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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Departamento de Matemática e Informática


Correção do exame Normal
de
Análise Matemática II
27 de Março de 2021
Cursos: Física e Meteorologia Ano: Primeiro Duração: 08h00-10h00

Leia bem a sua prova, escreva de modo legível e justifique todas suas respostas

Bom exame!
xy 2
1. (2.5 valores) Calcule se existir lim f (x, y), onde f (x, y) = .
x→0
y→0
x2 + y 4
Resolução. Tomemos (x, y) → (0, 0) ao longo da recta não vertical y = mx, onde
m é a inclinação da recta. Temos

x(mx)2 xm2
f (x, y) = f (x, mx) = = ,
x2 + (mx)4 1 + m4 x2
portanto,

f (x, y) → 0, quando (x, y) → (0, 0) ao longo da recta y = mx.

Logo f tem o mesmo limite ao longo de qualquer recta não vertical que passa pela
origem. Mas isso não é suficiente para concluir que o limite é zero. Tomemos
(x, y) → (0, 0) ao longo da parábola x = y 2 . Temos

2 y2 · y2 y4 1
f (x, y) = f (y , y) = 2 2 4
= 4 = .
(y ) + y 2y 2

Logo
1
f (x, y) → , quando (x, y) → (0, 0) ao logo da parábola x = y 2 .
2
Conclusão, como nos diferentes caminhos levam a resultados diferentes, o limite não
existe, ou seja, @ lim f (x, y).
x→0
y→0

2. (2.5 valores) Uma função de duas variáveis é dita harmônica se satisfaz a equação
de Laplace
∂ 2u ∂ 2u
+ = 0.
∂x2 ∂y 2
Mostre que a função u(x, y) = ex sin y + ey cos x é harmônica.

1
Resolução. Calculando as derivadas parcias sucessivas temos:
∂u ∂u
= ex sin y − ey sin x = ex cos y + ey cos x
∂x ∂y
∂ 2u ∂ 2u
= ex sin y − ey cos x = −ex sin y + ey cos x.
∂x2 ∂y 2
Logo,
∂ 2u ∂ 2u
2
+ 2 = ex sin y − ey cos x − ex sin y + ey cos x = 0.
∂x ∂y
3. (3.0 valores) Achar os extremos condicionados da função z = x + 2y se x2 + y 2 = 5.
Resolução. A função de Lagrange é

L(x, y, λ) = x + 2y + λ(x2 + y 2 − 5).

Calculando as derivadas parciais em relação a x, y e λ obtemos


∂L ∂L ∂L
= 1 + 2λx, = 2 + 2λy e = x2 + y 2 − 5.
∂x ∂y ∂λ
donde, 
 1 + 2λx = 0
2 + 2λy = 0
 2
x + y 2 = 5.
Resolvendo este sistema de equações, com base nas primeiras duas equações obtemos
que y = 2x e substituindo na terceira deduzimos que x = ±1. Dai concluimos que
1
• Se x = 1 então λ = − e y = 2;
2
1
• Se x = −1 então λ = e y = −2.
2
Calculando todas a derivadas parciais da segunda ordem obtemos
∂ 2L ∂ 2L ∂ 2L
= 2λ, =0 e = 2λ.
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
Consequentemente o diferencial da segunda ordem toma a forma

d2 L(x, y, λ) = 2λ(dx2 + dy 2 )
1
e por conseguinte, para λ = a função tem um mínimo condicionado no ponto
2
1
P1 (−1, −2) e zmin = −5. Para λ = − a função tem um máximo condicionado no
2
ponto P2 (1, 2) e zmax = 5.
4. (3.0 valores) Uma carga está distribuida sobre uma região D pelo triângulo de
vértices (1, 0), (0, 1) e (1, 1) de modo que a densidade da carga em cada ponto (x, y)
seja δ(x, y) = xy medida em Coulomb por metro quadrado (C/m2 ). Determine a
carga total Q, isto é, ¨
Q= δ(x, y)dxdy.
D

2
Resolução. Temos que
¨ ˆ 1 ˆ 1 ˆ 1 1
1 2
Q= δ(x, y) dx dy = x dx y dx dy = y x dx
D 0 −x+1 2 0 −x+1
ˆ 1
1 5
= (x − (−x + 1)2 x) dx = .
2 0 24

5. (3.0 valores) Utilizando o Teorema de Green, calcule o trabalho realizado pela força

F(x, y) = (−16y + sin x2 )i + (4ey + 3x2 )j,

que actua ao longo de uma curva fechada e simples C delimitada pela região

D = {(x, y) ∈ R2 : −x ≤ y ≤ x, x2 + y 2 = 1}.

Resolução. O trabalho realizado F é dado por


˛ ˛
W = F · dr = (−16y + sin x2 )dx + (4ey + 3x2 )dy.

Sendo P (x, y) = −16y + sin x2 e Q(x, y) = 4ey + 3x2 , com base o Teorema de Green
temos
˛ ¨
2 y 2
W = (−16y + sin x )dx + (4e + 3x )dy = (6x + 16)dxdy.
D

Assim, fazendo a mudança de coordenadas de coordenadas cartesianas para coor-


π 3π
denadas polares x = ρ cos θ e y = ρ sin θ donde 0 ≤ ρ ≤ 1 e ≤ θ ≤ obtemos
4 4
¨ ˆ 3π ˆ 1
4
W = (6x + 16)dxdy = (6ρ cos θ + 16)ρdρdθ
π
D 4
0
ˆ 3π
4
= (2 cos θ + 8)dθ = 4π.
π
4

6. (3.0 valores) Passando previamente para coordenadas esféricas, calcule a seguinte


integral tripla ˚ √
2 2 2 3
e (x +y +z ) dxdydz,
W

onde W é o sólido limitado pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 1.



 x = ρ cos θ sin ϕ
Resolução. Temos y = ρ sin θ sin ϕ donde 0 ≤ ρ ≤ 1 0 ≤ θ ≤ 2π e 0 ≤ ϕ ≤ π.
z = ρ cos ϕ,

√ 2 2 23 3
Note que e (x +y +z ) = eρ , assim
˚ √ ˆ 1 ˆ π ˆ 2π
(x2 +y 2 +z 2 )3 3
e dxdydz = eρ ρ2 sin ϕdϕdθdρ
W 0 0 0
π
2 4
= π(e − 1)(− cos ϕ) = π(e − 1).
3 0 3

3
7. (3.0 valores) Utilizando o Teorema de Divergência (Teorema de Gauss-Ostrogradiski),
achar o fluxo do vector

F(x, y, z) = x3 i + x2 yj + x2 zk,

através da superfície cilíndrica x2 +y 2 = a2 , 0 ≤ z ≤ b na direção de normal exterior.


Resolução. Seja P (x, y, z) = x3 , Q(x, y, z) = x2 y e R(x, y, z) = x2 z. Pelo
Teorema de Divergência (Fórmula de Gauss-Ostrogradiski) temos que o fluxo do
vector F é dado por
‹ ˚
3 2 2
x dydz + x ydxdz + x zdxdy = (3x2 + x2 + x2 )dxdydz
S W

 x = ρ cos θ
Passando de coordenadas cartesianas para coordenadas cilindricas y = ρ sin θ
z = z,

com 0 ≤ ρ ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2π e 0 ≤ z ≤ b temos
˚ ˆ 2π ˆ a ˆ b
2 2 2
5 (3x + x + x )dxdydz = 5 ρ2 cos2 θρdzdρdθ
W 0 0 0
4 2π
a 1 sin 2θ 5
= 5 b (θ + ) = a4 bπ.
4 2 2 0 4

Nota: As respectivas regiões nos exercícios correspondentes estão em anexo.

FIM

O docentes
Salvador Manjate
Anselmo Cossa

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