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Notável Mestre

Aula 02
Campo Escalar e Vetorial
Integral de linha
Teorema de Green: Definição

Professor. Sandro Gomes


Disciplina: Equações Diferenciais
Aula 02

Campos Escalares e Vetoriais

Campo Escalar
Um campo escalar é aquele em que todos os pontos representam grandezas isentas de direção e sentido. 

Seja D uma região no espaço e seja f uma função escalar definida em D. Então, a cada ponto P ∈ D, f associa uma única
f ( p)
grandeza escalar . A região D, juntamente com os valores de f em cada um de seus pontos, é chamada campo escalar.

Dizemos também que f define um campo escalar sobre D

Alguns exemplos desse tipo de campo são: a distribuição de temperaturas máximas em um mapa, cotas de pontos notáveis em

um terreno, densidades populacionais em bairros de uma cidade, etc.

Seja D um sólido esférico no espaço. Se a temperatura em qualquer ponto P(x,y,z) de D é proporcional à distância de P à

origem, então a função escalar T(x,y,z) = k . √ x2 + y 2 +z 2define um campo escalar em D chamado de campo de
temperatura em D
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Campos Escalares e Vetoriais

Campo Vetorial
Num campo vetorial, cada ponto está associado a um vetor, que possui uma norma ou módulo, direção e sentido.

Seja D uma região no espaço e seja ⃗f uma função vetorial definida em D. Então, a cada ponto P ∈ D, ⃗
f associa um único
vetor f(P). A região D, juntamente com os correspondentes vetores f(P), constitui um campo vetorial. Dizemos também que ⃗f
define um campo vetorial sobre D.

Alguns exemplos desse tipo de campo distribuição da velocidade de um fluido, a região no entorno de uma carga elétrica ou um

corpo com magnetismo, a direção da inclinação de um terreno indicando os divisores de águas, etc.

Seja D a atmosfera terrestre. Se cada ponto P(x,y,z) de D associamos o vetor ⃗


V (P) que dá a velocidade do vento em P
definimos um campo vetorial em D chamado de campo velocidade.
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2
Campo Vetorial no ℝ

Um campo vetorial em ℝ2 ⃗ : D →ℝ 2 , D ∈ℝ
é uma função F . 2 . Neste caso, o campo vetorial pode ser escrito em termos de suas

componentes P e Q da seguinte forma: F(x, y) = P(x, y)i + Q(x, y)j = (P(x, y),Q(x, y)).

Observe que P e Q são campos escalares, ou seja, funções de duas variáveis.

Considere o campo vetorial em ℝ 2 definido por F(x,y) = -yi + xj


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3
Campo Vetorial no ℝ

Um campo vetorial em ℝ3 ⃗ : D →ℝ 3 , D ∈ℝ
é uma função F . 3 . Neste caso, o campo vetorial pode ser escrito em termos de suas

componentes P e Q da seguinte forma: F(x, y,z) = P(x, y,z)i + Q(x, y,z)j + R(x,y,z)K= (P(x, y,z),Q(x, y,z),R(x,y,z)).

Observe que P, Q e R são campos escalares, ou seja, funções de três variáveis.

Considere o campo vetorial em ℝ 3 definido por F(x,y,z) = yi + zj+xk


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Vetor Gradiente
Seja f uma função de duas variáveis e seja (x 0 , y 0) um ponto do seu Domínio. Se as derivadas parciais fx e fy existem neste ponto,

então define-se o Vetor Gradiente da f no ponto (x 0 , y 0) denotado por ∇ f , como:

∂f ∂f
∇ f ( x 0 , y 0 )=( f x (x 0 , y 0 ) , f y ( x 0 , y 0 ))=( (x 0 , y 0 ) , ( x , y ))
∂x ∂y 0 0

Importante notar que o Gradiente é uma função vetorial, isto é, para cada (x , y)∈D pode-se associar o vetor ∇ f (x , y)

n
Podemos generalizar o conceito de gradiente para funções com mais de duas variáveis . Seja D⊂ℝ e f : D→ℝ, então para qualquer ponto

(x 1 , x 2 , x 3 , ... , x n )∈D onde existam as derivadas parciais f x 1 , f x2 , f x 3 , f x 4 , ... , f x , podemos definir o Vetor Gradiente por:
n

∇ f ( x1 , x 2 , x3 , ... , x n )=( f x ( x1 , x 2 , x3 , ... , x n ) , f x ( x1 , x 2 , x 3 , ... , x n ) , f x ( x 1 , x 2 , x 3 ,... , x n ) , ... , f x ( x1 , x 2 , x3 , ... , x n ))


1 2 3 n

O Vetor Gradiente é um vetor normal a curva de nível de uma função. E como visto acima para calcular o vetor gradiente basta
calcular as derivadas parciais da função e colocá-la no vetor.
Curva de nível
Relembrando...
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Exemplo 1
Vetor Gradiente
Vamos encontrar o vetor normal a curva de nível da função F ( x , y)=x 2 + y 2 no ponto P(1,1).

O Vetor Gradiente é um vetor normal a curva


de nível de uma função

∂f ∂f
∇ f ( x 0 , y 0 )=( ( x0 , y 0 ) , ( x , y ))
∂x ∂y 0 0
Então:

∂f
( x , y )=2 x
∂f ∂f ∂x
∇ f ( x , y)=( (x , y ) , (x , y)) ∇ f ( x , y)=(2 x ,2 y )
∂x ∂y
∂f
(x , y)=2 y
∂y
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Exemplo 1
Vetor Gradiente Continuação ∂f
( x , y )=2 x
∂f ∂f ∂x
∇ f ( x , y)=( (x , y ) , (x , y)) ∇ f ( x , y)=(2 x ,2 y )
∂x ∂y
∂f
(x , y)=2 y
∂y
Daí, o vetor normal a curva de nível da função F ( x , y)=x 2 + y 2 no ponto P(1,1) é dado por: ∇ f (1 , 1)=(2,2)
Representação Gráfica

2
No ponto P(1,1), há a curva de nível F (1,1)= x + y 2 =2 , cujo

Vetor ∇ f (1 , 1)=(2,2) é normal a ela


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Exemplo 2
Vetor Gradiente x2 y 2 z2
Vamos encontrar o vetor normal a superfície de nível da função F ( x , y , z )= + + no ponto P(1,0,1).
2 3 2

∂f ∂f ∂f
∇ f ( x 0 , y 0 , z 0 )=( (x 0 , y 0 , z 0 ) , (x 0 , y 0 , z 0 ) , (x , y , z ))
∂x ∂y ∂z 0 0 0

Então:

∂f
( x , y , z)=x
∂x
∂f ∂f ∂f ∂f 2 2
∇ f ( x , y , z)=( (x , y , z) , (x , y , z) , (x , y , z)) (x , y , z)= y ∇ f (x , y , z )=( x , y , z)
∂x ∂y ∂z ∂y 3 3
∂f
(x , y , z)=z
∂z
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Exemplo 2
Vetor Gradiente Continuação ∂f
( x , y , z)=x
∂x
∂f ∂f ∂f ∂f 2 2
∇ f ( x , y , z)=( (x , y , z) , (x , y , z) , (x , y , z)) (x , y , z)= y ∇ f (x , y , z )=( x , y , z)
∂x ∂y ∂z ∂y 3 3
∂f
(x , y , z)=z
∂z
x2 y 2 z2
Daí, o vetor normal a superfície de nível da função F ( x , y , z )= + + no ponto (1,0,1) é dado por: ∇ f (1,0,1)=(1 , 0,1)
2 3 2

Portanto
x 2 y 2 z2
No ponto P(1,0,1), há a superfície de nível F (1,0,1)= + + =1 , cujo Vetor ∇ f (1,0,1)=(1 , 0,1) é normal a ela no
2 3 2
ponto P(1,0,1).
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Campo Gradiente
O gradiente ∇ f de uma função escalar f : ℜ n → ℜ é um campo vetorial chamado campo gradiente.

O campo vetorial gradiente de F ( x , y)=x 2 y− y 3 , é o campo vetorial dado por:

∂f ⃗ ∂f ⃗
∇ f ( x , y)= i+ j=2 xy ⃗i +( x2 −3 y 2 ) ⃗j
∂x ∂y
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Exercícios

Determine o campo gradiente da função escalar F ( x , y , z )=x 2 +2 y 2 + z 3

√z
2 3
Determine o campo gradiente da função escalar F( x , y , z )=x y
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Integral de Linha de Campos
Vetoriais
Podemos definir integrais de linhas de campos vetoriais. Tais integrais são usadas, por exemplo, para determinar o trabalho exercido ao mover

uma partícula ao longo de uma curva lisa C.


Seja ⃗
F um campo vetorial contínuo definido sobre uma curva lisa C dada pela função vetorial ⃗r (t) , a⩽t⩽b , então a integral de linha de

F ao longo de C é dado por:
b

∫ F⃗ dr=∫ ⃗F(r (t )). r '(t)dt


C a


F(r (t))= ⃗
F(x (t) , y(t )) para campos vetoriais no ℝ
2


F(r (t))= ⃗
F(x (t) , y(t ), z (t)) para campos vetoriais no ℝ
3
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Integral de Linha de Campos
Vetoriais
Integrais de Linha com Respeito a x, y e z

Considere um caminho liso C descrito por ⃗r (t)=x (t) ⃗i +y (t) ⃗j +z(t) ⃗ ⃗ , y , z)=P(x , y , z) ⃗i +Q(x , y , z) ⃗j+ R (x , y , z) ⃗
k . E suponha que F(x k.

A integral de linha do campo vetorial ⃗


F pode ser escrita como

∫ F⃗ dr=∫ P(x , y , z)dx +Q(x , y , z)dy +R (x , y , z)dz


C C

Em que

∫ P(x , y , z)dx ,∫ Q(x , y , z)dy ,∫ R (x , y , z)dz


C C C

são chamadas integrais de linha ao longo do caminho C com relação a x, y e z, respectivamente.


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Exercícios

Calcule ∫ xdx + ydy+zdz , onde C é a hélice parametrizada por σ (t) = (sen t, cos t, t), 0 ≤ t ≤ 2π.
C

Observe, inicialmente, que:

∫ xdx + ydy+zdz=∫ F⃗ dr , onde F⃗ (x , y , z)=(x , y , z)


C C

Como,

I) F (σ (t)) = F (sen t,cos t, t) = (sen t,cos t, t);

II)σ’ (t) = (cos t,−sen t,1)

Então;

∫ xdx +ydy +zdz= ∫ (sent , cost , t).(cost ,−sent ,1)dt
C 0

2π 2π 2 2π

∫ (sent . cost−cost . sent + t)dt =∫ t dt=[ t2 ] =2 π 2


0 0 0
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Exercícios
2 3
Calcule a integral de linha do campo vetorial F(x , y)=( x −2 y , x +y ) do ponto (0,0) ao (1,1) ao longo da seguinte curva:

i. o segmento de reta y=x

Note que uma parametrização para o segmento é: x (t)=t , y (t)=t


C(t)=(t , t) , 0⩽t⩽1
C'(t)=(1,1)
Portanto,
1 1 1

∫ ⃗F dr=∫ (t −2 t , t + t)(1,1)dt =∫ (t −2 t +t + t)dt=∫ (t 2+ t3−t)dt


2 3 2 3

C 0 0 0

1 3 4 2 t=1

∫ (t +t −t)dt=[ t3 + t4 − t2 ] = 14 + 31 − 12 = 121
2 3

0 t=0
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Exercícios
2 3
Calcule a integral de linha do campo vetorial F(x , y)=( x −2 y , x +y ) do ponto (0,0) ao (1,1) ao longo da seguinte curva:

2
i. o segmento de parábola y=x

2
Note que uma parametrização para a parábola é: x (t)=t , y (t)=t
2
C(t)=(t , t ), 0⩽t⩽1
C'(t)=(1,2)
Portanto,
1 1

∫ ⃗F dr=∫ (t −2 t 2 2
, t + t )(1,2 t)dt =∫ (2 t 4 +2 t 3 −t 2 )dt
3 2

C 0 0

1 5 4 3 t=1

∫ (2 t +2 t −t )dt=[ 25t + t2 − t3 ] = 25 + 12 − 13 = 17
4 3 2
30
0 t=0
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Exercícios

Calcule ∫ (x 2−y )dx+( x +y 2 )dy , sendo C o segmento de reta de (0,1) a (1,2).


C

2
Calcule ∫ (x 2−y )dx+( x +y 2 )dy , sendo C o arco de parábola y=x +1 de (0,1) a (1,2).
C
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Integral de Linha
Aplicação

As integrais de linha podem ser encontradas em inúmeras aplicações nas Ciências Exatas, como por exemplo, no cálculo do trabalho realizado por

uma força variável sobre uma partícula, movendo-a de um ponto A a um ponto B no plano. Na Termodinâmica, uma integral de linha é utilizada,

por exemplo, para calcular o trabalho e o calor desenvolvido numa transformação qualquer.

Se a cada ponto (x,y,z) do espaço associarmos uma força atuando em um objeto então:

∫ F⃗ dr
C

Representa o trabalho total para deslocar o objeto ao longo de C.


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Exercícios

Calcular o trabalho realizado ao se mover um objeto ao longo do segmento de reta de (1,1) a (2,4) sujeito a força ⃗
F=(y−x) ⃗i +(x 2 y) ⃗j
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Exercícios

A força em um ponto (x,y,z) é ⃗


F=y ⃗i +3 ⃗j + x ⃗j .Determinar o trabalho realizado por ⃗
F=(x , y , z), quando o seu ponto de aplicação
desloca-se ao longo da curva x=t , y =t 2 , z=t 3 de (0,0,0) a (2,4,8).
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Teorema de Green
O Teorema de Green associa a integral de linha de um campo vetorial ao longo de uma curva fechada no plano a uma integral dupla sobre a

região delimitada por essa curva.

Diz-se que a fronteira ∂D de uma região fechada D⊂R² est´a orientada positivamente se a região D fica à esquerda quando percorremos

a fronteira ∂D
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Teorema de Green

O Seja D ⊂ R² uma região fechada e limitada cuja fronteira C seja dada por uma curva fechada simples, orientada positivamente e parametrizada

por uma função de classe C1 por partes, de modo que seja percorrida apenas uma vez. Se F(x, y) = (F1(x, y),F2(x, y)) é um campo vetorial de

classe C1 em C, então

∂ F2 ∂ F1
∮ F1 dx + F2 dy=∬ ( ∂ x − ∂ y )dxdy
C D
OBRIGADO(A)

Notável Mestre Prof. Sandro Gomes Disciplina Equações Diferenciais

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