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Confederação do Equador
Confederação do Equador foi uma revolta em Pernambuco, em 1824, contra o autoritarismo de
Dom Pedro I e em defesa da instalação da república no Nordeste.
A Confederação do Equador foi uma revolta que aconteceu em Pernambuco no ano de 1824. Suas
causas foram a crise socioeconômica na região e o autoritarismo do imperador Dom Pedro I ao impor
os termos da Constituição de 1824. O movimento logo se espalhou para outras províncias
nordestinas, como Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Os participantes liderados por Frei Caneca defendiam a proclamação da república e rejeitavam
integrar o império brasileiro. Outro líder foi Cipriano Barata, que divulgou os ideais da Confederação
do Equador por meio de jornais e panfletos. As tropas imperiais foram até o Nordeste e derrotaram
os rebeldes.
Resumo sobre a Confederação do Equador
• Foi uma revolta ocorrida em 1824, primeiramente em Pernambuco, e depois se espalhou para
outras províncias nordestinas.
• Seus motivos foram: crise socioeconômica e o autoritarismo do imperador Dom Pedro I.
• Seus objetivos foram o fim do reinado de Dom Pedro I e a instalação da república no Brasil.
• As tropas imperiais se deslocaram até o Nordeste e derrotaram os rebeldes.
O que foi a Confederação do Equador?
A Confederação do Equador foi uma revolta ocorrida inicialmente em Pernambuco, em 1824, que
lutou contra o autoritarismo de Dom Pedro I e defendeu a instalação da república no Brasil em vez
do Império como estabelecido na época. Os ideais da revolta não se concentraram apenas entre os
pernambucanos, pois outras províncias também decidiram se levantar contra o reinado de Dom
Pedro I, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Antecedentes da Confederação do Equador
Desde os tempos coloniais, as províncias nordestinas demonstravam que suas insatisfações com
problemas locais seriam decididas mediante a revolta e o embate. A província do Pernambuco, desde
a invasão holandesa, em meados do século XVII, já tinha um histórico de conflitos e revoltas contra
os desmandos do governo central.
Em 1817, às vésperas da independência do Brasil, os pernambucanos organizaram uma revolta
contra o controle português na província e as desigualdades sociais na região. O Nordeste
brasileiro era uma região tensa e propícia para a revolta.
Logo após o grito do Ipiranga, em 1822, Dom Pedro I se tornou o primeiro imperador do Brasil. Ao
contrário das antigas colônias espanholas que, após as suas independências, se tornaram
repúblicas, o novo imperador pretendia unificar o território brasileiro, evitando que se fragmentasse.
Para garantir essa unidade, Dom Pedro pretendia obter todas as forças em suas mãos a fim de
evitar revoltas provinciais ou qualquer movimento restaurador colonial. Essa sua tendência
absolutista ficou marcada em 1823, durante os trabalhos da Assembleia Constituinte que elaboraria
a primeira Constituição do Brasil.
As divergências entre o imperador e os constituintes aumentaram a cada dia de trabalho da
Assembleia, até que Dom Pedro I enviou suas tropas para fechar a Constituinte. Em 1824, o
imperador outorgou a primeira Constituição brasileira, que lhe garantiu maior poder e
disponibilidade de ação para atacar quem afrontasse sua autoridade ou a unidade do território
brasileiro. Por isso, não seria tolerado nenhum tipo de revolta contra o governo central.
Apesar da força que o imperador obteve com a Carta de 1824, os ideais republicanos se
espalhavam pelas províncias do Norte e do Nordeste. A influência das nações vizinhas que já
eram repúblicas motivou as províncias brasileiras a lutarem pelo mesmo destino. O autoritarismo de
Dom Pedro I também foi um importante motivador para revoltas, como aconteceu em Pernambuco,
em 1824, com a Confederação do Equador.
Quais os motivos da Confederação do Equador?
Os motivos da Confederação do Equador foram:
• Altos impostos: Dom Pedro I não tinha recursos financeiros suficientes para cobrir os gastos
públicos. Para isso, ele aumentou os impostos cobrados nas províncias, o que gerou
descontentamento principalmente nas regiões que atravessavam crises sociais e econômicas,
como Pernambuco.
• Crise econômica e social: Desde a crise do açúcar, no final do século XVII, o Nordeste
enfrentava graves problemas econômicos, gerando carestia dos produtos comercializados e
aumento da pobreza e desigualdade social. O governo central não investia o suficiente na
região.
• Autoritarismo de Dom Pedro I: A forma como o imperador fechou a Assembleia
Constituinte e impôs a Constituição de 1824 desagradou aos líderes das províncias,
principalmente em Pernambuco.
Líderes da Confederação do Equador
A Confederação do Equador de 1824 contou com dois líderes que se tornaram as principais figuras
desse movimento. O mais conhecido foi Frei Caneca. Ele nasceu no Recife, capital da província de
Pernambuco, em 20 de agosto de 1779, e seu nome de batismo era Joaquim do Amor Divino.
Frei Caneca participou da Revolução Pernambucana de 1817, quando Pernambuco se revoltou
contra a presença da família real portuguesa no Brasil. Além das atividades religiosas, Frei Caneca
foi jornalista e fundou o periódico Tiphys Pernambucano, que divulgava os ideais dos revoltosos.
Frei Caneca, um dos líderes da Confederação do Equador, e único condenado à morte por causa da
sua participação na revolta de 1824.
Com a chegada das tropas imperiais a Pernambuco, os rebeldes foram derrotados. Frei Caneca foi
preso e condenado à morte. No dia 13 de janeiro de 1825, ele estava aprisionado no Convento das
Cinco Pontas e deveria ser enforcado. Porém, pouco antes da execução, os três carrascos que
deveriam executá-lo se negaram a matar o líder da confederação, o que demonstra a força de sua
liderança.
A Comissão Militar então determinou o fuzilamento de Frei Caneca. Logo após a execução, seu
corpo foi deixado em frente ao Convento das Carmelitas. Os religiosos o recolheram e o sepultaram.
Outro líder que teve atuação semelhante à do Frei Caneca foi Cipriano Barata. Ele também
participou da Revolução Pernambucana de 1817 e, como jornalista, colaborou na divulgação dos
ideais da confederação por meio dos periódicos para os quais que escrevia.
Barata nasceu em Salvador, capital da província da Bahia, em 26 de setembro de 1762. Além das
revoltas ocorridas no Pernambuco, Barata também participou de movimentos revolucionários em sua
própria terra, como a Conjuração Baiana de 1798.
Quando a Confederação do Equador foi derrotada pelas tropas fiéis a Dom Pedro I, Cipriano
Barata foi preso na Fortaleza de Brum, no Recife, em 1825. Ao contrário de Frei Caneca, Barata
não morreu na prisão, ele foi solto e manteve sua atividade jornalística até o fim da vida, em 1º de
julho de 1838.
Cipriano Barata foi jornalista e principal divulgador dos ideais da Confederação do Equador de
1824.
Questão 2(Unesp) Assinale a alternativa que indica um movimento separatista ocorrido no período
do império brasileiro que incorporou o ideal republicano.
a) Confederação do Equador b) Revolta de Beckman.
c) Inconfidência Mineira. d) Canudos
e) Conjuração Baiana
“Brasileiros do Norte! Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem vós,
após uma estúpida condescendência com os brasileiros do Sul, aclamastes vosso
imperador, quer descaradamente escravizar-vos. Que desaforo atrevimento de um europeu
no Brasil. Acaso pensara esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem algum direito à
Coroa, por descender da casa de Bragança na Europa, de quem já fomos independentes de
fato e de direito? Não há delírio igual (...).” (BRANDÃO, Ulysses de
Carvalho. A Confederação do Equador, Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924)
A causa da Confederação do Equador foi a:
a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de 1824 e sua substituição pelo Poder
Moderador;
b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de 1824, que vedava aos brasileiros o direito
de se candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos portugueses;
c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a Constituinte de 1823 e outorgar uma
Constituição que conferia amplos poderes ao imperador;
d) liberação do sistema de mão de obra nas disposições constitucionais, por pressão do
grupo português, que já não detinha o controle das grandes fazendas e da produção do
açúcar;
e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo reforço do monopólio português e
aumento dos tributos contidos na Carta Constitucional.