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CADERNO DE TESTES

TESTES DE HISTÓRIA
COM RESPOSTAS COMENTADAS
KEILA NAIARA VERONEZ

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NOSSA EQUIPE

AUTORA
KEILA NAIARA VERONEZ

DIAGRAMAÇÃO
EMANUELA AMARAL DE SOUZA

DESIGN GRAFICO
BARBARA GABRIELA

COORDENAÇÃO GERAL
JULIANA PIVOTTO
PEDRO MOURA
ÍNDICE

HISTÓRIA DO BRASIL.................................................................................01
Período Colonial; Tráfico Negreiro; Império; 1º e 2º Reinado; República;
Ditadura Militar; Estado Novo; Era Vargas; Sistema Eleitoral; Crise
Econômica.

HISTÓRIA GERAL........................................................................................69
Idade Antiga; Idade Moderna; Idade Contemporânea; Luta Seiscentista;
Expansão Comercial Europeia; Revolução Neolítica; Revolução Socialista
Russa; Iluminismo; Revolução Francesa; Guerra Fria; Guerras Mundiais.
KEILA NAIARA VERONEZ

HISTÓRIA
CADERNO DE TESTES

1ª edição

São Paulo
Nova Apostila
2011
HISTÓRIA

HISTÓRIA DO BRASIL

1. (FUVEST-2009) – O sistema eleitoral adotado no Império brasileiro


estabelecia o voto censitário. Esta afirmação significa que:
a) O sufrágio era indireto no que se referia às eleições gerais.
b) Para ser eleitor era necessário possuir determinada renda anual.
c) As eleições eram efetuadas em dois turnos sucessivos.
d) O voto não era extensivo aos analfabetos e às mulheres.
e) Por ocasião das eleições, realizava-se o recenseamento geral da população.

RESPOSTA “B”.

Sufrágio censitário é a concessão do direito do voto apenas àqueles cidadãos que


atendem certos critérios que provem condição econômica satisfatória. No Brasil, o
voto censitário foi estabelecido pela constituição de 1824 e abolido pela constituição
de 1891, ou seja, esteve em vigor durante todo o período monárquico brasileiro.
No Império, para votar e ser eleito, era necessário atender a algumas exigências,
inclusive econômicas, chamadas de censo. Fixou-se a renda mínima anual de 100
mil-réis provenientes de bens imóveis, indústria, comércio ou emprego para o eleitor
de 1º grau; 200 mil-réis para o de 2º grau; 400 para deputado e 800 para senador.

2. (ACS-PMSALGUEIRO/PE-AGS-2008) – “Se o voto deixasse de ser


obrigatório, o senhor iria votar nas próximas eleições?”
O Globo, 03/08/98

Conforme a pesquisa do Ibope, atualmente, mais da metade dos eleitores


não faz questão de votar.
Entretanto, durante o período de Império, de acordo com a Constituição de
1824, no Brasil era o sistema eleitoral que restringia a participação política da
maioria, pois:
a) Garantia a vitaliciedade do mandato dos deputados, tornando raras as
eleições.
b) Convocava eleições apenas para o cargo de primeiro – ministro, conforme
regulamentação do parlamentarismo.
c) Concedia o direito de votar somente a quem tivesse certa renda, sendo os
votantes selecionados segundo critérios censitários.
d) Promovia eleições em Portugal, com validade para o Brasil.
e) Permitia apenas às camadas da elite portuguesa o direito de eleger seus
representantes, limitando a influência da aristocracia rural brasileira.

RESPOSTA “C”.

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HISTÓRIA

A Constituição de 1824 foi a constituição brasileira que teve uma vigência


mais longa, e, quando foi revogada com a Proclamação da República do Brasil,
era a terceira constituição mais antiga do mundo que estava em vigor. Só era mais
nova que as Constituições dos Estados Unidos, de 1787, e da Suécia, de 1809. A
Constituição recebeu importantes modificações por meio do Ato Adicional de 1834,
que dentre outras alterações criou as Assembléias Legislativas Provinciais.
A maioria da população foi excluída da participação política porque, além do
critério econômico (renda anual), da nacionalidade brasileira e da idade mínima,
estabeleceu-se que o eleitor de 2º grau não poderia ser um escravo liberto; deputados
(temporários) e senadores (vitalícios) deveriam ser católicos. Contudo, analfabetos
puderam votar até 1882; no parlamentarismo criado em 1847, o primeiro-ministro
era escolhido pelo imperador.

3. (TJ/DFT-2009) – Caracteriza o processo eleitoral durante a Primeira


República, em contraste com o vigente no Segundo Reinado:
a) A ausência de fraudes, com a instituição do voto secreto e a criação do
Tribunal Eleitoral.
b) A ausência da interferência das oligarquias regionais, ao se realizarem as
eleições nos grandes centros urbanos.
c) O crescimento do número de eleitores, com a extinção do voto censitário
e a extensão do direito do voto às mulheres.
d) A possibilidade de eleições distritais e a criação de novos partidos políticos
para as eleições proporcionais.
e) A maior participação de eleitores das áreas urbanas ao se abolir o voto
censitário e se limitar o voto aos alfabetizados.

RESPOSTA “E”.

No caso do Brasil, a proclamação da República provocou mudanças na


participação política. Foi abolido o voto censitário pecuniário que, para ser exercido,
exigia certa renda do cidadão. Foi estabelecida a idade mínima de 21 anos para
participar do processo eleitoral. Os analfabetos e as mulheres permaneceram
excluídos da participação política. As mulheres só conquistaram o direito de voto
em 1934. Os analfabetos conquistaram o direito de voto em 1985, mas estão
impossibilitados de se candidatar a cargos eletivos. O fim do voto censitário não
levou ao aumento do número de eleitores na Primeira República (1889-1930), pois
a exigência de alfabetização privava a maioria dos brasileiros do direito de votar e
as mulheres ainda não podiam participar. A população, predominantemente rural,
sujeitava-se ao domínio dos chefes políticos locais (coronéis), que manipulavam o
voto aberto e fraudavam as eleições. Nas cidades, sem dúvida, houve aumento no
corpo de eleitores, devido à maior chance de escolaridade.

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HISTÓRIA

4. (UFPE-2008) – As Constituições são documentos importantes porque


definem a natureza do governo, a origem do poder e a forma de organização. A
constituição imperial (1824) e republicana (1891) excluiu a grande maioria da
população brasileira do exercício da cidadania. Nas alternativas a seguir, indique
essas exclusões.
( ) Na Constituição imperial, as eleições eram realizadas de forma indireta
em dois graus e apenas os proprietários podiam votar.
( ) A Constituição republicana de 1891 proibiu os analfabetos de votar e
retirou do texto constitucional a obrigação do governo em fornecer instrução
primária.
( ) Na Constituição republicana de 1891 o presidente, chefe do poder
executivo, era eleito pelo voto censitário.
( ) O Poder Moderador explícito na Constituição de 1824 figurou ainda na
Constituição de 1891.
( ) A Carta de 1891 criou a Guarda Nacional formada pelos proprietários
rurais e seus agregados.

RESPOSTA “V. V. F. F. F.”.

Constituição Imperial: Eleições indiretas e censitárias, com o voto restrito aos


homens livres e proprietários e condicionado o seu nível de renda.
Constituição Republicana: Estabelece o presidencialismo, confere maior
autonomia aos estados da federação e garante a liberdade partidária. Institui eleições
diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de
quatro anos. O voto é universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e vetado
a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos. Determina a separação oficial entre o
Estado e a Igreja Católica e elimina o Poder Moderador.
O Poder Moderador, exclusivo do imperador, apareceu apenas na Carta de
1824. A Guarda Nacional, criada em 1831, não constava do texto constitucional,
sendo formada por cidadãos com renda mínima para reprimir agitações. A primeira
constituição republicana estabeleceu o voto aberto, direto (até para presidente) e
universal para homens maiores de 21 anos, excluindo analfabetos, mendigos,
religiosos de ordens monásticas e praças militares. O Estado não tinha a obrigação
de cuidar do ensino, apesar de determinar a alfabetização do eleitor.

5. (PUC-2007) – “.... uma das grandes surpresas dos republicanos históricos


foi a persistência desse sistema (o coronelismo) que acreditaram ter anulado com
a modificação do processo eleitoral....”

3
HISTÓRIA

Isto quer dizer que, durante a Primeira República, no Brasil:


a) As modificações da lei eleitoral foram feitas de acordo com os interesses
das oligarquias regionais.
b) O domínio das instituições e das diversas leis eleitorais escapava ao
controle da Justiça Eleitoral.
c) A força das armas garantia, aos coronéis, suas patentes militares, suas
fortunas e os votos nas urnas.
d) A substituição do critério censitário pelo direito de voto aos brasileiros
alfabetizados não conseguiu alterar as regras do jogo eleitoral.
e) As tentativas de estabelecer o sufrágio universal foram bloqueadas pelos
interesses dos partidos políticos.

RESPOSTA “D”.

Na República Velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado.
Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens
materiais (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc.). Como o voto era aberto, os
coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar
os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram
conhecidas como currais eleitorais. Os coronéis costumam alterar votos, sumir com
urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este último consistia
na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias vezes ou
até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações. A proclamação da república
não provocou mudanças na estrutura socioeconômica baseada no latifúndio e no
mandonismo local, cuja origem está no Império (Guarda Nacional). A abolição do
voto censitário, acompanhada da exigência de alfabetização, preservou os interesses
dos já poderosos latifundiários (coronéis), que controlavam seus dependentes por
meio do voto aberto - voto de cabresto e manipulavam os resultados das urnas.

6. (AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS-INST. LUDUS-2009) – “Cabo


de enxada engrossa as mãos. O laço de couro cru, machado e foice também.
Caneta e lápis são ferramentas muito delicadas. A lida é outra: labuta pesada, de
sol a sol, nos campos e nos currais. (...) Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora
é preciso: a eleição vem aí e o alistamento rende a estima do patrão, a gente vira
pessoa.”
Mário Palmério, Vila dos Confins.

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HISTÓRIA

Partindo do texto, é correto dizer que, na República Velha,


a) A campanha eleitoral realizada pelos chefes políticos locais procurava
atingir essencialmente os trabalhadores urbanos menos embrutecidos pelo
trabalho pesado e já alfabetizados.
b) Durante o período eleitoral operava-se uma transformação no
trabalhador; esta era a marca do sistema político que ia do poder dos grandes
proprietários rurais aos municípios e, daí, à capital do Estado.
c) Constantemente os chefes locais se voltavam para seus subordinados,
impondo-lhes seus candidatos e dispensando-os dos trabalhos que engrossam
as mãos.
d) O predomínio oligárquico, baseado em uma rede de favores pessoais,
visava, sobretudo, a dissolver os focos de tensão social e oposição política,
representadas nas diversas formas de organização de trabalhadores rurais
naquele momento.
e) Ocorria o predomínio oligárquico ligado à manipulação do processo
eleitoral, no qual uma grande rede de favores e compromissos era estabelecida
entre patrão e empregados.

RESPOSTA “E”.

A Oligarquia é um governo de poucas pessoas. Ocorre quando um pequeno


grupo de pessoas de uma família, de um grupo econômico ou de um partido governa
um país, estado ou município. Uma das características desta forma de governo é que
os interesses políticos e econômicos do grupo que está no poder prevalecem sobre
os da maioria. A importância dos coronéis, latifundiários, chefes políticos locais era
medida por seu curral eleitoral, ou seja, a clientela que conseguiam manipular graças
à troca de favores e à violência.
Dependentes da terra para viver e do auxílio prestado pelo patrão, os
trabalhadores rurais submetiam-se à sua vontade e deviam-lhe fidelidade eleitoral,
controlada porque o voto era aberto (voto de cabresto). Aprendiam a desenhar o
nome para votar no candidato do coronel, mas não eram dispensados do trabalho.

7. (FATEC-2010) Em relação ao direito de voto, na história política do Brasil,


é correto afirmar que:
a) Na Constituição do Império (Carta outorgada de 1824), escravos e
analfabetos não podiam votar.
b) No regime militar, a Constituição de 1967, que instituiu a eleição indireta
para os cargos executivos, reconheceu o direito de voto dos analfabetos.
c) A primeira Constituição republicana (1891) eliminou a exigência de renda
mínima para definir quem seria eleitor, mas proibiu o analfabeto de votar.

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HISTÓRIA

d) A Constituição republicana de 1891 estendeu o direito de voto à mulher.


e) A Constituição de 1934 (Período Vargas) estendeu o direito de voto à
mulher e ao analfabeto.

RESPOSTA “C”.

Constituição Republicana: Estabelece o presidencialismo, confere maior


autonomia aos estados da federação e garante a liberdade partidária. Institui eleições
diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de
quatro anos. O voto é universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e vetado
a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos. Determina a separação oficial entre
o Estado e a Igreja Católica e elimina o Poder Moderador. Como a Constituição de
1824 não fazia referência à alfabetização como critério para ser eleitor, admitia-se o
voto de analfabetos. Eles só obtiveram o direito ao voto com a Constituição de 1988,
ainda que facultativo. Às mulheres o direito foi concedido na Constituição de 1934,
tornando-se obrigatório na de 1946.

8. (FGV-2007) – O Movimento “Diretas Já”, que promoveu em 1984


uma intensa mobilização popular a favor da eleição direta para Presidente da
República, teve como resultado imediato:
a) A eleição de um governo popular e democrático chefiado por José Sarney.
b) A eleição do candidato da oposição, Tancredo Neves, pela via indireta.
c) A primeira eleição direta do Presidente da República, a primeira em
quase trinta anos, com a vitória de Fernando Collor de Mello.
d) A anticandidatura de Ulysses Guimarães e a convocação da Assembléia
Nacional Constituinte.
e) A revogação dos Atos Institucionais, apesar da derrota da emenda das
Diretas.

RESPOSTA “B”.

Em 15 de janeiro de 1985, ocorreram eleições indiretas e Tancredo Neves foi


eleito presidente do Brasil. Porém, em função de uma doença, Tancredo faleceu
antes de assumir o cargo, sendo que o vice, José Sarney, tornou-se o primeiro
presidente civil após o regime de Ditadura Militar (1964-1985). Diretas Já foi um
movimento nacional em defesa do voto direto para a sucessão do general Figueiredo.
A população brasileira foi às ruas e participou de grandes comícios suprapartidários
para sensibilizar o Congresso a aprovar a emenda constitucional proposta pelo
deputado Dante de Oliveira, em favor da eleição direta para presidente. Apesar
da mobilização, o Congresso não a aprovou, sendo indireta a eleição da chapa de
oposição Tancredo Neves (presidente) e José Sarney (vice) em janeiro de 1985.

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HISTÓRIA

9. (FISCAL SANITARIO-FUNDEP-2009) – “A campanha eleitoral deste


ano é a mais desanimada das já realizadas desde que o país tornou-se democrático.
Jornalistas reclamam da inexistência de eventos para cobrir. Políticos se assustam
com a frieza com que são recebidos na maioria dos lugares aonde passam.”
Jairo Nicolau, Jornal do Brasil, 13/09/98

Dentre as alternativas a seguir, referentes às eleições presidenciais no Brasil


desde 1945, assinale a única que não é correta.
a) O colégio eleitoral, de 1945 até os dias de hoje, ampliou-se enormemente,
não apenas porque houve o crescimento da população, mas também porque
a Constituição de 1988 concedeu o poder de voto aos analfabetos e aos jovens
entre 16 e 18 anos.
b) Ao contrário das eleições deste ano, as realizadas em 1989 vivenciaram
uma intensa mobilização popular, pois naquele ano realizava-se a primeira
eleição presidencial após a ditadura militar.
c) Ao contrário dos dias atuais, em que a televisão predomina como
veículo de difusão de idéias, as campanhas eleitorais do período de 1945 a 1964
baseavam-se na relação direta entre os candidatos e os eleitores, quer através
de comícios de rua, quer do corpo a corpo.
d) Enquanto no período pré-1964 existiam somente três partidos políticos
- a UDN, o PSD e o PTB -, hoje em dia, as dezenas de partidos concorrentes
causam confusão entre os eleitores, desestimulando-os a participar.
e) As eleições da década de 50 se assemelham às da década de 90 pelo fato
de terem sido diretas.
Contrariamente, os presidentes do período compreendido entre 1964 e 1989
foram eleitos indiretamente por um colégio eleitoral formado basicamente pelo
Congresso Nacional.

RESPOSTA “D”.

Com relação à organização do processo eleitoral, a Constituição de 1946 aboliu


as bancadas profissionais criadas por Getúlio Vargas e ampliou a participação
do voto feminino, antes restrito às mulheres com cargo público remunerado. A
distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados também foi modificada com
o aumento de vagas para os Estados considerados de menor expressão. Apesar de
manter o pluripartidarismo, o Governo Dutra feriu a carta com a cassação do PCB.
Com a crise do Estado Novo e a redemocratização (1945), organizaram-se vários
partidos políticos, como o PTB (liderado por Getúlio Vargas), o PSD (ligado à
burocracia estatal), a UDN (oposição liberal), o PCB (colocado na ilegalidade em
1947), o PSP, o PRP, o PDC, o PSB, o PTN, entre outros. A Constituição de 1946
estabeleceu a pluralidade partidária, sendo os três primeiros os mais destacados do
período, mas não os únicos.

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HISTÓRIA

10. (FUVEST-2008) – “A exclusão dos analfabetos pela Constituição


republicana (de 1891) era particularmente discriminatória, pois, ao mesmo tempo
retirava a obrigação do governo de fornecer instrução primária, que constava do
texto imperial, e exigia para a cidadania política uma qualidade que só o direito
social da educação poderia fornecer...”
Os Bestializados, José Murilo de Carvalho

a) Que relação o texto estabelece entre ensino público e exercício da


cidadania política durante a Primeira República (1889 - 1930)?
b) O que a atual Constituição dispõe a respeito desta relação?

RESPOSTA
A- O Sistema eleitoral agora concedia direito ao voto universal masculino,
não-secreto a todos aqueles que fossem maiores de 21 anos e comprovassem sua
alfabetização. A adoção do voto universal e abandono do regime censitário, criado
durante a monarquia, de fato, modificou o universo de cidadãos votantes. A péssima
condição da educação nacional fazia com que a exigência da alfabetização deixasse
a grande maioria dos brasileiros alheia ao pleito. Além disso, o voto não-secreto era
outro dispositivo que impedia o exercício autônomo das escolhas políticas.
B- Foram realizadas mudanças para a consolidação da democracia como
o direito de voto aos analfabetos e facultativos aos jovens com idade entre 16 e
18 anos. A Constituição de 1988 estabelece a gratuidade e a obrigatoriedade da
frequência escolar até os 14 anos - término do ensino fundamental, antigo 1º grau,
além de conceder o direito de voto aos analfabetos (facultativo), ampliando assim o
exercício da cidadania política.

11. (ANALISTA-FUNIVERSA-2009) – A partir da Segunda Guerra Mundial


e até 1960, o Brasil, a exemplo de outros países do denominado “Cone Sul”, teve
sua história marcada por um processo de modernização caracterizado:
a) Pela criação de uma política desenvolvimentista baseada em um processo
de industrialização associado aos capitais estrangeiros.
b) Pela organização de políticas de moldes socialistas que ocasionaram a
fuga de capitais estrangeiros.
c) Pela elaboração de uma política populista, caracterizada por uma intensa
reforma agrária, levando a um processo de crescimento do mercado interno.
d) Pelo surgimento de governos militares de regime ditatorial instalados
para frear a expansão de movimentos socialistas.
e) Pela preservação de uma política oligárquica e de caráter nacionalista,
responsável por um desenvolvimento industrial contrário aos interesses norte-
americanos.

RESPOSTA “A”.

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HISTÓRIA

Na América do Sul, a partir da Segunda Guerra, adotou-se o modelo econômico


desenvolvimentista, dependente do capital estrangeiro – principalmente dos EUA.
Ressalta-se que esses países estavam alinhados ao bloco capitalista no período
mencionado e que a implantação de ditaduras militares ocorreria da década de 1960
em diante, com golpes apoiados ou patrocinados pelos EUA diante da crise do
populismo e das radicalizações ideológicas. Dá-se o nome de desenvolvimentismo
a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de crescimento da produção
industrial e da infra-estrutura, com participação ativa do estado, como base da
economia e o consequente aumento do consumo. O desenvolvimentismo é uma
política de resultados, e foi aplicado essencialmente em sistemas econômicos
capitalistas, como no Brasil (governo JK) e no governo militar, quando ocorreu o
“milagre econômico brasileiro”

12. (CESGRANRIO-2008) – O desenvolvimento foi um dos elementos de


maior importância nos debates políticos e intelectuais ocorridos no Brasil, a partir
da década de 40, sendo também a preocupação das políticas governamentais do
período.
Assinale a opção que não expressa uma política governamental no período.
a) O segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) imprimiu um caráter
nacional ao desenvolvimentismo com restrições ao capital estrangeiro e criação
de empresas estatais.
b) Os “cinquenta anos em cinco”, slogan do Programa de Metas de JK,
caracterizado por um rápido crescimento industrial, foi facilitado pela atração
de capitais estrangeiros.
c) A política desenvolvimentista, em todas as suas etapas, foi acompanhada
por crescente interferência do Estado no domínio econômico através da
formulação de planos, criação de agências de financiamento e de empresas
estatais.
d) A abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro, a partir do
Estado Novo, com a participação dos Estados Unidos no desenvolvimento da
siderurgia, foi o principal fator de estímulo ao desenvolvimento brasileiro.
e) As empresas estatais de grande porte criadas no período, como a Vale
do Rio Doce, a Petrobrás e a Eletrobrás, colocavam sob o controle do governo
setores de base considerados estratégicos, que exigiam vultosos investimentos.

RESPOSTA “D”.

Na década de 1930, a industrialização tornou-se um processo permanente,


ainda voltada à substituição de importações, mas mudando a estrutura econômica
do Brasil. Com Getúlio Vargas (1930-45), o governo passou a intervir na economia,

9
HISTÓRIA

controlando-a e criando empresas estatais ou de economia mista, principalmente


durante o Estado Novo. A criação da Cia. Siderúrgica Nacional, que instalou a
Usina de Volta Redonda, insere-se nesse contexto. Embora os EUA tenham liberado
empréstimo e fornecido tecnologia, a empresa estava sob controle estatal.

13. (ANALISTA-FUNIVERSA-2009) – A respeito da política econômica


adotada por Juscelino Kubitschek de Oliveira, não podemos afirmar que:
a) Se ajustou perfeitamente às novas tendências do capitalismo americano
contidas na Doutrina Truman.
b) Continuou a orientação político-econômica da “era de Vargas”.
c) Priorizou o desenvolvimento dos setores de energia, alimentação,
transporte, indústria de base e educação.
d) Visou a expandir a economia brasileira, integrando-a as correntes mais
fortes do sistema capitalista ocidental.
e) Estimulou a iniciativa do empresariado nacional e atraiu o interesse do
capital estrangeiro.

RESPOSTA “B”.

Os “anos JK” diferem da “era Vargas”, embora ambos pretendessem o


desenvolvimento industrial do país. Getúlio Vargas fundamentou-se no nacionalismo
e intervencionismo estatal, já Juscelino estimulou a entrada de capital estrangeiro,
concedendo vantagens às multinacionais.
Consolidou-se o desenvolvimentismo associado, especialmente sob dependência
dos EUA.

14. (PUCCAMP-2005 e FGV-2007) – A respeito da política desenvolvimentista


do governo Juscelino Kubitschek, podemos afirmar que:
I. Levou a um desenvolvimento integrado do território nacional, diminuindo
sensivelmente as disparidades regionais.
II. Contribuiu para uma integração mais profunda da economia brasileira
ao sistema capitalista mundial, dentro de um desenvolvimento industrial
acelerado, com o apoio de capitais e tecnologia estrangeiros.
III. Representou o privilegiamento da indústria alimentícia e de bens
de consumo populares, dada a preocupação marcadamente social que
caracterizava seu projeto de desenvolvimento.
IV. Apesar da modernização a que levou uma parte do país, deixou sérios
problemas econômicos e sociais de herança para os governos seguintes, como a
dependência em relação ao capital estrangeiro, índices elevados de inflação, e
dívida externa crescente.

10
HISTÓRIA

Estão corretos os itens


a) I e IV.
b) I e III.
c) I e II.
d) II e III.
e) II e IV.

RESPOSTA “E”.

A política econômica desenvolvimentista de Juscelino apresentou pontos


positivos e negativos para o nosso país. A entrada de multinacionais gerou empregos,
porém, deixou nosso país mais dependente do capital externo. O investimento na
industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo
e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, porém a dívida externa,
contraída para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural
descontrolado fez aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais
do sudeste do país.

15. (ASSISTENTE DE HISTORIA-UFRGS-2011) – O “milagre econômico”


fez da economia brasileira, na década de 70, a oitava economia do mundo
capitalista. O PIB – Produto Interno Bruto – teve notável crescimento e o
ufanismo chegou até os slogans como: “Brasil, ame-o ou deixe-o”; “Ninguém
segura este país”. O Presidente Médici era aplaudido quando entrava no estádio
do Maracanã.
O “milagre” apoiou-se em algumas colunas básicas, entre as quais não está
incluído (a):
a) A empresa nacional, apoiada por subsídios e por uma política de arrocho
salarial.
b) A prática do liberalismo econômico, com livre jogo nos mercados, de
produtos nacionais e importados, tendo os últimos baixas taxas alfandegárias.
c) O capital estrangeiro, em forma de empréstimos e investimentos diretos,
que afluíam abundantemente.
d) A conjuntura favorável do capitalismo mundial, incluindo preços baixos
do petróleo árabe/venezuelano.
e) A empresa estatal, com numerosas atribuições, respondendo por 50% do
PIB em 1970.

RESPOSTA “B”.

11
HISTÓRIA

O chamado Milagre econômico é o período caracterizado por um crescimento


acelerado, decorrente em grande parte das reformas ocorridas no período anterior e
das condições internacionais favoráveis, em que a manutenção do crescimento se deu
em função da vontade política do governo militar (o objetivo do Brasil Potência),
que foi contra a tendência mundial de retração do crescimento, a partir da primeira
crise do petróleo de 1973/74. Durante o “Milagre econômico”, o crescimento
acelera-se e diversifica-se no período do chamado “milagre econômico”, de 1968 a
1974. A disponibilidade externa de capital e a determinação dos governos militares
de fazer do Brasil uma “potência emergente” viabilizam pesados investimentos
em infraestrutura (rodovias, ferrovias, telecomunicações, portos, usinas
hidrelétricas, usinas nucleares), nas indústrias de base (mineração e siderurgia),
de transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos, fertilizantes),
equipamentos (geradores, sistemas de telefonia, máquinas, motores, turbinas),
bens duráveis (veículos e eletrodomésticos) e na agroindústria de alimentos (grãos,
carnes, laticínios). No início da década de 70, a economia apresenta resultados
excepcionais, com o PIB crescendo a 12 %, e o setor industrial a 18% ao ano. O
“milagre econômico” brasileiro foi acompanhado de muitas “explosões”, dentre elas
um crescimento contínuo das classes médias, primeiro nas grandes cidades e depois
nas cidades menores e no campo modernizado. Como essa expansão foi acelerada,
é lícito falar em explosão das classes médias, que, neste meio século, acompanha a
explosão demográfica, a explosão urbana e a explosão do consumo e do crédito. Esse
conjunto de fenômenos tem relação com o aumento da produção industrial e agrícola,
como também do comércio, dos transportes, das trocas de todos os tipos, das obras
públicas, da administração e da necessidade de informação. Há, paralelamente,
uma expansão e diversificação do emprego, ainda que uma parcela importante dos
que se dirigiram às cidades não pudesse ser assalariado formal, só encontrando
trabalho no circuito inferior da economia. Um sentimento de segurança é infundido
na classe média pelos programas governamentais que lhe facilitam a aquisição da
casa própria, programas de que foram os beneficiários privilegiados, enquanto os
brasileiros mais pobres apenas foram incompletamente atendidos nos últimos anos
do regime autoritário. Vale realçar que no Brasil do milagre, e durante boa parte dos
anos 80, a classe média se expandiu e se desenvolveu sem que houvesse verdadeira
competição dentro dela quanto ao uso dos recursos que o mercado ou o Estado lhe
ofereciam para a melhoria do seu poder aquisitivo e do seu bem-estar material.

16. (MACK-2009) – O modelo econômico brasileiro dos anos 70 não se


sustentou na década seguinte, dentre outras causas, por que:
a) A distribuição equilibrada de renda e a politização das massas
inviabilizaram a alternativa econômica autoritária.

12
HISTÓRIA

b) A política eficaz de controle à inflação gerou desemprego e redução do


mercado interno.
c) Os altos investimentos, no ensino público e pesquisa, impossibilitaram o
Estado de manter-se como agente do desenvolvimento.
d) As preocupações ecológicas e pressões internacionais exigiam a mudança
do modelo.
e) O Estado perdeu sua capacidade de financiar o modelo de substituição de
importações, que se esgotou.

RESPOSTA “E”.

O choque do petróleo desencadeou a crise do “milagre”, ao elevar o custo


das importações brasileiras. Além do déficit comercial, a inflação aumentava, mas
o governo Geisel (1974-79) continuou investindo. Com Figueiredo (1979-85),
incentivos fiscais, subsídios e desvalorizações cambiais resultaram em superávit
comercial, porém a inflação disparou, a dívida externa passou dos 100 bilhões de
dólares e a economia entrou em recessão. Problemas sociais, decorrentes da crise
econômica, intensificaram-se. A partir de 1930, no início do período Vargas, começou
o debate sobre a intervenção do Estado na economia. Também ganhou força a idéia
de que sem um planejamento global o Brasil não teria uma economia forte e estável.
Para Vargas e seu grupo mais próximo, o Estado deveria ser o responsável por
essa interferência. A teoria desenvolvimentista, proposta pelo governo, defendia a
prioridade dos financiamentos e subsídios para a indústria, a garantia de infra-estrutura
básica (energia, transportes) e uma política de proteção aos produtos nacionais frente
à concorrência das importações. Embora tendo de dividir espaço, com essa nova
tendência as lideranças agroexportadoras não perderam totalmente seu lugar como
elite econômica. O chamado “Estado de Compromisso” tratava de manter as regras
do jogo atendendo também aos interesses das lideranças agroexportadoras.

17. (HISTORIA DA ARTE-NCE-UFRJ-2007) – Acerca da década de 1980 no


Brasil, podemos afirmar, do ponto de vista econômico, que foi um período:
a) De grande expansão, embora fortemente perturbado pelas incertezas
quanto à consolidação da democracia.
b) De forte desenvolvimento da indústria, ainda que não acompanhado por
outros setores da economia.
c) De recomposição da mão-de-obra, como resultado do declínio das
migrações.
d) De recessão das atividades econômicas, tanto que muitos o consideram
uma década perdida.
e) De ampla abertura ao capital estrangeiro, propiciando por essa via o
aumento do Produto Interno Bruto.

RESPOSTA “D”.

13
HISTÓRIA

Embora seja um tema relativamente constante do noticiário econômico brasileiro


dos últimos 40 anos, foi na década de 1980 que a inflação brasileira intensificou-se
como nunca ocorreu antes. A alta dos juros internacionais, desde 1979, e os problemas
ligados à administração da dívida externa marcaram então um crescimento nunca
visto das taxas inflacionárias no país, e continuaram a crescer ano a ano. Em 1986,
o governo tentou conter a inflação com o Plano Cruzado, mas conseguiu apenas
baixá-la para 62% ao ano. Assim, após mais três planos econômicos de contenção, a
década encerrou-se com o Brasil às portas da hiperinflação, com a marca de 17,64%
ao ano em 1989, chegando ao máximo de 65,84% para o período dos últimos 12
meses, em abril de 1990.

18. (MACK-2009) – A ideologia desenvolvimentista subordinava o capital


nacional ao estrangeiro. O projeto de modernização do país promovia a importação
de indústrias e tecnologia, sobretudo no setor de base e bens de consumo
duráveis, como automóveis. Estas características identificam um governo e suas
consequências econômicas. Assinale-o.
a) O segundo governo Vargas, contando com forte oposição do capital
estrangeiro.
b) Eurico Gaspar Dutra, que, adotando facilidades alfandegárias, esgotou
as reservas acumuladas durante o Estado Novo.
c) Juscelino Kubitschek, que, embora atingindo um notável crescimento
econômico, fez crescer o endividamento externo e as disparidades regionais.
d) José Sarney e o congelamento de preços e salários do Plano Cruzado,
resultando em inflação descontrolada a partir de 1987.
e) Collor de Mello e a estagnação econômica, desemprego e inflação geradas
pelo Plano Collor.

RESPOSTA “C”.

O governo de Juscelino é lembrado como uma época de otimismo. O


novo presidente introduziu uma política conhecida como desenvolvimentismo,
que consistia em incentivar o progresso econômico do país estimulando a
industrialização. Ao assumir o poder, Juscelino estabeleceu um plano ambicioso
de realizações prometendo “cinqüenta anos de progresso em cinco de governo”. A
tranquilidade política alcançada durante quase todo o quinquênio permitiu-lhe uma
série de realizações que modificaram o panorama econômico do país. Apenas dois
movimentos de contestação ao regime ocorreram durante o mandato presidencial
de Juscelino: as revoltas militares de Jacareacanga e Aragarças. Ambas envolveram
pequeno número de revoltosos, que foram dominados sem maiores dificuldades
pelas Forças Armadas. O governo de Juscelino foi marcado por obras de grande
repercussão interna e mesmo internacional.

14
HISTÓRIA

Durante o governo de Juscelino houve um considerável avanço industrial,


principalmente nos setores da indústria de base e na produção de bens de consumo
duráveis e não duráveis. O governo procurou atrair o capital estrangeiro para
investir no país, obtendo empréstimos e incentivando empresas internacionais a se
instalarem no Brasil. A situação internacional favorecia esses investimentos, já que
os países desenvolvidos, como os Estados Unidos possuíam uma boa reserva de
capitais disponíveis. No entanto, o progresso econômico dessa época apresentou
alguns problemas: a concentração de riquezas, cada vez maior da Região do Sudeste;
o aumento da dívida externa; e a crescente desvalorização da moeda brasileira.

19. (FEI-2010) – São características do modelo econômico que passou a ser


implementado no Brasil, especialmente a partir do início dos anos 90:
a) A estatização e a abertura comercial.
b) A abertura comercial e a criação da CLT.
c) A privatização e a criação de regras que dificultam a importação.
d) O rígido controle de preços e a privatização.
e) A privatização e a abertura comercial.

RESPOSTA “E”.

A crise brasileira dos anos 80 encerrou o ciclo desenvolvimentista, que


prevaleceu no país por mais de 30 anos, e abriram as portas para uma série de
transformações importantes na economia brasileira. Nos anos 90 iniciou-se a
reforma do Estado e a liberalização comercial e financeira, que seria ampliada e
consolidada com o Plano Real. Na década de 1980, diante da enorme dívida pública
e da falta de capital para investir na infra-estrutura e no campo social, vários países
adotaram medidas neoliberais para diminuir o peso do Estado e conseguir competir
num mercado cada vez mais globalizado. No Brasil, essa tendência modernizadora
implicou abrir o mercado e privatizar, iniciada no governo Collor (1990-92).

20. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO-TJ/DFT-2008) – “Como decorrência


do caminho, constituiu-se a civilização paulista (...). Na faina sertaneja e
predadora dos paulistas, desenvolveram-se hábitos próprios, tributários dos
indígenas e incorporados mesmo por aqueles que haviam nascido na Europa,
como o alentejano Antonio Raposo Tavares.”
Laura de Mello e Souza

O texto reporta-se às características da vida paulista no período colonial e


seu significado. Sobre estes fatos não podemos dizer que:
a) O isolamento e a reduzida importância econômica da região resultaram
num forte senso de autonomia entre a gente paulista.

15
HISTÓRIA

b) Casas de taipa, móveis rústicos, tendo com idioma dominante o tupi-


guarani até o século XVIII, esta era a vila de São Paulo.
c) Mestiços rudes, os mamelucos paulistas vagavam pelos sertões, apresando
índios, buscando ouro ou atacando quilombos.
d) O alargamento da fronteira foi uma conseqüência inconsciente da luta
destes homens pela sobrevivência.
e) O prestígio do bandeirante deve-se à integração dos vicentinos à economia
exportadora açucareira.

RESPOSTA “E”.

A ausência de uma fonte econômica lucrativa os engenhos de açúcar não foram


bem-sucedidos e o isolamento da vila de São Paulo explicam a organização das
bandeiras. Tentando escapar da pobreza, os paulistas (em sua maioria mamelucos)
organizaram essas expedições ao interior, ultrapassando inconscientemente os
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.

21. (UFU-2009) – A atividade bandeirante marcou a atuação dos habitantes


da capitania de São Vicente entre o século XVI e XVIII. A esse respeito, assinale
a alternativa correta.
a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão-de-obra ou
para descobrir minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo
apresador e o prospector foram importantes para a ampliação dos limites
geográficos do Brasil colonial.
b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela metrópole,
com o objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como
garantir, efetivamente, a posse e o domínio do território.
c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna
militarizada e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados
por uma autoridade militar da Coroa.
d) O que explicou o impulso do bandeirismo no século XVII foi à assinatura
do tratado de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas
e abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a
conquista e a exploração portuguesa.
e) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismo de contrato era
uma empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de
riquezas minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso, Goiás e Minas
Gerais.

RESPOSTA “A”.

16
HISTÓRIA

O movimento dos bandeirantes, ou simplesmente bandeiras, foi um movimento


iniciado em meados do século XVII. Os bandeirantes foram, praticamente, os
desbravadores do Brasil. Foram expedições particulares organizadas pelos paulistas,
devido à sua pobreza, em busca de índios e de metais, além da prestação de serviços
(sertanismo de contrato).
Embora a maioria dos paulistas fosse mameluca, os bandeirantes capturavam
indígenas de tribos inimigas para escravizar. Sem planejamento, desbravaram o
território além da linha de Tordesilhas. Convém destacar que novos tratados de
limites foram negociados somente no século XVIII, em decorrência da interiorização
da colonização.

22. (ADMINISTRADOR-PREF. OLINDA/PE-UPENET/IAUPE) – “Na


primeira carta disse a V. Rev. a grande perseguição que padecem os índios, pela
cobiça dos portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de novo, senão que
ainda continua a mesma cobiça e perseguição, a qual cresceu ainda mais.
No ano de 1649 partiram os moradores de São Paulo para o sertão, em
demanda de uma nação de índios distantes daquela capitania muitas léguas pela
terra adentro, com a intenção de os arrancarem de suas terras e os trazerem às de
São Paulo, e aí se servirem deles como costumam.”
Pe. Antônio Vieira, Carta ao padre provincial, 1653, Maranhão.

Este documento do Padre Antônio Vieira revela:


a) Que tanto o Padre Vieira como os demais jesuítas eram contrários à
escravidão dos indígenas e dos africanos, posição que provocou conflitos
constantes com o governo português.
b) Um dos momentos cruciais da crise entre o governo português e a
Companhia de Jesus, que culminou com a expulsão dos jesuítas do território
brasileiro.
c) Que o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os
colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar
dos bandeirantes.
d) Um episódio isolado da ação do Padre Vieira na luta contra a escravização
indígena no Estado do Maranhão, o qual se utilizava da ação dos bandeirantes
para caçar os nativos.
e) Que os padres jesuítas, em oposição à ação dos colonos paulistas, contavam
com o apoio do governo português na luta contra a escravização indígena.

RESPOSTA “C”.

17
HISTÓRIA

Padre Vieira foi um dos mais influentes personagens do século XVII em termos
de política e Oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta
qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas
combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização.
Portanto, criticava a ação dos moradores de São Paulo e dos colonos do Maranhão
que capturavam índios para escravizar. Não há, no texto, condenação à escravização
de negros, tampouco apoio ou choque com a Coroa (a expulsão dos jesuítas só
ocorreu em 1759, durante a administração do Marquês de Pombal).

23. (MACK-2007) – A historiografia tradicional atribui ao bandeirismo o


alargamento do território brasileiro para além de Tordesilhas. Sobre esta atividade
é correto afirmar que:
a) Jamais se converteu em elemento repressor, atacando quilombos ou
aldeias indígenas.
b) As missões do Sul foram preservadas dos ataques paulistas, devido à
presença dos jesuítas espanhóis.
c) Na verdade, o bandeirismo era a forma de sobrevivência para mestiços
vicentinos, rudes e pobres, e a expansão territorial ocorreu de forma inconsciente
como subproduto de sua atividade.
d) Eram empresas totalmente financiadas pelo governo colonial, tendo por
objetivo alargar o território para além de Tordesilhas.
e) Era exercida exclusivamente pelo espírito de aventura dos brancos
vinculados à elite proprietária vicentina, cujas lavouras de cana apresentavam
grande prosperidade.

RESPOSTA “C”.

O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento de penetração para o


interior com origem, principalmente, em São Paulo e contribuiu para a expansão
dos domínios territoriais portugueses no continente. Atacar missões jesuíticas
espanholas no Sul para escravizar índios, procurar metais e pedras preciosas e fazer
o sertanismo de contrato (destruir quilombos, reprimir tribos hostis) garantiriam
a sobrevivência dos vicentinos, que foram desbravando o território ao interior.
A organização de expedições ao interior foi a forma de os mamelucos paulistas
encontrarem o remédio para sua pobreza.

24. (FAAP-2010) – O café realmente marcou a vida brasileira, imprimindo


várias características.
I. Povoamento de várias áreas do Brasil, com a formação de frentes
pioneiras.

18
HISTÓRIA

II. Estimulou os fluxos imigratórios para o Brasil, principalmente de


italianos.
III. Promoveu o desenvolvimento ferroviário, sobretudo no estado de São
Paulo
IV. O aparelhamento do porto de Santos.
(Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, Cia. Paulista, Araraquarense,
Santos-Jundiaí e Sorocabana).

Responda com apoio no código


a) Desde que apenas estejam corretas I e III.
b) Desde que apenas estejam corretas II e IV.
c) Desde que apenas estejam corretas I, II e III.
d) Desde que apenas estejam corretas III e IV.
e) Desde que todas estejam corretas.

RESPOSTA “E”.

A exportação brasileira do café começou a crescer a partir de 1816. Na década


de 1830-1840, o produto assumiu a liderança das exportações do país, com mais de
40% do total; o Brasil tornou-se, em 1840, o maior produtor mundial de café. Na
década 1870-1880, o café passou a representar até 56% do valor das exportações.
Começou então o período áureo do chamado ciclo do café que durou até 1930;
no final do séc. XIX, o café representava 65% do valor das exportações do país,
chegando a 70% na década de 1920.
O café foi importante para a modernização do país a partir de meados do
século XIX, com a formação de frentes pioneiras no interior paulista, em terras
desconhecidas habitadas por índios; o desenvolvimento do transporte ferroviário,
que antecedeu ou sucedeu a marcha do café em São Paulo; o aparelhamento do porto
de Santos, por onde saía o café do Oeste paulista; e a promoção da imigração para
fornecer braços para a lavoura cafeeira em crescimento.

25. (MAGISTÉRIO-HISTÓRIA-PREF. TAUÁ/CE-UECE-2008) – “É


particularmente no Oeste da província de São Paulo, o Oeste de 1840, não o de
1940 que os cafezais adquirem seu caráter próprio, emancipando-se das formas
de exploração agrária estereotipadas desde os tempos coloniais no modelo clássico
da lavoura canavieira e do engenho de açúcar.”
BUARQUE DE HOLANDA, S. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1987, p. 129.

19
HISTÓRIA

De acordo com a citação,


a) O caráter próprio dos cafezais do Oeste de 1840 pode ser identificado,
por exemplo, pela utilização de mão-de-obra predominantemente escrava, ao
contrário da mão de obra assalariada utilizada nos engenhos.
b) A diferenciação entre o Oeste de 1840 e o Oeste de 1940 refere-se ao fato
de o primeiro ser uma região de produção cafeeira e o segundo, uma região de
concentração de engenhos de açúcar.
c) O modelo clássico da lavoura canavieira e do engenho de açúcar significa,
em geral, um apego grande do senhor de engenho à rotina rural, ao contrário
da maior abertura dos cafezais do Oeste de 1840 à influência urbana.
d) A diferenciação entre o caráter próprio dos cafezais do Oeste de 1840 e
o modelo clássico da lavoura canavieira explica-se, entre outros fatores, pela
venda do produto dos primeiros no mercado interno e da segunda no mercado
externo.
e) As formas de exploração agrária estereotipadas desde os tempos
coloniais contrapõem-se ao caráter próprio dos cafezais do Oeste de 1840, pois
as primeiras acompanharam práticas de mandonismo político local e o segundo
trouxe práticas políticas democráticas.

RESPOSTA: “C”.

O chamado “ciclo do café” teve repercussões econômicas e sociais importantes


no Brasil. A expansão da lavoura levou à ampliação das vias férreas, principalmente
em São Paulo; O Oeste paulista passou a utilizar trabalhadores livres, em oposição
aos engenhos de açúcar (principal produto de exportação até 1830), baseados na
mão de obra escrava. O Oeste paulista de 1840 não é o Oeste geográfico do estado
em 1940, mas a região a oeste do Vale do Paraíba para onde se expandiu a lavoura
de café. Na falta de mão-de-obra escrava diante do fim do tráfico negreiro (1850),
os cafeicultores precisaram recorrer à imigração e desenvolveram uma mentalidade
mais empresarial e urbana.

26. (CESGRANRIO-2010) – No Brasil, a expansão cafeeira, na segunda


metade do século XIX, pode ser identificada a partir das seguintes características:
a) Expansão do consumo externo, progressos técnicos, abertura de créditos,
desenvolvimento das ferrovias e introdução da mão de obra escrava.
b) Expansão das áreas cultivadas na província fluminense, tráfico
interprovincial de escravos, avanços tecnológicos, créditos externos e maior
consumo interno.
c) Expansão ferroviária, crescimento do Oeste Novo paulista, aumento do
tráfico negreiro, maior consumo interno e externo e chegada dos imigrantes.

20
HISTÓRIA

d) Incentivos estatais à produção, créditos do Banco do Brasil, introdução


do trabalho livre, desenvolvimento ferroviário e aumento das áreas cultivadas
em Minas Gerais.
e) Substituição do escravo pelo imigrante, capitais ingleses, introdução de
máquinas modernas, elevação dos preços e rápida urbanização.

RESPOSTA “E”.

A economia brasileira modernizou-se com progressos técnicos, ferrovias, surtos


industriais e crescimento urbano, mas continuou dependente da Grã-Bretanha que
fazia empréstimos ao governo imperial e investimentos diretos, em especial no setor
de serviços.
No século XIX, a expansão da cafeicultura no Sudeste ocorreu devido ao
aumento da demanda mundial, que gerou alta dos preços. Particularmente no Oeste
paulista havia condições naturais mais favoráveis (o relevo e a terra roxa). Diante
da proibição do tráfico negreiro, desenvolveu-se um tráfico interprovincial e, com a
falta de mão-de-obra escrava, estimulou-se a imigração e o trabalho livre.

27. (HISTÓRIA-EXÉRCITO BRASILEIRO-2010) – Ao longo da segunda


metade do século XIX, o Brasil passou por profundas transformações que
afetaram, de forma geral, a economia e a organização social e política do país.
Sobre esse período, é correto afirmar que:
a) O fluxo de imigrantes para o Brasil, sobretudo de italianos, contribuiu
para retardar o início das atividades industriais, já que eram trabalhadores
rurais que não formavam um mercado consumidor.
b) A partir de 1850, com o fim do tráfico negreiro, o problema da falta de
mão-de-obra para as lavouras cafeeiras foi solucionado provisoriamente com o
tráfico interno de escravos e a vinda de imigrantes estrangeiros.
c) O desenvolvimento econômico, iniciado nas regiões produtoras de café,
impulsionou a recuperação econômica do Nordeste, através de investimentos
na indústria açucareira.
d) O êxito do sistema de parceria, adotado a partir de 1847, estimulou
a imigração européia para o Brasil. Com esse sistema, o imigrante podia se
tornar, rapidamente, um pequeno proprietário.
e) A adoção do trabalho assalariado, estimulada pela imigração, ficou
restrita às atividades urbanas. A relação de trabalho no âmbito rural continuou
servil, até a abolição da escravidão.

RESPOSTA “B”.

21
HISTÓRIA

O sistema de parceria, baseado na divisão dos lucros entre o fazendeiro e os


imigrantes, fracassou devido ao endividamento a que estes ficaram submetidos.
Passou-se à imigração financiada pelo Estado, que se fundamentava no pagamento
em dinheiro aos imigrantes.
Muitos migraram para as cidades, onde seriam a principal mão-de-obra das
fábricas no início do século XX, insatisfeitos com o trabalho nas fazendas de café e
sem perspectivas de terem uma propriedade (o acesso à terra só se daria pela compra,
segundo a Lei de Terras de 1850).

28. (UFF-2008) – A abolição do tráfico africano pode ser considerada um


dos principais fatores explicativos do definhamento progressivo do escravismo no
Brasil. Privada da fonte atlântica de abastecimento de cativos, a classe senhorial
do Império teve que apelar para o tráfico interno entre as províncias. Deste se
beneficiou o Sudeste, região que concentrava 87% da população cativa do país
entre 1870 e 1880.
No ano de 1887, às vésperas da Abolição, 15% da população cativa estavam
na província de São Paulo.
Assinale a opção que caracteriza melhor a dinâmica da economia cafeeira
no século XIX em função do problema da mão-de-obra.
a) A cafeicultura do Oeste paulista ancorada nas colônias de parceria não
se baseou no trabalho livre, mas em relações semi-escravistas, como demonstra
a revolta dos imigrantes de Rio Claro na década de 40.
b) A abolição do tráfico africano conduziu ao reforço da escravidão nas
antigas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sobretudo no Vale do
Paraíba, ao contrário do ocorrido em São Paulo, cujos cafeicultores optaram,
desde logo, pelo trabalho assalariado de imigrantes.
c) A abolição do tráfico africano não conduziu de imediato, à crise
do escravismo, uma vez que a população cativa do país aumentou
extraordinariamente até a década de 80, sobretudo no Sudeste, graças ao
crescimento vegetativo ocorrido entre africanos e crioulos.
d) A crise da economia cafeeira no Vale do Paraíba fluminense deveu-se
mais ao desgaste dos cafezais plantados em encostas, do que à falta de braços
para a lavoura, ao passo que, no Oeste paulista, a abundância de solos de terra
roxa e o trabalho dos colonos impulsionaram a cafeicultura da região.
e) A expansão cafeeira no Sudeste desenvolveu-se como base no trabalho
escravo, inclusive no Oeste paulista, não obstante ali se tenha adotado, em larga
escala, o trabalho juridicamente livre de imigrantes ao longo dos anos 80.

RESPOSTA “E”.

22
HISTÓRIA

Com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do
Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos
que nascessem a partir de sua promulgação. Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva -
Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Foi
em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi
alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de
vez a escravidão no Brasil.
O Oeste paulista foi à região mais atingida pela falta de mão-de-obra escrava,
recorrendo à imigração. Primeiro, desenvolveu-se o sistema de parceria nas
fazendas do Oeste, no qual os imigrantes, livres, conviveram com escravos; depois,
a imigração subsidiada pelo Estado.
O Vale do Paraíba fluminense e paulista utilizavam trabalho escravo, sendo
duramente atingido pela Lei Áurea que aboliu a escravidão.

29. (FMTM-2009) – O desenvolvimento da lavoura cafeeira no Sudeste


brasileiro foi responsável por inúmeras mudanças na segunda metade do século
XIX. Assinale a alternativa que explica, corretamente, algumas dessas mudanças.
a) Com o fim do tráfico negreiro, foi necessário incentivar a vinda de
imigrantes, realizando-se a transição para o trabalho livre. A construção de
ferrovias modernizou os transportes, interligando de modo mais rápido e
eficiente as regiões produtoras aos portos.
b) A expansão da cafeicultura gerou uma diferenciação na sociedade,
antes rural e aristocrática, com o surgimento da classe média urbana e de
uma burguesia cafeeira. Além disso, os lucros dessa economia promoveram a
industrialização do país, em especial, do Sudeste.
c) O cultivo de café valorizou economicamente a terra, que se tornou
mercadoria pela Lei de Terras de 1850, possibilitando a formação de frentes
pioneiras. A nova realidade no campo acirrou os conflitos, impondo a necessidade
de reforma agrária.
d) Os lucros da lavoura cafeeira foram investidos em diferentes atividades
urbanas, transformando a pacata capital de São Paulo em próspero centro
industrial. As relações escravistas de produção salientaram-se nas novas regiões
de cultivo do Oeste paulista.
e) O desenvolvimento do abolicionismo levou à substituição da mão-de-
obra escrava pelo trabalho assalariado, articulando o comércio interno. As
aspirações unitaristas dos cafeicultores chocaram-se com o imobilismo do
Império, provocando sua queda.

RESPOSTA “A”.

23
HISTÓRIA

A expansão paulista em direção ao oeste ocasionou o desenvolvimento de imensas


fazendas de café, visto que somente um pequeno número de pessoas possuía poder
econômico e político necessário para estabelecer e defender propriedades e iniciar
a produção em novas terras. Não pode haver dúvidas de que as exportações de café
foram o instrumento de crescimento durante quase todo o século XIX. Além disso, na
última parte desse século, a economia cafeeira transferiu-se para São Paulo, de modo
que o centro econômico mudou gradualmente para essa região, onde permanece até
os dias de hoje. Os efeitos secundários da economia cafeeira paulista – emprego de
mão-de-obra imigrante livre, investimento estrangeiro na infra-estrutura, acúmulo
de capital de produtores de café. A expansão da lavoura pelo interior paulista
relacionou-se à formação de frentes pioneiras e de cidades, à criação de ferrovias e
à transição do trabalho escravo para o livre imigrante. As camadas médias urbanas
ampliaram-se, surgiu uma nova aristocracia com mentalidade empresarial, houve
surtos industriais e o crescimento do setor de serviços. No entanto, não se pode falar
em industrialização do país (nem de São Paulo), tampouco em conflitos por reforma
agrária. Os cafeicultores paulistas, enriquecidos, chocaram-se com a monarquia
centralista, apoiando a federação e a implantação da república.

30. (CESGRANRIO-2011) – Durante as últimas décadas do século XVIII, a


colônia portuguesa na América foi palco de movimentos como a Inconfidência
Mineira (1789), a Conjuração do Rio de Janeiro (1794) e a Conjuração Baiana
(1798). A respeito desses movimentos pode-se afirmar que:
a) Demonstravam a intenção das classes proprietárias, adeptas das idéias
liberais, de seguirem o exemplo da Revolução Americana (1776) e proclamarem
a independência, construindo uma sociedade democrática em que todos os
homens seriam livres e iguais.
b) Expressavam a crise do Antigo Sistema Colonial através da tomada
de consciência, por parte de diferentes setores da sociedade colonial, de que
a exploração exercida pela metrópole era contrária aos seus interesses e
responsável pelo empobrecimento da colônia.
c) Denunciavam a total adesão dos colonos às pressões da burguesia
industrial britânica a favor da independência e da abolição do tráfico negreiro
para se constituir, no Brasil, um mercado de consumo para os manufaturados.
d) Representavam uma forma de resistência dos colonos às tentativas de
re-colonização empreendidas, depois da Revolução do Porto, pelas Cortes de
Lisboa, liberais em Portugal, que queriam reaver o monopólio do comércio com
o Brasil.
e) Tinham cunho separatista e uma ideologia marcadamente nacionalista,
visando à libertação da colônia da metrópole e à formação de um Império no
Brasil através da união das várias regiões até então desunidas.

RESPOSTA “B”.

24
HISTÓRIA

Os conspiradores mineiros (a elite econômica e intelectual) inspiraram-se na


conservadora independência dos EUA, já os baianos (povo e escravos) no Terror
francês, desejando a abolição da escravatura, a igualdade e o fim dos privilégios.
Relembra-se que a Revolução Liberal do Porto ocorreu em 1820. As conjurações
ocorridas no final do século XVIII revelaram a insatisfação dos colonos em relação
à exploração metropolitana, sob influência do Iluminismo, sendo manifestações
regionais da crise do Sistema Colonial.

31. (MACK-2006) – A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil


resultou em inúmeras mudanças para a vida da colônia, exceto:
a) A extinção do monopólio, através do decreto da Abertura de Portos, em
1808.
b) O Alvará de Liberdade Industrial anulado em grande parte pela
concorrência inglesa.
c) As iniciativas que favoreceram a vida cultural da colônia, como o ensino
superior, a imprensa régia e a Missão Francesa.
d) A tentativa do governo de conciliar os interesses dos grandes proprietários
rurais brasileiros e comerciantes reinóis.
e) Os Tratados de 1810, assinados com a Inglaterra, que aboliram vantagens
e privilégios, bem como a preponderância comercial deste país entre nós.

RESPOSTA “E”.

A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de


Portugal e da história do Brasil em que a Família Real Portuguesa e a sua Corte de
nobres e mais servos destes (inicialmente 15 mil pessoas) se radicaram no Brasil,
entre 1808 e 1820. Posteriormente, após 1822, alguns portugueses voltaram a sua
pátria.
A capital do reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil,
a cidade do Rio de Janeiro, registrando-se o que alguns historiadores denominam
de “inversão metropolitana”, ou seja, da antiga colónia passou a ser exercida a
governação do império ultramarino português.
Os Tratados de 1810 consagraram o predomínio dos interesses britânicos no
Brasil. Além de privilégios judiciários (escolha de juízes) e religiosos (liberdade
de culto), os ingleses obtiveram vantagens comerciais: seus produtos pagariam
tarifas alfandegárias preferenciais de 15%, enquanto as mercadorias portuguesas
16% e as demais 24%. Essas tarifas aos produtos britânicos foram renovadas após a
independência do Brasil.

25
HISTÓRIA

32. (ARQUITETO-SENAC/PB-IFEP/PB-2009) – A transferência da


corte portuguesa para o Brasil conferiu à nossa independência política uma
característica singular, pois favoreceu a:
a) Ruptura do pacto colonial, sem graves convulsões sociais e, também, sem
a fragmentação territorial.
b) Manutenção do exclusivo colonial e a continuidade dos investimentos
portugueses.
c) Coesão partidária sem contestação e a unidade provincial em torno do
novo regime.
d) Alteração da estrutura social anterior e, também, da organização
econômica.
e) Permanência dos funcionários ligados à corte e, também, dos burocratas
lusos.

RESPOSTA “A”.

A independência do Brasil distinguiu-se do contexto latino-americano,


caracterizado pela fragmentação territorial, participação popular nas prolongadas
lutas e formação de repúblicas. A solução monárquica assegurou aos aristocratas
brasileiros a preservação da estrutura socioeconômica, a marginalização das camadas
populares e o triunfo do liberalismo econômico, apesar de suas divergências quanto
à organização do Estado (centralizado ou descentralizado). Em 22 de janeiro
de1808, D. João e parte de sua comitiva chegaram a Salvador, desviados por uma
violenta tempestade durante a travessia do Atlântico. No dia 28, o príncipe-regente
determinava através de uma carta-régia “interina e provisoriamente”, a Abertura dos
Portos brasileiros às Nações Amigas.
Essa medida, que eliminava o exclusivo metropolitano sobre o comércio da
Colônia, desferia um golpe mortal no Pacto Colonial, constituindo o primeiro grande
passo para a Independência efetiva do Brasil. No comércio de alguns gêneros,
contudo, continuou o monopólio real, pois a carta-régia estabelecia a franquia dos
portos brasileiros ao comércio em geral, “à exceção do pau-brasil ou outros produtos
notoriamente estancados”.

33. (UFPE-2006) – A Independência do Brasil despertou interesses conflitantes


tanto na área econômica quanto na área política. Qual das alternativas apresenta
esses conflitos?
a) Os interesses econômicos dos comerciantes portugueses se chocaram com
o liberalismo econômico praticado pelos brasileiros e subordinado à hegemonia
da Inglaterra.

26
HISTÓRIA

b) A possibilidade de uma sociedade baseada na igualdade e na liberdade


levou a jovem nação a abolir a escravidão.
c) As colônias espanholas tornaram-se independentes dentro do mesmo
modelo brasileiro: monarquia absolutista.
d) A Guerra da Independência dividiu as províncias brasileiras entre o
partido português e o partido brasileiro, levando as províncias do Grão-Pará,
Maranhão, Bahia e Cisplatina a apoiarem, por unanimidade, a independência.
e) Os republicanos, os monarquistas constitucionalistas e os absolutistas
lutaram lado a lado pela Independência, não deixando que as suas diferenças
dificultassem o processo revolucionário.

RESPOSTA “A”.

A guerra de independência ocorreu nas províncias que se opuseram à


emancipação do Brasil, pois tinham maioria portuguesa no governo. O movimento
de independência derivou da oposição da aristocracia brasileira à re-colonização
pretendida pelas Cortes portuguesas. A volta do monopólio, solução para a crise
lusitana, chocava-se ao liberalismo econômico defendido pelos ingleses e pela elite
agrária brasileira, que manteve a escravidão e afastou a proposta de república.

34. (ECONOMIA DA SAÚDE-FUNDEP-2009) – A organização do Estado


brasileiro que se seguiu à Independência resultou do projeto do grupo:
a) Liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a
integridade territorial e o regime centralizado.
b) Maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortalecimento do
executivo e a extinção da escravidão.
c) Liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assembléia
Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a manutenção da estrutura
social.
d) Cortesão, que defendia os interesses re-colonizadores, as tradições
monárquicas e o liberalismo econômico.
e) Liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o federalismo e
a legitimidade monárquica.

RESPOSTA “A”.

A monarquia centralizada, a unidade territorial, o voto censitário e indireto,


a exclusão das camadas populares e a manutenção da escravidão e do latifúndio
provam esse caráter conservador. De fato, a independência do Brasil, liderada pela
elite agrária, resultou de um projeto liberal-conservador. Defendia-se o liberalismo
econômico (contra o restabelecimento do monopólio), mas não a igualdade e a
democracia.

27
HISTÓRIA

35. (MACK-2008) – Relativamente ao Primeiro Reinado, considere as


afirmações a seguir.
I. A dissolução da Constituinte, o estilo de governo autoritário e a repressão
à Confederação do Equador aceleraram o desgaste político de Pedro I.
II. O temor de uma provável re-colonização, caso fosse restabelecida a
união com Portugal, aprofundou os atritos entre brasileiros e portugueses.
III. O aumento das exportações agrícolas, a estabilidade da moeda e a
redução do endividamento externo foram os pontos favoráveis do governo de
Pedro I.
IV. A cúpula do exército, descontente com a derrota militar na Guerra
Cisplatina, aderiu à revolta, que culminou na abdicação do Imperador.
Então:
a) Todas estão corretas.
b) Todas são falsas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I, II e IV estão corretas.
e) Apenas III está correta.

RESPOSTA “D”.

O Primeiro Reinado é caracterizado pela organização do Estado Nacional


Brasileiro, que pode ser dividido nas seguintes etapas: as guerras de independência,
o reconhecimento externo de nossa independência, a elaboração da primeira
Constituição e a abdicação de D. Pedro I. Durante o Primeiro Reinado, o imperador
que não admitia limites a seu poder e a aristocracia chocaram-se. Se a outorga
da Constituição e a repressão à Confederação do Equador permitiram ao primeiro
impor seu autoritarismo, a oposição da segunda foi decisiva para a abdicação. Deve-
se levar em conta também que a conjuntura forçou o monarca a renunciar: déficit
comercial, crescente endividamento, problemas na sucessão do trono português
(ameaça de recolonização), derrota na Guerra da Cisplatina e revolta das tropas do
Rio de Janeiro, cujos soldos estavam atrasados.

36. (FISCAL DE INDÚSTRIA E COMERCIO-FUNDEP-2009) –


“Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei de muito
voluntariamente abdicado na pessoa de meu mui amado e prezado filho o Sr. D.
Pedro de Alcântara.”
Boa Vista, 7 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império - D.
Pedro I.

28
HISTÓRIA

Nesses termos, D. Pedro I abdicou ao trono brasileiro no culminar de uma


profunda crise, que não se caracterizou por:
a) Antagonismo entre o Imperador e parte da aristocracia rural brasileira.
b) Empréstimos externos para cobrir o déficit público gerado, em grande
parte, pelo aparelhamento das forças militares.
c) Aumento do custo de vida, diminuição das exportações e aumento das
importações.
d) Pressão das elites coloniais que queriam o fim do Império e a implantação
de uma República nos moldes dos Estados Unidos.
e) Conflitos entre o Partido Brasileiro e o Partido Português e medo da re-
colonização.

RESPOSTA “D”.

A proposta de república, defendida pelos radicais (camadas urbanas) e excluída


quando do movimento de independência, somente seria retomada na regência,
por parte dos liberais exaltados (aristocratas). A aristocracia brasileira manteve-se
praticamente unida contra o imperador no Primeiro Reinado, embora no partido
brasileiro houvesse duas facções: a federalista e a centralista. Os ideais republicanos
e federalistas afloraram em Pernambuco em 1824 (Confederação do Equador), como
em 1817, mas foram reprimidos por D. Pedro I.

37. (MACK-2009) – Do ponto de vista político podemos considerar o período


regencial como:
a) Uma época conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que
comprometessem a unidade do país.
b) Um período em que as reivindicações populares, como direito de voto,
abolição da escravidão e descentralização política foram amplamente atendidas.
c) Uma transição para o regime republicano que se instalou no país a partir
de 1840.
d) Uma fase extremamente agitada com crises e revoltas em várias
províncias, geradas pelas contradições das elites, classe média e camadas
populares.
e) Uma etapa marcada pela estabilidade política, já que a oposição ao
imperador Pedro I aproximou os vários segmentos sociais, facilitando as
alianças na regência.

RESPOSTA “D”.

29
HISTÓRIA

Entre a elite, os restauradores defendiam a volta de D. Pedro I; os liberais


moderados, a manutenção da monarquia centralizada; os liberais exaltados, a
autonomia das províncias e, no limite, a separação e a república. O Período Regencial
caracterizou-se pela instabilidade política, gerada pela divisão da aristocracia em
facções e pelo não-exercício do poder Moderador, e social, devido às rebeliões das
camadas dominadas. Já as camadas médias e populares questionavam os privilégios
da aristocracia e a preservação das estruturas. No Segundo Reinado, consolidou-se
o Estado monárquico, unitário, elitista e conservador; a república só foi implantada
em 1889.

38. (FUVEST-2011) – Sabinada na Bahia, Balaiada no Maranhão e


Farroupilha no Rio Grande do Sul foram algumas das lutas que ocorreram no
Brasil em um período caracterizado:
a) Por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a
constituição de partidos políticos e transformações sociais na estrutura agrária.
b) Pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual
delegou às províncias o encaminhamento da “questão servil”.
c) Por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo,
e por transformações na estrutura fundiária de base escravista.
d) Por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom
Pedro I, fortemente marcada por um surto de industrialização, estimulado pelo
Estado.
e) Pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos
políticos, sem que se alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.

RESPOSTA “E”.

Apesar das medidas descentralizadoras do Ato Adicional, os exaltados gaúchos


buscaram maior autonomia proclamando a república; os moderados dividiram-se em
progressistas e regressistas, origem dos partidos Liberal e Conservador do Segundo
Reinado. Latifúndio, escravidão, monarquia centralizada e governo elitista foram
preservados, apesar das rebeliões de camadas médias e baixas, continuando o país a
ter base econômica agrária. As rebeliões populares (Cabanagem e Balaiada) e elitista
(Farroupilha) ocorreram durante o Período Regencial, fase posterior à abdicação de
D. Pedro I, quando o herdeiro ainda era menor de idade. A cisão da aristocracia em
restauradores, liberais moderados e liberais exaltados, em disputa pelo poder, abriu
espaço para as reivindicações de outros grupos sociais.

30
HISTÓRIA

39. (EPIDEMIOLOGISTA-FUNDEP-2009) – O equilíbrio federativo


brasileiro vem sendo discutido no Congresso Nacional e entre os estudiosos
do sistema político brasileiro. A construção da federação brasileira foi obra da
República em nosso país, já que, no Império, vivíamos um período de centralismo
bastante acentuado. No entanto, mesmo naquele momento a discussão e os
embates acerca da maior ou da menor centralização do poder estavam em pauta.
Acerca da questão centralização x descentralização no período imperial é correto
afirmar que:
a) A defesa do ideal descentralista era feita pelo Partido Conservador.
b) O grande número de rebeliões ocorridas no Período Regencial tiveram
como causa fundamental a defesa da maior liberdade para as províncias.
c) A maior liberdade das províncias no período do Segundo Reinado foi
obra do Conselho de Estado.
d) Poucas foram as manifestações a favor da descentralização política no
final do Império.
e) A defesa do descentralismo encontrava adeptos principalmente entre os
membros da elite do Rio de Janeiro e da Bahia.

RESPOSTA “B”.

Moderados dividiram-se com o Ato Adicional: progressistas a favor dessas


medidas descentralizadoras; regressistas contra. Com D. Pedro II, consolidou-se o
Estado centralizado e os partidos Liberal e Conservador, oriundos dos moderados,
alternaram-se no poder. No Primeiro Reinado, a aristocracia permaneceu unida
para combater o inimigo comum: o autoritário imperador. As várias facções
passaram a discutir a organização do Estado durante a regência: liberais moderados
(monarquistas centralistas, notadamente do Sudeste) e liberais exaltados (federalistas
e até republicanos, das províncias mais afastadas). A estabilidade, graças à atuação
do Moderador junto aos partidos e ao funcionamento do parlamentarismo, só foi
rompida no final do século, com a defesa da república federalista pelos cafeicultores
paulistas.

40. (UFSM -2009) – “O monopólio do comércio das colônias pela metrópole


define o sistema colonial porque é através dele que as colônias preenchem sua
função histórica, isto é, respondem aos estímulos que lhes deram origem, que
formam a sua razão de ser, enfim, que lhes dão sentido.”
NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial..
In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel.

31
HISTÓRIA

O texto expressa a situação do Brasil no chamado Pacto Colonial. Sobre


isso, pode-se dizer que:
a) A colonização do Brasil se inseriu nos quadros da expansão imperialista
mundial e constituiu um importante pilar de sustentação do Estado colonial.
b) A colonização foi, em sua essência, motivada pelo interesse do Estado e
dos grupos dominantes em adquirir e acumular metais preciosos e terras e em
conquistar mercados.
c) O pacto transformava a economia colonial numa economia central cuja
função era gerar riquezas para a economia periférica metropolitana.
d) O pacto favorecia os senhores feudais da metrópole que, recebendo dos
colonos os privilégios do monopólio, apropriavam-se do extraordinário lucro
gerado pela industrialização das colônias.
e) A colônia era estimulada a produzir mercadorias manufaturadas, o que
promovia o desenvolvimento do mercado interno e a acumulação de capital
comercial pela burguesia mercantil nacional.

RESPOSTA “B”.

A economia colonial era dependente e produtora de artigos primários para o


mercado externo, promovendo a acumulação de capital na Europa. A colonização do
Brasil foi um prolongamento da expansão marítima da Idade Moderna, constituindo
elemento básico de sustentação do Estado metropolitano. Interessava à Coroa
fortalecer-se e enriquecer-se; aos nobres, obter terras; à burguesia, lucrar com o
comércio monopolizado.

41. (FISCAL SANITÁRIO-ENFERMEIRO-FUNDEP-2009) – Considere as


afirmações a seguir sobre a economia do Brasil no Período Colonial.
I. A produção era ditada pelas necessidades da economia européia que se
constituía no centro de todo o sistema.
II. O comércio externo era monopolizado pela metrópole que impunha
preços mínimos para os artigos coloniais, garantindo lucros tanto na compra
como na venda.
III. O latifúndio, a monocultura e a mão de obra escrava se impuseram
diante da necessidade de produzir em alta escala e de garantir grande
lucratividade aos empresários portugueses.
Pode-se afirmar que:
a) Somente I está correta.
b) Somente III está correta.
c) Somente I e II estão corretas.
d) Somente I e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.

RESPOSTA “E”.
32
HISTÓRIA

Plantation é um tipo de sistema agrícola (uma plantação) baseado em uma


monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão-de-obra
escrava. Foi bastante utilizado na colonização da América -sendo mais tarde fora
levada para a África e Ásia-, principalmente no cultivo de gêneros tropicais e é
atualmente comum a países subdesenvolvidos.
A primeira característica do plantation é a monocultura. Nesse sistema, são
produzidas grandes quantidades de um só produto que se adapta muito bem ao solo e
ao clima da região. Os produtos cultivados por meio do plantation no Brasil são cana-
de-açúcar, café, etc. Nesse sistema, toda a produção é voltada quase que totalmente
para o mercado externo, permanecendo no país apenas produtos de baixa qualidade.
As colônias eram exploradas de uma forma especulativa, sem nenhum interesse, por
parte das metrópoles, na melhora do país em que o plantation era estabelecido.
A mão-de-obra utilizada era composta principalmente por escravos e indígenas.
Através da dominação econômica muitos camponeses e pessoas de baixa renda
também eram obrigados a trabalhar nas plantações. O plantation ocasionou o
surgimento de grandes latifúndios, uma vez que enormes porções de terra eram
destinadas a uma só pessoa. Atualmente, alguns países subdesenvolvidos ainda
utilizam o sistema do plantation.
O Sistema Colonial na América baseou-se no Mercantilismo, com a função
de gerar a acumulação de capital nas metrópoles européias por meio do monopólio
comercial. A colônia deveria complementar a economia metropolitana, fornecendo-
lhe produtos agrícolas em larga escala a preços baixos e consumindo manufaturados
caros. Desenvolveu-se o sistema de plantation: latifúndio, monocultura de exportação
e mão-de-obra escrava.

42. (UFRN -2008) – A implantação do sistema colonial transformou as


relações amistosas existentes entre indígenas e portugueses no início da ocupação
do Brasil. Essa transformação se deveu à:
a) Grande inabilidade dos indígenas para a agricultura, recusando-se
a trabalhar nas novas plantações açucareiras, atitude que desagradou aos
portugueses.
b) Crescente ocupação das terras pelos portugueses e à necessidade de mão-
de-obra, levando à escravização dos índios, que reagiram aos colonos.
c) Importação de negros africanos, cuja mão de obra acabou competindo
com a dos indígenas, excluindo estes do mercado de trabalho agrário.
d) Introdução de técnicas e instrumentos agrícolas europeus nas aldeias
indígenas, desestruturando a economia comunal dos grupos nativos.

RESPOSTA “B”.

33
HISTÓRIA

A agricultura exigia sedentarização; a ocupação de terras e a escravização dos


nativos para a implantação de engenhos provocaram atritos. Apesar da resistência
e da introdução de escravos africanos, os indígenas foram escravizados. A relativa
harmonia entre indígenas e portugueses, nas primeiras décadas do século XVI, foi
rompida quando se iniciou a colonização.

43. (CESGRANRIO-2007) – Sobre a revitalização de formas compulsórias


de trabalho nas áreas coloniais durante a Época Moderna quando na Europa
ocorria um movimento inverso da liberação de mão de obra podemos afirmar que:
I. A adoção do trabalho compulsório de escravos africanos insere-se na
lógica do Antigo Sistema Colonial, pois o tráfico negreiro, controlado pela
burguesia mercantil metropolitana, era uma atividade altamente lucrativa e
contribuía para a acumulação primitiva de capital na metrópole.
II. A grande disponibilidade de terras impediu a exploração de trabalhadores
livres e assalariados, que poderiam ter acesso a terra e desenvolver uma
economia de subsistência, o que seria contrário ao sentido da colonização
e à organização de grandes propriedades produtoras de mercadorias para o
comércio metropolitano.
III. A adoção do trabalho escravo na Colônia se deveu à falta de dinheiro
dos grandes proprietários de terra para pagar salários, pois, como vendiam
seus produtos a baixos preços aos comerciantes metropolitanos, só podiam
utilizar mão de obra que não exigisse nenhum investimento de capitais.
Assinale a opção que contém a(s) afirmativa(s) correta(s).
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III.
e) I, II e III.

RESPOSTA “C”.

A adoção da escravidão na colônia atendeu aos interesses de lucro, pois seria


inviável usar trabalhadores livres e pequenos proprietários. A rentabilidade do tráfico
negreiro para a metrópole explicou a preferência pelo escravo africano ao indígena.
Destaca-se que a aquisição de escravos exigia grande investimento de capital e que
na Europa o trabalho assalariado ainda não era generalizado.

34
HISTÓRIA

44. (DESIGN GRAFICO-FUNDEP-2009) – A sociedade colonial brasileira


“herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas
acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação
das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções essenciais entre
fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava
os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem
em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores
possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios,
podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em
um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização
de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde,
os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou
oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor.”
Stuart B. Schwartz, Segredos Internos.

A partir do texto pode-se concluir que


a) A diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato,
existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e
se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.
b) A presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento
de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade
européia nos séculos XV e XVI.
c) Os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido
facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a
constituição da sociedade colonial.
d) A diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e
índios, brancos e negros, tendeu e diluir a distinção clássica e medieval entre
fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial.
e) A existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em
larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais
dos portugueses durante o século XVI e XVII.

RESPOSTA “D”.

A distinção clássica e medieval entre nobres e plebeus, existente na Europa, não


se adaptou à realidade brasileira. Conhecida na Europa, a escravidão de indígenas e
de africanos criou na colônia novas distinções baseadas em critérios étnico-culturais,
raciais e sociais. Os brancos assumiram uma posição superior, independente de sua
riqueza.

35
HISTÓRIA

45- (MACKENZIE-2008) Constituíram importantes fatores para o sucesso da


lavoura canavieira no início da colonização do Brasil:
a) O Domínio Espanhol, que possibilitou o crescimento do mercado
consumidor interno.
b) O predomínio da mão de obra livre com técnicas avançadas.
c) O financiamento, transporte e refinação nas mãos da Holanda e a
produção a cargo de Portugal.
d) A expulsão dos holandeses que trouxe a imediata recuperação dos
mercados e ascensão econômica dos senhores de engenho.
e) A estrutura fundiária, baseada na pequena propriedade voltada para o
consumo interno.

RESPOSTA “C”.

O auge da produção açucareira ocorreu sob o domínio holandês no NE, decaindo


após sua expulsão na segunda metade do século XVII, devido à concorrência nas
Antilhas. A implantação de engenhos dependeu da doação de sesmarias, onde se
desenvolveu o sistema de plantation, e do financiamento dos holandeses. Esses
também controlaram o transporte, a refinação e a distribuição do açúcar na Europa,
ficando com a maior parte dos lucros.

46. (DEFENSOR PÚBLICO-FMP-2010) – A ocupação do território brasileiro,


restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais,
estendeu-se ao interior durante o século XVII e XVIII, ligada à exploração de
novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as
fronteiras da colônia.
As afirmações a seguir relacionam as regiões ocupadas a partir do século
XVII e suas atividades dominantes.
I. No vale amazônico, o extrativismo vegetal - as drogas do sertão - e a
captura de índios atraíram os colonizadores.
II. A ocupação do pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico,
estando ligada aos conflitos luso-espanhóis na Europa.
III. O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo,
e sua ocupação está ligada à mineração.
IV. A zona missioneira no sul do Brasil representava um obstáculo tanto
aos colonos, interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal,
dificultando a demarcação das fronteiras.
V. O sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de
colonização, foi um prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas
terras e mão-de-obra para a expansão da lavoura.

36
HISTÓRIA

As afirmações corretas são:


a) Somente I, II e IV.
b) Somente I, II e V.
c) Somente I, III e IV.
d) Somente II, III e IV.
e) Somente II, III e V.

RESPOSTA “C”.

No sertão nordestino, primeira área de interiorização da colonização,


desenvolveu-se a pecuária, empregando mão-de-obra livre. No século XVIII,
a ocupação do Sul ligou-se a interesses econômicos. A expansão da pecuária no
pampa gaúcho, que ganhou impulso ao fornecer gado para a região mineradora,
e estratégicos a proximidade da foz do rio da Prata, que permitia o acesso a terras
espanholas.

47. (VUNESP-2009) – “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das
minas passa em pó e em moedas para os reinos estranhos e a menor é a que fica
em Portugal e nas cidades do Brasil, salvo o que se gasta em cordões, arrecadas
e outros brincos, dos quais se vêem hoje carregadas as mulatas de mau viver e as
negras, muito mais que as senhoras.”
André João Antonil, Cultura e opulência do Brasil, 1711.

No trecho transcrito, o autor denuncia:


a) A corrupção dos proprietários de lavras no desvio de ouro em seu próprio
benefício e na compra de escravos.
b) A transferência do ouro brasileiro para outros países em decorrência de
acordos comerciais internacionais de Portugal.
c) O prejuízo para o desenvolvimento interno da colônia e da metrópole
gerado pelo contrabando de ouro brasileiro.
d) O controle do ouro por funcionários reais preocupados em esbanjar
dinheiro e dominar o poder local.
e) A ausência de controle fiscal português no Brasil e o desvio de ouro para
o exterior pelos escravos e mineradores ingleses.

RESPOSTA “C”.

37
HISTÓRIA

O jesuíta Antonil denunciava o prejuízo, para a colônia e a metrópole, do


contrabando de ouro, o que se observa em “o pior é que a maior parte do ouro (...)
passa em pó e em moedas para os reinos estranhos.” Embora os ingleses tenham
sido os maiores beneficiários do ouro brasileiro, devido à dependência portuguesa
consolidada no Tratado de Methuen (Panos e Vinhos, 1703), Antonil não fez
referência ao acordo, nem à corrupção ou ao contrabando.

48. (FMTM-2011) – Comparando o Nordeste açucareiro e a região mineradora,


quanto à economia e à sociedade no Brasil colonial, é correto afirmar que:
a) A concentração de renda foi maior nas cidades mineiras do que nos
engenhos nordestinos.
b) Ambos promoveram o comércio interno, articulando as várias regiões
da colônia.
c) A mineração gerou maior diferenciação social e fez surgir cidades no
interior.
d) Enquanto o primeiro baseou-se no trabalho escravo, no segundo
predominaram os assalariados.
e) Ambos contribuíram para o desenvolvimento do ensino superior e da
arte barroca no Brasil.

RESPOSTA “C”.

Destaca-se que a exploração aurífera promoveu a arte e interligou outras regiões


da colônia, que forneciam alimentos e animais à população dos núcleos urbanos
mineiros. A exploração de ouro exigiu menor investimento de capitais do que o
açúcar, gerando menor concentração de renda e maior chance de mobilidade social.
Ambos basearam-se no trabalho escravo, mas a diversificação das atividades
econômicas na mineração foi fator de diferenciação da sociedade.

49. (FGV-2007) – No período colonial, a renda das exportações do açúcar:


a) Raramente ocupou lugar de destaque na pauta das exportações, pelo
menos até a chegada da família real ao Brasil.
b) Mesmo no auge da exportação do ouro, sempre ocupou o primeiro lugar,
continuando a ser o produto mais importante.
c) Ocupou posição de importância mediana, ao lado do fumo, na pauta das
exportações brasileiras, de acordo com os registros comerciais.
d) Ocupou posição relevante apenas durante dois decênios, ao lado de
outros produtos, tais como a borracha, o mate e alguns derivados da pecuária.
e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que mesmo no auge da mineração,
o açúcar foi um produto de importância apenas relativa.

RESPOSTA “B”.

38
HISTÓRIA

De fato, o açúcar foi o principal produto de exportação do Brasil desde o início


da colonização (século XVI) até a década de 1830, quando o café passou a ocupar
essa posição. Mesmo com a concorrência holandesa nas Antilhas e o apogeu da
exploração de ouro, o açúcar manteve sua primazia.

50. (DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA-CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO-


FUNDEP-2011) – Sobre o movimento operário no Brasil, durante a República
Velha (1889-1930), pode-se afirmar que:
I. O anarco sindicalismo foi à tendência predominante nas duas primeiras
décadas do século XX, perdendo importância nos anos seguintes.
II. As principais reivindicações eram os aumentos salariais, a regulamentação
do trabalho e a liberdade de organização.
III. Os anarquistas, ao contrário dos demais agrupamentos, eram
constituídos apenas por imigrantes europeus e seus descendentes.
IV. As maiores greves ocorreram na segunda década do século atual, em
razão, principalmente, da acentuação das diferenças entre os aumentos dos
preços e dos salários.
Estão corretas somente as afirmativas
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) II e III.

RESPOSTA “A”.

De fato, o anarco sindicalismo predominou até 1920, quando o socialismo


marxista ganhou destaque (o PCB foi fundado em 1922). A carestia acentuou-se na
Primeira Guerra, motivando um ciclo de greves com reivindicações econômicas.
Embora muitos anarquistas fossem imigrantes, havia também brasileiros.

51. (PUCMG-2011) – Todas as opções a seguir têm relação com o movimento


operário na República Velha no Brasil, exceto:
a) Inexistência de regulamentação das relações trabalhistas e grande
número de desempregados.
b) Reduzido poder de pressão, originado pelo pequeno grau de sindicalização.
c) Ausência de organizações autônomas de trabalhadores e de movimentos
grevistas.
d) Grande número de imigrantes em alguns centros urbanos, especialmente
São Paulo.
e) Presença considerável de mulheres e crianças, submetidos a baixos
salários.

RESPOSTA “C”.
39
HISTÓRIA

A greve constituiu a mais importante forma de expressão, principalmente quando


atingia os setores essenciais: ferroviários, marítimos e trabalhadores das docas. No
início do século XX, surgiram formas de organização do movimento operário, tais
como associações mutualistas, jornais e poucos sindicatos.

52. (UERJ-2008) – “(...) Estão em greve presentemente, nesta capital, cerca


de 15 mil operários, e à hora e que escrevemos, nada faz prever que esse número
decresça tão cedo. Ao contrário, há justificados receios de que o movimento
aumente ainda, caso não se encaminhem as desinteligências para um acordo
satisfatório e eqüitativo”.
O Estado de São Paulo, 12/07/1917. Citado por TREVISAN, Leonardo. A
República Velha. São Paulo: Global, 1982.

O movimento operário, durante as primeiras décadas do regime republicano


no Brasil, caracterizou-se pela existência de:
a) Apoio de trabalhadores rurais, que participaram de várias greves
organizadas.
b) Partidos de tendência anarquista, que foram responsáveis pela Greve
Geral de 1917.
c) Reivindicações políticas, que foram atendidas por legislação implantada
na década de 20.
d) Lideranças de imigrantes europeus, que traziam a experiência de
organização de seus países de origem.

RESPOSTA “D”.

Destaca-se que não houve apoio dos trabalhadores rurais nem organização de
legislação trabalhista na República Velha. Em São Paulo havia a maior presença de
operários estrangeiros, mais ligados ao anarquismo. Contrários a partidos e a toda
forma de poder, e ao anarco sindicalismo. Os operários queriam aumentos salariais
e outras reivindicações econômicas.

53. (DOCENTE I-HISTÓRIA-FUNCAB-2009) – No movimento operário


brasileiro da Primeira República, a Greve Geral de 1917:
a) Localizou-se em São Paulo, reivindicando a adoção da jornada de oito
horas de trabalho e a proibição do trabalho feminino noturno.
b) Atingiu os principais núcleos urbanos e industriais do Brasil, prolongando-
se devido à recusa de negociações pelos grevistas.
c) Restringiu-se ao Rio de Janeiro, articulando-se com movimentos militares
de oposição ao governo Wenceslau Brás.

40
HISTÓRIA

d) Atingiu somente o Rio de Janeiro e São Paulo, sofrendo dura repressão


conjunta do Exército e da Marinha.
e) Paralisou a produção cafeeira, reivindicando equiparação com os
trabalhadores urbanos na jornada de oito horas de trabalho.

RESPOSTA “A”.

Greve Geral de 1917 é o nome pela qual ficou conhecida a paralisação geral da
indústria e do comércio do Brasil, em Julho de 1917, como resultado da constituição
de organizações operárias de inspiração anarquista aliada à imprensa libertária. Esta
mobilização operária foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil.
Paralisando cerca de 50 mil trabalhadores da cidade de São Paulo, a Greve Geral de
1917 teve grande impacto, levando o governo a mobilizar tropas. No final, chegou-
se a um acordo com os industriais, mas os aumentos de salários pouco adiantaram
diante da inflação. Quanto às outras reivindicações, tornaram-se vagas promessas.

54. (MACK-2009) – Entre 1917 e 1920, um ciclo de greves de grandes


proporções surgiu nas principais cidades do país, especialmente em São Paulo e
Rio de Janeiro. As causas imediatas destes movimentos foram:
a) A estratégia do sindicalismo de resultados, utilizada pelas lideranças
operárias que fracassam nas negociações, radicalizando a luta.
b) O agravamento da carestia, a questão da jornada de trabalho, a
especulação com alimentos em virtude da Primeira Guerra e a influência
ideológica do bolchevismo.
c) O fato da classe operária em São Paulo ser composta em sua maioria por
trabalhadores nacionais, muito politizados.
d) O predomínio no Rio de Janeiro de uma classe operária constituída por
imigrantes, adeptos do anarquismo.
e) A liderança comunista do movimento operário que liderou a greve e
arregimentou mulheres e crianças para o movimento, já que constituíam a
maioria da força de trabalho.

RESPOSTA “B”.

Destacaram-se em São Paulo os anarco sindicalistas, principalmente imigrantes,


predominando as reivindicações imediatas e não a idéia de transformação radical da
sociedade. As precárias condições de trabalho e a super exploração da mão-de-obra
foram às causas das manifestações que culminaram na Greve de 1917, em meio à
alta de preços gerada pela Primeira Guerra. Convém mencionar que a Revolução
de Outubro na Rússia ainda não começara, mas houve influências do socialismo
(bolchevismo) depois.

41
HISTÓRIA

55. (LICENCIADO EM HISTÓRIA-UNAMA-2010) – A questão social na


Era Vargas assumiu um perfil totalmente diferente do existente na República
Velha, na medida em que:
a) O conflito de classes continuava sendo visto pelo governo como um “caso
de polícia.”
b) A questão social deveria ser racionalizada, controlada pelo Estado, para
permitir o desenvolvimento seguro do capitalismo brasileiro.
c) O Estado permitiu total liberdade sindical, não interferindo mesmo nos
sindicatos combativos.
d) A legislação trabalhista criada na época não tinha características
paternalistas.
e) O avanço de direitos trabalhistas estendeu-se igualmente aos
trabalhadores urbanos e rurais.

RESPOSTA “B”.

Responsável por uma legislação assistencialista e paternalista para o operariado


urbano, Getúlio Vargas tratou a questão social como questão política, e controlou
o movimento operário, interferindo nos sindicatos. Criou assim condições para a
industrialização e assegurou o capitalismo, intermediando as relações entre capital
e trabalho.

56. (FGV-2010) Acerca da política trabalhista de Vargas é incorreto afirmar


que:
a) As medidas referentes às relações capital-trabalho, tomadas durante
a Era Vargas, foram, em grande parte, inspiradas na “Carta del Lavoro” do
regime fascista de Mussolini.
b) Se consubstanciaram no período algumas conquistas históricas dos
trabalhadores, tais como salário mínimo, jornada de oito horas de trabalho,
férias e descanso semanal remunerado e indenização por demissão sem justa
causa.
c) Foi criado o imposto sindical, instrumento básico de financiamento do
sindicato, correspondente a um dia de trabalho e pago por todo empregado,
sindicalizado ou não.
d) Os sindicatos tornaram-se completamente independentes do Estado, a
partir de decreto-lei que estabeleceu as linhas gerais dessa independência.
e) Para decidir questões envolvendo conflitos trabalhistas foi organizada a
Justiça do Trabalho.

RESPOSTA “D”.

42
HISTÓRIA

Os sindicatos foram subordinados ao governo, devido à exigência de filiação


ao Ministério do Trabalho, à organização de sindicatos únicos por categoria e ao
imposto sindical. Esse, arrecadado pelo governo, tornava o sindicato dependente
financeiramente. Desenvolveu-se o peleguismo.

57. (FGV-2009) – Sobre a intervenção nas questões do trabalho durante o


Estado Novo é correto afirmar que:
I. Apresenta uma clara inspiração na Carta del Lavoro (1927).
II. Instituiu-se a obrigatoriedade do sindicato único por categoria
profissional.
III. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não é resultado direto
dessa intervenção.
IV. As negociações entre empregados e empregadores passam a ser tuteladas
pelo Estado através da chamada Justiça do Trabalho.
V. As medidas são favoráveis principalmente para os sindicatos de
orientação anarco sindicalista.
a) Apenas I, II e III são corretas.
b) Apenas II, III e V são corretas. Por demissão sem justa causa.
c) Apenas I, II e IV são corretas.
d) Apenas III, IV e V são corretas.
e) Apenas I, III e IV são corretas.

RESPOSTA “C”.

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) implicou a ordenação sistemática


de todas as leis trabalhistas até então criadas, uniformizando as relações entre
patrões e empregados. Permitiu o controle do movimento operário, despolitizando-o
e afastando as ideologias de esquerda.

58. (ANALISTA JUDICIÁRIO-HISTÓRIA-CESPE-2010) – No Brasil, a CLT


- Consolidação das Leis do Trabalho - foi criada pelo Decreto 5452, de 1943, em
meio ao governo de Getúlio Vargas, para reunir e sistematizar as leis trabalhistas
existentes no país. Tais leis representaram a:
a) Conquista evidente do movimento operário sindical e partidariamente
organizado desde 1917, defensor de projetos socialistas e responsável pela
ascensão de Vargas ao poder.
b) Participação do Estado como árbitro na mediação das relações entre
patrões e trabalhadores de 1930 em diante, permitindo a Vargas propor a
racionalização e a despolitização das reivindicações trabalhistas.

43
HISTÓRIA

c) Inspiração notadamente fascista, que orientou o Estado Novo desde sua


implantação em 1937, desviando Vargas das intenções nacionalistas presentes
no início de seu governo.
d) Atuação controladora do Estado brasileiro sobre os sindicatos e
associações de trabalhadores, permitindo a Vargas criar, a partir de 1934, o
primeiro partido político de massas da história brasileira.
e) Pressão norte-americana, que se tornou mais clara após 1945, para que
Vargas controlasse os grupos anárquicos e socialistas presentes nos movimentos
operário e camponês.

RESPOSTA “B”.

Destaca-se que a criação da CLT (1943) ocorreu no Estado Novo, a ditadura


varguista, quando não havia partidos políticos. A sistematização das leis trabalhistas
então em vigor reforçou o papel de árbitro e mediador do Estado na relação entre
capital e trabalho. Vargas pôde melhor controlar o operariado e afastar as ideologias
de esquerda. A inspiração fascista da legislação não se opunha ao nacionalismo.

59. (HISTÓRIA-NCE/UFRJ-2010) – A Era Vargas foi responsável por


mudanças significativas na área socioeconômica, dentre elas:
a) A extensão dos direitos trabalhistas à zona rural, fruto da bem sucedida
negociação do governo com as oligarquias.
b) A criação de imposto sindical, fator de crescimento e independência dos
sindicatos frente ao governo.
c) A legislação do trabalho, embora com conotações paternalistas e
atendendo também às necessidades do capital.
d) A defesa intransigente do capital estrangeiro e a ausência de direitos
para o trabalhador.
e) O retorno à política que via a questão social como caso de polícia.

RESPOSTA “C”.

Assegurou condições para a industrialização sob o nacionalismo e manteve o


capitalismo, intermediando as relações entre patrões e operários. Criador de uma
legislação assistencialista e paternalista para os trabalhadores urbanos, Getúlio
Vargas tratou a questão social como “questão política” e controlou os sindicatos
com o imposto sindical.

44
HISTÓRIA

60. (ANALISTA CULTURAL-HISTÓRIA-PREF. VITÓRIA/ES-2010) – “A


produção se destinava fundamentalmente ao consumo da família, mas, ao mesmo
tempo, essa família, estava obrigada a entregar ao mocambo, como comunidade,
um excedente depositado em paiol situado no centro da cidadela. O excedente se
destinava ao sustento dos produtores não diretos e aos improdutivos em geral:
chefes guerreiros, prestadores de serviço, crianças, velhos, doentes. Produzia-se,
ainda, um excedente dedicado a acudir emergências, como secas, pragas, ataques
externos.”
FREITAS, Décio. Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1984, p. 37.

A leitura do fragmento acima permite-nos compreender a gênese da


organização produtiva de alimentos no Quilombo dos Palmares, que ainda
caracteriza diversas comunidades remanescentes de quilombos e que pode ser
resumida em produção:
a) Comunitária, com arrecadação e administração do uso de excedentes.
b) Comunitária, sem preocupação com a administração de excedentes
c) Comunitária de baixo rendimento, o que não permitia a produção de
excedentes.
d) Em larga escala, de poucos produtos para o comércio em localidades
próximas.
e) De produtos variados por todos os integrantes do quilombo, não havendo
preocupação em controlar excedentes.

RESPOSTA “A”.

O texto diz que, embora a produção fosse familiar, visava atender as necessidades
da comunidade, inclusive no que concerne ao excedente que era guardado para os
dias de escassez.

61. (AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – Foram


respectivamente, razões e características de ocupação holandesa no Nordeste
açucareiro:
a) Envolvimento da Holanda no Comércio de escravos e a proibição do
catolicismo.
b) Expulsão dos holandeses das Antilhas e monopólio do comércio de
escravos.
c) Exclusão dos holandeses do comércio do açúcar e o financiamento aos
senhores de engenho.

45
HISTÓRIA

d) Interesse da Holanda no pau-brasil e a proibição do trabalho escravo.


e) Participação da Holanda no refino do açúcar e o abandono de Recife.

RESPOSTA “C”.

No governo de João Maurício de Nassau (1637 a 1644), houve uma


administração eficiente e um bom relacionamento com os senhores de engenho da
região. Desse modo, foram colocados a disposição dos proprietários de engenho
recursos financeiros, para serem utilizados na compra de escravos e de maquinário
para o fabrico do açúcar. Ao incorporar Portugal, por ocasião da União Ibérica
(1580‐1640), e aproveitando‐se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha impediu
que os holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era uma
tentativa de sufocar economicamente a Holanda e impedir sua independência em
relação à Espanha.

62. (DOCENTE I-HISTÓRIA-FUNCAB-2010) – “O senhor de engenho


é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e
respeitado por muitos”. Essa frase de João Antônio Andreoni (conhecido como
Antonil), escrita no seu livro Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e
minas, referem-se aos:
a) Ricos comerciantes que lidavam com os negócios de exportação e
importação;
b) Proprietários das terras que formavam a aristocracia agrária, de grande
poder econômico e político;
c) Lavradores assalariados que plantavam a cana-de-açúcar;
d) Trabalhadores livres dos engenhos: artesãos, barqueiros, capatazes;
e) Grandes proprietários das fábricas de manufaturas têxteis.

RESPOSTA “B”.

Os senhores de engenhos eram os ricos proprietários de terras que acumulavam,


por causa disso, grande poder político. A principal atividade econômica no Brasil
nos séculos XVI e XVII era o cultivo de cana‐de‐açúcar realizado por escravos
negros, principalmente, em latifúndios.

63. (AÇOGUEIRO-CONSULPLAN-2011) – No Brasil, a sociedade colonial


foi marcada pela dominação de preconceitos e pelo poder do Catolicismo. Essa
sociedade:
a) Era sustentada pelo trabalho escravo, não havendo mão de obra livre em
nenhum setor da economia.

46
HISTÓRIA

b) dependia de investimentos europeus, com destaque para os holandeses


em relação ao açúcar.
c) Aceitava o trabalho escravo como base de produção até o começo do
século XIX.
d) Submetia-se às ordens da metrópole, sem haver rebeliões políticas ou
movimentos sociais.
e) Tinha autonomia econômica, negociando com as grandes potências
europeias.

RESPOSTA “B”.

A coroa portuguesa, ao iniciar o empreendimento colonial, não possuía recursos


financeiros. Por isso, o capital necessário aos grandes investimentos na colônia era
oriundo de outros países, por intermédio de Portugal, principalmente Holanda.

64. (AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – A respeito da época


pombalina, analise as afirmativas a seguir:
I. A competição entre as potências hegemônicas10 europeias, durante o
século XVII, aumentou a subordinação das que “se atrasaram”, como Portugal,
o que ameaçava o seu domínio sobre as colônias e a sua própria independência.
II. O absolutismo ilustrado buscava evitar que o privilégio da ordem jesuíta
e a emergência de novas forças sociais, desejosas de maior representação
política, viessem a ameaçar o regime. III. Com a expulsão dos jesuítas, Pombal
buscava promover o desenvolvimento econômico, assegurar o poder político e
controlar a população indígena da Região Amazônica.
Assinale:
a) Se somente a afirmativa I estiver correta.
b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) Se somente a afirmativa II estiver correta.
d) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

RESPOSTA “B”.

A sua forma de governar ficou conhecida como absolutismo ilustrado ou


despotismo esclarecido e um dos seus principais inimigos foram os jesuítas que eram
acusados de ajudarem os índios em sua resistência contra os portugueses. O alvo
de Pombal era fortalecer a presença portuguesa na região platina. Pombal torna‐
se ministro de Portugal em um momento em que o país estava enfraquecido pelas
relações econômicas desvantajosas que mantinha principalmente com a Inglaterra
(Tratado de Methuen – 1703). Promove, então, um processo de centralização do
poder e de fortalecimento das instituições portuguesas.
47
HISTÓRIA

65. (FUVEST-2010) – A colonização portuguesa no Brasil perdurou quase


300 anos. A forma de colonização foi denominada pela historiografia como Antigo
Sistema Colonial. Entre as alternativas abaixo assinale as características desse
sistema.
a) Escravidão, produção para o consumo interno e minifúndios
b) Trabalho assalariado, produção industrial e exportação
c) Escravidão, agroexportação e latifúndio
d) Trabalho assalariado, agroexportação e latifúndio
e) Escravidão, produção industrial e exportação

RESPOSTA “C”.

O Antigo Sistema Colonial foi imposto pela metrópole à colônia pelo pacto
colonial e possuía uma estrutura básica, formada pelo latifúndio, monocultura,
voltada para exportação (exclusivamente para a metrópole ou segundo seus
interesses) e trabalho escravo.

66. (HISTÓRIA DA ARTE-NCE/UFRJ-2009) – O final da Ditadura Militar no


Brasil (1964/1985) foi marcado por um movimento popular e político-partidário
que aglutinou diversas forças políticas durante o seu processo. Foi um movimento
que levou milhares de pessoas às ruas conclamando a redemocratização do Brasil,
Assinale entre as alternativas abaixo o nome desse movimento.
a) Movimento dos “Cara Pintada”.
b) Movimento pelas Diretas-Já.
c) Greves do ABC paulista.
d) Guerra de Canudos.
e) Revolta da Armada.

RESPOSTA “B”.

Desde o final de 1983 se iniciou um movimento para a realização de eleições


diretas para Presidente da República no Brasil, que pretendia ampliar a idéia de
redemocratização. No ano anterior os governadores estaduais haviam sido eleitos
pelo voto direto. Em 1984 esse movimento se ampliou e envolveu diversos partidos
políticos e várias entidades da sociedade civil, apoiando uma Emenda Constitucional
que possibilitaria as eleições presidenciais.

48
HISTÓRIA

67. (CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO-CÂMARA DE SÃO PAULO-/


SP-VUNESP-2007) – Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos,
no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráticos e de valores
republicanos. Na Antiguidade, tais padrões e valores conheceram o auge, tanto
na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram:
a) A liberdade e o individualismo.
b) O debate e o bem público.
c) A demagogia e o populismo.
d) O consenso e o respeito à privacidade.
e) A tolerância religiosa e o direito civil.

RESPOSTA “B”.

Em Roma, o período de maior participação política dos cidadãos foi à República


(Re- pública = “coisa” pública). A democracia é um dos principais valores destacados
na história política das cidades gregas e seu apogeu, na cidade de Atenas, coincide
com o governo de Péricles e com o estímulo a participação dos cidadãos.

68. (PUCCAMP-2011) – A atividade extrativista desenvolvida na Amazônia,


durante o período colonial, foi importante. Por que:
a) Garantiu a ocupação da região e aproveitou a mão de obra indígena
local.
b) Reproduziu, na região, a estrutura da grande propriedade monocultora.
c) Gerou riquezas e permitiu a abertura de estradas na região.
d) Permitiu a integração do norte do Brasil ao contexto andino.
e) Inviabilizou as aspirações holandesas de ocupação da floresta.

RESPOSTA “A”.

A presença de portugueses era muito pequena, restrita a grupos de jesuítas, a


ocupação da Amazônia no período colonial foi secundária, e a atividade extrativista
de “drogas do sertão”, em sua região ocidental, para a produção de óleos e ceras,
além de plantas medicinais.

69. (ADMINISTRAÇÃO DE REDE-FHEMIG-FUNDEP-2009) – Sobre a


economia brasileira durante a Primeira República, é possível destacar os seguintes
elementos:

49
HISTÓRIA

a) Exportações dirigidas aos mercados europeus e asiáticos e crescimento


da pecuária no Nordeste.
b) Investimentos britânicos no setor de serviços e produção de bens
primários para a exportação.
c) Protecionismo alfandegário para estimular a indústria e notável
ampliação do mercado interno.
d) Aplicação de capital estrangeiro na indústria e consolidação do café
como único produto de exportação.
e) Integração regional e plano federal de defesa da comercialização da
borracha na Amazônia.

RESPOSTA “B”.

A República Velha (1889-1930) é caracterizada, do ponto de vista econômico,


pela produção e exportação de café, oriundo principalmente de São Paulo e Minas
Gerais, enquanto outras regiões do país, principalmente no nordeste, se destacam
outros gêneros agrícolas de exportação. A política estatal de “valorização do café”
procurou proteger esse setor e, apesar da extração do látex na Amazônia, não houve
uma política de integração, além de ter curta duração. Ao mesmo tempo se mantêm
os investimentos estrangeiros no país, notadamente ingleses, no setor de serviços –
como transporte, iluminação e serviços financeiros.

70. (AGENTE OPERACIONAL-HRSM/DF-MOVENS-2011) – Sobre o


período regencial brasileiro afirma-se:
I. A Constituição de 1824 previa a eleição de um regente, caso o imperador
estivesse impossibilitado de governar. Como o herdeiro era menor de idade, a
Assembléia Geral viu-se forçada a eleger tal regente.
II. Pelo Ato Adicional de 1834 substituía-se a Regência Una por uma
Regência Trina, tirava-se a autonomia das províncias e criava-se o Conselho
de Estado.
III. Foram criadas três correntes políticas: a dos chimangos (que queriam
a autonomia para as províncias), a dos restauradores (que eram a favor da
monarquia e da centralização administrativa) e a dos farroupilhas (que tinham
como objetivo o retorno de D. Pedro I ao trono imperial). Deve-se dizer, sobre
essas afirmações, que:
a) Todas são corretas.
b) Nenhuma é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas II e III são corretas.
e) Apenas I e III são corretas.

RESPOSTA “B”.

50
HISTÓRIA

A Constituição outorgada em 1824 previa um governo regencial com três


membros. Em 1834, o Ato Adicional substituiu a Regência Trina pela Regência Una.
No período regencial, os três grupos políticos eram: os chimangos (moderados),
defensores da centralização; os restauradores, defensores do retorno de D. Pedro I
ao trono do Brasil, e os exaltados (“farroupilhas” no Rio Grande do Sul), defensores
da autonomia provincial.

71. (AGENTE PREVIDENCIÁRIO-IPSERV-PREF. UBERABA/MG-


FUNDEP-2008) – “Tentativas de combinar as particularidades nacionais e as
tendências artísticas mundiais, a herança cultural e os impulsos de modernização.
Tentava-se entender o Brasil para transformá-lo, procurando alimentar-se do que
lhe seria particular e do que seria proveniente de fora. Em resumo, devorar o que
a cultura ocidental tinha a oferecer, sem perder a identidade nacional.”
(Adaptado de Flávio de Campos - Oficina de História. Ed. Moderna - 1999
- p.218)
Assinale a alternativa que identifica corretamente o movimento cultural
brasileiro referido no texto acima.
a) Movimento Modernista.
b) Movimento Indianista.
c) Movimento Romântico.
d) Movimento Parnasiano.
e) Movimento Dadaísta.

RESPOSTA “A”.

Destacam-se como elementos inovadores as características sociais urbanas,


refletindo as transformações que ocorriam na República Velha. Uma das
características do Modernismo foi à utilização de elementos nacionais, associados
às influências estrangeiras.

72. (FUVEST-2008) – Afirma-se sobre o governo de Juscelino Kubitschek:


I. Possuía dois conceitos chave: o nacionalismo e o desenvolvimentismo.
II. Lançou o Plano de Metas, apontando como áreas prioritárias para o
investimento estatal os setores de energia, alimentação, educação, transporte e
indústria de base.
III. Implantou a reforma agrária, desagradando a elite latifundiária
brasileira.
IV. Era elitista, favorecendo os setores empresariais ligados direta ou
indiretamente ao capital transnacional.

51
HISTÓRIA

Está correto o que se afirma em:


a) I, II e IV apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I e III apenas.
d) II, III e IV apenas.
e) I, III e IV apenas.

RESPOSTA “A”.

Dentre as metas propostas por Juscelino, estava a meta da questão agrícola,


porém o plano não previa a reforma agrária. O governo de Juscelino Kubitschek está
inserido no contexto da Democracia Populista Brasileira. As bases de seu programa
de governo estavam calcadas no nacionalismo, no desenvolvimentismo e no Plano
de Metas.

73. (PUCCAMP-2008) – “Senhores e autoridades escravistas da Bahia, como


em toda parte, usaram da violência como método fundamental de controle dos
escravos. Mas a escravidão não funcionou e se reproduziu baseada apenas na
força. O combate à autonomia e indisciplina escrava, no trabalho e fora dele
através de uma combinação da violência com a negociação, do chicote com a
recompensa.”
(Reis, João José. Negociação e conflito.).

Segundo a afirmação do historiador João José Reis,


a) As relações existentes entre senhores e escravos eram baseadas
exclusivamente na força e na violência.
b) A recompensa era dada toda vez que o chicote era usado de modo
exagerado sobre os escravos.
c) A autonomia escrava não passava de uma ilusão permitida pelos senhores,
pois na prática apenas eles tinham poder e força de decisão.
d) Diante da violência com a qual eram tratados, os escravos se rebelavam
contra os senhores, fugindo e montando grupos de resistência escrava, como os
quilombos.
e) Havia por vezes um equilíbrio de forças entre senhores e escravos, uma
negociação que era necessária entre esses dois grupos para a manutenção da
própria escravidão.

RESPOSTA “E”.

Enfatiza a necessidade de os senhores negociarem com seus escravos, quando o


uso da violência não surtia os resultados desejados.

52
HISTÓRIA

74. (ARQUITETO-SENAC/PB-IFEB/PB-2011) – Como consequência do


Bloqueio Continental, em 22 de janeiro de 1808, da família real portuguesa
desembarcou no Rio de Janeiro. Sua vinda:
a) Trouxe à colônia portuguesa um maior número de proibições e taxações
de impostos, que, anos depois, levariam à Independência.
b) Deu à cidade do Rio de Janeiro o estatuto de capital de todo o império
lusitano e, com a abertura dos portos, ocasionou o rompimento do monopólio
metropolitano.
c) Abriu caminho para o comércio brasileiro, uma vez que os portos foram
abertos a outras nações, fator que iniciou o desenvolvimento industrial do
Brasil.
d) confirmou a tradição portuguesa de tolerância colonial, uma vez que D.
João VI abriu a possibilidade de crescimento econômico aos colonos portugueses
e de liberdade aos escravos.
e) enxugou o número de funções políticas e administrativas existentes no
Rio de Janeiro, transformando a cidade num espaço menos burocrático.

RESPOSTA “B”.

A Abertura dos Portos “às nações amigas” e a condição do Rio de Janeiro como
capital de fato do Império Português são aspectos importantes desse processo. A
transferência do Estado Português para o Rio de Janeiro deu início ao processo de
ruptura da relação colonial do Brasil com Portugal.

75. (ANALISTA PREVIDENCIÁRIO-IPSERV-PREF. UBERABA/MG-


FUNDEP-2009) – “O governo João Goulart nasceu, conviveu e morreu sob o
signo do golpe de Estado. Se, em agosto de 1961, o golpe militar pôde ser conjurado,
em abril de 1964, no entanto, ele deixaria de se constituir num fantasma para se
tornar uma concreta realidade.”
(Toledo, Caio Navarro de. O governo Goulart e o golpe de 64.
São Paulo: Brasiliense, 1984, p.07.).

Assinale a alternativa em que se encontram os fatos referidos por esse


trecho:
a) Em agosto de 1961, após a implementação do Plano Trienal, Jango havia
sido ameaçado por uma tentativa de golpe, e em abril de 1964, após o Comício
das Reformas, foi deposto por grupos de civis e militares.
b) Em agosto de 1961 os militares já se colocavam contra o governo de
Jango, demonstrando sua força numa greve nacional, e em abril de 1964 as
forças armadas efetivamente o depuseram, assumindo o poder.

53
HISTÓRIA

c) Em agosto de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, houve um veto


de setores militares à posse de Jango, e em abril de 1964 setores militares, e
também civis, em nome da ordem e da liberdade, depuseram-no.
d) Em agosto de 1961, com a adoção das reformas de base, Jânio Quadros
colocou seu cargo à disposição do Congresso, e em abril de 1964, com a Marcha
da Família com Deus pela Liberdade, os militares se sentiram fortes e capazes
de assumir o poder.
e) Em agosto de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, a UDN procurou
impedir a posse de Jango, que foi ameaçado de prisão, e em abril de 1964 a
direita brasileira, liderada pelo PTB, depôs o presidente, com a ajuda dos
militares.

RESPOSTA “C”.

Após o efêmero parlamentarismo, que limitou os poderes do presidente, a volta


do presidencialismo polarizou o governo de Goulart e a oposição, o que levou ao
golpe de 31 de março de 1964. Alegando existirem vinculações de João Goulart
(Jango) com a esquerda comunista, os ministros militares de Jânio tentaram impedir
sua posse na Presidência da República.

76. (ADMINISTRADOR-PROGEP-2008) – O general Góis Monteiro,


Ministro da Guerra de Getúlio Vargas, afirmava em uma carta dirigida ao
presidente, em 1934: “O desenvolvimento das idéias sociais preponderantemente
nacionalistas e o combate ao estadualismo (provincialismo, regionalismo,
nativismo) exagerado não devem ser desprezados, assim como a organização
racional e sindical do trabalho e da produção, o desenvolvimento das comunicações,
a formação das reservas territoriais e milícias cívicas, etc., para conseguir-se a
disciplina intelectual desejada e fazer desaparecer a luta de classes, pela unidade
de vistas e a convergência de forças para a cooperação geral, a fim de alcançar
o ideal comum à nacionalidade”. No trecho dessa carta estão expressos pontos
centrais do regime instalado após a Revolução de 1930, entre elas:
a) Organização de milícias estaduais, regulamentação das relações
trabalhistas e educação.
b) Estímulo à autonomia dos Estados, organização de milícias estaduais e
nacionalismo.
c) Organização de milícias estaduais, centralização política e educação.
d) Centralização política, regulamentação das relações trabalhistas e
nacionalismo.
e) Estímulo à autonomia dos Estados, regulamentação das relações
trabalhistas e educação.

RESPOSTA “D”.

54
HISTÓRIA

A Era Vargas assinala um projeto de Estado caracterizado pela centralização


política, regulamentação das relações trabalhistas e nacionalismo, cristalizado com
a implantação do Estado Novo.

77. (ADJUNTO DE PROCURADOR-TCE/RS-FMP-2009) – A respeito da


abolição da escravatura no Brasil é correto afirmar:
a) Ocorreu fundamentalmente devido às pressões inglesas que obrigaram
as autoridades brasileiras a extinguir a escravidão.
b) Ocorreu depois que os cafeicultores encontraram, na imigração européia,
uma forma de substituição da mão de obra escrava.
c) Ocorreu de maneira gradual, vinculada à política de promoção da
cidadania dos libertos, apesar das pressões políticas dos abolicionistas na
segunda metade do século XIX.
d) Ocorreu fundamentalmente devido à crise demográfica do continente
africano, que não oferecia mais grandes contingentes humanos que pudessem
ser comercializados.
e) Ocorreu devido à força com que as idéias ilustradas foram incorporadas
pelas elites brasileiras à época da independência.

RESPOSTA “B”.

Embora a abolição da escravidão esteja associada à imigração européia, há que


se levar em conta que a substituição da mão-de-obra negra pelo trabalho livre do
imigrante europeu não ocorreu de forma automática. Basta dizer que em pleno ano
de 1888 as fazendas de café de São Paulo e Minais Gerais ainda utilizavam trabalho
escravo.

78. (DEFENSOR PÚBLICO-DPE/RO-FMP-2011) – A política de valorização


do café, implementada no decorrer da República Velha, atendia aos interesses dos
cafeicultores. Para tanto, utilizava os seguintes instrumentos:
a) Investimentos na produção e desvalorização cambial;
b) Compra e queima do excedente produzido e desvalorização cambial;
c) Compra e queima do excedente produzido e investimentos na produção;
d) Financiamentos para modernização tecnológica e investimentos na
produção;
e) Compra e queima do excedente produzido e financiamentos para
modernização tecnológica.

RESPOSTA “B”.

55
HISTÓRIA

Entretanto, a política de incineração dos excedentes de produção só foi utilizada


após a Revolução de 30, pelo governo Vargas. A política de valorização do café,
implementada no decorrer da República Velha, utilizou como instrumentos a
compra e queima dos excedentes da produção, bem como a desvalorização cambial.
A rigor, as demais alternativas têm incorreções, porque o Convênio de Taubaté de
1906, marco inicial da “política de valorização do café” procurou desestimular a
produção para evitar novas crises de superprodução (alternativas a, c e d), e não
houve financiamentos estatais para a modernização tecnológica, pelas razões já
mencionadas.

79. (DESING GRÁFICO-FHEMIG-FUNDEP-2009) – “O sucesso da


política econômica de Kubitschek foi o resultado direto de seu sucesso no sentido
de manter a estabilidade política. O segredo residia na marcante habilidade de
Kubitschek em encontrar alguma coisa para cada um, enquanto evitava qualquer
conflito direto com seus inimigos. Este estilo político não envolvia mudanças
fundamentais. Pelo contrário, Kubitschek utilizava-se do próprio sistema a fim de
ganhar apoio”.
(Thomas Skidmore - Brasil: de Getúlio a Castelo. p. 207).

A política econômica referida no texto é:


a) O Plano Cruzado, que tinha por objetivo combater a inflação.
b) O Plano SALTE, cujas propriedades eram saúde, alimentação, transporte
e energia.
c) O Plano de Reformas de Base, que tinha por prioridade a redistribuição
de renda.
d) O Plano de Metas, que consagrava a política nacional desenvolvimentista.
e) O Plano Trienal, que previa reformas econômicas estruturais.

RESPOSTA “D”.

Em 1956, com a chegada de Juscelino Kubitschek ao poder, o Brasil entra na


chamada fase desenvolvimentista. Juscelino estabeleceu um Plano de Metas que
tinha com objetivo “crescer cinquenta anos em cinco “. Desenvolver a indústria de
base, investir na construção de estradas e de hidrelétricas e fazer crescer a extração
de petróleo, tudo com o objetivo de arrancar o Brasil de seu subdesenvolvimento
e transformá-lo num país industrializado. Os industriais brasileiros continuavam
investindo nos setores tradicionais (tecido, móveis, alimentos, roupas e construção
civil), e as multinacionais entravam no Brasil pela primeira vez, para a produção de
bens de consumo.

56
HISTÓRIA

O plano teve tanto consequências positivas quanto negativas para o país. Por
um lado, deu-se a modernização da indústria; por outro, o forte endividamento
internacional por causa dos empréstimos, que fizeram possível a realização do plano
e a dependência tecnológica, sem falar na inflação que assolou o país. Houve também
um grande êxodo rural, porque, à medida que os centros urbanos se desenvolviam,
as características da vida rural não progrediam e reformas não eram implementadas.
O Plano de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam 5 setores da
economia brasileira: energia, transporte, indústrias de base, alimentação e educação.

80. (AUXILIAR DE CONSULTÓRIO-PREF. ILHA COMPRIDA/SP-


MOURAMELO-2008) – “A vigência do Ato-5, os limites impostos à instituição
parlamentar, a repressão política, a censura prévia e a ação privilegiada do
Executivo evidenciam a predominância em relação ao Estado da sociedade
política, da função coercitiva que potencializa toda uma rede de mecanismos de
sujeição acionados em lugares estratégicos do corpo social, da fábrica ao aparelho
escolar. Em nome do desenvolvimento e dos ideais do Ocidente promove-se a
criminalização da atividade política”.
(Heloísa B. de Hollanda e Marcos A. Gonçalves - Cultura e participação
nos anos 60, p. 93).

O texto descreve:
a) O processo de abertura política do regime militar.
b) O fortalecimento do coronelismo após o golpe de 1964.
c) A implementação da censura durante o regime populista.
d) O endurecimento do regime militar a partir de 1968.
e) A adoção do regime parlamentarista entre 1961-1963.

RESPOSTA “D”.

O Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968, do governo Costa e


Silva, serve de base legal para as ações dos governos militares no endurecimento
do regime durante a Junta Militar e o governo Médici. O AI-5 sobrepondo-se à
Constituição de 24 de janeiro de 1967, bem como às constituições estaduais, dava
poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendia várias garantias
constitucionais. Mas o decreto também vinha na esteira de ações e declarações pelas
quais a classe política fortaleceu a chamada linha dura do regime militar. O Ato
Institucional Número Cinco, ou AI-5, foi o instrumento que deu ao regime poderes
absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional por
quase um ano.

57
HISTÓRIA

81. (ANALISTA OPERACIONAL-HRSM/DF-MOVENS-2009) – No decorrer


do governo de João Goulart, a instabilidade da democracia populista chegou ao
seu ponto culminante. A esse respeito é correto afirmar:
a) O descontentamento dos setores conservadores era decorrente do
decreto de 1964, pelo qual Goulart garantia a legalidade do Partido Comunista
Brasileiro.
b) A união dos setores progressistas aos grupos conservadores do PSD
permitia a implementação de medidas de caráter socialista com ampla maioria
parlamentar.
c) No Congresso houve um realinhamento partidário, que resultou na
organização da Frente Parlamentar Nacionalista e da Ação Democrática
Parlamentar.
d) O descontentamento dos setores da esquerda era decorrente do veto de
Goulart à Lei de Remessa de Lucros, que limitava a saída de capital do país.
e) O fechamento do Congresso Nacional e a decretação do Estado de Sítio,
quando da Revolta dos Sargentos, fizeram o presidente perder o apoio político
dos setores democráticos.

RESPOSTA “C”.

O governo João Goulart foi marcado pela intensificação da polarização


ideológica, o que se refletiu no Congresso Nacional (Parlamento) com a união
entre PTB/PSD na Frente Parlamentar Nacionalista, apoiada por partidos menores
de centro-esquerda; e na formação da Ação Democrática Parlamentar por parte da
UDN, com o apoio dos grupos de direita, cuja organização foi responsável pelo
golpe que depôs o presidente em 1964.

82. (DEFENSOR PÚBLICO-DPE/ROFMP-2009) – “... As eleições de


1900 para a Câmara Federal e o terço do Senado confirmam o benefício desta
política em favor das oligarquias que estão no poder. (...) Este sistema de apoio
às oligarquias vai significar a permanência daquelas que estão no poder. (...) As
oposições oligárquicas agora não podem mais ter esperança de uma vitória legal,
e às vezes, nem mesmo de um bom êxito revolucionário.”
(CARONE. Edgard. A República Velha. 166 edição. São Paulo: Difel. pp.
193-194).
O autor se refere:
a) À política da conciliação.
b) Ao Encilhamento.
c) À República da Espada.
d) À promulgação da nova constituição republicana.
e) À política dos governadores.

RESPOSTA “E”.
58
HISTÓRIA

O início do século foi caracterizado pelo predomínio das elites cafeeiras de


São Paulo e Minas Gerais no poder, contando com o apoio de grupos oligárquicos
regionais, incorporados à estrutura política a partir de acordos que formalizaram a
“política dos governadores”.

83. Eram características da doutrina defendida pela Ação Integralista


Brasileira:
a) Defesa da ditadura do proletariado e combate à democracia.
b) Liberalismo econômico e autoritarismo político.
c) Liberdade de expressão e defesa da reforma agrária.
d) Concepção corporativista de sociedade e ideologia nacionalista.
e) Ateísmo e perspectiva totalitária.

RESPOSTA “D”.

Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um partido político brasileiro fundado em


7 de outubro de 1932 por Plínio Salgado, escritor modernista, jornalista e político.
Salgado desenvolveu o que viria a ser a AIB, com a Sociedade de Estudos Paulista
(SEP), um grupo de estudo sobre os problemas gerais da nação. Os estudos da SEP
resultariam na criação da AIB, em 1932. A AIB a partir de então, firmou-se como
uma extensão do movimento constitucionalista. Tão logo o partido iniciou suas
atividades, influenciado pelo fascismo italiano, começaram a acontecer conflitos
com grupos rivais, como a ANL, de forma análoga aos conflitos entre partidos
fascistas e socialistas em diversos países à época.
Assim como outros movimentos nacionalistas, o Integralismo brasileiro é
considerado um movimento da classe média. Os integralistas também ficaram
conhecidos como camisas-verdes ou galinhas-verdes, devido aos uniformes que
utilizavam. A AIB, assim como todos os outros partidos políticos, foi extinta após
a instauração do Estado Novo, efetivado em 10 de novembro de 1937 pelo então
presidente Getúlio Vargas.

84. Sobre a participação do Brasil na guerra contra Oribe e Rosas, em 1851-


1852, é correto afirmar:
a) O Brasil aliou-se aos governos argentino e uruguaio contra o Paraguai.
b) A intervenção brasileira tinha em vista os interesses dos estancieiros
gaúchos.
c) O Brasil entrou na guerra para defender os interesses imperialistas
britânicos.
d) Os aliados do Brasil foram Buenos Aires, Paraguai, Entre-Rios e
Corrientes.
e) A intervenção brasileira visava garantir a estabilidade do Vice-Reino do
Prata.

RESPOSTA “B”.
59
HISTÓRIA

Sabemos que as disputas na região envolviam outros interesses, como a


navegação na Bacia do Prata e a política da ditadura argentina comandada por Rosas.
Esse foi o pretexto utilizado pelo governo brasileiro para promover a intervenção no
Uruguai.

85. “... Os moradores desta Costa do Brasil todos têm terras de Sesmarias
dadas e repartidas pelos Capitães da terra, e a primeira coisa que pretendem
alcançar, são os escravos para lhes fazerem e granjearem suas roças e fazendas,
porque sem eles não se podem sustentar na terra: e uma das cousas porque o
Brasil não floresce muito mais, é pelos escravos que se levantaram e fugiram para
suas terras e fogem cada dia: e se estes índios não fossem tão fugitivos e mudáveis,
não tivera comparação à riqueza do Brasil.”
(GANDAVO, Pero de Magalhães, Tratado da Terra do Brasil. História da
Província de Santa Cruz. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980, p. 42).

Sobre o trabalho no Brasil, no período colonial, podemos afirmar:


a) Era executado por portugueses pobres que podiam obter terras à vontade
e assim desenvolver a economia familiar baseada na pequena propriedade.
b) Foi realizado exclusivamente por negros africanos escravizados, uma
vez que os índios resistiram à escravidão e fugiam para o interior da América
Portuguesa.
c) Desenvolveu-se o sistema de produção missionário, baseado na exploração
da mão de obra indígena que impediu a escravização dos povos indígenas.
d) Foi realizado principalmente por degredados portugueses, que eram
obrigados a trabalhar em latifúndios pertencentes à Coroa portuguesa.
e) Era visto como uma atividade desonrosa para os brancos e destinada,
sobretudo, aos nativos e aos negros africanos escravizados.

RESPOSTA “E”.

A alternativa destaca uma característica da cultura da época, influenciada por


valores medievais, segundo a qual o trabalho era desonroso para os homens brancos
da elite, destinado, portanto a elementos inferiores como os índios e os negros
escravizados.

86. O código eleitoral de 1932 significou um avanço importante em termos de


exercício da democracia no Brasil. Entre as medidas nele consagradas estavam:
a) Direito de voto para maiores de 18 anos, direito de voto para os
analfabetos, direito de voto para as mulheres.

60
HISTÓRIA

b) Introdução do voto secreto, direito de voto para maiores de 18 anos,


direito de voto para analfabetos.
c) Criação da justiça eleitoral, voto censitário, direito de voto para maiores
de 18 anos.
d) Voto censitário, direito de voto para analfabetos, introdução do voto
secreto.
e) Introdução do voto secreto, criação da justiça eleitoral, direito de voto
para as mulheres.

RESPOSTA “E”.

Durante República Velha (1889-1930), prevaleceu o voto aberto, masculino e


para alfabetizados em eleições marcadas pelo coronelismo, pelo voto de cabresto
e pelas fraudes. Após a Revolução de 1930 o governo Vargas foi forçado a realizar
mudanças e o Código Eleitoral de 1932, refletindo a importância das camadas
urbanas, garantiu a direito de voto a mulher e criou a justiça eleitoral.

87. “A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir


a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um
Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que
procurava mantê-Io numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista
não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se
o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor
urbano e o devedor rural.”
(Evaldo Cabral de Mello. A fronda dos mazombos, São Paulo, Cia. das
Letras, 1995, p. 123).

O autor refere-se:
a) Ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) À chamada Guerra dos Mascates.
c) Aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) Às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de
Comércio de Pernambuco.
e) Às guerras de Independência em Pernambuco.

RESPOSTA “B”.

A Guerra dos Mascates ocorreu em Pernambuco e, aparentemente, foi um


conflito entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes do Recife. Estes
últimos, denominados “mascates”, eram, em sua maioria, portugueses.

61
HISTÓRIA

Antes da ocupação holandesa, Recife era um povoado sem maior expressão.


O principal núcleo urbano era Olinda, ao qual Recife encontrava-se subordinado.
Porém, depois da expulsão dos holandeses, Recife tornou-se um centro comercial,
graças ao seu porto excelente, e recebeu um grande afluxo de comerciantes
portugueses. Olinda era uma cidade tradicionalmente dominada pelos senhores
de engenho. O desenvolvimento de Recife, cidade controlada pelos comerciantes,
testemunhava o crescimento do comércio, cuja importância a atividade produtiva
agroindustrial açucareira, à qual se dedicavam os senhores de engenho olindenses.
O orgulho desses senhores havia colocado em crise a produção açucareira do nordeste.
Mas ainda eram poderosos, visto que, controlavam a Câmara Municipal de Olinda.
À medida que Recife cresceu em importância, os mercadores começaram
a reivindicar a sua autonomia político-administrativa, procurando libertar-
se de Olinda e da autoridade de sua Câmara Municipal. A reivindicação dos
recifenses foi principalmente atendida em 1703, com a conquista do direito
de representação na Câmara de Olinda. Entretanto, o forte controle exercido
pelos senhores sobre a Câmara tornou esse direito, na prática, letra morta.
A grande vitória dos recifenses ocorreu com a criação de sua Câmara Municipal
em 1709, que libertava, definitivamente, os comerciantes da autoridade política
olindense.
Inconformados, os senhores de engenho de Olinda, utilizando vários pretextos
(a demarcação dos limites entre os dois municípios, por exemplo), resolveram fazer
uso da força para sabotar as pretensões dos recifenses. Depois de muita luta, que
contou com a intervenção das autoridades coloniais, finalmente em 1711 o fato se
consumou: Recife foi equiparada a Olinda. Assim terminou a Guerra dos Mascates.
Com a vitória dos comerciantes, essa guerra apenas reafirmava o predomínio do
capital mercantil (comércio) sobre a produção colonial. E isso já era fato, uma vez
que os senhores de engenho eram frequentemente devedores dos mascates. Portanto,
a equiparação política das duas cidades tinha fortes razões econômicas e obedecia à
lógica do sistema colonial.

88. Sobre a proibição do tráfico negreiro para o Brasil, é correto afirmar:


a) As pressões inglesas sobre o governo brasileiro para extinguir o tráfico de
africanos permearam as relações entre Inglaterra e Brasil no decorrer do Segundo
Reinado, tendo por auge o rompimento das relações diplomáticas na chamada
Questão Christie.
b) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas
pela Igreja Católica, interessada em reduzir a influência africana na religiosidade
popular brasileira e estabelecer sua hegemonia espiritual na América.
c)As pressões inglesas obrigaram o governo brasileiro a negociarcom a potência
europeia um prazo para a extinção do tráfico. Vencido este prazo, em 1831 era
promulgada uma primeira lei que proibia o tráfico de africanos para o Brasil.

62
HISTÓRIA

d) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas


pela população que, influenciada pelas ideias liberais, estava ansiosa para
acabar com a escravidão no Brasil.
e) As pressões inglesas foram prontamente aceitas pelo governo brasileiro
que, para obter o reconhecimento da Independência pela Inglaterra, proibiu o
tráfico de africanos para o Brasil em 1823.

RESPOSTA “C”.

Desde os Tratados de 1810 a Inglaterra exercia forte pressão para que o Brasil
extinguisse o tráfico de escravos, numa tentativa de ampliar o mercado consumidor
para seus produtos industrializados e impor uma ordem socioeconômica baseada
em seus valores. Em 1831 foi editada uma lei que proibia o tráfico negreiro, porém
a mesma não foi aplicada. Em 1845 as pressões inglesas se intensificaram com a
aprovação do Bill Aberdeen fazendo com que o Congresso Nacional aprovasse a Lei
Eusébio de Queirós em 1850, extinguindo efetivamente o tráfico.

89. Rui Barbosa, como candidato à presidência da República nas eleições


que se realizaram em 1910, declarava: “Mas por isso mesmo que quero o exército
grande, forte, exemplar, não o queria pesando sobre o governo do país. A nação
governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece”.
(Apud Edgard Carone. A Primeira República.1889-1930. São Paulo. Difel.
1969. p. 51)

Nesta declaração, Rui Barbosa expressava uma:


a) Crítica ao governo militar do então presidente Marechal Deodoro da
Fonseca.
b) Crítica à candidatura de seu oponente, o militar Hermes da Fonseca.
c) Defesa da maior atuação do Exército na política nacional.
d) Resposta à tentativa de golpe militar liderada pelo Marechal Floriano
Peixoto.
e) Recusa ao apoio da oligarquia paulista para sua candidatura.

RESPOSTA “B”.

A eleição presidencial de 1910 é considerada a primeira eleição competitiva da


República Velha, quando a ruptura momentânea da “Política do Café-com-Leite” fez
com que Minas Gerais e a maioria dos estados apoiassem a candidatura do marechal
Hermes da Fonseca. Contra essa candidatura militar, São Paulo, apoiado pela Bahia,
lançou a candidatura de Rui Barbosa, que realizou a famosa “Campanha Civilista”.

63
HISTÓRIA

90. É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro


século e meio de colonização. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os
proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro,
a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres.
Da simplicidade da infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva,
absorvida pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a
reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há
naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são
contudo bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente
distintas.
(Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed. São Paulo:
Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942].).

Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,


a) Só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos
que porventura fizessem parte de outras.
b) Havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas
a critérios econômicos.
c) Todos os membros das classes existentes queriam se transformar em
proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres, semilivres ou
escravos.
d) Diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um
cenário complexo, marcado por conflitos sociais.
e) A população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não
alteravam a simplicidade da estrutura social.

RESPOSTA “E”.

Os EUA e o Brasil foram colonizados na mesma época. O fato é que ainda não
haviam descoberto ouro nos EUA. O clima e o solo eram bons, mas eram semelhantes
aos da Inglaterra. Então a Inglaterra “abandonou” a nova terra, pois não teriam lucro.
Os camponeses expulsos de suas terras, artesãos arruinados pelo crescimento das
manufaturas, perseguidos religiosos e políticos da Inglaterra foram para os EUA, que
então virou uma colônia de povoamento. Já no Brasil, os portugueses encontraram
um clima e um solo ótimo para o cultivo do açúcar e no século XIX foi descoberto
ouro em grandes quantidades, tornando então, colônia de exploração.
Desde o início da colonização o Brasil foi um país desigual. As pessoas que
vieram de Portugal eram geralmente de dois tipos: Ricos latifundiários que podiam
comprar escravos e outros era a maioria pobre e tinha que se submeter ao latifundiário.

64
HISTÓRIA

Asociedade deveria beneficiar somente uns poucos. Portugal e os ricos latifundiários.


A colonização deu certa principalmente por causa do açúcar. Um pedaço
enorme de Brasil produzia açúcar (monocultura), desgastando o solo e
destruindo as florestas. Os fazendeiros precisavam de trabalhadores, a
população de Portugal era pequena e a cultura indígena é totalmente diferente
do capitalismo. Os índios tinham seus costumes e não precisavam do branco
para sobreviver, então os portugueses começaram a usar o regime de escravidão.
Em 1540 a 1620, as plantações de cana-de-açúcar usavam principalmente os índios como
escravos. Depois disso, os fazendeiros começaram a comprar escravos da África, até
que o número que negros ficou superior ao número de índios no mercado de escravos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil havia cerca de 5 milhões de índios. Hoje
existem aproximadamente 200 mil. Os portugueses queriam escravizá-los, mas eles
resistiam dessa maneira eles os dizimavam com suas armas mais “sofisticadas”.
De início, a vinda dos negros já não era tranquila. Vinham em um navio no qual eles
ficavam no porão, comendo restos e vivendo com ratos. Muitos não aguentavam e
morriam no caminho. Os que chegavam eram vendidos como animais e tratados
pior ainda por seus “donos”. Eram severamente punidos por coisas insignificantes
e marcados quando fugiam. Negras eram estupradas e se ficassem grávidas eram
obrigadas a abortar ou vender seus filhos.
Algumas vezes, escravos conseguiam fazer uma fuga em massa e se refugiavam
em quilombos, aonde eles produziam com igualdade e acatavam todos os fugitivos
oprimidos, como os índios, por exemplo. Era uma sociedade alternativa e democrática,
aonde mantinham contato com quilombos de outros países. Quando os portugueses
chegaram ao Brasil, trouxeram doenças das quais os índios não tinham imunidade,
proteção que a igreja tinha em relação aos índios. Eles só podiam ser escravizados no
caso de ataque aos portugueses. Assim sendo os portugueses “fingiram ser atacados
e tentaram escravizar os índios, mas eles resistiram. Já os negros estavam em grande
número e não havia leis os protegendo. As igrejas, inclusive, possuíam escravos.
Dessa forma começa o tráfico de escravos.
O pacto colonial era o pacto imposto sobre a colônia. Esta só podia produzir
gêneros primários, os que interessavam a Portugal com objetivo de vender na
Europa. A colônia só podia comercializar com a metrópole. Aquela era obrigada a
comprar produtos caros desta e vendia baratos os seus. Com isso podemos comparar
o crescimento norte americano que foi colônia de povoamento e nós de exploração.
Estudos históricos recentes descobriram que era comum o senhor ceder aos
seus escravos um pouco de terra para ele trabalhar para seu próprio consumo nos
fins de semana, dessa forma o escravo se tornava uma espécie de mini-consumidor.
Isso demonstra que a economia não se baseava somente no plantation, mas também
no mercado interno. Foi descoberto que a monocultura era de preferência dos
latifundiários e não imposto pela Coroa. O crescimento econômico se deu não por
interesse da colônia, mas sim porque os senhores de engenho se beneficiavam com
isso, apesar de todas as restrições do monopólio colonial. O aspecto principal da
sociedade colonial era a plantação escravista.

65
HISTÓRIA

91. O chamado “pacote de abril”, conjunto de medidas promulgadas pelo


presidente Ernesto Geisel em 1977, representou:
a) A institucionalização da ditadura militar, na medida em que criava
mecanismos de repressão à oposição, através de uma série de atos institucionais,
entre eles o AI-5.
b) A inauguração da política de abertura lenta e gradual, na medida em que
estabelecia o voto direto e universal para a escolha de senadores e deputados.
c) A reação do governo às conquistas eleitorais da oposição, na medida em
que impunha restrições, como a eleição indireta de um terço dos senadores por
colégios eleitorais estaduais.
d) O retrocesso na política de abertura lenta e gradual, na medida em que
impunha a censura, até então inexistente, a todos os órgãos de comunicação.
e) o fim da ditadura militar, na medida em que estabeleceu as eleições
diretas para todos os cargos de governo, inclusive a presidência da República.

RESPOSTA “C”.

Além de criar a figura do “senador biônico”, referida no enunciado, Geisel


modificou certas atribuições do Judiciário e ampliou o mandato presidencial de
cinco para seis anos. Dentro de seu projeto de realizar uma abertura política “lenta,
gradual e segura”, o presidente Geisel , depois de haver posto fim à tortura de
presos políticos e afastado os militares da chamada linha dura, decretou o recesso
temporário do Congresso e introduziu na Constituição as emendas conhecidas pelo
nome de “Pacote de Abril”.

92. Durante a Ditadura Militar, a economia brasileira apresentou um


desempenho extraordinário no período conhecido como “Milagre econômico”
(1969-1973), em que o PIB cresceu a uma taxa média anual de 11,2%. Sobre a
política econômica desse período, é possível afirmar:
I. Foi implementada sob a direção do ministro Delfim Neto.
II. Teve como importante resultado uma distribuição de renda equitativa.
III. Expandiu o crédito ao consumidor para elevar o consumo interno de
produtos industriais.
IV. Foi a solução adotada para enfrentar o aumento drástico do preço do
petróleo no mercado externo.
As afirmativas corretas são:
a) l e ll
b) I, II e III
c) II, lll e IV
d) I e lll
e) II e IV

RESPOSTA “D”.

66
HISTÓRIA

Durante o governo Médici a economia foi comandada pelo ministro Delfim


Neto, responsável por uma política econômica marcada pelo ingresso de indústrias
e capitais estrangeiros no país, elevando a dívida externa e ao mesmo tempo a
produção; à essa situação esteve associada uma política de juros baixos, facilitando
o consumo e portanto criando a ilusão de uma melhora na vida das classes médias
urbanas.

93. Sobre a política externa desenvolvida pelo governo brasileiro durante o


Estado Novo (1937-1945), é correto afirmar:
a) Um dos objetivos centrais da política externa do período foi a procura de
recursos, em forma de capital e tecnologia, para promover a industrialização do
país. A estratégia adotada foi a da barganha com Estados Unidos e Alemanha.
b) A prioridade da política externa do período foi a de encontrar mercados
para os produtos brasileiros de exportação, especialmente o café, de forma
a contornar os efeitos da crise econômica deflagrada em 1929. A estratégia
adotada foi a do alinhamento incondicional com a Alemanha.
c) Para atender ao seu principal objetivo - a obtenção de recursos externos para
promover a industrialização do país - Vargas optou desde 1939 pelo alinhamento
incondicional aos Estados Unidos, então maior potência ocidental.
d) O alinhamento incondicional aos Estados Unidos foi a estratégia adotada
para garantir um novo mercado consumidor para o café brasileiro. Em troca do
apoio às proposições norte-americanas nos organismos internacionais, o Brasil
obteve isenção de taxas alfandegárias para o café exportado para os Estados
Unidos.
e) As relações diplomáticas nesse período caracterizaram-se pelo
alinhamento incondicional à Alemanha, em função da convergência ideológica
que aproximava a ditadura varguista do nazismo alemão.

RESPOSTA “A”.

Durante o Estado Novo o governo Vargas adotou uma política pragmática,


condizente com o discurso nacionalista, uma vez que buscou recursos para o
desenvolvimento da indústria nacional tanto na Alemanha como nos EUA, política
que culminou com os empréstimos norte-americanos para a construção da CSN em
Volta Redonda.

94. “Estoy aqui de passagem/ Sei que adiantei/ Um dia vou morrer/ De susto,
de bala ou vício/ No precipício de luzes/ Entre saudades, soluço/ Eu vou morrer de
bruços/ Nos braços de uma mulher/ Mas apaixonado ainda/ Dentro dos braços da
camponesa/ Guerrilheira, manequim/ Ai de mim/ Nos braços de quem me queira/
Soy loco por ti, América/ Soy loco por ti de amores.” Soy loco por ti, América.
Gilberto Gil/Capinam, 1968.

67
HISTÓRIA

A década de 1960 foi marcada por uma intensa movimentação política e


cultural na qual a participação dos jovens foi decisiva e registrada em diversos
países do mundo. A esse respeito, é correto afirmar:
a) A contestação foi essencialmente econômica e secundariamente política
e cultural, como pode ser exemplificado pela Revolução Cultural chinesa e pela
revolta dos estudantes na França, em 1968, movimentos contrários a qualquer
culto a personalidades.
b) A vitória da Revolução Cubana não influenciou a juventude latino
americana devido ao embargo econômico e à política de isolamento sustentada
pelos Estados Unidos contra o regime de Fidel Castro.
c) A juventude estudantil brasileira manteve-se distante do processo
político até o final de 1968, quando passou a organizar diversas manifestações
de massas contra o regime militar.
d) A América Latina tornou-se uma das únicas regiões não contaminadas
pela Guerra Fria, graças ao estabelecimento de ditaduras militares e regimes
nacionalistas refratários a qualquer vinculação com os Estados Unidos ou com
o bloco soviético.
e) Liberdade sexual, contracultura, revolução social, apologia à juventude e
oposição à Guerra do Vietnã foram elementos da contestação dos anos sessenta.

RESPOSTA “E”.

Em oposição a esses valores, surgiram novas propostas de estéticas e


comportamentais, em um movimento de contracultura, que incluiu a liberdade sexual
e o pacifismo. O ano de 1968 foi marcado por uma série de revoltas estudantis,
em diversos países do mundo, sendo que os movimentos mais famosos ocorreram
na França, EUA, Tchecoslovávia e Brasil. Apesar de motivações variadas, grande
parte deles foi marcado pela influência de idéias socialistas e ao mesmo tempo pelo
questionamento da cultura de massas e da sociedade de consumo.

ANOTAÇÕES

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68
HISTÓRIA

HISTÓRIA GERAL

95. (FUVEST–2009) – Em 1748, Benjamin Franklin escreveu os seguintes


conselhos a jovens homens de negócios.
“Lembra-te que o tempo é dinheiro... Lembra-te que o crédito é dinheiro...
Lembra-te que o dinheiro é produtivo e se multiplica... Lembra-te que, segundo o
provérbio, um bom pagador é senhor de todas as bolsas... A par da sobriedade e
do trabalho, nada é mais útil a um moço que pretende progredir no mundo que a
pontualidade e a retidão em todos os negócios”.
Tendo em vista a rigorosa educação religiosa do autor, esses princípios
econômicos foram usados para exemplificar a ligação entre:
a) Protestantismo e permissão da usura.
b) Anglicanismo e industrialização.
c) Ética protestante e capitalismo.
d) Catolicismo e mercantilismo.
e) Ética puritana e monetarismo.

RESPOSTA “C”.

Max Weber, sociólogo alemão, em sua obra “A ética protestante e o espírito do


capitalismo”, destacou as relações entre os princípios ético-religiosos calvinistas e o
capitalismo. Para Weber, o fato é que as idéias religiosas têm importante influência
sobre o desenvolvimento do espírito econômico. Neste livro, ele aborda a relação
entre o espírito do moderno capitalismo ocidental e a ética racional do protestantismo
ascético. Seu ponto principal é que as doutrinas da fé calvinista (especialmente a
doutrina da predestinação) foram agentes essenciais na formação e no fortalecimento
do moderno espírito capitalista. Não quer dizer que o capitalismo não poderia ter
surgido sem essas doutrinas. Contudo, ele mostra que o ethos (costume de um povo)
deste tipo particular de capitalismo, como existe nos Estados Unidos, tem seu berço
nos ideais ascéticos do calvinismo.

96. (PUCCAMP-2007) - O processo de colonização européia da América,


durante os séculos XVI, XVII e XVIII está ligado à:
a) Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias
nacionais absolutas e à política mercantilista.
b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio
com os povos orientais e à política livre-cambista.

69
HISTÓRIA

c) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao


crescimento do comércio bilateral.
d) Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo
feudal de produção e à política liberal.
e) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e
ao excesso de mão-de-obra livre.

RESPOSTA “A”.

Durante o século XV e XVI, desenvolveu-se a expansão marítima e comercial.


Eram cobiçadas por Reis, pessoas ligadas à burocracia e a burguesia, e tinham
por objetivo o acumulo de riquezas. O comércio marítimo era monopolizado
pelos Italianos, principalmente de Gênova e Veneza, seus principais portos são:
Constantinopla, Trípoli, Alexandria e Túnis, localizados no Mar mediterrâneo. Os
principais produtos comercializados eram: Porcelana, tecidos de seda, perfumes,
marfim, ouro e especiarias, sendo revendidos no continente europeu. As causas da
expansão comercial – marítima foi o comércio com o oriente, necessidade de novos
mercados, crise econômica da Europa, formação dos estados nacionais, falta de metais
preciosos e propagação da fé cristã. Com a tomada do porto de Constantinopla, pelos
Turcos Otomanos piorou o comércio com o oriente, levando aos navegadores buscar
alternativas de novas rotas para chegar às Índias, sem passar pelo Mar mediterrâneo.
Portugal foi o pioneiro na expansão marítima – comercial devido à centralização do
poder nas mãos dos reis durante a dinastia de Avis, fundação da Escola de Sagre,
conhecimentos da arte das navegações (bússola, astrolábio...) e sua localização
privilegiada. A expansão comercial – marítima resultou no descobrimento de novas
rotas para chegar ao oriente pelo oceano atlântico.

97. (FEI– 2008) – As principais características do Renascimento foram:


a) Teocentrismo, realismo e intensa espiritualidade;
b) Romantismo, espírito crítico em relação à política, temas de inspiração
exclusivamente naturalistas;
c) Ausência de perspectiva e adoção de temas do cotidiano religioso, tendo
como foco apenas os valores espirituais;
d) Uso de temas ecológicos evidenciando a preocupação com o meio
ambiente, execução de variados retratos de personalidades da época.
e) Antropocentrismo, humanismo e inspiração greco-romana.

RESPOSTA “E”.

70
HISTÓRIA

Racionalismo: a razão é o único caminho para se chegar ao conhecimento.


Experimentalismo: todo o conhecimento deverá ser demonstrado racionalmente.
Antropocentrismo: colocava o homem como a suprema criação de Deus e como
o centro do universo.
Humanismo: glorificação do homem e da natureza humana, em contraposição
ao divino e ao sobrenatural. Os principais autores humanistas e as principais obras
literárias do século XIV foram: Francesco Petrarca: O cancioneiro, livro de poesias
líricas. Dante Alighieri: A divina Comédia, que exalta a idéia do livre arbítrio.
Giovanni Boccaccio: O Decameron, uma crítica severa aos membros da Igreja.

98. (AGENTE TECNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – “A Península Itálica


foi o berço do Movimento Renascentista”.
Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que não justifica esta
afirmação.
a) A consolidação da monarquia e a precoce centralização política italiana
favoreceram a burguesia mercantil, que estimulava as artes e as ciências,
através do mecenato.
b) O objetivo dos burgueses italianos ao patrocinarem as artes e as ciências
era o de afirmar seus valores, assegurando a sua legitimidade enquanto grupo
social.
c) As cidades italianas encontravam-se enriquecidas devido ao comércio
com o Oriente, através do Mar Mediterrâneo.
d) Após a queda de Constantinopla, muitos sábios Bizantinos emigraram
para a Península ltálica, levando consigo muitos elementos da cultura clássica
preservada em Bizâncio.
e) Sendo a Península ltálica a sede do Império Romano do Ocidente,
existia nessa região uma série de elementos preservados da Antigüidade, que
inspiraram os artistas e filósofos renascentistas.

RESPOSTA “A”.

A Itália não chegou a formar um Estado Nacional centralizado, devido, entre


outros fatores, ao processo de urbanização e de ascensão da burguesia, iniciados
na Baixa Idade Média e ao equilíbrio existente entre as forças universais – Papado
e Império, que disputavam o domínio da península. O Renascimento cultural
manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros
as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica
e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo
desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre
como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações

71
HISTÓRIA

renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha,


Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias
americanas. Alguns críticos, porém, consideram, por várias razões, que o termo
“Renascimento” deve ficar circunscrito à cultura italiana desse período, e que a
difusão européia dos ideais clássicos italianos pertence com mais propriedade
à esfera do Maneirismo. Além disso, estudos realizados nas últimas décadas têm
revisado uma quantidade de opiniões historicamente consagradas a respeito deste
período, considerando-as insubstanciais ou estereotipadas, e vendo o Renascimento
como uma fase muito mais complexa, contraditória e imprevisível do que se supôs
ao longo de gerações.

99. (MACKENZIE – 2008) Sobre o lluminismo, é correto afirmar que:


a) Defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria
os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes.
b) Propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da balança
de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade.
c) Criticava o mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada,
o absolutismo e a desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos.
d) Acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para
eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais.
e) Consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais,
proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, através da
educação.

RESPOSTA “C”.

O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social,


econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se
alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das idéias e pensadores
Iluministas foi à cidade de Paris. Os iluministas defendiam a criação de escolas para
que o povo fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento,
os iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre
1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo
o conhecimento existente até então. Foi um movimento de reação ao absolutismo
europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a influencia cultural da
Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das “idéias perigosas”. O nome
“iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até então, desde a Idade Média,
período este de trevas, no qual o poder e o controle da Igreja regravam a cultura e a
sociedade.

72
HISTÓRIA

100. (FUVEST-2009) – “Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para


agir que como um motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza,
mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem
alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil... decidimos as questões públicas por nós mesmos,
ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que
não é o debate que é o empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido
pelo debate antes de chegar a hora da ação.”
Esta passagem de um discurso de Péricles, reproduzido por Tucídides,
expressa:
a) Os valores ético-políticos que caracterizam a democracia ateniense no
período clássico.
b) Os valores ético-militares que caracterizaram a vida política espartana
em toda a sua história.
c) A admiração pela frugalidade e pela pobreza que caracterizou Atenas
durante a fase democrática.
d) O desprezo que a aristocracia espartana devotou ao luxo e à riqueza ao
longo de toda a sua história.
e) Os valores ético-políticos de todas as cidades gregas, independentemente
de sua forma de governo.

RESPOSTA “A”.

O texto do enunciado é de Péricles, que governou Atenas durante o século V a.C.


(período Clássico), época de maior esplendor ateniense, tanto no campo das artes
quanto na política.
A autoridade de Péricles era tão grande que o período de seu governo passou a
ser conhecido como a Época de Péricles. E o historiador Tucídides afirma que, sob
a liderança de Péricles, Atenas, embora fosse uma democracia, foi dirigida, de fato,
por seu melhor cidadão. O objetivo político de Péricles era fazer de Atenas uma
democracia ideal, em que houvesse equilíbrio entre os interesses do Estado e dos
cidadãos. Também pretendia que Atenas exercesse liderança sobre toda a Grécia.
Seguindo esses objetivos, ele tentou realizar a união política da Grécia. Contudo, por
causa do espírito conservador de Esparta, mas também pelo anseio de independência
das outras cidades-Estado gregas, sua tentativa falhou. Diante disso, Péricles adotou
uma política imperialista - e a Confederação Délia, criada para opor-se às investidas
persas, converteu-se num império ateniense. Seguindo tal política, ele estendeu a
influência de Atenas até o mar Negro.

73
HISTÓRIA

Foi nesse contexto que a democracia ateniense atingiu sua plenitude, por meio do
estabelecimento de princípios como: isonomia, isegoria e isocracia. A participação
era direta e sem restrições econômicas aos cidadãos, que participavam igualmente
na Assembléia.

101. (ADMINISTRADOR-PREF. OLINDA/PE-IPENET/IAUPE) – A


civilização grega atingiu extraordinário desenvolvimento. Os ideais gregos
de liberdade e a crença na capacidade criadora do homem têm permanente
significado. Acerca do imenso e diversificado legado cultural grego, é correto
afirmar que:
a) A importância dos jogos olímpicos limitava-se aos esportes.
b) A democracia espartana era representativa.
c) A escultura helênica, embora desligada da religião, valorizava o corpo
humano.
d) Os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os negócios.
e) Poemas, com narrações sobre aventuras épicas, são importantes para a
compreensão do período homérico.

RESPOSTA “E”.

A violenta invasão dos dórios, no final do Pré-Homérico, provocou profundas


mudanças na vida dos gregos. Abandono das cidades (diáspora interna e externa),
crise econômica, retrocesso geral técnico e cultural e desenvolvimento do sistema
gentílico (unidade de produção auto-suficiente, propriedade coletiva dos bens de
produção e chefia para o pater-famílias), caracterizaram o Homérico, considerado
por alguns historiadores como Idade das Trevas ou Período Obscuro da Grécia. Uma
importante fonte para o estudo do final do Pré-Homérico e do Homérico são os
poemas épicos, em particular os atribuídos a Homero. Os principais são a Ilíada, que
relata a Guerra de Tróia e a Odisséia, que conta a viagem de retorno do herói grego
Ulisses, após participar da Guerra de Tróia.

102. (GV-2008) – “Representando pequeno número em relação às outras


classes, eles estavam constantemente preparados para enfrentar quaisquer revoltas,
daí a total dedicação à arte militar. A agricultura, o comércio e o artesanato eram
considerados indignos para o (...), que desde cedo se dedicava às armas.
Aos sete anos deixava a família, sendo educado pelo Estado que procurava
fazer dele um bom guerreiro, ensinando-lhe a lutar, a manejar armas e a suportar
as fadigas e a dor. Sua educação intelectual era bastante simples (...). Aos vinte
anos o (...) entrava para o serviço militar, que só deixaria aos sessenta, passando
a viver no acampamento, treinando constantemente para as coisas da guerra
(...). “Apesar de ser obrigatório o casamento após os trinta anos, sua função era
simplesmente a de fornecer mais soldados para o Estado.”
74
HISTÓRIA

A transcrição anterior refere-se aos cidadãos que habitavam:


a) Atenas.
b) Creta.
c) Esparta.
d) Chipre.
e) Roma.

RESPOSTA “C”.

Os cidadãos espartanos eram condenados a uma existência de privações:


na maior parte de suas vidas, estavam submetidos ao serviço militar. A educação
masculina era dedicada ao serviço militar, que começava aos sete anos, quando os
homens eram submetidos a açoite, a fim de enrijecê-los para os deveres da guerra.
Entre os vinte e os sessenta anos, os homens estavam a serviço do Estado, que
regulava minuciosamente a vida de seus cidadãos: além da educação dos jovens,
preocupava-se com o casamento, obrigatório para os celibatários (lei Atímica). As
mulheres espartanas eram preparadas fisicamente para se tornar mães de espartanos
sadios. Praticavam ginástica e participavam de jogos esportivos. Gozavam de maior
liberdade que as demais mulheres do mundo grego, o que se explica pela frequente
ausência do homem e pela necessidade de administrar o patrimônio familiar.
A organização econômica de Esparta visava garantir a eficiência militar e a
supremacia dos esparciatas. As melhores terras (também os hilotas que trabalhavam
e sustentavam toda a sociedade) eram propriedades do Estado.

103. (HISTORIA DA ARTE-NCE/UFRJ-2007) “A cidade-Estado era um


objeto mais digno de devoção do que os deuses do Olimpo, feitos à imagem de
bárbaros humanos. A personalidade humana, quando emancipada, sofre se não
encontra um objeto mais ou menos digno de sua devoção, fora de si mesma.”
Toynbee, Arnold J. Helenismo, história de uma civilização.

Na antiguidade clássica, as cidades-Estado representavam:


a) Uma forma de garantir territorialmente a participação ampla da
população na vida política grega.
b) Um recurso de expansão das colônias gregas.
c) Uma forma de assegurar a independência política das cidades gregas
entre si.
d) Uma característica da civilização helenística no sistema político grego.
e) Uma instituição política helenística no sistema político grego.

RESPOSTA “C”.

75
HISTÓRIA

O termo cidade-Estado significa cidade independente, com governo próprio


e autônomo. Cidades-Estados eram comuns na Antiguidade, principalmente na
Grécia Antiga, tais como Tróia, Atenas e Esparta. A formação das cidades-Estado
corresponde ao período de desagregação do sistema gentílico e seu crescimento está
relacionado à expansão ampla das atividades econômicas.
Cada polis possuía um governo autônomo, uma economia própria e total
independência política em relação as demais cidades-Estado. Principais exemplos:
Atenas, Esparta, Corinto e Mileto.

104. (GV-2009) A Guerra do Peloponeso (431 a.C.- 404 a.C.) – Que teve
importância fundamental na evolução histórica da Grécia antiga, resultou, entre
outros fatores, de:
a) Um confronto econômico entre as cidades que formavam a Confederação
de Delos.
b) Um esforço da Pérsia para acabar com a influência grega na Ásia Menor.
c) Um conflito entre duas ideologias: Esparta, oligárquica, e Atenas,
democrática.
d) Uma manobra de Esparta para aumentar a sua hegemonia marítima no
mar Egeu.
e) Uma tentativa de Atenas para fracionar a Grécia em diversas cidades-
Estado.

RESPOSTA “C”.

A Guerra do Peloponeso foi um conflito militar entre as cidades-Estado de


Atenas e Esparta. Ocorreu entre os anos de 431 e 404 a.C.
Os espartanos viam com desconfiança e ameaça o desenvolvimento econômico
e aumento da influência política de Atenas na região da península do Peloponeso.
Relações tensas entre as duas cidades-Estado e disputa pela hegemonia política e
econômica na região.

105. (GV-2008) – “Uma civilização, via de regra, implica uma organização


política formal com regras estabelecidas para governantes e governados (mesmo
que autoritários e injustos); implica projetos amplos que demandem trabalho
conjunto e administração centralizada (como canais de irrigação, grandes
templos, pirâmides, portos, etc.); implica a criação de um corpo de sustentação
do poder (como a burocracia de funcionários públicos ligados ao poder central,
militares, etc.); implica a incorporação das crenças por uma religião vinculada
ao poder central, direta ou indiretamente (os sacerdotes egípcios, o templo
de Jerusalém, etc.); implica uma produção artística que tenha sobrevivido ao

76
HISTÓRIA

tempo e ainda nos encante (o passado não existe em si, senão pelo fato de nós
o reconstruirmos); implica a criação ou incorporação de um sistema de escrita
(os incas não preenchem esse quesito, e nem por isso deixam de ser civilizados);
implica finalmente, mas não por último, a criação de cidades.”
J. Pinsky. As Primeiras Civilizações.

Com base nessa conceituação podemos afirmar que:


a) Na América pré-colombiana não havia civilizações.
b) As tribos ameríndias, entre elas, Incas, Maias e Astecas apesar de não
terem desenvolvido um sistema de escrita são, por esses critérios, civilizações.
c) Trata-se de um modelo utilizado para diferenciar as muitas experiências
humanas e tem como síntese a idéia de que toda e qualquer forma de organização
social é uma civilização.
d) Considerando esses critérios, Incas, Egípcios, Gregos, Romanos,
Mesopotâmios, Hebreus, Maias e Astecas são civilizações.
e) Trata-se de uma conceituação que vincula a noção de não-violência à
existência de povos civilizados.

RESPOSTA “D”.

As principais alterações políticas resultantes dessa transição foram o predomínio


de Estados despóticos teocráticos ou imperialistas e cidades-Estado autônomas,
sustentados pela servidão coletiva e formas de governo com maior participação do
cidadão (Democracia e República), mantidas pelo escravismo de conquista. Nas
sociedades asiáticas o Estado e o templo eram os grandes proprietários da terra e
produção, enquanto nas ocidentais o destaque foi a propriedade privada.
O aparecimento das civilizações marcou a passagem do coletivismo primitivo,
caracterizado pela economia natural (caça, pesca e coleta), para relações político-
econômicas e sócio-culturais mais complexas, tanto nas orientais (egípcia,
mesopotâmica, fenícia, persa, chinesa, indiana) e ameríndias (incas, maias, astecas),
quanto nas ocidentais (grega, macedônica, romana).
Economia mais ligada à agricultura de regadio e significativo avanço artesanal e
comercial, ampliam a descrição das civilizações antigas orientais e ocidentais.

106. (ADMINISTRADOR-COMPERVE/UFRN-2008) – A partir do III


milênio a.C. desenvolveram-se, nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo,
como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, Estados teocráticos, fortemente organizados e
centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é:
a) A revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só
puderam ser contidas pela imposição dos governos autoritários.

77
HISTÓRIA

b) A necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos,


para realizar obras de irrigação.
c) A influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao
Oriente Próximo através das caravanas de seda.
d) A expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter
divino da realeza e o poder absoluto do monarca.
e) A introdução de instrumentos de ferro e a conseqüente revolução
tecnológica, que transformou a agricultura dos vales e levou à centralização
do poder.

RESPOSTA “B”.

A economia de regadio com seu complexo sistema hidráulico de diques, canais,


açudes e represas, exigiu um rigoroso controle e centralismo, tanto para garantir
a produção, como para coordenar o grande contingente de mão-de-obra. Nesse
contexto o Estado emergiu como principal elemento controlador, coordenador e
proprietário da terra e da produção.

107. (PUCPR-2007) – Relacione o texto às proposições a seguir colocadas,


assinalando a correta:
“Ó senhor de todos! Rei de todas as casas. Nas decisões mais distantes fazes
o Nilo celeste para que desça como chuva e açoite as montanhas, como um mar
para regar os campos e jardins estranhos. Acima de tudo, porém, fazes o Nilo do
Egito que emana do fundo da terra. E assim, com os teus raios, cuidas de nossas
hortas. Nossas colheitas crescem, e crescem por ti (...). Tu estás em meu coração.
Nenhum outro te conhece, a não ser teu filho Aknaton.”
a) Destaca a função geradora da vida do Deus Amon e do faraó, responsáveis
por tudo que existia no Egito.
b) Mostra que o Sol, Áton, era encarnado na terra pelo faraó Aknaton.
c) Evidencia que o alimento e a vida do homem dependiam do grande Deus
Tebano.
d) O texto acima assinala o caráter ideológico na sociedade egípcia,
destacando a figura do faraó ligada ao Deus principal e reforçando seu papel
político.
e) Mostra a profunda ligação mística entre o faraó e o Deus que dominou o
Egito no Médio Império.

RESPOSTA “D”.

78
HISTÓRIA

Mais que um simples rei, o faraó era também o administrador máximo, o chefe
do exército, o primeiro magistrado e o sacerdote supremo do Egito (sendo-lhe,
mesmo, atribuído caráter divino). Em muitos casos, cabia ao faraó decidir, sozinho, a
política a seguir. Na prática era frequente que delegasse a execução das suas decisões
a uma corte.
A marcante simbiose entre Estado e religião, explica o predomínio, na
Antigüidade Oriental, de monarcas absolutos, com poderes ilimitados e reforçados
pela sua divinização. A religião fornecia as bases ideológicas que justificavam e
mantinham o poder do faraó, visto, ao mesmo tempo, como rei e deus.

108. (URFS-2009) – O soberano dividiu o seu império em províncias, chamadas


satrapias, sendo a terra considerada como propriedade real e trabalhada pelas
comunidades.
Estas características identificam o:
a) Império dos persas durante o reinado de Dario.
b) Império babilônico durante o governo de Hamurabi.
c) Antigo império egípcio durante a dinastia de Quéops.
d) Reino de Israel sob o comando de Davi.
e) Estado espartano durante a vigência das leis de Dracon.

RESPOSTA “A”.

O sucessor de Cambises, Dario I, teve seu governo marcado, pela sólida


organização administrativa do extenso Império Persa. Sua divisão em satrapias
(províncias), dirigidas pelos sátrapas, garantiu um maior controle imperial e avanço
econômico, ampliado com a construção de eficientes estradas, que melhoraram a
ligação territorial e a unificação monetária (dárico) e do sistema de pesos e medidas.
Sátrapa era o nome dado aos governadores das províncias, chamadas satrapias,
nos antigos impérios Aquemênida e Sassânida da Pérsia.
Cada satrapia era governada por um sátrapa, que era nomeado pelo rei. Para
evitar a corrupção, o Rei dos Reis (Imperador Persa) possuía uma rede de espiões
que foi chamada de “Os olhos e ouvidos do Rei”. Após a conquista de Alexandre, o
Grande esse sistema de administração foi mantido.

109. (ACONSELHADOR-DST/AIDS-PREF. BALNEÁRIO DE CAMBORIÚ-


FEPESE-2011) – Entre os povos do Oriente Médio, os hebreus foram os que mais
influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o cristianismo é
considerado como uma continuação das tradições religiosas hebraicas.

79
HISTÓRIA

A partir do texto anterior, assinale a alternativa incorreta.


a) Originários da Arábia, os hebreus constituíram dois reinos: o de Judá e
o de Israel na Palestina.
b) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Esta unidade se
firmou primeiro em torno de juízes e, depois em volta dos reis.
c) Os profetas surgiram na Palestina por volta dos séculos VIII e VII
a.C., quando ocorreu uma onda de protestos dos trabalhadores contra os
comerciantes.
d) A religião hebraica passou por diversas fases, evoluindo do politeísmo ao
monoteísmo difundido pelos profetas.
e) Os hebreus se organizaram social e economicamente com base na
propriedade da terra, o que deu início à Diáspora.

RESPOSTA “E”.

Diáspora deve ser entendida como a dispersão dos judeus pelo mundo. Parte
do Império Romano desde 63 a.C., a Palestina foi um explosivo palco de muitas
rebeliões. Em 70 d.C. a repressão de mais uma revolta ocasionou a destruição do
Templo de Jerusalém. Em 73 d.C., foi eliminado o último ponto de resistência,
Massada. Limitados pelos dominadores e expulsos de sua terra, os judeus foram
obrigados a dispersarem-se pelas áreas do Império Romano. A longa Diáspora só
terminou em 1948, após a fundação de Israel.
De acordo com a Bíblia, a Diáspora é fruto da idolatria e rebeldia do povo de
Israel e Judá para com Deus, o que fez com que este os tirasse da terra que lhes
prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse para a
obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do
mundo.
Geralmente se atribui o ínicio da primeira diáspora judaica ao ano de 586 a.C.,
quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu o Reino de Judá,
destruindo a Jerusalém, e o Templo; e deportando os judeus para a Babilônia. Mas
esta dispersão se inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel ao norte é
destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas como cativas à Assíria e
Judá passa a pagar altissmos impostos para evitar a invasão, o que não será possivel
negociar com Nabucodonosor II.
A Segunda Diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C. Os romanos
destruiram Jerusalém, e isso acarretou uma nova diáspora, fazendo os judeus irem
para outros países da Ásia Menor ou sul da Europa. As comunidades judaicas
estabelecidas nos países do Leste Europeu ficam conhecidas como Asquenazi (netos
de Noé). Os judeus do norte da África (sefardins) migram para a península Ibérica.
Expulsos de lá pelo crescente cristianismo do século XV, migram para os Países
Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização européia, chegam
ao continente americano.

80
HISTÓRIA

110. (PUCCAMP-2011) –
I. .... “longe (...) das melodiosas valsas vienenses (...) eram audíveis os
lamentos das nacionalidades abortadas pela prepotência dos grandes impérios....”
II. “.... o capitalismo se transformou num sistema de opressão colonial e de
asfixia financeira da intensa maioria da população do globo por um punhado de
países avançados....”
Aos textos pode-se associar:
a) A Comuna de Paris.
b) A Primeira Guerra Mundial.
c) O conflito Sino-Soviético.
d) O Congresso de Viena.
e) A política da Santa Aliança.

RESPOSTA “B”.

Nacionalismos exaltados e conflitos relacionados ao imperialismo, no início do


século XX, criaram uma atmosfera de tensão e instabilidade, agravada pelas alianças,
corrida armamentista e as crises localizadas (marroquinas e balcânicas), que levaram
a Europa e o mundo para a Primeira Grande Guerra (1914-1918).

111. (ENSINO MÉDIO E TÉCNICO-LA SALLE-2009) – Considerando-se


as relações internacionais presentes na conjuntura pré-Primeira Grande Guerra,
podemos afirmar que:
I. As rivalidades anglo-germânicas foram agravadas pela construção da
Estrada de Ferro Berlim-Bagdá.
II. As pretensões da Rússia de dominar os Estreitos de Bósforo e Dardanelos
aumentaram os seus conflitos com o Império Turco.
III. As desavenças entre a Sérvia e o Império Austro-Húngaro estavam
diretamente ligadas à disputa pela anexação da Bósnia-Herzegovina pela
Inglaterra.
IV. A morte do futuro Imperador Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando,
em Serajevo, na Bósnia, precipitou o início da Guerra.
V. A união da Inglaterra, França e Japão para formar a Tríplice Entente
foi uma maneira de neutralizar a Tríplice Aliança, que unia Alemanha, Rússia
e Itália.
Estão corretas as afirmativas:
a) Somente I, II e III.
b) Somente I, II e IV.
c) Somente I, III e V.
d) Somente II, III e IV.
e) Somente III, IV e V.

RESPOSTA “B”.

81
HISTÓRIA

Neste contexto, intensifica-se a atuação de várias sociedades nacionalistas


secretas, como a Mão Negra que assassinou o herdeiro do trono austríaco Francisco
Ferdinando, em Serajevo, precipitando o início da guerra, que se tornou mundial
devido as alianças. Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria e Itália) e Tríplice Entente
(França, Grã-Bretanha e Rússia).
Um dos principais motivos das crises balcânicas tem relação com o nacionalismo
sérvio e sua meta de formar a “Grande Sérvia”, opondo-se diretamente aos interesses
austríacos, turcos, russos e búlgaros. A tensão entre Sérvia e Império Austro-Húngaro
aumentou quando a Bósnia-Herzegovina, cobiçada pelo governo sérvio, foi anexada
pela Áustria, que também impediu que a Albânia fosse incorporada pela Sérvia.

112. (FUVEST-2010) – “As lâmpadas estão se apagando na Europa inteira.


Não as veremos brilhar outra vez em nossa existência.”
Sobre esta frase, proferida por Edward Grey, secretário das Relações
Exteriores da Grã-Bretanha, em agosto de 1914, pode-se afirmar que exprime:
a) A percepção de que a guerra, que estava começando naquele momento e
que iria envolver toda a Europa, marcava o fim de uma cultura, de uma época
conhecida como a Belle Époque;
b) A desilusão de quem sabe que a guerra, que começava naquele momento,
entre Grã-Bretanha e Alemanha, iria sepultar toda uma política de esforços
diplomáticos visando evitar o conflito.
c) A compreensão de quem, por ser muito velho, consegue perceber que
também aquela guerra, embora longa e sangrenta, iria terminar um dia,
permitindo que a Europa voltasse a brilhar;
d) A ilusão de que, apesar de tudo, a guerra que estava começando, iria, por
causa de seu caráter mortal e generalizado, ser o último grande conflito armado
a envolver todos os países da Europa;
e) A convicção de que a guerra que acabava de começar, e que iria envolver
todo o continente europeu, haveria de suceder outra, a Segunda Guerra
Mundial, antes da paz definitiva ser alcançada.

RESPOSTA “A”.

A Belle Époque (bela época em francês) foi um período de cultura cosmopolita


na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a
eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima
intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas
transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o
quotidiano.

82
HISTÓRIA

A Belle Époque foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz
entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos
os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e
o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo
e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras
nações, são chamadas algumas vezes de estilo “Belle Époque”. Além disso “Belle
Epóque” foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo
desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte gerados pelos lucros
e necessidades da política imperialista, que aproximou ainda mais as principais
cidades do planeta.

113. (FISCAL DE MEIO AMBIENTE, POSTURA E URBANISMO-


MOURA MELO-2009) – O filósofo francês Jean-Paul Sartre, falecido em 1980,
foi convocado para servir ao exército ao eclodir a Segunda Guerra Mundial. Ele
registrou em um diário:
“(...) tenho vergonha de confessar, começo a esperar o fim da guerra. Oh, é
uma crença imaginária, eu a espero como durante o inverno de 38 esperava o fim
da paz, sem acreditar. Mas afinal, estou tão deslocado da guerra como em 38 - 39
estava deslocado da paz.”
J. P. Sartre, Diário de uma Guerra Estranha.

Destaque os acontecimentos ocorridos antes da ofensiva alemã, que levaram


o filósofo, em 38-39, a sentir-se deslocado da paz.
a) A assinatura do Pacto Anti-Kominterm e a realização da Conferência de
Potsdam.
b) A formação da Liga das Nações e a invasão da URSS.
c) A Conferência de Munique e Pacto de Não-Agressão Nazi-Soviético.
d) A Conferência de Yalta e a divisão da Alemanha.
e) O rompimento dos acordos de paz de Brest-Litowsky e a consolidação de
duas superpotências.

RESPOSTA “C”.

A pretensão alemã de anexar os Sudetos (região habitada por minoria alemã e


pertencente à Tchecoslováquia) gerou o Acordo de Munique (1938), firmado pela
Alemanha, Itália, França e Grã-Bretanha, determinando que a área dos Sudetos fosse
incorporada à Alemanha, que não poderia tomar outras áreas tchecas. No entanto, em
1939, violando o Acordo, Hitler invade o restante da Tchecoslováquia, ampliando o
III Reich. O expansionismo militarista germânico durante a década de 1930 foi um
importante fator para a Segunda Guerra Mundial, neste contexto merecem destaque
a Conferência de Munique e o Pacto de Não-Agressão Nazi-Soviético.

83
HISTÓRIA

O Pacto de Não-Agressão Nazi-Soviético, firmado em 23 de agosto de 1939,


entre Hitler e Stálin, evitou a reação de Moscou, quando a Alemanha invadiu a
Polônia. Tal fato provocou a imediata reação anglo-francesa, iniciando a Segunda
Guerra Mundial.

114. (CESGRANRIO-2006) – Com o final da Segunda Guerra Mundial,


os países vitoriosos procuraram criar vários mecanismos internacionais que
buscassem o desenvolvimento do planeta de forma mais harmônica. É dessa época
a criação do seguinte organismo:
a) ONU- para a constituição de um exército internacional para por fim às
guerras.
b) OTAN - para a desmilitarização dos países ocidentais e a diminuição das
zonas de conflito.
c) GATT - para a implantação de uma tarifa única sobre os produtos e
serviços internacionais.
d) UNESCO - para a melhoria da qualidade alimentar das populações
miseráveis do Terceiro Mundo.
e) FMI - para ajudar financeiramente aos países membros, quando em
dificuldades.

RESPOSTA “E”.

Uma das consequências da Segunda Guerra Mundial foi à redação da Carta


das Nações Unidas, em 1945. A Carta das Nações Unidas define como objetivos
principais da ONU: Defesa dos direitos fundamentais do ser humano; Garantir a
paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado; Busca de
mecanismos que promovam o progresso social das nações; Criação de condições que
mantenham a justiça e o direito internacional. Os cinco principais órgãos da ONU
são o Conselho de Segurança, Assembléia Geral, Secretariado, Corte Internacional
de Justiça e Conselho Econômico e Social, ao qual estão ligados o FMI (Fundo
Monetário Internacional), GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio, transformado
em OMC), UNESCO (Organização Educacional, Científica e Cultural), UNICEF
(Fundo das Nações Unidas para a Infância), entre outros.

115. (FGV -2008) – A política anticomunista acentuou-se nos países capitalistas


após a Segunda Guerra Mundial. Nos EUA pós-guerra, esta expressou-se através:
a) Do assassinato dos líderes sindicais Sacco e Vanzetti.
b) Do Comitê de Atividades Antiamericanas destinado a investigar e
perseguir condutas consideradas desleais para com a política oficial dos EUA.

84
HISTÓRIA

c) Do decreto Roosevelt, que indicou o republicano J. McCarthy à


presidência da Polícia Federal dos EUA.
d) Da criação da Polícia Federal, dirigida pelo senador McCarthy.
e) Da indicação do General Eisenhower à presidência do Senado.

RESPOSTA “B”.

Uma de suas consequências foi o “macartismo”, que perseguiu, prendeu e


interrogou todos sob suspeita de apresentarem um comportamento considerado
não “americano”, por meio do Comitê de Atividades Antiamericanas, criado pelo
senador Joseph McCarthy. Os Estados Unidos assumiram o papel de “protetores”
da democracia a partir da Doutrina Truman (1947). O comunismo visto como
maior ameaça ao mundo livre gerou, nos anos 1950, um quadro de histeria, medo
e desconfiança entre os norte-americanos, fortemente alimentado pela propaganda
oficial.

116. (PUCCAMP- 2010) – Leia o seguinte texto sobre a Segunda Guerra


Mundial:
“Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências [vitoriosas] firmaram
acordos sobre seu encerramento, além de definirem partilhas, inaugurando novos
confrontos que poderiam desencadear uma hecatombe nuclear.”
Considere as alternativas abaixo, relacionando-as com os efeitos dos
confrontos citados.
I. A Instituição de duas Alemanhas - a República Federal Alemã e a
República Democrática Alemã - e a divisão da cidade de Berlim em quatro
zonas.
II. O surgimento de dois Estados Coreanos: a República da Coréia e a
República Popular Democrática da Coréia do Norte.
III. A divisão do Vietnã em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
IV. A Conferência de Bandung e a demarcação de áreas de influências
européias.
Estão corretas somente:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

RESPOSTA “C”.

85
HISTÓRIA

As afirmativas corretas I, II e III podem ser relacionadas com importantes


tensões da Guerra Fria.
I. Crise ou Bloqueio de Berlim e a posterior construção do “muro da vergonha”.
II. A divisão da Coréia, após a Segunda Guerra Mundial, gerou a Guerra da
Coréia (1950-53), primeiro confronto armado da Guerra Fria.
III. O fim da Guerra da Indochina (1946-54) dividiu o Vietnã em Norte
(socialista) e Sul (capitalista), mas as arbitrariedades do governo do sul causaram
um dos conflitos mais marcantes da Guerra Fria - a Guerra do Vietnã (1960-75).

117. (PUCSP-2006) – “Circo russo na cidade: não alimentem os animais.”


(grafite nos muros de Praga em 1968)

Os conselhos eram: “ignorem os soviéticos, tratem-nos como coisas, beijem e


namorem sob seus narizes. Vivam. Mas façam em torno deles barragens invisíveis.”
Godfelder, Sonia. A Primavera de Praga. S. Paulo, Brasiliense, 1981.

A indisposição dos tchecos, em relação aos soviéticos na circunstância


indicada pelas citações anteriores, era devida:
a) À grande presença, em território nacional, de dissidentes soviéticos
asilados pelo Estado, os quais gozavam de privilégios não desfrutados pelos
cidadãos tchecos.
b) À interrupção, por parte da URSS, do fornecimento de gêneros
alimentícios e material bélico, para que a Tchecoslováquia mantivesse sua
superioridade frente aos poloneses.
c) À histórica discriminação dirigida pelos tchecos aos povos eslavos e que
foi reativada com a atuação da Igreja Ortodoxa Russa.
d) À intervenção militar praticada pelo governo soviético na Tchecoslováquia,
como resposta a uma tentativa da sociedade tcheca de ampliar as liberdades
individuais no interior de um regime comunista.
e) À iniciativa tcheca de romper com o regime comunista e negar a influência
da URSS, optando pela aliança com o governo americano e pela reorientação
da economia, no sentido de sua estatização.

RESPOSTA “D”.

O presidente tcheco Dubcek ao buscar uma via independente e mais humanizada


de socialismo provocou a reação soviética, que, buscando preservar sua hegemonia
no Leste Europeu, enviou tropas do Pacto de Varsóvia, reprimindo a “Primavera de
Praga”, em 1968.

86
HISTÓRIA

118. (FISCAL DE VIGILÃNCIA SANITÁRIA-UNISUL-2009) – “...inspirado


por razões humanitárias e pela vontade de defender uma certa concepção de vida
ameaçada pelo comunismo, constitui também o meio mais eficaz de alargar e
consolidar a influência norte-americana no mundo, um dos maiores instrumentos
de sua expansão (...) tem por conseqüência imediata consolidar os dois blocos e
aprofundar o abismo que separava o mundo comunista e o Ocidente...”
“...as partes estão de acordo em que um ataque armado contra uma ou mais
delas na Europa ou na América do Norte deve ser considerado uma agressão
contra todas; e, consequentemente, concordam que, se tal agressão ocorrer, cada
uma delas (...) auxiliará a parte ou as partes assim agredidas (...)”.
Os textos identificam, respectivamente:
a) A Doutrina Monroe e a Organização das Nações Unidas (ONU).
b) O Plano Marshall e a organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
c) O Pacto de Varsóvia e a Comunidade Econômica Européia (CEE).
d) O Pacto do Rio de Janeiro e o Conselho para Assistência Econômica
Mútua (COMECON).
e) A Conferência do Cairo e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

RESPOSTA “B”.

A alternativa correta é a única que pode ser relacionada aos textos, em particular
o segundo que apresenta elementos de fácil identificação com a OTAN (aliança
político-militar com objetivos “defensivos” e composta por países da Europa
Ocidental, EUA e Canadá).
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi criada em 1949, em
pleno contexto da Guerra Fria, onde o mundo vivia a bipolaridade bélica e ideológica
entre EUA e URSS. Os EUA, já esperando uma futura guerra, literalmente falando,
contra a URSS, idealizaram a OTAN, contando com o Canadá e os países da Europa
Ocidental, para assim garantir a ajuda de seus importantes e fortes aliados. A aliança
foi criada em 1949, em virtude do Tratado do Atlântico Norte, também denominado
de Tratado de Washington. O acordo estabelecia que os Estados-membros da OTAN
se comprometiam em assegurar a sua defesa e que uma agressão a um ou mais
aliados seria considerada uma agressão a todos. Assim, a OTAN fez grande esforço
para a manutenção de uma defesa coletiva e, até então, ideológica, pois nunca houve
um conflito armado contra o lado soviético.
Com o fim da URSS e de suas ameaças à soberania americana e capitalista
no mundo, surgiu a necessidade de redefinir o papel da OTAN na nova ordem
internacional, já que o principal motivo de sua criação foi extinto. Assim, foi criado
um novo papel para a OTAN: ser a base da política de segurança de toda a Europa,
(inclusive de seus ex-rivais do leste europeu) e da América do Norte. Os países

87
HISTÓRIA

que integram a OTAN atualmente são: Alemanha Ocidental, Bélgica, Canadá,


Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Países Baixos, Islândia,
Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polônia,
República Checa, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e a
Eslovênia.

119. (PUCMG-2007) – A Guerra do Vietnã ultrapassa os limites da luta pela


libertação do domínio estrangeiro e se insere nos quadros da Guerra Fria, quando:
a) A URSS oferece seu apoio irrestrito ao partido comunista de Ho Chi
Minh.
b) Os EUA atuam no sentido de impedir o avanço do comunismo no sudeste
asiático.
c) O regime comunista do Vietnã do Norte se alia ao regime socialista de
Mao Tsé tung.
d) a aliança França-EUA se consolida na luta contra a libertação da
Indochina.
e) A política bem sucedida de Ho Chi Minh se expande por toda a península
indochinesa.

RESPOSTA “B”.

Apesar de sua avançada tecnologia militar, a rendição do norte não aconteceu,


obrigando o governo norte-americano a negociar sua retirada, em 1972. Temendo a
expansão socialista na Ásia com a eclosão da Guerra do Vietnã, gerando um “efeito
dominó”, os EUA decidiram intervir diretamente, enviando milhares de soldados e
armas.

120. (UNITAU-SP-2011) O crack da Bolsa de valores de Nova Iorque,


em outubro de 1929, além de colocar os Estados Unidos numa situação de
calamidade, arrastou consigo quase todos os países do mundo.
Apenas um país europeu não foi diretamente afetado pela crise:
a) Itália
b) Inglaterra
c) França
d) Alemanha
e) União Soviética

RESPOSTA “E”.

88
HISTÓRIA

A resposta capitalista à vitória da Revolução Bolchevista de 1917 e à formação


do primeiro Estado socialista foi o isolamento - “cordão sanitário”. Frente a isso,
a União Soviética optou pelo fechamento em si mesma, principalmente após a
ascensão de Stálin e adoção dos Planos Quinquenais. Sem condições de participar
diretamente do comércio internacional e de sua natural interdependência, conseguiu
escapar dos piores efeitos da Grande Depressão.

121. (ADMINISTRAÇÃO GERAL-NCE/UFRJ-2009) – “Os verdadeiros


chefes não têm nenhuma necessidade de cultura e ciência”.
H. Goering

“Quando ouço a palavra cultura, ponho a mão no revólver”.


J. Goebbels

“Os intelectuais são como as rainhas que vivem das abelhas trabalhadoras”.
A. Hitler

“Sem espírito militar a escola alemã não poderá existir. Um professor pacifista
é um palhaço ou um criminoso. Deve ser exterminado”.
Ministro Schewemm - Bavária

“Professores alemães ... nenhum menino e nenhuma menina da escola


devem sair de vossas aulas sem o sagrado propósito de ser um inimigo mortal do
bolchevismo judeu, na vida e na morte”.
F. Weachter

Contextualizando historicamente as declarações anteriores, de lideranças


nazistas na Alemanha, pode-se afirmar que:
a) O nazismo não tinha nenhum projeto para as áreas de educação e
cultura, pois dentro da perspectiva do culto ao corpo e da obediência sem
questionamentos, aquelas lhes eram completamente indiferentes.
b) Ao contrário da produção cultural, à qual eram refratários, os nazistas
permitiram a permanência das diretrizes educacionais da República de Weimar.
c) Tanto a educação como a cultura foram áreas enquadradas dentro dos
pressupostos básicos do regime transformando-se em instrumentos ideológicos
de controle e propaganda.
d) O Estado nazista interveio fortemente somente nas escolas frequentadas
por alunos não arianos e filhos de pais bolcheviques.
e) Educação e militarização da sociedade eram projetos excludentes dentro
do projeto nazista de dominação.

RESPOSTA “C”.

89
HISTÓRIA

A socialização ideológica continuava na educação, por meio de um rígido


controle sobre livros, professores e conteúdos. Um dos alvos principais dos regimes
fascistas era a doutrinação da juventude. Enquadrada desde a infância, recebia nos
centros especiais do partido orientação ideológica, assistência, recreação e formação
militar.

122. (FUVEST-2011) – O regime franquista espanhol (1939-1975) pode ser


caracterizado como:
a) Uma ditadura de tipo misto, que se baseou tanto no poder do general
Franco, quanto na figura carismática do rei.
b) Uma ditadura fascista, semelhante à de Mussolini, procurando converter
a região do Mediterrâneo em área sob sua influência.
c) Uma ditadura pessoal, baseada exclusivamente na figura do general
Franco, que recusou a formação de instituições coletivas.
d) Uma ditadura fascista, idêntica à de Mussolini e de Hitler, a ponto de o
general Franco enviar tropas para combater a União Soviética.
e) Uma ditadura fascista, que evitou amplas mobilizações de massa, com
forte influência católica.

RESPOSTA “E”.

A ditadura fascista espanhola (franquismo), estabelecida após a violenta Guerra


Civil (1936-1939), que derrubou o governo da Frente Popular (coalizão de esquerdas)
possui como elementos marcantes: Exército, latifundiários, burguesia conservadora
e Igreja, como as principais bases sociais de apoio; uma maior subordinação do
partido (Falange) ao Exército; forte clericalismo; nacionalismo menos voltado ao
expansionismo e preponderância dos interesses agrários sobre os da grande indústria.

123. (DOCENTE II-HISTÓRIA-PREF. CORONEL FABRICIANO/MG-


FUNRIO) – As revoluções burguesas localizadas entre o final do século 17 e o
final do século 18 foram fundamentais para que o Sistema Capitalista criasse
condições políticas para o seu pleno desenvolvimento na Europa Ocidental. Entre
as alternativas abaixo indique a mais significativa revolução burguesa do final do
século 18.
a) Revolução Gloriosa.
b) Revolução Francesa.
c) Revolução dos Cravos.
d) Revolução dos Boxers.
e) Revolução Cultural.

RESPOSTA “B”.

90
HISTÓRIA

Das alternativas apresentadas, duas (Gloriosa e Francesa) podem ser consideradas


como revoluções burguesas e se enquadram no período descrito; e apenas uma, a
Revolução Francesa, ocorreu no final do século 18, eliminando o Antigo Regime
no país.
Revolução Francesa era o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre
5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da
França. Ela começa com a convocação dos Estados Gerais e a Queda da Bastilha e
se encerra com o golpe de estado do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. Em causa
estavam o Antigo Regime e os privilégios do clero e da nobreza. Foi influenciada
pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as
maiores revoluções da história da humanidade. A Revolução é considerada como
o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os
direitos feudais e proclamou os princípios universais de “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade”, frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau. Para a França, abriu-se
em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar
por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.

124. (ASSISTENTE DE HISTÓRIA-MPE/RS-UFRGS-2007) – A sociedade


Feudal é considerada uma sociedade estamental, profundamente marcada pelo
domínio da nobreza rural européia que, além de dominar os meios de produção,
detinha o poder político. Sobre a sociedade feudal é correto afirmar que era
basicamente dividida entre:
a) Senhores e servos.
b) Patrícios e plebeus.
c) Burguesia e proletariado.
d) Clero e servos.
e) democratas e conservadores.

RESPOSTA “A”.

O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações


servo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano.
Predominou na Europa durante a Idade Média.
Segundo o teórico escocês do Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é
geralmente precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas
regiões da Europa. Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei lhas dava.
Os camponeses cuidavam da agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito
a uma gleba de terra para morar, além da proteção contra ataques bárbaros. Quando
os servos iam para o manso senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um
pedágio, exceto quando para lá se dirigiam a fim de cuidar das terras do Senhor
Feudal.

91
HISTÓRIA

125. (ANALISTA-HISTÓRIA-FUNIVERSA-2009) – Nos séculos XIV e XV, a


Itália foi a região mais rica e influente da Europa. Isso ocorreu devido à:
a) Iniciativa pioneira na busca do caminho marítimo para as Índias.
b) Centralização precoce do poder monárquico nessa região.
c) Ausência completa de relações feudais em todo o seu território.
d) Neutralidade da península itálica frente à guerra generalizada na
Europa.
e) Combinação de desenvolvimento comercial com pujança artística.

RESPOSTA “E”.

O período retratado pelo enunciado corresponde ao florescimento e apogeu do


Renascimento Cultural italiano (séculos XIV e XV). Desde o período das cruzadas,
em especial desde o século XII, as cidades italianas promoveram a expansão do
comércio pelo Mediterrâneo, em um contato cada vez maior com mercadores árabes
e bizantinos, trazendo para a Europa as especiarias. Esse comércio foi responsável
pelo enriquecimento das camadas mercantis urbanas e propiciou o desenvolvimento
cultural e científico, na medida em que estimulou o desenvolvimento do mecenato.

126. (FUVEST-2011) – “Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e


Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais conveniente aos
seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer
que pertencem ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas
mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua jurisdição.”
Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
O texto remete diretamente:
a) À competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos
descobrimentos.
b) Aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas
descobertas.
c) Ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e
corsária.
d) Às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
e) À aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.

RESPOSTA “D”.

O texto do comerciante situa-se no período da expansão marítima e refere-se à


disputa que envolveu Portugal e Espanha, antes de depois da assinatura do Tratado
de Tordesilhas (1494), que dividia as terras da América entre os dois países.

92
HISTÓRIA

127. (AGENTE DE DEFENSORIA-DPE/SP-FCC-2009) – Em novembro de


1807, a família real portuguesa deixou Lisboa e, em março de 1808, chegou ao Rio
de Janeiro. O acontecimento pode ser visto como:
a) Incapacidade dos Braganças de resistirem à pressão da Espanha para
impedir a anexação de Portugal.
b) Ato desesperado do Príncipe Regente, pressionado pela rainha-mãe,
Dona Maria I.
c) Execução de um velho projeto de mudança do centro político do Império
português, invocado em épocas de crise.
d) Culminância de uma discussão popular sobre a neutralidade de Portugal
com relação à guerra anglo-francesa.
e) Exigência diplomática apresentada por Napoleão Bonaparte, então
primeiro cônsul da França.

RESPOSTA “C”.

Toda a Europa vivia uma grave crise fruto da expansão francesa e das pressões
da Inglaterra industrializada. Em Portugal, em alguns momentos de crise, como no
início da União Ibérica, aventou-se a possibilidade de transferência da Corte para o
Brasil.

128. (AGENTE DE COMBATE AS ENDEMIAS-PREF. MARCOLÂNDIA/


PI-INSTITUTO LUDUS-2009) – Com relação ao período colonial, tanto na
América Portuguesa quanto na América Espanhola, considere as seguintes
afirmações:
1. A mão-de-obra escrava africana, empregada nas atividades econômicas,
era a predominante.
2. As Coroas controlavam as economias por intermédio de monopólios e
privilégios.
3. Os nascidos nas Américas não sofriam restrições para ascender nas
administrações civis e religiosas.
4. A alta hierarquia da Igreja Católica mantinha fortes laços políticos com
as Coroas.
5. As rebeliões manifestavam as insatisfações políticas de diferentes grupos
sociais.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas:
a) 1, 2 e 3;
b) 1, 3 e 4;
c) 2, 3 e 5;
d) 2, 4 e 5;
e) 3, 4 e 5.

RESPOSTA “D”.

93
HISTÓRIA

O período colonial praticamente coincide com a Idade Moderna, que é


caracterizada pela política econômica mercantilista, com forte intervenção do
Estado, pela grande influência da Igreja na administração e formação cultural e,
principalmente em seu final, por movimentos de contestação da exploração e por
movimentos de emancipação. Na América Espanhola predominou a mão de obra
indígena e os nascidos na América tinham seus direitos limitados e participavam
apenas da administração municipal ou ocupavam cargos religiosos.

129. (FISCAL SANITÁRIO-ENFERMEIRO-PREF. LAVRAS/MG-


FUNDEP-2010) – “No Chile, a lei não serve para outra coisa a não ser produzir
a anarquia e a ausência de sanções [...] Se eu, por exemplo, prendo um indivíduo
que sei que está tramando uma conspiração [contra o governo], violo a lei. Maldita
lei então que não deixa o braço do governo proceder livremente no momento
oportuno. [...] De minha parte, sei dizer que, com lei ou sem ela, essa senhora
que chamam de Constituição tem que ser violada quando as circunstâncias são
extremas.”
Carta de Diego Portales, ministro chileno, em 1834.

Nesse texto, Portales está defendendo uma visão:


a) Liberal, que privilegia o respeito às leis e à justiça.
b) Aristocrática, que valoriza o regime monárquico.
c) Federalista, que salvaguarda os interesses das províncias.
d) Elitista, que defende os direitos do indivíduo.
e) Autoritária, que garante a ordem acima de tudo.
RESPOSTA “E”.

O ministro sugere que a Constituição seja violada, numa postura que pode ser
considerada conservadora e autoritária.

130. (ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO-FHEMIG-FUNDEP-2010) – “O


livre comércio é um bem – como a virtude, a santidade e a retidão – a ser amado,
admirado, honrado e firmemente adotado, por si mesmo, ainda que todo o resto do
mundo ame restrições e proibições, que, em si mesmas, são males – como o vício
e o crime – a serem odiados e detestados sob quaisquer circunstâncias e em todos
os tempos.” The Economist, em 1848.
Tendo em vista o contexto histórico da época, tal formulação favorecia
particularmente os interesses:
a) Do comércio internacional, mas não do inglês.
b) Da agricultura inglesa e da estrangeira.
c) Da indústria inglesa, mas não da estrangeira.
d) Da agricultura e da indústria estrangeiras.
e) Dos produtores de todos os países.

RESPOSTA “C”.
94
HISTÓRIA

A Inglaterra era, efetivamente, o único país industrializado e em condições


de desenvolver um comércio em nível mundial, adotando a discurso liberal, como
forma de ampliar os mercados para seus produtos.

131. (ANALISTA DE GEOPROSSESSAMENTO-MPE/SC-ACAFE-2009)


– “Há oitenta anos, a Rússia era forte por causa do dinamismo revolucionário do
comunismo, incluindo o poder de atração da sua ideologia. Há quarenta anos,
a Rússia Soviética era forte por causa do poderio do Exército Vermelho. Hoje, a
Rússia de Putin é forte por causa do gás e do petróleo.”
Timothy Garton Ash, historiador inglês, janeiro de 2007.

Do texto, depreende-se que a Rússia


a) Manteve inalterada sua posição de grande potência em todo o período
mencionado.
b) Recuperou, na atualidade, o seu papel de país líder da Europa.
c) Conheceu períodos de altos e baixos em função das conjunturas externas.
d) Passou de força política, a força militar e desta, a força econômica.
e) Conservou, sempre, a sua preeminência graças ao incomparável poderio
militar.

RESPOSTA “D”.

O elemento político, “o dinamismo revolucionário do comunismo”, um elemento


militar, “o poderio do exército vermelho”, e sua força econômica “por causa do gás
e do petróleo”.

132. (DOCENTE I-HISTÓRIA-PREF. DUAS BARRAS/RJ-FUNCAB-2008)


– Afirma-se sobre a Civilização muçulmana:
I. Os muçulmanos sempre consideraram Maomé como o criador do
Islamismo, cujo princípio básico, retirado do Judaísmo da época de Abraão,
diz que Jeová é o único Deus, e Maomé, seu profeta.
II. Durante o 1º califado, os princípios básicos da religião muçulmana foram
transcritos no livro sagrado Alcorão, ou Corão, que é o conjunto de narrativas e
mandamentos dos ensinamentos de Maomé.
III. Maomé, ao impor a sua religião aos árabes, contribuiu para a unificação
política da Península Arábica e, ao impor rituais, crenças e práticas cotidianas,
facilitou a criação de uma organização social única.
Deve-se concluir, a respeito dessas afirmações, que:
a) Todas são corretas.
b) Nenhuma é correta.

95
HISTÓRIA

c) Apenas I e II são corretas.


d) Apenas II e III são corretas.
e) Apenas I e III são corretas.

RESPOSTA “D”.

A civilização árabe ou islâmica surgiu no Oriente Médio, numa península


desértica situada entre a Ásia e a África. É área de aproximadamente um milhão de
quilômetros quadrados, com centenas de milhares recobertos por um enorme deserto,
pontilhados por alguns oásis e por uma cadeia montanhosa, a oeste. Somente uma
estreita faixa no litoral sul da península possui terras aproveitáveis para a agricultura.
Até o século VI, os árabes viviam em tribos, sem que houvesse um Estado
centralizado. No interior da península havia tribos nômades de beduínos, que viviam
basicamente do pastoreio e do comercio. Às vezes entravam em luta pela posse de
um oásis ou pela liderança de uma rota comercial. Também era comum o ataque
a caravanas que levavam artigos do Oriente para serem comercializados no Mar
mediterrâneo ou no Mar Vermelho.
Maomé, que iria causar enormes transformações em seu povo e no mundo,
nasceu por volta de 570, na poderosa tribo dos coraixitas. Tendo sido por muito tempo
guia de caravanas, Maomé percorreu o Egito, a Palestina e a Pérsia, conhecendo
novas religiões, como o judaísmo e o cristianismo. A grande transformação de sua
vida teve lugar quando, já bem estabelecido economicamente, divulgou que tivera
uma visão do anjo Gabriel - entidade da religião cristã - em que este lhe revelara a
existência de um deus único. A palavra deus, em árabe, se diz Alá.
Começou então a pregar o islamismo, ou seja, a submissão total a Alá, com a
conseqüente eliminação de todos os outros ídolos. Os crentes na nova religião eram
chamados muçulmanos ou maometanos. A revelação feita a Maomé e todas as suas
pregações estão reunidas no Corão, o livro sagrado dos muçulmanos e primeiro texto
escrito em árabe. Além da submissão total a Alá, o Corão registra as seguintes regras
fundamentais para os muçulmanos: orar cinco vezes por dia com o rosto voltado
para Meca; jejuar regularmente; dar esmolas; peregrinar ao menos uma vez na vida
para Meca. Com os ensinamentos de Maomé se instalaram também outras regras de
comportamento individual e social, como a proibição de consumir carne de porco, de
praticar jogos de azar e de reproduzir a figura humana, além da defesa da autoridade
do pai na família e da permissão da poligamia masculina.
Os habitantes de Meca, temerosos de perder o comércio as caravanas de fiéis que
se dirigiam à Caaba, passaram a perseguir Maomé, e a maioria da população árabe
da cidade não aderiu ao seu monoteísmo. Maomé foi obrigado, então, a fugir para
latribe, que passou a chamar-se Medina, nome que significa a “cidade do profeta”.
Essa fuga, que ocorreu em 622, é chamada de herégia e indica o início do calendário
muçulmano, tendo, para esse povo, o mesmo significado que o nascimento de Cristo
tem para os cristãos.

96
HISTÓRIA

Gradualmente, o número de crentes em Alá foi aumentando e, apoiado nessa


força, Maomé começou a pregar a Guerra Santa, ou seja, a expansão do islamismo,
através da força, a todos os povos “infiéis”. O grande estímulo era dado pela crença
de que os guerreiros de Alá seriam recompensados com o paraíso, caso merecem
em luta, ou com a partilha do saque das cidades conquistadas, caso sobrevivessem.
A Guerra Santa serviu para unificar as tribos árabes e tornou-se um dos principais
fatores e permitir a expansão posterior do islamismo.

133. (HISTÓRIA-MARINHA DO BRASIL-2011) – Sócrates, grande filósofo


grego, formou numerosos discípulos, que seguiram diferentes caminhos para
buscar o conhecimento real. A grande preocupação socrática era:
a) Interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado segundo uma
moral baseada em verdadeiros conceitos imutáveis.
b) Compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas,
pois só se pode dizer que se conhece alguma coisa quando se conhece sua causa
primeira.
c) O autoconhecimento que poderia ser obtido por meio da ironia e da
maiêutica, métodos que consistiam em fazer indagação, fingindo ignorância,
para despertar no interlocutor o conhecimento latente.
d) Fazer um estudo crítico da História, comparando a História Grega com
a dos povos orientais, a fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se
imaginava.
e) Mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos se tidos
humanos e que, por esses serem falhos, era relativo e limitado.

RESPOSTA “C”.

No âmbito intelectual, a filosofia foi amplamente desenvolvida, sendo


preconizada por Sócrates, Platão e Aristóteles também foram grandes filósofos da
Grécia Clássica. Os métodos adotados por Sócrates eram a ironia (destruição do
conhecimento) e a maiêutica (dar luz à; parir idéias). O século V a.C. (século de
Péricles) foi caracterizado por um grande desenvolvimento econômico e intelectual.

134. (MAGISTÉRIO SUPERIOR-UFFS-2009) – O sistema de Capitanias


Hereditárias:
a) Deixou sua marca na História do Brasil, pois estimulou o povoamento e
fez funcionar satisfatoriamente a produção e o comércio na colônia.
b) Gerou uma administração política centralizada nas mãos dos capitães
donatários e desvinculada do governo português.

97
HISTÓRIA

c) Foi regulamentado por dois documentos legais: a Carta de Doação, que


estipulava os direitos e deveres dos donatários, e a Carta Foral, que definia as
condições da posse de capitania.
d) Foi adotado devido à presença de estrangeiros no litoral, à péssima
situação econômica de Portugal e ao sucesso do sistema, já utilizado nas ilhas
do Atlântico.
e) Dava ao capitão donatário um poder limitado sobre sua capitania, uma
vez que o rei ficava com a terra quando ocorresse sua morte.

RESPOSTA “D”.

A implantação do sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil, na década de


1530, deve-se à ameaça estrangeira ao litoral brasileiro, à crise do comércio português
com o Oriente e ao sucesso desse sistema, já utilizado nas ilhas do Atlântico.

135. (OFICIAIS DO QUADRO COMPLEMENTAR-HISTÓRIA-EXÉRCITO


BRASILEIRO-2010) – Com a morte de Elizabeth I, da Inglaterra (1603), acaba a
dinastia Tudor, que desfrutava de uma situação de grande prosperidade, graças à
política mercantilista, e tem início a dinastia Stuart.
Sobre a dinastia Stuart é correto afirmar que:
a) Carlos I assume o poder logo após a morte de Elizabeth e torna-se o todo-
poderoso, rei de três países: Inglaterra, Escócia e Irlanda.
b) Jaime I foi chamado de “o imbecil mais sábio de toda a cristandade”,
por Henrique IV, rei da França, devido à falta de habilidade política, excesso de
vaidade, teimosia inarredável e grande erudição.
c) Oliver Cromwell exigiu que o Parlamento criasse o Primeiro Bill of
Rights, que dava ao cidadão garantia contra detenções arbitrárias e tributos
ilegais.
d) Jaime II lançou os Atos de Navegação, decretos que estabeleciam que
somente embarcações inglesas poderiam realizar o comércio com suas colônias
da América.
e) Carlos II fugiu para a França quando Guilherme de Orange invadiu a
Inglaterra, e iniciou-se a Puritana.

RESPOSTA “B”.

O entendimento da natureza socioeconômica da Dinastia Stuart (1603 a 1649 e


de 1660 a 1688). Essa dinastia representou o declínio do poder absoluto britânico
e sua substituição, inicialmente, pela República Puritana (1649 a 1660) e pelo
parlamentarismo de base burguesa, com a Revolução Gloriosa (1688 e 1689), que
impôs o “Bill of Rights”, ou seja, “o rei reina, mas não governa”.

98
HISTÓRIA

136. (LICENCIADO EM HISTÓRIA-SECULT/PA-UNAMA-2011) – A bordo


do navio Mayflower, em 1620, um grupo de puritanos chegou ao Cabo Cod, no
atual Estado do Massachusetts, no nordeste dos EUA, em busca de liberdade
religiosa. Os puritanos:
a) Eram indivíduos desgarrados, aventureiros que buscavam riquezas.
b) Eram pessoas que, embora indesejáveis na Inglaterra, pretendiam
enriquecer e para lá voltar.
c) Tinham o sonho de construir uma nova pátria, onde houvesse liberdade
de culto.
d) Eram indivíduos desgarrados, que por serem anglicanos tiveram que
abandonar seu país de origem.
e) Objetivavam unicamente ter uma nova pátria, que lhes desse muito
lucro, apesar de serem protestantes perseguidos.

RESPOSTA “C”.

O Puritanismo foi um movimento não organizado que envolvia cristãos zelosos,


metódicos, idealistas, realistas, cultos, íntegros, com experiência espiritual profunda,
práticos, formadores da verdadeira família cristã, cheios de ideais de renovação para
a Igreja que envolvesse enriquecimento das verdades de Deus e ardor na devoção
pessoal. Os puritanos são um exemplo de equilíbrio na vida cristã: piedade e
ortodoxia. Os puritanos, grupo calvinista inglês, ocuparam as colônias do norte dos
“Estados Unidos”, tinham como ideal a fixação à nova terra, onde as comunidades
gozariam de liberdade política e religiosa, e criariam uma “nova Inglaterra”.

137. (AGENTE DE ESCOLTA-SEJUS/ES-CESPE-2009) – “De pé ficaremos


todos. E com firmeza juramos. Quebrar tesouras e válvulas. E pôr fogo às fábricas
daninhas.”
(Canção dos quebradores de máquinas do séc. XIX, citada por Leo
Huberman.
História da riqueza do homem. 1979)

O movimento representado nessa canção denominou-se:


a) Liberalismo: defendia a idéia de que todas as nações deveriam implantar
a liberdade de comércio e a destruição das máquinas.
b) Anarquismo: a maior parte de seus seguidores aponta Deus, o Estado e
as máquinas como os maiores inimigos da liberdade humana.
c) Cartismo: originou-se de um documento chamado Carta do Povo, no
qual, entre outras coisas, estava a defesa do sufrágio universal masculino e
o voto secreto, além da destruição das máquinas, maiores concorrentes dos
trabalhadores da época.

99
HISTÓRIA

d) Socialismo: conjunto de doutrinas que defendia uma melhor distribuição


da riqueza produzida pelo trabalho nas fábricas.
e) Ludismo: seus seguidores acreditavam que os responsáveis por sua
miséria e desemprego eram as máquinas e passaram a destruí-las.

RESPOSTA “E”.

O ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1811


e 1812. Contrários aos avanços tecnológicos ocorridos na Revolução Industrial, os
ludistas protestavam contra a substituição da mão-de-obra humana por máquinas. O
nome do movimento deriva de um dos seus líderes, Ned Ludd.
Com a participação de operários das fábricas, os “quebradores de máquinas”,
como eram chamados os ludistas, fizeram protestos e revoltas radicais. Invadiram
diversas fábricas e quebraram máquinas e outros equipamentos que consideram
os responsáveis pelo desemprego e as péssimas condições de trabalho no período.
O movimento ludista perdeu força com a organização dos primeiros sindicatos na
Inglaterra, as chamadas trade unions.

138. (AGENTE OPERACIONAL-HRSM/DF-MOVENS-2009) – Com relação


ao Estado Novo (1937), nos seus aspectos fundamentais, é correto afirmar que:
a) Se caracterizou pela aliança entre Vargas, os EUA e as forças democráticas
da Alemanha.
b) Se marcou pela preocupação de Vargas em definir ideologicamente o
regime para obter o apoio dos EUA.
c) Se caracterizou pela não intervenção do Estado no campo econômico e
social, criando condições para o agravamento da luta de classes.
d) Se iguala ao fascismo pela grande mobilização popular e existência de
um grande partido de massas (PTB).
e) Se caracterizou pela centralização absoluta do poder nas mãos do
Executivo, representado por Vargas e seus auxiliares mais próximos, anulando
a autonomia federalista dos estados.

RESPOSTA “E”.

O Estado Novo, entre 1937 e 1945, foi um período da Era Vargas marcado pela
ampla concentração do poder na figura do Executivo, limitando o Legislativo e os
governos estaduais. Entre 1937 e 1942, o Estado Novo caracterizou-se como uma
ditadura com componentes fascistas. A partir de 1942, com a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial, combatendo o nazifascismo, inicia-se a redemocratização
do Estado Novo, culminando com as eleições gerais de 1945.

100
HISTÓRIA

139. (FISCAL SANITÁRIO-ENFERMEIRO-PREF. LAVRAS/MG-


FUNDEP-2009) – A folha de coca já era utilizada no império inca, nos rituais
religiosos e também para retirar a sensação de fome e de frio dos indígenas.
O tráfico internacional de drogas é, atualmente, um negócio multinacional e
milionário. Os grandes produtores de coca são os países sul americanos:
a) Colômbia, Bolívia, Peru, Equador e Brasil.
b) Colômbia, Peru, Equador, Venezuela e Chile.
c) Colômbia, Bolívia, Brasil, Venezuela e Argentina.
d) Colômbia, Peru, Brasil, Paraguai e Argentina.
e) Colômbia, Bolívia, Equador, Paraguai e Chile.

RESPOSTA “A”.

O cultivo da coca registrou aumento nos países andinos, apesar das políticas
oficiais de erradicação de plantações e incentivos a outras formas de agricultura
adotadas nos últimos anos. A informação consta no relatório anual da Organização
das Nações Unidas (ONU) sobre a produção e uso de drogas no mundo, divulgado
nesta quinta-feira.
Segundo o documento, houve crescimento de 16% na área plantada em 2007,
em relação ao ano anterior, nos três principais países produtores de coca: Colômbia,
Bolívia e Peru. O total chegou a 181,6 mil hectares, área superior a da cidade de
São Paulo. O maior aumento foi registrado na Colômbia, com expansão de 27%,
enquanto Bolívia e Peru tiveram crescimento de 5%.
Em 2007, a produção mundial de cocaína aumentou 10 toneladas, chegando ao
total de 994 toneladas. Só a Colômbia, diz a ONU, é responsável por 600 toneladas,
seguida pelo Peru, com 290 toneladas, e a Bolívia, 104 toneladas.
A principal rota de tráfico sai da Colômbia para os Estados Unidos, passando
pelo Caribe. Segundo o governo colombiano, 80% da produção é levada em lanchas
rápidas, capazes de transportar até uma tonelada e meia da droga. Recentemente,
lembra o relatório, até um submarino foi interceptado levando cocaína para
consumidores norte-americanos.
Outra rota que tem ganhado importância é a que usa países africanos como ponto
de apoio para chegar até a Europa, passando pelo Brasil. Os países sul-americanos,
que antes funcionavam mais como corredores de passagem, acabaram se tornando
mercados importantes. De acordo com a ONU, da produção de cocaína peruana, só
5% ficam no país, outros 40% seguem para Estados Unidos e Europa, e os restante
55% são vendidos para os vizinhos, principalmente Equador, Chile e Brasil. O
governo brasileiro apreendeu, em 2007, 18,2 toneladas de cocaína.

101
HISTÓRIA

O relatório salienta que, nos últimos anos, a maioria dos países sul-americanos
registrou aumento no consumo de cocaína, como efeito-colateral de ser rota do
tráfico de drogas. Um estudo feito anteriormente em seis países da região mostrou
que o consumo de cocaína chegava a 1,4% da população, 0,3% maior do que a média
mundial. O mais alto índice de dependência foi registrado na Argentina, com 2,7%
de viciados no total da população, bem como a menor faixa etária de consumidores,
com 25% com 16 anos ou menos.

140. (ANALISTA DE GESTÃO E ASSISTÊNCIA Á SAÚDE-FHEMIG-


FUNDEP-2011) – Afirma-se sobre o conflito entre israelenses e palestinos:
I. Após a fundação do Estado de Israel, em 1948, e a guerra que se seguiu
entre Israel e a Liga Árabe, o sentimento de ódio entre os dois povos irradiou-se
de forma descontrolada, pois, com a vitória de Israel, 75% da antiga Palestina
ficou sob seu domínio; além disso, o Estado Palestino não saiu do papel.
II. Em março de 2002, Ariel Sharon e Iasser Arafat, ganhadores do Prêmio
Nobel da Paz em 1979, se reuniram em Jericó, na Cisjordânia, para concluir
um acordo que coloque fim à Intifada iniciada em 2000.
III. A atual Intifada iniciou-se em 2000, após a visita de Ariel Sharon,
líder do Partido Conservador, à cidade velha de Jerusalém; a população
árabe-palestina recebeu a visita como uma provocação, já que nessa região de
Jerusalém encontram-se lugares sagrados para os muçulmanos.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II apenas.
c) II e III apenas.
d) I e III apenas.
e) II apenas.

RESPOSTA “D”.

A radicalização do conflito Israel palestino iniciou-se com a Segunda Intifada


(Revolta Palestina contra a ocupação israelense), após a visita provocativa do
primeiro-ministro israelense Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.
O Prêmio Nobel da Paz foi concedido a Iasser Arafat (lado palestino) e a Isaac Rabim
e Shimom Peres (lado israelense).

141. (ENGENHEIRO CLÍNICO E DE MANUTENÇÃO-HRSM/DF-


MOVENS-2010) – A ascensão de Otávio Augusto ao poder inaugurou uma nova
fase para o mundo romano, durante a qual teve início a chamada Paz Romana,
também conhecida como Pax Augusta.

102
HISTÓRIA

A respeito dessa fase é correto afirmar:


a) Caracterizou-se por uma política externa que visava a consolidar as
fronteiras mediterrâneas, reduzindo o ímpeto da expansão romana.
b) Refere-se ao processo de expansão militar romana pela região do
Mediterrâneo, durante a Monarquia.
c) Foi marcada pela política de apaziguamento entre patrícios e plebeus,
durante os primeiros tempos da República.
d) Refere-se à oficialização do cristianismo como religião do império, pondo
fim às perseguições às comunidades cristãs.
e) Levou à incorporação do império chinês e da península Arábica aos
domínios romanos, no final do período republicano.

RESPOSTA “A”.

Entretanto, o examinador confundiu Pax Romana com Pax Augusta: a primeira,


iniciada por Augusto, continuou até ao século III e se caracterizou pela segurança
existente dentro do Império; já a segunda refere-se à suspensão das guerras externas
e deixou de vigorar no governo dos sucessores de Augusto. O governo de Otávio
Augusto (27 a.C. a 14 d.C.) caracterizou- se pela interrupção temporária da expansão
militar de Roma, depois que duas legiões romanas foram destruídas na Germânia (9
d.C.).

142. (ECONOMIA DA SAÚDE-FHEMIG-FUNDEP-2009) – A partir do ano


mil, ocorreu um intenso desenvolvimento urbano na Europa Ocidental. A esse
respeito é correto afirmar que as cidades:
a) Estabeleceram-se num contexto de diminuição das áreas cultivadas e de
queda acentuada do volume de mão de obra.
b) Estabeleceram-se numa conjuntura de retração econômica decorrente,
entre outros fatores, da estagnação das técnicas agrícolas.
c) Desenvolveram-se durante o processo de desagregação do sistema feudal,
estabelecendo uma total ruptura com o cenário rural circundante.
d) Estabeleceram-se a partir dos modelos helenísticos, reeditando as
instituições políticas características da democracia ateniense.
e) Eram, sobretudo, centros econômicos onde se desenvolveram a
especialização de funções e a divisão social do trabalho.

RESPOSTA “E”.

103
HISTÓRIA

A atividade conjunta de mestres e artesãos nas oficinas da Baixa Idade Média


continuou ainda a existir por alguns séculos. O Renascimento Urbano da Baixa
Idade Média está ligado ao desenvolvimento das atividades comerciais e implicou,
necessariamente, uma especialização de funções dentro do complexo urbano.
Todavia, é um tanto prematuro falar em “divisão social do trabalho”, já que a
separação entre capital (proprietários) e trabalho (artesãos) começa a se manifestar
no século XIII, com o aparecimento das manufaturas.

143. (ATENDENTE ADMINISTRATIVO-PREF. PUXINANÃ/PB-


ADIVISE-2009) – A respeito da Reforma Protestante é correto afirmar:
a) O anglicanismo estabelecia o monarca inglês como chefe supremo da
Igreja da Inglaterra.
b) O luteranismo significou o surgimento de uma religião popular contrária
aos privilégios da nobreza da Alemanha.
c) O calvinismo difundiu-se rapidamente na Itália e na Península Ibérica
devido aos seus valores aristocráticos.
d) O anglicanismo representou a separação entre o poder religioso e o
Estado na Inglaterra no século XVI.
e) O calvinismo do século XVI sustentava a idéia de que a salvação realizava-
se pela fé e pelas obras humanas.

RESPOSTA “A’.

O Ato de Supremacia determinava como autoridade maior da Igreja e detentor


da última palavra em assuntos religiosos, o rei da Inglaterra - no caso, Henrique VIII
- possibilitando assim a criação da Igreja Anglicana e sua submissão aos interesses
do Estado.

144. (FGV-2008) – A perseguição e repressão aos cristãos, por imperadores


romanos, estendeu-se até o século IV, quando ocorreu uma alteração decisiva nas
relações entre o cristianismo e o poder imperial romano. A esse respeito é correto
afirmar:
a) O cristianismo passou de religião perseguida a religião oficial do império
romano, e o poder imperial aproveitou o prestígio crescente da religião surgida
na Palestina para ampliar sua sustentação política.
b) A oficialização do cristianismo representou um alívio para as finanças do
Estado romano, que se desobrigou de financiar os templos e os sacerdotes dos
inúmeros cultos pagãos do império.
c) A oficialização do cristianismo promoveu a abolição da escravatura
em todo o império, razão pela qual tornou-se a religião mais popular da
Antiguidade.

104
HISTÓRIA

d) A tolerância ao culto cristão só foi concedida devido ao reconhecimento,


por parte das autoridades da Igreja, da sacralidade da função do imperador,
considerado divino entre os homens.
e) Apesar das iniciativas de Constantino e Teodósio, a Igreja cristã só foi
oficializada na parte Oriental do Império que, com isso, reuniu forças suficientes
para resistir às invasões do século V.

RESPOSTA “A”.

Com o objetivo de granjear o apoio dessa crescente parcela da população, bem


como da hierarquia eclesiática, à periclitante autoridade imperial, Constantino e
Teodósio, pelos Editos de Milão (313) e de Tessalônica (391), respectivamente,
concederam liberdade religiosa ao cristianismo e oficializaram a religião cristã. O
Império Romano já estava em plena decadência (Baixo Império); paralelamente, o
cristianismo continuava a expandir-se.

145. (EPIDEMIOLOGISTA-FHEMIG-FUNDEP-2009) – “Inspiramos-


te, assim como inspiramos Noé e os profetas que o sucederam; assim, também
inspiramos Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jonas, Aarão,
Salomão, e concedemos os Salmos a Davi. E enviamos alguns mensageiros,
que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Allah falou a Moisés
diretamente... Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais
de Allah senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um
mensageiro de Allah e o seu Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito dá?.”
Alcorão, 4:163-164 e 171. O significado dos versículos do Alcorão Sagrado
com comentários, p. 137-138.

A respeito do Islão é correto afirmar:


a) A religião muçulmana, apesar das influências do judaísmo e do
cristianismo, significou uma ruptura com a tradição monoteísta ao estabelecer
Alá como divindade superior a um conjunto de gênios e divindades secundárias.
b) A religião muçulmana surgiu no século VII, a partir das pregações de
Maomé realizadas na Palestina, entre as tribos judaicas que haviam renegado
o Livro Sagrado.
c) A pregação de Maomé, registrada no Alcorão, ajudou a reverter a
tendência à fragmentação política e cultural dos povos árabes, fornecendo as
bases religiosas para a expansão islâmica, a partir do século VII.
d) A pregação de Maomé foi registrada no Alcorão, primeiro livro sagrado
escrito em hebraico e traduzido para o árabe, grego e latim, o que facilitou sua
divulgação na Península Arábica, Palestina, Mesopotâmia e Ásia Menor.

105
HISTÓRIA

e) A transferência da capital do império islâmico para Damasco, durante


a dinastia Omíada, e para Bagdá, com a dinastia Abássida, provocou uma
revalorização da cultura tribal árabe e a retomada dos valores panteístas dos
primeiros califas.

RESPOSTA “C”.

Na Arábia Pré-Islâmica não existia “uma tendência à fragmentação”, mas uma


fragmentação política consistente, visto que antes de Maomé jamais as tribos haviam
sido unificadas politicamente. Além disso, é discutível falar em “fragmentação
cultural”, pois a cultura árabe apresentava uma certa homogeneidade, até mesmo no
plano religioso (apesar da diversidade dos deuses tribais, Meca, a Caaba e a Pedra
Negra constituíam unanimidades religiosas). O islamismo, fundado por Maomé, foi
fundamental para a unificação religiosa e política das tribos árabes. Estas, após a
morte de Maomé (632), puderam então iniciar a expansão árabe que, sob a direção
dos calífas, criaria um império que se estendeu da Península Ibérica ao Afeganistão.

146. (FISCAL DE INDUSTRIA E COMÉRCIO-PREF. LAVRAS/MG-


FUNDEP-2010) – “O século XVII é decisivo na história da Inglaterra.... Toda a
Europa enfrentava uma crise em meados do século XVII e ela se expressava por
meio de uma série de conflitos, revoltas e guerras civis.”
Hill, Christopher, O eleito de Deus. Oliver Cromwel e a Revolução Inglesa,
p. 13.

A esse respeito é correto afirmar:


a) Durante o século XVII, a Inglaterra foi a única região que passou ao
largo das turbulências político sociais que sacudiram as monarquias européia.
b) A “Declaração de Direitos” (Bill of Rights), elaborada em 1689,
estabeleceu a monarquia absolutista na Inglaterra, condição fundamental para
o poderio britânico que se verificaria nos séculos XVIII e XIX.
c) A chamada Revolução Gloriosa de 1688 consolidou a emergência dos
grupos radicais, denominados niveladores e cavadores, em detrimento do poder
da aristocracia senhorial inglesa.
d) O resultado final da Revolução Inglesa foi a adoção de um pacto político
e religioso entre a burguesia e a nobreza proprietária de terras, que garantiu o
reconhecimento da supremacia papal sobre os assuntos religiosos da monarquia.
e) Após a chamada Revolução Puritana, que resultou na execução do
rei Carlos I, e da Revolução Gloriosa, que levou à deposição de Jaime II, a
monarquia teve seu poder limitado, tendo que cumprir as leis votadas pelo
Parlamento.

RESPOSTA “E”.

106
HISTÓRIA

A Revolução Puritana, 1642-60; Revolução Gloriosa, 1688-89 representaram a


reação do povo inglês (burguesia e setores populares) contra as tentativas absolutistas
dos reis pertencentes à Dinastia Stuart. Durante esse processo, as tendências populares
surgidas durante a Revolução Puritana foram reprimidas, dando lugar ao predomínio
dos interesses burgueses. Estes últimos consubstanciaram-se no “Bill of Rights” que
se seguiu à Revolução Gloriosa e que impôs a supremacia do Parlamento sobre o rei
(base do sistema parlamentarista que vem vigorando até nossos dias).

147. (FISCAL DO MEIO AMBIENTE-FAEMA-PREF.BLUMENAL/SC-


FURB-2011) – Em 12 de abril de 2002, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
foi deposto por um golpe civil e militar. Alguns dias depois, uma reviravolta política
permitiu que Chávez fosse reempossado em suas funções. Apesar das negativas
oficiais de que o governo norte americano tivesse participação no levante, o jornal
The New York Times estampou: “Representantes do governo Bush se encontraram
várias vezes nos últimos meses com os líderes da coalizão que derrubou Hugo
Chávez e concordaram com eles que Chávez deveria ser removido do poder”.
A respeito da história da América Latina e da participação norte americana,
é correto afirmar:
a) O envolvimento no episódio revela uma mudança da política norte-
americana que, desde o século XIX, adotou uma posição de isolamento em
relação aos países da América Latina.
b) O envolvimento no episódio revela uma mudança da política
norte-americana que nunca apoiou ou estimulou golpes contra regimes
democraticamente estabelecidos na América Latina.
c) O golpe contra Chávez marca uma alteração na América Latina que,
desde o final das ditaduras militares, na década de 1980, não presenciava o
afastamento de presidentes eleitos.
d) O golpe contra Chávez revela a instabilidade política da América Latina,
e a ação do atual governo Bush retoma práticas já utilizadas, no passado, de
desestabilização política ou apoio a ditaduras militares.
e) O envolvimento no episódio revela uma mudança da política norte-
americana de isolamento do regime de Cuba, liderado por Fidel Castro e
principal adversário de Chávez na região do Caribe.

RESPOSTA “D”.

Recentemente o golpe contra o Hugo Chaves revelou a retomada de práticas


intervencionistas do governo norte-americano. Durante as décadas de 60 e 70
ocorreram diversos golpes militares, apoiados diretamente pelos EUA, caracterizando
sua política intervencionista na América Latina. Desde a década de 80, essa política
de intervenção direta não havia sido executada. A instabilidade na América Latina
diminuiu, porém se manifestou com o afastamento de Fernando Collor no Brasil,
Carlos Andrés Peres na Venezuela e Alberto Fugimori no Peru.

107
HISTÓRIA

148. (AGENTE DE ESCOLTA-SEJU/ES-CESPE-2009) – Leia com atenção


as proposições abaixo:
I. “A história de qualquer sociedade até aos nossos dias foi apenas a história
da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo,
mestre e companheiro, numa palavra opressores e oprimidos em oposição
constante, desenvolveram uma guerra que acabava sempre ou por uma
transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas
classes em luta.”
II. “Se me pedissem para responder à pergunta: O que é a escravidão? E eu
respondesse numa só palavra: Assassinato!? Todos entenderiam imediatamente
o significado da minha resposta. Não seria necessário utilizar nenhum outro
argumento para demonstrar que o poder de roubar um homem de suas idéias,
de sua vontade e sua personalidade é um poder de vida ou morte e que escravizar
um homem é o mesmo que matá-lo. Por que, então, não posso responder da
mesma forma a essa outra pergunta: O que é a propriedade? Com uma palavra
só: Roubo.”
Assinale a alternativa correta:
a) A primeira proposição reproduz um trecho de uma das mais importantes
obras do filósofo alemão Karl Marx, que serviu de base para a ideologia liberal
desenvolvida no século XIX.
b) A segunda proposição refere-se ao manifesto cristão proposto por bispos
da Igreja, indignados com a miséria que assolava as classes trabalhadoras
européias no século XIX.
c) A “luta de classes” é um dos principais aspectos da doutrina marxista e a
definição da “propriedade como um roubo” tornou-se um dos principais lemas
do anarquismo desde o século XIX.
d) A segunda proposição é de Joseph Proudhon, teórico liberal francês,
indignado com a escravidão ainda praticada em determinados continentes no
século XIX.
e) A segunda proposição refere-se à região da Palestina na perspectiva
sionista, desenvolvida na Europa ao final do século XIX.

RESPOSTA “C”.

Os dois textos estão diretamente relacionados ao operariado, sendo o primeiro


do socialismo científico e o segundo do socialismo utópico, embora, como afirma a
alternativa, a frase de Proudhon, foi utilizada pelos anarquistas.

108
HISTÓRIA

149. (PUCCAMP-2010) – “Hitler considerava que a propaganda sempre


deveria ser popular, dirigida às massas, desenvolvida de modo a levar em conta um
nível de compreensão dos mais baixos. â??As grandes massas? Dizia ele, têm uma
capacidade de recepção muito limitada, uma inteligência modesta, uma memória
fraca. Por isso mesmo, a propaganda deveria restringir-se a pouquíssimos pontos,
repetidos incessantemente...Tudo interessa no jogo da propaganda: mentiras,
calúnias; para mentir, que seja grande a mentira, pois assim sendo, nem passará
pela cabeça das pessoas ser possível arquitetar uma tão profunda falsificação da
verdade”.
Lenharo, Alcir, Nazismo, “o triunfo da vontade”. 6ª ed., São Paulo, Ática,
1998, p. 47-48.

A respeito do nazismo é correto afirmar:


a) Não pode ser definido como um regime totalitário, uma vez que a
aceitação de sua doutrina foi conseguida pelo convencimento das massas
populares, através de uma intensa propaganda.
b) Utilizou-se da propaganda para construir uma imagem grandiosa da
Alemanha, para louvar seu líder Adolph Hitler e para estimular a perseguição
a grupos considerados perigosos, traidores e inferiores à raça ariana.
c) Os grandes espetáculos eram espontaneamente organizados pelas massas
e contavam com uma diversidade de símbolos e bandeiras representando a
pluralidade étnica característica da Alemanha.
d) A celebração procurava interferir na educação da juventude alemã, uma
vez que as escolas conseguiram manter-se a salvo das influências nazistas.
e) Apesar da intensa propaganda, o número de parlamentares eleitos pelo
partido nazista manteve-se estável na década de 1930, formando uma ruidosa
minoria que só chegaria ao poder pelo golpe de Estado de 1933.

RESPOSTA “B”.

A transição do século XIX ao XX viu surgir o fenômeno da vulgarização da


educação básica (mantida em níveis mínimos a vida urbana e industrial) na Europa
Ocidental. Outro elemento foi a massificação da informação visual e escrita, além da
sociedade de consumo. Nesse contrato, a dita “massa popular” não poderia ser mais
entendida em termos individualizados, o que explica o maciço uso da propaganda
como instrumento de fixação de valores interessantes ao Estado e a “Grupos de
Pressão” (os atuais Lobbies). Cabe salientar que esse uso mostrado de maneira um
pouco maquiavélica não foi exclusivo do nazi-fascismo, mas, de todas as forças
políticas rivais ou aliadas dos anos 30 a 40 e durante a Guerra Fria (1947 a 1989).

109
HISTÓRIA

150. (ANALISTA DE GEOPROCESSAMENTO-MPE/SC-ACAFE-2010)


– “Desdobramento da expansão comercial e marítima dos tempos modernos, a
colonização significava a produção de mercadorias para a Europa, naquelas áreas
descobertas em que as atividades econômicas dos povos primitivos não ofereciam
a possibilidade de se engajarem em relações mercantis vantajosas aos caminhos
do desenvolvimento capitalista europeu.
Assim, passava-se da simples comercialização de produtos já encontrados em
produção organizada, para a produção de mercadorias para o comércio”
(Fernando Novais - Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial,
p.73)

Neste texto, o autor descreve:


a) A integração de áreas do território americano ao mercado europeu, a
partir do século XVI.
b) As relações econômicas entre a Europa Ocidental e a Europa do Leste, no
século XVI, quando prevaleceu o capitalismo comercial.
c) As diferenças entre a colonização da América e a da África.
d) A organização, na Ásia, do Antigo Sistema Colonial.
e) A incorporação dos povos indígenas ao capitalismo europeu.

RESPOSTA “A”.

A colonização da América foi um “desdobramento da expansão comercial


e marítima dos tempos modernos”, isto é, através da colonização, o continente
americano integrou- se ao comércio europeu.

151. (CONTABILIDADE-IPSERV-PREF. UBERABA/MG-FUNDEP-2009)


– Com a chamada Partilha de Verdun, de 843, o império de Carlos Magno foi
dividido entre seus três netos: Lotário, Carlos e Luís. A esse respeito podemos
afirmar:
a) Nesse acordo preservava-se a unidade político-institucional, uma das
características do sistema feudal em processo de estruturação.
b) A partilha marca o início do processo de síntese romano-germânico, que
redundaria no aparecimento de diversos pequenos reinos durante a Alta Idade
Média.
c) O resultado é o esboço da futura divisão européia, uma vez que os domínios
de Carlos e Luís darão origem aos reinos francês e germânico respectivamente.
d) Nesse momento consagra-se a divisão da cristandade, em razão da
aproximação de Lotário e Carlos com o papado e de Luís com o patriarcado de
Constantinopla.
e) O Tratado de Verdun marcou o fim dos conflitos entre os poderes seculares
e eclesiásticos, verificado desde o início da Idade Média.

RESPOSTA “C”.
110
HISTÓRIA

Consequentemente, os Reinos Francês e Germânico subsistiram como Estados


europeus até os dias de hoje. O Tratado de Verdun dividiu o Império Carolíngio
entre os três netos de Carlos Magno. Luís, o piedoso, filho de Carlos Magno, não
conseguiu preservar a centralização política. A principal contradição no reinado
de Luís envolveu o costume bárbaro de dividir o reino e a pretensão da Igreja em
mantê-lo unido. Quebrando a tradição o rei deixou o reino para o filho mais velho e,
ao preterir os outros dois herdeiros, estabeleceu as condições para a disputa, marcada
por rebeliões e guerras até 843, quando foi firmado o Tratado de Verdun, que dividiu
o Império Franco entre os três herdeiros de Luís. Entretanto, a porção atribuída a
Lotário acabou incorporada aos outros reinos após sua morte.

152. (ATENDENTE ADMINISTRATIVO-PREF. PUXINANÃ/PB-


ADIVISE/2009) –
“Durante muito tempo, pensou-se que a Festa dos Loucos, celebrada na
altura da festa dos Santos-Inocentes (28 de Dezembro) e da Circuncisão (1º de
janeiro), não era mais do que uma sobrevivência das festas pagãs do solstício de
Inverno e das calendas de janeiro (...) Na realidade, a Festa dos Loucos aparece
apenas no século XII e num contexto urbano completamente novo (...) Quaisquer
que sejam as tradições antigas que presidiram ao seu nascimento, o Carnaval é,
como a Festa dos Loucos, uma inovação da cidade medieval.”
(Schmitt. Jean-Claude. História Das Superstições.Trad.
Mira-Sintra-Mem Martins, Europa-América, 1997. P. 158)

A respeito da cultura urbana medieval podemos afirmar:


a) Manifestou-se também nas festas que foram integradas ao calendário
anual, orientado pelas perspectivas do tempo clerical.
b) Desenvolveu-se paralelamente à cultura religiosa oficial e manteve-se
completamente independente dos poderes clericais e seculares.
c) Realizou uma profunda mudança de comportamento e mentalidade, ao
eliminar a Quaresma e ao instituir festas marcadas por divertimentos e excessos.
d) Floresceu durante a Alta Idade Média e declinou a partir do ano mil,
quando se verificou uma aguda retração dos núcleos urbanos.
e) Foi duramente reprimida pelos poderes senhoriais e eclesiásticos que se
mostraram capazes de banir as manifestações culturais de origem pagã.

RESPOSTA “A”.

O poder e influência da Igreja Católica medieval se fez de diversas maneiras,


inclusive incorporando algumas festas pagãs aos seus rituais e permitindo que,
adaptadas continuassem a ser celebradas pela população camponesa.

111
HISTÓRIA

153. (DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS-CIÊNCIAS DA


COMPUTAÇÃO-FHEMIG-FUNDEP-2010) – A respeito do salazarismo,
estabelecido em Portugal entre 1933 e 1974, é correto afirmar:
a) Foi inspirado no modelo soviético e apresentava-se como um regime
socialista, nacionalista e autoritário.
b) Preservou a monarquia portuguesa, mas estabeleceu um governo
autoritário sob o comando de Antônio de Oliveira Salazar.
c) Tratava-se de um regime parlamentarista estabelecido por Antônio de
Oliveira Salazar após a Revolução dos Cravos.
d) Tratava-se de um regime autoritário que impedia a livre organização
partidária e era orientado por uma doutrina nacionalista.
e) Instaurou a República, manteve o catolicismo como religião oficial e
adotou uma política de aproximação com os setores oposicionistas.

RESPOSTA “D”.

Em 1932, em Portugal, aconteceu o período da ditadura. Instaurada pelo


primeiro ministro António de Oliveira Salazar, que se elegeu deputado pelo partido
Centro Católico. Em 1926, um golpe de Estado derrubou o governo republicano e
instaurou uma ditadura militar. Salazar ocupou o cargo de ministro das Finanças por
apenas 13 dias.
Em 1928 voltou a ser chamado pelo governo, foi incapaz de resolver a crise
financeira do país. Como ministro da Fazenda, rapidamente controlou não apenas as
finanças, mas toda a política.
Em 1932 tornou-se primeiro-ministro e instaurou uma ditadura inspirada no
fascismo, conhecida como salazarismo. No mesmo ano transformou a governista
União Nacional no único partido de Portugal. Proibiu greves, estabeleceu a censura,
reprimiu a oposição e organizou uma polícia política.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve-se neutro, apesar de sua
afinidade ideológica com o Eixo. Em 1958 o governo aboliu o direito ao voto. Logo
depois, a recusa de Salazar em conceder independência às colônias africanas deu
início a guerras de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Em 1968 Salazar sofreu um derrame cerebral e foi afastado do poder. Morreu
dois anos depois em Lisboa. O fim do salazarismo só aconteceu com a Revolução
dos Cravos, em 25 de abril de 1974.

154. (CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS-FHEMIG-FUNDEP-2011) –


“Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera
ao céu tão altas cúpulas, nem elevara ao nível da alta literatura tantas línguas
nacionais encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade

112
HISTÓRIA

tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. Pois o Renascimento foi,
especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio
sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a
fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um
motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo”.
DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.

A respeito do Renascimento é correto afirmar:


a) O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma
visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da cultura medieval.
b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento
limitaram-se a questões estéticas, completamente divorciadas das
transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período.
c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos
e mártires compunham os principais temas da arte renascentista, evidenciando
uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado.
d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das
atividades mercantis e ao desenvolvimento da imprensa, que possibilitou a
difusão em maior escala das obras literárias.
e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial européia e
motivou uma atitude nostálgica com relação aos paraísos tropicais que passaram
a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais.

RESPOSTA “D”.

O Renascimento Cultural tem sua origem na Itália e se difundiu para vários


lugares da Europa graças à impressão de obras literárias e ao desenvolvimento das
atividades comerciais, criando as condições necessárias para o seu florescimento.

155. Em 21 janeiro de 1793, Luís XVI foi guilhotinado em Paris. Chegava ao


fim a monarquia francesa e iniciava-se um novo período na história da França.
Em meio a um contexto de fortes turbulências, rebentaram revoltas internas e
guerras externas. Sobre esse contexto, pode-se afirmar que:
a) Em junho do mesmo ano, os jacobinos, comandados por Robespierre,
assumiram o poder na França, inaugurando o período da Convenção jacobina,
considerado o mais popular e radical de toda a Revolução.
b) Foi marcado pela guerra civil, em que partidários do rei e da república
se enfrentaram, com a vitória dos primeiros, que impuseram uma ditadura ao
país, sob o comando de Marat e dos girondinos.

113
HISTÓRIA

c) A morte do rei desencadeou a revolta de toda a nobreza européia e da


Igreja Católica, levando à formação de um exército multinacional - a Primeira
Coligação - contra a França. Em menos de um ano, o exército francês, debilitado
pelas baixas, rendeu-se e a monarquia foi restaurada.
d) Em meio aos combates externos, destacou-se a figura do general Napoleão
Bonaparte que, amparado pelos girondinos, venceu os opositores externos e
internos e tornou-se Imperador dos franceses, em 1795, colocando um ponto
final no processo revolucionário francês.
e) A guerra civil e a guerra externa geraram uma crise sem precedentes:
lavouras arruinadas, inflação, desabastecimento. A crise só foi superada com a
Restauração da monarquia em 1795 e com a subordinação definitiva da França
às demais potências européias.

RESPOSTA “A”.

O período entre junho de 1793 e julho de 1794 foi caracterizado pelo governo dos
jacobinos, facção liderada por Robespierre, que implementou uma política voltada
para os interesses das camadas populares e caracterizada pela intensa repressão,
conhecida como “período do terror”.

156. “Hoje sabemos que Stalin foi a principal vítima dessa falta de realismo,
recusando-se obstinada e sistematicamente a aceitar a acumulação de provas
detalhadas e absolutamente confiáveis do plano de Hitler de atacar a União
Soviética, mesmo depois que os alemães já haviam cruzado suas fronteiras.”

(Hobsbawm, Eric. Tempos Interessantes.


São Paulo: Cia das Letras, 2002. p. 186)
A “falta de realismo” de Stalin, a que se refere Hobsbawm, estava ancorada:
a) Na crença de que os governos dos EUA e da Inglaterra não haviam
atacado a URSS porque esta se colocara ao lado dos nazistas no conflito.
b) Na crença que Stalin tinha na identificação entre as ideologias socialista
e nacional-socialista.
c) Na certeza de que Hitler não arriscaria uma invasão à URSS devido à
superioridade bélica evidente do Exército Vermelho.
d) Na suposição de que o objetivo de Hitler era destruir as potências
capitalistas para depois, com a URSS, construir uma Europa socialista.
e) Na existência de um pacto de não-agressão entre a Alemanha e a URSS,
assinado em 1939.

RESPOSTA “E”.

114
HISTÓRIA

A única que pode ser relacionada ao texto, uma vez que o pacto estabelecido
entre os dois governos estabelecia uma política de não agressão.

157. “Que obra prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Como é infinito
em faculdades! Em forma e movimentos, como é expressivo e maravilhoso! Nas
ações, como se parece com um anjo!
Na inteligência, como se parece com um deus! A maravilha do mundo! O
padrão de todos os seres criados!”.
(Hamlet,William Shakespeare, trad., São Paulo: Martin Claret, 2002,
p.47.)

Nesse trecho do Hamlet de William Shakespeare podemos identificar


algumas características:
a) Do Catolicismo, com a afirmação da arte como um ofício religioso.
b) Do Protestantismo, com a perspectiva da infalibilidade dos escritos
bíblicos.
c) Do Renascimento, com a valorização do homem como o centro ou a
medida do Universo.
d) Do Hedonismo, com a identificação da beleza como uma manifestação
do espírito divino.
e) Do Teocentrismo, com a negação da influência do classicismo Greco
romano.

RESPOSTA “C”.

A modernidade retoma os valores greco-romanos como o antropocentrismo, o


racionalismo e o individualismo. O Renascimento Cultural é uma das características
da modernização da Europa, que se sobrepõe a cultura medieval, marcada pelo
dogmatismo, pelo misticismo e pelo teocentrismo.

158. Sobre o processo de unificação da Itália e seus desdobramentos, é correto


afirmar que:
a) O processo de unificação levou ao agravamento das tensões no campo,
principalmente na parte sul da península, o que provocou uma intensa onda
migratória de camponeses miseráveis para outras partes da Europa e para a
América.
b) A partir das divisões estabelecidas pelo Congresso de Viena, no início do
século XIX, as lutas pela unificação foram refreadas pela presença de tropas
alemãs nos territórios da península.

115
HISTÓRIA

c) Nas lutas pela unificação, destacaram-se as lideranças do conde Cavour,


pelos republicanos, e de Giuseppe Garibaldi, pelos monarquistas, este último
conhecido dos brasileiros por sua participação na Guerra dos Farrapos.
d) Apesar de a unificação ter-se dado em 1871, questões com a Igreja
Católica e com a Áustria se mantiveram até o século XX. No caso da Igreja, a
questão só foi solucionada após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota do
fascismo.
e) Norte e sul da península tinham propostas diferentes para a construção
do novo país. Sob o comando de Garibaldi, os italianos do norte conseguiram
impor o modelo republicano ao novo país.

RESPOSTA “A”.

A mecanização da lavoura marginalizou parcela significativa dos camponeses


sulistas e agravou sua situação, impulsionando um grande movimento migratório. A
unificação da Itália foi comandada pela elite nortista, vinculada ao desenvolvimento
industrial capitalista.

159. “Caros camaradas, soldados, marinheiros e trabalhadores, tenho o prazer


de congratulá-los pela vitória da revolução russa, saudá-los como a vanguarda
do exército proletário internacional (...). A guerra do banditismo imperialista é o
começo da guerra civil na Europa. (...). Na Alemanha, tudo já está fermentando!
Não hoje, mas amanhã, qualquer dia, pode ocorrer o colapso geral do capitalismo
europeu. A revolução russa que vocês realizaram deu o golpe inicial e inaugurou
uma nova era. (...). Viva a Revolução Social Internacional!”.
(Discurso de Lenin em 16 de abril de 1917, citado em Wilson, E., Rumo à
estação Finlândia. São Paulo: Cia. Das Letras, 1986. pg. 441).

Assinale a alternativa que melhor apresenta a temática central do discurso


de Lenin:
a) O apelo à manutenção da ordem interna em meio ao processo
revolucionário bolchevique.
b) A defesa da união de russos e alemães contra os imperialistas, na Primeira
Guerra Mundial.
c) A defesa da permanência russa na Primeira Guerra Mundial como fator
necessário à desestabilização do capitalismo internacional.
d) O triunfo da revolução menchevique na Rússia como o primeiro passo
para a revolução socialista mundial.
e) A comemoração por conta da derrocada do sistema capitalista
internacional, com o fim da Primeira Guerra Mundial.

RESPOSTA “B”.
116
HISTÓRIA

Levam-nos a alternativa B como única possível a possível aliança com o


proletariado alemão e a expressão final sobre a “revolução internacional”, no
discurso de Lênin.

160. O sucesso da imigração na década de 1880, como fórmula para substituir


os escravos nas fazendas de café, foi resultado:
a) Da Lei de Terras, que tornava acessível a terra aos estrangeiros pobres.
b) Do financiamento da entrada de contingentes de imigrantes pelo governo.
c) Da industrialização do país, que abria novas perspectivas de empregos.
d) Das colônias de parceria, introduzidas pelo senador Vergueiro em 1882.
e) Da crise econômica nos EUA, que estimulou a emigração para o Brasil.

RESPOSTA “B”.

A vinda de imigrantes europeus foi garantida por subsídios do governo aos


fazendeiros, que passaram a utilizar o trabalho dos colonos, principalmente no
interior de São Paulo. Desde o fim do tráfico negreiro a preocupação com a mão de
obra foi maior, numa época de expansão da lavoura cafeeira.

161. “Gostaria muito de ver no testamento de Adão a passagem em que


ele divide o Novo Mundo entre meus irmãos, o Imperador Carlos V e o rei de
Portugal.”
Esta frase, proferida pelo rei francês Francisco I em 1540, reflete:
a) O descontentamento da França com relação aos acordos firmados entre
Portugal e Inglaterra acerca do tráfico de escravos africanos.
b) A ironia do governo francês com respeito às investidas das potências
européias, por ocasião da chamada partilha da África.
c) O questionamento do apoio dado pelo poder pontifício aos acordos
celebrados entre as Coroas ibéricas.
d) O inconformismo com o monopólio comercial estabelecido pelos
portugueses com relação ao comércio de especiarias orientais.
e) A aceitação da hegemonia portuguesa com respeito às chamadas viagens
ultramarinas.

RESPOSTA “C”.

A França questionava os direitos de Portugal e Espanha sobre as terras da


América, criticando o Tratado de Tordesilhas (1494) e de Saragoça (1529) que
dividiram o mundo (América e Índias, respectivamente) entre os reis de Portugal e
de Espanha.

117
HISTÓRIA

162. Após a conquista da Península ltálica, Roma ampliou seus domínios


em torno do Mediterrâneo, que passou a ser designado como mare nostrum, um
verdadeiro lago interno que permitia a comunicação, as transações comerciais e o
deslocamento de tropas para as diversas regiões romanas.
A respeito dessa expansão, é correto afirmar:
a) A conquista de novos territórios desacelerou o processo de concentração
fundiária nas mãos da aristocracia patrícia, uma vez que o Estado romano
estabeleceu um conjunto de medidas que visava distribuir terras aos pequenos
e médios proprietários e à plebe urbana empobrecida.
b) Apesar da conquista do Mediterrâneo, os romanos não conseguiram
estabelecer a integração das diversas formações sociais ao sistema escravista
nem tampouco se dispuseram a criar mecanismos de cooptação social e política
dos seus respectivos grupos dominantes.
c) As conquistas propiciaram, pela primeira vez na Antigüidade, a
combinação entre o trabalho escravo em larga escala e o latifúndio, associação
que constituiu uma alavanca de acumulação econômica graças às campanhas
militares romanas.
d) As conquistas militares acabaram por solucionar o problema agrário em
Roma, colocando em xeque as medidas defendidas por líderes como os irmãos
Graco, que postulavam a expropriação das terras particulares dos patrícios e
sua repartição entre as camadas sociais empobrecidas.
e) A expansão militar levou os romanos a empreender um duro processo
de latinização dos territórios situados a leste, o que se tornou um elemento de
constante instabilidade político-social durante a República e também à época
do Império.

RESPOSTA “C”.

O processo deu origem ao modo de produção escravista, marginalizando a


camada plebéia, ao mesmo tempo em que as principais famílias patrícias ampliavam
sua propriedades. As conquistas romanas foram iniciadas durante o século III a.C.
na Península Itálica e, principalmente, a partir das Guerras Púnicas”, contra Cartago.

163. Em 1992, milhões de brasileiros saíram às ruas exigindo o impeachment


do então presidente Fernando Collor de Mello. Apesar das dificuldades do termo
em inglês, os manifestantes logo aprenderam que se tratava de um mecanismo
legal para o afastamento do presidente e a perda do mandato presidencial. Na
verdade, o mundo todo acompanhara, alguns anos antes, a renúncia de um
presidente ameaçado por um pedido de impeachment registrado no Congresso de
seu país. Essa situação refere-se a:

118
HISTÓRIA

a) Salvador Allende, que renunciou à presidência do Chile em 11 de


setembro de 1973, diante das acusações de corrupção que eram apuradas pelos
deputados chilenos.
b) John Kennedy, que renunciou à presidência dos Estados Unidos em 22 de
novembro de 1963, devido às acusações de que seu governo mantinha estreitas
ligações com a máfia norte americana.
c) Ronald Reagan, que renunciou à presidência dos Estados Unidos em 14
de abril de 1986, após as repercussões negativas provocadas pelos bombardeios
da força aérea norte-americana na Líbia, o que levou a oposição a formular o
pedido de impeachment do presidente.
d) Richard Nixon, que renunciou à presidência dos Estados Unidos em 8
de agosto de 1974, acusado de envolvimento no escândalo Watergate, no qual
se configurava a montagem de espionagem eletrônica ao oposicionista Partido
Democrata norte americano.
e) Jânio Quadros, que renunciou à presidência do Brasil em 25 de agosto
de 1961, para escapar da aprovação do seu impeachment devido às suas
declarações de apoio ao regime cubano de Fidel Castro.

RESPOSTA “D”.

Nas alternativas apresentadas, dois presidentes renunciaram a seus mandatos,


Nixon, nos EUA em 1974, devido ao seu envolvimento no caso Watergate, e Jânio
Quadros que, porém, não estava ameaçado de impeachmet e não apoiava o regime
cubano (apesar de ter condecorado Che Guevara)

164. Quando os Holandeses passaram à ofensiva na sua Guerra dos Oitenta


Anos pela independência contra a Espanha, no fim do século XVI, foi contra as
possessões coloniais portuguesas, mais do que contra as espanholas, que os seus
ataques mais fortes e mais persistentes se dirigiram. Uma vez que as possessões
ibéricas estavam espalhadas por todo o mundo, a luta subsequente foi travada em
quatro continentes e em sete mares e esta luta seiscentista merece muito mais ser
chamada a Primeira Guerra Mundial do que o holocausto de 1914 -1918, a que
geralmente se atribui essa honra duvidosa. Como é evidente, as baixas provocadas
pelo conflito ibero-holandês foram em muito menor escala, mas a população
mundial era muito menor nessa altura e a luta indubitavelmente mundial.
(Charles Boxer, O império marítimo português, 1415-1825. Lisboa:
Edições 70, s.d., p.115.).

119
HISTÓRIA

Podem-se citar como episódios centrais dessa “luta seiscentista”, a:


a) Conquista espanhola do México, a fundação de Salvador pelos
portugueses e a colonização holandesa da Indonésia.
b) Invasão holandesa de Pernambuco, a fundação de Nova Amsterdã
(futura Nova York) pelos holandeses e a perda das Molucas pelos portugueses.
c) Presença holandesa no litoral oriental da África, a fundação de Olinda
pelos portugueses e a colonização espanhola do Japão.
d) Expulsão dos holandeses da Espanha, a fundação da Colônia do
Sacramento pelos portugueses e a perda espanhola do controle do Cabo da Boa
Esperança.
e) Conquista holandesa de Angola e Guiné, a fundação de Buenos Aires
pelos espanhóis e a expulsão dos judeus de Portugal.

RESPOSTA “B”.

No século XV, Portugal reunia as condições ideais para ser um dos protagonistas
dos Descobrimentos. Situado no extremo ocidente da Europa, no caminho das rotas
de comércio marítimo, em contato com os povos mais desenvolvidos do Velho
Continente, o reino português teve um papel decisivo no nascimento da Europa
Moderna.
Contudo, a navegação oceânica trazia alguns problemas, a começar pelas
embarcações. Os Portugueses conheciam as galés mediterrânicas, os barcos do Mar
do Norte e, através da influência árabe, um tipo de barco, dotado de velas latinas
capazes de bolinar muito perto da linha do vento, desenvolvido e transformado na
caravela. Além desta embarcação, a navegação para sul do Bojador exigia o domínio
de técnicas e instrumentos de navegação (navegação astronômica).
Os Portugueses usavam já a bússola, as cartas-portulano, o quadrante e o astrolábio
náuticos. Os arquipélagos da Madeira e das Canárias despertaram, desde cedo, o
interesse tanto dos Portugueses como dos Castelhanos; por serem vizinhos da costa
africana, os referidos arquipélagos representavam fortes potencialidades econômicas
(em especial as Canárias), e tinham uma grande importância estratégica.Adisputa destes
territórios deu origem ao primeiro conflito ibérico, motivado por razões expansionistas.
Para tentar evitar uma situação idêntica à das Canárias, arquipélago perdido para
Castela, os Portugueses decidiram ocupar oficialmente as ilhas do Porto Santo e
da Madeira (entre 1418 e 1419 desembarcaram na Madeira João Gonçalves Zarco,
Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo).
Os descobridores foram nomeados capitães-donatários, incumbidos de povoar,
defender e desenvolver o seu senhorio. Estes exerciam a jurisdição em nome do infante
D. Henrique, que em Setembro de 1433 recebera a carta de doação do Rei D. Duarte.
A Madeira exportava cedro, teixo, sangue-de-dragão, anil e outros materiais tintureiros;

120
HISTÓRIA

a partir de 1450 tornou-se um centro produtor de cereais e, em seguida, de açúcar.


A verdadeira localização dos Açores foi determinada quando os Portugueses, a partir
de 1427, chegaram às ilhas de Santa Maria, S. Miguel, Terceira, Graciosa, S. Jorge,
Pico e Faial. O povoamento do arquipélago foi iniciado em 1439 e o senhorio foi
concedido ao infante D. Henrique e à Ordem de Cristo. Constitui exceção a ilha de S.
Miguel, que ficou sob o domínio do infante D. Pedro. Neste território administrado
pelos capitães donatários, as primeiras exportações consistiam em produtos
tintureiros e madeiras, mas a partir de 1470 os principais produtos econômicos
passaram a ser o gado e o trigo.
A conquista de Ceuta, em 1415, é considerada um dos aspectos mais importantes
da história portuguesa do século XV. É o primeiro passo de Portugal fora do território
europeu. No início de Quatrocentos, um conjunto muito restrito de pessoas, reunido
em torno de D. João I, preparou, em segredo, uma expedição a Granada, Gibraltar ou
a Marrocos. Para perceber as motivações por detrás deste ato, é necessário entender
a conjuntura política e social de Portugal nesse tempo. Vivia-se num período de crise
econômica e social, dominado pelos problemas da inflação e pelo descontentamento
dos grupos sociais ligados à terra. Por outro lado, embora Portugal estivesse em paz
com Castela, ainda pairava a insuperada origem ilegítima da dinastia joanina. Na
Europa, crescia a importância estratégica de Gibraltar e dos lugares circundantes.
A sua conquista torna-se apetecível: pela sua situação geográfica; pela promessa
de trazer prosperidade, especialmente aos setores da nobreza; e também pela
possibilidade desta ação funcionar como um legitimador da dinastia de Avis.

165. Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir


do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito:
populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram
a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos
contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou
a “mundialização” de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em
sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças.
Isso ocorreu, primeiro, entre as populações:
a) Orientais do continente europeu.
b) Nativas da Oceania.
c) Africanas do Magreb.
d) Indígenas da América Central.
e) Asiáticas da Indonésia.

RESPOSTA “D”.

121
HISTÓRIA

Apesar de não haver colonização portuguesa na África, houve o contato de


civilizações, inclusive na região do Magreb onde ocorreram as primeiras conquistas
lusitanas, sobre povos africanos islamizados. Se por um lado conhecemos o processo
que envolveu espanhóis e índios americanos, com a transmissão de doenças e
inclusive a utilização das mesmas como arma de destruição e conquista, por outro
desconhecemos a relação anterior entre portugueses e africanos.

166. A passagem do modo de vida caçador-coletor para um modo de vida mais


sedentário aconteceu há cerca de 12 mil anos e foi causada pela domesticação de
animais e de plantas.
Com base nessa informação, é correto afirmar que:
a) No início da domesticação, a espécie humana descobriu como induzir
mutações nas plantas para obter sementes com características desejáveis.
b) A produção de excedentes agrícolas permitiu a paulatina regressão do
trabalho, ou seja, a diminuição das intervenções humanas no meio natural com
fins produtivos.
c) A grande concentração de plantas cultivadas em um único lugar aumentou
a quantidade de alimentos, o que prejudicou o processo de sedentarismo das
populações.
d) No processo de domesticação, sementes com características desejáveis
pelos seres humanos foram escolhidas para serem plantadas, num processo de
seleção artificial.
e) A chamada Revolução Neolítica permitiu o desenvolvimento da
agricultura e do pastoreio, garantindo a eliminação progressiva de relações
sociais escravistas.

RESPOSTA “D”.

O conhecimento técnico era praticamente nulo, e os grupos humanos conseguem


perceber quais gêneros se reproduziam mais rapidamente e poderiam ser utilizados
na alimentação. O texto se refere a Revolução Neolítica, caracterizada pelo processo
de domesticação de plantas e animais, que permitiu maior sedentarismo.

167. “Come ananás, mastiga perdiz. Teu dia está prestes, burguês”
(Vladimir Maiakóvski, trad. de Augusto de Campos. Schnaiderman, B. et
al. Maiakóvski - Poemas, São Paulo, Perspectiva, 1992, p. 82.).

122
HISTÓRIA

“Come Ananás... é um exemplo de poesia de luta. Jornais dos dias da


Revolução de Outubro noticiaram que os marinheiros revoltados investiam
contra o palácio de inverno cantando esses versos. É fácil compreender sua
popularidade: o dístico incisivo, de ritmo tão martelado, à feição de provérbios
russos, fixava-se naturalmente na memória e convidava ao grito, ao canto.”
(Schnaiderman, B. et al. Maiakóvski- Poemas, São Paulo, Perspectiva,
1992, p. 19.).

A poesia citada foi elaborada no contexto


a) Da resistência russa ao avanço das tropas de Napoleão no início do século
XIX.
b) Dos ataques russos à cidade de Stalingrado, tomada pelos nazistas em
1942.
c) Dos grupos contrários a Mikhail Gorbatchov em 1991.
d) Da revolução socialista na Rússia, em 1917.
e) Da invasão russa ao Afeganistão, em 1979.

RESPOSTA “D”.

O texto faz referência à Revolução Socialista, de outubro de 1917, quando os


“marinheiros revoltados”, liderados pelos bolcheviques, investem contra o Palácio de
Inverno de São Petersburgo, sede do governo liberal burguês chefiado por Kerensky.
O caráter socialista da Revolução de Outubro demonstrou-se, sobretudo, no fato
de que a classe operária — a mais revolucionária entre todas as classes oprimidas
existentes até estes tempos — tomou o poder e iniciou a construção socialista da
sociedade.
A Revolução de Outubro retirou das mãos dos latifundiários e capitalistas os
seus meios de produção, transformando-os em propriedade socialista. O proletariado
arrancou das mãos da burguesia o nervo básico da vida econômica — os bancos —, e
depois efetuou a expropriação das fábricas, usinas e transportes que foram entregues
ao Governo socialista.
A Revolução de Outubro liquidou o regime estatal burguês e criou um novo
regime: a democracia soviética. A Revolução de Outubro, sob a bandeira do
internacionalismo a amizade dos povos, libertou os povos da Rússia da opressão
nacional-colonial e deu início à criação de um Estado multinacional soviético. A
Revolução de Outubro resolveu problemas que a revolução burguesa de fevereiro
não pôde solucionar nem tampouco remediar.

123
HISTÓRIA

168. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que
se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...) A ordem
social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no
entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.”
(J.J. Rousseau, Do Contrato Social, in Os Pensadores. São Paulo, Abril
Cultural, 1978, p. 22)

A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar:


a) Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito
divino de manter a ordem social.
b) Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma
condição de submissão semelhante à escravatura.
c) Filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão
praticada na América, ao longo do século XIX.
d) Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado
deve ser abolido e a sociedade, governada por autogestão.
e) Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como
um direito sagrado que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens.

RESPOSTA “E”.

Tradicionalmente Rousseau é visto como iluminista, apesar das divergências que


desenvolveu com a maioria dos pensadores da época. A ideia de liberdade, expressa
na alternativa “E”, não está clara no texto que, ao contrário, destaca a limitação
da liberdade humana. Dessa maneira não considera a situação humana como algo
sagrado, no sentido religioso que poderia ser atribuído a palavra, porém, como o
próprio texto afirma, essa situação é fruto de convenções, quer dizer, regras definidas
pelos próprios homens.

169. A respeito de Portugal durante a época Moderna, é correto afirmar:


a) A montagem do vasto império ultramarino esteve ligada ao fortalecimento
dos setores aristocráticos que dominavam os principais postos e funções do
Estado lusitano.
b) A vinculação à monarquia espanhola durante a União Ibérica (1580-
1640) estimulou o movimento republicano vitorioso na revolta de 1640.
c) Vantajosos tratados econômicos foram estabelecidos com a Inglaterra,
desde o século XVII, o que garantiu a prosperidade da economia portuguesa
durante a crise do Antigo Sistema Colonial.

124
HISTÓRIA

d) Durante a União Ibérica (1580-1640), estreitou-se ainda mais a parceria


entre os portugueses e os holandeses, que financiavam e distribuíam na Europa
os produtos coloniais brasileiros.
e) Ao contrário das demais sociedades europeias, o Antigo Regime
português caracterizou-se pela ausência de conflitos religiosos e pelo interesse na
produção cultural estrangeira.

RESPOSTA “A”.

A formação do Antigo Regime em Portugal ocorre com o apoio da burguesia (que


participa diretamente do comércio) e da nobreza, que controla os cargos políticos
- civis e militares - e a expansão marítima se desenvolveu a partir do interesse,
principalmente, dessas duas classes sociais.

170. “Chegou a hora da igualdade passar a foice por todas as cabeças.


Portanto, legisladores, vamos colocar o terror na ordem do dia.” (Discurso de
Robespierre na Convenção). A fala de Robespierre ocorreu num dos períodos mais
intensos da Revolução Francesa.
Esse período caracterizou-se:
a) Pela fundação da monarquia constitucional, marcada pelo funcionamento
da Assembleia Nacional.
b) Pela organização do Diretório, marcado pela adoção do voto censitário.
c) Pela reação termidoriana, marcada pelo fortalecimento dos setores
conservadores.
d) Pela convocação dos Estados Gerais, que pôs fim ao absolutismo francês.
e) Pela criação do Comitê de Salvação Pública e a radicalização da revolução.

RESPOSTA “E”.

Robespierre foi um dos raros defensores do sufrágio universal e da igualdade


dos direitos, defendendo a abolição da escravidão e as associações populares. Ele
defendia que “a mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe
aos povos serem escravos”. Embora a Igreja tenha sido um dos principais alvos da
Revolução, Robespierre acreditava na existência de um Ser Supremo e dizia que
“Se a existência de Deus, se a imortalidade da alma não fossem senão sonhos, ainda
assim seriam a mais bela de todas as concepções do espírito humano”.
Foi o principal líder da Revolução no período de 1792 a 1794. Chamada de fase
popular da Revolução Francesa, o poder foi exercido pelos montanheses, destacando-
se a facção dos jacobinos, que criaram o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal
Revolucionário, órgãos políticos que caracterizam a política do “Terror”, (Junho de
93 a julho de 94), processo de perseguição política àqueles que se colocavam contra
as conquistas populares e a orientação do novo governo.

125
HISTÓRIA

ANOTAÇÕES

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126
HISTÓRIA

ANOTAÇÕES

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127
HISTÓRIA

DICAS DA EDITORA PARA CONCURSO PÚBLICO

COMO PASSAR EM CONCURSOS

ANÁLISE DO EDITAL

Uma etapa muitas vezes menosprezada pelo concorrente é a


análise do edital de Seleção. Ele não só define a taxa de inscrição e
datas dos testes, como estabelece todas as regras do jogo. Portanto, é
interessante ler com muita atenção o edital, para saber:

1. PONDERAÇÃO

Qual o peso de cada matéria. A ponderação das notas das provas


define quais as matérias que se deve estudar mais.
Podemos até escolher o cargo, ou curso, para o qual concorrer pelo
que mais valoriza as matérias onde se é mais forte. Na ponderação,
também ficamos sabendo qual a prova que teremos de fazer com maior
atenção.
Em algumas seleções, são pontuado o currículo (cursos), experiência
na área (tempo de serviço), feitos testes práticos e de resistência física

2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A fórmula pela qual será computada as notas, complementa a noção


que se precisa ter sobre o que é mais importante para os avaliadores.
A fórmula geralmente valoriza determinadas matérias, comparando
o número de questões acertadas com aquelas incorretas. Sempre,
quanto mais se acerta e menos se erra, melhor. O programa do que é
exigido em cada matéria deve ser considerado à risca

3. CRITÉRIOS DE DESEMPATE

No edital, também ficamos conhecendo quais serão os pontos


fortes quando atingirmos uma nota igual a de outros candidatos.

128
HISTÓRIA

Normalmente, os critérios de desempate valorizam as pessoas de


maior idade e que obtiveram maior nota nas provas de conhecimentos
específicos. Assim, os candidatos de idade avançada podem até levar
vantagem.
Os deficientes físicos já saem ganhando nesse item, pois são
sempre reservadas vagas exclusivamente para eles

4. CRITÉRIOS DE DESCLASSIFICAÇÃO

Atenção para os procedimentos que podem desclassificar


sumariamente o candidato, como utilizar calculadoras, portar livros na
hora da prova e, principalmente, atingir o ponto de corte.

COMO SE PREPARAR PARA SER APROVADO

A aprovação em concursos públicos exige muito empenho,


determinação e um contínuo processo de preparação. As provas estão
cada vez mais complexas e a concorrência, mais acirrada. São dezenas,
centenas e, algumas vezes, milhares de candidatos por vaga. Mas todo
candidato deve ter em conta que, para si, basta uma vaga.

Disciplinas cobradas

Variam de concurso para concurso, de acordo com a carreira, o cargo,


o âmbito (municipal, estadual, federal) e o nível de escolaridade exigido.
Há disciplinas básicas, cobradas na maioria dos concursos: Língua
portuguesa, interpretação de texto, matemática, raciocínio lógico,
atualidade e conhecimentos gerais, noções de direito (especialmente
Direito Constitucional), conhecimento do regimento interno do órgão
que está promovendo o concurso. Redação, conhecimento das leis
que regemo funcionalismo público, informática, contabilidade e
conhecimentos específicos sobre a área em que o candidato concorre
também são temas cobrados nos concursos.

129
HISTÓRIA

Estudar até passar

A ordem dos especialistas não é estudar para passar, mas “estudar


até passar”. Mesmo quem ainda não decidiu em que área vai prestar,
pode começar a se preparar, optando pelas disciplinas básicas, como
português, matemática, direito constitucional, raciocínio lógico, entre
outras. Esperar a publicação do edital para adquirir material especifico
para determinado concurso não assegura a formação suficiente para
concorrer em pé de igualdade com candidatos que vêm se preparando
há meses ou até anos para disputar a mesma vaga.
Pó isso, o processo de formação deve ser continuo. Quem se dedica
às matérias básicas adquire conhecimentos equivalentes, em média,
a 80% do conteúdo exigido em pelo menos 20 concursos de uma
mesma área. Divulgado o edital de abertura de concurso, as disciplinas
específicas representarão uma formação completar.

Como estudar

O mais eficaz é estabelecer uma rotina diária dedicada


exclusivamente ao estudo e segui-la regulamente, o que exige uma
boa dose de concentração e disciplina.
Quem trabalha e/ou freqüenta escola regular e optou por estudar
em casa precisa redistribuir os horários das tarefas cotidianas para
reservar pelo menos três horas diárias à preparação. Em geral, não é
preciso sacrificar outras atividades, mas priorizá-las de acordo com o
interesse maior – no caso, ser aprovado num concurso público. Além
disso, é necessário:
• Adquirir material didático atualizado e afinado com o
que tem sido exigido nos principais concursos do País, elaborado por
editoras com tradição no mercado.
• Começar pelo conteúdo fundamental para qualquer
concurso.
• Ao optar por cursos preparatórios, é recomendável
escolher uma instituição especializada e reconhecida no mercado,
com estatísticas confiáveis sobre número de alunos aprovados, de
preferência que ofereça cursos regularmente e não só em período de
concurso.

130
HISTÓRIA

• Respeitar o relógio biológico. Cada pessoa deve saber em


qual período do dia é capaz de fixar o conteúdo com mais facilidade.
Estudar em momentos de cansaço ou em véspera de prova, não é
produtivo.

Praticar

Em toda preparação, é fundamental resolver exercícios e mais


exercícios para testar ou reforçar o conhecimento. Além dos exercícios
contidos no material de estudo, o ideal é buscar por provas de concursos
recentes, para ficar por dentro do que tem sido exigido. É recomendável
resolver as provas aplicadas por variadas bancas examinadoras, pois
os critérios de formulação e avaliação de cada uma são diferentes.
Assim, o candidato se familiariza com o que cada banca exige.

Antes da prova

Além de ficar atento à confirmação da inscrição e as datas e locais


de prova, alguns cuidados ajudam o candidato a amenizar a ansiedade
e a evitar tropeços na hora H.
É recomendável, sempre que possível:
• Conhecer o local da prova com antecedência.
• Procurar equilibrar o sono e a alimentação dias antes da
prova.
• Certificar-se de que a documentação está correta.
• Evitar atrasos, especialmente os provocados pelo trânsito.
• Usar sapatos e roupas confortáveis.
• Levar um relógio (exceto digital), água e algum alimento,
como barras de cereais e chocolate.
• Não perder tempo em questões que parecem ser muito
difíceis. Se necessário, passar para a próxima e, no final, retornar à
questão que ficou para trás.
• Reservar de 30 a 40 minutos para o preenchimento do
cartão resposta.
A Preparação para o concurso é muitas vezes completamente
desconsiderada:

131
HISTÓRIA

DIA DA PROVA

1. LOCAL

Visite com antecedência o local aonde os teste serão realizados.


Muitas pessoas se perdem ou vão para locais errados, atrasando-se ou
até não conseguindo realizar a prova. Trace minuciosamente o roteiro
que vai seguir de casa até o local de testes, para evitar atropelos

2. HORÁRIO

Outra questão onde seu nervosismo pode lhe trair é quanto ao


horário da prova. Sempre saia com antecedência de casa, para estar
cedo no local dos testes.
Os horários de máximo de chegada e de fechamento dos portões
devem ser observados. Assim como, a hora de encerramento. Todos
constantes no edital.
Como a tendência é exigir muito em pouco espaço de tempo, não
se desligue do tempo, mas faça as provas com atenção

3. ALIMENTAÇÃO

Evite comer demais, ou mal, antes da prova, para não sofrer


congestões ou disenterias. Também não faça a prova com fome.
Algumas pessoas se precavém levando lanches e água mineral, para
evitar imprevistos na hora do teste

4. MATERIAL

Confira o que é necessário levar para a prova, antes de sair de casa.


Tanto os documentos e canetas, exigidos no edital, como os objetos
de sua necessidade, como guarda-chuva e relógio (para cronometrar
o tempo da prova) - de preferência o mesmo que utilizou para os
exercícios
*Caso o edital não permita telefones celulares, bips, etc, é
importante atentar para não ser desclassificado

132
HISTÓRIA

NA HORA DA PROVA

1. TEMPO

Controle o tempo de resolução da prova, de acordo com o tempo


total disponível e o grau de dificuldade encontrado nas questões:
Resolva primeiramente (dedicando mais tempo) a prova com mais
peso para a pontuação final. Em cada prova, deixe as questões mais
difíceis para o final.
Não se esqueça de considerar o tempo para, ao final, fazer a revisão
geral das respostas, preenchimento da folha de respostas e revisão
desse preenchimento

2. REVISÃO

Alguns pontos podem ser “salvos” na última hora, justamente na


revisão, ao final da resolução de todas as questões. Confrontando o
que foi solicitado com o sua resposta, para evitar o erro muito comum)
de marcar a questão correta, quando o que se pedia era a incorreta

3. FOLHA DE RESPOSTAS

Também é frustrante preencher incorretamente a folha de respostas


ou deixar de passar para ela uma questão que se sabia a resposta correta
A idéia é conseguir uma boa colocação. O período de validade do
concurso e a prorrogação desse prazo, o remanejamento de candidatos,
o aparecimento de novas vagas, desistências ou desclassificação
de concorrentes, com o tempo, serão os fatores de “sorte” que se
encarregarão de reclassificar o candidato.

VEJA TAMBÉM A COLEÇÃO RESUMOS PARA CONCUR-


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DISPONÍVEIS EM NOSSO SITE: WWW.NOVACONCURSOS.


COM.BR

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HISTÓRIA

ANOTAÇÕES

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HISTÓRIA

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