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Introdução
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Fortemente influenciados pelo modelo norte-americano, os constituintes desenvolveram uma
nova Constituição que foi promulgada em 1891, já durante a presidência de Prudente de
Morais.
Governo republicano;
Sistema presidencialista;
Organização federativa do Estado: as províncias foram transformadas em estados com
ampla autonomia política, econômica e administrativa;
O município do Rio de Janeiro tornou-se o Distrito Federal e continuou sendo a capital do
país;
Separação entre a Igreja e o Estado;
Liberdade religiosa garantida;
Liberdade, direitos e garantias individuais asseguradas e abolição da pena de morte. No
entanto, ao decretar o estado de sítio em momentos de instabilidade política e social, esses
direitos e garantias seriam suspensos por tempo indeterminado;
Extensão de direito a voto a todos os cidadãos. Vale ressaltar que só eram considerados
cidadãos os homens alfabetizados e maiores de 21 anos. As mulheres, os soldados e cabos
das Forças Armadas e dos corpos policiais, os analfabetos, os mendigos e os religiosos do
clero regular não possuíam o direito de voto. O voto era universal, isto é, todos os cidadãos
poderiam votar, e a descoberto, ou seja, o voto não era secreto; e
Tripartição dos poderes:
Executivo: presidente eleito através do voto direto para um mandato de quatro anos, sem
direito à reeleição.
Legislativo: Congresso Nacional, constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal. Os deputados eram eleitos através do voto direto para um mandato de três anos. Já os
senadores eram eleitos através do voto direto para um mandato de nove anos, renovando-se
um terço a cada três anos. A quantidade de deputados eleitos era proporcional à população de
cada estado e a quantidade de senadores era a mesma para todos os estados e para o distrito
federal (3 senadores cada um).
Judiciário: Supremo Tribunal Federal como principal órgão.
Em novembro de 1933 foi instalada uma nova Assembleia Constituinte, durante o governo de
Getúlio Vargas. Em 1934 a Constituição foi promulgada. Ela foi inspirada na Constituição
alemã da República de Weimar e caracterizava-se por ser centralizadora e liberal.
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Voto obrigatório, secreto e universal, isto é, todos os cidadãos deveriam votar. Eram
considerados cidadãos homens e mulheres (essa foi a primeira vez em que as mulheres
obtiveram o direito de voto no Brasil), maiores de 18 anos e alfabetizados;
Voto profissional, em que os sindicatos poderiam eleger deputados classistas;
Criação da Justiça Eleitoral;
Criação da Justiça do Trabalho;
Criação de leis trabalhistas: jornadas de trabalho de oito horas diárias, repouso semanal e
férias remuneradas;
Ensino primário obrigatório e gratuito;
Medidas nacionalistas e estatizantes.
Em 1935, foram acrescentadas três emendas nessa Constituição a fim de reforçar a segurança
do Estado e as atribuições do Poder Executivo.
Em 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado, dando início ao Estado Novo. Ele revogou
a Constituição de 1934, dissolveu o Congresso e outorgou a nova Carta Magna, decaráter
fascista, e uma das Constituições brasileiras mais autoritárias.
5.Constituição de 1946
Em 1946, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, foi promulgada a quinta das sete
Constituições brasileiras.
Sistema presidencialista;
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Regime representativo;
Fortalecimento da União;
Criação do Tribunal Federal de Recursos;
Eleições diretas para presidência, com mandato de cinco anos;
Três senadores eleitos por estado;
Voto obrigatório e universal estendido a todos os maiores de 18 anos, com exceção de
analfabetos, indígenas, soldados e cabos;
Restabelecimento dos direitos individuais;
Fim da censura e da pena de morte;
Restabelecimento da independência e do equilíbrio entre os três poderes;
Diversidade partidária;
Direito à greve;
Livre associação sindical;
Em 1961, foi promulgada uma emenda à Constituição de 1946, a ato adicional, que instituiu o
regime parlamentarista.
Sistema presidencialista;
Eleições indiretas para presidência e para a vice-presidência;
Permissão para o presidente decretar estado de sítio sem a consulta do Congresso por 180
dias;
Permissão para o presidente decidir pela intervenção federal em estados, a fim de garantir o
cumprimento das leis e evitar problemas internos;
Permissão para o presidente decretar o recesso do Congresso Federal;
Permissão para o presidente legislar por meio de decretos;
Permissão para o presidente demitir funcionários civis ou militares, cassar mandatos e
suspender direitos políticos por dez anos.
A Constituição de 1967 teve diversas emendas, os chamados Atos Institucionais (AIs), que
eram uma forma dos militares adquirirem poderes para além da Constituição.
Vale destacar o AI-5, que deu poderes absolutos ao regime militar, suspendeu reuniões de
cunho político, censurou meios de comunicação, suspendeu o habeas corpus para crimes
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políticos, permitiu o decreto de estado de sítio pelo presidente em qualquer um dos casos
previstos pela lei, autorizou a intervenção em estados e municípios. Como consequência do
AI-5, houve o fechamento do Congresso Federal por aproximadamente um ano.
Em outubro de 1988 foi promulgada a última das Constituições brasileiras, durante o governo
de José Sarney.
Governo republicano;
Sistema presidencialista;
Restauração da independência e do equilíbrio dos três poderes;
Eleições diretas em dois turnos para presidência, com mandato de cinco anos
(posteriormente, o mandato foi reduzido para quatro anos);
Voto obrigatório, secreto e universal para homens e mulheres entre 18 e 70 anos;
Voto facultativo para homens e mulheres entre 16 e 18 anos, assim como analfabetos;
Eleições diretas em dois turnos também para governadores e prefeitos de cidades com mais
de 200 mil eleitores;
Livre criação de sindicatos;
Direito de greve e liberdade sindical;
Ampliação da licença-maternidade para quatro meses (120 dias);
Criação da licença-paternidade de cinco dias;
Redução da jornada de trabalho semanal de 48 para 44 horas;
Seguro-desemprego;
Férias remuneradas com o acréscimo de um terço do salário;
Criação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para substituir o Tribunal Federal de
Recursos;
Restabelecimento do habeas corpus;
Leis de proteção do meio ambiente;
Fim da censura dos meios de comunicação;
Criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil, como observado, possuiu sete Cartas Magnas. Quatro delas foram promulgadas por
Assembleias Constituintes; duas delas foram impostas (a Constituição de 1824 e a de 1937);
e uma delas foi forçadamente aprovada pelo Congresso através do AI-4, decretado pelo poder
Executivo durante o regime militar.