Você está na página 1de 7

História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022

Aula 04- Primeiro Reinado

HISTÓRIA DO BRASIL - PM BA

4. PRIMEIRO REINADO (1822-1831)


O Primeiro Reinado foi o período em que o Brasil se tornou independente de Portugal,
constituindo um Império, logo após a Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 7 de
setembro de 1822.
.
O Primeiro Reinado é um período que se estendeu de
1822 e 1831, sendo uma fase em que D. Pedro I foi imperador
do Brasil

Dom Pedro I foi o primeiro monarca e governou até 7 de abril de 1831, quando abdicou do trono em
favor de seu filho e retornou a Portugal.
• Este período de Independência até a abdicação é exatamente a marca do Primeiro Reinado e
também o marco da construção do Brasil como Estado e nação.
• O Brasil transformou-se em uma monarquia e foi governada por D. Pedro I de MANEIRA
AUTORITÁRIA.
Os primeiros dois anos do Brasil como nação independente tiveram como principal debate , além
da procura pelo reconhecimento internacional, a elaboração de uma constituição para o país. Esse
documento seria elaborado por uma Assembleia constituinte que havia sido escolhida em eleições
realizadas após a independência.
A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, e a elaboração da Constituição gerou
desentendimentos entre os deputados e D. Pedro I. O grande debate era acerca do alcance dos
poderes políticos do imperador, sendo que os constituintes queriam que os poderes do imperador
fossem limitados e que ele não tivesse a permissão de dissolver a Constituinte quando bem
entendesse. Essa postura dos constituintes, de procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou
insatisfação em D. Pedro I, que defendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a
nação.

Noite da Agonia
• Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido como
Noite da Agonia, em que no dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I, militares
invadiram a Assembleia Constituinte e prenderam os opositores do imperador.
• A constituição que havia sido elaborada foi barrada por D. Pedro I. e ele formou um
Conselho de Estado e passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse.

1
História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022
Aula 04- Primeiro Reinado

A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada , ou seja, foi imposta por
vontade do imperador no dia 25 de março de 1824.
A primeira constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para
baixo.

A Constituição de 1824 tinha como principais fundamentos estabelecidos:


• Existência de quatro poderes: o executivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O
poder moderador representava unicamente a figura do imperador e cedia-lhe direitos políticos
plenos.
• O imperador foi considerado figura sagrada e inviolável.
• Forma de governo escolhida foi a monarquia, com a transmissão do poder feita de maneira
hereditária.
• As eleições eram indiretas e o direito ao voto era censitário, ou seja, foram estabelecidos
critérios de renda para determinar quem teria direito ao voto. Além desses critérios, foi
estabelecido que somente homens livres e com mais de 25 anos poderiam votar.
• A constituição também garantiu alguns direitos individuais importantes, como tolerância
religiosa (foi permitido o culto privado a outras religiões que não fossem o catolicismo),
proteção à propriedade privada etc.
Os portugueses só aceitaram a emancipação brasileira em 1825, além de terem recebido uma
indenização de dois milhões de libras (dinheiro que o Brasil pegou emprestado da Inglaterra) e uma
garantia de que a ex-colônia não incentivaria a independência das colônias portuguesas na África.
• Os Estados Unidos foram, oficialmente, o primeiro país a reconhecer a independência do
Brasil.
• Os ingleses, por sua vez, exigiram que, pelos serviços prestados e pelo reconhecimento da
independência, o Brasil deveria manter os acordos comerciais estabelecidos no Período
Joanino (muitos favoráveis aos comerciantes ingleses) e deveria assumir um compromisso de
acabar com o tráfico negreiro.

Na Constituição de 1824, o regime escravista foi mantido,


não havia direitos aos escravos e as penas e castigos
públicos continuaram.

A história define que a opção da monarquia em vez da república no Brasil aconteceu pela junção de
três fatores:
• Temia-se que a escolha pela república pudesse ter o mesmo efeito que teve na América
Espanhola e gerasse fragmentação territorial;

2
História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022
Aula 04- Primeiro Reinado

• A elite brasileira tinha sido criada na tradição monárquica portuguesa e, portanto, as ideias de
república não tinham muita força;
• Temia-se que a escolha pela república pudesse causar grandes transformações no status
quo.
Pois bem, a dissolução da Assembleia Constituinte foi o primeiro ato que fez com que D. Pedro I
perdesse influência entre os grandes nomes da política brasileira. A impopularidade do imperador
foi aumentando-se, além disso, dois outros eventos tiveram influência em minar seu poder, os quais
serão pontuados a seguir.
Confederação do Equador:
• O Nordeste era uma das regiões mais insatisfeitas com o autoritarismo de d. Pedro I, e a
dissolução da Assembleia Constituinte gerou um grande ressentimento na região a ponto da
Câmara de Olinda anunciar que não reconheceria a Constituição de 1824.
• Pernambuco era uma província historicamente marcada por rebeliões e agitação popular. O
ressentimento com a forma que d. João VI tinha lidado com a Revolução Pernambucana de 1817
ainda estava vivo, e os desentendimentos com d. Pedro I reacenderam a insatisfação dessa
província.
• Em 2 de julho de 1824, teve início a Confederação do Equador, uma rebelião de caráter
republicano que ganhou todo o Nordeste. Liderada por Manoel de Carvalho Paes de
Andrade e Frei Caneca, o levante espalhou-se pelo Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Piauí
e Maranhão. A violenta reação de d. Pedro I fez com que os rebeldes fossem contidos e muito
dos envolvidos fossem executados.

Guerra da Cisplatina:
• Um dos grandes erros estratégicos de D. Pedro I foi o seu envolvimento em um conflito
com as Províncias Unidas do Prata (atual Argentina) pelo controle da Cisplatina — província
mais ao sul do território brasileiro naquela época. O governo incentivou uma rebelião,
liderada por Juan Antonio Lavalleja, contra o governo brasileiro.
• Brasil e Províncias Unidas entraram em guerra, porém, a situação econômica brasileira não
suportava o envolvimento do país em uma guerra, e o resultado acabou não sendo o esperado
pelo imperador. A Guerra da Cisplatina foi desastrosa para o Brasil e para a reputação de d.
Pedro I.
• Ambos territórios concordaram, em 1828, em reconhecer a independência da Cisplatina sob
o nome de República Oriental do Uruguai.

3
História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022
Aula 04- Primeiro Reinado

Período Regencial 1831 até 1840

A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho deu início a um período da
história brasileira conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de Alcântara tinha
apenas cinco anos e, portanto, não tinha idade legal para assumir o trono brasileiro.

Entre as maiores revoltas da regência


podemos destacar a:
• Cabanagem (PA),
• a Balaiada (MA),
• a Revolta dos Malês
• e a Sabinada (BA), e a Guerra dos
Farrapos (RS/SC).

Cabanagem
Cabanagem foi uma revolta que aconteceu na província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, causada
pela crise econômica e social da região e tendo seus líderes derrotados.
• Seus principais líderes tinham origem indígena, negra e da camada mais pobre.
• Foi derrotada pelas tropas regenciais.
• A Cabanagem acabou em 1840 e demonstrou para o governo central a necessidade de se
apressar a coroação de Dom Pedro II.
• O golpe da maioridade ganhou força e o herdeiro do trono brasileiro se tornou imperador do
Brasil com apenas 15 anos de idade. A presença de um novo imperador no comando do
império aquietou as revoltas provinciais.

Balaiada
Balaiada foi uma revolta popular que aconteceu no Maranhão, entre 1838 e 1841, em prol dos
menos favorecidos. Tinha esse nome por causa dos balaios fabricados na região.
• Os revoltosos entraram em confronto contra as tropas imperiais e foram derrotados por Luís
Alves Lima e Silva, futuro duque de Caxias, em 1840.
• Sua principal consequência foi a garantia da unidade territorial do império brasileiro.

4
História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022
Aula 04- Primeiro Reinado

Sabinada
A Sabinada foi uma revolta que aconteceu em Salvador, em novembro de 1837 até março de 1838.
• Essa revolta foi conduzida pelas classes médias soteropolitanas insatisfeitas com o governo
do Rio de Janeiro, sobretudo em virtude do enfraquecimento da pauta federalista. Não
contou com o apoio popular e nem das classes altas e foi derrotada pela Guarda Nacional.
• Os sabinos ocuparam Salvador e tentaram implantar uma república, a República Bahiense.
Francisco Sabino e seus aliados conseguiram depor o governante da província e instalar um
novo governo em 7 de novembro de 1837. Quem estava na regência era Padre Diogo Feijó, que
prontamente enviou tropas militares para derrotar a revolta. Como a capital baiana estava na
região litorânea, as tropas atacaram os rebeldes tanto por terra como pelo mar. Os
latifundiários que estavam nas áreas rurais apoiaram o ataque regencial.
• A Sabinada foi derrotada em 1838. Durante o combate, casas foram incendiadas e inúmeros
rebeldes foram mortos. Os líderes foram presos e condenados à prisão perpétua, mas d.
Pedro II, recém-coroado imperador, abrandou a condenação, e os líderes foram presos em
regiões distantes da Bahia, como a província de Mato Grosso.

Guerra dos Farrapos


Guerra dos Farrapos foi motivada, principalmente, pela insatisfação dos estancieiros e
charqueadores gaúchos com os altos impostos cobrados pelo governo imperial.
• "A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolta dos Farrapos ou Revolução
Farroupilha ganhou notoriedade pelo maior tempo de duração (10 anos), e, além disso, foi uma
das que apresentaram maior ameaça à integridade territorial brasileira.
A principal exigência dos estancieiros era que o charque estrangeiro fosse taxado para tornar a
concorrência entre o produto nacional e o estrangeiro mais justa. No entanto, outras razões ajudam a
entender o início dessa revolta:
• Insatisfação com a taxação sobre o gado na fronteira Brasil–Uruguai;
• Insatisfação com a criação da Guarda Nacional;
• Insatisfação com a negativa do governo em assumir os prejuízos causados por uma praga
de carrapatos que atacou o gado na região em 1834;
• Insatisfação com a centralização do governo e a falta de autonomia da província;
• Circulação dos ideais federalistas e republicanos na região.
A paz foi assinada no Tratado de Poncho Verde, em que os farrapos colocaram fim na revolta e, na
condição de derrotados, aceitaram os termos propostos pelo governo.
O acordo realizado entre o governo brasileiro e os farrapos estipulou:
• Taxação em 25% sobre o charque estrangeiro;
• Anistia para os envolvidos com a revolta;
• Incorporação dos militares dos farrapos ao exército imperial, mantendo sua patente;

5
História para PM BA (Soldado) -Pré-Edital - 2022
Aula 04- Primeiro Reinado

• Os provincianos teriam direito de escolher o próprio presidente de província (entretanto, isso


não foi cumprido);
• Os escravos que lutaram do lado dos farrapos seriam alforriados (item também não cumprido).

Você também pode gostar