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2.

5 Derivada Direcional e Vetor Gradiente


Se f é uma função diferenciável num ponto (x, y), então f , além de ser contı́nua , possui derivadas
parciais de primeira ordem nesse ponto. Veremos que de fato existe derivadas em todas as direções
e não apenas nas direções ~i e ~j veja 2.26

Figura 2.26: vetores

Seja f uma função de duas variáveis e ~v = cos θ ~i + sen θ ~j, uma direção qualquer no plano xy
(vetor unitário). Chama-se derivada de f na direção ~v , no ponto P = (x, y) ao seguinte limite:

∂f f (P + t~v ) − f (P )
(P ) = lim
∂~v t→0 t
Em coordenadas:
∂f f (x + t cos θ, y + t sen θ) − f (x, y)
(P ) = lim
∂~v t→0 t
Usando a diferenciabilidade de f temos:

∆f = f (x + h, y + k) − f (x, y)
p
= fx (x, y)h + fy (x, y)k + η h2 + k 2

Então, escrevendo h = t cos θ e k = t sen θ temos:


∆f
= fx (x, y) cos θ + fy (x, y) sen θ ± η
t

Fazendo t → 0 onde |t| = h2 + k 2 , obtemos

∂f
v (P )
∂~ = fx (x, y) cos θ + fy (x, y) sen θ

Exemplo 2.49 Calcular a derivada da função f (x, y) = x2 y 3 na direção do vetor ~v = 2~i + ~j no


ponto (3, 1)

Solução: Primeiramente devemos normalizar o vetor, isto é, ||~v || = 22 + 12 , assim ~u = ||~~vv||
este vetor é unitário. Por outro lado, as derivadas parciais são:
∂f ∂f
(x, y) = 2xy 3 ; (x, y) = 3x2 y 2
∂x ∂y
∂f ∂f √2 ~i √1 ~
e ∂x (3, 1) = 2(3)(1)3 = 6, ∂y (3, 1) = 3(3)2 (12 ) = 27 e ~u = 5
+ 5
j. Então,

∂f 2 1 39
(3, 1) = 6 · √ + 27 · √ = √
∂~u 5 5 5

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Se ~v é um vetor unitário, então podemos escrever ~v = a~i + b~j onde a2 + b2 = 1 e
∂f ∂f ∂f
(x, y) = (x, y) · a + (x, y) · b
∂~u ∂x ∂y
Usando o produto interno canônico do plano, podemos escrever está expressão
∂f
= ∇f · ~v
∂~v

onde ∇f = ∂f ~ ∂f ~
∂x i + ∂y j é o vetor gradiente da função f , também é denotado por grad f
Usando a definição de produto interno, temos que
∂f
= ∇f · ~v = ||∇f || cos ϕ
∂~v

onde ϕ é o ângulo entre os vetores ∇f 6= ~0 e ~v . Vemos desta última expressão que, tem seu valor
máximo quando ϕ = 0, isto é, ∇f e ~v tem a mesma direção e sentido veja figura 2.27

Figura 2.27: vetores gradiente

e ∂f v = ||∇f || é a taxa de variação máxima, e a mı́nima é quando ϕ = π, nesta caso


∂~
∂f
∂~
v = −||∇f ||.
Por outro lado, se ϕ = π2 a derivada direcional é zero quando a direção ~v é perpendicular à
direção do gradiente.

Exemplo 2.50 Seja Ck a curva de nı́vel k da função z = f (x, y), então o vetor gradiente é
perpendicular à curva Ck esse fato está ilustrado na figura 2.28.

Figura 2.28: vetore gradiente

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EXERCÍCIOS de DERIVADA DIRECIONAL e GRADIENTE

1. Calcular as derivadas das funções dadas, nos pontos dados e direções indicadas

(a) z = sen (x2 y) + cos(xy 2 ) em P = (x, y), na direção ~i + 3~j.
(b) z = sen( x2 + y 2 ) em P = (3, 4), na direção −~i + ~j.
p

(c) w = x2 + 2xy + z 2 em P = (1, 0, −1), na direção ~i − ~j + ~k.


(d) z = 2x2 y 3 − 3x3 y 2 em P = (1, 2), na direção da tangente a curva y =
x2 + 1.

2. Seja 0 < s < 21 e f (x, y) = |xy|s . Mostre que fx = fy = 0 na origem e que, no entanto, f
não tem derivada em qualquer outra direção nesse ponto.
3. Dada a função f (x, y) = xy(3x2 − 5y 2 ), calcule grad f no ponto (1, 1) e duas direções ao
longo das quais a derivada direcional é zero.
4. Determine para cada função dada, as curvas ao longo das quais a direção do gradiente
permanece constante. Faça o gráfico com varias curvas f (x, y) = const. Mostrando também
a curva determinada.

(a) f (x, y) = x2 + y 2 ;
(b) Calcular f (x, y) = y − x2 ;
(c) f (x, y) = x2 − y 2 ;
(d) f (x, y) = xy

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