Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RURAL DO SEMI-ÁRIDO

Centro de Ciências Exatas e Naturais


Ensino de Graduação

Trabalho de Conclusão de Disciplina

Título: O Teorema das Funções Implícitas e Aplicações

Docente: prof. Alexsandro Belém (UFERSA/UFC)


Discentes: Emanuel McBrain da Silva
Letícia Lorrane Ferreira da Silva
Levi Maia Rodrigues

Disciplina: Introdução às funções de n variáveis

Mossoró - RN
2022
1. INTRODUÇÃO
Muitos alunos possuem dificuldades nos estudos de cálculo, e muitas
vezes incomodados com as notas baixas se perguntam sobre a real aplicação
destes conceitos em seu futuro como estudante de engenharia no segundo ciclo
de formação. No presente artigo, vamos buscar a demonstração de um destes
assuntos e explorar a sua utilidade em uma das engenharias a fim de
percebermos a sua real utilidade prática.
Será apresentado na seção 2, as definições formais, bem como as
deduções que serão necessárias para a convenção da regra geral de derivação,
necessária e útil para casos em que não temos conhecimento explícito da
função principal, mas apenas uma equação composta e misturada entre
domínio e imagem.
Um bom e simples exemplo a ser apresentado é o da função 𝒚𝟒 + 𝒚 − 𝒙𝟑 +
𝟑𝒙𝟐 = 𝟎. Não temos condições de precisar de forma explicita quem seria a
função 𝒚(𝒙), mas para casos práticos em que essa maneira explícita não seja
necessária, sendo importante apenas que seja verificada sua derivada em
algum ponto específico ao longo do domínio, temos totais condições de chegar
à função derivada de y proposta.
Após o conhecimento básico do assunto e suas demonstrações, será
apresentado um exemplo na área da macroeconomia, questão de valor para
engenheiros de produção que queiram fazer cálculos acerca da produção e
escolha dos consumidores em relação a determinado produto. O método de
encontrar a função de produção é pelo multiplicador de Lagrange, o qual
necessitamos de derivação implícita para encontrarmos a solução da equação
desejada, que são os máximos e mínimos.

2. DESENVOLVIMENTO
Por simplicidade, consideramos inicialmente funções de duas variáveis.
Dada 𝑓 ∶ 𝑈 → 𝑅, definida no aberto 𝑈 ⊂ 𝑅 2 , e fixado 𝑐 ∈ 𝑅, dizemos que a
equação 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 definine y implicitamente como função de x quando existe
uma função 𝜉 ∶ 𝐼 → 𝑅, definida num intervalo 𝐼 ⊂ 𝑅, tal que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 ⇔
𝑦 = 𝜉(𝑥). Isto quer dizer que 𝑓 − 1 (𝑐) é o gráfico da função ξ.
Notemos que é bem possível a uma equação do tipo 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 não
definir função alguma: basta que c não pertença à imagem de f. Por
exemplo, 𝑥 2 + 𝑦 2 + 1 = 0 não possui soluções reais (𝑥, 𝑦), logo não define y
como função de x nem x como função de y. Mesmo que a equação 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐
possua soluções, elas podem não definir funções, tal é o caso de 𝑥 2 + 𝑦 2 = 0:
a única solução é (0, 0), que obviamente não é gráfico de uma função definida
num intervalo não-degenerado.
É mais comum acontecer que uma equação do tipo 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 (quando
define alguma coisa) defina y como função de x, ou x como função de y, apenas
localmente.
O teorema abaixo dá significado preciso a afirmação de que “a equação
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 define implicitamente y como função de x” e estabelece uma
condição suficiente para que ela seja verdadeira. Tal resultado é uma aplicação
do Teorema do Valor Médio, o qual, por sua vez, segue da Regra da Cadeia.
Aqui, os pontos de 𝑅 𝑛+1 serão descritos bos a forma (𝑥, 𝑦), onde temos 𝑥 =
(𝑥1, . . . , 𝑥𝑛) ∈ 𝑅 𝑛 𝑒 𝑦 ∈ 𝑅.
2.1. Teorema Básico da Função Implícita
Teorema 1: Dada 𝑓 ∶ 𝑈 → 𝑅 de classe 𝐶 𝑘 (𝑘 ≥ 1) no aberto U ⊂ R n+1, seja
𝜕𝑓
(𝑥0 , 𝑦0 ) ∈ U tal que 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 )𝑐 𝑒 𝜕𝑦 (𝑥0 , 𝑦0 ) ≠ 0. Existem uma bola 𝐵 =

𝐵(𝑥0; 𝛿) ⊂ 𝑅 𝑛 e um intervalo 𝐽 = (𝑦 0 − 𝜀, 𝑦 0 + 𝜀) com as seguintes


propriedades:
𝜕𝑓
1. 𝐵 × 𝐽 ̅ ⊂ 𝑈 𝑒 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) ≠ 0 para todo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐵 × 𝐽,̅ onde 𝐽 ̅ é o fecho de 𝐽.

2. Para todo 𝑥 ∈ 𝐵 existe um único 𝑦 = 𝜉(𝑥) ∈ 𝐽 tal que 𝑓(𝑥, 𝑦) =


𝑓(𝑥, 𝜉(𝑥)) = 𝑐.
A função 𝜉 ∶ 𝐵 → 𝐽 assim definida, é de classe 𝐶 𝑘 e suas derivadas parciais
𝜕𝑓
𝜕𝜉 − (𝑥,𝜉(𝑥))
𝜕𝑥𝑖
em cada ponto 𝑥 ∈ 𝐵 são dadas por: = 𝜕𝑓 .
𝜕𝑥𝑖 (𝑥) (𝑥,𝜉(𝑥))
𝜕𝑦

A função 𝑦 = 𝜉(𝑥) diz-se “definida implicitamente pela equação 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐.”


A afirmação de que 𝑓 −1 (𝑐) ∩ (𝐵 × 𝐽) é o gráfico de uma função significa que,
para cada 𝑥 ∈ 𝐵 existe um único 𝑦 = 𝜉(𝑥) ∈ 𝐽 tal que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐.
Evidentemente, 𝜉(𝑥0 ) = 𝑦0 .
A prova do teorema é dividida em três partes, as quais:
𝜕𝐹
Existência e unicidade: Como temos 𝜕𝑦 (𝑎, 𝑏) > 0,
Por continuidade existe um paralelepípedo não degenerado (𝑛 +
1) −dimensional 𝑋′ × [𝑏1 , 𝑏2 ], centrado em (𝑎, 𝑏) e contido em Ω, com arestas
𝜕𝐹
paralelas aos eixos coordenados tal que > 0 sobre 𝑋 ′ × [𝑏1 , 𝑏2 ]. A função
𝜕𝑦

𝐹(𝑎, 𝑦), com y variando em [𝑏1 , 𝑏2 ], é estritamente crescente e 𝐹(𝑎, 𝑏) = 0. Logo,


𝐹(𝑎, 𝑏1 ) < 0 e 𝐹(𝑎, 𝑏2 ) > 0. Como F é contínua, existe um paralelepípedo
aberto n-dimensional X, centrado em a e contido em X′, com arestas paralelas
aos eixos, tal que para todo x em X temos 𝐹(𝑥, 𝑏1 ) < 0 e 𝐹(𝑥, 𝑏2 ) > 0. Fixando
x em X e aplicando o TVI à função estritamente crescente 𝐹(𝑥, 𝑦), com y variando
em [𝑏1 , 𝑏2 ], obtemos um único 𝑦 = 𝑓(𝑥) no intervalo aberto 𝑌 = (𝑏1 , 𝑏2 ), tal que
𝐹(𝑥, 𝑓(𝑥)) = 0.
Continuidade: Sejam 𝑏̅1 e ̅̅̅
𝑏2 tais que 𝑏1 < 𝑏̅1 < 𝑏 < ̅̅̅
𝑏2 < 𝑏2 . Pelo visto
acima, existe um aberto X′′, contido em X e contendo a, tal que f(x) está no
intervalo aberto (𝑏1 , 𝑏2 ), para todo x em X′′. Logo, f é contínua em 𝑥 = 𝑎. Agora,
dado a ′ em X, seja 𝑏 ′ = 𝑓(𝑎 ′). Então, 𝑓 ∶ 𝑋 → 𝑌 é uma solução do problema
𝐹(𝑥, ℎ(𝑥)) = 0, para todo 𝑥 𝑖𝑛 𝑋, com a condição ℎ(𝑎 ′) = 𝑏 ′ . Assim, pelo que
acabamos de mostrar, f é contínua em 𝑎 ′.
Diferenciabilidade: Dado x em X, seja 𝑒𝑗 o j-ésimo vetor canônico em 𝑅 𝑛 𝑒 𝑡 ≠
0 pequeno o suficiente tal que 𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 pertence a X. Para 𝑃 = (𝑥, 𝑓(𝑥)) e 𝑄 =
(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 , 𝑓(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 )), temos 𝐹(𝑃) = 𝐹(𝑄) = 0. Pelo teorema do valor médio
existe (𝑥, 𝑦) no segmento ̅̅̅̅
𝑃𝑄 [𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑋 × 𝑌] tal que:
0 = 𝐹(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 , 𝑓(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 )) − 𝐹(𝑥, 𝑓(𝑥)) =
𝜕𝐹 𝜕𝐹
= (𝑥̅ , 𝑦̅)𝑡 + (𝑥̅ , 𝑦̅)[𝑓(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗 ) − 𝑓(𝑥)].
𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑦
𝜕𝐹 𝜕𝐹 𝜕𝐹
Sabidamente 𝜕𝑥𝑗 𝑒 𝜕𝑦 são contínuas, com 𝜕𝑦 não se anulando em 𝑋 × (𝑏1 , 𝑏2 ),

f é contínua e (𝑥, 𝑦) → (𝑥, 𝑓(𝑥)) se 𝑡 → 0. Logo,


𝜕𝐹 𝜕𝐹
𝑓(𝑥 + 𝑡𝑒𝑗) − 𝑓(𝑥) (𝑥̅ , 𝑦̅) (𝑥, 𝑓(𝑥))
𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗
= − → 𝑠𝑒 𝑡 → 0.
𝑡 𝜕𝐹 𝜕𝐹
(𝑥̅ , 𝑦̅) (𝑥, 𝑓(𝑥))
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑓
Isto prova a fórmula desejada para 𝜕𝑥𝑗 e mostra que f é de classe 𝐶 1 .

2.2. A Forma Geral do Teorema da Função Implícita


Indiquemos:
𝒙 = (𝒙𝟏 , … , 𝒙𝒏 ) ∈ 𝑹𝒏
𝒚 = (𝒚𝟏 , … , 𝒚𝒎 ) ∈ 𝑹𝒎
𝒚′ = (𝒚𝟐 , … , 𝒚𝒎 ) ∈ 𝑹𝒎−𝟏
𝒙 = (𝒚𝟏 : 𝒚′) ∈ 𝑹𝒙𝑹𝒎−𝟏
{(𝒙𝟏 , … , 𝒙𝒏 ; 𝒚𝟏 , … , 𝒚𝒎 ) = (𝒙; 𝒚) = (𝒙; 𝒚𝟏 ; 𝒚′)
Dada 𝑭 ∶ Ω → 𝑹𝒎 diferenciável, Ω aberto em 𝑹𝒏 × 𝑹𝒎 , pomos 𝑭 =
(𝑭𝟏 , . . . , 𝑭𝒎 )
𝝏𝑭𝟏 𝝏𝑭𝟏

𝝏𝑭 𝝏𝑭𝒊 𝝏𝒚𝟏 𝝏𝒚𝒎
=( )= ⋮ ⋱ ⋮
𝝏𝒚 𝝏𝒚𝒋 𝝏𝑭𝒎 𝝏𝑭𝒎

( 𝝏𝒚𝟏 𝝏𝒚𝒎 )
Analogamente:
𝝏𝑭 𝝏𝑭𝒊
=( )
𝝏𝒙 𝝏𝒙𝒋
𝝏𝑭
Teorema 2: Seja F em 𝑪𝟏 (Ω; 𝑹𝒎 ), com Ω tal que 𝑭(𝒂, 𝒃) = 𝟎 𝒆 𝝏𝒚 (𝒂, 𝒃) é

invertível. Então existem um aberto X, contido em 𝑹𝒏 e contendo a, e um


conjunto aberto Y, contido em 𝑹𝒎 e contendo b, satisfazendo o que segue.
Para cada x em X, existe um único 𝒚 = 𝒇(𝒙) em Y tal que 𝑭(𝒙, 𝒇(𝒙)) =
𝟎.
Temos 𝒇(𝒂) = 𝒃. Ainda mais, 𝒇 ∶ 𝑿 → 𝒀 é de classe 𝑪𝟏 e
𝝏𝑭 −𝟏 𝝏𝑭
𝑱𝒇(𝒙) = − [𝝏𝒚 (𝒙, 𝒇(𝒙))] [𝝏𝒙 (𝒙, 𝒇(𝒙))] para todo 𝒙 𝒆𝒎 𝑿.
𝒎𝒙𝒏 𝒎𝒙𝒏

A demonstração será dada em quatro partes, as quais:


Achando y: Definindo 𝜱(𝒙, 𝒚) = (𝒙, 𝑭(𝒙, 𝒚)), para (𝒙, 𝒚) em Ω, temos
𝑰 𝟎 𝝏𝑭
𝒅𝒆𝒕 𝑱𝜱 = 𝒅𝒆𝒕 (𝝏𝑭 𝝏𝑭) = 𝒅𝒆𝒕 𝝏𝒚 ,
𝝏𝒙 𝝏𝒚

com I a matriz identidade de ordem n e 0 a matriz nula de tamanho 𝒏 × 𝒎.


Logo, 𝒅𝒆𝒕 𝑱𝜱(𝒂, 𝒃) ≠ 𝟎. Encolhendo Ω, se preciso, pelo Lema 1 assumimos que
Φ é injetora e Ω = X′ × Y, um aberto em 𝑹𝒏 × 𝑹𝒎 que contém (a, b).
Existência e diferenciabilidade: Provemos, por indução em m, que o sistema
𝑭𝟏 = (𝒙, 𝒚𝟏 , … , 𝒚𝒎 ) = 𝟎 𝒚𝟏 (𝒂) = 𝒃𝟏
𝑭 = (𝒙, 𝒚𝟏 , … , 𝒚𝒎 ) = 𝟎 𝒚 (𝒂) = 𝒃𝟐
{ 𝟐 com as condições { 𝟐
… …
𝑭𝒎 = (𝒙, 𝒚𝟏 , … , 𝒚𝒎 ) = 𝟎 𝒚𝒎 (𝒂) = 𝒃𝒎
tem uma solução 𝒇 = 𝒇(𝒙) de classe 𝑪𝟏 em algum aberto contendo a.
Fórmula: Diferenciando 𝑭[𝒙, 𝒇(𝒙)] = 𝟎 obtemos
𝝏𝑭𝒊 𝝏𝑭 𝝏𝒇
+ ∑𝒎 𝒊 𝒊
𝒋=𝟏 𝝏𝒚 𝝏𝒙 = 𝟎, com 𝟏 ≤ 𝐢 ≤ 𝐦 𝐞 𝟏 ≤ 𝐤 ≤ 𝐧.
𝝏𝒙𝒌 𝒋 𝒌

𝝏𝑭 𝝏𝑭
Em forma matricial, escrevemos (𝒙, 𝒇(𝒙)) + 𝝏𝒚 (𝒙, 𝒇(𝒙))𝑱𝒇(𝒙) = 𝟎.
𝝏𝒙

Unicidade: Seja g satisfazendo 𝑭(𝒙, 𝒈(𝒙)) = 𝟎, para todo x em X, e


𝒈(𝒂) = 𝒃.
Dado x em X deduzimos 𝜱(𝒙, 𝒈(𝒙)) = (𝒙, 𝑭(𝒙, 𝒈(𝒙)) = (𝒙, 𝟎) =
𝜱(𝒙, 𝒇(𝒙)). A injetividade de Φ implica 𝒈(𝒙) = 𝒇(𝒙), para todo 𝒙 𝒆𝒎 𝑿.

2.3. Aplicação
Em problemas de maximização é muito comum que funções tenham que
ser derivadas para que seja encontrado esse valor máximo (ou mínimo), que
nada mais é do que aplicação dos conceitos estudados nas disciplinas de
cálculo. Um exemplo em que uma dessas funções práticas não possui a função
completamente definida em termos de imagem, é nos casos de maximização de
utilidade, onde os multiplicadores de Lagrange são as funções correspondentes.
No livro de Silveira [7], encontramos exemplos econômicos com essas
funções que para a solução do sistema a derivação implícita encontra sua
utilidade, vejamos a seguir:
Exemplo: Considere um consumidor cujas preferências sobre o conjunto
consumo 𝑀 = 𝑅 2 são representadas pela seguinte função utilidade:
𝑢(𝑥1 , 𝑥2 ) = 𝑥1 𝑥2 + 2𝑥1
sendo 𝑥1 a quantidade consumida do i-ésimo bem em um dado intervalo de
tempo.
Este consumidor defronta-se com os seguintes preços unitários exógenos
p1= 4 e p2 = 2 unidades monetárias dos bens 1 e 2, respectivamente, e aufere
uma renda exógena de 60 unidades monetárias. Logo, sua restrição
orçamentária é dada por:
4𝑥1 + 2𝑥2 = 60
O consumidor busca escolher uma cesta de consumo ( 𝑥1 , 𝑥2 ) ∈ 𝑀 mais
preferida entre aquelas cestas que pode comprar e esgotam seu orçamento. Em
outros termos, o consumidor resolve o seguinte problema de maximização de
utilidade:
𝑀𝑎𝑥 𝑥1 𝑥2 + 2𝑥1 𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎 4𝑥1 + 2𝑥2 = 60
Este problema de maximização de utilidade é um problema de otimização
estática condicionada com duas variáveis de escolha (as quantidades x 1 e x2) e
uma restrição de igualdade.
Para a resolução do sistema, aplicaremos a função de Lagrange, e logo
após a derivação implícita em relação a todas as variáveis da função:

Figura 01: Função de Lagrange e suas derivadas [7].

As condições propostas no exemplo resultam nas seguintes derivadas:

Figura 02: Resultado da derivação implícita [7].

Que podem ser reescritas do seguinte modo:

Figura 03: Sistema simplificado [7].

A resolução do sistema pode ser verificada por processos iterativos, fora


do escopo do presente trabalho, mas é importante destacar que apenas
podemos obter o sistema não linear através da derivação implícita.
3. Conclusão

O presente artigo verificou a regra da derivação implícita simples e para o


Rn, observando as condições necessárias para que a demonstração fosse
corretamente realizada. Foi abordado também uma aplicação em economia,
observando um exemplo prático de observação do consumidor, sua função de
restrição e sua aplicação de função de Lagrange que apresenta um sistema que
necessita da derivação implícita para ser realizada.
Tomamos conhecimento, assim, de uma de suas várias aplicações na
engenharia, bem como através de sua forma geral demonstrada que os
conteúdos de IFVV vão além do simples aprendizado de cálculo, mas também
servindo de contribuição para a área de engenharia de produção.
4. Referências

[1] Bartle, R. G. – The Elements of Real Analysis. New York, J. Wiley, 1964.
[2] Lima, E. L. – Análise Real - Funções de n Variáveis.vol. 2. 3 ed. Rio de
Janeiro: IMPA, 2007.
[3] Lima, E. L. – Análise no Espaço Rn. Rio de Janeiro: IMPA, 2001.
[4] Flamming, D. M. e Gonçalves, M. B. – Cálculo B: Funções de Várias
Variáveis, Integrais Múltiplas, Integrais Curvilíneas e de Superfície.
2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
[5] Guidorizzi, H. L. – Um Curso de Cálculo. vol. 2. 5 ed. Rio de Janeiro:LTC,
2008.
[6] Rudin, W. – Principles of Mathematical Analysis. 3 ed. McGraw-Hill
Kogakusha, 1976.
[7] Silveira, Jaylson Jair da. Elementos de economia matemática II. 1 ed.
Florianópolis: UFSC, 2011
[8] Oliveira, Oswaldo. The Implicit and the Inverse Function Theorems: Easy
Proofs,. Real Anal. Exchange 39 (2013), no. 1, 207–218.

Você também pode gostar