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PROGRAMA E BIBLIOGRAFIA
Caderno 1
1A - INTRODUÇÃO À FÍSICA
1B - MECÂNICA CLÁSSICA
Caderno 2
2A - FLUIDOS
2B - VAPOR E GASES
2C - 1a LEI DA TERMODINÂMICA
2D - 2a LEI DA TERMODINÂMICA
Caderno 3
3A - ELETRICIDADE
3B - ELETROMAGNETISMO
3C - CIRCUITOS CC E CA
3D - RESSONÂNCIA E RELATIVIDADE
Caderno 4
4A - INTRODUÇÃO À FÍSICA MODERNA
4B - ONDAS E MECÂNICA QUÂNTICA
4C - FENÔMENOS ONDULATÓRIOS E QUÂNTICOS
4D - RADIAÇÕES
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Bibliografia recomendada:
1. INTRODUÇÃO À FÍSICA:
1.1 Campos escalares e vetoriais.
1.2 Série binomial.
1.3 Diferenciação e integração.
1.4 Derivadas parciais.
1.5 Operador nabla e gradiente.
1.6 Constantes fı́sicas.
1.7 Unidades, múltiplos e submúltiplos.
1.8 Interações fundamentais.
Vetor simétrico de F:
−F~ = −Fx i − Fy j − Fz k
q
|F~ | = | − F~ | = Fx 2 + Fy 2 + Fz 2
4
Vetor unitário de F:
F~
~uF~ =
|F~ |
Cálculo vetorial, tomemos os vetores:
~ = A x i + A y j + Az k e B
A ~ = Bx i + By j + Bz k
Adição:
~+B
A ~ = (Ax i + Ay j + Az k) + (Bx i + By j + Bz k) = (Ax + Bx )i + (Ay + By )j + (Az + Bz )k
Subtração:
~−B
A ~ = (Ax i + Ay j + Az k) − (Bx i + By j + Bz k) = (Ax − Bx )i + (Ay − By )j + (Az − Bz )k
Produto escalar:
~ .B
A ~ = A . B . cos θ
~ .B
A ~ = (Ax i + Ay j + Az k) . (Bx i + By j + Bz k) = (Ax . Bx ) + (Ay . By ) + (Az . Bz )
Produto vetorial:
~ ×B
A ~ =C
~ = A . B . sin θ . ~u ~
C
i j k
~ ×B
A ~ = (Ax i + Ay j + Az k) × (Bx i + By j + Bz k) = det
Ax Ay A z
Bx By Bz
Coordenadas polares de F~ :
q
Fx 2 + Fy 2 Fy
( |F~ | ; arctan θz = ; arctan φxy = )
Fz Fx
Coordenadas cartesianas de F~ :
( Fx = |F~ | sinθz cos φxy ; Fy = |F~ | sinθz sin φxy ; Fz = |F~ | cosθz )
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VETORES, OPERAÇÕES VETORIAIS
vetores.
c) Determine um vetor unitário ~ux associado a cada vetor.
2. Dados os vetores:
i) p~ = 2i − 3j + 4k. ...
ii) ~q = −2i + 4j + 3k. ...
iii) ~r = −4i + 7j − k. ...
iv) ~s = 4i − 7j + k. ...
Determine:
a) p~ + ~q.
b) ~q + p~.
c) p~ − ~q.
d) −(~q − p~).
e) 2~r.
f) −2~s.
g) 3(~p + ~q).
h) 3~p + 3~q.
i) (~p + ~q) + ~r.
j) p~ + (~q + ~r).
3. Dados os vetores:
i) ~c = i − j. .... ii) d~ = 4i − 2j − k. ... iii) ~e = i + 4j − 4k. ... iv) f~ = 3(i − j).
Determine: a) ~c·d~ ... b) ~c×d~ ... c) O ângulo formado entre ~c e d.
~
nx n(n − 1)x2
n
(1±x) = 1± ∓ ±...
1! 2!
(1±x)n ' 1± n x.
Podemos também usar as aproximações: tanθ = sinθ ' θ na condição especial em que θ é um
ângulo muito pequeno e medido em radianos:
d n
X = nX n−1
dX
A integração de uma função polinomial f (X) = X m :
X m+1
Z
dX X m = +C
m+1
b
bm+1 am+1
Z
dX X m = | − |
a m+1 m+1
7
FUNÇÕES, DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO
∂
(A sin (kX − W t)) = A k cos (kX − W t)
∂X
pois,
∂ ∂
(A sin (kX − W t)) = A ( (kX − W t)) cos (kX − W t) = A k cos (kX − W t).
∂X ∂X
∂
(A sin (kX − W t)) = −A W cos (kX − W t)
∂t
pois,
∂ ∂
(A sin (kX − W t)) = A ( (kX − W t)) cos (kX − W t) = −A W cos (kX − W t).
∂t ∂t
Observação: A derivada de um campo escalar, por exemplo uma função U = U (x, y, z),
em relação a uma, ou mais, das direções x,y ou z do espaço, pode ser chamada de ”gradi-
ente”da função U . Já a derivada de uma função S = S(t) em relação ao tempo t pode ser
chamada de ”taxa”ou ”fluxo”da função S.
9
1.6 Constantes fı́sicas - Várias constantes universais são apresentadas neste texto: a
constante gravitacional G, a velocidade da luz c, a constante de Planck h e a carga elementar e.
Elas desempenham um papel central no jogo da interação (forças) entre partı́culas e portanto
são onipresente em teorias fı́sicas.
G = 6, 67×10−11 m3 /kg.s2 .
c = 2, 99×108 m/s.
h = 6, 62×10−34 J.s.
e = 1, 6×10−19 C.
Outras constantes:
Massa do elétron = 9, 11×10−31 kg.
Massa do próton = 1, 67×10−27 kg.
múltiplos
T = 1×1012
G = 1×109
M = 1×106
k = 1×103
h = 1×102
da = 1×101
submúltiplos
d = 1×10−1
c = 1×10−2
m = 1×10−3
µ = 1×10−6
n = 1×10−9
p = 1×10−12
f = 1×10−15
a = 1×10−18
Uma das grandes metas da fı́sica teórica atual é a construção de uma teoria quântica da
gravitação, isto é, a elaboração de uma teoria que contenha ao mesmo tempo os princı́pios da
teoria da relatividade de Einstein (quadridimensional) e os da mecânica quântica. Essa teoria
necessita descrever o comportamento de dois objetos básicos, os fótons para a transmissão das
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ondas eletromagnéticas e os grávitons para a transmissão de ondas gravitacionais. Como o
fóton (spin 1), o gráviton (spin 2) deve ter uma massa nula e se deslocar com a velocidade da
luz. Uma das grandes dificuldades da teoria quântica da gravitação está inicialmente, porque
os grávitons e as ondas gravitacionais ainda não puderam ser observadas, nos laboratórios de
alta energia (CERN em Genebra e FERMILAB em Chicago) e ainda porque ela quase sempre
prediz a existência de forças infinitas.
Duas grandes teorias fı́sica do século XX, a teoria de Einstein sobre a gravitação e a teoria
de Maxwell para o eletromagnetismo são teorias clássicas. Uma teoria unificada busca a con-
strução da teoria quântica da gravitação através de um único objeto. Fı́sicos e matemáticos
modelaram num único objeto corda, supercordas vibrantes em mais de dez dimensões uma
descrição que tende a unificar as quatro interações fundamentais.
13
1B MECÂNICA CLÁSSICA
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-1 MECÃNICA CLÁSSICA
Professor Cesar Lobo
2. MECÂNICA CLÁSSICA:
2.1 Movimento de translação e rotação.
2.2 Leis de Newton.
2.3 Procedimentos com as Leis de Newton.
2.4 Leis de conservação.
2.5 Momento de inércia.
2.6 As condições para o equilı́brio.
2.7 As equações da mecânica.
2.2 Leis de Newton - A Dinâmica é um ramo da Mecânica Clássica que visa es-
tabelecer as relações entre as forças que atuam sobre um corpo e o conseqüente movimento
deste. A Estática é o ramo da Mecânica que procura estabelecer o equilı́brio dos corpos.
A Cinemática, outro ramo da Mecânica, que se contenta em descrever os movimentos. A
Dinâmica se fundamenta em três princı́pios: O italiano Galileu, em 1638, foi quem percebeu
o primeiro destes princı́pios mas foi o inglês Isaac Newton, em 1687, quem os enunciou:
1. O princı́pio da Inércia. Este princı́pio estabelece que uma partı́cula livre, isolada no
espaço, e portanto sem força alguma atuando sobre ela, permanece em repouso ou em movi-
mento retilı́neo uniforme (M.R.U.).
2. O princı́pio fundamental da Dinâmica. O princı́pio fundamental da dinâmica (P.F.D.)
diz que a variação do vetor velocidade de uma partı́cula no tempo, ou seja a sua aceleração
~a, é igual à resultante de todas as forças externas, F~R = ΣF~ , exercidas sobre a partı́cula,
dividida pela sua massa m, e tem a mesma direção e sentido da força resultante, ~a = F~R /m.
O princı́pio fundamental da Dinâmica também pode ser apresentado como:
∆~p = F~R ∆t = I.
~
15
3. O princı́pio da ação e reação. Esse princı́pio diz que a cada ação corresponde uma
reação igual e oposta.
Considerando a interação entre duas partı́culas A e B, a força F~AB exercida pela
partı́cula A sobre B tem o mesmo módulo e sentido contrário da força F~BA que B exerce sobre
A, ou seja
F~AB = − F~BA .
4. A lei da gravitação universal. A quarta lei de Newton diz que a força de atração,
operando entre duas massas, é proporcional ao produto das massas dividido pelo quadrado
da distância entre elas, a igualdade é obtida quando tudo é multiplicado pela constante G,
conhecida como constante da gravitação universal.
A lei do inverso do quadrado da distância, lei da gravitação, é igualmente válida tanto para
as interações microscópicas (ex. entre partı́culas) como para interações macroscópicas (entre
galáxias)
MA MB
|F~AB | = | − F~BA | = G .
|~rAB |2
Tomando por exemplo, a interação entre a Terra (corpo A de massa MT ) e a maçã (corpo
B de massa m), podemos afirmar que a Terra puxa a maçã e a maçã puxa a Terra com
mesma intensidade de força que é o próprio peso da maçã, |F~AB | = | − F~BA | = m g. Com o
campo gravitacional, g(R) = G MT /RT 2 ou aceleração gravitacional, sendo G a constante da
gravitação universal e RT o raio da Terra.
A gravidade ~g atua em cada uma das partı́culas que constitui um corpo e não podemos afirmar
que existe uma única força capaz de produzir o mesmo efeito sobre o corpo. Contudo, para
simplificar, podemos considerar a existência de uma única força gravitacional, equivalente,
P~ = m ~g (peso do corpo), que é uma força resultante sempre aplicada num bem determinado
ponto do corpo chamado de centro de gravidade (C.G.). Quando a aceleração local da gravi-
dade (~g ) é a mesma em todos os pontos de um corpo, o centro de gravidade coincide com um
ponto denominado de centro de massa (C.M.).
~ CM = P1
X
R mi~ri ,
i mi i
onde a soma é feita sobre todos as partı́culas que compõem a distribuição de massa.
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No caso de uma distribuição linear de massas (com massa total M) temos,
1X
XCM = mi Xi .
M i
Para obter o conceito de centro de massa de um corpo rı́gido trocamos a operação so-
P R
matório ” ”por uma operação de integração ” ”, definida no volume do corpo (de densidade
ρ = dm/dV ),
Z
~ CM = 1
R ~r dm.
M
A dinâmica se faz a partir do produto da massa total do corpo rı́gido, ou do sistema de
partı́culas, pela a aceleração do centro de massa que é igual à força resultante de todas as
forças que agem no corpo ou no grupo de partı́culas considerado.
ΣFy = m ay ΣFx = m ax
Podemos considerar uma força constante que atua numa direção θ com o deslocamento
(direção X), calcula-se o trabalho por Wab = F ∆X cosθ.
Para simplificar mais consideramos, uma força constante e paralela (mesma direção e sentido)
ao deslocamento, calcula-se o trabalho por Wab = FX ∆X.
Um trabalho infinitesimal pode ser escrito como; dW = m a dx = m v dv. Dessa relação sai
um importante teorema W = ∆K e a definição da energia de movimento, a energia cinética,
(K = 21 m v 2 ).
Portanto, na ausência de forças externas, o trabalho pode ser determinado por meio da
18
variação da energia cinética do corpo,
1 1
W = m vf 2 − m vi2.
2 2
Emj = Kj + Uj (X).
∆K = −∆U (X),
assim, qualquer variação da energia cinética corresponde a uma igual variação (em módulo)
da energia potencial.
Quando podemos desprezar as forças de atrito, considerando só as forças conservativas, o
trabalho para movimentar um corpo da posição inicial ”1”para a posição final ”2”, independe
da trajetória seguida, só depende das posições inicial e final, ou seja, W12 = −[U2 − U1 ].
O atrito não é uma força conservativa (dissipa energia mecânica). No mundo macroscópico
o atrito é uma força inevitável. Num movimento relativo entre dois corpos em contato, nas
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superfı́cies que deslizam (escorregam), um em relação ao outro, uma quantidade de energia
mecânica é sempre dissipada, mas essa quantidade não desaparece, vamos reencontrá-la trans-
formada em energia interna das moléculas postas em atrito, aumentando a temperatura dos
corpos em contatos.
Por meio de um número que é relativo às duas superfı́cies em contato, o coeficiente de atrito
(µ), podemos avaliar a força de atrito que se contrapõe ao movimento de velocidade constante,
ou a tendência desse movimento, entre essas superfı́cies por:
f = µN
onde N é a normal, uma força de reação ao peso suportado por uma superfı́cie. O coeficiente
de atrito pode ser estático µe (que é variável de acordo com a força que causa tendência ao
movimento) ou cinético, um coeficiente de escorregamento para velocidades constantes. Em
geral µc é muito menor que coeficiente de atrito estático máximo. Um corpo em queda num
fluido pode sofrer um atrito proporcional a uma potência da velocidade de queda.
Considerando um sistema isolado constituı́do por duas ou mais partı́culas em movimento
aleatório (browniano) é importante considerar a existência de colisões que se efetuam entre
essas partı́culas. Numa colisão, as forças internas envolvidas, são em geral, bem mais intensas
que as forças gravitacionais e os possı́veis atritos envolvidos. Considerando somente as inten-
sas forças internas de colisão, a quantidade de movimento vetorial total deve ser conservada,
ou seja a quantidade de movimento do sistema antes e depois da colisão deve ser a mesma.
A conservação do momento linear total do sistema faz com que as colisões entre partı́culas
ocorram sempre com transferência de momento linear de uma partı́cula para outra.
onde r1 , r2 , r3 , ....,rn são as distâncias dos pontos materiais em relação aos seus respectivos
eixos de rotação.
Para uma distribuição contı́nua de massa, em cada ponto do corpo, define-se um pequeno
elemento de massa dm. O momento de inércia deste pequeno elemento é dI = dm r2 .
O momento de inércia total do corpo, de distribuição de massa contı́nua, se obtém fazendo a
soma, sobre o volume total do corpo, dos momentos de inércia elementares de cada um dos
R R
pequenos elementos de massa constituinte, I = m dI = m dm r2 .
O momento de inércia de um cilindro homogêneo de massa M , raio R e altura H, e con-
seqüentemente densidade ρ = M/(π R2 H), em torno de seu eixo central é calculado a partir
de dm = ρ dV = 2π ρ r H dr onde r cresce de 0 à R no volume V do cilindro. Temos, então,
21
para o cilindro homogêneo:
Z R
1
I= r2 (2π ρ r H) dr = M R2 .
0 2
~ = ~r×~p.
L
X
F~ext = 0.
Outras formas de enunciar a condição de equilı́brio de translação, equilı́brio estático, são dizer
que a aceleração linear do centro de massa é nula, ~acm = 0, ou que o momento linear total é
constante
p~ = constante.
X
~τext = 0.
Outras formas de enunciar a condição de equilı́brio de rotação, são dizer que a aceleração
angular do centro de massa é nula, α
~ cm = 0, ou que o momento angular total é constante
~ = constante.
L
23
2.7 As equações da mecânica -
Cinemática de translação
Vetor posição ~r(t)
d
Velocidade linear (ou tangencial) ~v (t) = dt
~r(t)
d
Aceleração linear (ou tangencial) ~a(t) = dt
~v (t)
Cinemática de rotação
~
Posição angular Θ(t)
d ~
Velocidade angular ω
~ (t) = dt
Θ(t)
d
Aceleração angular α
~ (t) = dt
ω
~ (t)
Dinâmica de translação
Trabalho W = d~r.F~
R
Energia cinética K = 21 m v 2
Teorema trabalho-energia W = ∆K
Dinâmica de rotação
~ τ
R
Trabalho W = dΘ.~
Energia cinética Krot. = 21 I ω 2
Teorema trabalho-energia W = ∆Krot.
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2A FLUIDOS
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-2 FLUIDOS E TERMODINÂMICA
Professor Cesar Lobo
1. ELASTICIDADE E TENSÕES:
1.1 As forças intermoleculares.
1.2 Elasticidade, Módulo de Young (Y ).
1.3 Módulo de Rigidez (n).
F/A
= constante
[−∆V /V ]
onde [−∆V /V ] é uma variação especı́fica de volume devido às tensões que produzem diminuição
de volume. A constante é o módulo de elasticidade, conhecida como Módulo de Young (Y ),
nome este introduzido por Thomas Young.
Dobrando, torcendo, esticando ou cisalhando podemos causar alguma alteração nas posições
relativas dos grupos moleculares dentro do sólido.
Todo o sólido real pode ter seu volume reduzido e sua forma modificável pela aplicação
de grandes forças externas mas, depois que a força é removida, o corpo volta para o seu vol-
ume ou forma original. As forças externas, aplicadas em um sólido, provocam o aparecimento
de forças internas que reagem contra e resistem às forças aplicadas. As forças internas, de
26
oposição as forças aplicadas, promovem condições de equilı́brio estático, isto é, não produzem
acelerações no sólido.
As forças aplicadas sobre as superfı́cies dos extremos opostos do corpo, e que provocam de-
formações e costumam ser designadas sob o nome comum de ”tensões”e são classificadas como
tração, compressão e cisalhamento.
Tração é uma tensão ocasionada por forças paralelas, de mesma intensidade e em sentidos
opostos mas promovendo o alongamento do corpo.
Compressão uma tensão ocasionada por forças paralelas, de mesma intensidade e sentidos
opostos mas promove a diminuição do comprimento do corpo.
Cisalhamento também é uma tensão ocasionada por forças paralelas, de mesma intensidade
e sentidos opostos mas em diferentes linhas de atuação promovendo alteração na forma do
corpo mas sem mudar seu o volume.
Em uma linguagem coloquial poderı́amos dizer que uma tração alonga o objeto sólido, a com-
pressão o encolhe, enquanto o cisalhamento o faz retorcer.
1.3 Módulo de Rigidez (n) - Quando forças tangenciais de igual módulo e direção
porém de sentidos contrários, são aplicadas, em um paralelepı́pedo sólido, de modo a promover
alteração de forma sem alteração de volume (faces normais às forças sofrem deslocamento an-
gular medido por um pequeno ângulo φ), ângulo de cisalhamento. Para estas forças definimos:
Esforço de Cisalhamento (F/A) dividindo a força tangencial aplicada F pela área A da
superfı́cie que se desloca.
Deformação de Cisalhamento (s/l) dividindo o corrimento s (distância que se desloca a
face superior em relação a face inferior) pela altura l do paralelepı́pedo. Como s/l é, normal-
mente , muito pequeno, podemos considerá-lo igual ao ângulo de cisalhamento φ (expresso
em radianos).
Módulo de Rigidez (n) é o Esforço de Cisalhamento dividido pela Deformação de Cisal-
hamento,
F/A F
n= = .
s/l Aφ
27
2. FLUIDOS:
2.1 Definição de fluido.
2.2 Viscosidade (η).
2.3 Módulo Volumétrico (B).
2.4 Pressão e pressão parcial.
2.5 Princı́pios de Arquimedes, empuxo.
2.6 Tensão superfı́cial, ação capilar.
2.1 Definição de fluido - Os fluidos são os lı́quidos e os gases. Fluidos são substâncias
cujo volume toma a forma de seus recipientes, são capazes de escoar e apresentam um grau
de compressibilidade.
Quanto ao escoamento um fluido é classificado em: permanente, laminar e turbulento. A
velocidade de escoamento de um fluido, considerando os pontos de uma mesma secção da
tubulação, pode variar em módulo e direção.
Num escoamento permanente de um fluido ideal, não viscoso, todos os pontos de uma mesma
secção da tubulação têm a mesma velocidade. Num escoamento laminar, viscoso, a veloci-
dade, numa mesma secção, é também sempre paralela a tubulação mas, é máxima no eixo
central e vai gradativamente diminuindo até praticamente anular-se nas paredes da tubulação.
Num escoamento turbulento, considerando os pontos de uma mesma secção da tubulação, a
velocidade varia sempre em valor e direção.
Os fluidos quando em equilı́brio, não apresentam resistência às forças tangenciais ou cisal-
hantes.
Os gases expandem-se até ocupar totalmente o volume disponı́vel do recipiente e são alta-
mente compressı́veis. Já os lı́quidos são praticamente incompressı́veis, densidade constante,
ocupam volumes definidos e têm superfı́cies livres e conseqüentemente possuem uma tensão
superficial que afeta as condições estáticas e de escoamento de pequenas passagens. Para
o estudo de fluidos nas condições de equilı́brio ou no escoamento as primeiras propriedades
importantes a ser consideradas são:
Massa Especı́fica ou Densidade Absoluta (ρ) é a razão entre a massa do fluido (m) e o
volume (V ) que contém essa massa,
m
ρ= [kg/m3 ].
V
28
Densidade Relativa é a razão entre a massa especı́fica de uma substância (ρX ) e a
de outra (ρo ), como por exemplo a água, tomada como referência,
ρX
δ= [adimensional].
ρo
1
VS = [m3 /N ].
γ
Força de fricção - Para definir a viscosidade começaremos introduzindo uma força tı́pica
dos fluidos, a força de fricção (fr ). Colocando-se um corpo esférico, de raio rb , em queda
livre dentro de um lı́quido, o lı́quido oferecerá uma resistência (fricção) que é proporcional ao
raio e a velocidade vb dessa esfera. A força de fricção cresce com a velocidade de queda até
cancelar a força peso da esfera. De acordo com Stokes, essa força de fricção para o regime
laminar, e só para o regime laminar, é dada por:
fr = 6π vb rb η [N ].
2.2 Viscosidade (η) - Os fluidos estão sujeitos há dois tipos de esforços: os de
massa, devido ao campo gravitacional, e os de superfı́cie, também denominados esforços de
contato, que se desenvolvem através do contato entre porções fluidas adjacentes. Os esforços
de superfı́cie, são aqueles que ocorrem quando uma força (∆F~ ), atuando sobre uma pequena
área (∆A) da superfı́cie do volume do fluido, pode ser desmembrada em suas componentes
normal (∆F~N ) e tangencial (∆F~T ). Para essas componentes definimos:
Tensão de Cisalhamento τ = (dFT /dA) é a componente tangencial da força dividido pela
área.
Tensão Normal ou Pressão P = (dFN /dA) é a componente normal da força dividido pela
área.
A viscosidade de um fluido, chamado de fluido Newtoniano, é uma propriedade que determina
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o grau de sua resistência às forças cisalhante.
Como ilustração podemos imaginar um baralho com suas varias cartas (placas) separadas
por uma distância y, consideremos que esse espaço é ocupado por um fluido. Na pilha de
placas a carta superior está livre para a atuação de uma força cisalhante e assim mover-se com
velocidade, o fluido aderente na placa superior move com a mesma velocidade desta placa. A
velocidade da placa e do fluido aderente, na pilha de placas, vai diminuindo à medida que a
altura da posição da placa diminui até a última placa, a placa inferior, que permanece fixa,
em repouso. Para uma força cisalhante proporcional à área da placa, a experiência mostra
uma relação linear, entre a distância y entre placas e a velocidade transversal v de escoamento
das placas no fluido.
A relação entre a tensão cisalhante (τ ), e o gradiente de velocidade (dv/dy) num fluido
Newtoniano é proporcional a uma propriedade do fluido, denominada de viscosidade (η),
dv
τ =η [N/m2 ].
dy
Uma definição útil para fluidos é conhecida por coeficiente cinemático de viscosidade υ, que
é a razão entre a viscosidade absoluta e a densidade do fluido
η
υ= [m2 /s].
ρ
Em relação a um aumento de temperatura num fluido vemos que, a viscosidade dos lı́quidos
diminui em quanto a viscosidade do gás aumenta. As variações de pressão praticamente não
alteram a viscosidade de um fluido.
∆P V ∆P
B= =− [N/m2 ].
−[∆V /V ] ∆V
Uma vez que o volume especı́fico é uma grandeza adimensional, a constante B é medido em
unidades de pressão, no SI, 1N/1m2 é denominado de Pascal (P a).
O tipo de deformação que envolve apenas variações de volume se aplica também para os sólidos
e os lı́quidos, os lı́quidos são altamente incompressı́veis, necessitam de grandes variações de
pressão para produzir variações pequenas de volume.
30
Para os gases, o valor do módulo de elasticidade depende do processo termodinâmico,
isto é, de como ocorre a variação de pressão nos gases. As transformações termodinâmica
podem ser expressas, de forma geral, como:
P V K = constante
dP
Essa equação nos leva a uma relação, K P = −V dV
= B. Portanto nas transformações
isotérmicas B = P e nas transformações adiabáticas B = γP .
Um coeficiente de compressibilidade cúbica, ou simplesmente módulo de compressibili-
dade (C) é definido por
∆V
C = B −1 = − [m2 /N ].
V ∆P
2.4 Pressão e pressão parcial - O Princı́pio de Pascal diz respeito a pressão num
ponto qualquer no interior de um lı́quido em equilı́brio. A pressão é sempre normal à superfı́cie
de uma porção definida do fluido e independentemente da direção dessa superfı́cie, a pressão
é igual para todas as direções.
A pressão (P ) aumenta com a profundidade em um fluido. Um elemento de volume de fluido
incompressı́vel, no interior do próprio fluido, está sujeito a uma variação de pressão na direção
do campo gravitacional ~g
dP
= −ρ g.
dz
O sinal negativo indica que a pressão aumenta na direção do campo gravitacional.
Considerando as medidas de pressão na atmosfera, a pressão atmosférica varia com a altura
(h) e a densidade do ar (ρ).
Ao nı́vel do mar h = 0 temos: aceleração gravitacional g = 9, 8 m/s2 , densidade do ar
atmosférico ρo e a pressão atmosférica Po ,
Po = 1, 01×105 P a.
31
Para pequenas variações de altura podemos considerar a densidade do ar (ρ) como constante
P (h) = Po − ρ g h.
Para grandes variações de altura temos também que considerar a variação da densidade do
ar com a própria pressão atmosférica, podemos escrever
ρo
P (h) = Po e− Po g h .
Para um tubo em forma de U, aberto nas extremidades, as duas superfı́cies em cada braço
do tubo estão sob a mesma pressão atmosférica (ao nı́vel do mar essa pressão atmosfera vale
simplesmente 1 atm).
A pressão de 1 atm corresponde a pressão de 1, 01×105 N/m2 ,
1 atm = 1, 01×105 P a.
A pressão de 1 bar corresponde a pressão de 105 P a,
1 bar = 105 P a.
A pressão de 1 atm correponde a pressão de uma coluna de mercúrio de 760 mm, 1 atm =
760 mmHg.
A pressão de 1 torr correponde a pressão de uma coluna de mercúrio de 1 mm, 1 torr =
1 mmHg = 1/760 atm.
Tratando-se da pressão para uma mistura de gases ideais, com n1 ,n2 ,n3 ,...,nN mols
de N gases diferentes, ocupando um volume comum V e numa mesma temperatura T , da
equação de estado do gás ideal, escrevemos:
T T T T
P = n1 R + n2 R + ... + nN R = n R
V V V V
A lei das Pressões Parciais de Dalton, afirma que: numa mistura de gases ideais,
quimicamente inértes, a pressão parcial Pi , de cada gás constituinte Gi , é proporcional a sua
fração molar e que a pressão total é igual ao somatório das pressões parciais. Por exemplo,
em 1 atm, a pressão parcial dos gases constituintes da atmosfera são: nitrogênio 0,78 atm;
oxigênio 0,21 atm; argônio 0,009 atm e dióxido de carbono 0,0003 atm.
E = Vf d ρf d g.
Para que um corpo flutue sua densidade tem que ser menor que a densidade do fluido. A
condição de equilı́brio de um corpo flutuante, parcialmente imerso, é:
ρC V
= fd .
ρf d VC
E a condição de equilı́brio de um corpo totalmente imerso é que o empuxo sofrido tem módulo
igual ao peso do corpo
E = mC g.
F
σ= [N/m].
l
3 σ r 1/3
Rg = [ ] .
2ρg
2 σ cosα
h= .
ρgr
O ângulo α é uma função que depende das forças de coesão e adesão na interface comum
entre o ar, o lı́quido e a superfı́cie do capilar, esse ângulo é medido observando a direção da
força de tensão superficial do lı́quido e a parede do capilar em contato. Podemos observar que
se o ângulo α < 90o , superfı́cie livre do lı́quido é convexa, as força de coesão do lı́quido são
maiores que as forças de adesão do lı́quido com o vidro. Para uma superfı́cie livre do lı́quido
côncava, α > 90o , as forças de adesão são maiores que as de coesão.
Considerando um menisco de um lı́quido num capilar, como parte de uma superfı́cie de uma
esférica, podemos avaliar o raio uma bolha de ar. A diferença de pressão entre os dois lados
do menisco de uma bolha é Pi −Pe = ρ g h, essa diferença de pressão tem relação com a tensão
superficial e o raio da bolha. Para o caso de uma bolha de sabão, raio médio Rb das duas
superfı́cies, a diferença de pressão é dobrada,
2σ
Pi = P e + 2 .
Rb
34
Um pressão interna sempre maior que a pressão externa é portanto uma condição para a
bolha não explodir.
35
3. ESCOAMENTO DE FLUIDOS:
3.1 Escoamento de um fluido ideal.
3.2 Número de Reynolds (Re ).
A1 . v1 = A2 . v2
1 2 1
P1 + ρ g h 1 + ρ v1 = P2 + ρ g h2 + ρ v22 ,
2 2
D vm ρ
Re = .
η
Um escoamento é laminar se Re for menor que 2.000, será turbulento se Re for bem maior
que 2.000.
2 rb vb ρ
Re =
η
mvapor MH2 O P
U M IDADE (ABS.) = = .
V RT
PP
U M IDADE (REL. DO AR) (%) = 100×
PS
5.1 O estudo do gás - Um gás pode ser obtido por evaporação de um lı́quido ou
sublimação de um sólido, essas transformações acarretam em diminuição de densidade. Um
mol de gás ocupa um volume de 22, 4 litros nas condições normais de temperatura e pressão
(CNTP). Portanto existe o mesmo número de moléculas em dois volumes iguais mesmos que
ocupados por dois gases diferentes. O gás é um dos estados da matéria no qual as moléculas
têm pouca interações e são animadas de movimentos desordenados, incessantes e rápidos.
Como conseqüência do movimento de suas moléculas um gás não tem forma nem volume
definido, de modo que ocupa totalmente o volume do recipiente que o contém. Comparando
com os estados sólido e lı́quido, o estado gasoso é mais fácil de ser descrito teoricamente
porque, estando as moléculas muito afastadas umas das outras (salvo no momento de uma
colisão), as forças intermoleculares são muito fraca, podendo ser desprezadas em primeira
aproximação.
Os movimentos moleculares, de translação, rotação e vibração, vão definir graus de liberdade
para a molecular, que são atribuidos em relação as três direções do espaço.
Quando trabalhamos com moléculas, medimos o tamanho das amostras em moles, para ter
certeza que estamos comparando amostras que contêm o mesmo número de moléculas. A
molécula-grama (abrv.:mol) é uma unidade básica no SI.
Um mol é uma quantidade de qualquer substância que contêm tantas entidades elementares
quanto as existentes numa amostra de 12 g de carbono-12, que é o mesmo número de moléculas
que se encontra em 18 g de água ou em 32 g de oxigênio.
O número de entidades existentes em um mol é o número de Avogrado
NA = 6, 02×1023 mol−1 .
Quando lidamos com uma amostra de massa m em gramas, volume V em litros e que
contém N moléculas, o número de moles na amostra pode ser encontrado por:
N m V
n= = = .
NA M VM
Cada espécie de molécula tem um certo número de graus de liberdade. Aos graus
de liberdade da molécula de um gás, associamos uma quantidade de energia armazenada, a
energia interna (U ). Cada grau de liberdade corresponde uma energia interna, função da
1 1
temperatura, de 2
k T por molécula ou 2
R T por mol. As constantes R e k são respec-
tivamente: a constante universal do gás R = 8, 31 J/mol.K e a constante de Boltzmann
k = 1, 38×10−23 J/K. Para essas equações vale a relação: n R = N k então,
R = NA k.
3
U= n R T.
2
7
U= n R T.
2
5.2 A teoria cinética - A teoria cinética é uma visão molecular para as propriedades
macroscópicas de um gás tais como a pressão (P ) e temperatura (T ): Um gás é constituı́do de
partı́culas discretas ou moléculas que como microscópicas bolas de bilhar apresentam movi-
mentos desordenados, movimentos caótico, chocam-se entre si e com as paredes do reservatório
onde o gás está contido.
Idealizando um modelo simplificado, tomemos um gás num recipiente cúbico fechado, de
lado l, desconsideremos as colisões entre entre as moléculas, observemos as sucessivas colisões
elásticas das moléculas do gás com as paredes do recipiente (sem quaisquer deformações).
42
A expressão da pressão pode ser obtida calculando o valor médio da componente normal
da força resultante, por unidade de área, exercida durante as colisões das N moléculas de um
gás nas paredes do recipiente. Observando a colisão de uma molécula de velocidade vx com a
parede do recipiente vemos que ela sofre uma variação de momento linear dada por
∆p = − 2 m vx .
2l
∆t = ,
vx
Ftotal N m v2
P = = .
l2 3V
3 N m v2
P V = N kT =
2 3
logo,
2
P V = N < Ecin >
3
então,
3
< Ecin >= k T.
2
Vemos que a temperatura T, a agitação molecular, é a medida da energia cinética molecular
média.
43
5.3 Gás Perfeito ou Ideal - No modelo do gás ideal as moléculas são consideradas
pontos geométricos, como no caso de um gás ideal monoatômico, as moléculas apresentam
somente três graus de liberdades (movimento de translação nas três direções do espaço) e as
colisões (choques) só acontecem nas paredes do recipiente que o contém. A pressão exercida
pelo gás sobre as paredes tem haver com a variação média da quantidade de movimento
molecular, a temperatura é resultante exclusivamente da energia cinética média molecular
dos três graus de liberdade de translação. A equação de estado de um gás ideal, vem da
reunião das leis de Boyle-Mariotte, Gay-Lussac e Charles e expressa a relação existente entre
a temperatura absoluta T , a pressão P , o volume V e o número de moles do gás ideal:
P V = n R T = N k T.
5.4 Gás Real - No estudo das moléculas dos gases reais as interações entre os átomos
são importantes, e podem ser entendidas num gráfico U (r)×ro , da energia potencial U (r) em
termo de uma posição de equilı́brio ro entre os átomos. O comportamento de U (r) em torno
ro pode ser entendido por conta de dois efeitos:
1. O efeito repulssı́vo em distância r menor que < ro .
2. O efeito atrativo para distâncias r pouco maior que < ro , pois U (r) cai rapidamente a zero.
Levando em conta esses efeitos, algumas correções podem ser feitas na equação do gás ideal.
A primeira correção é no volume disponı́vel para a expansão do gás, uma vez que as moléculas
do gás real apresentam um volume próprio devido ao seu tamanho finito. Esta correção exige
que se retire um volume b correspondente a cada mol de moléculas no gás. Assim trocamos,
na equação do gás ideal, V por (V − nb). A segunda correção vem por conta da interação
atrativa entre moléculas do gás (coesão). No interior de um gás uma molécula é igualmente
atraı́da em todas as direções. Nas vizinhanças da parede do recipiente que contém o gás uma
molécula é intensamente atraı́da para o interior do gás, devido ao efeito conjunto das outras
moléculas, modificando assim a pressão P para (P + n2 Va2 ) com estas correções chega-se na
a equação de estado do gás real, de Van der Waals,
a
(P + n2 )(V − nb) = n R T
V2
2C TERMODINÂMICA
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-2 FLUIDOS E TERMODINÂMICA
Professor Cesar Lobo
1. TEMPERATURA:
1.1 Lei Zero da termodinâmica .
1.2 Escalas de temperatura.
1.3 Expansão térmica.
1.4 Dilatação aparente dos lı́quidos.
TK = TC + 273, 15
∆L = α L0 ∆T
∆D
= α ∆T.
D0
∆A
= 2 α ∆T.
A0
∆V
= 3 α ∆T.
V0
Para um lı́quido, que toma sempre a forma do recipiente que o contém, só interessa o co-
eficiente de dilatação volumétrica do lı́quido. Os valores tı́picos do coeficiente de dilatação
volumétrico dos lı́quidos são bem maiores que os dos sólidos.
47
1.4 Dilatação aparente dos lı́quidos - A ascensão da coluna de mercúrio num
termômetro exemplifica o fenômeno da expansão térmica que acontece com um recipiente,
um sólido, com coeficiente de dilatação volumétrico 3α, e um lı́quido, com coeficiente de
dilatação volumétrico β, quando experimentam uma variação de temperatura. Para o caso de
um termômetro de mercúrio, em que este enche completamente o bulbo de vidro, inicialmente
à um volume V0 , à temperatura de 00 C, o volume do bulbo à temperatura T terá um volume
V0 (1 + 3αT ) e o volume do mercúrio será V0 (1 + βT ), de modo que o volume de mercúrio
expelido do bulbo e que irá subir pelo tubo capilar é,
V0 (β − 3α) T.
2.1 Calor.
2.2 Absorção de calor, calor sensı́vel e calor latente.
2.3 Trabalho termodinâmico.
2.4 Primeira lei da termodinâmica.
2.5 Entalpia, Entropia e Potencial Quı́mico.
2.6 Calor especı́fico molar do gás ideal.
2.7 Calor especı́fico molar dos sólidos.
2.1 Calor - Todo o sistema fı́sico, no seu estado particular, tem a sua energia interna.
O trabalho e o calor são formas de mudar a energia interna de um sistema. Calor é uma
energia que flui entre um sistema e sua vizinhança (ambiente) na condição em que o sistema
e a vizinhança encontram-se inicialmente em temperaturas diferentes.
Na mecânica, o trabalho está relacionado com uma alteração do movimento de um corpo. Na
termodinâmica, o trabalho se relaciona com a modificação da energia da interna do sistema e
não com o movimento do sistema como um todo. Uma convenção de sinal precisa ser adotada
para o trabalho termodinâmico e o calor. Trabalho W é tomado como positivo quando é
trabalho realizado pelo sistema contra sua vizinhança, calor Q (ou ∆Q) é tomado como
positivo quando é absorvido pelo sistema, já as situações contrárias tanto para o trabalho
como para o calor, são negativas.
A unidade de calor no SI é o joule (J). Outras unidades bastantes utilizadas para calor são:
a caloria (quantidade de calor para mudar a temperatura de 1 g de água destilada de 14, 5 o C
para 15, 5 o C à pressão de 1 atm)
1cal = 4, 186 J.
Outras unidades: a unidade térmica britânica (1Btu = 1055 J) e a caloria nutricional (1Cal =
1kcal = 4186 J).
∆Q
C=
∆T
49
A capacidade de térmica C depende do tipo de substância e da quantidade de material, massa,
do sistema.
Uma capacidade térmica independente da massa do sistema é denominado de calor especı́fico
e este só depende do tipo de substância
C
c= .
m
N m
n= = ,
NA M
QA + QB = 0.
mA cA (Tf − TA ) + mB cB (Tf − TB ) = 0.
O calor especı́fico é uma das causas que determina a distribuição entre climas marı́timos e
continentais, vejamos a relação entre o ar atmosférico, a terra e o mar.
O calor especı́ficos do mar é cerca de cinco vezes maior que o calor especı́fico do solo con-
tinental, o mar esquenta ou esfria muito mais lentamente que o solo. No verão, nas regiões
marı́timas o mar ainda frio esquenta mais lentamente que a terra e assim esfria o ar, a atmos-
fera. No inverno, o mar ainda quente, esfria mais lentamente que a terra, de modo que fornece
calor para o ar, amenizando o frio da terra. De modo que o solo e a atmosfera respondem mais
rapidamente às variações de temperatura do que o oceano. No verão, nas regiões marı́timas, a
água, tendo-se esquentado mais lentamente que a terra esfria o ar; por outro lado, no inverno,
a água que ainda guarda calor, pois se esfria mais lentamente, pode fornecer calor para o ar
e amenizar o frio da terra.
51
Uma substância aceita ou rejeita calor quando muda fase (derrete, gela, vaporiza, ou con-
densa), na transição de fase a temperatura da substância permaneça constante. A magnitude
do calor que acompanha uma transição de fase de um sistema com de massa m é determinado
por
|QL | = m L,
portanto pode ser medido por uma alteração no volume do gás. Se Vf > Vi o trabalho é
positivo caso contrário, o trabalho é negativo. A integral anterior só é válida na condição em
que o processo evolui de um estado inicial para um estado final passando por infinitos estados
intermediários, mas sempre trocando de um estado em equilı́brio térmico para outro estado
também em equilı́brio térmico.
Um processo termodinâmico pode ser plotado num gráfico pressão (no eixo vertical) verso
volume (no eixo horizontal) o trabalho termodinâmico é a própria área contida no diagrama
”P ×V ”.
52
2.4 Primeira lei da termodinâmica - A primeira lei da termodinâmica postula a
existência estados termodinâmicos, de uma energia interna U correspondente a esses estados
e ainda como ocorrem as mudanças entre os estados. Variações na energia interna pode
ser medida, observada por meio de uma alteração na temperatura, ou na diferença entre
o calor fornecido e o trabalho realizado ∆U = Q − W entre dois estados observados. O
sistema termodinâmico evolui temporalmente de um estado de equilı́brio térmico inicial para
um estado de equilı́brio térmico final, passando sempre por progressivos estados de equilı́brio
térmico intermediários e isso corresponde a uma variação infinitesimal na energia interna do
sistema,
dU = dQ − dW.
A soma de trocas de calor e de trabalho só depende dos estados inicial e final e não da
dinâmica de sucessão de estados que caracterizaram essas transformações.
Nas transformação de expansão, ou compressão, termodinâmica os caminhos, entre estados
intermediários, vão permitir diferienciar a forma como o trabalho envolvido pode ser calcu-
lado.
A seguir vamos definir alguns tipos de transformações entre dois estados de equilı́brio:
W = ∆Q,
Vf
W = n.R.T.ln( ).
Vi
Transformação é adiabática: Ocorre tão rapidamente ou o sistema está tão bem
isolado que sofre uma mudança de estado sem troca de calor, então o trabalho realizado é
devido exclusivamente a uma variação de energia interna do sistema,
W = −∆U,
W = −n.cv .∆T.
53
Transformação é isométrica: Quando o sistema sofre mudanças sucessivas de esta-
dos mantendo sempre o volume constante, então o trabalho realizado é nulo e a variação de
energia interna é devido exclusivamente ao calor trocado pelo sistema,
∆U = ∆Q,
W = 0.
∆U = Q − W,
W = P.∆V.
W = ∆Q.
Processo expansão livre: Uma expansão livre, de um gás, é uma expansão adiabática
o qual o sistema não está em equilı́brio térmico durante as fases intermediárias, pois não pode
ser realizada lentamente e de maneira controlada. Inicialmente o gás está confinado por um
obstáculo que limita o seu volume para uma parte de seu recipiente que compõe o sistema
isolado termicamente, a outra parte é feita o vácuo. Quando o obstáculo é removido, o gás
se expande livremente ocupando todo o volume do recipiente. Para este processo nenhum
trabalho é realizado pelo gás, pois ele se expande para uma região onde é feito o vácuo, não
encontrando qualquer pressão, portanto W=0. Como o sistema está isolado termicamente
nenhum calor é transferido para o gás ou pelo gás e Q=0. De acordo com a primeira lei,
∆U = 0.
54
2.5 Entalpia, Entropia e Potencial Quı́mico - O primeiro princı́pio da ter-
modinâmica, primeira lei, diz que se um sistema passa de um estado inicial a um estado
final, a soma de trocas de trabalho, de calor e de matéria com o exterior só depende destes
estados e não do processo de transformação. Existe então um parâmetro caracterı́stico do sis-
tema, do qual as variações são iguais à soma dessas trocas. Esse parâmetro pode ser a energia
interna U ou a entalpia: H = U + P V, que é uma função como U e cuja variação corresponde
ao calor trocado com o meio exterior durante uma transformação à pressão constante. As
transformações reversı́vel, descrita por uma seqüência de estados de equilı́brio, que evoluem
do estado inicial (P, V, T, n) para um estado final (P + dP, V + dV, T + dT, n + dn) a variação
de U se escreve:
dU = T dS − P dV + µdn
∂U
T =( ) .
∂S V,n
1 dQ
c= ( ).
n dT
Os calores especı́ficos do gás ideal, a volume constante são: gás ideal monoatômico (3 graus
3
de liberdade de translação) cV = 2
R, um gás diatômico em altas temperaturas (3 graus
translação + 2 graus rotação + 2 graus vibração) cV = 72 R. Em baixas temperaturas (3 graus
translação + 2 graus rotação) cV = 52 R.
Os calores especı́ficos do gás ideal, a pressão constante são obtidos pela equação:
cP = cV + R.
Para os gases a diferença entre cP e cV é mais significativa do que para sólidos e lı́quidos.
2.7 Calor especı́fico molar dos sólidos - Dulong Petit interpretou classicamente
o calor especı́fico dos sólidos, como uma rede de osciladores interligados entre si. Assim a
energia interna de um mol de sólido constituı́da de seis osciladores, em altas temperaturas,
tem que levar em consideração que a vibração dos osciladores que se dá nas três direções do
espaço. Na previsão de Dulong e Petit, c = 6( 12 R) = 3R.
56
2D TERMODINÂMICA
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-2 FLUIDOS E TERMODINÂMICA
Professor Cesar Lobo
W Qf Tf
e= =1− =1− .
Qq Qq Tq
Esse rendimento do Ciclo de Carnot é sempre inferior à 1, pois admitir que o rendimento
possa ser e = 1, seria admitir que possa existir um reservatório de calor à temperatura do
57
zero absoluto Tf = 0.
Qq Qf
Partindo do ciclo de Carnot podemos escrever que, Tq
= Tf
. Interpretando Qq > 0 como
calor absorvido pelo sistema e Qf < 0 como calor perdido pelo sistema, temos que a relação
Qq Qf Q
Tq
+ Tf
= 0. Essa equação estabelece que a soma algébrica das quantidades T
é nula para o
ciclo de Carnot.
Qualquer ciclo reversı́vel pode ser tomado, com uma aproximação tão boa quanto quisermos,
como um conjunto de ciclos de Carnot. Assim, um ciclo reversı́vel arbitrário pode ser descrito
por uma familia de isotérmas ligadas convenientemente com sucessivas curvas adiabáticas.
PQ
Portanto podemos afirmar que em processos cı́clicos reversı́veis T
= 0 ou
I
dQ
∆S = = 0.
T
dQ
A quantidade T
deve representar alguma variável de estado, assim como pressão e volume
entre outras, essa quantidade chamamos de Entropia S, cuja unidade no SI é [joule/kelvin].
Os processos reversı́veis mostram que a entropia S permanece inalterada, pois não há perda
de calor, ∆S = 0.
No mundo real, o atrito, as perdas de calor indesejadas, etc,... estão sempre presentes e estas
perdas de calor fazem com que os processos naturais, entre dois estados de equilı́brio sejam
processos irreversı́veis. Isto acarreta que a entropia de um sistema isolado só pode aumentar
∆S > 0.
A Mecânica Estatı́stica descreve a entropia, como um significado fı́sico de medida da desor-
dem, desordem essa que vem com um aumento no número de microestados de um sistema.
3.2 Ordem e desordem - Calor e trabalho são duas formas diferentes de energia
em trânsito. Em termos de ordem e desordem podemos interpretar o calor como uma trans-
ferência de agitação das moléculas de um corpo para as de outro. O aquecimento de um corpo
é portanto um processo desordenado, em que a transferência de energia resulta dos inúmeros
choques caóticos que ocorrem entre as moléculas. Já a queda de uma pedra sobre uma mola,
é um fenômeno que envolve transferência de energia localizada entre dois corpos, transcorre
de modo ordenado: a pedra perde a sua energia cinética realizando um trabalho sobre a mola,
que adquire, assim, uma energia potencial elástica. Como a segunda lei da termodinâmica
permite a transformação espontânea de energia ordenada em energia desordenada, a energia
mecânica e elétrica são portanto qualidades de energias ordenadas de grande importância.
Isso já não ocorre, porém, com a energia interna, principalmente se o sistema apresentar
58
baixa temperatura, uma vez que a segunda lei impõe condições para que o processo inverso,
transformação de calor em trabalho, se realize. Como a natureza favorece as transformações
para formas de energia cada vez menos ordenadas, podemos concluir que a qualidade de en-
ergia tende a piorar.
Reafirmando, trabalho e calor são duas formas diferentes de energia em transito, mas podemos
considerar trabalho como uma qualidade superior de energia em relação ao calor. Sempre é
possı́vel transformar completamente trabalho em calor, mas a transformação inversa, de calor
completamente em trabalho, não é possı́vel. As máquinas térmicas para produzirem trabalho
têm que jogar fora parte do calor.
O motor diesel foi inventado, em 1893, pelo também engenheiro alemão Rudolf
Diesel, difere do motor a quatro tempos em dois aspectos:
1. O motor diesel não tem um carburador, mas sim um injetor que lança jato de óleo diesel
em forma de gotı́culas misturada com ar no cilindro.
2. O motor diesel não tem velas, a combustão é provocado pelo aquecimento da mistura das
gotı́culas de óleo com o ar, 2a etapa, quando ocorre uma rápida compressão da mistura.
TQ − TF
H(= Q/t) = kT A .
l
∂T ∂ 2T
=κ 2
∂t ∂x
k
sendo κ = cρ
, a difusibilidade térmica (kappa) que é dependente do calor especı́fico c, densi-
dade ρ do material e da constante de Boltzmann k = 1, 38×10−23 J/K.
63
∆m ∆C
j= = −DA .
∆t ∆x
1. CAMPO ELÉTRICO:
1.1 Lei de Gauss e Fluxo.
1.2 Carga elétrica.
1.3 Lei de Coulomb.
1.4 Campo elétrico.
1.5 Condutores e isolantes.
1.1 Lei de Gauss e Fluxo - A lei (teorema) de Gauss trata de fluxos em superfı́cies
~
fechadas S:
De modo geral um fluxo pode ser medido quando há um escoamento de um fluido ou partı́culas
por uma seção transversal, com uma certa velocidade. O fluxo pode ter regime estacionário
~ e uniforme
(escoamento constante no tempo) ou variável. O fluxo de um campo constante E
~ uma superfı́cie aberta de área A, é
através de S,
Z
Φ= ~ S
E.d ~ = EA cos θ
~ e S.
sendo, θ o ângulo formado pelos vetores E ~
I
Φ= ~ = −4πG M
~g .dS
O fluxo elétrico ΦE está associado a existência de uma carga elétrica ou uma dis-
65
tribuição de cargas elétricas e portanto ao próprio campo elétrico (as linhas de força do campo
elétrico) gerado pelas cargas ou pela distribuição de cargas. As linhas de força do campo
elétrico nascem sempre numa carga positiva e terminam numa carga negativa. Quando só
existe uma carga, para as linhas de força do campo significa que a outra carga está no infinito.
~ através
A lei de Gauss da eletricidade, no vácuo, vem do fluxo total de um campo elétrico E
~ Quando uma carga (elétrica) lı́quida q encontra-se dentro (no
de uma superfı́cie fechada S.
interior) da superfı́cie fechada, o fluxo total é:
I
Φ= ~ S
E.d ~= q
o
Com θ o ângulo que as linhas de fluxo (campo) fazem com a normal da superfı́cie de área A.
66
1.2 Carga elétrica - A carga elétrica é uma propriedade apresentada por corpos
eletrizados que faz com que os corpos exerçam forças de interações (atrativas ou repulsivas)
mútuas entre eles. A unidade de carga no SI de unidades é o coulomb (C). Existem dois
tipos de cargas elétricas na natureza, a carga do elétron e do próton ambas têm a mesma
magnitude (e = 1, 6×10−19 C) porém, a do elétron é negativa e a do próton é positiva.
Todo o material macroscópico é eletricamente neutro, em condições normais, pois contém um
enorme número de elétrons e prótons em iguais quantidades. Se o material apresentar um
excesso de elétrons, em relação a quantidade de prótons, o material estará eletrizado negati-
vamente, caso contrário estará eletrizado positivamente.
As cargas dos corpos eletrizados, ou partı́culas, são positivas ou negativas mas sempre em
quantidades múltiplas inteiras N de e (quantização q = N e).
Pode-se forçar os objetos a adquirirem uma carga lı́quida positiva ou negativa. Quando uma
vara de vidro é esfregada com seda a vara fica carregada positivamente. Quando uma vara de
plástico é esfregada na nossa pele a vara fica carregada negativamente.
A carga elétrica é conservada, a soma das cargas (incluindo os sinais) num sistemas fechado,
contendo partı́culas, permanece sempre o mesmo (conservação), independentemente do tipo
de evento que as partı́culas possam sofrer.
1.3 Lei de Coulomb - A lei de Coulomb descreve a força de interação entre duas ou
mais partı́culas carregadas e estacionárias. Suponha que duas partı́culas com magnitudes de
carga q1 e q2 estejam distanciadas de r. A intensidade da força exercida em qualquer uma
das cargas é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre as cargas e diretamente
proporcional ao produto das magnitudes das duas cargas.
1 q1 q2
F = .
4π r2
Sendo uma constante a permissividade do meio, que para o vácuo anota-se por o e o fator,
1
constante dielétrica k vale, k = 4πo
= 8, 99×109 N m2 /C 2 .
A força é uma grandeza vetorial e sua unidade no SI de unidades é newton (N ). As forças
que atuam nas cargas obedecem as leis de Newton. A direção da força que uma carga exerce
sobre a outra é ao longo da reta que une as cargas. Se as cargas tiverem sinais opostos as
força são atrativas. Se as cargas tiverem sinais iguais as forças são repulsivas. Pode-se usar
alguns sub-ı́ndices para tornar mais claro a notação das forças com suas direções e sentidos,
67
por exemplo:
1 q 1 q2
F~12 = −F~21 = 2
~ur ,
4π r12
~
r12
onde r12 = r21 é a menor distância entre as partı́culas carregadas q1 e q2 e ~ur , com ~ur = r12
,
é um vetor unitário na direção da reta que une as duas partı́culas.
A magnitude e a direção da força total quando muitas partı́culas interagem eletricamente
vêem do princı́pio da superposição. Onde a força que resulta em uma delas é obtida pela
soma vetorial das forças devido a sua interação com as outras cargas existentes.
dQ
ρ=
dv
U = −W∞f .
Assim, a diferença de energia potencial elétrica experimentada por uma carga de teste entre
dois pontos do campo é ∆U = −Wif .
∆U −Wif
V = = .
qo qo
esta ddp vem da diferença de energia potencial elétrica, por unidade de carga, experimentada
pela carga de teste, entre os dois pontos do campo.
E ~
~ = −grad.V ~
= −∇V
dV dV ~ l = − dV .
E~r = − , E~x = −i , E
d~r dx d~l
71
2.5 Algumas aplicações importantes:
1
Meio: vácuo, k = 4πo
.
1. O Potencial criado por uma carga q puntiforme
1 q
V = .
4πo r
1 q −q 1 mcos θ 1 m·~
~ r
V = V+ + V − = ( + )= 2
= .
4πo r+ r− 4πo r 4πo r3
n n
X 1 X qi
V = Vi = .
i
4πo i ri
5. A diferença de potencial, devido a um campo com simetria esférica, entre duas superfı́cies
equipotenciais de raios diferentes (rB > rA ), é:
Z B Z B
~ r= 1
E.d~
q
dr = −
1
(
q
−
q
) = −(VB − VA ).
A 4πo A r2 4πo rB rA
72
3. CAPACITOR ELÉTRICO:
3.1 Capacitores.
3.2 Densidade de energia.
3.3 Associação de capacitores.
3.4 Dielétricos.
3.5 Capacitor com um dielétrico.
q = CV.
q = CV.
2. A lei de Gauss considerando uma superfı́cie gaussiana, com simetria apropriada a geometria
do capacitor, de área A sempre envolvendo a placa com cargas positivas
q = o EA.
A energia armazenada por um capacitor carregado vem de uma fonte externa, uma bateria,
e esta energia potencial (∆U = −U ) está localizada nas cargas da placa ou mesmo no campo
elétrico entre as placas
W = −∆U = U
1 1 2 1 q2
U = qV = CV = .
2 2 2C
3.2 Densidade de energia - A densidade de energia, energia por unidade de volume
(v = Ad) entre placas, do capacitor é dado por
dU 1
u= = o E 2 ,
dv 2
onde E é a magnitude do campo elétrico entre as placas. Desta expressão obtemos que a
energia potencial produzida num campo, independente da existência do capacitor, é
Z
1
U = o E 2 dv.
2
onde, q é o valor da carga (positiva) e d a distância que separa os dois centros. O vetor m
~
74
assim como o vetor d~ toma a orientação da carga negativa para a positiva.
Moléculas apolares, os dielétricos apolares não apresentam um momento de dipolo perma-
nente. As moléculas apolares quando em presença de um campo elétrico externo também
adquirem um momento dipolar. Se o campo for muito intenso, poderá acontecer que da sep-
aração entre elétrons e núcleos, a matéria fica fortemente ionizada. Este fenômeno pode consti-
tuir a ruptura do dielétrico que faz com que apareçam cargas livres, transformando dielétricos
em condutores. Um exemplo tı́pico de ruptura dielétrica é o raio na atmosfera. Concluı́mos
que quer as moléculas tenham ou não momentos de dipolo elétrico, elas os adquirem por
indução quando colocadas num campo elétrico externo.
A
Co = o ,
d
C
= κ,
Co
V 1
= ,
Vo κ
E 1
= .
Eo κ
75
4. LEI DE OHM:
4.1 Corrente elétrica.
4.2 Lei de Ohm.
4.3 Associação de resistores.
4.4 Efeito Joule.
4.1 Corrente elétrica - Quando as cargas elétricas estão em movimento temos, o que
se diz, uma corrente elétrica de condução. Num metal as cargas que se movem, transportando
a energia elétrica, são os elétrons livres. Num eletrólito (solução aquosa ionizável) as correntes
são os movimentos dos ı́ons positivos para um lado e negativos para outro.
Para um número de cargas por unidade de volume N q que se move, com velocidade ~v numa
determinada direção, define-se o vetor densidade de corrente J~ como:
J~ = N q~v
onde N qv é uma quantidade de carga que passa por unidade de tempo através de uma su-
perfı́cie unitária colocada perpendicularmente à direção do movimento. O sentido da corrente
é por convenção, e porque historicamente se descobriu primeiro a corrente e depois o elétron,
oposto ao sentido do movimento dos elétrons. Para a existência de cargas livres (positivas ou
negativas) as densidades de correntes estabelecidas são: em fios metálicos J~ = J~− = −N q~v e,
em soluções eletrolı́ticas J~ = J~− + J~+ .
~ como a seção transversal
A corrente i ou I, isto é, a carga que atravessa uma dada superfı́cie S,
de um fio condutor, na unidade do tempo, é dada pelo fluxo de J~ através de S:
~
Z
I= ~ S,
J.d ~
para J~ constante e uma superfı́cie plana de área A tal que sua normal ~n faça um ângulo θ
com a velocidade ~v das cargas, a corrente é dada por
I = JAcosθ.
~ na unidade do tempo, é I =
A taxa de passagem de cargas através de S, dq
e portanto, a
dt
J~ = σ E
~
1 l
V = i( ),
σA
l
R=ρ ,
A
V = iR
ρ − ρo = ρo α(T − To ),
4.4 Efeito Joule - A corrente elétrica flui sempre de um potencial maior para um
potencial menor e para manter a corrente fluindo é necessário gastar energia. Os elétrons
em0 movimento perdem energia potencial numa taxa dada por du/dt = V I. O papel de uma
bateria num circuito é manter a taxa de transferência de energia. Se a energia dos elétrons for
transferida para um resistor, esse a absorve sob a forma de energia térmica interna, o resistor
revela-se com um aumento de sua temperatura. Usando a equação V = IR, a forma mais
conhecida da lei de Ohm, a expressão para a taxa de dissipação de energia no resistor R, pode
ser escrita nas formas
V2
P =VI = = I 2 R.
R
Recordamos que no SI a unidade de potência é watts (W ) e que 1J/1s = 1V.1A = 1W .
78
3B ELETROMAGNETISMO
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-3 ELETROMAGNETISMO
Professor Cesar Lobo
5. CAMPO MAGNÉTICO:
5.1 Campo magnético.
5.2 Força magnética sobre uma corrente elétrica.
5.3 Ímãs em campos magnéticos.
5.4 Torque sobre uma espira.
5.5 Movimento circular de uma carga num campo magnético.
5.6 Espectrógrafo de massa.
5.7 Ciclotron e Sincroton.
5.8 Efeito Hall.
”Objetos criam um campo de influência no espaço ao seu redor e este campo interage, por
meio das forças, com objetos de mesma natureza”.
Massa gravitacional (m) → Campo gravitacional (~g ) → Força gravitacional (F~g )
I
~ = −4πG M.
~g .dS
Campo magnético é usado para descrever as forças magnéticas e é sempre útil aproveitar a
analogia existente com o campo elétrico, embora a geometria seja um pouco mais complicada.
Uma carga móvel é uma fonte de campos eletromagnéticos (elétrico e magnético) no espaço,
o campo magnético mostra uma interação com outras cargas móveis. Carga em repouso não
79
produz um campo magnético e portanto, não exerce força magnética noutras cargas.
~ na carga q movendo com velocidade ~v é determi-
A força mostrada pelo campo magnético B
nado pelo produto vetorial
F~B = q~v ×B.
~
onde o polegar segue o sentido de movimento (~v ) da carga. A força magnética é zero se ~v é
~ É máxima se ~v é perpendicular a B.
paralelo a B. ~
F~ = q E
~ + q~v ×B.
~
~ é
5.2 Força magnética sobre uma corrente elétrica - O campo magnético B
capaz de exercer forças sobre as cargas em movimento com velocidade ~v . Seja um fio condutor
(de comprimento l e seção reta A) percorrido por uma corrente i (de densidade de corrente
J~ = N q~v ) e na presença de um campo magnético B.
~ A força que atua sobre cada carga
~ e ~v
tem módulo FB = evBsinθ, para simplificar colocamos o fio de maneira que os vetores B
(ou J~ = N e~v ) sejam perpendiculares entre si, assim a força magnética é FB = e eN
J
B onde,
80
N representa o número de elétrons transportados pela corrente por unidade de volume. No
~ não é perpendicular
volume total do fio FB = N Al NJ B = ilB. Quando o campo magnético B
a J~ (ou ao comprimento ~l do fio) a força magnética, é dada por
F~B = i~l×B.
~
Quando o fio não é retilı́neo, podemos imaginá-lo dividido em pequenos segmentos retos
d~l. A força que atua sobre o fio como um todo será dada pela soma vetorial das forças
correspondentes a todos os segmentos que constitui o fio
dF~B = id~l×B.
~
5.3 Ímãs em campos magnéticos - Os Ímãs são dipolos magnéticos. Quando uma
bússola (um pequeno ı́mã permanente) é colocado num campo magnético, uma força tende a
~ Este efeito também ocorre
orientar o polo norte do ı́mã na direção do campo magnético B.
com aparas de ferro, previamente desmagnetizadas, que se magnetizam na presença do campo
magnético externo. Na verdade há um par de forças de intensidades iguais e opostas atuando
sobre os polos do ı́mã. Se qm define o polo do ı́mã (se adotarmos a convenção de sinal polo
norte-positivo e sul-negativo), então
F~ = qm B.
~
Podemos ver que há um torque (~τ ) atuando sobre o ı́mã, se ~l for um vetor apontando do polo
sul para o polo norte, o torque é dado por
~τ = ~l×F~ = qm~l×B
~ =µ ~
~ ×B,
5.4 Torque sobre uma espira - Quando uma espira (comprimento a e largura b,
definindo uma superfı́cie retangular de área A = ab) transportando uma corrente i e colocada
~ ela fica sob ação de um par de forças que tendem a fazer
num campo magnético uniforme B
~ O torque em
a espira girar, de modo que a normal ~n gira tendendo a alinhar-se com B.
qualquer ponto (independe do ponto) realizado pelo par de forças magnéticas é
~τ = ~l×F~
81
τ = b(iaB) sinθ = iAB sinθ
ou
~ =µ
~τ = iA ~n×B ~
~ ×B,
que é a mesma forma de equação para o torque sobre o ı́mã num campo magnético. Então
o momento magnético de uma espira é µ
~ = iA ~n e de uma bobina com N espiras é µ
~ = N iA ~n.
5.5 Movimento circular de uma carga num Campo Magnético - Uma carac-
terı́stica importante da força magnética sobre uma partı́cula carregada (massa m, carga q), é
que a força magnética altera a direção, mas não o módulo, da velocidade da partı́cula.
No caso especial em que a partı́cula é lançada (com velocidade) perpendicular ao campo
magnético, a partı́cula descreve uma órbita circular, a 2a lei de Newton diz que a força resul-
tante sob a partı́cula tem natureza magnética e atua como uma força centrı́peta (módulo)
mv 2
qvB =
r
mv 2
sendo o raio da órbita circular r = qvB
. A freqüência angular deste movimento (MCU) e o
perı́odo são respectivamente:
v qB
ω= = ,
r m
esta freqüência é denominada de freqüência do ciclotron, não depende de r e v.
2π 2πm
T = = .
ω qB
Quando uma partı́cula carregada tem uma componente da velocidade paralela ao campo
~ numa trajetória he-
magnético uniforme, a sua trajetória é em torno da direção do campo B
licoidal. A componente paralela determina o passo da hélice (distância entre elos adjacentes).
Quando uma partı́cula carregada é lançada de modo a cortar uma região de campos cruzados
(campo magnético e elétrico cruzados), a partı́cula sofre a ação de duas forças (F~E = q E
~
equilı́brio, E = vB ou seja,
E
v= ,
B
esta velocidade de equilı́brio permite que a partı́cula, independente de sua massa e carga, a
atravessar a região de campos cruzados sem sofrer qualquer deflexão.
E
Se a velocidade da partı́cula for v > B
ela será desvia na direção da força magnética, caso
82
E
v< B
o desvio será na direção da força elétrica.
em movimento são empurrados para uma das bordas do condutor (regra da mão direita). Se o
acúmulo de elétrons se dá na borda direita de um condutor então haverá um excesso de cargas
positivas na borda esquerda. O aumento da separação entre cargas produz um campo elétrico
~ no interior do condutor capaz de exercer uma força elétrica sobre cada elétron tendendo a
E
empurrá-lo para a esquerda. Uma situação de equilı́brio vai se estabelecendo à medida que a
força elétrica aumente até cancelar a força magnética.
A diferença de potencial entre as bordas, distanciadas de d, é V = Ed. Esta ”diferença de
potencial de Hall”pode ser medida com o auxı́lio de um voltı́metro e a partir da polaridade
desta ddp é que identificamos se a carga transportada é positiva ou negativa, no caso é
negativa.
Para as forças elétrica e magnéticas em equilı́brio
E i
vd = = ,
B N eA
Lei de Ampère-Maxwell I
~ ~l = µ0 (i + 0 ∂φE ).
B.d (3)
∂t
Lei de Faraday-Lenz - força eletromotriz induzida (ε)
I
~ ~l = − ∂φB = ε.
E.d (4)
∂t
6.2 Lei de Ampère - Na eletrostática usamos a lei de Gauss para calcular o campo
elétrico criado por uma distribuição simétrica de carga.
Para calcular o campo magnético criado por uma distribuição de corrente usamos a lei de
Ampère I
~ ~l = µo i.
B.d
A lei de Biot-Savart
~P = µo id~l×~er
dB ,
4π r2
também possibilita calcular o campo magnético de uma distribuição de corrente elétrica mas,
a lei de Ampère tem uma simplicidade e uma forma que a torna compatı́vel com as outras
equações de Maxwell do eletromagnetismo.
A lei de Ampère é sempre aplicada a uma curva fechada chamada de ”curva amperiana”(um
análogo a superficie gaussiana). A curva amperiana é um caminho fechado num plano per-
pendicular a um fio por onde passa uma corrente lı́quida.
~ ~l = 0.
H
Se a curva amperiana não contém o fio no seu interior B.d
~ ~l = ±µo i.
H
Se a curva amperiana contém o fio, com uma corrente lı́quida, no seu interior B.d
A escolha do sinal vem de acordo com a regra da mão direita, onde o polegar acompanha
sempre a corrente.
No caso de uma curva amperiana com simetria de uma circunferência, de raio R, a grandeza
~ ~l = B(2πR), onde B
~ é sempre tangente a d~l.
H
B.d
F~ = iL×
~ B~ ext. .
O campo intrı́nseco é o campo criado pela própria corrente i. Em qualquer ponto, o campo
~ =B
resultante é B ~ ext. + B
~ intr. e que pode ser entendido na figura 31-7.
86
6.4 Interação entre condutores elétricos - Consideremos dois fios, de comprimen-
tos L, paralelos, com uma distância d entre eles, e percorridos por correntes i1 e i2 . A força
experimentada pelos fios é devido a interação dos elementos de corrente i2 dl~2 , na vizinhança
com o campo B1 = µ o i1
2πd
criado pelo elemento i1 dl~1 , é: F21 = B1 i2 L ou
µ o i1 i 2 L
F21 = .
2π d
µo i
BP = .
2πd
1. Campo de uma espira circular de raio R, num ponto P do seu eixo é:
µo iR.sinα
BP = .
2 d2
µo i
No centro da espira as condições determinam que Bo = 2 R
.
2. Campo de um solenóide ou bobina, solenóide consiste de um fio enrolado em forma de
hélice formando N espiras iguais uma ao lado da outra e igualmente espaçadas. A lei de
Ampère determina que o campo no exterior do solenóide é nulo e que no interior, eixo central,
é:
B = nµo i
sendo n uma densidade, isto é, número de espiras por unidade de comprimento do solenóide.
3. O eletroı́mã é um solenóide enrolado num núcleo de ferro doce (isto aumenta a intensidade
87
do campo). O eletroı́mã só atua como ı́mã enquanto passar uma corrente no solenóide. São
numerosas as aplicações do eletroı́mã, desde a simples campainha elétrica até os poderosos
sistemas de elevação de cargas usados em portos e construção civil.
∂φB
6=0.
∂t
~ onde S
~ dS ~ é uma superfı́cie de área A, que pode ou não
R
Sendo o fluxo magnético ΦB = B.
ser plana e ainda limitada por uma espira condutora fechada.
Para um campo magnético constante permeando perpendicularmente uma área plana A o
fluxo magnético é ΦB = BA, sendo ”weber”(W b) a unidade de fluxo magnético no SI onde
1W b = 1T.m2 .
Se variarmos o fluxo magnético através de uma bobina de N espiras, uma fem induzida aparece
em cada espira e estas fems, como baterias ligadas em série, devem ser adicionadas. Se a
bobina for cerradamente enrolada de modo que as espiras ocupem praticamente o mesmo lugar
no espaço (compacta), o fluxo ΦB através de cada espira será o mesmo. A força eletromotriz
induzida é
∂φB
ε = −N .
∂t
6.7 Simetrias e aplicações da indução - As leis de Ampère (corrente gera campo
magnético) e Faraday (campo magnético gera corrente elétrica) guardam uma importante
88
simetria:
Corrente → Torque - Se colocarmos uma espira condutora fechada percorrida por corrente
num campo magnético externo, um torque agirá na espira causando sua rotação (princı́pio
do motor elétrico).
Torque → Corrente - Se colocarmos uma espira condutora fechada a girar, devido a um
torque externo, num campo magnético externo, uma corrente elétrica aparecerá na espira
(princı́pio do gerador elétrico).
A lei da indução de Faraday possibilitou uma revolução tecnológica que desencadeou a partir
do século XVII devido a sua capacidade de produzir energia elétrica a partir de outras formas
de energia (do petróleo, do carvão, do núcleo de urânio, das barragens e mesmo dos cata-
ventos,..).
O funcionamento de um gerador de força eletromotriz baseia-se no movimento de uma
espira de área A num campo magnético de intensidade B. O fluxo magnético através da
espira é
ΦB (t) = BA cosθ
sendo θ = (ωt + θo ) a equação instantânea da fase, com a fase inicial θo e velocidade angular
da espira ω.
Uma variação de fluxo gera uma força eletromotriz induzida
∂φB
ε(t) = − = ωBA sin(ωt + θo ),
∂t
ε ωBA
i(t) = = sin(ωt + θo ).
R R
Pela lei de Lenz o campo magnético intrı́nseco, gerado pela corrente induzida, tende a com-
pensar a variação de fluxo produzido pelo campo exterior.
89
Os transformadores elétricos têm por finalidade mudar a tensão numa rede elétrica,
o que é de grande importância no transporte de energia elétrica. Dado que a potência fornecida
é (P = ε i) enquanto que a potência dissipada em calor é (P = i2 R), sendo R uma carac-
terı́stica da linha, interessa trasmitir uma dada potência com menor corrente possı́vel (cabo
de alta tensão). Já nos locais de utilização doméstica usa-se os transformadores para reduzir
a tensão (pontos de baixa tensão).
Um transformador consiste de duas bobinas isoladas eletricamente, montadas em um mesmo
núcleo de ferro (concentra as linhas de campo).
A bobina, com Np espiras, que recebe a tensão a ser transformada (εp ) recebe o nome de
”circuito primário do transformador”e a outra bobina, com Ns espiras, que fornece a tensão
transformada (εs ) é denominada de ”circuito secundário do transformador”. As duas bobinas
são enroladas em um mesmo núcleo de ferro laminado para diminuir as perdas causadas pelas
correntes de Foucaut, e para diminuir o acoplamento entre as duas bobinas. Cada circuito
constituı́do de N espiras apresenta uma resistência caracterı́stica R onde uma força eletro-
motriz ε = −N dΦdtB proporciona uma corrente de intensidade i. As tensões nos dois circuitos
estão relacionadas por
εs Ns
= .
εp Np
Em um transformador ideal, a potência do secundário é igual a potência do primário (Pp = Ps )
e vale as relações εp .Ip = εs .Is e ainda Ip .Np = Is .Ns .
90
3C CIRCUITOS CC/CA
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-3 ELETROMAGNETISMO
Professor Cesar Lobo
P dW
ε= = = I R.
I dq
Observação: Corrente com sentido igual ao sentido do percurso escolhido para a malha con-
tribui com uma diferença de potencial negativa, caso os sentidos sejam contrários, a con-
tribuição é então positiva.
2. A soma das correntes que entra num ponto de ligação entre vários elementos de um circuito
é igual à soma das correntes que sai (regra dos nós)
Σi Ii = 0.
91
Sugestão: Tome as correntes que entram no nó como positivas e as que saem como negativas.
Estas duas leis possibilitam escrever tantas equações quantas as variáveis do circuito. O
número das equações pode ainda ser reduzido sempre que se tem elementos do mesmo tipo
associados em série ou em paralelo.
DESCARGA - suponha que o capacitor esta plenamente carregado qo = Cε, carga esta obtida
anteriormente com o auxı́lio da bateria, em t = 0 quando o interruptor S é posicionado em b.
Aplicando a lei das malhas, encontramos:
dq q
R + = 0.
dt C
q(t) = qo e−t/RC
dq qo −t/RC
I(t) = =− e = Io e−t/RC ,
dt RC
92
onde a intensidade da corrente inicial, uma vez que qo = Cε, é
qo ε
Io = = .
RC R
Salientamos que a constante de tempo capacitiva τ = RC, como uma caracterı́stica do cir-
cuito, governa os processos de carga e descarga do capacitor.
dq q
R + = ε.
dt C
dq ε
I(t) = = e−t/RC .
dt R
A equação da corrente mostra que logo após o interruptor for posicionado em a a corrente
ε
tem o valor Io = R
(da mesma maneira que, se não houvesse nenhum capacitor no circuito).
Os resultados predizem que passado muito tempo a carga no condensador é q(∞) = Cε e a
corrente desaparece I(∞) = 0.
Observação: Quanto t = RC a expressão (1 − e−t/RC ) vale 0, 632, ou seja, no tempo carac-
terı́stico t = RC o capacitor atinge 63, 2% de sua carga total.
93
8. CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA:
8.1 Oscilações elétricas.
8.2 Álgebra dos fasores.
8.3 Potência e valor eficaz.
8.4 Elementos de um circuito.
8.5 Circuitos-CA/RLC.
i(t) = im sin(ωt + θ)
geram campos oscilantes no tempo. As oscilações senoidais são sempre de interesse devido a
sua simplicidade no tratamento matemático. Uma grandeza oscilante descreve um movimento
harmônico simples (MHS). Uma oscilação pode sempre ser simulada por um ”fasor”que é um
vetor girante. O diagrama fasorial é importante, pois permite somar grandezas senoidais sem
usar a equação da onda ou a forma da onda.
Consideremos uma circunferência descrita pelo vetor girante OA de raio Sm , com rotação
constante no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. A ponta do vetor descreve um
arco de circunferência e o ângulo formado entre o eixo horizontal e a direção do vetor, ângulo
θ, varia com o tempo. O ângulo descrito por unidade de tempo representa a velocidade
angular (movimento circular) ou freqüência angular (movimento harmônico simples), que
representaremos pela letra grega ω.
∆θ 2π
ω= = = 2πf
∆t T
i(t) = im sin(ωt + θi )
e
V (t) = Vm sin(ωt + θV )
Os fasores podem ser usados para somar duas ou mais grandezas senoidais de mesma
natureza fı́sica e de mesma freqüência, com fases iguais ou diferentes. Suponha dois vetores
S1 = S1 (t) e S2 = S2 (t) de amplitude Sm1 e Sm2 , de mesma natureza.
As expresões matemática para essas grandezas são:
S1 = Sm1 sinωt
e
S2 = Sm2 sinωt.
O diagrama fasorial e as formas de onda podem sempre ser representadas graficamente. Neste
caso, os vetores girantes (fasor) assim como as formas de onda (sinais) estão em fase, i.e.,
partem de uma mesma fase inicial (θ = 0). Diz-se, por exemplo, que duas formas de onda ap-
π
resentam se em ”quadratura de fase”quando defasadas de 2
rd e em ”oposição de fase”quando
defasadas de πrd.
Considere as equações para duas grandezas oscilantes:
S1 = Sm1 sin(ωt + θ1 )
S2 = Sm2 sin(ωt + θ2 )
y1 = Sm1 sinθ1
y2 = Sm2 sinθ2
yR = y1 + y2
x1 = Sm1 cosθ1
x2 = Sm2 cosθ2
xR = x1 + x2
usando ”Pitágoras”
p
Sm = xR 2 + yR 2
ainda,
yR
φ = arctan .
xR
96
8.3 Potência e valor eficaz - A potência elétrica entregue a carga vem do produto
entre tensão (ddp) e corrente. A potência elétrica instantânea dissipada no resistor, num
circuı́to CA, é
P = V (t).i(t) = Vm .im sin2 (ωt + θ)
Podemos notar que a potência é uma grandeza pulsante e positiva (o sentido da energia é do
gerador para a carga). Define-se valor eficaz de uma tensão alternada ao valor de uma tensão
contı́nua que produz a mesma dissipação de potência, que a tensão alternada em questão,
num mesmo resistor. No caso de uma tensão alternada, senoidal, pode-se provar que o valor
médio da potência no perı́odo de oscilação é:
V m im
P =√ √
2 2
Vm
VEF = √ = 0, 707 Vm
2
e
im
iEF = √ = 0, 707 im .
2
Em uma grandeza senoidal, a quantidade Sm é chamada de valor de pico e portanto 2Sm é
chamado de valor de pico à pico.
97
8.4 Elementos de um circuito - No funcionamento de uma rede elétrica ou mesmo
aparelhos eletrônico domésticos há certos elementos essenciais: geradores, resistores, ca-
pacitores, indutores (bobinas) cuja combinação determina a tensão (V ) e a corrente (i)
num dado ponto do circuito.
Cada elemento tem a sua função: O gerador sempre fornece energia elétrica, o resistor dis-
sipa a energia elétrica, o capacitor, enquanto está carregando, armazena energia no campo
elétrico e o indutor, enquanto está carregando, armazena energia no campo magnético.
A capacitância C é uma medida do quanto de energia pode ser armazenada no campo elétrico
entre placas de um capacitor. A capacitância C é medida em ”farad”(F ) no SI e, como já
vimos, depende da geometria do capacitor.
O indutor (é uma bobina feita de fio condutor enrolado sobre um núcleo de ar ou ferro) possui
uma indutância L que é uma medida do quanto de energia pode ser armazenada no campo
magnético criado pela corrente elétrica. A indutância L depende das dimensões da bobina
(como o número de espiras) e do material que é feito o núcleo .
O indutância sempre se opõe a uma variação da intensidade da corrente elétrica.
ΦB
L=N
i
√
ε(t) = εmax sin(ωt) ........ ε = εmax / 2 [V ]
Impedância do circuito-CA:
Z = Z(R, XC , XL ) [Ω]
√
iF (t) = imax sin(ωt + θ) ........ iF = imax / 2 [A]
Objetos do circuito-CA:
Resistor:
l
R=ρ [Ω]
A
VR
Reatância: XR = R Tensão: VR = iR .R Corrente: iR = R
Capacitor:
A
C = o [F ]
d
1 VC
Reatância: XC = 2πf C
Tensão: VC = q C1 Corrente: iC = XC
Indutor:
ΦB
L=N [H]
i
di VL
Reatância: XL = 2πf L Tensão: VL = dt
L Corrente: iL = XL
99
Circuito Série-CA/RLC
corrente única:
i F = i R = iC = i L
q
ε= VR 2 + (VC − VL )2
impedância:
p
ZS = R2 + (XC − XL )2
fator de potência:
R
cos θS =
ZS
100
Circuito Paralelo-CA/RLC
q
iF = iR 2 + (iC − iL )2
tensão única:
ε = VR = VC = V L
impedância: r
1 1 1 1 2
= 2
+( − )
ZP R XC XL
fator de potência:
ZP
cos θP =
R
101
3D RESSONÂNCIA E RELATIVIDADE
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-3 ELETROMAGNETISMO
Professor Cesar Lobo
9. RESSONÂNCIA:
9.1 Ressonância.
9.2 Magnetismo e a matéria.
9.3 Susceptibilidade (χ).
9.4 Efeito Zeeman.
9.5 Ressonância magnética nuclear (RMN).
9.6 Ressonância paramagnética eletrônica (RPE).
dM
χm = .
dBapl.
x0 + vt0
x= p ,
1 − v 2 /c2
y = y0,
z = z0,
t0 + vx0 /c2
t= p .
1 − v 2 /c2
Este conjunto de equações permite escrever, para uma partı́cula num movimento particular
na direção x, em R0
V~ 0 → ( V 0 ; 0 ; 0 )
dx0
onde V 0 = dt0
e em R
V0+v
V~ → ( ; 0; 0)
1 + vV 0 /c2
dx
onde V = dt
.
Para verificar o segundo princı́pio da Teoria da Relatividade consideramos que a partı́cula
em movimento na direção x é um sinal luminoso (um fóton) propagando-se com V 0 = c ou
( c ; 0 ; 0 ) em R0 . Verificamos que em R temos também ( c ; 0 ; 0 ) ou,
c+v
V = = c.
1 + vc/c2
Note que, se V 0 e v são menores que c, V também será menor que c. Concluı́mos então que
a velocidade da luz c é a velocidade máxima que pode ser observada.
108
10.3 Conseqüências dos postulados de Einstein - Citamos a seguir alguns dos
principais efeitos relativı́sticos, devido as transformações de Lorentz, considerando os objetos
em movimentos com velocidades próximas à da luz:
1. A relatividade da simultaneidade.
Desde que dois eventos A e B sejam ”do gênero tipo espaço”pode-se, fazer com que um dos
eventos, num dado referencial, pareça ter ocorrido em tempo anterior ao outro, mas mudando
de referencial a ordem de ocorrência dos eventos também pode ser trocado ou até mesmo
serem simultâneos.
2. A dilatação do tempo.
No referencial de repouso dos acontecimentos, dentro de um vagão de um trem em movimento,
o intervalo de tempo medido é t0 = to (tempo próprio). Este tempo é sempre menor do que o
tempo t medido num referencial em repouso, como um observador fixo na rua. O movimento
dilata o tempo para o observador fixo em relação ao viajante, as horas passam mais de vagar
...
to
t= p .
1 − v 2 /c2
3. A contração do comprimento.
O comprimento de uma régua no seu próprio referencial (no vagão em movimento) é l0 = lo ,
mas um observador fixo na rua observa um comprimento l sempre menor. O movimento da
régua contrai seu comprimento ...
p
l = lo 1 − v 2 /c2 .
4. A massa de repouso.
Tanto em mecânica clássica como na teoria da relatividade, a energia E de um corpo num
dado referencial depende de sua velocidade. Considerando um corpo maciço com velocidade
nula, segundo um dado referencial, a energia não se anula na teoria da relatividade.
A massa de repouso do elétron em M eV é
9, 1×10−31 (3×108 )2
mo =
1, 6×10−19
mo
m= p .
1 − v 2 /c2
O aumento da massa é que torna impossı́vel que o corpo atinja uma velocidade sem limite
(maior que c).
6. O momento linear de um elétron.
O momento linear de um elétron p~ = m~v . Considere que num acelerador de partı́culas um
elétron (massa de repouso 0, 511 M ev) atinge uma velocidade de 0, 999 c. O momento linear
desse elétron relativı́stico é
mo v
p= p .
1 − v 2 /c2
7. A relação entre massa e energia.
Como as partı́culas não podem mover-se com velocidades superiores à velocidade da luz, nas
altas energias, um aumento na energia corresponde a um aumento na quantidade de inércia
(massa). A energia cinética de um ponto material, de massa de repouso mo , deslocando-se
em linha reta com velocidade constante v se escreve segundo a célebre equação:
EC = (m − mo )c2 .
Já a equivalência entre massa e energia, a correspondente quantidade de energia (E), que
surge devido ao desaparecimento de uma quantidade de massa (m), é dada pela famosı́ssima
equação:
E = m c2 .
1.1 Introdução - No final do século XIX a fı́sica teórica tinha alguns problemas
insolúveis: Um dos problemas era, deduzir uma equação que permitisse calcular a energia
emitida por um corpo negro, cavidade de um sólido aquecido, correspondente a cada um dos
comprimentos de onda do espectro de luz emitida por essa cavidade, numa dada temperatura.
Uma tentativa de solução, veio com a equação apresentada por Wien, cujo resultado ficou
conhecido como lei do deslocamento de Wien, que mostra porque um corpo, ao ser aquecido,
tem a intensidade de máxima emissão de radiação (pico), deslocando-se continuamente da
região vermelha para a região violeta do espectro eletromagnético.
Uma segunda tentativa foi feita por Rayleigh-Jeans. Sua teoria clássica coincidia com o
experimento somente para grandes comprimentos de onda (baixa freqüência). O desvio de
Rayleigh-Jeans ficou então conhecido como a ”catástrofe do ultravioleta”pois, seus resultados
mostravam uma tendência para o infinito na quantidade de energia emitida, na região de
pequenos comprimentos de onda.
Outro problema da época estava em explicar como o elétron pode girar em torno de um núcleo
em órbitas estáveis, como um planeta em torno do Sol, pois o eletromagnetismo exige que as
cargas aceleradas emitam radiações eletromagnéticas. Essa questão ficou conhecida como a
”catástrofe da matéria”pois perdendo energia o movimento do elétron iria então espiralando
em torno do núcleo, até a colisão numa fração de segundo.
Quanto mais quente um objeto mais fácil para os átomos individuais irradiarem quanta de
alta energia.
112
C. O mundo quântico - Uma das resposta para o quebra-cabeça sobre a natureza da
luz foi dada por Max Planck, em 1900. Planck percebeu que o problema podeira ser resolvido
se os objetos radiantes (que hoje identificamos como átomos) só pudesem emitir (ou também
absorver) energia eletromagnética em determinadas quantidades fixas, que chamou de quanta.
Os quantas de luz de uma certa freqüência teriam que carregar uma determinada quantidade
de energia, proporcional a freqüencia (inversamente proporcional ao comprimento da onda)
da luz em questão.
A equação da quantização da energia da radiação emitida (ou absorvida), de Planck é
O quantum de luz (grão energético de Planck) foi denominado, por Einstein, de fóton.
1. ONDAS:
1.1 Informações.
1.2 Onda-Partı́cula.
1.3 Ondas.
1.4 Cordas vibrantes.
1.5 Ondas acústicas.
1.6 Intensidade e nı́vel de som.
1.2 Onda-Partı́cula - Na Fı́sica clássica existem dois tipos de objetos que podem
estar associados ao transporte de energia e momento (quantidade de movimento) entre dois
pontos do espaço: as partı́culas e as ondas. As partı́culas são entidades localizadas no espaço,
também estão associadas ao transporte de matéria, e que apresentam uma evolução descrita
por sua posição a cada instante X(t), definindo uma trajetória. As ondas, ao contrário das
partı́culas, estão associadas a fenômenos que ocupam todo o espaço. Sua descrição se faz
pela amplitude Y (X, t) em todo espaço e a todo instante. As ondas estão sempre associadas
a fenômenos de natureza vibratória nos quais há transporte de energia e não de matéria. É
preciso ressaltar que esta distinção é abolida em Mecânica Quântica, onde a toda partı́cula
quântica está associada uma amplitude de probabilidade ψ(X, t) cujo quadrado mede a den-
117
sidade de probabilidade de se observar a presença da partı́cula na posição X do espaço, no
instante t.
As caracterı́sticas dessas ”ondas de probabilidade”(freqüência f ou ν, comprimento de onda λ)
estão associados às grandezas que caracterizam o estado da partı́cula (Energia E, quantidade
de movimento p) pelas relações de Max Planck (1900) ou a de Einstein (1905)
E
ν=
h
e a de Broglie (1924)
h
λ=
p
em que, h = 6, 63 × 10−34 J.s designa uma constante universal, a constante de Planck.
Assim, os aspectos ondulatórios e corpusculares (partı́culas) de um objeto quântico estão
ligados de modo indissociáveis. A luz, por exemplo, pode simultaneamente ser considerada
como um fenômeno ondulatório (dando lugar a efeitos de interferência, difração, etc.) ou,
um fenômeno corpuscular ligado a presença de partı́cula constitutivas: os fótons da radiação
eletromagnética que permite explicar fenômenos como o efeito fotoelétrico e o efeito Compton.
1.3 Ondas - Onda é a forma como uma perturbação (oscilação), produzida num ponto
do espaço, é transmitida a um outro ponto. Para a existência de um sinal tem que existir
uma fonte com propriedades de amplitude A e freqüência f ou ν (caracterı́sticas associadas
a uma ou mais variáveis fı́sicas que oscilam). Essas propriedades identificam perfeitamente a
intensidade e origem do sinal (f igura − 4).
Considerando uma função Y = f (X), representando instantaneamente uma perturbação, ao
substituirmos X por (X − D) a função Y = f (X − D) representa a mesma perturbação (não
muda a forma da curva) deslocando-se para a direita de uma quantidade D e de modo análogo
Y = f (X + D) descreve um deslocamento para a esquerda. Tomando que D = vt então,
Y = f (X∓D) descreve uma perturbação caminhante. Quando a perturbação produzida
propaga-se apresentando periodicidade no espaço X (repete-se em espaços de comprimento
∆X = λ) e no tempo t (repete-se em periódicos de tempo ∆t = T ) pode-se descrever essa
perturbação, por exemplo, por uma equação senoidal
2π 2π
A quantidade ω = T
é a freqüência angular e a quantidade k = λ
, o número de ondas,
118
é definido por analogia da freqüência angular. A equação matemática acima descreve uma
onda progressiva, diz que se nos movermos com a velocidade da onda (v = ωk ) observaremos
sempre a mesma perturbação (a mesma fase).
Existe uma variedade muito grande de ondas; as ondas do mar, as ondas numa corda,
ondas sonoras, as ondas eletromagnéticas. Essas ondas podem diferir em muitos aspectos,
mas todas propagam energia e momento. As ondas mecânicas necessitam de um meio ma-
terial (meio elástico), que sofre a oscilação, para a propagação da perturbação. Nas ondas
eletromagnéticas, propagam-se inclusive no vácuo com velocidade c, as variáveis fı́sicas que
oscilam são os vetores de campo elétrico e magnético. A Teoria da Relatividade Especial de
Einstein que baseia-se em dois postulados, um deles diz: ”A velocidade escalar da luz tem
o mesmo valor (c = 3×108 m/s) em todas as direções e em todos os sistemas de referênciais
inerciais”.
Considerando a direção da perturbação e propagação, as ondas podem ser classificadas em
longitudinais e transversais: Ondas longitudinais, vibram e se propagam na mesma direção.
Ondas transversais, a perturbação está sempre perpendicular à direção de propagação.
As ondas ainda podem ser classificadas como progressivas ou estacionárias. Numa onda
progressiva, todos os pontos do meio vibram com a mesma amplitude, por exemplo o som
transmitido. Já numa onda estacionária (f igura−10) a amplitude é sempre função da posição
do ponto, por exemplo, as vibrações produzidas numa corda presa pelas extremidades, a en-
ergia fica estacionária entre dois pontos de amplitude nula (nó).
∂ 2 Y (X,t) 1 ∂ 2 Y (X,t)
Com as leis de Newton, da Mecânica, mostra-se que a equação ∂X 2
= v2 ∂t2
descreve a
dinâmica da propagação de ondas em meios contı́nuos, tomando por base as ondas mecânicas,
progressivas, transversais, produzidas em cordas tencionadas e ainda as ondas sonoras, com-
pressões e descompressões longitudinais, em um tubo de ar.
1.4 Cordas vibrantes - Uma onda mecânica progressiva e transversal pode ser pro-
duzida numa corda de comprimento L quando submetida a uma tensão. Há dois parâmetros
m
que influem na velocidade (v) de propagação da onda numa corda, a densidade linear (ρ = L
)
e a tensão (T ), como veremos a seguir:
Num pedaço elementar da corda, de massa dm e de comprimento dx, atuam as tensões
T (a, t) e T (b, t) que em princı́pio dependem da posição e do instante (f igura − 5). Con-
119
siderando que os movimentos são perpendiculares ao comprimento da corda
∂
Fy = T (tan θb − tan θa ) = T d(tan θ) = T (tan θ)dX,
∂X
∂
onde a derivada parcial ∂X
é usada porque a tan θ depende da posição X e do tempo t.
∂Y
Mas considerando ainda que o grau de inclinação da curva pode ser escrito como tan θ = ∂X
podemos escrever
∂ ∂Y ∂ 2Y
Fy = T ( )dX = T dX,
∂X ∂X ∂X 2
e a equação do movimento como
∂ 2Y ∂ 2Y
ρdX = T dX,
∂t2 ∂X 2
e
Y (X, t) = A cos(kX − ωt + β)
ω
e suas combinações lineares, são soluções da equação diferencial em que v (v = k
= Tλ ) tem o
significado de velocidade de propagação da perturbação. Na corda vibrante (corda de violão)
a velocidade de propagação da perturbação é depende da tensão T e da densidade ρ (ou massa
m) da corda s
T
v= .
ρ
O transporte de energia por uma onda senoidal numa corda vibrante pode ser obtido num
segmento de massa dm, com velocidade transversal u. Escrevendo a energia cinética como
1
dK = ρ dXu2 ,
2
dX
essa energia é transferida entre segmentos vizinhos em cada intervalo de tempo dt (dt = v
).
120
Portanto a taxa de transferência da energia cinética é
dK 1
= ρvu2 .
dt 2
dy
u= = −ωA cos(kX − ωt)
dt
dK 1
= ρvω 2 A2 cos2 (kX − ωt).
dt 2
Lembrando que ω = 2πf e tomando que cos2 (kX − ωt) tem valor médio igual a 12 , vemos que
em média a taxa de energia transportada no perı́odo é
dK 1
= ρv4π 2 f 2 A2 .
dt 4
Nessa equação vemos que a onda mecânica propaga uma quantidade de energia por segundo
(potência) proporcional ao quadrado de sua freqüência f e ao quadrado de sua amplitude A.
∂φ
ρ 'ρo (1 − ).
∂X
∂φ ∂2φ
A porção de massa dm tem velocidade ∂t
e aceleração ∂t2
. Da 2a Lei de Newton escreve-se a
força resultante da diferença de pressão entre os dois lados da porção de massa, por unidade
121
de área transversal, como
∂ 2φ
(ρo dX) = −dP
∂t2
e como a pressão P (descompressão) depende da densidade
dP ∂ρ
−dP = − dX
dρ ∂X
∂ρ 2
∂ φ
igualando essas duas últimas equações e ainda substituindo a derivada ∂X
= −ρo ∂X 2 , chega-se
∂ 2φ 1 ∂ 2φ
= ,
∂X 2 v 2 ∂t2
As ondas sonoras podem ser escritas como uma onda de deslocamento dos elementos de ar
Y (X, t) = A sin(kX − ωt + α) ou ainda por uma onda de pressão
cuja amplitude P mede a variação de pressão em relação à pressão de equilı́brio (não pertur-
bada).
O som é uma onda mecânica e a velocidade do som depende da elasticidade do meio material
(sólido, lı́quido ou gás). Da definição do módulo de elasticidade volumétrica,
∆P ∆P
β=− = ,
∆V /Vo ∆ρ/ρo
Os sólidos são pouco sensı́veis a pressões exteriores, os gases são altamente sensı́veis a variações
de pressão e temperatura. Portanto, a velocidade do som depende das condições termodinâmicas:
No ar a 200 C, a velocidade do som é de 344 m/s. O intervalo audı́vel de freqüência está entre
aproximadamente de 20 HZ (λ = 17 m) e 20 kHZ (λ = 1, 7 cm). As compressões e descom-
122
pressões produzidas pelas ondas sonoras, nas porções de ar, acontecem tão rapidamente que
não permitem acontecer as trocas de calor, portanto, como numa transformação adiabática.
Assim escrevendo P ρ−γ = const., trabalhando com a equação da velocidade de propagação,
obtém-se uma equação conhecida para a propagação do som no ar
s
γP
v=
ρo
onde γ vem da relação entre calores especı́ficos, a pressão constante e volume constante, do
ar. Em transformações: adiabática γ = cP /cV e isotérmica γ = 1.
1.6 Intensidade e nı́vel de som - A intensidade (I) de uma onda, é a energia (E)
que atravessa uma área (S) num intervalo de tempo (∆t),
E
I= .
S∆t
A potência média, energia cinética média no perı́odo, nas ondas mecânicas (som), é dada por:
dK 1
= ρv4π 2 f 2 A2 .
dt 4
Para uma fonte puntiforme, a área atravessada é a de uma superfı́cie esférica, tendo a fonte
no centro. A equação para a Intensidade I devido a potência transmitida P a uma certa
distancia r da fonte é
P P
I= = .
S 4πr2
Se a potência transmitida por uma fonte for constante, as intensidades medidas em pontos
distintos caem com o inverso do quadrado da distância. Para duas intensidade medidas, de
123
uma mesma fonte, I1 e I2 distanciadas da fonte, respectivamente, de r1 e r2 vale a relação
I1 r22
= 2,
I2 r1
2.1 A Fı́sica no fim do século XIX. - Desde a antiguidade os filósofos gregos acred-
itavam que a luz era constituı́da de pequenas partı́culas (corpúsculos) e que estas partı́culas se
propagavam em linha reta, em todas direções, com altı́ssima velocidade. Em 1500, Leonardo
da Vinci percebeu a semelhança entre a reflexão da luz e do som (eco) e levantou a hipótese
de a luz, assim como o som, poderia ter natureza ondulatória. Surgiu então no século XVIII
duas correntes do pensamento cientı́fico: A liderada por Isaac Newton, favorável à idéia do
modelo corpuscular da luz e a outra, liderada pelo fı́sico holandês C. Huygens, favorável ao
modelo ondulatório. As duas teorias eram igualmente válidas para explicar alguns fenômenos
da luz, como o da reflexão; a polêmica perpetuou-se até muitos anos após a morte de Huygens
e Newton.
Para diferenciar as duas correntes citamos as principais caracterı́sticas da fı́sica das partı́culas
e das ondas:
Partı́culas:
- Estão localizadas no espaço.
- Transportam matéria e energia.
- Têm energia proporcional ao quadrado de sua velocidade.
Ondas:
- Estão espalhadas no espaço.
- Transportam energia.
- Têm energia proporcional ao quadrado de sua amplitude.
Em 1803 Thomas Young, na famosa experiência da dupla fenda, mostra que a luz viaja
como ondas produzidas em água.
A difração de um feixe luminoso em duas fendas, dá origem a duas novas fontes de ondas de
mesma natureza. A superposição dessas novas ondas produzem, em pontos do espaço, padrões
de interferência construtiva (regiões claras) e padrões de interferência destrutiva (regiões es-
curas), sendo que a diferença entre os dois caminhos seguidos pela luz é que vai caracterizar
se a interferência é construtiva ou destrutiva. Já a distância entre as duas fontes de ondas vai
125
caracterizar a separação entre os máximos de interferência.
A condição para que ocorra o fenômeno da difração é que a distância entre as duas fontes de
ondas seja da ordem do comprimento de onda das ondas utilizadas. A experiência da dupla
fenda, realizada com a luz, sugere uma forte evidência da natureza ondulatória da luz.
∆E = hν.
Assim, ele considerou que se a energia do elétron oscilante é quantizada, então, a energia das
ondas eletromagnéticas emitidas pelo corpo negro também é. A equação de Planck obtém
resultados compatı́veis com as curvas experimentais, resultando assim que o valor da constante
de Planck é h = 6, 63×10−34 Js. É importante frisar que a grande sacada de Planck causou
muito desconforto para os fı́sicos (inclusive para o próprio Planck) pois esse postulado violava
as leis indiscutivelmente válidas até então.
O salto quântico de Planck, trouxe solução para o modelo do átomo planetário de Rutherford.
Em 1912 Niels Bohr, jovem fı́sico dinamarquês, produziu o primeiro modelo quântico do
átomo. Para o átomo de hidrogênio, Bohr formulou três hipóteses: 1a . Relativa a força
centrı́peta. 2a . Relativa ao momento angular. 3a . Referente ao salto quântico. Nesse modelo
Bohr determina com boa precisão quais as órbitas, e a energia dessas órbitas estacionárias,
onde o elétron orbita sem emitir radiação (ondas estacionárias). O raio da enésima órbita do
elétron no átomo de hidrogênio é:
h2
rn = n2 = 0, 529×10−10 n2 [metro],
k4π 2 me e2
k 2 2π 2 me e4 1 1
Wn = − 2 2
= −21, 76×10−19 2 [joules].
h n n
A troca de energia com o meio só ocorre quando o elétron ”salta”de uma dessas órbitas esta-
cionárias para outra.
Em 1905 Albert Einstein propôs uma nova teoria para explicar o efeito fotoelétrico descoberto
por Henrich Hertz em 1887. Para Einstein a energia luminosa apresenta-se concentrada em pa-
126
cotes, denominados fótons, cada pacote tem a energia quantizada por Planck, E = hν. Cada
fóton, quantum de energia da radiação eletromagnética, comporta-se como uma partı́cula,
corpúsculo, que ao colidir com o átomo de metal tem sua energia totalmente absorvida,
quando, então, o fóton deixa de existir. A energia do fóton incidente ”hν” pode, dependendo
de sua freqüência, libertar o elétron de uma superfı́cie metálica. Parte da energia absorvida
W é utilizada para vencer a força de ligação do elétron no átomo e o restante transforma-se
em energia cinética Ec desse elétron emitido. Portanto,
Ec = hν − W.
Assim, passamos a adotar duas teorias para a luz, dualidade, uma teoria eletromagnética,
ondas, para explicar fenômenos como interferência e difração e outra, a teoria quântica, cor-
puscular, para explicar o efeito fotoelétrico, a liberação de elétrons por uma superfı́cie metálica
devido a incidência de luz.
h
λ= .
p
Assim, o elétron, como uma bola de futebol, quando em movimento, têm um comprimento
de onda λ associado:
Uma bola, m = 1kg e v = 10m/s, tem por comprimento de onda λ = 6, 6×10−25 AO que
representa uma caracterı́stica ondulatória muitı́ssimo fraca quando comparamos com a luz
visı́vel (entre 4000AO e 7500AO ).
Um elétron, m = 9, 11×10−31 kg e Ec = 50eV , tem λ = 1, 2AO . Este comprimento de onda
material corresponde ao comprimento de onda de uma radiação eletromagnética na região do
Raio X.
127
A natureza ondulatória do elétron foi confirmada experimentalmente por meio dos experi-
mentos como o de Davisson e Germer. Utilizando os mesmos procedimentos conhecidos para
raio X, faz-se um feixe de elétrons incidir em um cristal: Como uma onda o feixe de elétrons
é absorvido pelo cristal, mas atrás do cristal um eletrômetro detecta os elétrons (partı́culas
espalhadas).
2.4 O mundo quântico - O mundo microscópico não pode ser descrito pelos modelos
determinista da fı́sica clássica. Existe a interação entre objetos de natureza distinta como os
fótons, elétrons (partı́culas) e a radiação eletromagnética incidente (onda), ou de outra forma
dizemos que no mundo quântico, no ato de medir, o observador perturba o sistema a ser
medido. As incertezas ocorrem quando buscamos simultaneamente duas informações comple-
mentares como posição e quantidade de movimento (velocidade) de um objeto quântico.
No seu Princı́pio de Incerteza, Heisenberg diz que não podemos medir com precisão simultânea
a posição e a quantidade de movimento de uma partı́cula.
Na Mecânica Quântica, toda a partı́cula quântica tem associado um caráter de onda de prob-
abilidade, a amplitude ψ(X, t), que apresenta-se como uma onda de probabilidade capaz de
descrever a partı́cula no espaço e no tempo. E, sabendo que a onda nunca está localizada mas
sim, espalhada, podemos buscar um valor provável de uma das posições X dessa partı́cula no
espaço (volume), num dado instante t, por meio do quadrado da amplitude, que é a densidade
de probabilidade |ψ(X, t)|2 .
A fı́sica quântica sugere uma nova concepção de mundo, dando ênfase a necessidade
de uma estatı́stica de previsões nas medidas fı́sicas.
3. SUPERPOSIÇÃO DE ONDAS:
3.1 O princı́pio da superposição das ondas.
3.2 Ondas estacionárias.
3.3 Batimento.
3.4 Difração e interferência.
α+β α−β
sinα + sinβ = 2 sin( ) cos( ),
2 2
e a segunda
Y2 (X, t) = A2 sin(k2 X − ω2 t + β).
vemos que o resultado obtido da superposição é também uma onda, isto se justifica pelo fato
129
da equação de onda ser uma equação linear (não conter potências em Y e nem derivadas em
Y ). A análise de uma onda complexa em componente de Fourier tem muitas aplicações. O
estudo das ondas cerebrais, eletrocardiograma, análises dos espectros de ressonância param-
agnética, processamento de imagens e análise da voz nas investigações policiais.
O teorema de Fourier fornece a base matemática para analisar qualquer forma de onda como
uma superposição das ondas senoidais de comprimentos de onda e amplitudes especı́ficos. Es-
sas ondas senoidais, cada qual caracterizada com sua determinada freqüência e amplitude, são
chamadas componentes de Fourier de uma onda complexa. A (f igura − 8) mostra uma onda
complexa, formada pela soma de três ondas senoidais, constituindo o espectro de freqüências
(f igura − 9), se a onda complexa propaga-se com velocidade de 12 m/s então as ondas com-
ponentes de Fourier também se propagarão à mesma velocidade. A componente de Fourier de
maior comprimento de onda 5cm tem amplitude 1, 5 cm e freqüência, igual a onda complexa,
v
f= = 240Hz
λ
3.2 Ondas estacionárias - Considerando um ponto fixo numa corda onde uma onda
incidente Yi sofre uma mudança de fase quando é refletida Yr . O deslocamento de qualquer
ponto da corda é o resultado da interferência ou superposição das duas ondas, isto é,
A onda efetiva, mostra como a amplitude varia ponto a ponto, é dada por
Esta equação apresenta zeros independentes do tempo, logo, não há uma verdadeira propagação.
Como consequência dessa restrição de posição na amplitude, limita-se as possı́veis freqüências
de vibração, por exemplo, numa corda fixa nas extremidades (f igura − 10) e formando uma
seqüência harmônica de freqüências permitidas que constituirão um timbre.
Quando a corda de um instrumento é tocada, a oscilação resultante vem da superposição de
130
várias harmônicas. A diferença na qualidade do som - o timbre (f igura − 11) produzido por
diversos instrumentos, quando estimulados a tocar a mesma nota, isto é, todos oscilando com
a mesma freqüência fundamental - é causado pelas diferentes contribuições nas amplitudes
das harmônicas.
A velocidade de propagação usual da onda é v ' ω/k, mas esta velocidade está organizada
em grupos, devido a modulação na amplitude, produzida pelo termo cos(∆kX − ∆ωt), sendo
a velocidade de grupo u ' ∆ω/∆k.
A (f igura − 12) mostra o fenômeno do batimento.
Os músicos se utilizam de um diapasão e do batimento que com ele pode ser produzido para
afinar seus instrumentos à cordas (piano, violino, violão, etc.).
Quando x corresponder a uma diferença de caminhos percorridos pelas duas ondas, e sendo
igual a múltiplos inteiros de λ a interferência é construtiva, mostra um ponto claro no anteparo
C:
d sinθm = mλ
∆λ 1
= ,
λ Nm
de uma rede de difração com N linhas, pode ser capaz ou não de separar os máximos dessas
duas cores numa certa ordem m.
132
4. FENÔMENOS ONDULATÓRIOS E QUÂNTICOS:
4.1 Reflexão e Refração.
4.2 Dispersão.
4.3 Efeito Doppler .
4.4 Polarização.
4.5 Interação da radiação com a matéria.
4.6 Efeito Fotoelétrico.
4.7 Efeito Compton.
4.8 Raios X.
c
nX = .
vX
O ı́ndice de refração dos materiais opticamente transparentes aumenta a medida que diminui
133
o comprimento de onda da radiação. Na decomposição espectral da luz solar, uma radiação
branca (composta por um grande número de diferentes freqüências ou comprimentos de onda)
incide com um dado ângulo i num meio dispersivo produzindo diferentes ângulos de refração
para os diferentes comprimentos de onda dessa radiação policromática.
Quando uma onda passa de um meio para outro ocorre portanto em geral, dois fenômenos:
a reflexão e a refração. Na condição de passagem da luz de um meio mais refringente (maior
ı́ndice de refração) para um meio menos refringente (menor ı́ndice de refração) pode ser que
aconteça só reflexão: a reflexão total interna. No caso da passagem da luz da água para o ar,
a partir de um certo ângulo crı́tico de incidência ic , escreve-se
nar
sin ic = .
nágua
Portanto, qualquer que seja o ângulo de incidência i se n1 > n2 e i > ic , ocorrerá somente a
reflexão (reflexão total e interna).
dv
6=0.
dλ
vS + vF vF
f0 = = f (1 + ),
λ vS
Ap = Ai cosθ
Ec = hν − W
que a energia mı́nima (W ) para libertar o elétron depende da freqüência da luz e não da sua
intensidade.
4.8 Raios X - Os raios X são produzidos em tubos de vácuo, nos quais um feixe
de elétrons é submetido a uma rápida desaceleração ao colidir contra um alvo metálico. Os
raios X comportam-se não só como ondas eletromagnéticas mas também como partı́culas e
portanto pode interagir com a matéria por efeitos quânticos tipo efeito fotoelétrico ou mesmo
efeito Compton.
Os raios X, descobertos por Roentgen em 1895, são muito penetrantes; eles são absorvi-
dos pelas camadas profundas dos átomos (camadas K ou L) e esta propriedade permite a
aplicação dessa radiação em análise radiocristalográfica (determinação da estrutura molec-
ular de cristais), na espectrografia X (consiste em bombardear uma amostra com raio X e
analisar as raias caracterı́sticas da fluorescência emitida) e na aplicação mais antiga, a radio-
grafia usada em medicina e mesmo na indústria mecânica para controle de precisão em soldas.
Para que se possa ver um objeto precisamos de luz com comprimentos de onda da ordem desse
objeto. No estudo das moléculas, para entender seus arranjos atômicos, é necessário que a
radiação entre dentro de espaços interatômicos que são da ordem do nanometro. Como a
luz visı́vel tem comprimento entre 400nm e 700nm necessitamos de radiação eletromagnética
com comprimentos de ondas menores (freqüências maiores), como por exemplo os ”raios X”.
Os raios X, como uma luz, ao incidir sobre uma rede cristalina (material), origina inter-
ferência entre os raios refletidos por diferentes planos (f igura − 25). Quando a interferência
dos raios refletidos é construtiva (uma grande intensidade de raios X é mostrada), a ”Lei de
Bragg” (2d sinθ = mλ), determina que para as ordem m = 1, 2, ... haverá um ponto brilhante
na chapa fotográfica (f igura − 26).
Num cristal há vários planos que satisfazem a lei de Bragg então, usando raios X monocromáticos
e variando o ângulo de incidência (rodando o cristal), de modo a produzir impressões numa
chapa de raios X, temos as imagens que vão compor a estrutura da rede cristalina, permitindo
assim uma perfeita identificação do material.
137
4D RADIAÇÕES
Fı́sica para as Ciências Agrárias - Caderno-4 ONDAS E FÍSICA MODERNA
Professor Cesar Lobo
5. RADIAÇÃO TÉRMICA:
5.1 Transferência de calor.
5.2 Radiação Térmica.
5.3 O sistema Sol-Terra.
5.4 O efeito estufa.
5.5 Fotometria.
TQ − TF
H(= Q/t) = kT A .
l
∂T ∂ 2T
=κ 2
∂t ∂x
k
sendo κ = cρ
, a difusibilidade térmica (kappa) que é dependente do calor especı́fico c, densi-
dade ρ do material e da constante de Boltzmann k = 1, 38×10−23 J/K.
E = hν,
3) A energia radiada (ou emitida) por unidade de tempo pela superfı́cie A de um corpo
140
cresce com a quarta potência da temperatura (Lei de Stefan-Boltzmann):
Wrad = eσAT 4
0≤e≤1
traduz que, para uma superfı́cie completamente refletora e = 0 e para um ”corpo negro”e = 1.
Um ”corpo negro”ideal é negro não só na zona do visı́vel, mas também para todo o espectro:
não reflete nenhum comprimento de onda.
Dois corpos semelhantes, à mesma temperatura, estão em equilı́brio térmico de radiação
quando a energia emitida é exatamente igual a energia absorvida, portanto, a energia ab-
sorvida apresenta a mesma expressão da energia emitida
Wabs = eσAT 4
5.4 O efeito estufa - Como já sabemos, a radiação emitida pelo Sol corresponde
aproximadamente à de um corpo negro de TS = 6000K. Os comprimentos de onda que
transportam mais energia nesta radiação passam perfeitamente através do vidro e plásticos
das estufas, (f igura − 6). No interior, a radiação dominante corresponderá à temperatura
média da superfı́cie terrestre: cerca de TT = 300K. A esta temperatura, o comprimento de
141
onda máximo (da Lei de Wien) corresponde aos infravermelhos, radiação para qual o vidro
ou plástico é quase opaco. Isto pode ser assim explicado: A radiação da estufa correspon-
derá aproximadamente ao espectro dos 300K menos a ”fatia”correspondente aos infravermel-
hos que ficam bloqueados na estufa, fazendo aumentar a temperatura ”efeito estufa”. Este
efeito, também existe naturalmente na atmosfera. É importante pois torna a Terra habitável,
impedindo-a de arrefecer excessivamente durante a noite. Mas, o aumento da poluição tem
acarretado, na atmosfera, um acúmulo de gases (por exemplo CO2 , CF C e CO) todos muito
eficientes em absorver e reemitir os infravermelhos.
Um aumento de intensidade do efeito estufa constitui uma ameaça para o balanço térmico da
atmosfera. Se esse equilı́brio entre a energia absorvida e a energia radiada (emitida) não for
mantido, dar-se-á um aquecimento gradual da superfı́cie terrestre, as calotas polares de gelo
começaram a fundir, o clima alterar-se-á e, ...
E(ν)
I(ν) = .
A∆t
Quando uma radiação IX (ν) incide, numa área A, formando um ângulo Z com a normal a
esta superfı́cie, a irradiança sobre a superfı́cie é:
IA (ν) = IX (ν).cos(Z).
A densidade de fluxo solar (energia/área) ou radiação solar absorvida pela superfı́cie é pro-
porcional ao produto entre os fatores: densidade de fluxo solar incidente K, a absorvidade
da superfı́cie A (especı́fico do tipo de superfı́cie) e o cosseno do ângulo zenital Z, (Lei de
Lambert).
142
6. RADIOATIVIDADE:
6.1 Radioatividade.
6.2 Radioatividade alfa (α).
6.3 Radioatividade beta (β).
6.4 Radioatividade gama (γ).
6.5 Unidades da radioatividade.
6.6 Datação por carbono-14.
6.7 Aplicações de radioisótopos.
6.6 Datação por carbono-14 - Trabalhando com tório, Rutherford descobriu que
a radiação decrescia com o tempo em progressão geométrica. No caso do tório, a radioativi-
dade desaparece com a metade de seus núcleos num perı́odo de um minuto (meia vida). O
procedimento da datação por carbono incorpora o fenômeno da meia vida de uma maneira
muito proveitosa. A meia vida do carbono-14 é 5.570 anos, quando a metade dos átomos do
carbono-14 de uma dada amostra terá se transmutado em nitrogênio-14.
No ar existe uma pequenı́ssima fração de carbono-14 que é produzido, nas camadas mais
externas da atmosfera, por colisões de raios cósmicos com o nitrogênio do ar.
Todos os seres vivos absorvem o carbono-14 do ar diretamente, pela fotossı́ntese, ou indireta-
mente, por ingestão de plantas e animais. Organismos como caules e folhas, tecidos humanos e
ossos, etc., quando vivos, na Terra, mantém a mesma fração de carbono-12 para o carbono-14.
Quando um organismo morre ele mantém a quantidade de carbono-12, mas como é cessada
a ingestão de carbono-14, a quantidade deste vai diminuindo com o tempo (por decaimento
radioativo) por conseqüência há uma constante alteração na fração de carbono-12 para o
carbono-14. A comparação da fração atual com a que existia antes da morte do organismo
permitirá avaliar a idade da amostra. Outros tipos de datação permitem avaliar a idade de
peças arqueológicas, de fósseis e até mesmo de rochas.
145
6.7 Aplicações de radioisótopos - Os radioisótopos são os isótopos instáveis dos
elementos quı́micos, eles têm aplicações em diferentes ramos da Ciência, principalmente na
Medicina, na Indústria e na Agricultura:
Na medicina, os radioisótopos podem ser usados como traçadores na diagnose, por apre-
sentarem uma emissão espontânea da radiação, indicando sua posição;
Como fontes de energia, são importantes para destruir os tecidos cancerosos, produzem reações
quı́micas como a quebra de moléculas que destroem os tecidos biológicos.
Na indústria, as técnicas de radiografia e gamagrafia permitem ensaios não destrutivos para
examinar o interior de materias e conjuntos lacrados, esses métodos permitem lidar com
objetos perigosos de manusear como materiais corrosivos ou tóxicos. As radiografias e gam-
agrafias são particularmente de grande importância na inspeção da qualidade de soldas em
aviões, navios e tubulações de gás.
Por irradiação pode-se intensificar a cor de um cristal;
A radiação pode ser usada na esterilização , destruição de fungos e bactérias, de ferramentas
ou materiais de embalagem e esse uso é de importância fundamental na medicina e produção
de alimentos.
Na agricultura, além da produção de alimentos irradiados, menos peressı́veis, como galinha,
mamão, batata, morango, trigo e outros, os radioisótopos podem ser usados na criação de
novas variedades de plantas, irradiação de sementes, com caracterı́sticas melhoradas podendo
assim aumentar e melhorar a produção de alimentos. A radiação pode ser usada também no
combate a insetos, eliminação ou controle.