Você está na página 1de 9

INSINSTITUTO FEDERAL DE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA

CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO LINGUAGEM, TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS
CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
PROF: JEREMIAS STEIN RODRIGUES
DISCIPLINA: EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS (EDO)

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

São equações diferenciais do tipo


𝑑𝑦
= 𝑓(𝑥, 𝑦)
𝑑𝑥

VARIÁVEIS SEPARÁVEIS

Observamos as equações diferenciais de primeira ordem de um ponto de vista geométrico


(campos de direções) e de um ponto de vista numérico (método de Euler). E do ponto de vista
simbólico? Seria bom ter uma fórmula explícita para uma solução de uma equação diferencial.
Infelizmente, isso não é sempre possível. Mas, nesta seção, examinaremos um tipo de equação
diferencial que pode ser resolvida explicitamente.
Uma equação separável é uma equação diferencial de primeira ordem na qual a expressão
para 𝑑𝑦/𝑑𝑥 pode ser fatorada como uma função de x multiplicada por uma função de y. Em outras
palavras, pode ser escrita na forma
𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦)
𝑑𝑥

Definição: Uma equação diferencial de primeira ordem da forma


𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦)
𝑑𝑥
é chamada de separável ou variáveis separáveis

Exemplo: Verifique quais das seguintes EDO's são separáveis.


𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝑎) = 𝑦 2 𝑥𝑒 3𝑥+4𝑦 𝑏) = 𝑦 + sin 𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥

Como resolver uma EDO separável?


Seja a EDO separável
𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦)
𝑑𝑥
temos então que,

MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com


1 𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)
ℎ(𝑦) 𝑑𝑥
1
fazendo ℎ(𝑦) = 𝑝(𝑦), temos

𝑑𝑦
𝑝(𝑦) = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥
e portanto

∫ 𝑝(𝑦) 𝑑𝑦 = ∫ 𝑔(𝑥) 𝑑𝑥

𝑃(𝑦) = 𝐺(𝑥) + 𝐶

Exemplo: Resolva as EDO's separáveis.


𝑎) (1 + 𝑥)𝑑𝑦 − 𝑦𝑑𝑥 = 0 𝑑𝑦 6𝑥 2
𝑐) =
𝑑𝑦 𝑥2 𝑑𝑥 2𝑦 + cos 𝑦
𝑏) =− 2
𝑑𝑥 𝑦 𝑑𝑦
𝑑)(𝑒 2𝑦 − 𝑦) cos 𝑥 = 𝑒 𝑦 sin 2𝑥 , 𝑦(0) = 0
𝑑𝑥

EQUAÇÕES LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM

Definição: Uma equação diferencial de primeira ordem da forma

𝑑𝑦
𝑟(𝑥) + ℎ(𝑥)𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥
é chamada de equação linear.

Quando 𝑔(𝑥) = 0, a equação linear é chamada de homogênea; do contrário é não homogênea.


Forma Padrão: Dividindo ambos os lados da equação acima pelo coeficiente dominante 𝑟(𝑥),
obtemos uma forma mais conveniente, a forma padrão, de uma equação linear:

𝑑𝑦
+ 𝑃(𝑥)𝑦 = 𝑓(𝑥)
𝑑𝑥

Um exemplo de uma equação linear é 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 2𝑥 porque, para 𝑥 ≠ 0, esta pode ser escrita
na forma
1
𝑦′ + 𝑦 = 2
𝑥

2
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
Observe que essa equação diferencial não é separável, porque é impossível fatorar a expressão
para 𝑦′ como uma função de 𝑥 vezes uma função de 𝑦. Mas ainda podemos resolver a equação
observando que, pela Regra do Produto,
𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = (𝑥𝑦)′
e assim podemos escrever a equação como
(𝑥𝑦)′ = 2𝑥
Se integrarmos ambos os lados dessa equação, obtemos
𝐶
𝑥𝑦 = 𝑥 2 + 𝐶 𝑜𝑢 𝑦=𝑥+
𝑥
1
Se nos tivesse sido dada a equação diferencial na forma 𝑦 ′ + 𝑥 𝑦 = 2, teríamos de fazer uma

etapa preliminar multiplicando cada lado da equação por x.


Ocorre que toda equação diferencial linear de primeira ordem pode ser resolvida de uma
maneira similar pela multiplicação de ambos os lados da EDO por uma função adequada 𝜇(𝑥),
chamada fator integrante. Tentamos encontrar 𝜇 de modo que o lado esquerdo da EDO, quando
multiplicado por 𝜇(𝑥), torna-se a derivada do produto 𝜇(𝑥)𝑦:
𝜇(𝑥)(𝑦 ′ + 𝑃(𝑥)𝑦) = 𝜇(𝑥)𝑓(𝑥)
Se pudermos encontrar tal função 𝜇(𝑥), a EDO, 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥)𝑦 = 𝑓(𝑥) ficará
(𝜇(𝑥)𝑦)′ = 𝜇(𝑥)𝑓(𝑥)
Integrando ambos os lados, temos

𝜇(𝑥)𝑦 = ∫ 𝜇(𝑥)𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶

de modo que a solução será


1
𝑦(𝑥) = [∫ 𝜇(𝑥)𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶]
𝜇(𝑥)
Para encontrarmos esse 𝜇, expandimos 𝜇(𝑥)(𝑦 ′ + 𝑃(𝑥)𝑦) = (𝜇(𝑥)𝑦)′ e cancelamos termos:
𝜇(𝑥)𝑦 ′ + 𝜇(𝑥)𝑃(𝑥)𝑦 = 𝜇 ′(𝑥) 𝑦 + 𝜇(𝑥)𝑦 ′
𝜇(𝑥)𝑃(𝑥) = 𝜇 ′ (𝑥)
Esta é uma equação separável para 𝜇, que resolvemos como a seguir:
𝑑𝜇
∫ = ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥
𝜇

ln|𝜇| = ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶

𝜇 = 𝐴𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥

3
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
em que 𝐴 = ±𝑒 𝐶 . Estamos procurando um fator integrante particular, não o mais geral; assim,
tomamos 𝐴 = 1 e usamos
𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥

RESOLVENDO UMA EQUAÇÃO LINEAR DE PRIMEIRA ORDEM

ExemploS. Resolva as seguintes𝑑𝑦 EDO's Lineares.


(𝑖) Ponha a equação 𝑟(𝑥) + ℎ(𝑥)𝑦 = 𝑔(𝑥) na forma padrão
𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑎) + 3𝑥 2 𝑦 = 6𝑥 2 𝑏)𝑑𝑦𝑦 ′ + 2𝑥𝑦 = 1 𝑐) 𝑥 − 4𝑦 = 𝑥 6 𝑒 𝑥
𝑑𝑥 + 𝑃(𝑥)𝑦 = 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑑𝑥
𝑑𝑦
𝑑) (𝑖𝑖) Identifique
(𝑥 2 − 9) 𝑃(𝑥)
+ 𝑥𝑦 = 0na forma padrão𝑒)𝑥
e então
2 ′ encontre o fator integrante
𝑦 + 𝑥𝑦 = 1; 𝑦(1) = 2
𝑑𝑥 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥
(𝑖𝑖𝑖) Multiplique a forma padrão da equação pelo fator integrante. O lado esquerdo da equação
resultante é automaticamente a derivada do produto do fator integrante por 𝑦.
(𝑖𝑣) Integre ambos os lados dessa última equação.

EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS

Antes de considerar o conceito de equação diferencial homogênea de primeira ordem e seu


método de solução, precisamos primeiro examinar de perto a natureza de uma função homogênea.
Começamos com a definição deste conceito.

Definição: Função Homogênea

Se uma função 𝑓 satisfaz

𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 𝑡 𝑛 𝑓(𝑥, 𝑦)

para algum número real 𝑛, então dizemos que 𝑓 é uma função homogênea de grau 𝑛.

Exemplo: São homogêneas as seguintes funções.


𝑎) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 − 3𝑥𝑦 + 5𝑦 2
3
𝑏) 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥 2 + 𝑦 2
𝑐) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2√𝑥𝑦 − 𝑦

4
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
INSINSTITUTO FEDERAL DE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO LINGUAGEM, TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS
CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
PROF: JEREMIAS STEIN RODRIGUES
DISCIPLINA: EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

EQUAÇÃO DIFERENCIAL HOMOGÊNEA

Definição: Equação Diferencial Homogênea

Uma equação diferencial da forma

𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0

é chamada de homogênea se ambos os coeficientes 𝑀 𝑒 𝑁 são funções homogêneas do mesmo


grau.

Em outras palavras, 𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0 é homogênea se


𝑀(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 𝑡 𝑛 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑒 𝑁(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 𝑡 𝑛 𝑁(𝑥, 𝑦)

MÉTODO DE SOLUÇÃO

A equação diferencial homogênea

𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0

pode ser resolvida por meio de uma substituição algébrica. Especificamente, a substituição

𝑦 = 𝑢𝑥 𝑜𝑢 𝑥 = 𝑣𝑦

em que 𝑢 𝑒 𝑣 são as novas variáveis independentes, transformará a equação em uma


equação diferencial de primeira ordem separável.

Primeiramente reescrevemos a EDO

𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = −𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥

𝑑𝑦 𝑀(𝑥, 𝑦)
=−
𝑑𝑥 𝑁(𝑥, 𝑦)
𝑑𝑦 𝑑𝑢
Agora, seja 𝑦 = 𝑢𝑥, então, sua diferencial 𝑑𝑥 = 𝑢 + 𝑥 𝑑𝑥 , substituindo na equação
acima temos

𝑑𝑢 𝑀(𝑥, 𝑢𝑥)
𝑢+𝑥 =−
𝑑𝑥 𝑁(𝑥, 𝑢𝑥)

𝑑𝑢 𝑀(𝑥, 𝑢𝑥)
𝑥 =− −𝑢
𝑑𝑥 𝑁(𝑥, 𝑢𝑥)

MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com


Exemplo: Resolva as seguintes EDO's homogêneas.
𝑎) (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 + (𝑥 2 − 𝑥𝑦)𝑑𝑦 = 0
𝑏) (2√𝑥𝑦 − 𝑦)𝑑𝑥 − 𝑥𝑑𝑦 = 0
𝑐) 2𝑥 3 𝑦𝑑𝑥 + (𝑥 4 + 𝑦 4 )𝑑𝑦 = 0
𝑑𝑦 𝑦
𝑑) 𝑥 = 𝑦 + 𝑥𝑒 𝑥 , 𝑦(1) = 1
𝑑𝑥

EQUAÇÃO DIFERENCIAL EXATA

Se 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) é uma função da duas variáveis com derivadas parciais primeiras contínuas em
uma região 𝑅 do plano 𝑥𝑦, sua diferencial (também chamada de diferencial total) é;

𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑑𝑧 = 𝑑𝑥 + 𝑑𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Agora, se 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐, segue que

𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Em outras palavras, dada uma família de curvas a um parâmetro 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐, podemos gerar
uma equação diferencial de primeira ordem computando a diferencial. Por exemplo, se 𝑥 2 − 5𝑥𝑦 +
𝑦 3 = 𝑐 temos
(2𝑥 − 5𝑦)𝑑𝑥 + (−5𝑥 + 3𝑦 2 )𝑑𝑦 = 0
Para nossos propósitos, é importante considerar o problema inverso, isto é, dada uma EDO de
primeira ordem como podemos reconhecer que ela é equivalente à equação diferencial
𝑑(𝑥 2 − 5𝑥𝑦 + 𝑦 3 ) = 0.

Definição: Equação Exata

Uma expressão diferencial 𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 é uma diferencial exata em uma
região 𝑅 do plano 𝑥𝑦 se correspem que à diferencial de alguma função 𝑓(𝑥, 𝑦). Uma equação
diferencial de primeira ordem da forma

𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0

é chamada de equação exata se valer a seguinte igualdade

𝜕𝑀 𝜕𝑁
=
𝜕𝑦 𝜕𝑥

6
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
Exemplos: Verifique se as EDO's são exatas.
𝑎) 2𝑥𝑦 𝑑𝑥 + (𝑥 2 − 1)𝑑𝑦 = 0 𝑏) (𝑒 2𝑦 − 𝑦 cos(𝑥𝑦))𝑑𝑥 + (2𝑥𝑒 2𝑦 − 𝑥 cos(𝑥𝑦) + 2𝑦)𝑑𝑦 = 0
𝑑𝑦 𝑥𝑦 2 − cos 𝑥 sin 𝑥
𝑐) =
𝑑𝑥 𝑦(1 − 𝑥 2 )

MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE UMA EDO EXATA

Dada uma equação diferencial na forma


𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0
determine se é da forma exata, se for, então existe uma função 𝑓 para a qual
𝜕𝑓
= 𝑀(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑥
Podemos encontrar 𝑓 integrando 𝑀(𝑥, 𝑦) em relação a 𝑥 e mantendo 𝑦 constante:

𝑓(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑔(𝑦)

em que a função arbitrária 𝑔(𝑦) é a "constante" de integração. Diferenciando a expressão acima em


relação a 𝑦 e supondo
𝜕𝑓
= 𝑁(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑦
temos então que:
𝜕𝑓 𝜕
= ∫ 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑔′ (𝑦) = 𝑁(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑦 𝜕𝑦
Isso nos dá
𝜕
𝑔′ (𝑦) = 𝑁(𝑥, 𝑦) − ∫ 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥
𝜕𝑦
Agora integramos em relação a 𝑦 e substituímos o resultado em

𝑓(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑔(𝑦)

a solução implícita da equação é 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐

Exemplos: Resolva as seguintes EDO's Exatas.


𝑎) 2𝑥𝑦 𝑑𝑥 + (𝑥 2 − 1)𝑑𝑦 = 0 𝑏) (𝑒 2𝑦 − 𝑦 cos(𝑥𝑦))𝑑𝑥 + (2𝑥𝑒 2𝑦 − 𝑥 cos(𝑥𝑦) + 2𝑦)𝑑𝑦 = 0
𝑑𝑦 𝑥𝑦 2 − cos 𝑥 sin 𝑥
𝑐) = ; 𝑦(0) = 2
𝑑𝑥 𝑦(1 − 𝑥 2 )

7
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS QUASE EXATAS

Lembre-se das EDO's lineares que o lado esquerdo da equação linear 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥)𝑦 = 𝑓(𝑥) pode
ser transformado em uma derivada quando multiplicamos a equação por um fator integrante. A mesma
ideia básica funciona algumas vezes para uma equação diferencial não exata 𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 +
𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0. Ou seja, é possível, algumas vezes, encontrar um fator integrante 𝜇(𝑥, 𝑦) de tal forma
que, quando multiplicado por ele, o lado esquerdo de
𝜇(𝑥, 𝑦)𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜇(𝑥, 𝑦)𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0
é uma diferencial exata. Na tentativa de encontrar 𝜇, consideremos o critério para uma diferencial ser
exata. A equação 𝜇(𝑥, 𝑦)𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜇(𝑥, 𝑦)𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0 se e somente se (𝜇𝑀)𝑦 = (𝜇𝑁)𝑥 , em
que os subscritos representam derivadas parciais. Pela regra da diferenciação do produto, a última
equação é igual a 𝜇𝑀𝑦 + 𝜇𝑦 𝑀 = 𝜇𝑁𝑥 + 𝜇𝑥 𝑁 ou ainda
𝜇𝑥 𝑁 − 𝜇𝑦 𝑀 = 𝜇(𝑀𝑦 − 𝑁𝑥 )
Embora 𝑀, 𝑁, 𝑀𝑦 𝑒 𝑁𝑥 sejam funções conhecidas de 𝑥 e 𝑦, a dificuldade aqui para determinar
𝜇(𝑥, 𝑦) com base na equação 𝜇𝑥 𝑁 − 𝜇𝑦 𝑀 = 𝜇(𝑀𝑦 − 𝑁𝑥 ), é que precisamos resolver uma equação
diferencial parcial. Como não estamos preparados para isso, vamos fazer uma hipótese simplificadora.
𝑑𝑢
Suponha que 𝜇 dependa somente de 𝑥. Nesse caso, 𝜇𝑥 = 𝑑𝑥 e a equação anterior fica
𝑑𝑢 𝑀𝑦 − 𝑁𝑥
= 𝜇
𝑑𝑥 𝑁
𝑀𝑦 −𝑁𝑥
Continuamos em um impasse, se o quociente depende tanto de 𝑥 quanto de 𝑦. Contudo,
𝑁
𝑀𝑦 −𝑁𝑥
se depois de terem sido feitas todas as simplificações algébricas óbvias, o quociente resultar em
𝑁
𝑑𝑢
uma função dependente somente da variável 𝑥, então 𝑑𝑥 será uma EDO de primeira ordem. Podemos
𝑑𝑢
determinar 𝜇, pois 𝑑𝑥 é separável bem como linear.. Analogamente, segue de

𝜇𝑥 𝑁 − 𝜇𝑦 𝑀 = 𝜇(𝑀𝑦 − 𝑁𝑥 )
que se 𝜇 depender somente da variável 𝑦, então
𝑑𝑢 𝑁𝑥 − 𝑀𝑦
= 𝜇
𝑑𝑦 𝑀
𝑁𝑥 −𝑀𝑦
Nesse caso, se for uma função somente de 𝑦, então poderemos resolver a equação acima
𝑀

para 𝜇. Vamos resumir os resultados para a equação diferencial.

8
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com
Dada a equação não exata
𝑀(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0
𝑀𝑦 −𝑁𝑥
 se for uma função somente de 𝑥, então um fator integrante para a equação
𝑁
diferencial será
𝑀𝑦 −𝑁𝑥
𝑑𝑥
𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫ 𝑁

𝑁𝑥 −𝑀𝑦
 se for uma função somente de y, então um fator integrante para a equação
𝑀
diferencial será
𝑁𝑥 −𝑀𝑦
𝑑𝑦
𝜇(𝑦) = 𝑒 ∫ 𝑀

Exemplo: Resolva a seguinte EDO não exata transformando-a em exata.


𝑎) 𝑥𝑦 𝑑𝑥 + (2𝑥 2 + 3𝑦 2 − 20)𝑑𝑦 = 0
𝑏) (𝑥 + 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑦 = 0

9
MATEMÁTICA -IFSC Material elaborado pelo Prof. Antônio João - anttoniojoao@gmail.com

Você também pode gostar