... )O imperador, porém, de acordo com o projeto, não
poderia impedir nem dissolver a reunião da Assembleia.

✓Já o sistema eleitoral proposto evidenciava o caráter classista do


projeto, uma vez que as eleições se realizariam em dois graus e de
forma indireta. O voto era censitário, assim, somente poderiam se
candidatar ou votar aqueles que possuíssem renda líquida equivalente à
certa quantidade de alqueires de farinha de mandioca. Isso explica por
que esse projeto ficou popularmente conhecido como a Constituição
da Mandioca.
Mas qual era o sentido de medir a riqueza com base
em um produto agrícola?
Ora, essa era uma forma de excluir da vida política, de uma só vez, a
população pobre, que não tinha esse nível de renda, e os comerciantes
portugueses, que tinham renda expressa em dinheiro. Assim, o direito ao
voto ficava reservado apenas à elite agrária, a única parte da população
que tinha sua renda medida em farinha de mandioca.

Esse projeto, porém, foi abortado no dia 12 de novembro de 1823. O


imperador Dom Pedro I dissolveu a Constituinte no pode ser considerado
o primeiro golpe de Estado do Brasil independente, em um episódio
conhecido como “Noite da Agonia”. Ele o fez porque a Constituição da
Mandioca buscava estabelecer limites a seu poder, submetendo-o ao
parlamento.
A Constituição de 1824
D. Pedro I dissolveu a Constituinte e
formou um Conselho
de Estado para formular a Carta → a
primeira Constituição
do Brasil foi outorgada em 25 de março
de 1824.
Outorgada pelo imperador em 25 de
março de 1824; estabelecia:
✓Monarquia constitucional e
hereditária.
✓Unitarismo.
✓Instituição do poder
Moderador.
✓Voto Censitário.
✓Eleições indiretas e censitárias.
✓Controle do Estado sobre a
Igreja Católica _ Padroado.
PARA SABER MAIS...
A Constituição de 1824

Conciliava princípios liberais e características


autoritárias

Monarquia Criação de quatro ▪ Catolicismo como


hereditária poderes: Executivo, religião oficial do
constitucional e Legislativo, Estado sob o
representativa Judiciário comando do
e Moderador imperador
(Padroado)
▪ Tolerância em
relação às demais
crenças

Preservou o poder nas mãos do monarca


e garantiu os interesses da aristocracia
agrária
✓ Dissolução da Assembleia
Constituinte.
✓ Outorga da Constituição de
1824.
✓ Centralismo político.
✓ Imposição do Poder
Moderador.
✓ Estabelecimento do Senado
vitalício.
✓ Concessão de privilégios aos
portugueses.
A maior reação partiu de Pernambuco, uma província onde
as ideias autonomistas, separatistas e republicanas defendidas
na Revolução de 1817 continuavam a ser discutidas, num clima
de forte oposição ao autoritarismo do governo central. O
clima revolucionário de 1824 era muito semelhante ao de
1817, reforçado pela situação de crise vivida pela
agromanufatura do açúcar e pela cobrança de impostos
considerados muito elevados pela classe proprietária.
O movimento revolucionário contou com a liderança de
Cipriano José Barata e de Frei Caneca, ambos figuras
importantes na Revolução de 1817 e que atuaram por meio de
jornais por eles dirigidos, tornando-se verdadeiros ideólogos
da revolução.
O forte clima de revolta que se
evidenciava em Pernambuco levou D.
Pedro a destituir o governador
Manuel Paes de Andrade, que tinha o
apoio da população local, e nomear
Francisco Paes Barreto, que havia
sido deposto e era da confiança do
imperador. No entanto, a reação a
essa atitude do governante foi
imediata, e, no dia 2 de julho, teve
início a revolta, com a proclamação
da Confederação do Equador, nome
escolhido pelos revoltosos para a
república que pretendiam
estabelecer. Esse grupo adotou o
lema “Religião, independência,
união e liberdade”, tendo até uma
bandeira para simbolizar a nova
república.
O envolvimento popular e a
intenção de acabar com o tráfico Logo que tomou conhecimento
da deflagração da
negreiro assustaram os
proprietários locais, que se viram Confederação do Equador, D.
ameaçados em seus interesses Pedro tomou medidas visando
conter a expansão das ideias
econômicos e sociais, fazendo
com que seus líderes se sentissem revoltosas para outras
inseguros e recuassem na ação províncias. Na Carta Régia de
25 de julho de 1824, o
revolucionária, facilitando a
repressão ao movimento. O imperador determinou a
próprio Paes de Andrade suspensão dos direitos e
liberdades individuais para as
abandonou a luta e refugiou-se em
um navio inglês porque não províncias rebeldes,
conseguia conter seus liderados, declarando-as em estado de
sítio* e determinando a
deixando o movimento nas mãos
de homens como Frei Caneca. criação de tribunais militares,
presididos pelo Brigadeiro
Francisco de Lima e Silva, para
que fossem julgados
sumariamente os líderes do
movimento.
Até o final do ano de 1824, todas as províncias rebeladas
foram submetidas e seus líderes presos. O tribunal de
exceção cumpriu rigorosamente as ordens imperiais,
sendo violento em suas sentenças e condenando à
morte os principais líderes do movimento.
RESUMINDO...
✓ Ocorrida na província de Pernambuco.
✓ Oposição ao autoritarismo de D. Pedro I.
✓ Movimento separatista e republicano.
✓ Sofreu violenta repressão.
✓ Líderes principais: Frei Caneca e
Cipriano Barata.
A DESAGREGAÇÃO DO PRIMEIRO
REINADO E A ABDICAÇÃO

•A atitude autoritária do imperador


Após 1825, eram muito visíveis os sinais de enfraquecimento do prestígio
político do imperador. A dissolução da Constituinte e a outorga da
Constituição de 1824, assim como a violenta repressão realizada pelo
governo contra os participantes da Confederação do Equador,
contribuíram para aumentar o descontentamento dos brasileiros, que já
não viam com tanto interesse a presença de D. Pedro frente aos destinos do
país.
•A Guerra da Cisplatina
Após a Independência do Brasil, a população da Cisplatina passou a
reivindicar também a sua emancipação. Em 25 de agosto de 1825, uma
Assembleia, composta de representantes uruguaios, proclamou nulos todos
os atos do governo brasileiro com relação à Província Cisplatina e a
declarou incorporada às Províncias Unidas do Rio da Prata (antigas
províncias do Vice-Reino do Rio da Prata que se tornaram independentes da
colonização espanhola).
D. Pedro discordou dessa opinião e, em dezembro, enviou tropas à
Cisplatina, dando início a um conflito que durou três anos.

Depois da morte de 8 mil homens e de gastos enormes, D. Pedro acabou


por reconhecer a independência da província, que, em 1828, tornou-se
um país livre com o nome de República Oriental do Uruguai. Esse
resultado contribuiu para o aumento da impopularidade de D. Pedro.

Tropas
brasileiras
partindo para
Montevidéu.
Artista:Debret.
•A crise econômico-financeira
O Primeiro Reinado conheceu uma forte crise econômico-
financeira, que também contribuiu para abalar o governo de D.
Pedro I.
O aumento das importações, especialmente as inglesas, foi
acompanhado pela diminuição das exportações dos principais
produtos brasileiros.
A arrecadação dos impostos alfandegários era insuficiente para os
investimentos na indústria manufatureira nacional, já que eram
cobrados irrelevantes 15% sobre o valor das mercadorias
importadas. Os juros elevados e a falência do Banco do Brasil, em
1829, forçaram uma emissão descontrolada de moedas de cobre,
ocasionando inflação, desvalorização da moeda e,
consequentemente, a alta dos preços e do custo de vida.
É bom lembrar que o Brasil contraiu dívidas junto aos ingleses, que
forneceram equipamentos e materiais necessários para o governo
combater as revoltas da Guerra de Independência, da Confederação
do Equador e da Independência da Província Cisplatina. É evidente,
portanto, que o governo foi responsabilizado pela crise, que se
converteu em mais um problema de ordem política.
•A questão sucessória em Portugal
Após a morte de D. João VI, em 1826, o trono
português passou a ser disputado entre o próprio D.
Pedro, que era o herdeiro natural (seria Pedro IV), e
seu irmão, D. Miguel, que contava com o apoio da
Áustria.

D. Pedro não podia governar ao mesmo tempo os


dois países, ele cedeu o trono português a sua filha,
Maria da Glória. Como a filha era menor de idade,
D. Pedro nomeou D. Miguel como seu tutor até que
ela tivesse condição plena de governar,(...)

Em 1828, D. Miguel deu um golpe, destituiu Maria


da Glória, anulou a Constituição e proclamou-se rei
de Portugal. Do Brasil, D. Pedro organizou a reação
contra o irmão, empenhando-se a fundo e
desgastando as já abaladas finanças nacionais. Por
isso, passou a ser acusado de preocupar-se mais
com as questões políticas de Portugal do que com o
governo do Brasil.
Charge que
representa o
confronto entre
Dom Pedro I
(Pedro IV em
Portugal) e seu
irmão Miguel I.

"Entre Pedro e Miguel


Ninguém meta o seu nariz,
Pois se D. Miguel é rei
Foi D. Pedro que o quis."
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/mo
dulo02/morte_questao.html
A ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I
Em fins de 1830, a crise política
entrou em sua fase mais aguda.
Além dos discursos inflamados
dos deputados no Parlamento, a
imprensa, em sua grande maioria,
tomou posição contra o governo,
criticando agressivamente a O confronto entre o governo e seus
atuação de D. Pedro. opositores aguçou-se ainda mais
quando, em 20 de novembro de
1830, foi assassinado a tiros o
jornalista Líbero Badaró, por um
grupo próximo de D. Pedro em São
Paulo. Não foram levantadas
provas de que o imperador tivesse
ordenado o atentado. No entanto,
os autores não foram punidos, o
que deu a impressão de que havia
a aprovação do governo.
A oposição maior vinha de
Minas Gerais. Por isso, o
imperador viajou até lá
esperando melhorar a sua
imagem na região. Ao chegar a
Ouro Preto, encontrou as ruas Em desagravo pela má recepção
vazias, com faixas pretas nas em Minas, os portugueses
sacadas das casas e os sinos prepararam uma grande
das igrejas tocando tristemente comemoração para a volta de D.
em sinal de luto pela morte de Pedro ao Rio de Janeiro. No dia
Líbero Badaró. 13 de março, os festejos
começaram, mas os brasileiros
que discordavam de tal recepção
saíram às ruas, entrando em
uma série de atritos com os
portugueses. Assim, o Rio de
Janeiro passou a viver um clima
de hostilidade que culminou com
o episódio conhecido como a
Noite das Garrafadas.
Em uma tentativa de
apaziguar os ânimos, D.
Pedro nomeou, em 20 de
março de 1831, um
ministério composto
somente de brasileiros natos,
o Ministério dos Brasileiros, Como as agitações não pararam,
mandou instaurar um ao contrário, ganharam maior
inquérito para apurar o fôlego com a adesão das tropas,
distúrbio e ordenou que que reforçaram as fileiras da
fossem soltos os brasileiros oposição, em 5 de abril, por se
presos durante os conflitos. recusar a reprimir manifestações
populares, o ministério foi
demitido e D. Pedro convocou um
outro, composto de portugueses
(Ministério dos Marqueses). Essa
atitude provocou mais reação dos
grupos opositores e protestos de
milhares de pessoas, tornando a
situação do governo insustentável.
Diante dessa crítica situação, no dia 7 de abril, o imperador, em um
gesto extremo, abdicou do trono em favor de seu filho, que tinha 5
anos de idade, na época.

Após a sua saída, o Império passou a ser governado apenas por


brasileiros, primeiramente pelos regentes e depois por D. Pedro II – que,
apesar de ser da família Bragança, era nascido no Brasil – o que
consolidou de vez a independência do país.
Meu querido filho, e meu imperador. Muito lhe
agradeço a carta que me escreveu, eu mal a pude
ler porque as lágrimas eram tantas que me
impediam a ver; agora que me acho, apesar de tudo,
um pouco mais descansado, faço esta para lhe
agradecer a sua, e para certificar-lhe que enquanto
vida tiver as saudades jamais se extinguirão em
meu dilacerado coração. Deixar filhos, pátria e
amigos, não pode haver maior sacrifício; mas levar
a honra ilibada, não pode haver maior glória.
Lembre-se sempre de seu pai, ame a sua e a minha
pátria, siga os conselhos que lhe derem aqueles que
cuidarem na sua educação, e conte que o mundo o
há de admirar, e que me hei de encher de ufania por
ter um filho digno da pátria. Eu me retiro para a
Europa: assim é necessário para que o Brasil
sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro
chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz.
Adeus, meu amado filho, receba a benção de seu pai
que se retira saudoso e sem mais esperanças de o
ver.”

D. Pedro de Alcântara
ATIVIDADES!!!

•Nº 01_ Pág: 9.


•Nº 05_ Pág: 10.
•Nºs 07,08,_ Pág: 9.
•Nº 14,15_ Pág: 21
•Nº 16(A), 17(A),
20_ Pág: 26.
•Nº 10_ Pág: 30.
•Nº 21_ Pág: 27.

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