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MECÂNCIA CLÁSSICA

Cálculo Variacional
Eduardo de Almeida
Funcional:
Também pode ser representado
simplificadamente como
Definição: Seja J o funcional definido como
x2
x2
J =∫x F ( y ( x), y ' ( x) , y ' ' ( x ),... , x) dx J =∫x F ( y , y ' , y ' ' , ... , x) dx
1
1

Onde:
y (x ) é uma função de x
2
dy d y
y ' ( x)= , y ' ' ( x)= 2 ...
dx dx
F é uma função de y e de suas derivadas.

J é um funcional
Função

2
y=x
y(x) x
0 0
1 1 Para cada valor de x, a
função y(x) fornece um valor.
4 2
9 3
16 4
Funcional
J (x1,x2) y(x)
Exemplo: Seja a função F definida como:
7/3 (1,2) x
F ( y ( x), x)= x y (x ) 15/4 (1,2) x2
Neste caso temos uma dependencia
1/3 (0,1) √ 1−x 2
explícita de x, mas nem sempre será o
caso. Então o funcional será dado por:

x2 Para cada função e limites de integração


J =∫x x y ( x )dx definidos, o funcional fornece um valor.
1

Nossa intenção é por procurar extremos


dos funcionais, mas antes vamos lembrar
como encontramos extremos nas funções
Extremos em funções
Para encontrarmos um extremo de y(x)
1. Como fazemos para encontar um fazemos uma pequena variação em x → x+dx
extremo em uma função? e avaliamos o valor de dy
Resposta: é o ponto onde a inclinação dy = yfinal - yinicial
da reta tangente é nulo.
dy = y(x+dx) - y(x)
2. Como fazemos para encontar o ponto
onde a inclinação da reta tangente é nula,
sem a visualização gráfica da função?

Resposta: Fazendo pequenas variações


em x até encontrar onde dy = 0
Extremos em funções
Portanto, encontrar um extremo de
uma função significa encontrar dy=0.

- Ver o vídeo com


o desenvolvimento

https://youtu.be/mQdn5NLH72Q

https://www.youtube.com/
watch?v=mQdn5NLH72Q
Extremos em funções
Fazendo uma expansão em série de Taylor
2 3
h h
f ( x 0 +h)=f ( x0 )+h f ' ( x 0 )+ f ' ' (x 0 )+ f ' ' ' (x 0 )+...
2! 3!
Para a função y(x+dx) Onde:
2 3
dx dx dy (x )
y (x +dx)= y ( x)+dx y ' (x )+ y ' ' ( x)+ y ' ' ' ( x)+...
2! 3! y ' ( x)=
dx
Para dx pequeno a função pode ser aproximada para 2
termos até primeira ordem d y (x )
y ' ' ( x)=
y (x +dx)≈ y (x )+ dx y ' ( x) dx 2
Como dx é diferente de zero, então
y (x +dx)− y ( x)=dx y ' ( x) encontrar dy = 0 significa que y’=0, ou
dy=dx y ' ( x) seja, a derivada primeira igual a zero.
Extremos no funcional
De modo análogo ao que fazemos com funções, queremos encontrar extremos nos
funcionais, mas só que aqui, variando a função y(x) para y(x)+d y(x). Nas funções
variávamos x para x+dx.
Para funções temos a pergunta: Em que
posição x ocorre um extremo de y(x)?

Para funcionais temos a pergunta:


Para qual função y(x) + dy(x)
ocorre um extremo de J?

Os pontos inicial e final devem ser


fixos para qualquer variação da
função.
Extremos no funcional
Exemplo 6.1: Seja a função F definida
como:
2
F=( y ' ( x))

onde y (x )= x

A função y sofre pequenas variações


entre os intervalos de 0 a 2p conforme
y (x )= x + α sin x
Para qual valor de a J é um extremo?

Ver no geogebra que J é um mínimo


quando a = 0 e neste caso J = 6,28
Extremos no funcional y (x )

Definimos dJ como:
x2 x2
δ J =∫x F ( y + δ y , y ' + δ y ' , y ' '+ δ y ' ' , x )dx−∫x F ( y , y ' , y ' ' , x )dx
1 1

Nas funções fazemos uma variação em x para x+dx e y (x )+ δ y (x )


avaliamos o resultado em dy.

Agora fazemos uma pequena variação na função y δ y ( x)


para y+dy e avaliamos o resultado em dJ.

Variamos a função y até encontrar a


condição dJ = 0 para encontrarmos um
extremo em J.
Extremos no funcional
1. Para o caso em que F = F(y,x):
x2 x2
δ J =∫x F ( y + δ y , x) dx−∫x F ( y , x) dx (1)
1 1

Fazendo uma expansão em série de Taylor


2 3
h h
f ( x 0 +h)=f ( x0 )+h f ' ( x 0 )+ f ' ' (x 0 )+ f ' ' ' (x 0 )+...
2! 3!
Para F(y+dy,x)
2
∂ F ( y , x ) δ y2 ∂ F ( y , x )
F ( y + δ y , x )=F ( y , x )+ δ y + +...
∂y 2! ∂y 2

Para dy muito pequeno vamos considerar a aproximação


até a primeira ordem
Extremos no funcional
1. Para o caso em que F = F(y,x):
∂ F( y , x)
F ( y + δ y , x )=F ( y , x )+ δ y
∂y
Substituindo na equação 1,

x2 ∂ F ( y , x) x 2
δ J =∫x [ F ( y , x)+ δ y ] dx−∫x F ( y , x)dx Cancelando alguns termos
1 ∂y 1

x2 ∂ F ( y , x)
δ J =∫x δ y dx
1 ∂y
Como dy deve ser diferente de zero, a condição dJ = 0 implica em

∂ F ( y , x) Condição de extremo quando F =


=0 F(y,x)
∂y
Extremos no funcional
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x):
x2 x2
δ J =∫x F ( y + δ y , y '+ δ y ' , x) dx−∫x F ( y , y ' , x) dx (2)
1 1

Fazendo uma expansão em série de Taylor Para


F(y+dy,y’+dy’,x), considerando termos até primeira ordem

Expandindo em y:
∂ F ( y , y ' +δ y ' , x )
F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x )= F ( y , y ' + δ y ' , x)+ δ y +...
∂y
Expandindo em y’:
∂ F ( y , y ' , x) ∂ F ( y , y ' + δ y ' , x)
F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x )= F ( y , y ' , x)+ δ y ' +δ y +...
∂ y' ∂y
Extremos no funcional Série de Taylor para
este termo
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x):
∂ F ( y , y ' , x) ∂ F ( y , y ' + δ y ' , x)
F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x )= F ( y , y ' , x)+ δ y ' +δ y +...
∂ y' ∂y
∂ F( y , y ' , x) ∂ F ( y , y ' , x)
F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x)= F ( y , y ' , x )+ δ y ' + δ y ∂ [ F ( y , y ' , x)+ δ y ' ]+...
∂ y' ∂y ∂y'

∂ F ( y , y ' , x) ∂ F ( y , y ' ,x)


F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x )= F ( y , y ' , x)+ δ y ' +δ y
∂ y' ∂y
2
∂ F ( y , y ' ,x)
+δ y δ y' +...
∂ y ∂ y'

Muito pequeno, desprezamos


Extremos no funcional
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x):
∂ F ( y , y ' , x) ∂ F ( y , y ' ,x)
F ( y + δ y , y ' + δ y ' , x )= F ( y , y ' , x)+ δ y ' +δ y
∂ y' ∂y
Substituindo na equação 2
x2 ∂ F ( y , y ' ,x) ∂ F ( y , y ' , x) x
2
δ J =∫x [ F ( y , y ' , x )+ δ y ' +δ y ] dx−∫x F ( y , y ' , x)dx
1 ∂ y' ∂y 1

x2 ∂ F( y , y ' ,x) ∂ F ( y , y ' , x) (3)


δ J =∫x [δ y ' +δ y ] dx
1 ∂ y' ∂y
Extremos no funcional
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x):
dy
δ y '=δ d e d/dx são operadores
dx
independentes e d é uma
d
δ y '= δy operação onde x não varia.
dx

Considere o primeiro termo da equação 3 e


substituindo dy’.

x2 ∂ F ( y , y ' , x) x d
2 ∂ F ( y , y ' , x)
∫x δ y' dx=∫x δy dx
1 ∂ y' 1 dx ∂ y'
Extremos no funcional ∫ u dv=uv−∫ v du
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x): ∂ F ( y , y ' , x)
u=
∂ y'
x2 ∂ F ( y , y ' , x) x d
2 ∂ F ( y , y ' , x)
∫x δ y' dx=∫x δy dx d
1 ∂ y' 1dx ∂ y' dv= δ y dx
dx
Integrando por partes:
x2 ∂F ∂F x d ∂F ∂ F ( y , y ' , x)
∫x δ y' dx=
x
δ y x −∫x δ y
2
2
dx du=d
1 ∂ y' ∂ y' 1
d x ∂ y'
1
∂ y'
d ∂ F ( y , y ' , x)
Nos extremos x1 e x2, temos que dy = 0. du= dx
dx ∂ y'
x2 ∂F x d ∂F
2

∫x δ y' dx=−∫x δ y dx d
1 ∂ y' d x ∂ y'
1
v=∫ δ y dx
dx
Substituindo na equação 3: v=∫ d δ y
v= δ y
Extremos no funcional
2. Para o caso em que F = F(y,y’,x):
Da condição de extremo dJ = 0
x2 ∂F x 2 d ∂F
∫x δ y' dx=−∫x δ y dx
1 ∂ y' 1d x ∂ y' d ∂F ∂F
− + =0
x2 ∂F ∂F d x ∂ y' ∂ y
δ J =∫x [ δ y ' +δ y ] dx (3) ou
1 ∂ y' ∂y
∂F d ∂F
− =0 Equação de Euler
x2 d ∂F ∂F ∂ y d x ∂ y'
δ J =∫x [−δ y +δ y ] dx
1 d x ∂ y' ∂y
x2 d ∂F ∂F
δ J =∫x δ y [− + ] dx
1 d x ∂ y' ∂ y
Exemplo 6.2 - Braquistócrona

Considere uma partícula que se move em um
campo de força constante que inicia do repouso
de algum ponto (x1, y1) a algum ponto mais
inferior (x2, y2). Encontre o caminho que permite
que a partícula atravesse o trânsito no menor
tempo possível.
x=a (1−cos θ )
y =a θ −a sen θ + c
A Segunda Forma da Equação de Euler
2
1+ y '
No exemplo 6.2 obtivemos F=
√x dF
dx
=y'
∂F
∂y
+y''
∂F ∂F
+
∂ y' ∂ x
e no exemplo 6.3 F=x √1+ y ' 2
Nestes dois casos F possui uma ∂F
dependência explicita de x e portanto ≠0 ∂F dF ∂F ∂F
∂x y'' = −y' −
∂ y' d x ∂ y ∂x
Em alguns casos F não terá uma dependência
explicita de x, e para estes casos a equação
Podemos escrever Substituindo aqui
de Euler possui uma forma mais apropriada.
d ∂F ∂F d ∂F
Seja F(y,y’,x) de forma que
d F ∂ F d y ∂ F d y' ∂ F
dx(y'
∂ y')=y''
∂ y'
+y'
dx ∂ y '
= + +
d x ∂ y d x ∂ y' d x ∂x d ∂F dF ∂F ∂F d ∂F
dx(y' = )
∂ y' d x
− y' −
∂y ∂x
+y'
dx ∂ y '
A Segunda Forma da Equação de Euler
d ∂F dF ∂F ∂F d ∂F d ∂F
dx
y' ( =
∂ y' d x )
− y' −
∂y ∂x
+y'
dx ∂ y ' dx (
F−y '
∂ y'
=0 )
Rearranjando os termos ∂F ∂F
F− y ' =cte se =0
∂ y' ∂x
d ∂F d F ∂F d ∂F ∂F
dx(y' = )−
∂ y' d x ∂x
+ y' ( −
dx ∂ y ' ∂ y )
d ∂F d F ∂F d ∂F ∂F
dx(y' = )−
∂ y' d x ∂x
+ y' ( −
dx ∂ y ' ∂ y )
= 0 quando não = 0 eq. Euler
*Ver exemplo 6.4
há dependência
*Ver problema da catenária
explicita de x
Problema da Catenária

Uma corda de comprimento L e massa M é
suspensa e sua forma é definida pela ação da
gravidade de forma que a energia potencial seja
minimizada.
Condições Auxiliares
Seja o funcional Se K for submetido a uma condição de
x2 extremo, isto é, dK = 0, análogo ao que
J =∫x F ( y , y ' , x)dx fizemos com o funcional, encontraremos
1

Que quando submetido a condição de ∂g d ∂g


− =0 (2)
extremo dJ = 0, encontramos ∂ y d x ∂ y'
∂F d ∂F (1) Podemos somar as equações 1 e 2
− =0
∂ y d x ∂ y' adicionando uma constante l
Se o problema possui um vínculo tal que
possa ser escrito na forma de um segundo ∂F d ∂F ∂g d ∂g
funcional

∂ y d x ∂ y'
+λ (

∂ y dx ∂ y'
=0 )
x2
K =∫x g ( y , y ' , x )dx Funcional de
∂( F+ λ g ) d ∂ (F + λ g )
restrição
1
− =0
∂y dx ∂ y'
Onde K é uma quantidade fixa.
*Ver problema da catenária *Ver exemplo 6.6
Relações trigonométrica
1 1 d
sec θ = cossec θ = sec θ =sec θ tan θ
cos θ sen θ dθ
2 2
sec θ =1+ tan θ d d
senh θ=cosh θ cosh θ=senh θ
dθ dθ
cos θ sen θ
cotg θ = tan θ =
sen θ cos θ 2 2
cosh θ −senh θ =1
2 2
cossec θ =1+cotg θ
d
cossec θ =−cossec θ cotg θ

d
cotg θ =−cossec 2 θ

Referências

Marion

Videos do youtube

Joao Barcelos Neto, Mecânica Newtoniana,
Lagrangeana e Hamiltoniana

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