Você está na página 1de 8

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Análise Matemática B
Filipe Duarte

Atividades - Lista 3

2. Seja 𝑀(3 × 3) o espaço vetorial das matrizes reais 3 × 3. O espaço 𝑀(3 × 3) pode ser
identificado a ℝ9 através do isomorfismo 𝑇 ∶ 𝑀(3 × 3) → ℝ9

⎛𝑎11 𝑎12 𝑎13 ⎞


⎜ ⎟
𝑇 ∶ ⎜𝑎21 𝑎22 𝑎23 ⎟ ⟼ (𝑎11 , 𝑎12 , 𝑎13 , 𝑎21 , 𝑎22 , 𝑎23 , 𝑎31 , 𝑎32 , 𝑎33 )
⎜𝑎 ⎟
⎝ 31 𝑎32 𝑎33 ⎠
Use em ℝ9 a norma euclidiana, e use o procedimento descrito no exercício anterior para definir
uma norma no espaço 𝑀(3 × 3). Em relação a esta norma prove as seguinte afirmações:

a) A função 𝑓 ∶ 𝑀(3 × 3) → ℝ, 𝑓 (𝐴) = det(𝐴), é contínua.


b) O conjunto das matrizes 3 × 3 invertíveis é aberto em 𝑀(3 × 3). Sugestão: Pense nele
como imagem inversa de um aberto por uma função contínua.
c) A norma de 𝑀(3 × 3) provém de um produto interno.
d) 𝑓 ∶ 𝑀(3 × 3) → ℝ, 𝑓 (𝐴) = 𝑡𝑟(𝐴) é um funcional linear, onde 𝑡𝑟(𝐴) indica o traço da
matriz (soma dos elementos da diagonal principal).
e) Combinando o item (d) com o teorema visto em aula sobre a representação dos funcio-
nais lineares em um espaço vetorial de dimensão finita com produto interno, deve existir
uma única 𝐵 ∈ 𝑀(3 × 3) tal que 𝑡𝑟(𝐴) = ⟨𝐴, 𝐵⟩, ∀𝐴 ∈ 𝑀(3 × 3). Encontre essa matriz
B.

1
f) Uma matriz 𝑛×𝑛 é dita ortogonal quando os vetores coluna formam uma base ortonormal
em ℝ𝑛 . Prove que 𝑂 = {𝐴 ∈ 𝑀(3 × 3) ∣ 𝐴 é ortogonal } é um subconjunto fechado e
limitado (compacto) de 𝑀(3×3). Sugestão: Para provar que 𝑂 é fechado, tente enxergá-
lo como a imagem inversa de um fechado por uma aplicação contínua 𝑀(3 × 3) →
ℝ𝑘 ,para um 𝑘 conveniente.
Demonstração: Justificando o exercício 1 (item anterior): Dado 𝑇 ∶ 𝑉 → 𝑊 , com uma norma em 𝑊
verificamos que ‖𝑥‖𝑉 = ‖𝑇 (𝑥)‖𝑊 define uma norma em 𝑉 :
Positividade:

‖𝑥‖𝑉 = ‖𝑇 (𝑥)‖𝑊 ≥ 0, pois, existe uma norma em 𝑊

Produto com escalar:

‖𝜆𝑥‖𝑉 = ‖𝜆𝑇 (𝑥)‖𝑊 = |𝜆| ⋅ ‖𝑇 (𝑥)‖𝑊 = |𝜆|‖𝑥‖𝑉

Desigualdade Triangular

‖𝑥 + 𝑦‖𝑉 = ‖𝑇 (𝑥 + 𝑦)‖𝑊 = ‖𝑇 (𝑥) + 𝑇 (𝑦)‖𝑊 ≤ ‖𝑇 (𝑥)‖𝑊 + ‖𝑇 (𝑦)‖𝑊 = ‖𝑥‖𝑉 + ‖𝑦‖𝑉

Logo ‖𝑥‖𝑉 = ‖𝑇 (𝑥)‖𝑊 define uma norma em 𝑉 .


a) Começamos com a definição de determinante: Dado uma matriz 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 ) quadrada,
o determinante é definido como

det(𝐴) = 𝜎(𝑝)𝑎1𝑝1 𝑎2𝑝2 ⋯ 𝑎𝑛𝑝𝑛
𝑝

onde 𝑝 = (𝑝1 , ⋯ , 𝑝𝑛 ) é uma permutação dos números (1, 2, ⋯ , 𝑛) e 𝜎 é definido por


{
+1, se a ordem natural em 𝑝 pode ser restaurado em um número par de trocas
𝜎=
−1, se a ordem natural em 𝑝 pode ser restaurado em um número ímpar de trocas

Logo é imediato ver que 𝑓 (𝐴) = det(𝐴) é uma função contínua, pois, é uma soma de
produtos de funções contínuas. Logo 𝑓 (𝐴) é contínua.

b) É conhecido que o determinante de matrizes invertíveis é não nulo e, considerando que


𝑓 ∶ 𝑀(3 × 3) → ℝ, 𝑓 (𝐴) = det(𝐴) é contínua, temos, portanto, Im(𝑓 ) = ℝ∖{0} =
{0}∁ . Mas {0} é fechado, portanto, {0}∁ é aberto. Logo 𝑓 −1 ({0}∁ ) = conjunto das ma-
trizes invertíveis é aberto.

2
c) A norma provém de um produto interno se, e somente se, a norma satisfaz a Identidade
do Paralelogramo (T. von Neumann).
Assim, precisamos verificar que vale

‖𝑥 + 𝑦‖2 + ‖𝑥 − 𝑦‖ = 2‖𝑥‖2 + ‖𝑦‖2 , ∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑀(3 × 3)

Aqui tomamos a norma euclidiana, pelo fato de que 𝑀(3 × 3) e ℝ9 são isomorfos por
alguma T.L. 𝑇 , ou seja, ‖𝑣‖𝑀(3×3) = ‖𝑇 (𝑣)‖ℝ9 Agora veja que, dado 𝑣 e 𝑤 ∈ 𝑀(3 × 3),
temos
‖𝑣 + 𝑤‖2𝑀 + ‖𝑣 − 𝑤‖2𝑀 = ‖𝑇 (𝑣 + 𝑤)‖2ℝ9 + ‖𝑇 (𝑣 − 𝑤)‖2ℝ9
(3×3) (3×3)

= (𝑣11 + 𝑤11 )2 + (𝑣12 + 𝑤12 )2 + ⋯ + (𝑣𝑖𝑗 + 𝑤𝑖𝑗 )2 + ⋯ + (𝑣33 + 𝑤33 )2 +


+ (𝑣11 − 𝑤11 )2 + (𝑣12 − 𝑤12 )2 + ⋯ + (𝑣𝑖𝑗 − 𝑤𝑖𝑗 )2 + ⋯ + (𝑣33 − 𝑤33 )2 , ∀𝑖, 𝑗 ∈ {1, 2, 3}

= 𝑣211 + 2𝑣11 𝑤11 + 𝑤211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 + 2𝑣𝑖𝑗 𝑤𝑖𝑗 + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 + 2𝑣33 𝑤33 + 𝑤233 +
+ 𝑣211 − 2𝑣11 𝑤11 + 𝑤211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 − 2𝑣𝑖𝑗 𝑤𝑖𝑗 + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 − 2𝑣33 𝑤33 + 𝑤233

= 𝑣211 + 𝑤211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 + 𝑤233 + 𝑣211 + 𝑤211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 + 𝑤233

= 𝑣211 + 𝑣211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 + 𝑣2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 + 𝑣233 + 𝑤211 + 𝑤211 + ⋯ + 𝑤2𝑖𝑗 + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑤233 + 𝑤233

= 2𝑣211 + ⋯ + 2𝑣2𝑖𝑗 + ⋯ + 2𝑣233 + 2𝑤211 + ⋯ + 2𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 2𝑤233

= 2(𝑣211 + ⋯ + 𝑣2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑣233 ) + 2(𝑤211 + ⋯ + 𝑤2𝑖𝑗 + ⋯ + 𝑤233 )

2‖𝑇 (𝑣)‖2ℝ9 + 2‖𝑇 (𝑤)‖2ℝ9 = 2‖𝑣‖2𝑀 + 2‖𝑤‖2𝑀


(3×3) (3×3)

Logo vale a Identidade do Paralelogramo. Logo a norma provém de um produto interno.

d) Funcional linear é uma T.L. que vai de um espaço vetorial (E.V.) para a reta real. Assim,
é imediato pela definição de traço 𝑡𝑟 de uma matriz 𝐴𝑛×𝑛 , que toma os elementos da
diagonal principal e leva na sua soma (que é um número real). Logo a função 𝑓 (𝐴) =
𝑡𝑟(𝐴) é um funcional linear.

4. Seja 𝑉 um espaço normado. Prove que duas bolas fechadas quaisquer em 𝑉 são homeomorfas.

3
Construa um homeomorfismo entre a bola aberta unitária e todo V.

Demonstração: Dado que estamos em um espaço normado, a propriedade de que uma bola fechada
𝐵[𝑎; 𝑟] é uma translação da bola fechada de mesmo raio centrada na origem, ou seja,

𝐵[𝑎; 𝑟] = 𝑎 + 𝐵[0; 𝑟]

é válida. Pondo
𝑓 (𝑥) = 𝑥 − 𝑎, ∀𝑥 ∈ 𝐵[𝑎; 𝑟]

𝑓 −1 (𝑥) = 𝑥 + 𝑎, ∀𝑥 ∈ 𝐵[0; 𝑟]

É fácil ver que 𝑓 é um homeomorfismo entre 𝐵[𝑎; 𝑟] e 𝐵[0; 𝑟].


Sejam 𝐵[𝑏; 𝑟′ ] a bola fechada de centro b com raio 𝑟′ e 𝑔(𝑥) uma função tal que

𝑟
𝑔(𝑥) = 𝑥 − 𝑏, ∀𝑥 ∈ 𝐵[𝑏; 𝑟′ ]
𝑟′

e sua inversa
𝑟′
𝑔 −1 (𝑥) =𝑥 + 𝑏, ∀𝑥 ∈ 𝐵[0; 𝑟]
𝑟
Note que, quando ‖𝑥‖ = 𝑟, 𝑥 ∈ 𝐵[0; 𝑟] tem-se que

𝑟′ ‖ 𝑟′ ‖ | 𝑟′ |
𝑥+𝑏 ⟹ ‖
‖ 𝑥‖
‖ + 𝑏 ⟹ || || ‖𝑥‖ + 𝑏
𝑟 ‖𝑟 ‖ |𝑟|
| 𝑟′ |
⟹ || || 𝑟 + 𝑏 = 𝑟′ + 𝑏 = {𝑥 ∈ 𝐵[𝑏; 𝑟′ ] ∣ ‖𝑥‖ = 𝑟′ } = 𝑆[𝑏; 𝑟′ ]
|𝑟|
Desta forma, o homeomorfismo se dá pela composição

( −1 ) 𝑟′ 𝑟′ 𝑏𝑟 − 𝑎𝑟′
𝑔 ◦ 𝑓 (𝑥) = 𝑔 −1 (𝑓 (𝑥)) = 𝑔 −1 (𝑥 − 𝑎) = (𝑥 − 𝑎) + 𝑏 = 𝑥 + , ∀𝑥 ∈ 𝐵[𝑎; 𝑟]
𝑟 𝑟 𝑟

e sua inversa
( −1 ) ( )
𝑟 𝑟
𝑓 ◦ 𝑔 (𝑥) = 𝑓 −1 (𝑔(𝑥)) = 𝑓 −1 ′ 𝑥 − 𝑏 = ′ 𝑥 − 𝑏 + 𝑎, ∀𝑥 ∈ 𝐵[𝑏; 𝑟′ ]
𝑟 𝑟

Logo, encontramos um homeomorfismo entre duas bolas fechadas. Logo duas bolas
fechadas são homeomorfas.
Seja 𝐵(0; 1) a bola aberta de raio um centrada na origem. Quando estávamos no plano
𝑥 − 1∕2
ℝ2 , a função 𝑓 (𝑥) = definida em (0, 1) é uma bijeção entre o intervalo aberto
𝑥(𝑥 − 1)
(0, 1) e a reta real. Queremos função que seja análoga para a bola unitária e o espaço

4
normado 𝑉 .
Podemos pensar que dado 𝑣 ∈ 𝑉 e 𝑥 ∈ 𝐵(0; 1), queremos 𝑣 = 𝛼𝑥, ou seja,

(𝑣1 , … , 𝑣𝑛 ) = 𝛼(𝑥1 , … , 𝑥𝑛 )

Note que ‖𝑥‖ < 1. Assim, definindo

1
𝛼= e ℎ(𝑥) = 𝛼𝑥
1 − ‖𝑥‖

com inversa ( )
−1 1
ℎ (𝑣) = 1 − ‖𝑣‖ 𝑣 = 𝛽𝑣
𝑒
Assim, obtemos um homeomorfismo entre a bola unitária e o espaço normado V. ■

5. a) Sejam 𝑉 um espaço com produto interno, 𝐴 um subconjunto convexo não vazio de 𝑉


e 𝑎 ∈ 𝑉 com 𝑎 ∉ 𝐴. Defina uma função 𝑓 ∶ 𝐴 → ℝ por 𝑓 (𝑥) = ‖𝑥 − 𝑎‖. Prove que
existe no máximo um ponto de 𝐴 que minimiza 𝑓 .
b) Mostre, com um exemplo, que a conclusão do item anterior é falsa se a norma não
provém de um produto interno.
Demonstração:
a) Note que

𝑎 ∉ 𝐴 ⟹ 𝑎 ∈ 𝐴∁ ⟹ ∃𝑟 > 0, 𝐵(𝑎; 𝑟) ⊆ 𝐴∁ e ∃𝑟′ > 0, 𝐵[𝑎; 𝑟′ ] ∩ 𝜕(𝐴) ≠ ∅

Seja 𝑟𝑚𝑎𝑥 = inf{𝑟 ∈ ℝ ∣ 𝐵[𝑎; 𝑟] ∩ 𝜕(𝐴) ≠ ∅}. Temos que 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 ] ∩ 𝜕(𝐴) ≠ ∅, caso
contrário, se ∀𝑟 > 0, 𝐵[𝑎; 𝑟] ∩ 𝜕(𝐴) = ∅, então 𝐴 = ∅, pois dado 𝑥 ∈ 𝑉 , ∃𝑟 > 0, tal que
𝑥 ∈ 𝐵[𝑎; 𝑟] ⟹ 𝑥 ∉ 𝐴.

Além disso, temos que 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 ] ∩ 𝜕(𝐴) = {𝑣}, se houvesse dois pontos 𝑣 e 𝑣′ nessa in-
terseção, então, como em 𝑉 toda bola é estritamente convexa, ∃0 < 𝑡 < 1, (1−𝑡)𝑣+𝑡𝑣′ ∈
𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 ] ⊆ 𝐴∁ , contradição, pois A é convexo. Logo existe apenas um único ponto
𝑣 ∈ 𝜕(𝐴) ∩ 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 ] ⟹ 𝑣 ∈ 𝜕(𝐴). Segue que se 𝐴 for aberto, então não existe
ponto algum que minimize 𝑓 (𝑥), pois 𝐴 ∩ 𝜕(𝐴) = ∅. Se A for fechado, então existe este
ponto, pois 𝜕(𝐴) ⊆ 𝐴.
Logo existe no máximo um ponto que minimiza 𝑓 (𝑥).
b) Seja ℝ2 um espaço normado, com a norma do máximo, e 𝐴 = {(𝑥, 0)|∀𝑥 ∈ ℝ} (eixo
𝑥). Se tomarmos o ponto (0, 1) ∉ 𝐴, então o os pontos 𝑥 ∈ 𝐴 que minimizam 𝑓 (𝑥) =

5
‖𝑥 − 𝑎‖, 𝑎 ∉ 𝐴 é todo o intervalo [−1, 1]. Para verificar isso, basta lembrar da bola
centrada na origem com raio 1 quando se toma a norma do máximo. Neste caso vale a
translação e, portanto, basta somar (0, 1) para a bola unitária centrada na origem.

6. Suponha que o conjunto convexo 𝐴 do exercício 5 (a) seja fechado. A distância do ponto 𝑎
ao conjunto A é definida como dist(𝑎, 𝐴) = inf{𝑓 (𝑥) ∣ 𝑥 ∈ 𝐴} = inf{‖𝑥 − 𝑎‖ ∣ 𝑥 ∈ 𝐴}.
Suponha ainda que o espaço 𝑉 seja completo (toda sequência de Cauchy converge). Prove
que existe 𝑥0 ∈ 𝐴 tal que ‖𝑎 − 𝑥0 ‖ = dist(𝑎, 𝐴). Para isso, prove que se 𝑥𝑛 ∈ 𝐴 é tal
1
que ‖𝑥𝑛 − 𝑎‖ < dist(𝑎, 𝐴) + , então (𝑥𝑛 ) é de Cauchy. Para isso, use a Identidade do
𝑛
Paralelogramo

‖𝑥𝑛 − 𝑥𝑚 ‖2 = ‖(𝑥𝑛 − 𝑎) − (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2 = 2‖𝑥𝑛 − 𝑎‖2 + 2‖𝑥𝑚 − 𝑎‖2 − 4‖(𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 )∕2 − 𝑎‖2

Demonstração: A Identidade do Paralelogramo nos diz que

‖𝑥 − 𝑦‖2 + ‖𝑥 + 𝑦‖2 = 2‖𝑥‖2 + 2‖𝑦‖2

Subtraindo ‖𝑥 + 𝑦‖2 em ambos os lados da equação e substituindo 𝑥 = 𝑥𝑛 − 𝑎 e 𝑦 = 𝑥𝑚 − 𝑎,


obtém-se

‖(𝑥𝑛 − 𝑎) − (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2 + ‖(𝑥𝑛 − 𝑎) + (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2 − ‖(𝑥𝑛 − 𝑎) + (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2 = ‖𝑥𝑛 − 𝑥𝑚 ‖2

= 2‖𝑥𝑛 − 𝑎‖2 + 2‖𝑥𝑚 − 𝑎‖2 − ‖(𝑥𝑛 − 𝑎) + (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2

Mas

‖(𝑥𝑛 − 𝑎) + (𝑥𝑚 − 𝑎)‖2 = ‖(𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 ) − 2𝑎)‖2 = ‖2((𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 )∕2 − 𝑎)‖2 = |2|2 ‖(𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 )∕2 − 𝑎‖2

Portanto, vale que

‖𝑥𝑛 − 𝑥𝑚 ‖2 = 2‖𝑥𝑛 − 𝑎‖2 + 2‖𝑥𝑚 − 𝑎‖2 − 4‖(𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 )∕2 − 𝑎‖2

Consideremos a bola 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 ] do exercício anterior. Por construção, temos que

𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) = dist(𝑎, 𝐴) e ∀𝛿 > 0, 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 + 𝛿] ∩ 𝐴 ≠ ∅

1
Desta forma, ∀𝛿𝑛 = > 0, 𝑛 ∈ ℕ ⟹ 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 + 𝛿] = 𝐵[𝑎; 𝑟𝑚𝑎𝑥 + 1∕𝑛] ∩ 𝐴 ≠ ∅.
𝑛

6
1
Assim, ∃𝑥𝑛 ∈ 𝐴 valendo a desigualdade ‖𝑥𝑛 − 𝑎‖ < dist(𝑎, 𝐴) + .
𝑛
Por conta disto, tem-se

‖𝑥𝑛 − 𝑥𝑚 ‖2 = 2‖𝑥𝑛 − 𝑎‖2 + 2‖𝑥𝑚 − 𝑎‖2 − 4‖(𝑥𝑛 + 𝑥𝑚 )∕2 − 𝑎‖2


( ) ( ) ( )2
1 2 1 2 2
< 2 dist(𝑎, 𝐴) + + 2 dist(𝑎, 𝐴) + − 4 dist(𝑎, 𝐴) +
𝑛 𝑚 𝑛+𝑚
( ) ( )
1 1 1 1
= 2 𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )2 + 2𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) + 2 + 2 𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )2 + 2𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) + 2 −
( 𝑛 𝑛 ) 𝑚 𝑚
2 4
4 𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )2 + 2𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) +
𝑛 + 𝑚 (𝑛 + 𝑚)2
1 1 1
= 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )2 − 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )2 + 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) + 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) − 8𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )
𝑛 𝑚 (𝑛 + 𝑚)∕2
2 2 4
+ 2+ 2−
𝑛 𝑚 ((𝑛 + 𝑚)∕2)2
( ) ( 2 )
𝑚+𝑛 2 𝑚 + 𝑛2 2
= 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) − +2 −
𝑛𝑚 (𝑛 + 𝑚)∕2 (𝑛𝑚)2 ((𝑛 + 𝑚)∕2)2

Sem perda de generalidade, suponha 0 < 𝑛 < 𝑚. Denote (𝑛 + 𝑚)∕2 = 𝑙. Assim,

𝑚𝑛 = 𝑚 + 𝑚 + … + 𝑚 > 𝑚 + 𝑛 + … + 𝑛 > 𝑚 + 𝑛 e 𝑛<𝑙<𝑚

Assim, para 𝑛, 𝑚 > 1


( ) ( 2 )
𝑚+𝑛 2 𝑚 + 𝑛2 2
‖𝑥𝑛 − 𝑥𝑚 ‖ = 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 )
2
− +2 − 2
𝑛𝑚 𝑙 (𝑛𝑚)2 𝑙
( ) ( )
𝑛𝑚 4 (𝑛𝑚)2 8
< 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) − +2 −
𝑛𝑚 𝑛𝑚 (𝑛𝑚)2 (𝑚𝑛)2
( ) ( )
4 8
= 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) 1 − +2 1−
𝑚𝑛 (𝑛𝑚)2
< 4𝑓 (𝑟𝑚𝑎𝑥 ) + 2

8. Seja 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 ) a matriz na base canônica de uma transformação linear 𝑇 ∶ ℝ𝑛 → ℝ𝑚 . Prove


que:

(i) Se colocarmos a norma do máximo no domínio e no contra-domínio, então



‖𝑇 ‖ = max |𝑎𝑖𝑗|.
𝑖
𝑗

7
(ii) Se colocarmos a norma da soma no domínio e do máximo no contra-domínio, então

‖𝑇 ‖ = max |𝑎𝑖𝑗 |.
𝑖,𝑗

Demonstração:

14. Prove que o fecho de um subconjunto conexo é conexo. Mostre com um exemplo que o mesmo
1
não vale para conexo por caminhos. Sugestão: Considere 𝑓 ∶ (0, ∞) → ℝ, 𝑓 (𝑥) = sin .
𝑥
Demonstração:

15. Prove que no espaço ℝ𝑛 as componentes conexas de um aberto são abertas. Mostre com
um exemplo que isso não é verdade em qualquer espaço métrico. Sugestão: O espaço dos
números irracionais com a métrica 𝑑(𝑥, 𝑦) = |𝑥 − 𝑦|.

Demonstração:

Você também pode gostar