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INTRODUÇÃO
ELEMENTO NEUTRO / IDENTIDADE
Seja ∗ uma operação binária no conjunto 𝑋. O elemento 𝑒 ∈ 𝑋 diz-se elemento
neutro para esta operação se e só se 𝑥 ∗ 𝑒 = 𝑒 ∗ 𝑥 = 𝑥 para qualquer 𝑥 ∈ 𝑋.
MONÓIDE
A estrutura algébrica 𝐺,∗ diz-se um monoide se satisfaz as seguintes
propriedades
GRUPOS
GRUPO / GRUPO ABELIANO
O monóide 𝐺,∗ diz-se um grupo se e só se todos os elementos de G são
invertíveis. O grupo diz-se abeliano se a sua operação é comutativa.
SUBGRUPO
Se 𝐻 ⊂ 𝐺 é não-vazio, 𝐻,∗ é um subgrupo de G (grupo) se e só se 𝐻 é fechado
para a operação ∗ e 𝐻 é um grupo (ver Proposição).
CENTRO DE UM GRUPO
Sendo 𝐺,∗ um grupo, o seu centro é 𝐶 𝐺 = 𝑥 ∈ 𝐺: 𝑔 ∗ 𝑥 = 𝑥 ∗ 𝑔, ∀𝑔 ∈ 𝐺 .
𝐺×𝐻 = 𝑔, : 𝑔 ∈ 𝐺, ∈ 𝐻
𝑔, ∘ 𝑔′ , ′ = 𝑔 ∗ 𝑔′ , ⋅ ′
PERMUTAÇÕES DE 𝑿
Bijecções de 𝑋 em 𝑋 quando 𝑋 é um conjunto finito. 𝑆𝑛 é o grupo de todas as
permutações de 𝑛 elementos entre si. Note-se que 𝑆𝑛 = 𝑛!.
Exemplo:
Em 𝑆3 , temos as seguintes permutações
1 2 3 1 2 3 1 2 3
𝐼= , 𝛼= , 𝛽= ,
1 2 3 1 3 2 3 2 1
1 2 3 1 2 3 1 2 3
𝛾= , 𝛿= , 𝜀= .
2 1 3 2 3 1 3 1 2
ÓRBITA DA PERMUTAÇÃO
Conjunto dos elementos que se obtém de 𝑥 por aplicação repetida de 𝜋 𝑥
(permutação). Designa-se por 𝒪𝑥 , e 𝒪𝑥 = 𝑥, 𝜋 𝑥 , 𝜋 𝜋 𝑥 , … .
PARTIÇÕES DO CONJUNTO 𝑿
Subconjuntos disjuntos de 𝑋 cuja união é 𝑋.
CICLO
Permutações com no máximo uma órbita de comprimento maior do que 1.
Exemplos:
1 2 3
A permutação de 𝑆3 𝛼 = pode ser representada pelo ciclo
1 3 2
𝛼 = 2,3 = 3,2 .
1 2 3 4
A permutação de 𝑆4 𝜋 = pode ser representada pela
2 1 4 3
composição cíclica 𝜋 = 1,2 3,4 = 3,2 1,2 .
TRANSPOSIÇÃO
Ciclo com uma órbita de comprimento 2.
Exemplos:
O ciclio 1,2,3,4 pode ser representado pelo produto de transposições
𝜋 = 1,3 1,4 1,2 .
No geral, tem-se 𝑥1 , 𝑥2 , … 𝑥𝑚 = 𝑥1 , 𝑥𝑚 … 𝑥1 , 𝑥3 𝑥1 , 𝑥2 .
Nota: Se 𝜋 = 𝜏1 𝜏2 ∙∙∙ 𝜏𝑛 , então 𝜋 −1 = 𝜏𝑛 𝜏𝑛−1 ∙∙∙ 𝜏1 .
Exemplos:
Qualquer transposição é ímpar.
O ciclo 1,2,3,4 é ímpar.
A identidade é uma permutação par, pois 𝐼 = 1,2 1,2 . Além disso,
𝑃 𝐼 = 0.
SINAL
O sinal de 𝜋 é +1 (respectivamente −1) se 𝜋 é par (respectivamente ímpar).
Designa-se por sgn 𝜋 .
GRUPO ALTERNADO
Grupo constituído pelas permutações pares de 𝑆𝑛 . Designa-se por 𝐴𝑛 .
HOMOMORFISMOS E ISOMORFISMOS
HOMOMORFISMO / ISOMORFISMO
Se 𝑋,∗ e 𝑌,⋅ são monóides, a função 𝜙: 𝑋 → 𝑌 diz-se um homomorfismo se e só
se
𝜙 𝑥1 ∗ 𝑥2 = 𝜙 𝑥1 ⋅ 𝜙 𝑥2 , ∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝑋.
Exemplo:
𝜙 𝑥 = log 𝑥 e 𝜓 𝑥 = exp 𝑥 são dois isomorfismos. Pois
log 𝑥𝑦 = log 𝑥 + log 𝑦 e exp 𝑥 + 𝑦 = exp 𝑥 exp 𝑦 , logo os grupos
ℝ+,⋅ e ℝ, + são isomorfos, isto é, ℝ+,⋅ ≃ ℝ, + .
MONOMORFISMO
Homomorfismo injectivo.
EPIMORFISMO
Homomorfismo sobrejectivo.
ENDOMORFISMO
Homomorfismo de uma estrutura algébrica nela própria.
AUTOMORFISMO
Isomorfismo de uma estrutura algébrica nela própria.
EQUAÇÃO HOMOGÉNEA
A equação 𝜙 𝑥 = 𝑦, com 𝑦 ∈ 𝐻 fixo, é homogénea quando 𝑦 = 𝑒 é a identidade do
grupo de chegada.
NÚCLEO DO HOMOMORFISMO
Conjunto das soluções da equação homogénea. Representa-se por 𝑁 𝜙 .
Nota: Sobre permutações e homomorfismos, temos que, sendo 𝐺 e 𝐴 dois grupos
quaisquer e 𝜙: 𝐴 → 𝐺 um homomorfismo, temos que 𝑁 𝜙 ∙ 𝜙 𝐴 = 𝐴 . Por
exemplo, caso 𝐴 = 𝑆3 , tem-se 𝑁 𝜙 ∙ 𝜙 𝑆3 = 𝑆3 = 6.
IMAGEM DO HOMOMORFISMO
Conjunto dos 𝑦 ∈ 𝐻 para os quais a equação 𝜙 𝑥 = 𝑦 tem solução 𝑥 ∈ 𝐺.
Representa-se por 𝜙 𝐺 ou Im 𝜙 .
SUBGRUPO NORMAL
Se 𝐻 ⊂ 𝐺 é subgrupo, dizemos que 𝐻 é um subgrupo normal de 𝐺 se e só se, para
qualquer ∈ 𝐻 e 𝑔 ∈ 𝐺, temos 𝑔𝑔−1 ∈ 𝐻.
Exemplo:
Se 𝐺 é um grupo abeliano, temos 𝑔𝑔−1 = 𝑔𝑔−1 = ∈ 𝐻, logo todos os
subgrupos de um grupo abeliano são normais.
RAIZ-N DA UNIDADE
As raízes-𝑛 da unidade são as soluções complexas da equação 𝑥 𝑛 = 1, isto é, são os
complexos da forma 𝑒 2𝜋𝑘𝑖 /𝑛 , onde 1 ≤ 𝑘 ≤ 𝑛. Estas formam os vértices de um
polígono regular de 𝑛 lados, inscrito no círculo unitário, com um dos vértices no
ponto 1.
∀𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ 𝐴, 𝑎 ⋅ 𝑏 ⋅ 𝑐 = 𝑎 ⋅ 𝑏 ⋅ 𝑐 .
∀𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ 𝐴, 𝑎 ⋅ 𝑏 + 𝑐 = 𝑎 ⋅ 𝑏 + 𝑎 ⋅ 𝑐, e 𝑏 + 𝑐 ⋅ 𝑎 = 𝑏 ⋅ 𝑎 + 𝑐 ⋅ 𝑎.
Exemplos:
ℤ, +,⋅ é um anel abeliano unitário.
O conjunto dos inteiros pares é um anel abeliano sem identidade.
ℚ, +,⋅ , ℝ, +,⋅ e ℂ, +,⋅ são anéis abelianos unitários.
Os conjuntos das matrizes 𝑀𝑛 𝐴 (matrizes quadradas 𝑛 × 𝑛 com
entradas em 𝐴) com 𝐴 = ℤ, ℚ, ℝ ou ℂ são anéis unitários (a identidade é
a matriz 𝐼 e só são abelianos quando 𝑛 = 1).
O conjunto das funções 𝑓: ℝ → ℝ com a soma e o produto definidos por
𝑓+𝑔 𝑥 =𝑓 𝑥 +𝑔 𝑥 ,
𝑓𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑥 𝑔 𝑥
IDENTIDADE DO ANEL
Identidade para o produto, quando existir.
ZERO DO ANEL
Identidade para a soma.
ANEL UNITÁRIO
Anel com identidade para o produto (assim, 𝐴,⋅ é um monóide).
Exemplos:
ℚ∗ , ℝ∗ e ℂ∗ são todos os elementos não-nulos de cada um dos conjuntos
originais, respectivamente (por exemplo, ℚ∗ = ℚ − 0 ).
ℤ∗ = −1,1 .
∀𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ 𝐴, 𝑐 ≠ 0 e 𝑎𝑐 = 𝑏𝑐 ou 𝑐𝑎 = 𝑐𝑏 ⇒ 𝑎 = 𝑏.
Exemplo:
Um exemplo em que não se verifica a lei do corte:
1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
= =
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0
Neste caso, e são divisores de zero.
0 0 0 1
DIVISORES DE ZERO
𝑐, 𝑑 ∈ 𝐴 são divisores de zero se 𝑐𝑑 = 0, com 𝑐 ≠ 0 e 𝑑 ≠ 0.
Nota: um divisor de zero é sempre não-invertível.
ANEL DE DIVISÃO
Um anel de divisão é uma anel unitário 𝐴 tal que 𝐴∗ = 𝐴 − 0 (isto é, todos os
elementos de 𝐴 são invertíveis excepto o 0).
CORPO
Um corpo é um anel de divisão abeliano.
Exemplo:
Os anéis ℚ, ℝ e ℂ são corpos.
DOMÍNIO INTEGRAL
Um domínio integral é um anel abeliano unitário 𝐴 ≠ 0 no qual a lei do corte para
o produto é válida. Nem todos os elementos de 𝐴 são invertíveis.
Nota: Os corpos são a intersecção de anéis de divisão e domínios integrais.
Exemplo:
O anel ℤ é um domínio integral.
SUBANEL / EXTENSÃO
Seja 𝐵 ⊂ 𝐴 um subconjunto fechado em relação à soma e ao produto do anel
𝐴, +,⋅ . 𝐵 diz-se subanel de 𝐴 se 𝐵, +,⋅ é um anel. 𝐴 é uma extensão do anel 𝐵.
Nota: Um subconjunto 𝐵 é subanel de 𝐴 se é fechado em relação à diferença e ao
produto.
Exemplos:
ℤ é um subanel de ℚ.
O anel dos inteiros pares é um subanel de ℤ.
ℂ é uma extensão de ℝ.
INTEIROS DE GAUSS
Os inteiros de Gauss são os complexos da forma 𝑛 + 𝑚𝑖, com 𝑛, 𝑚 ∈ ℤ. Formam um
anel unitário abeliano. Designa-se por ℤ 𝑖 .
i. 𝜙 𝑎1 + 𝑎2 = 𝜙 𝑎1 + 𝜙 𝑎2 , ∀𝑎1 , 𝑎2 ∈ 𝐴.
ii. 𝜙 𝑎1 𝑎2 = 𝜙 𝑎1 𝜙 𝑎2 , ∀𝑎1 , 𝑎2 ∈ 𝐴.
ISOMORFISMO DE ANÉIS
Um isomorfismo de anéis é um homomorfismo bijectivo.
Nota: As noções de endomorfismo, monomorfismo, endomorfismo e automorfismo
de anéis são igualmente aplicáveis neste caso.
Exemplo:
A função 𝜙: ℂ → ℂ dada por 𝜙 𝑧 = 𝑧 (o complexo conjugado de
𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦) é um automorfismo do anel ℂ.
IDEAL
Seja 𝐴 um anel e 𝐼 um subanel de 𝐴. 𝐼 é um ideal de 𝐴 se para qualquer 𝑎 ∈ 𝐴 e
𝑏 ∈ 𝐼, se tem 𝑎𝑏, 𝑏𝑎 ∈ 𝐼.
Exemplos:
Sendo 𝜙: 𝐴 → 𝐵 um homomorfismo de anéis, 𝑁 𝜙 é um ideal de 𝐴.
ℤ não é um ideal de ℝ (note-se que o produto de um inteiro por um real
nem sempre é um inteiro).
O conjunto dos inteiros pares é um ideal de ℤ.
Qualquer anel 𝐴 tem pelo menos os ideais 0 e 𝐴 (um corpo só tem
estes).
Se 𝐼 contiver a identidade de 𝐴, então 𝐼 = 𝐴.
Um corpo 𝐾 tem apenas dois ideais: 0 e o próprio 𝐾.
IDEAL ESQUERDO
Um ideal esquerdo de 𝐴 é um subanel 𝐵 ⊂ 𝐴 tal que para qualquer 𝑎 ∈ 𝐴 e 𝑏 ∈ 𝐵,
se tem 𝑎𝑏 ∈ 𝐵.
IDEAL DIREITO
Um ideal direito de 𝐴 é um subanel 𝐵 ⊂ 𝐴 tal que para qualquer 𝑎 ∈ 𝐴 e 𝑏 ∈ 𝐵, se
tem 𝑏𝑎 ∈ 𝐵.
OS QUATERNIÕES
QUATERNIÕES (NÚMEROS DE HAMILTON)
Os quaterniões são elementos, que formam um anel de divisão (que não é um
corpo) designado por ℍ com suporte em ℝ4 , da forma 𝑞 = 𝑎1 + 𝑏𝑖 + 𝑐𝑗 + 𝑑𝑘, em
que
SOMA DE QUATERNIÕES
É a soma vectorial usual em ℝ4 .
PRODUTO DE QUATERNIÕES
Definindo um quaternião 𝑞 = 𝑎1 + 𝑏𝑖 + 𝑐𝑗 + 𝑑𝑘 como sendo composto por duas
partes, 𝑎 = (𝑎, 0,0,0) e 𝑣 = (0, 𝑏, 𝑐, 𝑑), temos que 𝑞 = 𝑎 + 𝑣. Assim, com dois
quaterniões 𝑞 = 𝑎 + 𝑣 e 𝑟 = 𝑏 + 𝑤, o produto 𝑞𝑟 é dado por
𝑞𝑟 = 𝑎 + 𝑣 𝑏 + 𝑤 = 𝑎𝑏 − 𝑣 ⋅ 𝑤 + 𝑎𝑤 + 𝑏𝑣 + 𝑣 × 𝑤.
Exemplo:
Alguns resultados são
𝑖𝑗 = 𝑘, 𝑗𝑘 = 𝑖, 𝑘𝑖 = 𝑗, 𝑖 2 = 𝑗 2 = 𝑘 2 = −1, 𝑗𝑖 = −𝑘,
𝑖𝑘 = −𝑗, 𝑘𝑗 = −𝑖.
Nota: O produto de quaterniões não é comutativo, pelo que ℍ não é um corpo.
INVERSO DE UM QUATERNIÃO
Com 𝑞 = 𝑎 + 𝑏𝑖 + 𝑐𝑗 + 𝑑𝑘, 𝑞 −1 é dado por
𝑎 − 𝑏𝑖 − 𝑐𝑗 − 𝑑𝑘
𝑞 −1 =
𝑎2 + 𝑏 2 + 𝑐 2 + 𝑑 2
SIMETRIAS
SIMETRIA
Sendo Ω ⊂ ℝ2 uma figura plana, uma simetria de Ω é uma função 𝑓: ℝ2 → ℝ2 que
preserva distâncias entre pontos de ℝ2 , isto é, tal que
𝑓 𝑥 −𝑓 𝑦 = 𝑥−𝑦 , ∀𝑥, 𝑦 ∈ ℝ2
𝑓 Ω = Ω.
Exemplo:
Sendo Ω o círculo unitário de raio 1 e centro na origem, qualquer
rotação do plano em torno da origem é qualquer reflexão do plano numa
recta que passe pela origem são simetrias de Ω.
ISOMETRIA
No caso geral, as funções 𝑓: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 que preservam distâncias chamam-se
isometrias.
Exemplos:
Qualquer translação é uma isometria do plano.
Qualquer rotação é um isometria do plano.
Qualquer reflexão (numa linha ou num ponto) é uma isometria do plano.
TRANSFORMAÇÃO ORTOGONAL
Transformação linear que é uma isometria.
GRUPO ORTOGONAL
Grupo das transformações ortogonais 𝑓: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 . Designa-se por 𝑂 𝑛, ℝ .
Exemplos:
O grupo de Klein é o grupo de simetria do rectângulo. Tem 4 elementos:
a identidade, as reflexões nos dois eixos e a rotação de 180° . É isomorfo
ao produto directo ℤ2 × ℤ2 .
O grupo diedral 𝐷𝑛 é o grupo de simetria de um polígono regular
Ω ⊂ ℝ2 com 𝑛 lados centrado na origem. Tem 2𝑛 elementos: as rotações
de 2𝑘𝜋/𝑛 em torno da origem, as reflexões em relação às rectas que
passam na origem e pelos vértices, e as reflexões em relação às rectas
que passam pela origem e bissectam os lados do polígono. Representa-
se por 𝐷𝑛 .
II – OS NÚMEROS INTEIROS
i. 1 ∈ 𝐵.
ii. 𝑛 ∈ 𝐵 ⇒ 𝑛 + 1 ∈ 𝐵.
Exemplos:
O próprio anel 𝐴 é um subconjunto indutivo de 𝐴.
ℤ é subconjunto indutivo de si próprio. ℕ não é o único subconjunto
indutivo de ℤ.
ℕ é o menor subconjunto indutivo de ℤ.
Exemplos:
Se 𝐴 = ℂ, então 𝑁 𝐴 = ℕ.
Se 𝐴 = 𝑀𝑛 ℂ , então 𝑁 𝐴 = 𝑚𝐼: 𝑚 ∈ ℕ .
Se 𝐴 = ℤ2 , então 𝑁 𝐴 = ℤ2 .
CONJUNTO INFINITO
Um conjunto 𝑋 diz-se infinito se existe uma função 𝜓: 𝑋 → 𝑋 injectiva mas não
sobrejectiva.
DESIGUALDADES
RELAÇÃO DE ORDEM ESTRITA E TOTAL
Um relação binária “>” num conjunto 𝑋 diz-se uma relação de ordem estrita e total
se
Exemplo:
Se 𝑌 = −∞, 0 ⊂ ℝ, então 𝑌 não tem minorantes em ℝ e por isso não
pode ter mínimo ou ínfimo. No entanto, o conjunto dos majorantes de 𝑌
é o intervalo 0, +∞ , com mínimo 0 que não pertence a 𝑌 (logo não é
máximo de 𝑌) e com supremo 0.
ANEL ORDENADO
O anel 𝐴 diz-se um anel ordenado se existe um subconjunto 𝐴+ em 𝐴 tal que se
verifique
Exemplo:
O anel ℤ é um anel ordenado arquimediano.
PRINCÍPIO DE INDUÇÃO
SUCESSÃO
Uma sucessão de elementos do conjunto 𝑋 é uma função 𝑓: ℕ → 𝑋.
SUCESSÃO DE FIBONACCI
A sucessão de Fibonacci é a sucessão que satisfaz
SOMATÓRIOS E PRODUTOS
SUCESSÃO PRODUTO
A sucessão 𝜋: ℕ → 𝑆 é dada por
i. Para 𝑛 = 1, 𝜋1 = 𝑎1 .
ii. Para 𝑛 > 1, 𝜋𝑛 = 𝜋𝑛−1 𝑎𝑛 .
𝑛
𝜋𝑛 diz-se o produto dos 𝑎𝑘 ’s, com 𝑘 de 1 até 𝑛, e escrevemos 𝑘=1 𝑎𝑘 = 𝜋𝑛 .
POTÊNCIA
𝑛
A potência de base 𝑐 e expoente 𝑛 ∈ ℕ é dada por 𝑐 𝑛 = 𝑘=1 𝑐 .
SOMATÓRIO
A sucessão 𝜎: ℕ → 𝑆 é dada por
i. Para 𝑛 = 1, 𝜎1 = 𝑎1 .
ii. Para 𝑛 > 1, 𝜎𝑛 = 𝜎𝑛−1 +𝑎𝑛 .
𝑛
𝜎𝑛 diz-se o somatório dos 𝑎𝑘 ’s, com 𝑘 de 1 até 𝑛, e escrevemos 𝑘=1 𝑎𝑘 = 𝜎𝑛 .
Exemplos:
Se 𝐾 é um corpo, e 𝑘 ≠ 0, qualquer 𝑟 ∈ 𝐾 é múltiplo de 𝑘.
Num anel com identidade 1, qualquer elemento 𝑏 tem pelo menos os
factores 1, −1, 𝑏 e – 𝑏.
i. Dizemos que 𝑝 é primo se 𝑝 > 1 e se, para todo o 𝑘 ∈ ℕ tal que 𝑘|𝑝,
temos que 𝑘 = 1 ou 𝑘 = 𝑝.
ii. Dizemos que 𝑛 e 𝑚 são primos entre si se mdc 𝑛, 𝑚 = 1.
QUOCIENTE / RESTO
Se 𝑛, 𝑚 ∈ ℤ, 𝑛 ≠ 0, e 𝑚 = 𝑛𝑞 + 𝑟, com 0 ≤ 𝑟 < 𝑛 , dizemos que 𝑞 e 𝑟 são
respectivamente o quociente e o resto da divisão de 𝑚 por 𝑛.
Exemplo:
No caso dos inteiros, tem-se 𝑛, 𝑚 = 𝑥𝑛 + 𝑦𝑚: 𝑥, 𝑦 ∈ ℤ e 𝑛 =
𝑥𝑛: 𝑥 ∈ ℤ .
IDEAL PRINCIPAL
O ideal 𝐼 num anel 𝐴 diz-se ideal principal se existe 𝑎 ∈ 𝐴 tal que 𝐼 = 𝑎 .
Nota: Se 𝑛 e 𝑚 são ideais de ℤ, 𝑛 ⊂ 𝑚 se e só se 𝑚|𝑛. Determinar todos os
ideais que contêm 𝑛 equivale a determinar todos os divisores de 𝑛.
CARACTERÍSTICA
Dizemos que um inteiro 𝑚 ≥ 0 é a característica do anel 𝐴 se
𝑛 ∈ ℤ: 𝑛𝐼 = 0 = 𝑚 .
Exemplos:
Os aneís ℤ, ℚ, ℝ, ℂ e ℍ têm característica 0.
O anel ℤ2 tem característica 2, já que 2 = 0 em ℤ2 .
A característica de um domínio integral ou é 0 ou é um número primo.
MÁXIMO (MAXIMAL)
O ideal 𝐼 em 𝐴 diz-se máximo ou maximal se para qualquer ideal 𝐽 em 𝐴,
𝐼 ⊂ 𝐽 ⟹ 𝐽 = 𝐼 ou 𝐽 = 𝐴.
Exemplo:
O ideal 0 é máximo no anel ℝ, mas não no anel ℤ.
CONGRUÊNCIAS
CONGRUENTE / MÓDULO DE CONGRUÊNCIA
Se 𝑥, 𝑦 ∈ ℤ dizemos que 𝑥 é congruente módulo 𝑚 com 𝑦 se e só se 𝑥 − 𝑦 é múltiplo
de 𝑚. O inteiro 𝑚 diz-se o módulo de congruência. Escreve-se 𝑥 ≡ 𝑦 mod 𝑚 .
CLASSE DE RESTOS
O conjunto 𝑥 ∈ ℤ: 𝑥 ≡ 𝑟 mod 𝑚 , com 𝑟 ∈ 0,1,2, … , 𝑚 − 1 , é uma classe de
restos. A família das classes de restos mod 𝑚 é o suporte do anel ℤ𝑚 .
Exemplo:
Qualquer inteiro 𝑥 verifica exactamente uma das equações
OS ANÉIS ℤ𝒎
CLASSE DE EQUIVALÊNCIA
A classe de equivalência mod 𝑚 de 𝑥 é o conjunto 𝑥 dos inteiros congruentes com
𝑥 mod 𝑚 , ou seja,
𝑥 = 𝑦 ∈ ℤ: 𝑥 ≡ 𝑦 mod 𝑚
Exemplos:
Com o módulo de congruência 𝑚 = 3, temos
0 = 0, ±3, ±6, … ,
1 = 1,1 ± 3,1 ± 6, … ,
2 = 2,2 ± 3,2 ± 6, … .
Para 𝑚 = 4 e 𝑚 = 5, temos
𝑚 = 4: 3 = 3 + 4 = … , −5, −1,3,7,11, … ,
𝑚 = 5: 3 = 3 + 5 = … , −7, −2,3,8,13, … .
COBERTURA
Conjunto de todas as classes de equivalência para um dado módulo 𝑚. 𝑥: 𝑥 ∈ 𝐴 é
uma cobertura de 𝐴.
QUOCIENTE
Dada uma relação de equivalência “∼” num conjunto 𝑋, o conjunto das respectivas
classes de equivalência diz-se o quociente de 𝑋 por ∼ e designa-se por 𝑋/∼.
APLICAÇÃO QUOCIENTE
Função 𝜋: 𝑋 → 𝑋/∼ dada por 𝜋 𝑥 = 𝑥 que transforma cada elemento de 𝑋 na sua
classe de equivalência.
Nota: ℤ𝑚 = 𝑥: 𝑥 ∈ ℤ = 0, 1, … , 𝑚 − 1
SOMA E PRODUTO EM ℤ𝒎
FUNÇÃO DE EULER
A função de Euler é a função 𝜑: ℕ → ℕ definida por 𝜑 𝑚 = ℤ∗𝑚 . Para um
𝑘 𝑘
determinado 𝑚 = 𝑝1 1 ∙∙∙ 𝑝𝑟 𝑟 , a função de Euler é dada por
1
𝜑 𝑚 =𝑚 1− .
𝑝
𝑝|𝑚
𝜑 𝑚 = 𝜑 𝑝𝑘 = 𝑝𝑘 − 𝑝𝑘−1 .
Exemplo:
Em ℤ9 , temos que os elementos invertíveis formam o conjunto
ℤ∗𝑚 = 1, 2, 4, 5, 7, 8 ,
portanto 𝜑 9 = 6.
𝑎
= 𝑎′ , 𝑏′ ∈ 𝐴 × 𝐴: 𝑏 ′ ≠ e 𝑎𝑏 ′ = 𝑎′𝑏
𝑏
Exemplo:
𝑎
No caso 𝐴 =, a fracção 𝑏 diz-se um número racional, e o conjunto Frac(ℤ)
designa-se por ℚ.
RELAÇÃO BINÁRIA
Seja 𝐵 = 𝑎, 𝑏 : 𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 𝑒 𝑏 ≠ 0 . Designa-se por “≃” a relação binária em 𝐵
definida por
𝑎, 𝑏 ≃ 𝑎′ , 𝑏′ ⟺ 𝑎𝑏 ′ = 𝑎′𝑏
𝑎 𝑐 𝑎𝑑 + 𝑏𝑐
+ =
𝑏 𝑑 𝑏𝑑
e
𝑎 𝑐 𝑎𝑐
=
𝑏 𝑑 𝑏𝑑
Exemplo:
Sendo 𝐴 um domínio integral, o subanel de Frac(𝐴) (que é um corpo)
constituído pelas fracções do tipo 𝑎/1, com 𝑎 ∈ 𝐴 é isomorfo a 𝐴.
Exemplos:
0 = 0,0,0, … é o polinómio zero, ou nulo.
1 = 1,0,0, … é o polinómio um, ou identidade.
𝑥 = 0, 𝑥, 0, … é a indeterminada 𝑥.
𝑎 = 𝑎, 0,0, … é um polinómio constante.
COEFICIENTES DA SÉRIE
São os termos 𝑠 0 , 𝑠 1 , 𝑠 2 , … da série formal.
𝑠+𝑡 𝑛 = 𝑠𝑛 + 𝑡𝑛
e
𝑛
𝑠⋆𝑡 𝑛 = 𝑠𝑘 𝑡𝑛−𝑘
𝑘=0
FORMA CANÓNICA
Se 𝑝 = 𝑝0 + 𝑝1 𝑥 + ⋯ + 𝑝𝑁 𝑥 𝑁 , a sua forma canónica é
𝑁
𝑝𝑛 𝑥 𝑛 .
𝑛=0
GRAU
Se 𝑝 ≠ 0 é um polinómio, o grau de 𝑝 é o inteiro deg 𝑝 definido por:
deg 𝑝 = max 𝑛 ∈ ℕ0 : 𝑝𝑛 ≠ 0
Exemplo:
deg 𝑥 𝑛 = 𝑛, para qualquer 𝑛 ≥ 0.
FUNÇÕES POLINOMIAIS
FUNÇÃO POLINOMIAL ASSOCIADA
Se 𝑝 = 𝑁𝑛=0 𝑝𝑛 𝑥
𝑛
é um polinómio em 𝐴[𝑥], a função 𝑝∗ : 𝐴 → 𝐴 definida por
∗ 𝑁 𝑛
𝑝 𝑎 = 𝑛=0 𝑝𝑛 𝑎 diz-se função polinomial associada a 𝑝.
RAIZ
Seja 𝑝 ∈ 𝐴[𝑥] e 𝐵 é uma extensão de 𝐴. Dizemos que 𝑏 ∈ 𝐵 é uma raiz de 𝑝 se
𝑝∗ 𝑏 = 0.
ALGÉBRICO / TRANSCENDENTE
Seja 𝐵 uma extensão de 𝐴, e 𝑏 ∈ 𝐵. Dizemos que 𝑏 é algébrico sobre 𝐴 se existe
algum polinómio não nulo 𝑝 ∈ 𝐴[𝑥] tal que 𝑝∗ 𝑏 = 0. Caso contrário 𝑏 diz-se
transcendente sobre 𝐴.
Exemplo:
𝑖 é algébrico sobre ℤ, e 2 é algébrico sobre ℚ.
Exemplos:
O anel dos inteiros de Gauss é uma extensão algébrica sobre ℤ, já que
𝑚 + 𝑛𝑖 é raiz do polinómio com coeficientes inteiros 𝑥 − 𝑚 2 + 𝑛2 =
𝑥 2 − 2𝑚𝑥 + 𝑚2 + 𝑛2 , que é sempre não-nulo.
ℚ 2 (conjunto dos reais da forma 𝑎 + 𝑏 2, com 𝑎, 𝑏 ∈ ℚ) é uma
extensão algébrica sobre ℚ, pois 𝑎 + 𝑏 2 é raiz do polinómio com
coeficientes racionais, não-nulo, 𝑥 − 𝑎 2 − 2𝑏 2 .
ℚ é uma extensão algébrica de ℤ.
ℂ é uma extensão algébrica de ℝ.
𝐴[𝑥] é uma exntensão transcendente de 𝐴.
ℝ é uma extensão transcendente de ℚ.
DIVISÃO DE POLINÓMIOS
MÓNICO
Um polinómio 𝑝(𝑥) ∈ 𝐴[𝑥] diz-se mónico se 𝑝𝑛 = 1, onde deg 𝑝(𝑥) = 𝑛 e 1 é a
identidade do anel 𝐴.
FACTOR PRÓPRIO
Se 𝑞 𝑥 |𝑝(𝑥), então 𝑞(𝑥) é um factor próprio de 𝑝(𝑥) se e só se 𝑝 𝑥 = 𝑎(𝑥)𝑞(𝑥),
onde nem 𝑎(𝑥) nem 𝑞(𝑥) são invertíveis.
FACTORIZAÇÃO NÃO-TRIVIAL
Uma factorização é não-trivial se e só se inclui pelo menos um factor próprio.
Exemplos:
A factorização 𝑥 2 − 1 = 𝑥 − 1 𝑥 + 1 não é trivial em nenhum anel
𝐴[𝑥].
A factorização 2𝑥 − 4 = 2 𝑥 − 2 é trivial em ℚ 𝑥 , porque o polinómio
consatnte 𝑎 𝑥 = 2 é invertível, mas não é trivial em ℤ 𝑥 , onde os
únicos polinómio invertíveis são 𝑎 𝑥 = 1 e 𝑏 𝑥 = −1.
𝑝 𝑥 = 𝑞1 𝑥 𝑞2 𝑥 ⟹ 𝑞1 𝑥 ou 𝑞2 𝑥 é irredutível em 𝐴[𝑥].
CONTEÚDO
Se 𝑝 𝑥 ∈ ℤ 𝑥 , 𝑝 𝑥 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 , o conteúdo 𝑐 𝑝 é dado por
𝑐 𝑝 = mdc 𝑎0 , 𝑎1 , … , 𝑎𝑛 .
PRIMITIVO
Um polinómio 𝑝 𝑥 ∈ ℤ 𝑥 diz-se primitivo se os seus coeficientes são primo entre
si, isto é, 𝑐 𝑝 = 1. 𝑝 𝑥 é primitivo se e só se não tem factorizações do tipo
𝑝 𝑥 = 𝑘𝑞 𝑥 , 𝑘 ∈ ℤ, 𝑘 ≠ ±1, que são triviais em ℚ 𝑥 .
OS IDEAIS DE 𝑲 𝒙
MDC E MMC DE POLINÓMIOS
Sejam 𝑝 𝑥 , 𝑝 𝑥 ∈ 𝐾 𝑥 .
𝑥 4 + 𝑥 3 + 2𝑥 2 + 𝑥 + 1 = 𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3 𝑥 + 3 + 2𝑥 2 + 2,
donde
𝑥 4 + 𝑥 3 + 2𝑥 2 + 𝑥 + 1, 𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3 = 𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3,2𝑥 2 + 2
𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3 = 2𝑥 2 + 2 3𝑥 + 4 .
𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3,2𝑥 2 + 2 = 2𝑥 2 + 2,0 = 𝑥 2 + 1 .
mdc 𝑥 4 + 𝑥 3 + 2𝑥 2 + 𝑥 + 1, 𝑥 3 + 3𝑥 2 + 𝑥 + 3 = x 2 + 1.
IV – QUOCIENTES E ISOMORFISMOS
𝑔1 ≡ 𝑔2 mod 𝐻 ⟺ 𝑔2−1 ∙ 𝑔1 ∈ 𝐻.
𝑔1 ≡ 𝑔2 mod 𝐻 ⟺ 𝑔1 𝑔2−1 ∈ 𝐻.
CONJUNTO QUOCIENTE
É o conjunto de todas as classes de equivalência 𝑔𝐻: 𝑔 ∈ 𝐺 ou 𝐻𝑔: 𝑔 ∈ 𝐺 . No
caso da classe lateral esquerda, o conjunto quociente representa-se por 𝐺/𝐻, no
caso da direira, representa-se por 𝐺\𝐻.
𝑋 = 𝑋1 + ⋯ + 𝑋𝑛 = 𝑋𝑖 .
𝑖=1
ORDEM
A ordem do grupo 𝐺 é o número de elementos desse grupo.
ORDEM DO ELEMENTO
A ordem do elemento 𝑔 é a ordem do subgrupo gerado pelo elemento 𝑔, ou seja, o
subgrupo 𝑔 = 𝑔𝑛 : 𝑛 ∈ ℤ .