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CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

Letícia Sangaleto
CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA
A Constituição Federal é a norma superior de todo o ordenamento normativo brasileiro que
determina como devem ser produzidas as demais normas e que limita o conteúdo das mesmas,
condicionando-o ao seu texto, às suas determinações.
A Constituição de 1988 é o texto-base que determina os direitos e os deveres dos entes
políticos e dos cidadãos do nosso país. Foi escrita durante o processo de redemocratização do
Brasil após o fim da Ditadura Militar, sendo conhecida por isso como Constituição Cidadã.
A Constituição Brasileira, assim como a de qualquer outro país, tem como principal objetivo
firmar direitos e deveres para os cidadãos e o próprio governo. Funciona, então, como uma
garantia pétrea desses direitos e deveres para o povo.

*A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 é: formal, escrita, promulgada, rígida, analítica, dirigente,


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dogmática, eclética, normativa, codificada e laica.
- Princípios fundamentais da Constituição Federal

Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da


ordem jurídica. Nos princípios constitucionais condensa-se bens e valores considerados
fundamentos de validade de todo sistema jurídico, são, verdades ou juízos fundamentais,
que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em
um sistema de conceitos relativos à dada porção da realidade.

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.Letícia Sangaleto
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- Histórico da CF

A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Ela


estabelece o Brasil como um Estado Democrático de Direito de estrutura federativa. Em 1993, conforme
determinação do texto constitucional, foi realizado um plebiscito para que o povo determinasse a forma
de governo, entre monarquia e república, e o sistema de governo, podendo optar entre
o presidencialismo e o parlamentarismo. Foram confirmados o regime republicano e o presidencialismo
já existentes, junto com a tripartição dos poderes. A República Federativa do Brasil é composta por
26 Estados federados e um Distrito Federal.
A Constituição (CF) de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, é a que rege todo o
ordenamento jurídico brasileiro hoje. Desde a independência do Brasil em 1822, é a sétima Constituição
que nosso país tem – e a sexta desde que somos uma República.

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I - 1824

A primeira Constituição foi promulgada em 25 de março de 1824, logo após a declaração de


independência do Brasil. Nesse cenário, o País vivia uma intensa disputa pelo poder cravada entre
portugueses comerciantes colonizadores, as forças armadas e os grandes latifundiários.
Foi justamente nesse conturbado contexto político que foi aprovado o projeto apelidado de
"Constituição da Mandioca". Tal apelido se dava em razão do direito ao voto estar atrelado à comprovação
de renda mínima e aos alqueires de plantação de mandioca de cada eleitor. Assim, a depender da
quantidade de alqueires, o eleitor tinha direito de votar em determinado candidato a cargo eletivo.
Ainda em relação à "Constituição da Mandioca", vale o destaque de que alguns historiadores
consideram que a mandioca, além de indicar a quantidade de terras detidas pelo eleitor, também era
parâmetro para indicar a quantidade de escravos.
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II - 1891

Passados os 65 anos, em 1891, a Constituição Política do Império foi substituída pela constituição republicana,
chamada de "Constituição dos Estados Unidos do Brazil". Sim, naquela época, Brasil ainda se escrevia com "z".
Esta Constituição teve como grande influência a Constituição dos Estados Unidos e, como pano de fundo a
proclamação da República, a abolição da escravidão e a forte ascensão da elite oligárquica latifundiária (principalmente
cafeicultores) à frente do Poder.
Estes agricultores tiveram marcante atuação em relação ao eleitor, pois eram responsáveis pelo "voto de cabresto" -
obrigando os funcionários de seu "curral eleitoral" a votarem nos candidatos por eles apoiados.
Em que pese o "voto de cabresto", a primeira Constituição da República introduziu importantes mudanças estruturais
no Brasil, dentre elas: (i) adoção do sistema político federalista, ou seja, as regiões passaram a contar com relativa
autonomia; (ii) deu fim ao voto censitário (ainda que mantida a necessidade da alfabetização para que os cidadãos
pudessem votar); (iii) o Brasil passou a ser um Estado laico; (iv) a instituição de mandato presidencial de 4 anos, sendo
proibida a reeleição; e (v) a divisão dos poderes passou aLetícia
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apenas em Executivo, Legislativo e Judiciário.
III - 1934
Após a Revolução Paulista Constitucionalista de 1932 e a grande instabilidade política que assolou o país,
Getúlio Vargas, a fim de se manter na presidência, promulgou "Para organizar um regime democrático, que
assegure à Nação, a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico" em julho de 1934 a
Constituição Brasileira pela Assembleia Nacional Constituinte. Dentre as setes Constituições do Brasil, esta foi a que
vigorou por menos tempo (oficialmente, por um ano), quando foi logo sucedida.
IV - 1937
Também conhecida como "Constituição Polaca" por se inspirar no modelo de Poder semifascista polonês, esta
Constituição também marca o início do que, historicamente, se chamou de ditadura do Estado Novo.
Outorgada pelo então presidente Getúlio Vargas, a redação desta Constituição caracterizava-se por ser
bastante autoritária, bem como conceder poderes bem amplos ao Governo. Além disso, antes de passar a vigorar, a
Constituição passou pela aprovação de Getúlio Vargas e do ministro da Guerra: general Eurico Gaspar Dutra.
Com a queda de Getúlio Vargas em 1945 e, em consequência, o fim do Estado Novo ocorreram novas eleições
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para a Assembleia Nacional Constituinte, em paralelo às eleições presidenciais.
V - 1946

O ex-ministro da Guerra do Estado Novo, Eurico Gaspar Dutra, venceu as eleições de 1945 e em
setembro de 1946 promulgou a Constituição dos Estados Unidos do Brasil e o Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
Esta Constituição reintroduziu algumas garantias e direitos fundamentais da população, tais
como: (i) igualdade de todos perante a lei; (ii) liberdade de manifestação de pensamento, sem
censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas; (iii) inviolabilidade da casa como asilo do
indivíduo; (iv) prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a
garantia ampla de defesa do acusado; (v) Extinção da pena de morte; e (vi) separação dos três
Poderes.
Vale destacar que essas garantias e direitos já constavam na Constituição de 1934, mas foram
excluídas do texto da Constituição de 1937. Letícia Sangaleto
VI - 1967

Em março de 1964, um conjunto de eventos resultou no Golpe de Estado no Brasil, quando os militares assumiram o Poder e

encerram o governo do então presidente democraticamente eleito, João Goulart. Já com os Militares no Poder, em 1967 entrou

em vigor uma nova Constituição Federal elaborada pelo Congresso Nacional.

O Ato Institucional nº 4 atribuiu ao Congresso Nacional a função de poder constituinte originário, isto é: os congressistas

tinham poderes ilimitados para redigir as novas regras, leis, direitos, deveres e garantias que iriam governar o País.

Com os membros da oposição afastados e sob pressão dos militares, foi aprovada e promulgada uma Carta Constitucional,

cuja redação buscava legalizar e institucionalizar a ditadura militar. Com isso, ela concentrava no Poder Executiva a maior parte da

competência de criar, aplicar e julgar matéria de segurança, orçamento, economia ou que envolvam decisões relevantes ao País.

Além disso, durante a vigência dessa Constituição foi reestabelecida a previsão de pena de morte para crimes que atentassem

contra a segurança nacional, a ampliação da Justiça Militar e a restrição da liberdade de expressão e manifestação, com aplicação

de pensa de censura e banimento.

Letícia Sangaleto
VII - 1988

Com a ascensão de grandes campanhas populares favoráveis à realização de eleições diretas para
Presidência, bem como com as crises econômica e política, agravadas pela crise internacional do petróleo,
em 1985 é eleito pelo voto direto o novo Presidente do Brasil: Tancredo Neves, que por problemas de saúde
não chegou a assumir a posição. Mas a semente da democracia havia sido plantada.
Em 1º de Fevereiro de 1987 foi instalada a Assembleia Nacional Constituinte de 1988 no Congresso
Nacional, com o objetivo de elaborar uma Constituição Federal democrática, após 21 anos sob regime
militar. Os trabalhos da Constituinte foram encerrados em setembro de 1988, após a votação e aprovação
do texto final da atual Constituição Federal brasileira.
É essa a Constituição em vigor até os dias de hoje e que introduziu direitos fundamentais a todos os
cidadãos brasileiros. Entre outros, a nova Constituição delimitou direitos como as férias remuneradas e a
licença maternidade de 120 dias para as mães brasileiras. Por esse motivo, de dar novos direitos aos
cidadãos brasileiros, recebeu o apelido de "Constituição Cidadã"
Letícia Sangaleto
Ulysses Silveira Guimarães
foi um político e advogado
brasileiro, um dos principais
opositores à ditadura militar.
Foi o presidente da
Assembleia Nacional
Constituinte de 1987-1988,
que inaugurou a nova
ordem democrática, após
21 anos sob a Ditadura
Militar.
- 76 anos (1916–1992)

*https://www.camara.leg.br/
deputados/133850/biografia
Letícia Sangaleto
https://www.migalhas.com.br/coluna/constituicao-na-escola/286253/a-historia-das-constituicoe
s-federais-do-brasil

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252018000400004

https://www.scielosp.org/article/sdeb/2018.v42nspe3/18-32/

Letícia Sangaleto

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