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“As matemáticas têm invenções sutilíssimas e servirão de muito, não apenas para satisfazer os

curiosos como para tornar mais fáceis todas as artes e diminuir o trabalho dos homens.”

René Descartes
SUMÁRIO:

Capítulo 01: Definição e integral imediata 01

Capítulo 02: Integral definida 13

Capítulo 03: Mudança de variável 35

Capítulo 04: Integração por partes 47

Capítulo 05: Volume de sólido de revolução 57

Capítulo 06: Integrais trigonométricas 69

Capítulo 07: Aplicações à física 95

Capítulo 08: Decomposições em frações parciais 111

Capítulo 09: Integral imprópria 129

Capítulo 10: Matrizes, operações e determinante 137

Capítulo 11: Matriz inversa e escalonamento de matrizes 153

Capítulo 12: Sistemas lineares 165

Capítulo 13: Espaço vetorial 195

Capítulo 14: Transformação linear 223

Capítulo 15: Autovalor e autovetor 259

Referências 283
1

CAPÍTULO 01 – DEFINIÇÃO E INTEGRAL IMEDIATA

1.1. DIFERENCIAL

Na disciplina de Modelagem e Simulação do Mundo Físico, estudou-se que diferencial da função 𝑦 = 𝑓(𝑥),
contínua e derivável no intervalo [a,b], denotada por dy, tal que se 𝛥𝑦 = 𝑓(𝑥 + 𝛥𝑥) − 𝑓(𝑥), então 𝑑𝑦 =
lim ∆𝑦.
∆ →

Assim, pode-se concluir que 𝑑𝑦 = 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA

Considere a função 𝑦 = 𝑓(𝑥). Define-se o acréscimo de 𝑥, denotado por ∆𝑥

f(x+Δx)

Considere:

 𝛥𝑦 a variação na altura de um ponto, que se move ao longo da curva 𝑦 = 𝑓(𝑥), ou seja, ∆𝑦 = ∆𝑓 =


𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) é o valor exato da variação de 𝑓.
 𝑑𝑦 a variação na altura de um ponto que se move ao longo da reta tangente no ponto (𝑥, 𝑓(𝑥)), ou
seja, é um valor aproximado da variação de 𝑓.

Exemplo 1: Encontre a diferencial 𝑑𝑦 para a função: 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 2𝑥 + 1

Resolução: Derivando a função 𝑓, obtêm-se 𝑓′(𝑥) = 6𝑥 − 2.

Portanto, 𝑑𝑦 = 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 = (6𝑥 − 2)𝑑𝑥


2

1.2. PRIMITIVA

Uma função derivável 𝐹(𝑥), denomina-se primitiva (ou antiderivada) de uma outra função 𝑓(𝑥) em um
intervalo [𝑎, 𝑏], se e somente se,

𝐹 (𝑥) = 𝑓(𝑥), ∀ 𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏]

Exemplo 2: Considere a diferencial 𝑑𝑦 = 2𝑥 𝑑𝑥 e suas possíveis primitivas:

PRIMITIVA DIFERENCIAL

𝐹(𝑥) = 𝑥 + 1 𝑑𝑦 = 2𝑥 𝑑𝑥

𝐹(𝑥) = 𝑥 − 9 𝑑𝑦 = 2𝑥 𝑑𝑥

𝐹(𝑥) = 𝑥 + 𝑐 𝑑𝑦 = 2𝑥 𝑑𝑥

Note que as primitivas dadas diferem apenas no termo constante e têm a mesma diferencial.

Portanto, dada a diferencial 𝑑𝑦 = 2𝑥𝑑𝑥 pode-se encontrar infinitas primitivas que a produziram, através da
relação inversa. Pode-se observar este fato no gráfico seguinte:

Exemplo 3: Encontre primitivas de:

a) 𝑑𝑦 = 𝑑𝑥

b) 𝑑𝑦 = (𝑒 )𝑑𝑥

c) 𝑑𝑦 = (cos 𝑥)𝑑𝑥
3

1.3. INTEGRAL INDEFINIDA

A integral indefinida de 𝑑𝑦 = 2𝑥 𝑑𝑥 é a função 𝑦 = 𝑥 + 𝑐 representada por 𝑦 = ∫ 2𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑐.

A integração é a operação que resulta a função quando conhecemos sua diferencial. Ilustrando, tem-se:

dy

x2 + 1
x2
x2 - 9 2x

x2 + c

Definição: Se 𝐹(𝑥) é uma primitiva de 𝑓(𝑥), a expressão 𝐹(𝑥) + 𝑐 é denominada de integral indefinida da
função 𝑓(𝑥) e é denotada por:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝑐

Onde:

∫  sinal de integração

𝑓(𝑥)  função integranda

𝑐  constante de integração

O processo que permite obter a integral indefinida de uma função é denominado integração.

Verificação: Da definição da integral indefinida decorre a verificação se a função obtida 𝐹(𝑥) está correta
através do processo de derivação, ou seja:

𝐹′(𝑥) = 𝑓(𝑥)

Podemos montar uma tabela de integrais, chamada integrais imediatas, a partir das derivadas das funções
elementares.
4

Exemplo 4: Calcule as integrais indefinidas imediatas, a seguir:

a) ∫ 𝑥 𝑑𝑥 =
𝑚 ≠ −1

b) ∫ 𝑑𝑥 =

c) ∫ 𝑒 𝑑𝑥 =

d) ∫ 𝑎 𝑑𝑥 =

e) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 =

f) ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 =

g) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥 =

h) ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥 =

i) ∫ sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 =

j) ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 =

k) ∫ √ 𝑑𝑥 =

l) ∫ 𝑑𝑥 =
5

PROPRIEDADES DE INTEGRAIS INDEFINIDAS:

Propriedade 1: Uma integral não se altera quando um fator 𝑚 ∈ ℝ, constante, é considerado antes ou depois
do sinal da integral. Assim:

𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Exemplo 5: Reescreva as integrais indefinidas usando a propriedade 1:

𝑎) ∫ 3𝑥𝑑𝑥 = 3 ∫ 𝑥𝑑𝑥 𝑏) ∫ − 𝑥𝑑𝑥 = − ∫ 𝑥𝑑𝑥

Propriedade 2: A integral de uma soma de diferenciais é igual à soma das integrais destas diferenciais. Assim:

[𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ± 𝑔(𝑥)𝑑𝑥

Exemplo 6: Reescreva a integral indefinida usando as propriedades: ∫(𝑥 + 5𝑥 − 6)𝑑𝑥

(𝑥 + 5𝑥 − 6)𝑑𝑥 = 𝑥 𝑑𝑥 + 5 𝑥𝑑𝑥 − 6 𝑑𝑥

Observação: Além de utilizar as propriedades e a tabela de integrais imediatas, podem ser feitas
manipulações algébricas, com o objetivo de obter funções mais simples, as quais as integrais são conhecidas.

Exemplo 7: Faça as manipulações algébricas necessárias para calcular as integrais indefinidas a seguir:

1
𝑎) 𝑥² + 𝑑𝑥
3𝑥

𝑥 +3
𝑏) 𝑑𝑥
𝑥²

𝑠𝑒𝑐²𝑥
𝑐) 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥
6

FORMULÁRIO DE DERIVADAS E INTEGRAIS:

Considere: 𝑢 = 𝑓(𝑥), 𝑣 = 𝑔(𝑥), 𝑚, 𝑘, 𝑎 𝜖 ℝ

FUNÇÕES DERIVADAS INTEGRAIS


𝑑
1 𝑦=𝑘 (𝑘) = 0
𝑑𝑥
𝑑
2 𝑦=𝑥 (𝑥) = 1 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑐
𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑
3 𝑦 =𝑢±𝑣 (𝑢 ± 𝑣) = (𝑢) ± (𝑣) 𝑢 ± 𝑣 𝑑𝑥 = 𝑢 𝑑𝑥 ± 𝑣 𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
4 𝑦 = 𝑘𝑣 (𝑘𝑣) = 𝑘 (𝑣) 𝑘𝑣 𝑑𝑥 = 𝑘 𝑣 𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑
5 𝑦 = 𝑢. 𝑣 (𝑢. 𝑣) = 𝑣. (𝑢) + 𝑢. (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑢 𝑑 𝑑
6 𝑦= 𝑑 𝑢 𝑣. (𝑢) − 𝑢. (𝑣)
𝑣 = 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑣 𝑣
𝑑 𝑑 𝑢
7 𝑦=𝑢 (𝑢 ) = 𝑚. 𝑢 . (𝑢) 𝑢 𝑑𝑢 = + 𝑐; 𝑚 ≠ −1
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑚+1
𝑑 𝒖 𝑑 𝑎
8 𝑦=𝑎 (𝑎 ) = 𝑎𝒖 . ln 𝑎 . (𝑢) 𝑎 𝑑𝑢 = +𝑐
𝑑𝑥 𝑑𝑥 ln 𝑎
𝑑 𝒖 𝑑
9 𝑦=𝑒 (𝑒 ) = 𝑒 𝒖 . (𝑢) 𝑒 𝑑𝑢 = 𝑒 + 𝑐
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑
10 𝑦 = log 𝑢 (log 𝑢) = . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑢 ln 𝑎 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑 1
11 𝑦 = ln 𝑢 (ln 𝑢) = . (𝑢) 𝑑𝑢 = ln 𝑢 + 𝑐
𝑑𝑥 𝑢 𝑑𝑥 𝑢
𝑑 𝑑 𝑑
12 𝑦=𝑢 (𝑢 ) = 𝑣. 𝑢 (𝑢) + 𝑢 . ln 𝑢 . (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
13 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (𝑠𝑒𝑛 𝑢) = cos 𝑢 . (𝑢) 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 + 𝑐
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
14 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑢 (𝑐𝑜𝑠 𝑢) = −sen 𝑢 . (𝑢) 𝑠𝑒𝑛 𝑢 𝑑𝑢 = −𝑐𝑜𝑠 𝑢 + 𝑐
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑐² 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 + 𝑐
𝑑 𝑑
15 𝑦 = 𝑡𝑔 𝑢 (𝑡𝑔 𝑢) = sec 𝑢 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛 |𝑠𝑒𝑐 𝑢| + 𝑐

𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 + 𝑐
𝑑 𝑑
16 𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑠𝑒𝑐 𝑢) = sec 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢. (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑐 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑐

𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢 = −𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 + 𝑐


𝑑 𝑑
17 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢) = −cossec 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢. (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢| + 𝑐

𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢 = −𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 + 𝑐
𝑑 𝑑
18 𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢) = −cossec 𝑢 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛 𝑢| + 𝑐

𝑑 1 𝑑
19 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 𝑢) = . (𝑢) 1 𝑢
𝑑𝑥 1 − 𝑢² 𝑑𝑥 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐
√𝑎 − 𝑢 𝑎
1
𝑑 −1 𝑑 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛 𝑢 + 𝑢 ± 𝑎² + 𝑐
20 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 𝑢) = . (𝑢) 𝑢 ± 𝑎²
𝑑𝑥 1 − 𝑢² 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑
21 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑢) = . (𝑢) 1 1 𝑢
𝑑𝑥 1 + 𝑢² 𝑑𝑥 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐
𝑢 +𝑎 𝑎 𝑎
𝑑 −1 𝑑 1 1 𝑢−𝑎
22 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢) = . (𝑢) 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛 +𝑐
𝑑𝑥 1 + 𝑢² 𝑑𝑥 𝑢 −𝑎 2𝑎 𝑢+𝑎

𝑑 1 𝑑
23 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐 𝑢) = . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑢√𝑢 − 1 𝑑𝑥 1 1 𝑢
𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐 +𝑐
𝑑 −1 𝑑 𝑢√𝑢 − 𝑎 𝑎 𝑎
24 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢) = . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑢√𝑢 − 1 𝑑𝑥
7

PROBLEMAS DE APLICAÇÃO DE INTEGRAIS INDEFINIDAS


Anteriormente, apresentamos uma série de problemas que envolvem a obtenção de uma função primitiva,
isto é, conhecida a taxa de variação instantânea de uma variável podemos obter sua primitiva. Isto nos
permite resolver problemas aplicados.

1.4 FUNÇÃO PRIMITIVA

Exemplo 8: Determine uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) cuja derivada é 𝑓 (𝑥) = 2𝑥 no ponto 𝑃(1,1)?

f‘(x) = 2x F(x) = ?

1.5 LANÇAMENTO VERTICAL

Exemplo 9: Uma pedra é arremessada verticalmente para cima do terraço de um edifício com velocidade
inicial de 10 𝑚/𝑠. O prédio tem 50 𝑚 de altura. A função da velocidade deste lançamento (sem resistência
do ar) é dada por 𝑣 = 10 – 9,8𝑡. Obtenha a função da posição 𝑦 = 𝑓(𝑡).

1.6 SEGUNDA LEI DE NEWTON


8

Exemplo 10: A segunda lei de Newton tem-se que 𝐹 = 𝑚. 𝑎.

Considere o bloco no plano inclinado e despreze o atrito:

Sabendo-se que no instante 𝑡 = 0 a velocidade inicial é zero, determine a função 𝑣 = 𝑓(𝑡).


9

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Representa o Modela o problema de Modela o problema Modela o problema
fenômeno físico em forma incorreta. parcialmente, com utilizando os
RA1
ID 1.1
linguagem 4 algumas falhas. 7 fundamentos físicos e 10
matemática as funções
matemáticas corretas
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
direta de forma forma incorreta: parcialmente: corretamente
RA1
ID1.2
coerente e precisa. - trocou coeficiente 4 - esqueceu da constante 7 10
- trocou expoente de integração
- integrou só uma parte
Verificar se a Deriva a função de Deriva a função Deriva a função
RA2
ID2.2
integral está correta forma incorreta. 4 parcialmente, 7 corretamente 10
usando derivadas. cometendo algum erro.

EXERCÍCIOS:
1. Resolva as integrais a seguir e verifique a solução utilizando a derivada.
a. ∫ 𝑥 𝑑𝑥
b. ∫ √𝑥𝑑𝑥
c. ∫(𝑥 + 3𝑒 )𝑑𝑥
d. ∫ 𝑑𝑥
e. ∫ 𝑑𝑥

2. Resolva as integrais indefinidas a seguir:


a. ∫ 𝑑𝑥
b. ∫ 𝑥𝑑𝑥
c. ∫ 𝑥 𝑑𝑥
d. ∫(3𝑥 + 1)𝑑𝑥
e. ∫(𝑥 + 𝑥 + 1)𝑑𝑥
f. ∫(5𝑥 + 3 𝑠𝑒𝑛 𝑥)𝑑𝑥

3. Resolva as integrais indefinidas, fazendo as manipulações algébricas necessárias, a seguir:


a. ∫ 𝑑𝑥
b. ∫ 𝑑𝑥
c. ∫ √𝑥 𝑑𝑥
d. ∫ √𝑥 + 𝑑𝑥
e. ∫ 𝑑𝑥
f. ∫ 𝑑𝑥

10

4. Resolva as integrais indefinidas, fazendo as manipulações algébricas necessárias e utilizando as


propriedades das funções envolvidas, a seguir:

a. ∫ ²
𝑑𝑥

b. ∫ 8(𝑥 − 2) 𝑥+ 𝑑𝑥

c. ∫ ²
𝑑𝑥

d. ∫(cos 𝑥 tg 𝑥)𝑑𝑥
e. ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥
f. ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑥 (𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 1) 𝑑𝑥

g. ∫ 𝑑𝑥

h. ∫(𝑥 − 1) (𝑥 + 1) 𝑑𝑥

5. Resolva as integrais indefinidas, fazendo as manipulações algébricas necessárias e utilizando as


propriedades das funções envolvidas, em seguida, faça a verificação dos resultados obtidos através das
derivadas:

a) ∫ (3𝑥 + 4𝑥 + 8)𝑑𝑥 = + 2𝑥 + 8𝑥 +c

b) ∫ 𝑑𝑥 = − +𝑐

c) ∫ 𝑎𝑥 𝑑𝑥 = 𝑎𝑥 + 𝑐

d) ∫ − + 3𝑐 𝑑𝑥 = 2𝑎 𝑙𝑛|𝑥| + + 3𝑐𝑥 + 𝑘

e) ∫(2𝑥 − 4) 𝑑𝑥 = − 4𝑥 + 16𝑥 + 𝑐

f) ∫ 𝑥 + 𝑑𝑥 = − +𝑐

g) ∫ √𝑥 + 𝑑𝑥 = √𝑥 + 2√𝑥 + 𝐶

h) ∫ 𝑑𝑡 = − + 𝑐

i) ∫(1 − 𝑥)√𝑥 𝑑𝑥 = √𝑥 − √𝑥 + 𝑐

j) ∫ 𝑑𝑥 = +𝑐

k) ∫ √𝑥(3𝑥 − 2)𝑑𝑥 = 𝑥 /
− 𝑥 /
+𝑐

l) ∫(𝑥 − 1) 𝑑𝑥 = − +𝑥+𝑐

m) ∫ 10 𝑑𝑥 = +𝑐
11

Resolva os problemas envolvendo fenômenos físicos:

6. Considere a seguinte função de aceleração 𝑎 = 2𝑡 + 1 de uma partícula que realiza um movimento


retilíneo. A função de velocidade dessa partícula, sabendo-se que no instante 𝑡 = 1 𝑠 a partícula possui
velocidade de 2 𝑚/𝑠.

7. Um modelo para a propagação de um boato é que a taxa de propagação é proporcional ao produto da


porção 𝑦 da população que ouviu o boato pela parte que não ouviu o boato. Escreva uma expressão
matemática que modele a situação descrita para se obter 𝑦 = 𝑓(𝑡). Não é necessário resolver a equação.

8. Em um ponto qualquer 𝑃(𝑥, 𝑦) de uma determinada curva, a reta tangente à mesma tem uma inclinação
igual a 4𝑥 – 5. Sabendo que a curva contém o ponto (3,7), determine a equação da curva.

9. Um tanque tem o seu volume de água V, em m3, dado em função da altura h da água no mesmo. Sendo
conhecido que a taxa de variação de V em relação a h é (3h – 2), e sabendo que quando a altura da água
é 1 m, existem no tanque 3 m3 de água, determine o volume de água no tanque quando a altura for de
3 m.

10. Uma partícula desloca-se sobre o eixo Ox com velocidade v(t) = t2 – 1, t ≥ 0. No instante t = 0 a partícula
encontra-se na posição x = - 1 m. Qual a posição da partícula no instante t = 3 s?

11. O aumento da população de um certo tipo de bactérias está sendo estudado em um laboratório,
inicialmente foram colocadas 3000 bactérias em uma placa de Petri, após 2 horas a população inicial havia
triplicado. Se a taxa de crescimento dessa cultura de bactérias é proporcional ao número de bactérias
presentes num dado instante. Determine a função da população P em função do tempo t.

Observação: utilize a base e no logaritmo

12. Obter uma primitiva F(x) da função 𝑓(𝑥) = + 1 que se anule no ponto x = 2.

13. Joga-se uma pedra verticalmente para cima de um telhado a 30 m do solo, com velocidade inicial de 5
m/s. Desprezando a resistência do ar e sabendo-se que a aceleração da gravidade vale 9,8 m/s2. Sabe-se
também que 𝑣 = e𝑎 = . Determine:
a. A função v(t) que dá a velocidade da pedra após t segundos.
b. A função y(t) que dá a posição da pedra após t segundos.

y(t)
12

Respostas:
/
1.a) +𝑐 b) +𝑐 c) +3𝑒 +𝑐 d) + ln 𝑥 + 𝑐 e) 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐

2. a) 𝑥 + 𝑐 b) +𝑐 c) +𝑐 d) +𝑥+𝑐 e) + +𝑥+𝑐 f) 𝑥 − 3 cos 𝑥 + 𝑐

/ /
3. a) − + 𝑐 b) − + 𝑥 c) +𝑐 d) − +𝑐 e) ln 𝑥 + 𝑐 f) 3𝑥 /
+𝑐

4.a) 3 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐 b) − + 2𝑥 + 4𝑥 + 𝑐 c) ln 𝑥 + 𝑐 d) − cos 𝑥 + 𝑐

e) 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑐 f) 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑐 g) sec 𝑥 + 𝑐 h) − +𝑥+𝑐

6. 𝑣 = 𝑡 + 𝑡
7. = 𝑘𝑦(1 − 𝑦)
8. 𝑓(𝑥) = 2𝑥 – 5𝑥 + 4
9. 11 𝑚
10. 5 𝑚
11. 𝑃 = 3000. 𝑒 ,
12. 𝐹(𝑥) = − + 𝑥 −
13.
a. 𝑣(𝑡) = 5 − 9,8𝑡
b. 𝑎(𝑡) = 30 + 5𝑡 − 4,9𝑡
13

CAPÍTULO 02 – INTEGRAL DEFINIDA


2. INTEGRAL DEFINIDA

Mudanças na integral:

 Integral indefinida é uma função 𝐹(𝑥) = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥


 Integral definida é um valor numérico ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

2.1. INTRODUÇÃO HISTÓRICA

A origem do Cálculo integral remonta a mais de 2000 anos, quando os gregos tentavam resolver o problema
da determinação de áreas por um processo que designaram de método da exaustão. Este método auxiliava
os cálculos de áreas de figuras sem lados bem definidos, consistindo na subdivisão da região desejada em
formas que se tinha conhecimento de como calcular suas áreas (triângulos, trapézios etc.). O método da
exaustão, muito tempo depois, foi potencializado por grandes matemáticos como Isaac Newton (1643-1727),
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e Bernhard Riemann (1826-1866) e hoje temos o chamado Cálculo
Integral, ferramenta com inúmeras aplicações em todo os ramos de conhecimento humano, especialmente
nas engenharias.

2.2. CÁLCULO DE ÁREAS

As áreas de algumas figuras geométricas, tais como polígonos (triângulos, quadriláteros e etc.) podem ser
calculadas através de fórmulas:

Entretanto, em alguns casos, como quando se quer determinar a área delimitada por uma curva como y = x2
no intervalo de x = 0 até x = 1 e o eixo Ox, não é possível utilizar uma fórmula geométrica. Neste caso,
necessitamos de outra ferramenta matemática.

1
14

2.3. CÁLCULO DE ÁREAS POR APROXIMAÇÃO

Nessa primeira atividade calcula-se a área descrita anteriormente de forma aproximada.

Exemplo 1: Determinar a área delimitada pela parábola 𝑓(𝑥) = 𝑥² no intervalo de 𝑥 = 0 até 𝑥 = 1 e o


eixo 0x.

a) Preencha a tabela a seguir:


𝑥 0 0,25 0,50 0,75 1

𝑓(𝑥) = 𝑥²

b) Construa o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑥², com os dados obtidos da tabela.


y





















         

c) Desenhe os retângulos nos seguintes subintervalos [0; 0,25], [0,25; 0,5], [0,5; 0,75] e [0,75; 1], cujas
alturas correspondem a função no ponto extremo à direita, ou seja, 𝑓(0,25), 𝑓(0,5), 𝑓(0,75) e 𝑓(1).

d) Calcule a área de cada retângulo desenhado sobre o gráfico, utilizando a seguinte notação:
Base dos retângulos  𝛥𝑥 = = 0,25
Altura de cada retângulo  ℎ = (𝑥 ) , com xi variando de 0 a 1, e i = 0, 1 , 2 , 3 e 4.
𝐴 = (𝑥 ) . 𝛥𝑥 𝐴 = (𝑥 ) . 𝛥𝑥 𝐴 = (𝑥 ) . 𝛥𝑥 𝐴 = (𝑥 ) . 𝛥𝑥
Área total:

A1 = A2 = A3 = A4 = At =

e) O valor obtido representa a área exata da região no intervalo [0,1]? Justifique sua resposta.
15

Analisando a área limitada pela parábola 𝑦 = 𝑥 no intervalo de 𝑥 = 0 até 𝑥 = 1 e o eixo 0x, e realizando
o cálculo aproximado por n retângulos, usando a altura a função no ponto extremo direito, tem-se:

n = 1 retângulo n = 2 retângulos n = 4 retângulos


y
y y
  

x x x

  

Área = 1 u.a. Área: 0,625 u.a. Área: 0,46875 u.a.

n = 8 retângulos n = 16 retângulos n = 32 retângulos


y y y
  

x x x

  

Área = 0,39844 u.a. Área = 0,36523 u.a. Área = 0,34912 u.a.

n = 64 retângulos n = 128 retângulos


y y

 

x x

 

Área = 0,34119 u.a. Área = 0,33725 u.a.

Analisando o número de retângulos e o valor da área, o que pode ser afirmado sobre a área limitada?
16

Definição: A área A da região S que está sob o gráfico de uma função contínua 𝑓 é o limite da soma das áreas
dos retângulos aproximantes 𝐴 :

𝐴 = lim → 𝐴 â = lim → 𝑓(𝑥 )∆𝑥 = lim → 𝑓(𝑥 )∆𝑥 + 𝑓(𝑥 )∆𝑥 + ⋯ + 𝑓(𝑥 )∆𝑥

Exemplo 2: Aplicando a definição de área para o exemplo 1, dividindo o intervalo [0,1] em n retângulos,
temos:

𝑓(𝑥) = 𝑥²

𝑏−𝑎 1
∆𝑥 = =
𝑛 𝑛
Para simplificar o processo, considera-se a altura 𝑓(𝑥) no extremo direito:

𝐴 = lim → 𝑓(𝑥 )∆𝑥 + 𝑓(𝑥 )∆𝑥 + ⋯ + 𝑓(𝑥 )∆𝑥

1 1 2 1 𝑛 1
= lim → 𝑓 +𝑓 + ⋯+ 𝑓
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛

1 1 2 1 𝑛 1
= lim → + +⋯+
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
1 1
= lim → . (1 + 2 + ⋯ + 𝑛²)
𝑛 𝑛²
Pode-se reescrever que a soma dos quadrados dos n primeiros inteiros positivos é dada por:

𝑛(𝑛 + 1)(2𝑛 + 1)
1 + 2 + ⋯+ 𝑛 =
6
Assim,

1 1 𝑛(𝑛 + 1)(2𝑛 + 1)
𝐴 = lim → .
𝑛 𝑛² 6
Reescrevendo a expressão e simplificando o que é possível, tem-se:

1 1 𝑛(𝑛 + 1)(2𝑛 + 1) 2𝑛 + 3𝑛 + 1
𝐴 = lim → . = lim →
𝑛 𝑛² 6 6𝑛²
Usando a regra de L’Hospital:

2𝑛 + 3𝑛 + 1 4𝑛 + 3 4 1
lim → = 𝐿′𝐻𝑜𝑠𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 = lim → = 𝐿′𝐻𝑜𝑠𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 = lim → =
6𝑛² 12𝑛 12 3

Portanto, a área tende à 𝑢. 𝑎.


17

Exemplo 3: Calcular a área delimitada pela reta 𝑦 = 2𝑥, pelo eixo 0x no intervalo [0,5].

a) Preenchendo a tabela com a função nos pontos indicados:

𝑥 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

𝑓(𝑥) = 2𝑥 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

b) Preenchendo a tabela, na linha 𝑥 sendo o ponto médio do intervalo dado, e calculando a imagem 𝑓(𝑐 )
destes pontos:

Intervalo: [0,1] [1,2] [2,3] [3,4] [4,5]

𝑥 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5

𝑓(𝑥 ) 1 3 5 7 9

c) Calculando a área de cada retângulo formado, sendo que A1 é a área do retângulo com base sobre [0,1] e
altura 𝑓(0,5).

A1 = 1 A2 = 3 A3 = 5 A4 = 7 A5 = 9 Ai = 25

d) Calculando a área delimitada pela reta 𝑦 = 2𝑥, pelo eixo 0x no intervalo [0,5], usando a fórmula da área
do triângulo no intervalo [0,5].

𝑏. ℎ 5.10
𝐴= = = 25
2 2

e) Por que a área calculada através de retângulos resultou igual a área calculada por geometria? Sugestão,
analise a partir do gráfico.

Usando o ponto médio tem-se a área do triângulo exata.

f) Expresse a área usando a definição de área 𝐴 = lim → ∑ 𝑓(𝑥 )∆𝑥.

5𝑖 5(𝑖 − 1)
+ 5 10𝑖 − 5 5
𝐴 = lim → 𝑓(𝑥 )∆𝑥 = lim → 𝑓 𝑛 𝑛 . = lim → 𝑓 .
2 𝑛 2𝑛 𝑛

2(10𝑖 − 5) 5 25
𝐴 = lim → . = lim → . (10𝑖 − 5)
2𝑛 𝑛 𝑛
18

2.4. INTEGRAL DEFINIDA OU INTEGRAL DE RIEMANN1

Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função definida em [𝑎, 𝑏]. Seja uma partição 𝑃 = [𝑥 , 𝑥 ], [𝑥 , 𝑥 ], . . . , [𝑥 , 𝑥 ] onde
𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏. Selecionando o intervalo [𝑥 , 𝑥 ], onde 𝑥 = 𝑥 – 𝑥 . Em cada subintervalo da
partição 𝑃 constrói-se um retângulo.

O k-ésimo retângulo tem base 𝑥 e se estende até o ponto (𝑐 , 𝑓(𝑐 )) no gráfico de 𝑓(𝑥). A altura desse
retângulo é |𝑓(𝑐 )| e sua área é: 𝛥𝐴 = |𝑓(𝑐 )| 𝛥𝑥 . A soma ∑ 𝛥𝐴 é chamada de soma de Riemann. Esta
soma representa a área aproximada entre o eixo 0x e função 𝑓(𝑥), desde que a função 𝑓 esteja acima do eixo
0x, em [𝑎, 𝑏].

Para obter a área exata é necessário fazer 𝛥𝑥 → 0 (base do retângulo tende a zero) ou 𝑛 → ∞ (o número de
retângulos tende a infinito) na soma de Riemann, ou seja, 𝐴 = 𝑙𝑖𝑚 ∑ 𝑓(𝑐 ) 𝛥𝑥 .

O limite aplicado a Soma de Riemann é a integral definida, expressa como:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑐 ). 𝛥𝑥


O cálculo da integral definida é simplificado utilizando o Teorema Fundamental do Cálculo, desde que
satisfaça a condição de continuidade.

Observação: Quando 𝑓(𝑥) é contínua por partes e positiva em [𝑎, 𝑏], interpretamos a integral definida como
a área entre o eixo 𝑥 e o gráfico. Se for negativa, para calcular a área é necessário avaliar a função por
intervalos.

1
Georg Friedrich Riemann (1826-1866)
19

2.5. TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO (TFC) – PARTE 01

Se 𝐹(𝑥) é uma primitiva da função 𝑓(𝑥) contínua em [𝑎, 𝑏], então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎)

Exemplos: Calcule as integrais definidas:

𝑥 1 0 1 7
4. (𝑥 + 3)𝑑𝑥 = + 3𝑥 = + 3.1 − + 3.0 = +3=
2 2 2 2 2

5. (𝑥 + 𝑥 − 3)𝑑𝑥

1
6. 𝑑𝑥
√1 − 𝑥

7. 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥
20

2.6 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO (TFC) – PARTE 02

Seja 𝑓(𝑥) uma função contínua em [𝑎, 𝑏].

Então, 𝐴(𝑥) = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 é a integral de 𝑓(𝑥), ou seja, 𝐴 (𝑥) = 𝑓(𝑥), ou equivalentemente,

𝑑
𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥)
𝑑𝑥

Além disso, satisfaz a condição Aa   0 .

Exemplo 8: Encontre a derivada de: 𝐴(𝑥) = ∫ √1 + 𝑡³𝑑𝑡 e calcule 𝐴’(2) e 𝐴(2).

Pelo TFC – Parte 02 – podemos concluir que 𝐴 (𝑥) = √1 + 𝑥³.

Em particular,

𝐴 (2) = √1 + 2³ = √1 + 8 = √9 = 3 e

𝐴(2) = 1 + 𝑡³𝑑𝑡 = 0

O TFC mostra que a integração e a derivação são operações inversas:

Pela TFC – parte 02, se começarmos com uma função contínua 𝑓(𝑥) e formarmos a integral ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡, então
obteremos de volta a função original f(x) por derivação:

𝑑
𝑓(𝑥) → 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 → 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥)
𝑑𝑥

Por outro lado, pelo TFC – parte 01, se primeiro derivarmos 𝑓(𝑥) e depois integrarmos, também voltamos a
obter 𝑓(𝑥), exceto pela constante de integração.

𝑓(𝑥) → 𝑓 (𝑥) → 𝑓 (𝑡)𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥) − 𝑓(𝑎)

Observação: A parte 02 do TFC parece menos útil do que a parte 01, pois não nos ajuda a calcular as integrais
diretamente. Porém, responde a uma pergunta básica: Qualquer função contínua 𝑓(𝑥) tem uma
antiderivada? Pelo teorema, a resposta é sim.

²
Exemplo 9: A antiderivada de 𝑒 é ∫ 𝑒 ² 𝑑𝑡, mesmo que não saibamos integrar essa função.
21

2.7 PROPRIEDADES DE INTEGRAL DEFINIDA

Além das propriedades de linearidade, que são válidas para integrais indefinidas, a saber:

𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥

𝑘. 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑘 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Podemos utilizar as propriedades:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Exemplos:
2𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 2
10. Aplique a propriedade 3 para ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, onde 𝑓(𝑥) = 2 , 𝑠𝑒 2 ≤ 𝑥 < 3
𝑐𝑜𝑠 , 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 3

𝜋𝑥
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2𝑥 𝑑𝑥 + 2 𝑑𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑑𝑥
6

11. Calcule

|𝑥 − 1|𝑑𝑥
𝑥 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1
Lembre-se que a função modular pode ser escrita como: |𝑥 − 1| = .
−(𝑥 − 1), 𝑠𝑒𝑥 < 1
22

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
definida de forma forma incorreta parcialmente: corretamente
RA1 coerente e precisa - usa a técnica errada - usa a técnica adequada aplicando o teorema
ID1.2 utilizando a técnica para resolver a integral 4 para resolver a integral, 7 fundamental do 10
adequada. - não utiliza o teorema mas calcula errado a cálculo
fundamental do cálculo primitiva nos intervalos de
integração

EXERCÍCIOS:
1. Utilizando as propriedades de integral definida e supondo que:
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 5 e ∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = 12
Determine:
a) ∫ 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥

b) ∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥

c) ∫ 𝑓(𝑥) + 4𝑔(𝑥)𝑑𝑥

d) ∫ 3𝑓(𝑥) − 5𝑔(𝑥)𝑑𝑥

2. Expresse cada item como uma única integral:

a) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

b) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

c) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

d) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

e) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥

3. Calcule as integrais, lembre-se que a função módulo deve ser escrita em várias sentenças:

a) ∫ |3 − 𝑥|𝑑𝑥

b) ∫ |2𝑥 − 4|𝑑𝑥

c) ∫ |𝑥² − 1|𝑑𝑥

d) ∫ |𝑥³|𝑑𝑥
23

4. Calcule as integrais:

a) ∫ 𝑥 𝑑𝑥

b) ∫ 𝑥³𝑑𝑥

c) ∫ (2𝑥 − 𝑥³)𝑑𝑥

d) ∫ − ³
𝑑𝑥

e) ∫ 𝑑𝑥

f) ∫ 𝑑𝑥

g) ∫ (2 − 𝑥) 𝑑𝑥

h) ∫ (1 − 𝑡 )𝑡 𝑑𝑡

5. Considere a figura a seguir, verifique que as duas partes do gráfico são semicírculos:

Estime o valor das integrais geometricamente, com base na figura.

a) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

b) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

c) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

d) ∫ |𝑓(𝑥)|𝑑𝑥
24

6. Analisando a área representada. Indique as integrais positivas e negativas e calcule as áreas, verifique se o
sinal está coerente com a integral.

a) ∫ (𝑥 − 𝑥²)𝑑𝑥

b) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Respostas:

1. a) 17 b) -12 c) 53 d) 45

2. a) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 b) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 c) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 d) ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

e) ∫ 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

3. a) 9 b) 2 c) 2 d)

4. a) b) 0 c) d)

e) 2 f) 𝜋 g) h) −

5. a) − b) c) d)

6. a) ∫ (𝑥 − 𝑥²)𝑑𝑥 = − e 𝐴 = 1 𝑢𝑎 b) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −2 e 𝐴 = 2 𝑢𝑎
25

2.8 CÁLCULO DE ÁREAS

Pode-se calcular áreas através das integrais definidas, ou seja:

𝐴= 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Vale ressaltar que a integral definida no intervalo [𝑎, 𝑏] somente representa a área entre a função 𝑓(𝑥) e o
eixo x, se a função for positiva.

Para determinar áreas, é possível integrar em relação a x e a y. Essa escolha depende da área, como pode ser
observado nas figuras a seguir:

a) Integrando em relação a x b) Integrando em relação a y

𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝐴 = ∫ 𝑓(𝑦)𝑑𝑦

Exemplo 12: A área definida pela função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 3𝑥 − 3, o eixo x e as retas 𝑥 = 2 e o eixo y, pode ser

expressa por ∫ (𝑥 + 3𝑥 − 3)𝑑𝑥?

Analisando o gráfico da função, percebe-se que uma parte da função está abaixo do eixo x. O que esse fato
pode afetar o cálculo da área?

Compare o valor de ∫ (𝑥 + 3𝑥 − 3)𝑑𝑥 com a área sombreada.

A integral ∫ (𝑥 + 3𝑥 − 3)𝑑𝑥 = . Esse valor é inferior a área sombreada!

A área deve ser expressa como uma soma de áreas, na qual a área abaixo do eixo

x é considerada negativa. Sabendo que a raiz que corta o eixo x é 𝑥 =

𝐴=− (𝑥 + 3𝑥 − 3)𝑑𝑥 + (𝑥 + 3𝑥 − 3)𝑑𝑥


𝐴 ≈ −(−1,269531) + 3,936191 ≈ 𝟓, 𝟐𝟎𝟓𝟕𝟐𝟐 𝒖. 𝒂.


26

Exemplos

13. Considere a área delimitada pelas retas 𝑥 = , 𝑥 = − , 𝑦 = 0 e a função 𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥, conforme a figura:

a) Calcule a área.

b) Verifique se a área obtida é coerente.

14. Considere a área delimitada pelo eixo dos 𝑦 e pela curva 𝑥 = 3𝑦 + 2 e pelas retas 𝑦 = −1 e 𝑦 = 2.

a) Calcule a área.

b) Verifique se a área obtida é coerente.


27

2.9 ÁREA ENTRE CURVAS

Seja S a região do plano delimitada pelas curvas 𝑦 = 𝑓(𝑥) e 𝑦 = 𝑔(𝑥) e as retas verticais 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏, onde
𝑓 e 𝑔 são funções contínuas tais que 𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥) para todo 𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏].

As figuras abaixo ilustram essas aproximações nos casos em que 𝑛 = 5, 𝑛 = 10 e 𝑛 = 20, respectivamente.

Intuitivamente, a aproximação melhora à medida que a quantidade de retângulos aumenta. Deste modo, a
área da região S é dada pelo seguinte limite:

𝐴 = lim [𝑓(𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )]∆𝑥


Ou seja, a área entre curvas pode ser definida por:

𝐴= [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥

De forma intuitiva, 𝐴 = ∫ 𝑦 −𝑦 𝑑𝑥.

De forma análoga, seja S a região do plano delimitada pelas curvas 𝑥 = 𝑓(𝑦) e 𝑥 = 𝑔(𝑦) e as retas horizontais
𝑦 = 𝑐 e 𝑦 = 𝑑, onde 𝑓 e 𝑔 são funções contínuas tais que 𝑓(𝑦) ≥ 𝑔(𝑦) para todo 𝑦 ∈ [𝑐, 𝑑]. A área pode ser
calculada

𝐴= [𝑓(𝑦) − 𝑔(𝑦)]𝑑𝑦

De forma intuitiva, 𝐴 = ∫ 𝑥 −𝑥 𝑑𝑦.


28

Exemplos

15. Calcule a área hachurada a seguir:

16. Considere a área hachurada a seguir:

a) Calcule a área

b) Verifique se a área obtida é coerente.


29

2.10 PROPRIEDADES DE FUNÇÃO PAR E ÍMPAR

Definição: Uma função f é denominada par quando 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), para todo x do 𝐷(𝑓), ou seja, o gráfico
possui simetria em relação ao eixo y.

Exemplos de funções pares: 𝑦 = 𝑥² e 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥.

Se 𝑓 é uma função par e contínua no intervalo [−𝑎, 𝑎] então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Definição: Uma função f é denominada ímpar quando 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥), para todo x do 𝐷(𝑓), ou seja, o
gráfico possui simetria em relação à origem.

Exemplos de funções ímpares: 𝑦 = 𝑥, 𝑦 = 𝑥³ e 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥.

Se 𝑓 é uma função ímpar e contínua no intervalo [−𝑎, 𝑎] então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0

 y

Exemplo 17:

𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 0

Devido a 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔 𝑥 ser uma função ímpar.

Percebe-se no gráfico ao lado, que as áreas são simétricas, mas em posições


opostas. 






Portanto, a integral se anula. 



Exemplo 18: Simplificando a integral:


𝜋𝑥 𝜋𝑥
𝑥 + cos 𝑑𝑥 = 2 𝑥 + cos 𝑑𝑥 
10 10

Observação: Essas propriedades simplificam as integrais, mas é necessário ter conhecimento sobre a função
ser par ou ímpar. Para o cálculo de área deve-se analisar o sinal da função.
30

Exemplo 19: Considere a região limitada entre o eixo Ox e a curva y(x) = sen x, no intervalo [-,].
y

     
 
     



a) Calcule a integral: ∫  𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 .

b) Calcule a área limitada pela figura.

c) Explique a diferença dos resultados do item (a) e do item (b).

d) Verifique se a área obtida no item (b) é coerente.


31

Exemplo 20: A integral representa uma área, utilize o esboço da função para sombrear a região contemplada.

Em seguida, determine a área sem calcular a integral.

𝑎) (1 + 2𝑥) 𝑑𝑥

𝑏) ∫ (1 + 9 − 𝑥²) 𝑑𝑥

𝑐) |𝑥| 𝑑𝑥
32

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Aplica a ferramenta Utiliza a integral para Utiliza a integral para Calcula a área
matemática calcular a área, mas calcular a área, mas corretamente,
adequada, calcula parcialmente. calcula esquecendo de observando o sinal
RA1
considerando o observar um dos itens: da função, função
ID1.1
contexto do
4
- o sinal da função;
7
superior e inferior,
10
problema com rigor - função superior e limites de integração.
matemático. inferior;
-limites de integração.
RA2 Interpreta a integral Interpreta 4 Interpreta parcialmente 7 Interpreta 10
ID2.1 definida como uma incorretamente corretamente,
área analisando os sinais
da integral
RA2 Verificar se a Faz análises 4 Faz analises 7 Analisa comparando 10
ID2.2 integral definida incorretas e sem parcialmente, áreas de forma
está correta muita conexão cometendo algum erro. adequada e as
fazendo análises propriedades.

EXERCÍCIOS:

1. Calcule as áreas delimitadas a seguir:

a)

b)

c)

2. Calcular a área delimitada pelas curvas 𝑦 = 4 – 𝑥 e 𝑦 = 8 – 2𝑥 . Esboce a área.

3. Calcular a área delimitada pelo eixo x, pela parábola 𝑦 = 𝑥 + 1 e pelas retas 𝑥 = − 1 e 𝑥 = 3.


33

4. Considere a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 2𝑥 − 4𝑥.


1
a) Calcule a integral  f ( x )dx .
2
b) Esboce a área da região limitada pelo gráfico de f e o eixo x e determine a sua área.

( )
5. Prove que a área do trapézio é dada por 𝐴 =
y

b )

h x

6. Achar a área da região limitada pelos gráficos de equações 𝑦 = 𝑥 + 2 e 𝑦 = 𝑥 .

7. Calcular a área da região entre a curva 𝑦 = 𝑥 − 6𝑥 + 8𝑥 e o eixo 0x.

8. Calcular a área da região limitada inferiormente pelo gráfico de 𝑦 = 𝑥 − 3𝑥 + 2 e limitada


superiormente pelo eixo x

9. Achar a área da região limitada pelos gráficos de equações 𝑥 = 𝑦 − 2𝑦 e 𝑥 = 2𝑦 – 3.

10. Calcular a área da região R limitada pelos gráficos das equações 𝑦 = 𝑥 − 4 e 𝑦 = 2𝑥.

11. Calcule a área delimitada pelas curvas 𝑦 = 8𝑥, 𝑦 = 𝑥 e 𝑦 = ². Verifique que nesse caso é necessário
dividir a área em duas partes.
34

Respostas:

1. a) u.a.
1. b) 102 u.a.
1. c) u.a.
2. u.a
3. u.a
4. a)
4. b) u.a.
6. u.a.
7. 8 u.a.
8. u.a.
9. u.a.
10. 18 u.a.
11. 6 u.a.
35

CAPÍTULO 03 – MUDANÇA DE VARIÁVEL


3.1. INTEGRAIS COM FUNÇÕES COMPOSTAS

Como poderia ser resolvida essa integral ∫(2𝑥 + 1) 𝑑𝑥 ?

Analise as integrais resolvidas a seguir, a partir da expansão da potência:

(2𝑥 + 1) = 2𝑥 + 1

(2𝑥 + 1) = 4𝑥 + 4𝑥 + 1

(2𝑥 + 1) = 8𝑥 + 12𝑥 + 6𝑥 + 1

(2𝑥 + 1) = 16𝑥 + 32𝑥 + 24𝑥² + 8𝑥 + 1

1 1 1
(𝟐𝒙 + 𝟏)𝟏 𝒅𝒙 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑐 = 𝑥 + 𝑥 + + 𝑐 = (4𝑥 + 4𝑥 + 1) + 𝑐 = (2𝑥 + 1) + 𝑐
4 4 4

4 4 1
(𝟐𝒙 + 𝟏)𝟐 𝒅𝒙 = (4𝑥 + 4𝑥 + 1 )𝑑𝑥 =
𝑥 + 2𝑥 + 𝑥 + 𝑐 = 𝑥 + 2𝑥 + 𝑥 + + 𝑐
3 3 6
1 1 1 1
= 4𝑥 + 6𝑥 + 3𝑥 + + 𝑐 = (8𝑥 + 12𝑥 + 6𝑥 + 1) + 𝑐 = (2𝑥 + 1) + 𝑐
3 2 6 6

(𝟐𝒙 + 𝟏)𝟑 𝒅𝒙 = (8𝑥 + 12𝑥 + 6𝑥 + 1 )𝑑𝑥 = 2𝑥 + 4𝑥 + 3𝑥 + 𝑥 + 𝑐


1 1
= 2𝑥 + 4𝑥 + 3𝑥 + 𝑥 + + 𝑐 = (16𝑥 + 32𝑥 + 24𝑥 + 8𝑥 + 1) + 𝑐
8 8
1
= (2𝑥 + 1) + 𝑐
8

Avaliando as integrais de funções compostas obtidas, como ficaria a integral:

(𝟐𝒙 + 𝟏)𝟏𝟎𝟎 𝒅𝒙 =
36

3.2. MÉTODO DA MUDANÇA DE VARIÁVEL PARA INTEGRAL INDEFINIDA

Sejam 𝑓(𝑥) e 𝐹(𝑥) duas funções tais que 𝐹 (𝑥) = 𝑓(𝑥). Supondo que 𝑔 seja uma função derivável tal que a
imagem de 𝑔 esteja contida no domínio de 𝐹. Pode-se considerar a função composta 𝐹°𝑔.

Pela regra da cadeia, tem-se:

𝐹 𝑔(𝑥) = 𝐹 𝑔(𝑥) . 𝑔 (𝑥) = 𝑓 𝑔(𝑥) . 𝑔′(𝑥)

Desta forma,

𝑓 𝑔(𝑥) . 𝑔′(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹 𝑔(𝑥) + 𝑐

Pode-se fazer uma troca de variáveis, fazendo 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑑𝑢 = 𝑔′(𝑥)𝑑𝑥, assim:

𝑓 𝑔(𝑥) . 𝑔′(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑢) 𝑑𝑢 = 𝐹(𝑢) + 𝑐

Observação: Após a integração é necessário fazer a substituição para voltar a variável 𝑥, ou seja, 𝑢 = 𝑔(𝑥).

EXEMPLO 1: Calcule as integrais indefinidas usando a mudança de variável adequada para tornar a integral
mais simples e verifique se o resultado obtido está correto, usando derivadas:

𝑎. (3𝑥 + 1) 𝑑𝑥

𝑥
𝑏. 𝑑𝑥
𝑥 +1
37

3.3. MÉTODO DA MUDANÇA DE VARIÁVEL PARA INTEGRAL DEFINIDA

Supondo que 𝑔 seja uma função derivável em [a,b] e 𝑔′ seja contínua em [a,b] tal que:

𝑓 𝑔(𝑥) . 𝑔′(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹 𝑔(𝑥) + 𝑐

Para o cálculo da integral definida no intervalo [a,b] faz-se:


( )

𝑓 𝑔(𝑥) . 𝑔′(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑢) 𝑑𝑢


( )

Ou seja, é necessário fazer a mudança nos intervalos de integração. Após o cálculo da integral, aplica-se o
TFC direto, sem necessidade de refazer a substituição.

EXEMPLO 2: Calcule as integrais definidas usando a mudança de variável adequada para tornar a integral
mais simples.

𝑎) 𝑠𝑒𝑛 (5𝑥) 𝑑𝑥

1
𝑏) 𝑑𝑥
𝑥. ln 𝑥
38

Exemplo 3: Nem sempre durante a substituição todos os elementos são eliminados, então, é necessário isolar
um elemento e substituí-lo na sequência. Calcule a integral:
𝑥
𝑑𝑥
√𝑥 + 1

Exemplo 4: Para integrar algumas funções, pode ser necessário multiplicá-la por algum termo de modo a
transformá-la numa expressão que tenha alguma substituição imediata, consequentemente, seja mais fácil
de integrar. Calcule as integrais:

1
𝑎) 𝑑𝑥
e +1

Sugestão: Multiplique a expressão por e escolha a função 𝑢

𝑥
𝑏) 𝑑𝑥
√1 − 𝑥
Sugestão: Avalie bem a substituição.
39

Exemplo 5: Para integrar algumas funções trigonométricas utilizam-se as relações trigonométricas:

𝑎) 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

b) Verifique que a integral ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥| + 𝑐 está correta, usando derivação.

𝑐) 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

Substituindo 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 =

Tem-se que: ∫ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥

Escolhendo 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥, tem-se 𝑑𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥, assim:


𝑐𝑜𝑠 𝑥 1
𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑢| + 𝑐 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛 𝑥| + 𝑐
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑢
Portanto,

𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛 𝑥| + 𝑐
40

𝑑) 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

Note que (sec 𝑥 + 𝑡𝑔𝑥) = sec 𝑥 . 𝑡𝑔𝑥 + sec 𝑥.

𝑒) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

Nesse caso, a substituição 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = , não permite usar a substituição, como no item anterior.

Como (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥) = − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 e (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥) = − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐² 𝑥

A estratégia é multiplicar a expressão por .

.
Logo, ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥. 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥

Escolhendo 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥, tem-se 𝑑𝑢 = − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥, assim:

𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 1


𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑢| + 𝑐 = 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥| + 𝑐
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑢

Portanto,

𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥| + 𝑐

Observação: as integrais de 𝑡𝑔 𝑥, 𝑠𝑒𝑐 𝑥, 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 e 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 são integrais que precisam ser resolvidas usando
a mudança de variáveis.
41

3.4. AJUSTE DO TRINÔMIO OU COMPLETAR QUADRADOS

Pode ser necessário ajustar o trinômio de duas formas para poder integrar:
a) Trinômio quadrado perfeito
Exemplos:
 𝑥 + 2𝑥 + 1 = (𝑥 + 1)
 𝑥 − 4𝑥 + 4 = (𝑥 − 2)

b) Trinômio ajustável a quadrado perfeito


Exemplos:
 𝑥 + 2𝑥 − 3 = 𝑥 + 2𝑥 + 1– 1– 3 = (𝑥 + 1) − 4 = (𝑥 + 1) − 2² 𝑢²– 𝑎²

(𝑥 + 1)²

 1 + 5𝑥 − 𝑥 = 1 − (𝑥 – 5𝑥) = 1 − 𝑥 − 5𝑥 + − = − 𝑥−  𝑎 − 𝑢²

𝑥−

Exemplo 6: Calcule as integrais usando o ajuste dos polinômios:


2
𝑎) 𝑑𝑥
√5 + 4𝑥 − 𝑥
A expressão 4𝑥 − 𝑥 indica uma parte de um trinômio quadrado perfeito.

Primeiramente, é necessário verificar o sinal: −(𝑥 − 4𝑥).

Em seguida, ajustar o trinômio, de forma que se tenha um trinômio quadrado perfeito e o termo adicional
para que a expressão não se altere: 𝑥 − 4𝑥 + 4 − 4 = (𝑥 − 2) − 4.

Reescrevendo a expressão, tem-se: 5 + 4𝑥 − 𝑥 = 5 − ((𝑥 − 2) − 4) = 9 − (𝑥 − 2) .

Retornando a integral: ∫ 𝑑𝑥, fazendo a substituição: 𝑢 = 𝑥 − 2, então, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥.


( )

2 1 𝑢 𝑥−2
𝑑𝑥 = 2 𝑑𝑢 = 2 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 + 𝑐 = 2 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐
√5 + 4𝑥 − 𝑥 3² − 𝑢 3 3

Portanto, ∫ √ 𝑑𝑥 = 2 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐

1
𝑏) 𝑑𝑥
𝑥 + 6𝑥 + 10
42

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
RA1 Aplica a ferramenta Utiliza a integral para 4 Utiliza a integral para 7 Calcula a área 10
ID1.1 matemática calcular a área, mas calcular a área, mas corretamente,
adequada, calcula parcialmente. calcula esquecendo de observando o sinal
considerando o observar um dos itens: da função, função
contexto do - o sinal da função; superior e inferior,
problema com rigor - função superior e limites de integração.
matemático. inferior;
-limites de integração.
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
de forma coerente e forma incorreta parcialmente. corretamente
RA1
ID1.2
precisa utilizando a 4 7 10
técnica adequada.

RA2 Interpreta a integral Interpreta 4 Interpreta parcialmente 7 Interpreta 10


ID2.1 definida como uma incorretamente corretamente,
área analisando os sinais
da integral
RA2 Verificar se a Deriva a função de 4 Deriva a função 7 Deriva a função 10
ID2.2 integral está correta forma incorreta. parcialmente, corretamente
usando derivadas. cometendo algum erro.

EXERCÍCIOS:

1. Resolva as integrais indefinidas e verifique o resultado usando derivadas.

a) ∫ √2𝑥 − 1 𝑑𝑥

b) ∫ √ 𝑑𝑥
c) ∫(4𝑥 + 5) 𝑑𝑥

d) ∫ 𝑒 𝑑𝑥

e) ∫ 𝑑𝑥

f) ∫ 𝑐𝑜𝑠(8 𝑥) 𝑑𝑥

2. Calcule as integrais usando mudança de variável:

a) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑥 𝑑𝑥

b) ∫ √1 + 3𝑥 𝑑𝑥

c) ∫ 𝑑𝑥

d) ∫ √
𝑑𝑥

e) ∫ 𝑡𝑔(𝑥) 𝑑𝑥
43

3. Calcule a área sombreada da figura a seguir:

a) b)

4. Calcular a área delimitada pela parábola y2 = 2x – 2 e pela reta y = x – 5.

5. Integre as funções trigonométricas, nesse caso, serão necessárias duas substituições.

a) ∫ 𝑡𝑔 (5𝑥) 𝑑𝑥
b) ∫ 𝑐𝑜𝑡𝑔(5𝑥 + 2)𝑑𝑥
c) ∫ sec(2𝑥)𝑑𝑥

6. Resolva as seguintes integrais fazendo as mudanças de variáveis conforme a necessidade, que não são tão
obvias, em seguida, verifique o resultado usando derivadas:
/
a) ∫ 𝑑𝑥 = −𝑒 /
+𝑐
√ /
b) ∫ 𝑑𝑥 = 1 + √𝑥 +𝑐


c) ∫ 𝑑𝑥 = −2𝑐𝑜𝑠 √𝑥 + 𝑐


d) ∫ 𝑑𝑥 = 2𝑙𝑛 𝑠𝑒𝑐 √𝑥 + 𝑡𝑔 √𝑥 +𝑐

e) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑡𝑔𝑥) + 𝑐

f) ∫ √
= 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐(𝑥 ) + 𝑐
√ √
g) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐
√ √
h) ∫ 𝑑𝑥 = +𝑐

44

7. Resolva as seguintes integrais fazendo manipulações algébricas e as mudanças de variáveis conforme a


necessidade, em seguida, verifique o resultado usando derivadas:

a) ∫ 𝑥 𝑒 + 2 𝑑𝑥 = 𝑒 +𝑥 +𝑐
b) ∫ 𝑎 𝑒 𝑑𝑥 = +𝑐
c) ∫ 𝑑𝑥 = (2 + 𝑙𝑛𝑥) + 𝑐
d) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑙𝑛(𝑥 + 1) + 𝑐
e) ∫ 𝑑𝑥 = + 𝑙𝑛(2𝑥 + 3) + 𝑐
f) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑐𝑥| + 𝑐
g) ∫ .
= 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛𝑥| + 𝑐

h) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔𝑥 + 𝑐
i) ∫ ( )
= 𝑡𝑔(3𝑥) + 𝑐

j) ∫ = −𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐𝑥 + 𝑐
k) ∫ ( )
= − 𝑐𝑜𝑡𝑔(5𝑥) + 𝑐

l) ∫ 𝑡𝑔(2𝑥) + 𝑠𝑒𝑐(2𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔(2𝑥) + 𝑠𝑒𝑐(2𝑥) − 𝑥 + 𝑐


m) ∫(𝑡𝑔(2𝑥) − 1) 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔(2𝑥) + 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠(2𝑥)| + 𝑐
( )
n) ∫ ( )
𝑑𝑥 = −𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + 𝑐

o) ∫ = −𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥 − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐𝑥 + 𝑐

8. Resolva as seguintes integrais fazendo ajustes dos trinômios quadrados e as mudanças de variáveis
conforme a necessidade, em seguida, verifique o resultado usando derivadas:

a) ∫ ( )√
𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐 +𝑐

b) ∫ = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐

c) ∫ √ = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐

d) ∫ √
= 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐 +𝑐

e) ∫ √ = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐

f) ∫ = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐
√ √

g) ∫ √ = 𝑙𝑛 𝑥 − 2 + √𝑥 − 4𝑥 + 5 + 𝑐

h) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|𝑥 − 4𝑥 + 8| + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐
45

9. Resolva as seguintes integrais fazendo as mudanças de variáveis conforme a necessidade, em seguida,


verifique o resultado usando derivadas:
( )
a) ∫(5𝑥 − 2) 𝑑𝑥 = +𝑐
( )
b) ∫(8𝑥 + 3) = +𝑐
( )
c) ∫(6𝑥 − 2) 𝑑𝑥 = +𝑐

d) ∫ √2 + 5𝑥 𝑑𝑥 = (2 + 5𝑥) + 𝑐

e) ∫ √ 𝑑𝑡 = √𝑎 + 𝑡 + 𝑐
/ /
f) ∫ / 𝑑𝑥 = − 𝑎 /
−𝑥 /
+𝑐

g) ∫ √ = −3√1 − 𝑥 + 𝑐

√ √
h) ∫ 𝑑𝑥 = − √𝑎 − √𝑥 +𝑐

i) ∫ 𝑥 √1 − 𝑥 𝑑𝑥 = − (1 − 𝑥 ) /
+𝑐

j) ∫ √ 𝑑𝑥 = √𝑥 + 3𝑥 + 𝑐

k) ∫ 𝑥 (𝑎 + 𝑏 𝑥 ) /
𝑑𝑥 = − √
+𝑐

l) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(𝑥 + 2𝑥 + 3) + 𝑐

m) ∫(𝑒 + 1) 𝑒 𝑑𝑥 = (𝑒 + 1) + 𝑐

n) ∫ 𝑎 (𝑥 − 1)𝑑𝑥 = +𝑐

o) ∫ 𝑥 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑒 +𝑐

p) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(𝑥 + 3) + 𝑐

q) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛 √4𝑥 + 1 + 𝑐

r) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(3𝑥 + 4) + 𝑐

s) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(𝑎 + 𝑏𝑒 ) + 𝑐

t) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(𝑒 + 1) + 𝑐

u) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛(𝑒 + 2𝑥) + 𝑐

v) ∫ ( )
𝑑𝑡 = − ( )
+𝑐
46

10. Resolva as seguintes integrais envolvendo funções trigonométricas fazendo as mudanças de variáveis
conforme a necessidade, em seguida, verifique o resultado usando derivadas:

a) ∫ 𝑥 𝑠𝑒𝑛(3𝑥 )𝑑𝑥 = − 𝑐𝑜𝑠(3𝑥 ) + 𝑐

b) ∫ 𝑐𝑜𝑠(2𝑥 + 4)𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑥 + 4) + 𝑐

c) ∫ 𝑥 𝑡𝑔(5𝑥 ) 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑐(5𝑥 )| + 𝑐

d) ∫ 𝑠𝑒𝑐 (4𝑥)𝑑𝑥 = 𝑡𝑔(4𝑥) + 𝑐

e) ∫ 𝑠𝑒𝑐(2𝑥)𝑡𝑔(2𝑥)𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐(2𝑥) + 𝑐

f) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐𝑥 + 𝑐

g) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑐𝑜𝑠𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐

h) ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑥 √1 − 𝑐𝑜𝑠𝑥 𝑑𝑥 = (1 − 𝑐𝑜𝑠𝑥) /


+𝑐
( ) ( )
i) ∫ 𝑒 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)𝑑𝑥 = − 𝑒 +𝑐

j) ∫ 𝑒 𝑠𝑒𝑐 𝑥𝑑𝑥 = 𝑒 +𝑐
k) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|1 − 𝑐𝑜𝑠𝑥| + 𝑐
( ) ( )
l) ∫ ( )
𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|3𝑠𝑒𝑐(2𝑥) − 𝑎| + 𝑐

Respostas:

1. 𝑎) (2𝑥 − 1) + 𝑐 𝑏) − √1 − 4𝑥 + 𝑐 𝑐) (4𝑥 + 5) +𝑐 𝑑) − 𝑒 +𝑐

( )
𝑒) 𝑥 − 4𝑒 +𝑐 𝑓) +𝑐

2. a) b) 26 c) 2 d) 6 e) 𝑙𝑛 2

3. a) 𝑢. 𝑎. b) 𝑢. 𝑎.

4. 18 u.a.
| ( )| | ( )| | ( ) ( )|
5.𝑎) +𝑐 𝑏) − +𝑐 𝑐) +𝑐
47

CAPÍTULO 04 – INTEGRAÇÃO POR PARTES


Exemplo 1: Resolva a integral ∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛(𝑥 ) 𝑑𝑥

Exemplo 2: Resolva a integral ∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥, usando a mesma estratégia do exemplo anterior. É possível?

A integração do produto de funções nem sempre é direta.

Aplica-se a técnica de integração por partes, geralmente quando as funções integrandas constituem:
produtos, funções trigonométricas, funções exponenciais ou funções logarítmicas.

Por exemplo: ∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥, ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥, ∫ 𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥, ∫ 𝑥. ln 𝑥 𝑑𝑥

Demonstração da fórmula da integração por partes

Fazendo a diferenciação da função produto 𝑦 = 𝑢. 𝑣 , tem-se:

𝑑𝑦 = 𝑢𝑑𝑣 + 𝑣𝑑𝑢

Integrando os dois membros da diferencial, tem-se:


𝑑𝑦 = 𝑢𝑑𝑣 + 𝑣𝑑𝑢

𝑦= 𝑢𝑑𝑣 + 𝑣𝑑𝑢
Isolando o termo ∫ 𝑢𝑑𝑣, tem-se:
𝑢𝑑𝑣 = 𝑦 − 𝑣𝑑𝑢
Portanto:
𝒖𝒅𝒗 = 𝒖. 𝒗 − 𝒗𝒅𝒖

O objetivo de usar a integração por partes é reescrever a integral em outra integral ∫ 𝑣𝑑𝑢, que se conheça
um método de integrar. Para isso, é essencial a escolha adequada de 𝑢 e 𝑑𝑣.
48

Exemplo 1: Calcule ∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 .

Faz-se a escolha de 𝒖 𝑒 𝒅𝒗: 𝑢 = 𝑥  𝑑𝑢 = 𝑑𝑥

𝑑𝑣 = 𝑒 𝑑𝑥  𝑣 = 𝑒 (

Aplicando ∫ 𝑢𝑑𝑣 = 𝑢. 𝑣 − ∫ 𝑣𝑑𝑢, tem-se:

𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑥. 𝑒 − 𝑒 𝑑𝑥

∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑥. 𝑒 − 𝑒 ,

Portanto,

𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑒 (𝑥 − 1) + 𝑐

Observações:
 A constante de integração sempre é colocada no final da integração, ou seja, menospreza-se a
constante em 𝑣 .
 A escolha de 𝑢 e 𝑑𝑣 podem complicar a integração
Exemplo: se na integral ∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 fosse escolhido 𝑑𝑣 = 𝑥 𝑑𝑥 e 𝑢 = 𝑒 , a integral ficaria:
𝑥² 𝑥²
𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥 = . 𝑒 − . 𝑒 𝑑𝑥
2 2
²
E a integral ∫ . 𝑒 𝑑𝑥 não é mais simples de resolver: não pode ser resolvida de forma imediata e
nem por mudança de variável.

Esquema para a escolha de u e dv

Considere o acróstico LIATE, no qual as iniciais representam os diferentes tipos de funções.

Uma estratégia que funciona bem é, ao realizar uma integração por partes, escolher, dentre as duas funções
que aparecem sob o sinal de integral:
 como função u: a função cuja letra inicial de caracterização posiciona-se mais à esquerda;
 como diferencial dv: a função cuja letra inicial de caracterização posiciona-se mais à direita.

Observação: Esse esquema auxilia na resolução da maioria das integrais. Caso esse esquema não seja
aplicável, deve-se escolher dv a função que se conheça a integração, ou seja, que seja possível integrar usando
alguma técnica de integração. E também, avaliar se a nova integral ficará mais simples.
49

Exemplo 2: Calcule ∫ 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥.

Faz-se a escolha de 𝒖 𝑒 𝒅𝒗 𝑢 = 𝑥  𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥


𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥  𝑣 = −𝑐𝑜𝑠𝑥
Aplicando ∫ 𝑢𝑑𝑣 = 𝑢. 𝑣 − ∫ 𝑣𝑑𝑢, tem-se:

𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 (− 𝑐𝑜𝑠 𝑥) − (− 𝑐𝑜𝑠 𝑥)2𝑥𝑑𝑥

∫ 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 ∫ 𝑥𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥


Deve-se aplicar novamente a técnica de integração por partes para calcular ∫ 𝑥𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥
Faz-se a escolha de 𝒖 𝑒 𝒅𝒗 𝑢 = 𝑥  𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝑑𝑣 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥  𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥

𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 𝑥𝑠𝑒𝑛𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Portanto,

𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐

Exemplo 3: Calcule ∫ 𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥.

Faz-se a escolha de 𝒖 𝑒 𝒅𝒗 𝑢 = 𝑒  𝑑𝑢 = 2𝑒 𝑑𝑥
𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥  𝑣 = −𝑐𝑜𝑠𝑥

𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 (− 𝑐𝑜𝑠 𝑥) − (− 𝑐𝑜𝑠 𝑥)2𝑒 𝑑𝑥

𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

Deve-se aplicar novamente a técnica de integração por partes para calcular ∫ 𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥:
Faz-se a escolha de 𝒖 𝑒 𝒅𝒗 𝑢 = 𝑒  𝑑𝑢 = 2𝑒 𝑑𝑥
𝑑𝑣 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥  𝑣 = 𝑠𝑒𝑛𝑥

𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 𝑒 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 .2𝑒 𝑑𝑥

𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2𝑒 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 4 𝑒 . 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Note que a nova integral é a mesma do início, então, isola-se a integral:

5 𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = −𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2𝑒 𝑠𝑒𝑛 𝑥

Portanto,
1
𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = (2𝑒 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥) + 𝑐
5
50

Exemplo 4: Considere a integral ∫ 𝑥 . 𝑙𝑛 𝑥 𝑑𝑥

a) Calcule a integral.

b) Verifique se está correta utilizando a derivada.

Exemplo 5: Calcule ∫ 𝑥 𝑒 𝑑𝑥
51

Exemplo 6: Calcule ∫ 𝑙𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥

/
Exemplo 7: Calcule ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥
52

Exemplo 8: Considere a integral ∫ 𝑒 . 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

a) Calcule a integral.

b) Verifique se está correta utilizando a derivada.


53

Exemplo 9: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥


54

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
RA1 de forma coerente e forma incorreta parcialmente. corretamente
ID1.2 precisa utilizando a
4 7 10
técnica adequada.
RA2 Verificar se a Deriva a função de 4 Deriva a função 7 Deriva a função 10
ID2.2 integral está correta forma incorreta. parcialmente, corretamente
usando derivadas. cometendo algum erro.

EXERCÍCIOS:
1. Resolva as integrais por partes, e em seguida, verifique se está correta utilizando a derivada.
a) ∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥
b) ∫ √𝑥 . 𝑙𝑛𝑥 𝑑𝑥
c) ∫ 𝑙𝑛(𝑥 + 1)𝑑𝑥
d) ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥
e) ∫ 𝑡 𝑒 𝑑𝑡
f) ∫ 𝑥𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

2. Calcule as integrais definidas, usando a integração por partes:

a) ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥

b) ∫ 𝑥 𝑒 𝑑𝑥
/
c) ∫ 𝑥 𝑡𝑔²𝑥 𝑑𝑥

d) ∫ 𝑥 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) 𝑑𝑥

e) ∫ 𝑥 arcsec 𝑥 𝑑𝑥

y
3. Determine a área da região delimitada pela curva 𝑦 = 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 e 

pelo eixo das abscissas para: 


a) 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝜋; 

b) 𝜋 ≤ 𝑥 ≤ 2𝜋; 


c) 2𝜋 ≤ 𝑥 ≤ 3𝜋;

d) Determine a área entre a curva 𝑦 e o eixo das abscissas para 


x
𝑛𝜋 ≤ 𝑥 ≤ (𝑛 + 1)𝜋, sendo 𝑛 um número arbitrário não negativo?
  









55

4. Resolva as integrais por partes, caso seja necessário utilize mudança de variável.
a) ∫ 𝑥 . 𝑐𝑜𝑠𝑥 𝑑𝑥
b) ∫ 𝑥 𝑠𝑒𝑛 (5𝑥) 𝑑𝑥
c) ∫ ln(1 − 𝑥) 𝑑𝑥
d) ∫(𝑥 + 1)cos (2𝑥) 𝑑𝑥
e) ∫ 𝑥 𝑙𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥
f) ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑡𝑔 (2𝑥) 𝑑𝑥
g) ∫ 𝑙𝑛 (2𝑥) 𝑑𝑥
h) ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (𝑎𝑥)𝑑𝑥
i) ∫(𝑥 − 1)𝑒 𝑑𝑥
j) ∫(𝑥 − 1)𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

5. Integre por partes, nesse caso é necessário aplicar mais de uma vez a técnica de integração por partes.
a) ∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥
b) ∫ 𝑥 . 𝑎 𝑑𝑥
c) ∫ 𝑥 cos(𝑎𝑥) 𝑑𝑥
d) ∫ 𝑥 𝑠𝑒𝑛4𝑥 𝑑𝑥

6. Integre por partes, avaliando a melhor escolha de u e dv


a) ∫ 𝑥 . 𝑒 𝑑𝑥
b) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥
c) ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥
d) ∫ 𝑥 √1 − 𝑥 𝑑𝑥

7. As integrais a seguir possuem processos cíclicos, integre por partes e isole o termo inicial.
a) ∫ 𝑒 . 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥
b) ∫ cos 𝑥 . cos 2𝑥 𝑑𝑥
c) ∫ 𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑑𝑥

d) ∫ 𝑒 𝑠𝑒𝑛(𝑏𝑥)𝑑𝑥
e) ∫ 𝑒 cos 4𝑥 𝑑𝑥
56

Respostas:
1.
a) −𝑥𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐
b) √𝑥 𝑙𝑛𝑥 − √𝑥 + 𝑐
c) 𝑥. ln(𝑥 + 1) − 2𝑥 + 2𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑐
d) 𝑥. 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 − ln(1 + 𝑥 ) + 𝑐
e) 𝑡− +𝑐
f) −𝑥𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥 + 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛𝑥| + 𝑐
√ ² √
2a) ln 4 − b) 1 − 5𝑒 c) − ln 2 − d) e)

3a) 𝜋 𝑢. 𝑎. b) 3𝜋 𝑢. 𝑎. c) 5𝜋 𝑢. 𝑎. d) (2𝑛 + 1)𝜋 𝑢. 𝑎.


4.
a) 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + cos 𝑥 + 𝑐
b) − 𝑐𝑜𝑠5𝑥 + 𝑠𝑒𝑛5𝑥 + 𝑐
c) (𝑥 − 1) ln(1 − 𝑥) − 𝑥 + 𝑐
d) 𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 𝑐𝑜𝑠2𝑥 + 𝑐
e) 𝑙𝑛3𝑥 − +𝑐
f) 𝑥. 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑡𝑔2𝑥 + ln(1 + 4𝑥 ) + 𝑐
g) 𝑥[𝑙𝑛 2𝑥 − 3𝑙𝑛 2𝑥 + 6𝑙𝑛2𝑥 − 6] + 𝑐
h) 𝑥 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑎𝑥 − 𝑙𝑛(1 + 𝑎 𝑥 ) + 𝑐
i) −𝑥𝑒 + 𝑐
j) (𝑥 − 1)𝑡𝑔𝑥 + 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠𝑥| + 𝑐
5.
a) (𝑥 − 2𝑥 + 2)𝑒 + 𝑐
. .
b) − + +𝑐
c) 𝑠𝑒𝑛(𝑎𝑥) + cos(𝑎𝑥) − 𝑠𝑒𝑛(𝑎𝑥) + 𝑐
d) − cos 4𝑥 + 𝑥 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 + cos 4𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 + 𝑐
6.
a) (𝑥 − 1) + 𝑐
b) 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + +𝑐
c) − 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐𝑥 𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥 + 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐𝑥 − 𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥| + 𝑐
d) − (1 − 𝑥 )√1 − 𝑥 − (1 − 𝑥 ) √1 − 𝑥 + 𝑐
7.
a) 𝑒 (−2𝑠𝑒𝑛 𝑥 − cos 𝑥) + 𝑐
b) cos 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐
c) 𝑒 𝑠𝑒𝑛 + 2𝑐𝑜𝑠 +𝑐
d) − cos(𝑏𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(𝑏𝑥) + 𝑐
e) 𝑒 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 + 𝑒 𝑐𝑜𝑠 4𝑥 + 𝑐
57

CAPÍTULO 5: VOLUME DE SÓLIDO DE REVOLUÇÃO


Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥), definida e contínua em [𝑎, 𝑏], cujo gráfico é a curva c.

Se essa curva c ou a região R for rotacionada em torno de um dos eixos ou em torno de uma reta qualquer,
vamos obter um sólido tridimensional, chamado de sólido de revolução. Vamos obter o volume desses sólidos
pelo método do disco, por cascas cilíndricas e pela área da seção transversal.

5.1 SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: CÁLCULO DE VOLUMES POR SECÇÃO OU POR FATIAMENTO

Há problemas em que observamos que temos um sólido compreendido entre dois planos paralelos e que é
conhecida a área da secção transversal obtida por um plano qualquer paralelo aos planos inicialmente
dados, então o volume do sólido é dado por:

𝑉 = ∫ 𝐴(𝑥)𝑑𝑥 ou 𝑉 = ∫ 𝐴(𝑦)𝑑𝑦

Conforme a secção transversal seja perpendicular ao eixo x ou y, respectivamente.

Exemplo 1: Utilizando o método da seção transversal, mostre que o volume de uma esfera é 𝑉 = 𝜋𝑅 .

Note que a área da secção transversal é 𝐴(𝑥) = π(𝑟² − 𝑥²).


58

5.2 SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: O MÉTODO DO DISCO

CASO 1: Sólido de revolução obtido pela rotação da região em torno do eixo 0x

𝑓(𝑥 )

Δ𝑥
Note que o volume do cilindro elementar é:

∆𝑉 = π𝑅 ℎ

∆𝑉 = π𝑓(𝑥 ) ∆𝑥

𝑉 = lim 𝜋𝑓(𝑥 ) ∆𝑥𝑖


𝑉=π 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥

Exemplo 2: A região entre a curva 𝑦 = √𝑥, 0 ≤ 𝑥 ≤ 4, e o eixo x gira em torno desse eixo para gerar um
sólido. Determine seu volume.
59

CASO 2: Sólido de revolução obtido pela rotação da região em torno do eixo 0y

Δ𝑦

𝑓(𝑦 )
De modo análogo ao caso anterior pode-se então escrever:

𝑉=π 𝑓(𝑦) 𝑑𝑦

Exemplo 3: Determine o volume do sólido obtido com a rotação, em torno do eixo y, da região compreendida
entre o eixo y e a curva 𝑥 = , 1 ≤ 𝑦 ≤ 4.
60

Mapa mental dos métodos de cálculo de volumes pelo método dos discos:

Área limitada:
 Inferiormente pelo eixo 𝑥 Rotação

 Superiormente por 𝑓(𝑥) 𝑉=𝜋 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥


Eixo x
 Esquerda 𝑥 = 𝑎 e direita 𝑥 = 𝑏
Volumes
Método dos discos
Área limitada:
 Lateral esquerda eixo 𝑦 Rotação

 Lateral direita por 𝑓(𝑦) 𝑉=𝜋 𝑓(𝑦) 𝑑𝑦


Eixo y
 Inferior 𝑦 = 𝑐 e superior 𝑦 = 𝑑

O método dos discos se aplica em todos os problemas?

Não, alguns problemas de volume são muito difíceis de resolver pelo método do disco.

Por exemplo, considere o problema de encontrar o volume de um sólido obtido pela rotação em torno do eixo
y da região delimitada por 𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 e 𝑦 = 0.

Se fatiar perpendicularmente o eixo y, obtém-se uma arruela. No entanto,


para calcular os raios interno e externo da arruela, é necessário resolver a
equação cúbica 𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 para x em termos de y, o que não é fácil.

Para isso, existe o método das cascas cilíndricas, que é mais fácil de usar em
casos como esse. Pode-se imaginar o sólido como sendo constituído por
cascas cilíndricas (J. Stewart).

5.2 SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: O MÉTODO DA CASCA CILÍNDRICA

CASO 3: Casca cilíndrica: sólido de revolução obtido pela rotação em torno do eixo 0y, mas com a região
voltada para o eixo 0x

Considere S o sólido obtido pela rotação em torno do eixo y da região delimitada por 𝑦 = 𝑓(𝑥), onde
𝑓(𝑥)  0, 𝑦 = 0, 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏, onde 𝑏 > 𝑎  0, conforme a figura a seguir:
61

Dividindo o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos [𝑥 , 𝑥 ] da mesma largura 𝑥 e consideramos 𝑥 o ponto


médio do i-ésimo subintervalo.

Se o retângulo com base [𝑥 , 𝑥 ] e altura é girado ao redor do eixo y, então o resultado é uma casca cilíndrica
com raio médio 𝑥 , altura 𝑓(𝑥 ), e espessura x, conforme a figura:

O volume de cada uma das cascas é dado por: ∆𝑉 = 𝑉 −𝑣

∆𝑉 = π𝑥 𝑓(𝑐 ) − π𝑥 𝑓(𝑐 ) = π𝑓(𝑐 )(𝑥 − 𝑥 )


(𝑥 + 𝑥 )
∆𝑉 = π𝑓(𝑐 )(𝑥 + 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 ) = 2π𝑓(𝑐 ) (𝑥 − 𝑥 )
2
Mas, 𝑐 = e ∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥 . Assim, 𝑉 = lim ∑ 2𝜋𝑐 𝑓(𝑐 )∆𝑥

𝑉 = 2𝜋 𝑥𝑓(𝑥)𝑑𝑥

A melhor maneira de lembrar dessa fórmula é pensar em uma casca típica, cortada e achatada como na
figura abaixo, com raio x, circunferência 2𝜋𝑥, altura 𝑓(𝑥) e espessura ∆𝑥 ou dx.
62

Exemplo 4: Considere a região delimitada por 𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 e 𝑦 = 0, conforme o gráfico a seguir, e ao lado


o esboço do sólido gerado pela rotação dessa área ao redor do eixo y.

a) Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada em torno do eixo y.

b) Verifique se o volume obtido é coerente comparando o volume encontrado com o volume de um sólido
conhecido.
63

CASO 4: Casca cilíndrica: sólido de revolução obtido pela rotação em torno do eixo 0x, mas com a região
voltada para o eixo 0y

A demonstração é análoga ao caso anterior, logo a expressão do volume é:

𝑉 = 2𝜋 𝑦𝑓(𝑦)𝑑𝑦

Exemplo 5: Considere a região limitada pela curva 𝑦 = 𝑥² , pelo eixo 0y e pela reta 𝑦 = 4.

a) Use o método das cascas cilíndricas para obter o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x.

b) Use o método dos discos para obter o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x. Compare
o resultado com o item a.
64

Mapa mental dos métodos de cálculo de volumes pelo método das cascas cilíndricas:

Área limitada:
 Inferiormente pelo eixo 𝑥 Rotação

 Superiormente por 𝑓(𝑥) 𝑉 = 2𝜋 𝑥𝑓(𝑥) 𝑑𝑥


Eixo y
 Esquerda 𝑥 = 𝑎 e direita 𝑥 = 𝑏
Volumes
Método das cascas
cilíndricas
Área limitada:
 Lateral esquerda eixo 𝑦 Rotação

 Lateral direita por 𝑓(𝑦) 𝑉 = 2𝜋 𝑦𝑓(𝑦) 𝑑𝑦


Eixo x
 Inferior 𝑦 = 𝑐 e superior 𝑦 = 𝑑

5.3 SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: MÉTODO DO ANEL

Se a região R é uma região entre duas curvas de equações 𝑦 = 𝑅(𝑥) e 𝑦 = 𝑟(𝑥), no intervalo [𝑎, 𝑏], onde
0 ≤ 𝑟(𝑥) < 𝑅(𝑥), ao rotacionar essa região, o sólido gerado tem o corte transversal formando um anel.

Então o volume do sólido é obtido fazendo a diferença o volume do sólido externo e o volume do sólido
interno.

CASO 1: Sólido de revolução obtido pela rotação da região entre duas curvas em torno do eixo 0x

𝑉=𝜋 [𝑅(𝑥) − 𝑟(𝑥) ]𝑑𝑥

CASO 2: Sólido de revolução obtido pela rotação da região entre duas curvas em torno do eixo 0y

𝑉 = 2𝜋 𝑥[𝑅(𝑥) − 𝑟(𝑥)]𝑑𝑥
65

Exemplo 6: A região limitada pela curva 𝑦 = 𝑥 + 1 e pela reta 𝑦 = −𝑥 + 3 gira em torno do eixo x para
gerar um sólido. Determine o volume do sólido.

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Aplica a ferramenta Utiliza a integral para Utiliza a integral para Modela o volume
matemática calcular o volume, calcular o volume, mas corretamente,
adequada, mas calcula calcula esquecendo de observando o sinal
considerando o parcialmente. observar um dos itens: da função, função
RA1 contexto do - o sinal da função; superior e inferior,
ID1.1
4 7 10
problema com rigor - função superior e limites de integração,
matemático. inferior; tipo de sólido de
-limites de integração; revolução.
-tipo de sólido de
revolução.
Aplica a técnica de Utiliza a técnica de Utiliza a técnica de Utiliza a técnica de
RA1
ID1.2
integração integração 4 integração de forma 7 integração 10
adequada incorretamente parcial corretamente
Interpreta integrais Interpreta Interpreta parcialmente Interpreta
associando volume incorretamente a a integral como o corretamente a
RA2
ID2.1
de sólidos de integral. 4 volume de um sólido 7 integral como o 10
revolução de revolução volume de um sólido
de revolução
Verifica que a Faz a verificação Faz a verificação de Faz a verificação
solução analítica é incorretamente forma parcial adequadamente,
RA2 coerente com o comparando o
ID2.2 resultado obtido
4 7
resultado com um
10
sólido de volume
conhecido.
66

EXERCÍCIOS:

1. De acordo com a figura a seguir encontre o volume gerado pela rotação da região ao redor dos eixos
indicados.

a) Região 𝑅 ao redor do eixo 0x


b) Região 𝑅 ao redor do eixo 0y
c) Região 𝑅 ao redor do eixo 0x
d) Região 𝑅 ao redor do eixo 0y
e) Região 𝑅 ao redor do eixo 0x
f) Região 𝑅 ao redor do eixo 0y

2. Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da curva 𝑦 = √𝑥 no intervalo [0,4] em torno:

a. do eixo 0x

b. do eixo 0y, da região entre a curva e o eixo 0y

c. do eixo 0y, da região entre a curva e o eixo 0x

d. O valor encontrado nas letras a, b e c são coerentes? Justifique, compare com o volume do cilindro.

3. Calcule o volume do sólido gerado pela revolução da região R delimitada pelo eixo dos y, pela reta 𝑦 = 4
e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑥 , para 𝑥  0, em torno do eixo 0y.

4.Calcule o volume do sólido gerado pela revolução da região R delimitada pelo eixo dos x pela curva 𝑦 = 𝑥
no intervalo [1,2], em torno do eixo 0x.

5. A região limitada pelo eixo 0x, pelo gráfico da equação 𝑦 = 𝑥 + 1 e pelas retas 𝑥 = −1 e 𝑥 = 1 gira em
torno do eixo 0x. Determine o volume do sólido gerado.

6. A região do primeiro quadrante limitada pelos gráficos de 𝑦 = e 𝑦 = 2𝑥 gira em torno do eixo 0y.
Determine o volume do sólido gerado.

7. Obtenha o volume do cone circular reto de raio da base R e altura h.

8. Ache o volume do sólido gerado pela rotação, em torno de 0y, da região limitada pela curva 𝑦 = 8 − 2𝑥 ;
𝑥 = −1; 𝑥 = 1 e 𝑦 = 0.
67

9. Calcule o volume do sólido de revolução gerado pela superfície limitada pela curva 𝑦 = , pelas retas
𝑦 = 0 , 𝑥 = −1 e 𝑥 = 1, girando ao redor do eixo 0x.

10. Calcule o volume do sólido gerado pela revolução ao redor do eixo 0y da superfície limitada pela curva
𝑦 = 𝑥 e pelas retas 𝑦 = 0 e 𝑥 = 2.

11. Calcule o volume do sólido de revolução formado pela rotação em torno do eixo 0x, de 𝑦 = 𝑥. 𝑒 , 𝑦 = 0
e 𝑥 = 1.

12. Esboce a região R delimitada pelos gráficos das equações e calcule o volume do anel cilíndrico gerado pela
revolução da região R limitado pelas curvas 𝑥 = 4𝑦 – 𝑦 , 𝑥 = 0, em torno do eixo y.

13. Determine o volume de um toro (sólido obtido pela rotação de um círculo em torno de um eixo que não
o intercepta), a > R.

x
-R R
68

14. Use o método da casca cilíndrica para determinar o volume dos sólidos obtidos com a rotação das regiões
sombreadas:

a) eixo y b) eixo x c) eixo y

Respostas:

1 a) 𝑢. 𝑣. b) 𝑢. 𝑣. c) 𝑢. 𝑣. d) 𝑢. 𝑣. e) 𝑢. 𝑣. f) 𝑢. 𝑣.
  
2.a) 8. u.v. b) u.v. c) u.v. d) u.v.

3. 8. u.v.

4. u.v.


5. u.v.


6. u.v.

7. π𝑅 ℎ u.v.

8. 7 u.v.

9. u.v.

10. 𝜋 u.v.

( )
11. 𝑉 = 𝑢. 𝑣.

.
12. u.v.

13. 2a2R2 u.v.

14. a) 6𝜋 𝑢. 𝑣. b) 2𝜋 𝑢. 𝑣. c) 𝜋 𝑢. 𝑣
69

CAPÍTULO 06 – INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS


6.1 INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS – UTILIZANDO RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS CONVENIENTEMENTE

Qual estratégia poderia ser utilizada para calcular as integrais a seguir:

∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Lembre-se que não existe regra para integrar uma potência, exceto a substituição, mas, para isso precisa-se
da diferencial junto. Infelizmente, alguns casos não apresentam essa característica, logo, não podem ser
resolvidos por substituição direta.

Exemplo:

∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 e 𝑑𝑢 = cos 𝑥 𝑑𝑥

Uma estratégia interessante é transformar a potência em produto, e utilizar regras como substituição direta
e/ou integração por partes.

Exemplo 1: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Nesse caso, não podemos utilizar substituição direta, mas podemos utilizar integração por partes.

Que tal tentar resolver essa integral por integração por partes?

𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 =

u = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 du = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

dv = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 v = −𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

Se aplicarmos a estratégia de integração por partes novamente, a equação chegará na mesma expressão.
Consequentemente, não resolvemos a integral. Utilizando a relação, 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1, substituindo
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥.

𝑠𝑒𝑛² 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 1 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Isolando ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥, temos:

1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ cos 𝑥 + 𝑥 + 𝑐
2 2

Vantagem das funções trigonométricas: as funções envolvidas possuem várias relações interessantes para
obter expressões que podem ser integradas com mais facilidade.
70

Exemplo 1* (outra forma de resolução): Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥

A relação 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = transforma a potência em uma soma, aplicando essa substituição na integral,
tem-se:

∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥𝑑𝑥

Na segunda integral, faz-se u = 2x e du = 2.dx


1 1 𝑑𝑢 1 1 1 1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑑𝑥 − . 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛𝑢 + 𝑐
2 2 2 2 2 2 2 4
Portanto,
1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) + 𝑐
2 4

Você percebeu que a mesma integral foi resolvida de duas formar diferentes e os resultados
“aparentemente” são diferentes.

∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ cos 𝑥 + 𝑥 + 𝑐 e ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) + 𝑐

A aparência é diferente, mas, fazendo substituições pode-se concluir que as duas respostas são iguais.

A constante “pode” ser diferente uma da outra, por esse motivo colocamos índices para diferenciá-las.

1 1 1 1
− 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ cos 𝑥 + 𝑥 + 𝑐 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) + 𝑐
2 2 2 4

Substituindo a relação trigonométrica 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ cos 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥), temos a confirmação da igualdade:

1 1 1 1 1
− ∙ 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) + 𝑥 + 𝑐 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) + 𝑐
2 2 2 2 4
Na qual, 𝑐 = 𝑐 . Portanto, independente do processo utilizado para obter a integral, a resposta é única,
exceto pela constante c.

Desafio: O problema é que para potências de maior ordem, deve-se aplicar o processo de integração por
partes muitas vezes, tornando o processo lento.
71

Exemplo 2: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Como você pode resolver essa integral utilizando a estratégia de integração por partes?

𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

u = 𝑠𝑒𝑛² 𝑥 du = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

dv = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 v = − 𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝑠𝑒𝑛² 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 ∙ 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥

𝑠𝑒𝑛² 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 ∙ (− 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝑑𝑥

A integral ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 ∙ (− 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝑑𝑥 é resolvida por substituição 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 e 𝑑𝑡 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥


1 1
𝑐𝑜𝑠 𝑥 ∙ (− 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥
3 3
Voltando na integral inicial, tem-se:
2
𝑠𝑒𝑛³ 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐
3

Exemplo 2* (outra forma de resolução): Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥

Utilizando a relação trigonométrica: 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥, pode-se escrever a integral como:

𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥. 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 = (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥). 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥

Na segunda integral resolve-se por substituição u = cosx e du = - senx dx

𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 − 𝑢 (−𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 + 𝑢 𝑑𝑢

Portanto:

𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + +𝑐
3

A aparência é diferente, mas, fazendo substituições pode-se concluir que as duas respostas são iguais.

2 𝑐𝑜𝑠 𝑥
− 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐 = − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + +𝑐
3 3
72

6.2. RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS IMPORTANTES PARA RESOLVER INTEGRAIS

Entre as relações no triângulo retângulo, destacam-se as relações:


𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = =
𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑛 𝑥
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 1
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 = =
𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 1 𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑡𝑔 𝑥 = = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 = = =
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑔 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥

Além disso, utiliza-se o teorema de Pitágoras para obter a identidade trigonométrica:

𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1
Dessa expressão pode-se obter outras duas:

𝑡𝑔²𝑥 + 1 = 𝑠𝑒𝑐²𝑥
e

1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔²𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐²𝑥

Além disso, pode-se operar com os arcos:

𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎

𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎


𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏

𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏


Supondo que a = b, obtém-se mais duas relações:

𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑎) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑎 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑎 = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏


𝑠𝑒𝑛(2𝑎) = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑎

𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑎) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑎 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑎 = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎

𝑐𝑜𝑠(2𝑎) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎

Verifique que as relações 𝑠𝑒𝑛(2𝑎) = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 e 𝑐𝑜𝑠(2𝑎) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 não ajudam muito
na integração, pois transformam uma expressão em um produto ou ainda em uma potência.

Mas, se utilizar o processo contrário, tem-se vantagem, como transformar o produto em uma única
expressão:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑎 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑎)
2
73

Fazendo a soma das igualdades, na forma de um sistema de equações, tem-se:

𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛𝑏


𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏
cos(𝑎 + 𝑏) + cos(𝑎 − 𝑏) = 2 cos 𝑎 cos 𝑏
Isolando o produto, tem-se:
1
cos 𝑎 cos 𝑏 = (cos(𝑎 − 𝑏) + cos(𝑎 + 𝑏))
2

Fazendo a = b, tem-se:
1
cos² 𝑎 = (1 + cos(2𝑎))
2

Fazendo a diferença das igualdades, na forma de um sistema de equações, tem-se:


𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛𝑏
𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏
cos(𝑎 + 𝑏) − cos(𝑎 − 𝑏) = −2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏
Isolando o produto, tem-se:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = (cos(𝑎 − 𝑏) − cos(𝑎 + 𝑏))
2

Fazendo a = b, tem-se:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 = (1 − cos(2𝑎))
2

Fazendo a soma das igualdades, na forma de um sistema de equações, tem-se:

𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎


𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎
𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) + 𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑏
Isolando o produto, tem-se:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑏 = (sen(𝑎 − 𝑏) + sen(𝑎 + 𝑏))
2

Fazendo a = b, tem-se:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑎 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑎)
2
Através das relações obtidas pode-se transformar produtos em soma de funções simples ou compostas.
74

Exemplo 3: Transforme 𝑠𝑒𝑛 𝑥 em soma de funções simples ou compostas

Utilizando as identidades trigonométricas tem-se:


1 1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛²𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛²𝑥 = (1 − 𝑐𝑜𝑠(2𝑥)) ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠(2𝑥)) = (1 − 𝑐𝑜𝑠(2𝑥))²
2 2 4
1 1 1
= (1 − 2 ∙ 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + 𝑐𝑜𝑠²(2𝑥)) = 1 − 2 ∙ 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + (1 + 𝑐𝑜𝑠(4𝑥))
4 4 2
3 1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = − 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + 𝑐𝑜𝑠(4𝑥)
8 2 8

Verifique que a integral ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 pode ser resolvida por partes, mas, gera certo trabalho. No entanto, a
integral ∫ − cos(2𝑥) + cos(4𝑥) 𝑑𝑥 é resolvida facilmente, uma parte é direta e a outra parte é resolvida
por substituição direta.

Exemplo 4: Transforme 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠 (8𝑥) em soma de funções simples ou compostas

Utilizando as identidades trigonométricas tem-se:


1 1
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 8𝑥 = (𝑠𝑒𝑛(3𝑥 − 8𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(3𝑥 + 8𝑥)) = (𝑠𝑒𝑛(−5𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(11𝑥))
2 2
Como a função seno é ímpar, então, 𝑠𝑒𝑛(−5𝑥) = −𝑠𝑒𝑛(5𝑥), logo:
1 1
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 8𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛(5𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(11𝑥)
2 2

Essa é a ideia básica nas integrações de funções trigonométricas: transformar os produtos em somas.

EXERCÍCIOS:

1. Reescreva as expressões em função de senos e cossenos:

Modelo: 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 =

a) 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑐²𝑥

b) 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥

c) 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥

2. Utilizando a relação 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1, obtenha as relações:

a) 𝑡𝑔 𝑥 + 1 = 𝑠𝑒𝑐²𝑥 b) 1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔² 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐²𝑥


75

3. A estratégia utilizada no exemplo 2* pode ser adotada nas expressões a seguir, faça as substituições
adequadas e indique a substituição na integral que poderia ser utilizada. Veja o modelo:

Lembrando que podem ser utilizadas as relações:

𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1 𝑡𝑔 𝑥 + 1 = 𝑠𝑒𝑐²𝑥 1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔² 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐²𝑥


e as derivadas das funções trigonométricas são:

(𝑠𝑒𝑛 𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 (𝑐𝑜𝑠 𝑥) = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 (𝑡𝑔 𝑥) = 𝑠𝑒𝑐² 𝑥

(𝑠𝑒𝑐 𝑥) = 𝑡𝑔 𝑥. 𝑠𝑒𝑐 𝑥 (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥. 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥) = −𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐² 𝑥

Modelo: 𝑐𝑜𝑠³𝑥. 𝑠𝑒𝑛²𝑥

𝑐𝑜𝑠³𝑥. 𝑠𝑒𝑛²𝑥 = 𝑐𝑜𝑠²𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥. 𝑠𝑒𝑛²𝑥 = (1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑥)𝑠𝑒𝑛²𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥

Substituição: 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 e = 𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝑐𝑜𝑠³𝑥. 𝑠𝑒𝑛²𝑥 = (1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑥)𝑠𝑒𝑛²𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = (1 − 𝑢²). 𝑢² 𝑑𝑢 = (𝑢² − 𝑢 )𝑑𝑢

a) 𝑠𝑒𝑛³𝑥. 𝑐𝑜𝑠³𝑥

b) 𝑡𝑔 𝑥

c) 𝑡𝑔 𝑥 . 𝑠𝑒𝑐 𝑥

d) 𝑐𝑜𝑡𝑔³𝑥. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥

4. Transforme as expressões em soma de funções simples ou compostas

a) cos 4 x

b) 𝑠𝑒𝑛²𝑥. 𝑐𝑜𝑠²𝑥

c) cos x cos 2 x

d) 𝑠𝑒𝑛(7𝑥). 𝑠𝑒𝑛(9𝑥)

5. Utilize a identidades trigonométricas para eliminar o radical:

Modelo: 1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑥

Utilizando a identidade 𝑠𝑒𝑛² 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠²𝑥 = 1 e isolando 𝑐𝑜𝑠²𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑥, temos:

1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑥 = 𝑐𝑜𝑠²𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥

a) 1 + 𝑡𝑔²𝑥 b) 𝑠𝑒𝑐²𝑥 − 1 c) 4 − 4𝑠𝑒𝑛²𝑥


76

Respostas:

1 a) ³

b) ²

³
c)

3a) (𝑢³ − 𝑢 )𝑑𝑢

b) (𝑢 −𝑢 )𝑑𝑢

c) (𝑢 − 3𝑢 + 3𝑢 − 𝑢 )𝑑𝑢

d) (𝑢² − 1)𝑑𝑢

4 a) + 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + 𝑐𝑜𝑠(4𝑥)

b) − 𝑐𝑜𝑠(4𝑥)

c) 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝑐𝑜𝑠(3𝑥)

d) 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) − 𝑐𝑜𝑠(16𝑥)

5 a) 𝑠𝑒𝑐(𝑥)

b) 𝑡𝑔(𝑥)

c) 2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)
77

6.3 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Para calcular integrais de funções trigonométricas pode-se utilizar as relações trigonométricas e fazer
substituições, tornando a integral mais simples de ser resolvida. Existem algumas estratégias dependendo da
função apresentada.

As relações trigonométricas estão expressas a seguir:

𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 1


𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = =
𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑛 𝑥

𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 1


𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 = =
𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 1 𝑐𝑜𝑠 𝑥


𝑡𝑔 𝑥 = = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 = = =
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑔 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥

(01) 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1

(02) 𝑡𝑔 𝑥 + 1 = 𝑠𝑒𝑐²𝑥

(03) 1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔² 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐²𝑥

(04) 𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎

(05) 𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎

(06) 𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏

(07) 𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏

(08) 𝑠𝑒𝑛(2𝑎) = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑎

(09) 𝑐𝑜𝑠(2𝑎) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎

(10) 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑏 = (sen(𝑎 − 𝑏) + sen(𝑎 + 𝑏))


(11) 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = (cos(𝑎 − 𝑏) − cos(𝑎 + 𝑏))
(12) cos 𝑎 cos 𝑏 = (cos(𝑎 − 𝑏) + cos(𝑎 + 𝑏))
(13) 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑎 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑎)

(14) cos² 𝑎 = (1 + cos(2𝑎))

(15) 𝑠𝑒𝑛 𝑎 = (1 − cos(2𝑎))


78

6.4. INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS ENVOLVENDO POTÊNCIAS

Denomina-se integrais de potências trigonométricas, para m e n são inteiros, as integrais do tipo:

𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢 𝑒 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢

Uma estratégia que funciona muito bem é utilizar uma relação trigonométrica transformando a integral para
que possa ser resolvida utilizando a regra da substituição. Além disso, outra estratégia é resolver utilizando
integração por partes.

10 Caso: Se m e n forem inteiros positivos em ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢:

 Se m é ímpar:
 Reescrever a potência 𝑚 como 2𝑘 + 1;
 Usar a identidade 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 para obter:
𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = (𝑠𝑒𝑛 𝑢) . 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢
= (1 − 𝑐𝑜𝑠²𝑢) . 𝑐𝑜𝑠 𝑢 . 𝑠𝑒𝑛 𝑢
 Em seguida, integrar usando a mudança de variável 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝑢 e 𝑑𝑡 = −𝑠𝑒𝑛 𝑢 𝑑𝑢.

 Se m é par e n é ímpar:
 Reescrever a potência 𝑛 como 2𝑘 + 1;
 Usar a identidade 𝑐𝑜𝑠²𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 para obter:
𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢. (𝑐𝑜𝑠 𝑢) . 𝑐𝑜𝑠 𝑢
= 𝑠𝑒𝑛 𝑢. (1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑢) . 𝑐𝑜𝑠 𝑢
 Em seguida, integrar usando a mudança de variável 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 e 𝑑𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢.

 Se m e n são pares:
 Reescrever as potências substituindo 𝑚 como 2𝑘 e 𝑛 como 2ℎ;
( ) ( )
 Usar as identidades 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = e 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = para obter:
1 − cos(2𝑢) 1 + cos(2𝑢)
𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢. 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = (𝑠𝑒𝑛 𝑢) . (𝑐𝑜𝑠 𝑢) = .
2 2
 Em seguida, integrar usando a mudança de variável 𝑡 = 2𝑢 e 𝑑𝑡 = 2 𝑑𝑢.

Exemplo 5: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥

m = 2 (par)  𝑠𝑒𝑛 𝑥 =
1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥𝑑𝑥
2 2 2
Na segunda integral faz-se u = 2x e du = 2.dx
1 1 𝑑𝑢 1 1 1 1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑢 = 𝑑𝑥 − . 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛𝑢 + 𝑐
2 2 2 2 2 2 2 4
Portanto:
1 1
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) + 𝑐
2 4
79

Exemplo 6: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥

m = 3 (ímpar)  𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥. 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 = (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥). 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥

Na segunda integral faz-se u = cosx e du = - senx dx

𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 − 𝑢 (−𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥 + 𝑢 𝑑𝑢

Portanto:
𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + +𝑐
3

Exemplo 7: Considere

𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥
80

Exemplo 8: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 cos² 𝑥 𝑑𝑥 e verifique se o resultado está correto utilizando derivadas.

20 Caso: Se m e n forem inteiros positivos em ∫ 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢:

 Se m é ímpar:
 Reescrever a potência 𝑚 como 2𝑘 + 1;
 Usar a identidade 𝑡𝑔 𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 1 para obter:
𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢. 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 = (𝑡𝑔 𝑢) . 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢
= (𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 1) . 𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢. sec 𝑢
 Em seguida, integrar usando a mudança de variável 𝑡 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 e 𝑑𝑡 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 𝑑𝑢.

 Se n é par:
 Reescrever a potência 𝑛 como 2𝑘;
 Usar a identidade 𝑠𝑒𝑐 𝑥 = 1 + 𝑡𝑔 𝑥 para obter:
𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐²𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢. (𝑠𝑒𝑐 𝑢) . 𝑠𝑒𝑐²𝑢
= 𝑡𝑔 𝑢. (1 + 𝑡𝑔 𝑥 ) . 𝑠𝑒𝑐²𝑢
 Em seguida, integrar usando a mudança de variável 𝑡 = 𝑡𝑔 𝑢 e 𝑑𝑡 = sec² 𝑢 𝑑𝑢.

 Se m é par e n é ímpar:
 Integrar usando o método de integração por partes
81

Exemplo 9: ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

 m é ímpar
Reescrevendo a integral, tem-se:

𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥. 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑠𝑒𝑐 𝑥 − 1) 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 − 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

= 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 − 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 . sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 − 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

Usando a mudança de variável na primeira integral, de forma que 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 e 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑥 sec 𝑥 𝑑𝑥, tem-se:

𝑢² 𝑠𝑒𝑐²𝑥
sec 𝑥 . sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑢 𝑑𝑢 = =
2 2
A segunda integral ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = ln (sec 𝑥).

Assim:

𝑠𝑒𝑐²𝑥
𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = + ln (sec 𝑥) + 𝑐
2

Exemplo 10: Calcular ∫ 𝑑𝑥

Reescrevendo a integral, tem-se: ∫ 𝑑𝑥 = ∫ .


𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔 𝑥. 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

 m=2en=-4
𝑢 = 𝑡𝑔 𝑥 → 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑢 𝑡𝑔 𝑥
𝑑𝑥 = 𝑢 𝑑𝑢 = +𝑐 = +𝑐
𝑐𝑜𝑠 𝑥 3 3

Exemplo 11: ∫

Reescrevendo a integral, tem-se: ∫ = ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥

 n é ímpar
Essa integral foi desenvolvida na aula de integração por partes, portanto:
𝑑𝑥 1
= [𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑡𝑔𝑥 + 𝑙𝑛( 𝑠𝑒𝑐 𝑥 + 𝑡𝑔𝑥)] + 𝑐
𝑐𝑜𝑠 𝑥 2

Observação: O mesmo pode ser aplicado em ∫ 𝑐𝑜𝑡 𝑔 𝑢. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑑𝑢, usando 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = 1 + 𝑐𝑜𝑡 𝑔 𝑥.
82

Exemplo 12: Calcular ∫ . ²


𝑑𝑥

Exemplo 13: Use as identidades trigonométricas para calcular ∫ 1 + cos(4𝑥) 𝑑𝑥


83

6.5 INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS ENVOLVENDO PRODUTOS

Denomina-se integrais trigonométricas, as integrais do tipo

𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑐𝑜𝑠 𝛽 𝑑𝑥

𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑠𝑒𝑛𝛽𝑑𝑥

𝑐𝑜𝑠 𝛼 . 𝑐𝑜𝑠 𝛽 𝑑𝑥

Onde  e  são funções de x, cujas derivadas são constantes.

Para esse tipo de integral usa-se as fórmulas de Werner

 𝑠𝑒𝑛(𝑎𝑥). 𝑐𝑜𝑠(𝑏𝑥) = [𝑠𝑒𝑛((𝑎 − 𝑏)𝑥) + 𝑠𝑒𝑛((𝑎 + 𝑏)𝑥)]


 𝑠𝑒𝑛(𝑎𝑥). 𝑠𝑒𝑛(𝑏𝑥) = [𝑐𝑜𝑠((𝑎 − 𝑏)𝑥) − 𝑐𝑜𝑠((𝑎 + 𝑏)𝑥)]
 𝑐𝑜𝑠(𝑎𝑥) . 𝑐𝑜𝑠(𝑏𝑥) = [𝑐𝑜𝑠((𝑎 − 𝑏)𝑥) + 𝑐𝑜𝑠((𝑎 + 𝑏)𝑥)]

Exemplo 14: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛(3𝑥) 𝑐𝑜𝑠(4 𝑥)𝑑𝑥

∫ 𝑠𝑒𝑛3𝑥. 𝑐𝑜𝑠 4 𝑥𝑑𝑥 = ∫[𝑠𝑒𝑛(3𝑥 + 4𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(3𝑥 − 4𝑥)]𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑛7𝑥𝑑𝑥 + ∫ 𝑠𝑒𝑛(−𝑥)𝑑𝑥

Como a função seno é ímpar, pode-se escrever sen(- x) = - sen x e fazendo u = 7x du = 7 dx


1 1 1
𝑠𝑒𝑛3𝑥 𝑐𝑜𝑠 4 𝑥𝑑𝑥 = − . 𝑐𝑜𝑠 7 𝑥 + (−1)(−1) 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐
2 7 2
1 1
𝑠𝑒𝑛(3𝑥) 𝑐𝑜𝑠(4 𝑥)𝑑𝑥 == − 𝑐𝑜𝑠(7 𝑥) + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑐
14 2

Exemplo 15: Calcular ∫ 𝑠𝑒𝑛(5𝑥). 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)𝑑𝑥 em seguida, verificar se a resposta está correta utilizando
derivada.
84

Exemplo 16: Use as identidades trigonométricas para calcular

𝑠𝑒𝑛 𝑥
𝑑𝑥
√1 − cos 𝑥

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
RA1 de forma coerente e forma incorreta parcialmente. corretamente
ID1.2 precisa utilizando a
4 7 10
técnica adequada.
RA2 Verificar se a Deriva a função de 4 Deriva a função 7 Deriva a função 10
ID2.2 integral está correta forma incorreta. parcialmente, corretamente
usando derivadas. cometendo algum erro.
85

EXERCÍCIOS:

1. Encontre a área limitada pelos eixos cartesianos e pela função 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) para 0 ≤ 𝑥 ≤ .

2. Considere a região limitada pelos eixos cartesianos e pela função 𝑦 = 2 + 2 cos(𝑥) no intervalo de
𝑥[0, ].

a) Modele analiticamente a expressão que determina o volume do sólido obtido pela área rotacionada em
torno do eixo x. Calcule o volume.

b) Modele analiticamente a expressão que determina o volume do sólido obtido pela área rotacionada em
torno do eixo y. Calcule o volume.

3. Calcule as integrais usando relações trigonométricas:

a) ∫ 𝑠𝑒𝑛(3𝑥) cos(4𝑥) 𝑑𝑥

b) ∫ 𝑠𝑒𝑛 (𝑥)𝑑𝑥

/
c) ∫ 𝑠𝑒𝑛 (𝑥)𝑑𝑥

/
c) ∫ 𝑡𝑔 (𝑥)𝑑𝑥
86

4. Resolva as integrais a seguir, verificando por meio da derivação, se a resposta está correta.

a) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 𝑐
b) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 − +𝑐
c) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = + + +𝑐
d) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + +𝑐
e) ∫ 𝑡𝑔 𝑥𝑑𝑥 = 𝑡𝑔𝑥 − 𝑥 + 𝑐
f) ∫ 𝑡𝑔 𝑥𝑑𝑥 = − 𝑙𝑛𝑠𝑒𝑐 𝑥 + 𝑐
g) ∫ 𝑡𝑔 𝑥𝑑𝑥 = − 𝑡𝑔𝑥 + 𝑥 + 𝑐
h) ∫ 𝑑𝑥 = − − 2 𝑙𝑛 𝑠 𝑒𝑛𝑥 + 𝑐
i) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 + 𝑠𝑒𝑛3𝑥 + 𝑐
j) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑐
k) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔𝑥 + +𝑐
l) ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑐

Respostas:

1. A = 2 u.a.

2 a) 6 𝜋 𝑢. 𝑣. b) 2𝜋(𝜋 − 4)𝑢. 𝑣.

3. a)− b) 𝜋 c) d) ln 2 −
87

SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA
6.6 INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA

Como você resolveria a integral ∫ 2𝑥 √1 − 𝑥 𝑑𝑥?

E essa integral ∫ √1 − 𝑥 𝑑𝑥 , pode-se utilizar a mesma técnica utilizada na integral anterior? Justifique.

Resolver as integrais cujos integrandos contém a expressão:

(± 𝑎 ± 𝑢 )±

Mas que não recaem, após uma mudança de variável simples, nas integrais imediatas dos tipos:

𝑢 1 𝑢
𝑢 𝑑𝑢 = +𝑐 𝑒 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐
𝑛+1 √𝑎 − 𝑢 𝑎

Utiliza-se uma substituição trigonométrica, para simplificar o radical, podendo ser:

 𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝑡)
 𝑢 = 𝑎. 𝑡𝑔(𝑡)
 𝑢 = 𝑎. 𝑠𝑒𝑐(𝑡)
Essas integrais são transformadas em integrais de funções trigonométricas.
88

CASO 01: √𝒂𝟐 − 𝒖𝟐

Nesse caso, usa-se a relação trigonométrica: 𝑠𝑒𝑛 𝑡 + 𝑐𝑜𝑠 𝑡 = 1;


a
u
Multiplica-se por 𝑎 , segue que: 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑡 + 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑡 = 𝑎 ,

Isolando-se 𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝑡 = 𝑎 − 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑡. )t


a2  u 2
Essa relação pode ser vista no triângulo retângulo com um ângulo sendo t e escolhe-se:
𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝑡)
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝑡) 𝑑𝑡
. .
Observe que: 𝑠𝑒𝑛(𝑡) = .
=


Exemplo 17: Calcule ∫ ²
𝑑𝑥
89

CASO 02: √𝒂𝟐 + 𝒖𝟐

Nesse caso, usa-se a relação trigonométrica: 𝑡𝑔 𝑡 + 1 = 𝑠𝑒𝑐 𝑡; a2  u2


u
Multiplica-se por 𝑎 , segue que: 𝑎 𝑡𝑔 𝑡 + 𝑎 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐 𝑡.

Essa relação pode ser vista no triângulo retângulo com um ângulo t e se escolhe-se: )t
𝑢 = 𝑎. 𝑡𝑔(𝑡) a
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐 (𝑡) 𝑑𝑡
. .
Observe que: 𝑡𝑔(𝑡) = . .
=

Exemplo 18: Calcule ∫ √


𝑑𝑥.
90

CASO 03: √𝒖𝟐 − 𝒂𝟐

Nesse caso, usa-se a relação trigonométrica: 𝑡𝑔 𝑡 + 1 = 𝑠𝑒𝑐 𝑡; u


u2  a2
Multiplica-se por 𝑎 , segue que 𝑎 𝑡𝑔 𝑡 + 𝑎 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐 𝑡.

Essa relação pode ser vista no triângulo retângulo com um ângulo t e se escolhe-se: )t
a
𝑢 = 𝑎. 𝑠𝑒𝑐(𝑡)
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐(𝑡) . 𝑡𝑔(𝑡) 𝑑𝑡
.
Observe que: 𝑠𝑒𝑐 𝑡 = . .
=

Exemplo 19: Calcule ∫ √


𝑑𝑥, em seguida, verifique se o resultado obtido é correto, usando derivada.
91

Tabela de substituições trigonométricas:

Expressão . Substituição Identidade Gráfico

𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝑡)
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝑡) 𝑑𝑡 a
1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝑡 u
𝒂𝟐 − 𝒖𝟐
𝜋 𝜋
− ≤𝑡≤ )t
2 2
a2  u 2

𝑢 = 𝑎. 𝑡𝑔(𝑡)
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐 (𝑡) 𝑑𝑡
𝒂𝟐 + 𝒖𝟐 𝜋 𝜋 𝑡𝑔 𝑡 + 1 = 𝑠𝑒𝑐 𝑡
− ≤𝑡≤
2 2

𝑢 = 𝑎. 𝑠𝑒𝑐(𝑡)
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑐(𝑡) . 𝑡𝑔(𝑡) 𝑑𝑡
u
𝒖𝟐 − 𝒂𝟐 𝑠𝑒𝑐 𝑡 − 1 = 𝑡𝑔 𝑡 u 2  a2
𝜋 3𝜋
0≤𝑡< 𝑜𝑢 𝜋 ≤ 𝑡 <
2 2
)t
a

Exemplo 20: Prove que a área de um círculo de raio R é A = R2.


92

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
de forma coerente e forma incorreta: parcialmente: corretamente aplicando
RA1 precisa utilizando a - colocou outro elemento - esqueceu da constante a técnica de
ID1.2 técnica de no lugar do u. 4 - esqueceu de substituir
7
substituição
10
substituição - usou a identidade no final trigonométrica.
trigonométrica. trigonométrica incorreta
RA2 Verificar se a Deriva a função de 4 Deriva a função 7 Deriva a função 10
ID2.2 integral está correta forma incorreta. parcialmente, corretamente
usando derivadas. cometendo algum erro.

EXERCÍCIOS:

1. Calcule as integrais definidas a seguir, usando as substituições trigonométricas:

a) ∫√ √
𝑑𝑥

b) ∫ 𝑥 𝑎 − 𝑥²𝑑𝑥
,
c) ∫ 𝑑𝑥
²

2. Deduza as fórmulas por substituição trigonométrica:


𝑑𝑢 𝑢
= 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐
√𝑎 − 𝑢 𝑎
𝑑𝑢 1 𝑢
= 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐
𝑎 +𝑢 𝑎 𝑎
𝑑𝑢 1 𝑢−𝑎
= 𝑙𝑛 +𝑐
𝑢 −𝑎 2𝑎 𝑢+𝑎

3. Resolva as seguintes integrais, verificando o resultado por derivação.

a) ∫ √

b) ∫ √

c) ∫ √

d) ∫ √

e) ∫ 𝑑𝑥
( )


f) ∫ 𝑑𝑥
93

4. Calcule as integrais definidas a seguir, usando as substituições trigonométricas:

a) ∫ √

b) ∫ √

c) ∫ ( ) /


d) ∫ 𝑑𝑥

e) ∫ √𝑥 + 5𝑑𝑥

f) ∫ √

g) ∫ ( ) /

h) ∫ √


i) ∫ 𝑑𝑥
94

Respostas:

1. a) + − b) 𝑎² c)

3.

a) +𝑐

b) 𝑙𝑛 +𝑐


c) 𝑙𝑛 +𝑐


d) +𝑐

e) √
+𝑐

f) − − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑖𝑛 +𝑐

4.

a) 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐

b) 6√𝑥 − 9 + +𝑐

c) √
+𝑐

d) − − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 +𝑐

e) √𝑥 + 5 + 𝑙𝑛 +𝑐


f) 𝑙𝑛 +𝑐

g) √
+𝑐

h) − +𝑐

i) 3𝑙𝑛 + √9 − 4𝑥 + 𝑐
95

CAPÍTULO 7 – APLICAÇÕES À FÍSICA


7. 1. TRABALHO MECÂNICO

Uma força 𝐹⃗ realiza trabalho quando atua sobre um determinado, corpo que está em movimento. Pode-se
afirmar que só há trabalho sendo realizado se houver deslocamento, caso contrário o trabalho realizado será
nulo.
O trabalho simbolizado por 𝑊, é uma grandeza escalar. No sistema internacional, a unidade de medida é
newton-metro (N.m), chamado de joule (J).
Existem duas maneiras de calcular o trabalho, dependendo da força que atua sobre o objeto:

a) Trabalho realizado por uma força constante


Se um objeto se move ao longo de uma reta percorrendo uma distância 𝑑, deslocamento definido por 𝑑⃗,
como resultado da aplicação de uma força constante 𝐹⃗ , na direção do movimento, o trabalho realizado é
calculado por:

𝑊 = 𝐹⃗ . 𝑑⃗

Exemplo 1: Dadas três forças 𝐹⃗ = (3, −4,2), 𝐹⃗ = (2,3, −5) e 𝐹⃗ = (−3, −2,4) e aplicadas num mesmo
ponto, calcular o trabalho realizado pela resultante dessas forças, se o objeto considerado se desloca
seguindo uma trajetória retilínea e passa pelos pontos 𝐴(5,3, −7) e 𝐵(4, −1, −4).
96

b) Trabalho realizado por uma força variável


Supondo que um objeto se mova ao longo do eixo 0x, na direção positiva de 𝑥 = 𝑎 até 𝑥 = 𝑏, e em cada
ponto 𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏], uma força 𝐹(𝑥) atua no objeto, 𝑓 é uma função contínua em [𝑎, 𝑏].
Divide-se o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos com extremidades 𝑥 = 𝑎, 𝑥 , ..., 𝑥 = 𝑏 e larguras iguais a
∆𝑥 = , sendo 𝑥 ∗ um ponto amostral no intervalo [𝑥 , 𝑥 ].

Assim, calcula-se o trabalho em cada subintervalo. O trabalho realizado no intervalo [𝑥 , 𝑥 ] é,


aproximadamente:

𝑊 ≈ 𝑓( 𝑥 ∗ ). ∆𝑥

Se o número de subintervalos for grande (𝑛 → ∞) implica em um deslocamento muito pequeno (∆𝑥 → 0), o
trabalho em cada subintervalo será praticamente realizado por uma força constante. Somando todos os
trabalhos realizados no intervalo [𝑎, 𝑏], tem-se:

𝑊≈ 𝐹( 𝑥 ∗ ). ∆𝑥

Aplicando o limite 𝑛 → ∞, ou equivalentemente, ∆𝑥 → 0, tem-se:

𝑊 = lim∆ → 𝑓( 𝑥 ∗ ). ∆𝑥 = 𝐹(𝑥) 𝑑𝑥

Portanto, o trabalho realizado para deslocar um objeto de 𝑎 até 𝑏 aplicando a força 𝐹(𝑥) é dado por:

𝑊= 𝐹(𝑥) 𝑑𝑥

Exemplo 2: Quando uma partícula está localizada a uma distância de 𝑥 metros da origem, uma força de
𝐹(𝑥) = (𝑥 + 2𝑥) 𝑁 age sobre ela. Determine o trabalho realizado para deslocar a partícula de 𝑥 = 1 𝑚 para
𝑥 = 3 𝑚.
97

7.2. CENTRO DE MASSA

O centro de massa de um corpo é um ponto que se comporta como se toda a massa do corpo estivesse
concentrada sobre ele. O centro de gravidade de um corpo coincide com seu centro de massa quando a
aceleração da gravidade tiver o mesmo valor em toda extensão do corpo.
O centro de massa é dado em termos de quantidades denominadas momentos.
Para uma única partícula de massa 𝑚, o momento 𝑀 em relação a uma reta 𝐿 é definido como a massa 𝑚
vezes a distância 𝑑 da partícula à reta 𝐿:
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 à 𝑟𝑒𝑡𝑎 𝐿 = 𝑀 = 𝑚 . 𝑑

CENTRO DE MASSA DE DUAS PARTÍCULAS - CASO DISCRETO


Considere duas massas 𝑚 e 𝑚 , presas a um bastão, e
considerando 𝑑 a distância do centro de massa a massa 𝑚 e
𝑑 a distância do centro de massa a massa 𝑚 , estará em
equilíbrio se satisfazer a equação:

𝑚 𝑑 =𝑚 𝑑

Esse princípio foi descoberto por Arquimedes e é chamado de


Lei da Alavanca. Assim, o centro de massa é dado por:

𝑚 𝑥 +𝑚 𝑥
𝑥̅ =
𝑚 +𝑚

Se existirem n partículas de massas 𝑚 , 𝑚 , ..., 𝑚 localizadas em 𝑥 , 𝑥 , ..., 𝑥 , sobre o eixo 0x, então:

∑ 𝑚𝑥 ∑ 𝑚𝑥
𝑥̅ = =
∑ 𝑚 𝑀

Onde:

 ∑ 𝑚 𝑥 é o momento do sistema em relação à origem;


 𝑀 = ∑ 𝑚 é a massa total das partículas;
 𝑥̅ é denominado centro de massa.

CENTRO DE MASSA DE TRÊS PARTÍCULAS - CASO DISCRETO


Considere três massas 𝑚 , 𝑚 e 𝑚 , localizadas nos pontos
(𝑥 , 𝑦 ), (𝑥 , 𝑦 ) e (𝑥 , 𝑦 ), sobre uma placa de massa
desprezível, conforme a figura, o ponto de centro de massa
(𝑥̅ , 𝑦) deve satisfazer duas equações para obter o equilíbrio.

(𝑥̅ − 𝑥 )𝑚 = (𝑥 − 𝑥̅ )𝑚 + (𝑥 − 𝑥̅ )𝑚

(𝑦 − 𝑦 )𝑚 = (𝑦 − 𝑦)𝑚 + (𝑦 − 𝑦)𝑚
98

Reescrevendo, tem-se:

𝑚 𝑥 +𝑚 𝑥 +𝑚 𝑥
𝑥̅ =
𝑚 +𝑚 +𝑚
𝑚 𝑦 +𝑚 𝑦 +𝑚 𝑦
𝑦=
𝑚 +𝑚 +𝑚

Se existirem n partículas de massas 𝑚 , 𝑚 , ..., 𝑚 localizadas em (𝑥 , 𝑦 ), (𝑥 , 𝑦 ), ..., (𝑥 , 𝑦 ), então:

∑ 𝑚𝑥 𝑀
𝑥̅ = =
∑ 𝑚 𝑀

∑ 𝑚𝑦 𝑀
𝑦= =
∑ 𝑚 𝑀

Onde:

 ∑ 𝑚 𝑥 é o momento do sistema em relação à origem;


 𝑀 = ∑ 𝑚 é a massa total das partículas;
 (𝑥̅ , 𝑦) é o ponto do centro de massa.

CENTRO DE MASSA CORPO EXTENSO - CASO CONTÍNUO

Pode-se modelar o corpo extenso como um grande conjunto de partículas,


onde cada partícula tem massa 𝑚 , com coordenadas (𝑥 , 𝑦 , 𝑧 ). Assim:

∑ .∆
𝑥̅ = lim 𝑥̅ = ∫ 𝑥 𝑑𝑚
∆ →

De modo análogo para 𝑦 e 𝑧̅

𝑦= ∫ 𝑦 𝑑𝑚
𝑧̅ = ∫ 𝑧 𝑑𝑚

Observação: O centro de massa de uma figura plana homogênea localiza-se sobre o seu eixo de simetria. Se
o corpo possuir dois eixos de simetria, o centro de massa estará na intersecção entre os eixos.
 Se uma figura plana homogênea com simetria em relação ao eixo y, então 𝑥̅ = 0.
 Analogamente, se uma figura plana homogênea com simetria em relação ao eixo x, então 𝑦 = 0.
99

MOMENTO DE ÁREA E CENTROIDES (CENTRO DE GRAVIDADE DE FIGURAS PLANAS HOMOGÊNEAS)

Define-se o momento estático de uma área A com relação ao aos eixos x e y, respectivamente, como:
y

Momento de área em relação ao eixo x → 𝑀 = 𝐴. 𝑦

y Momento de área em relação ao eixo y → 𝑀 = 𝐴. 𝑥̅

x x

Considere uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) definida num intervalo [a,b], vamos definir momento estático de uma
superfície definida no intervalo [a,b]; é a soma dos momentos estáticos em relação a um mesmo eixo dos
elementos que a constituem.
y
Momento de área em relação ao eixo y:

𝑀 = 𝐴 . 𝑥 = (𝑥 . 𝑦 ). 𝑥

ou

𝑀 = 𝑥 . 𝑦 . 𝑥
𝑀 = lim ∑ 𝑥 . 𝑦 . ∆𝑥
∆ →

a b x 𝑀 = ∫ 𝑥. 𝑦 𝑑𝑥

Momento de área em relação ao eixo x:


𝑀 = ∆𝐴 . 𝑀 = (∆𝑥 . 𝑦 ) 𝑀 = ∆𝑥 .

𝑀 = lim ∑ . 𝑦 . ∆𝑥 𝑀 = ∫ 𝑦 𝑑𝑥
∆ →

Mas 𝑥̅ = ,𝑦 = e 𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥, então:

∫ . ∫
𝑥̅ = e 𝑦=
∫ ( ) ∫ ( )
100

Exemplo 3: Determine o centro de gravidade da área de um quadrante de círculo de raio R. Em seguida,


verifique se o resultado é coerente.

x x
101

Exemplo 4: Determine o centroide (centro de área) da área da função y = sen x no intervalo 0, . Em seguida,
verifique se o resultado é coerente.
102

7.3. MOMENTO DE INÉRCIA

INÉRCIA DE TRANSLAÇÃO: É a tendência de um corpo manter seu estado de movimento, esteja ele em
repouso ou movendo-se com velocidade linear constante. A inércia é diretamente proporcional à sua massa.

A inércia é diretamente proporcional à sua massa, da segunda Lei de Newton, tem-se que 𝐹 = 𝑚. 𝑎, assim
𝑎 = 𝐹 . A massa pode ser interpretada como uma medida da capacidade do corpo resistir à aceleração. Se
a força for constante, quanto maior a massa, menor será a aceleração.

Exemplo: É mais fácil empurrar um carro do que um caminhão.

INÉRCIA DE ROTAÇÃO – MOMENTO DE INÉRCIA: É a tendência de um corpo manter seu estado de


movimento de rotação, esteja ele em repouso ou movendo-se a uma velocidade angular constante.

O momento de inércia tem a importância no movimento de rotação semelhante a importância que a massa
tem em um movimento linear.

O momento de inércia depende não apenas da massa do corpo, mas também da sua distribuição.

Exemplo: Considere um livro de cálculo de massa m, se aplicarmos o movimento de rotacionar, no eixo


indicado, temos:
103

A expressão matemática mais simples para o momento de inércia, I, é a de um objeto de pequenas


dimensões, como uma pedra de massa m, girando presa a um fio de comprimento r.

Para este objeto, I é dado por: 𝐼 = 𝑚𝑟 , como ilustrado na figura.

Para um sistema girando composto por mais de um corpo, o momento de inércia do sistema é dado pela
soma dos momentos de inércia de cada corpo.

Quando o corpo é constituído por partículas (partes) discretas, o momento de inércia pode ser calculado
através da expressão obtida acima. No entanto, quando o corpo é contínuo, precisamos calcular o limite da
soma por uma integral:

𝐼 = lim 𝑅 . ∆𝑚
∆ →

𝐼= 𝑅 𝑑𝑚

MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREAS

Momento de 2ª. ordem ou momento de inércia da seção de uma viga em relação a um dado eixo é a integral
no domínio da viga, de cada elemento de área 𝑑𝐴 pelo quadrado da distância ao eixo considerado.

y
I x   y 2 dA e I y   x dA
2

dx
dy h

b x
104

Exemplo 5: Determine o momento de inércia de uma área retangular em relação aos eixos 0x e 0y.

Exemplo 6: Determine o momento de inércia de um cilindro sólido de massa M, raio R e comprimento L em


relação ao diâmetro central.
105

Importância do momento de inércia

O momento de inércia é uma característica geométrica muito importante no dimensionamento dos


elementos de construção (por exemplo: vigas, colunas), pois fornece uma noção de resistência da peça.

Quanto maior for o momento de inércia da seção transversal de uma peça, maior será a resistência da peça.

TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

Se conhecemos o Momento de Inércia de um corpo em relação a um eixo que passe pelo seu centro de massa,
podemos determinar o momento de inércia desse corpo em relação a qualquer outro eixo paralelo ao
primeiro.

I  I CM  Mh 2

onde M é a massa do corpo e h é a distância entre os eixos

Eqquer ECM
106

EXERCÍCIOS:
1. Uma mola tem um comprimento original de 1 m. Uma força de 24 N a estica até o comprimento total de
1,8 m.

a) Determine a constante k da mola.


b) Qual o trabalho necessário para esticar a mola 2 m além de seu comprimento original?
c) Até que ponto uma força de 45 N estica a mola?

2. Uma partícula é movida ao longo do eixo Ox por uma força de 𝐹(𝑥) = ( )


N em um ponto a x metros
da origem. Calcule o trabalho realizado ao mover a partícula da origem até a distância de 9 m.

3. A única força atuante em um corpo de 2,0 kg enquanto ele se move ao longo do sentido positivo do eixo
Ox é dada por F(x) = (3x2 + 2x) N, onde x está em metros e F(x) em newtons, a velocidade do corpo em x
= 2 m é de 6 m/s.

a) Qual o trabalho realizado pela força durante o deslocamento entre x = 2 m e x = 4 m?


b) Qual a velocidade do corpo em x = 4 m?

4. Determine os momentos de área em relação aos eixos coordenados da área plana limitada pela curva y =
4x – x2, no primeiro quadrante.

5. A placa triangular da figura a seguir tem uma densidade superficial constante de  = 3 g/cm2. Determine:
a) O momento My da placa em torno do eixo Oy.
b) A massa M da placa.
c) A abscissa do centro de massa da placa.
107

6. Determine o centro de massa de uma placa fina que abrange a região limitada acima pela parábola y = 4
– x2 e abaixo pelo eixo Ox. Considere que a densidade da placa no ponto (x,y) é  = 2x2, que é duas vezes
o quadrado da distância do ponto ao eixo Oy.

7. Determine a abscissa do centro de massa de uma placa fina suposta homogênea, que abrange a região
limitada acima pela parábola y2 = 2x no intervalo [0,3].

8. Determine o centroide de uma semicircunferência cuja equação é 𝑦 = √4 − 𝑥 .

9. Determine o momento de inércia de uma esfera maciça de raio R.

R y

dV  Volume do cilindro elementar de raio y e altura dx: y2dx

dI  Momento de inércia do cilindro elementar: 𝑑𝐼 =

dx
10. Determine a abscissa do centro de massa do triângulo retângulo:

b
y

x
a
108

11. Determine o momento de inércia de uma haste delgada (fina) de comprimento L e massa M em relação
a um eixo perpendicular ao seu comprimento e que passa pelo seu centro de massa. Dado que a densidade
linear: 𝛿 =

12. Determine o momento de inércia de uma haste delgada (fina) de comprimento L e massa M em relação
a um eixo perpendicular ao seu comprimento e que passa a uma distância h de seu centro de massa.

13. Determine o momento de inércia de um cilindro anular de raio interno R1 e raio externo R2 e altura h,
em torno do eixo central.
109

14. Determine o momento de inércia de um anel de raio R e massa M, em relação a um eixo que passa pelo
centro, perpendicular ao plano do anel e em relação a um eixo que passa por um diâmetro qualquer.
a)

b)

a) Eixo pelo centro do anel.


b) Eixo pelo diâmetro do anel.

15. Determine o momento de inércia de um cilindro anular de raio interno R1 e raio externo R2 e altura h,
em torno do ponto de apoio.
110

Respostas:

1. a) 30 N/m
b) 60 J
c) 1,5 m

2. 9 J

3. a) 68 J
b) 10,2 m/s

4. 𝑀 = e𝑀 =

5. a) 2
b) 3 g
c) 𝑐𝑚

6. 0,

7. 1,8

8. 0,

9. 𝐼 =
111

CAPÍTULO 08 –DECOMPOSIÇÃO EM FRAÇÕES PARCIAIS

8.1. ESTRATÉGIAS PARA INTEGRAÇÃO: DECOMPOSIÇÃO EM FRAÇÕES PARCIAIS


𝑷(𝒙)
Consideramos a função racional 𝒇(𝒙) = 𝑸(𝒙) onde P e Q são polinômios.

Qual estratégia poderia ser utilizada para resolver essas integrais?

6 3x 2

 5 x dx dx x3  3x
∫ 𝑑𝑥  x 2  4 x  5 dx  ( x  1)( x  1)2  x( x 2  1)  ( x 2  1)2 dx
Lembre-se que não existe regra para integrar uma divisão, precisa-se basear estratégias nas integrais
conhecidas, a seguir:

∫ 𝑑𝑥 = ln(𝑥) + 𝑐 ∫ 𝑑𝑥 = arctg (𝑥) + 𝑐 ∫ 𝑑𝑥 = +𝑐

Existem algumas técnicas para transformar esse quociente em uma expressão mais simples:

1º TIPO: A função f é denominada imprópria se 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑃) ≥ 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).


Nesse caso, divide-se P por Q , para obter o resto R(x) ser obtido, com 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑅) < 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).
( ) ( )
O resultado da divisão é 𝑓(𝑥) = ( )
= 𝑆(𝑥) + ( )
onde S e R são polinômios também.

Exemplo 1: Reescreva a expressão como frações parciais:

Como o grau do numerador é maior que o grau do denominador, primeiro devemos fazer a divisão.

𝑥 +𝑥 2
=𝑥 +𝑥+2+
𝑥−1 𝑥−1

Exemplo 2: Reescreva a expressão como frações parciais:

𝑥 = (𝑥 + 1). 1 − 1  =1+

x2 x2 + 1
- x2 -1
-1 1
112

2º TIPO: A função f é denominada própria se 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑃) < 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).

Nesse caso, é possível expressar f como uma soma de frações mais simples, desde que o grau de P seja menor
que o grau de Q.

1º passo: Fatorar o denominador Q(x) o máximo possível.

Qualquer polinômio Q pode ser fatorado como um produto de fatores lineares (da forma ax + b) e fatores
quadráticos irredutíveis (da forma ax2 + bx + c, onde b2 – 4ac < 0).

Exemplo 3: Fatorar 𝑄(𝑥) = 𝑥 – 16:


𝑄(𝑥) = (𝑥 − 4). (𝑥 + 4) = (𝑥 − 2). (𝑥 + 2). (𝑥 + 4)

( )
2º passo: Expressar a função racional própria ( )
como uma soma de frações parciais conforme o caso:

a) Os fatores de Q(x) são do 1º grau, distintos:


𝑃(𝑥) 𝐴 𝐴 𝐴
= + + ⋯+
𝑄(𝑥) 𝑥 − 𝑎 𝑥−𝑎 𝑥−𝑎

b) Os fatores de Q(x) são do 1º grau repetidos:


𝑃(𝑥) 𝐴 𝐴 𝐴
= + +⋯+
𝑄(𝑥) (𝑥 − 𝑎) (𝑥 − 𝑎) (𝑥 − 𝑎)

c) Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis distintos:

𝑃(𝑥) 𝐴 𝑥+𝐵 𝐴 𝑥+𝐵


= +⋯+
𝑄(𝑥) (𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 ) (𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 )

d) Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis repetidos:

𝑃(𝑥) 𝐴 𝑥+𝐵 𝐴 𝑥+𝐵


= + ⋯+
𝑄(𝑥) (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐) (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐)

Exemplo 4: Expressar 𝑓(𝑥) = como soma de frações parciais

𝑥 = −1
Fatorando o denominador x2 – 4x – 5  raízes
𝑥 =5
Assim: x2 – 4x – 5 = (x + 1).(x – 5)
Verifique que os fatores de Q(x) são do 1º grau, distintos, portanto:
Logo,
6 6 𝐴 𝐵
= = +
𝑥 − 4𝑥 − 5 (𝑥 + 1)(𝑥 − 5) (𝑥 + 1) (𝑥 − 5)
113

Exemplo 5: Expressar as funções racionais como somas parciais:

a) ( )( )
= +( )
+( )
, verifique que tem fatores de Q(x) de 1º grau, repetidos.

b) ( )
= + , verifique que um fator de Q(x) é do 2º grau.

c) ( )
=( )
+ , verifique que os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis repetidos.

Como determinar os coeficientes nas somas parciais?

Usa-se o princípio da igualdade de frações.

Exemplo 6: Determine os coeficientes para a função:

Escrevendo como soma de frações parciais, tem-se:


6 6 𝐴 𝐵
= = +
𝑥 − 4𝑥 − 5 (𝑥 + 1)(𝑥 − 5) (𝑥 + 1) (𝑥 − 5)
Utilizando a igualdade de frações e calculando o MMC:
6 𝐴(𝑥 − 5) + 𝐵(𝑥 + 1)
=
(𝑥 + 1)(𝑥 − 5) (𝑥 + 1)(𝑥 − 5)
Igualando os numeradores, tem-se:
6 = 𝐴(𝑥 − 5) + 𝐵(𝑥 + 1)
6 = 𝐴𝑥 − 5𝐴 + 𝐵𝑥 + 𝐵
6 = (𝐴 + 𝐵)𝑥 − 5𝐴 + 𝐵
Do princípio da identidade de polinômios, tem-se um sistema linear:
𝐴+𝐵 =0
−5𝐴 + 𝐵 = 6
E a solução é: A = - 1 e B = 1

Outro modo de calcular A e B: 6 = 𝐴(𝑥 − 5) + 𝐵(𝑥 + 1)

Atribuindo 𝑥 = 5 , tem-se 6 = 𝐵(5 + 1)  B = 1

Atribuindo 𝑥 = −1, tem-se 6 = 𝐴(−1 − 5)  A = - 1

Portanto, a expressão pode ser reescrita como uma soma:


6 −1 1
= +
𝑥 − 4𝑥 − 5 𝑥 + 1 𝑥 − 5
114

EXERCÍCIOS

1. Escreva na forma de decomposição em frações parciais das seguintes funções e determine o valor dos
coeficientes:

3 5
𝑎) 𝑏)
(2𝑥 + 3)(𝑥 − 1) 2𝑥 − 3𝑥 − 2

2. Escreva na forma de decomposição em frações parciais das seguintes funções, não é necessário determinar
os valores numéricos dos coeficientes.

𝑥 + 9𝑥 − 12
𝑎)
(3𝑥 − 1)(𝑥 + 6)²

𝑧 − 4𝑧
𝑏)
(3𝑧 + 5)³(𝑧 + 2)

1
𝑐)
𝑥 − 𝑥³

𝑥 +𝑥 −𝑥 −𝑥+1
𝑑)
𝑥 −𝑥

𝑥 +1
𝑒)
𝑥 −1

𝑥 − 4𝑥 + 2
𝑓)
(𝑥² + 1)(𝑥² + 2)

Respostas:
3 3
1𝑎) −
2𝑥 + 3 𝑥 − 1

−2 1
1𝑏) +
2𝑥 + 1 𝑥 − 2

𝐴 𝐵 𝐶
2𝑎) + +
3𝑥 − 1 𝑥 + 6 (𝑥 + 6)

𝐴 𝐵 𝐶 𝐷
2𝑏) + + +
3𝑧 + 5 (3𝑧 + 5) (3𝑧 + 5) 𝑧+2

𝐴 𝐵 𝐶 𝐷
2𝑐) + + +
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥−1
𝐴 𝐵 𝐶
2𝑑) 𝑥 + 1 + + +
𝑥 𝑥+1 𝑥−1

𝐴 𝐵
2𝑒) 1 + +
𝑥−1 𝑥+1

𝐴𝑥 + 𝐵 𝐶𝑥 + 𝐷
2𝑓) +
𝑥 +1 𝑥 +2
115

8.2 ESTRATÉGIAS PARA INTEGRAÇÃO: DECOMPOSIÇÃO EM FRAÇÕES PARCIAIS


Existem algumas técnicas para transformar esse quociente em uma expressão mais simples, como
abordado na pré-aula.

1º TIPO: A função f é denominada imprópria se 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑃) ≥ 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).

Nesse caso, dividi-se P por Q para obter o resto R(x) ser obtido, com 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑅) < 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).
( ) ( )
O resultado da divisão é 𝑓(𝑥) = ( )
= 𝑆(𝑥) + ( )
onde S e R são polinômios também.

Assim, a integração pode ser expressa como:


𝑃(𝑥) 𝑅(𝑥)
𝑑𝑥 = 𝑆(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑑𝑥
𝑄(𝑥) 𝑄(𝑥)

Exemplo 7: Calcular ∫ 𝑑𝑥

Reescrevendo a expressão como frações parciais temos =𝑥 +𝑥+2+

𝑥 +𝑥 2 𝑥³ 𝑥²
𝑑𝑥 = 𝑥 +𝑥+2+ 𝑑𝑥 = + + 2𝑥 + 2 𝑙𝑛(𝑥 − 1) + 𝑐
𝑥−1 𝑥−1 3 2

Exemplo 8: Calcular ∫ 𝑑𝑥
²
116

2º TIPO: A função f é denominada própria se 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑃) < 𝑔𝑟𝑎𝑢(𝑄).

Nesse caso, é possível expressar f como uma soma de frações mais simples, desde que o grau de P seja menor
que o grau de Q.

1º passo: Fatorar o denominador Q(x) o máximo possível.

Qualquer polinômio Q pode ser fatorado como um produto de fatores lineares (da forma ax + b) e fatores
quadráticos irredutíveis (da forma ax2 + bx + c, onde b2 – 4ac < 0).

( )
2º passo: Expressar a função racional própria ( )
como uma soma de frações parciais, dividido em quatro
casos:
a) Os fatores de Q(x) são do 1º grau, distintos:
𝑃(𝑥) 𝐴 𝐴 𝐴
= + + ⋯+
𝑄(𝑥) 𝑥 − 𝑎 𝑥−𝑎 𝑥−𝑎

b) Os fatores de Q(x) são do 1º grau repetidos:


𝑃(𝑥) 𝐴 𝐴 𝐴
= + +⋯+
𝑄(𝑥) (𝑥 − 𝑎) (𝑥 − 𝑎) (𝑥 − 𝑎)

c) Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis distintos:


𝑃(𝑥) 𝐴 𝑥+𝐵 𝐴 𝑥+𝐵
= +⋯+
𝑄(𝑥) (𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 ) (𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 )

d) Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis repetidos:


𝑃(𝑥) 𝐴 𝑥+𝐵 𝐴 𝑥+𝐵
= + ⋯+
𝑄(𝑥) (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐) (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐)

Exemplo 9: Expresse como soma de frações parciais:

5𝑥 + 13
𝑎) =
(𝑥 − 3)(𝑥 − 2)

𝑥+1
𝑏) =
𝑥²(𝑥 − 1)

1−𝑥
𝑐) =
(𝑥 + 1)(𝑥 − 2)

3
𝑑) =
(𝑥 + 1)(𝑥 + 4)
117

Exemplo 10: Calcule ∫ 𝑑𝑥

Os fatores de Q(x) são do 1º grau, distintos: ∫ 𝑑𝑥


Reescrevendo a expressão e determinando os coeficientes, tem-se:
6 −1. 𝑑𝑥 1. 𝑑𝑥
𝑑𝑥 = +
𝑥 − 4𝑥 − 5 (𝑥 + 1) (𝑥 − 5)
A integral obtida é mais simples de ser resolvida, basta utilizar substituição imediata:
6 1 1
𝑑𝑥 = − 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥
𝑥 − 4𝑥 − 5 (𝑥 + 1) (𝑥 − 5)
Assim,
6
𝑑𝑥 = − 𝑙𝑛( 𝑥 + 1) + 𝑙𝑛( 𝑥 − 5) + 𝑐
𝑥 − 4𝑥 − 5

Exemplo 11: Calcule ∫ ( )( )

Os fatores de Q(x) são do 1º grau repetidos: ∫ ( )( )

Reescrevendo a expressão e determinando os coeficientes, tem-se:

3𝑥 + 5𝑥 𝐴(𝑥 + 1) + 𝐵(𝑥 − 1) + 𝐶(𝑥 − 1)(𝑥 + 1)


=
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) (𝑥 − 1)(𝑥 + 1)

3𝑥 + 5𝑥 = 𝐴(𝑥 + 1) + 𝐵(𝑥 − 1) + 𝐶(𝑥 − 1)(𝑥 + 1)

Resolvendo o sistema  A = 2 B = 1 C = 1

Voltando a integral, percebe-se que a expressão é mais simples, e a integral pode ser resolvida utilizando
substituição imediata:

(3𝑥 + 5𝑥)𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
=2 + (𝑥 + 1) 𝑑𝑥 +
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) 𝑥−1 𝑥+1
Portanto:

(3𝑥 + 5𝑥)𝑑𝑥 1
= 2 𝑙𝑛( 𝑥 − 1) − + 𝑙𝑛( 𝑥 + 1) + 𝑐
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) 𝑥+1
118

Exemplo 12: Calcule ∫ ( )

Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis distintos: ∫ ( )

Reescrevendo a expressão e determinando os coeficientes, tem-se:


1 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
= +
𝑥(𝑥 + 1) 𝑥 𝑥 + 1

1 𝐴(𝑥 + 1) + 𝐵𝑥 + 𝐶𝑥
=
𝑥(𝑥 + 1) 𝑥(𝑥 + 1)

1 = 𝐴(𝑥 + 1) + 𝐵𝑥 + 𝐶𝑥

Resolvendo o sistema  A = 1 B = -1 C = 0.
𝑑𝑥 𝑑𝑥 −𝑥
= + 𝑑𝑥
𝑥(𝑥 + 1) 𝑥 𝑥 +1
Voltando a integral, percebe-se que a expressão é mais simples, e a integral pode ser resolvida utilizando
substituição imediata:
𝑑𝑥 1
= 𝑙𝑛 𝑥 − 𝑙𝑛( 𝑥 + 1) + 𝑐
𝑥(𝑥 + 1) 2

Exemplo 13: Calcule ∫ ( )


𝑑𝑥

Os fatores de Q(x) são do 2º grau, irredutíveis repetidos: ∫ ( )


𝑑𝑥

Reescrevendo a expressão e determinando os coeficientes, tem-se:

𝑥 + 3𝑥 𝐴𝑥 + 𝐵 𝐶𝑥 + 𝐷
= +
(𝑥 + 1) (𝑥 + 1) 𝑥 +1

𝑥 + 3𝑥 𝐴𝑥 + 𝐵 + (𝐶𝑥 + 𝐷)(𝑥 + 1)
=
(𝑥 + 1) (𝑥 + 1)

𝑥 + 3𝑥 = 𝐴𝑥 + 𝐵 + (𝐶𝑥 + 𝐷)(𝑥 + 1)

Resolvendo o sistema  A = 2 B = 0 C = 1 D = 0

𝑥 + 3𝑥 2𝑥 𝑥
𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥
(𝑥 + 1) (𝑥 + 1) 𝑥 +1
Voltando a integral, percebe-se que a expressão é mais simples, e a integral pode ser resolvida utilizando
substituição imediata:

𝑥 + 3𝑥 −1 1
𝑑𝑥 = + 𝑙𝑛( 𝑥 + 1) + 𝑐
(𝑥 + 1) (𝑥 + 1) 2
119

Exemplo 14: Calcule as integrais:

5𝑥 + 4
𝑎. 𝑑𝑥
𝑥 + 3𝑥 − 10

𝑥𝑑𝑥
𝑏.
(𝑥 − 1) . (𝑥 + 2)
120

8𝑥 + 3𝑥 + 20
𝑐. 𝑑𝑥
(𝑥 + 1) (𝑥² + 4)

𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 + 2
𝑑. 𝑑𝑥
(𝑥 + 1)
121

Nem sempre a decomposição em frações parciais é dada de forma explícita, nesse caso, primeiramente, é
necessário fazer uma substituição para em seguida utilizar o processo de decomposição em frações parciais.

𝑒
𝑒. 𝑑𝑥
𝑒 + 3𝑒 + 2

f) Verifique se o resultado obtido no item (e) está correto usando derivadas.

Respostas:

𝑎. 3𝑙𝑛6 − 3𝑙𝑛5 − 2𝑙𝑛2


1 𝑥−1 2
𝑏. 𝑙𝑛 − +𝑐
9 𝑥+2 3(𝑥 + 2)
3
𝑐. 5𝑙𝑛|𝑥 + 1| + 𝑙𝑛|𝑥 + 4| + 𝑐
2
1 3
𝑑. 𝑙𝑛|𝑥 + 1| + 2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔𝑥 − (𝑥 + 1) +𝑐
2 2
(𝑒 + 2)²
𝑒. 𝑙𝑛 +𝑐
𝑒 +1
122

Exemplo 15: Considere a região limitada por:

𝑦= , eixo 𝑥, 𝑥 = 0 e 𝑥 = 1.

a) Modele e calcule a área limitada.

b) Modele e calcule o volume do sólido resultante em torno do eixo y.


123

c) Modele e calcule o volume do sólido resultante em torno do eixo x.


124

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
de frações parciais forma incorreta: parcialmente: corretamente fazendo a
de forma coerente e - decompõe a fração de - esqueceu da constante decomposição em
precisa utilizando a forma incorreta - escolheu u de forma frações parciais
RA1
ID1.2 técnica de 4 incorreta 7 corretamente 10
substituição. - resolveu a integral
depois da decomposição
de forma incorreta

EXERCÍCIOS
1. Calcule as integrais, em seguida, verifique se os resultados obtidos estão corretos.

a) ∫ ( )( )( )
𝑑𝑥

b) ∫ ( )
𝑑𝑥

c) ∫ ( )
𝑑𝑥

d) ∫ 𝑑𝑥

e) ∫ 𝑑𝑥

f) ∫ 𝑑𝑥

2. Calcule as integrais definidas:

𝑥
𝑎) 𝑑𝑥
𝑥 − 2𝑥 − 3

𝑥³
𝑏) 𝑑𝑥
𝑥 + 2𝑥 + 1

1
𝑐) 𝑑𝑥
(𝑥 + 1)(𝑥 + 1)

3. Mostre que:
𝑑𝑢 1 𝑢−𝑎
= 𝑙𝑛
𝑢 −𝑎 2𝑎 𝑢+𝑎
125

4. Calcule as integrais, abrindo em frações parciais.

a) ∫ ( ) ( )
𝑑𝑥

b) ∫ ( )

c) ∫ ( )( )

d) ∫ ( )( )
𝑑𝑥

e) ∫ ( ) ( )
𝑑𝑥

f) ∫ ( )( )
𝑑𝑥

g) ∫ ( )( )
𝑑𝑥

h) ∫ ( )( )
𝑑𝑥

5. Calcule as integrais, iniciando com a fatoração.

a) ∫ 𝑑𝑥

b) ∫ 𝑑𝑥

c) ∫ 𝑑𝑥

d) ∫ 𝑑𝑥

e) ∫ 𝑑𝑥

f) ∫ 𝑑𝑥

g) ∫ 𝑑𝑥

h) ∫ ( )( )
𝑑𝑥

6. Calcule as integrais, avaliando o grau do numerador e denominador.

a) ∫ 𝑑𝑥

b) ∫ 𝑑𝑥

c) ∫ 𝑑𝑥

d) ∫ 𝑑𝑥
126

7. Use os métodos de integração adequados para resolver:


𝑒
𝑎) 𝑑𝑥
𝑒 + 3𝑒 + 2

cos 𝑥
𝑏) 𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 6

1
𝑐) /
𝑑𝑥
𝑥 − √𝑥

√𝑥 + 1
𝑑) 𝑑𝑥
𝑥
127

Respostas:

1.

a) − 𝑙𝑛|𝑥 + 1| + 𝑙𝑛|𝑥 + 3| − 𝑙𝑛|𝑥 + 5| + 𝑐


b) 𝑙𝑛|𝑥 (𝑥 − 4) | + 𝑐
c) − ( )
− + 𝑙𝑛|𝑥 − 1| + 𝑐

d) + 2𝑥 + 𝑐
( )
e) 𝑙𝑛 ( )
+𝑐
( )
f) 𝑙𝑛 +𝑐
√ √

2.

a)

b) 3 ln 2 − 2

c)

4.

a) ( )
+ 𝑙𝑛|𝑥 − 1| + 𝑙𝑛|𝑥 + 2| + 𝑐

b) +𝑙𝑛 √
+𝑐
c) 𝑙𝑛|𝑥 − 1| − 𝑙𝑛|𝑥 + 4| − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 + 𝑐
d) 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑙𝑛|𝑥 + 1| + 𝑙𝑛|2𝑥 + 3| + 𝑐
e) 3𝑙𝑛|𝑥 − 2| − − 3𝑙𝑛|𝑥 − 3| − +𝑐
f) 2𝑙𝑛|𝑥 − 1| + 𝑙𝑛(𝑥 + 1) − 3𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔𝑥 + 𝑐
g) 𝑙𝑛(𝑥 + 1) − 3𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔𝑥 + √2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐

h) 𝑙𝑛(𝑥 + 1) + 𝑙𝑛(𝑥 + 2) − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐


√ √

5.

a) + 𝑙𝑛|𝑥 + 5| + 𝑐

b) 𝑙𝑛|𝑥 − 1| − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 +𝑐

c) − 𝑙𝑛|𝑥| + 𝑙𝑛|𝑥 + 2| + 𝑙𝑛|𝑥 − 1| + 𝑐
d) 𝑙𝑛|𝑥 + 2| + +𝑐
e) − 𝑙𝑛|𝑥| + + 𝑙𝑛|𝑥 − 4| + 𝑐
128

f) 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑙𝑛(𝑥 + 2) + 𝑐
g) 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑙𝑛(𝑥 + 9) + 𝑐
h) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔𝑥 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 + 𝑐

6.

a) − 2𝑥 + + 2𝑙𝑛|𝑥 + 2𝑥| + 𝑐
b) 𝑥 − 𝑙𝑛|𝑥| + 2𝑙𝑛|𝑥 − 1| + 𝑐
c) 𝑥 + 𝑙𝑛 +𝑐
d) 𝑥 + 𝑙𝑛|𝑥 − 1| − 𝑙𝑛(𝑥 + 𝑥 + 1) + 𝑐

7.

a) 𝑙𝑛 +𝑐

b) 𝑙𝑛 +𝑐


c) 𝑙𝑛 +𝑐


d) 2√1 + 𝑥 + 𝑙𝑛 +𝑐

129

CAPÍTULO 9 – INTEGRAL IMPRÓPRIA


9. INTRODUÇÃO

Na definição de integral definida, considera-se a função integranda contínua num intervalo fechado e
limitado. Mas, pode-se ampliar esta definição para os seguintes casos:

CASO 01: Funções definidas em intervalos do tipo [𝒂, ∞), (−∞, 𝒃] 𝒐𝒖 (−∞, ∞), ou seja, para todo x ≥ a ou
x ≤ b ou para todo x  R, respectivamente.

CASO 02: Função integranda é descontínua em um ponto c tal que c  [a, b].

As integrais destas funções são chamadas integrais impróprias. As integrais impróprias são de grande
utilidade em diversos ramos da Matemática como, por exemplo, na solução de equações diferenciais
ordinárias via transformadas de Laplace e no estudo das probabilidades, em Estatística.

9.1. INTEGRAIS DEFINIDAS EM INTERVALOS ILIMITADOS

Exemplo 01: Calcule a área da região R determinada pelo gráfico de 𝑦 = , x ≥ 1 e o eixo x.

Primeiramente note que a região R é ilimitada e não é claro o significado de "área" de tal região.

1
Seja Rb a região determinada pelo gráfico de y  e 1  x  b.
x2

A área de Rb é: 𝐴 = ∫ 𝑑𝑥

−1 1
𝐴= =1−
𝑥 𝑏
É intuitivo que para valores de b muito grandes a região limitada Rb é uma boa aproximação da região
ilimitada R. Isto induz a escrever:
1
𝐴 = lim 1 − = 1 𝑢. 𝑎.
→ 𝑏
É comum representar:

1
𝐴= 𝑑𝑥
𝑥
130

Esta integral é um exemplo de integral imprópria com limite de integração infinito. Motivado pelo raciocínio
anterior tem-se as seguintes definições:

 Se f é uma função integrável em [𝑎, ∞), então:



𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
→∞

 Se f é uma função integrável em (−∞, 𝑏], então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥


∞ → ∞

 Se f é uma função integrável em 𝑅 = (−∞, ∞), então:



𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
∞ → ∞ →∞

Se os limites existirem e forem finitos, as integrais impróprias são ditas convergentes. Caso contrário são ditas
divergentes.

Exemplos: Calcule, caso sejam convergentes, as seguintes integrais:

1
2. 𝑑𝑥
𝑥
131

𝑑𝑥
3.
𝑥 +1

1 se x  1
4. ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 tal que f ( x)  
0 se x  1
132

APLICAÇÃO: TRANSFORMADA DE LAPLACE

A transformada de Laplace permitirá que obtenhamos a solução de uma equação diferencial ordinária de
coeficientes constantes através da resolução de uma equação algébrica.

Seja 𝑓: [0, ∞[ → ℝ. A transformada de Laplace da função 𝑓(𝑡) é denotada e definida por:

𝐹(𝑠) = ℒ{𝑓(𝑡)} = 𝑒 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡

se a integral imprópria converge, pelo menos para algum valor de s.

Exemplo 5: Obter a transformada de 𝑓(𝑡)=1 e defina o intervalo de 𝑠 correspondente.


133

9.2. INTEGRAIS DE FUNÇÕES DESCONTÍNUAS

Considere uma função 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ, então:

 Se f é descontínua em b, então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥


 Se f é descontínua em a, então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)𝑑𝑥


 Se f é descontínua em 𝑐 ∈ (𝑎, 𝑏), então:

𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑓(𝑥)𝑑𝑥

Se nas definições anteriores os limites existirem, as integrais impróprias são ditas convergentes. Caso
contrário são ditas divergentes.

Exemplos: Calcule, caso sejam convergentes, as seguintes integrais:

𝑑𝑥
6.
√𝑥 − 2
134

7. 𝑙𝑛 𝑥𝑑𝑥

1
8. 𝑑𝑥
𝑥−1
135

Atenção: Rubrica de correção

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Resolve a integral Resolve a integral de Resolve a integral Resolve a integral
definida de forma forma incorreta parcialmente: corretamente
RA1 coerente e precisa - usa a técnica errada - usa a técnica adequada aplicando o teorema
ID1.2 utilizando a técnica para resolver a integral 4 para resolver a integral, 7 fundamental do 10
adequada. - não utiliza o teorema mas calcula errado a cálculo
fundamental do cálculo primitiva nos intervalos de
integração
RA2 Verificar se a Deriva a função de 4 Deriva a função 7 Deriva a função 10
ID2.2 integral está correta forma incorreta. parcialmente, corretamente
usando derivadas. cometendo algum erro.

EXERCÍCIOS:

1. Considere a região infinita no primeiro quadrante entre a curva 𝑦 = 𝑒 e o eixo 0x.

a) Calcule a área da região

b) Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região em torno do eixo y.

2. Calcule a área da região que se encontra entre as curvas 𝑦 = sec 𝑥 e 𝑦 = 𝑡𝑔 𝑥 entre 𝑥 = 0 e 𝑥 = .

3. Determine se as integrais a seguir são convergentes ou divergentes, utilize as técnicas de integração


adequadas:

a. ∫

b. ∫

c. ∫

d. ∫ 4𝑒 𝑑𝑥

e. ∫

f. ∫

g. ∫

h. ∫ 𝑥𝑒 𝑑𝑥

i. ∫

136

4. Determine se as integrais a seguir são convergentes ou divergentes, utilize as técnicas de integração


adequadas:

a. ∫ 𝑑𝑥

b. ∫ 𝑑𝑥

c. ∫ 𝑑𝑥

d. ∫ ( )
𝑑𝑥

e. ∫ √
𝑑𝑥

f. ∫ 𝑑𝑥

g. ∫ 𝑙𝑛 𝑥 𝑑𝑥

h. ∫ √
𝑑𝑥

5. Calcule os valores de p para os quais cada integral converge:

1
𝑎) 𝑑𝑥
𝑥(𝑙𝑛𝑥)

1
𝑏) 𝑑𝑥
𝑥(𝑙𝑛𝑥)

Respostas:

1. a) 1 u.a. b) 2𝜋 𝑢. 𝑣.

2. ln 2 𝑢. 𝑎.

3 a) 2 b) c) 𝑙𝑛2 d) ∞, divergente e) f)∞,divergente

g) 𝜋 h) −1 i) 2

4. a) 2 b) −∞, divergente c) ∞, divergente d) ∞, divergente

e) f) 2 g) -1 h) -1

5. a) Converge para p<1. b) Converge para p>1


137

CAPÍTULO 10 – MATRIZES, OPERAÇÕES E DETERMINANTES


10 INTRODUÇÃO

É comum nos depararmos com conjuntos de números que são operados essencialmente da mesma maneira. Então,
podemos tratá-los em bloco, de forma única, através do uso de matrizes.

Em meados do século XIX, as matrizes tiveram sua importância detectada e saíram da sombra dos determinantes. O
primeiro a lhes dar um nome parece ter sido Cauchy, por volta de 1826. Ele as chamou de tableau (= tabela).

O nome matriz só veio com James Joseph Sylvester, 1850. Seu amigo Cayley, com sua famosa Memoir on the Theory of
Matrices, 1858, divulgou esse nome e mostrou sua utilidade. O significado coloquial da palavra matriz é: local onde algo
se gera ou cria. Sylvester as vias como "...um bloco retangular de termos... o que não representa um determinante, mas
é como se fosse uma MATRIZ a partir da qual podemos formar vários sistemas de determinantes, ao fixar um número
p e escolher à vontade p linhas e p colunas...". Observe que Sylvester ainda via as matrizes como mero ingrediente dos
determinantes. É só com Cayley que elas passam a ter vida própria e gradativamente começam a suplantar os
determinantes em importância. A referência mais antiga a matrizes, entretanto, data de aproximadamente do ano
2500 a.C., no livro chinês Chui-Chang Suan-Shu (Nove capítulos sobre a arte matemática). Este livro apresenta
problemas sobre a mensuração de terras, agricultura, impostos, equações, etc. Um destes problemas é resolvido com
cálculos efetuados sobre uma tabela, tais como efetuamos hoje com as matrizes. Atualmente, as matrizes são muito
utilizadas em várias áreas de conhecimento. Suas aplicações se dão na Matemática, Física, Engenharia, Estatística e
Computação.

10.1 DEFINIÇÃO DE MATRIZ

Uma matriz real (ou complexa) m x n, sendo m e n ≥ 1 é uma tabela formada por m linhas e n colunas.
Representação: A = (aij)

O elemento genérico da matriz A, é representado por aij indicando a posição desse elemento na matriz A.

O índice “i” indica a posição na linha do elemento na matriz A = (aij).

O índice “j” indica a posição na coluna do elemento na matriz A = (aij).

 a11 a12 ... ... a1n   a11 a12 ... ... a1n 
a  
 21 a 22 ... ... a 2 n   a 21 a 22 ... ... a 2 n 
A =  ... ... ... ... ...  A =  ... ... ... ... ... 
   
 ... ... ... ... ...   ... ... ... ... ... 
a m1 ... a mn  a ... a mn 
am2 ...  m1 am2 ...

Exemplo 1:

1 2 1 9 −7 8
5 0
A = (−1 5) B=( ) C = (5 2 −1 3)
1 −3
0 7 0 7 6 7
138

Conceitos básicos

Ordem: Se a matriz A tem m linhas e n colunas, dizemos que a ordem da matriz é m×n.
Posição de um elemento: A posição de cada elemento aij=a(i,j) é indicada pelo par ordenado (i,j).
Notação para a matriz: Indicamos uma matriz A pelos seus elementos, na forma: A=[a(i,j)].

Uma matriz pode ser construída a partir de seus elementos.


Exemplo 2: Escreva a matriz A2x3=[a(i,j)], onde aij=2i+3j
a11=2.1+3.1 = 5 a12=2.1+3.2 = 8 a13=2.1+3.3 = 11
a21=2.2+3.1 = 7 a22=2.2+3.2 = 10 a23=2.2+3.3 = 13
Portanto:
5 8 11
A=( )
7 10 13

Tipos de matrizes

i. Matriz retangular: é a matriz que tem o número de linhas é diferente do número de colunas, ou seja,
m≠n.
ii. Matriz linha: é toda matriz do tipo 1 x n.
iii. Matriz coluna: é toda matriz do tipo m x 1.
iv. Matriz nula: é aquela que possui todos os elementos iguais a zero.
v. Matriz quadrada: é a matriz que tem o número de linhas igual ao número de colunas, ou seja, m = n.
1. Diagonal principal: A diagonal principal da matriz quadrada é indicada pelos elementos da
forma a(i,j) onde i = j.
2. Traço T(A): é a soma dos elementos da diagonal principal da matriz A.
6 −1 8
Exemplo 3: 𝐴 = (−1 5 2)
7 2 −3
Traço T(A) = 6 + 5 – 3 = 8
3. Diagonal secundária: A diagonal secundária de uma matriz quadrada A de ordem (m x m) é
o conjunto dos elementos que possuem a soma dos índices igual a m + 1, ou seja:
A ={𝑎𝑖𝑗 |𝑖 + 𝑗 = 𝑚 + 1} = {𝑎1𝑚 , 𝑎2,𝑚−1 , . . . , 𝑎𝑚1 }
Lembrando que só existe diagonal principal e secundária em matrizes quadradas.
vi. Matriz diagonal: é uma matriz quadrada que tem todos os elementos nulos fora da diagonal principal.
Alguns elementos da diagonal principal podem ser nulos.
4 0 0
Exemplo 4: 𝐴 = (0 1 0 )
0 0 −3
vii. Matriz identidade: é denotada por In, tem os elementos da diagonal principal iguais a 1 e zero fora da
diagonal principal.
1 0 0
1 0  
Exemplo 5: I 2 =   e I3 = 0 1 0
0 1  0 0 1
 
139

viii. Matriz triangular superior: possui todos os elementos abaixo da diagonal principal iguais a zero.
3 5 1
Exemplo 6: 𝐴 = (0 −2 0)
0 0 7
ix. Matriz triangular inferior: possui todos os elementos acima da diagonal principal iguais a zero.
8 0 0
Exemplo 7: 𝐴 = (1 7 0)
4 −1 0
x. Matriz escalar: é uma matriz diagonal onde a11 = a22 = a33 = ... = ann
7 0 0
Exemplo 8: 𝐴 = (0 7 0)
0 0 7

xi. Matriz transposta e suas propriedades


Dada uma matriz 𝐴 = [𝑎(𝑖, 𝑗)] de ordem 𝑚 × 𝑛, definimos a transposta da matriz A como a matriz 𝐴𝑡
= [a(j,i)] e se observa aqui, que as linhas de A se transformam nas colunas de A t.
Exemplo 9:
1 0
1 5 −1
A=( ) e A𝑡 = ( 5 2)
0 2 √3
−1 √3
t
Note que a ordem da matriz A é diferente da ordem de A, se A não for uma matriz quadrada.

Propriedades das matrizes transpostas


T1: A transposta da transposta da matriz é a própria matriz, ou seja, (𝐴𝒕 )𝒕 = 𝐴
T2: A transposta da multiplicação de um escalar por uma matriz é igual ao próprio escalar multiplicado
pela transposta da matriz, ou seja, (𝑘𝐴)𝒕 = 𝑘 (𝐴𝒕 )
T3: A transposta da soma de duas matrizes é a soma das transpostas dessas matrizes, ou seja,
(𝐴 + 𝐵)𝒕 = 𝐴𝒕 + 𝐵 𝒕
T4: A transposta do produto de duas matrizes é igual ao produto das transpostas das matrizes na
ordem trocada, ou seja, (𝐴. 𝐵)𝒕 = 𝐵 𝒕 . 𝐴𝒕

xii. Matrizes simétricas e antissimétricas


Uma matriz A é simétrica se é uma matriz quadrada tal que At = A.
Exemplo 10:
0 −1 7
2 9
A=( ) B = (−1 8 2)
9 −5
7 2 −9
Uma matriz A é antissimétrica se é uma matriz quadrada tal que At = - A, necessariamente, a diagonal
dever ter todos os elementos nulos.
Exemplo 11:
0 −1 7
0 9
A=( ) B=( 1 0 2)
−9 0
−7 −2 0
140

10.2 OPERAÇÕES COM MATRIZES


Podemos fazer operações com matrizes, desde que a operação seja possível, para isso é necessário avaliar
as ordens das matrizes envolvidas. As ordens das matrizes precisam ser iguais para igualar, somar e/ou
subtrair matrizes.
Cuidado: Não existe divisão entre matrizes.

Matrizes iguais
Duas matrizes 𝐴 = [𝑎(𝑖, 𝑗)] e 𝐵 = [𝑏(𝑖, 𝑗)], de mesma ordem m×n, são iguais se todos os seus
correspondentes elementos são iguais, isto é, 𝑎(𝑖, 𝑗) = 𝑏(𝑖, 𝑗).
Exemplo 12: As matrizes A e B definidas a seguir tem ordem 2, somente serão iguais se c = 0 e b = 3.
2 0 2 𝑐
𝐴=[ ] 𝐵=[ ]
−1 𝑏 −1 3

Adição de matrizes
A soma (adição) de duas matrizes 𝐴 = [𝑎(𝑖, 𝑗)] e 𝐵 = [𝑏(𝑖, 𝑗)] de mesma ordem m×n, denotada por 𝐴 + 𝐵,
é uma outra matriz 𝐶 = [𝑐 (𝑖, 𝑗)], definida por: 𝑐(𝑖, 𝑗) = 𝑎(𝑖, 𝑗) + 𝑏(𝑖, 𝑗).

Exemplo 13: A soma das matrizes A e B é a terceira matriz indicada abaixo.


3 −1 0 1 −1 −3 3+1 −1 + (−1) 0 + (−3) 4 −2 −3
𝐴+𝐵 =( )+( )=( )=( )
4 5 6 −4 −5 7 4 + (−4) 5 + (−5) 6+7 0 0 13

Propriedades da soma de matrizes


A1: Associativa: Para quaisquer matrizes A, B e C, de mesma ordem m×n, vale a igualdade
(𝐴 + 𝐵) + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶).
A2: Comutativa: Para quaisquer matrizes A e B, de mesma ordem m×n, vale a igualdade
𝐴 + 𝐵 = 𝐵 + 𝐴.
A3: Elemento neutro: Existe uma matriz nula 0 que somada com qualquer outra matriz A de mesma ordem,
fornecerá a própria matriz A, isto é,
0 + 𝐴 = 𝐴.
A4: Elemento oposto: Para cada matriz A, existe uma matriz -A, denominada a oposta de A, cuja soma entre
ambas fornecerá a matriz nula de mesma ordem, isto é,
𝐴 + (−𝐴) = 0.
141

Multiplicação de um escalar por matriz


Seja k um escalar e A=[a(i,j)] uma matriz. Definimos a multiplicação do escalar k pela matriz A, como outra
matriz C=k.A, definida por: c(i,j) = k. a(i,j)
Exemplo 14: A multiplicação do escalar - 2 pela matriz A, definida por:
3 −1 0 −2.3 −2. (−1) −2.0 −6 2 0
(−2)𝐴 = (−2) ( )=( )=( )
4 5 6 −2.4 −2.5 −2.6 −8 −10 −12

Propriedades da multiplicação de escalar por matriz


E1: Multiplicação pelo escalar 1: A multiplicação do escalar 1 por qualquer matriz A, fornecerá a própria
matriz A, isto é,
1.A = A.
E2: Multiplicação pelo escalar zero: A multiplicação do escalar 0 por qualquer matriz A, fornecerá a matriz
nula, isto é,
0.A = 0.
E3: Distributividade das matrizes: Para quaisquer matrizes A e B de mesma ordem e para qualquer escalar
k, tem-se
k (A+B) = k A + k B.
E4: Distributividade dos escalares: Para qualquer matriz A e para quaisquer escalares p e q, tem-se
(p + q) A = p A + q A

Multiplicação de matrizes
Seja a matriz A=[a(i,j)] de ordem m×n é a matriz B=[b(k,j)] de ordem nxp. Definimos o produto das matrizes
A e B como uma outra matriz de ordem mxp C=A.B, definida por:
n
cij =  aik .bkj
k =1

Podemos visualizar esta operação através das matrizes seguintes. Basta observar a linha em destaque na
primeira matriz, a coluna em destaque na segunda matriz e o elemento em destaque na terceira matriz.

a11 a12 a13 c11 c12 c13 c14


b11 b12 b13 b14
a21 a22 a23 c21 c22 c23 c24
× b21 b22 b23 b24 =
a31 a32 a33 c31 c32 c33 c34
b31 b32 b33 b34
a41 a42 a43 c41 c42 c43 c44
Para obter o elemento o elemento c(2,3), da 2a. linha e 3a. coluna da matriz produto C=A.B,

s: c23 = a21 b13 + a22 b23 + a23 b33

Observação: Somente podemos multiplicar duas matrizes se o número de colunas da primeira for igual ao
número de linhas da segunda.
142

Decorrência da definição de multiplicação de matrizes:


A matriz produto A.B existe apenas se o número de colunas da primeira matriz (A) é igual ao número de
linhas da segunda matriz (B). Note que a matriz produto terá o número de linhas (m) do primeiro fator e o
número de colunas (p) do segundo fator.
Assim, Amxn x Bnxp =(AB)mxp

Exemplo 15:
A3x2 x B2x5 = (AB)3x5
A4x1 x B2x3 = Não existe
A2x7 x B7x1 = (AB)2x1

Propriedades da multiplicação de matrizes


Para todas as matrizes A, B e C que podem ser multiplicadas, temos algumas propriedades:
M1: Distributividade da soma à direita: A (B+C) = A B + A C
M2: Distributividade da soma à esquerda: (A + B) C = A C + B C
M3: Associatividade: A (B C) = (A B) C
M4: Elemento Neutro: A matriz identidade In é a matriz elemento neutro da multiplicação de matrizes, ou
seja, A . In = In . A = A

Atenção:
Nulidade do produto: Pode acontecer que o produto de duas matrizes seja a matriz nula, isto é: A.B = 0,
embora nem A nem B sejam matrizes nulas.
Exemplo 16:
𝟎 𝟏 𝟎 𝟐 𝟎 𝟎
( ).( )=( )
𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎
Nem sempre vale o cancelamento: Se ocorrer a igualdade A.C = B.C, nem sempre é verdadeiro que A = B.
Existem exemplos de multiplicação entre matrizes que são iguais, mas as matrizes A e B são diferentes.
Exemplo 17:
𝟎 𝟏 𝟎 𝟓 𝟎 𝟐 𝟎 𝟓
( ).( )=( ).( )
𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎 𝟎

Nem sempre vale a comutatividade: Em geral, A×B é diferente de B×A.

Exemplo 18:
2 0 2 0 4 6 8
2 3 4 13 −2 2 3 4
A.B = ( ) . −1 2 ) = (
( ) B.A =(−1 2 ) . ( (
)= 0 −3 −6)
1 0 −1 −1 2 1 0 −1
3 −2 3 −2 4 9 14
143

10.3 DETERMINANTES

Para entender a definição de determinante é necessário entender o que são permutações e inversões.

Permutação: Seja S = {1,2,...,n}, com n  IN* , ordenados em ordem crescente. Uma outra ordem { j1,j2,...,jn }
dos elementos de S é chamada de permutação de S.

Exemplo 19:

S = {1,2,3,4}. Então 3214 é uma permutação de S, assim se formarmos todas as permutações possíveis com
os elementos de S teremos 24 permutações, ou seja, 4! = 24. Generalizando n!

S = {1,4,9}. Então S3 tem 3! = 6 permutações: 149, 419, 941, 194, 491, 914.

Inversão: Uma permutação j1,j2,...,jn do conjunto S = {1,2,...,n} tem uma inversão se um inteiro jr precede um
inteiro menor js. Uma permutação é dita par se o número total de inversões é par. De forma análoga, uma
permutação é dita ímpar se o número total de inversões é ímpar.
𝑛! 𝑛!
Note que se n  2, Sn tem permutações pares e ímpares.
2 2

Exemplo 20:

Seja S = {1,4,9}. Então a permutação 194 é ímpar, pois o 9 está antes do 4 (uma inversão).

A permutação 914 é par, pois o 9 está antes do 1 e do 4 (duas inversões).

Pares: 149 (0); 491 (2) e 914 (2)

Impares: 194 (1); 419 (1) e 941 (3)

10.4 DEFINIÇÃO DE DETERMINANTE

Seja A =[aij ] uma matriz de quadrada. O determinante de A, cuja notação pode ser dada por det(A) ou por
|A|, é determinado por:

pn
det( A) =  (−1) ni . a1 j1 . a2 j2 . (...) . anjn
p1

onde ni é o número de inversões da permutação 𝑗1 , 𝑗2 , . . . 𝑗𝑛 em relação ao conjunto S ={1,2, . . . , n}, o intervalo


p1 à pn indica que a soma é sobre todas as n! permutações de {1, 2, 3, ..., n}.

Notação: det(A) ou |𝐴|.

Lembre-se que o determinante é um número (real ou complexo)


144

Determinante de primeira ordem:

Se A é uma matriz de ordem 1 tem-se: A = [a11], então det A = a11

Determinante de segunda ordem:

a a12 
Se A é uma matriz de ordem 2 tem-se: A =  11 , então det A = a11.a22 – a12.a21
a 21 a 22 

Usando a definição de determinante temos:

Produto elementar Permutação Par ou ímpar Produto elementar


associada com sinal

a11.a22 (1,2) Par (0 inversões) + a11.a22

a12.a21 (2,1) Ímpar (1 inversão) - a12.a21

Determinante de terceira ordem:

Se a matriz A for de ordem três, usando o processo anterior tem-se a regra de Sarrus. Dada uma matriz A
quadrada de ordem três, repete-se à direita, a 1a e a 2a colunas, multiplicando os elementos seguindo cada
diagonal, observando sempre o sinal, como no esquema:

Temos então: det (A) = a11a22a33 + a12a23a31 + a13a21a31 – a13a22a31 – a11a23a32 – a12a21a33

Se a matriz tiver ordem maior que três, podem ser utilizadas as propriedades descritas a seguir, ou o teorema
de Laplace que reduz a ordem da matriz.
145

10.5 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES

D1: O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais, ou seja, det(A) = det(AT).
Exemplo 21:
1 2 1 3
| | = 4 – 6 = -2 | |=4–6=-2
3 4 2 4

D2: Se uma matriz B é obtida de uma matriz A trocando-se duas linhas ou colunas de A, então:
det(B) = – det(A)
Exemplo 22:
1 2 2 1
| |= - 2 | |=6–4=2
3 4 4 3

D3: Se a matriz A tem uma linha ou uma coluna nula, então det(A) = 0.
Exemplo 23:
1 0 1 2
| |=0 | |=0
3 0 0 0

D4: Se duas linhas ou colunas da matriz A são iguais ou proporcionais então det(A) = 0.
Exemplo 24:
1 2 1 2
| |=2–2=0 | |=4–4=0
1 2 2 4

D5: Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se na matriz A uma linha (ou coluna) é uma combinação linear
das demais linhas (ou colunas), então det(A) = 0.
Exemplo 25:
1 2 1
𝐴 = [2 1 −1], então det(A)=0, pois L3 = 2L1 + L2
4 5 1

D6: Se B é obtida multiplicando-se uma linha ou coluna de A por um número real “c”, então
det(B) = c . det(A)
Exemplo 26:
1 2 1.2 2 2 2
| |=-2 | |=| | = 8 – 12 = -4
3 4 3.2 4 6 4

D7: Seja A matriz quadrada de ordem n e k escalar  R, então det(k.A) = kn . det(A)


Exemplo 27:
1 2 1.2 2.2 2 4
| |=-2 | |=| | = 16 – 24 = - 8,
3 4 3.2 4.2 6 8
Verifique que - 8 = ( 2)2. (-2), k = 2 e n = 2

D8: O determinante de um produto de matrizes é igual ao produto de seus determinantes, ou seja,


det(A.B) = det(A). det(B)
146

D9: Se a matriz A é uma matriz triangular superior (ou inferior), então o determinante da matriz A é igual o
produto dos elementos da diagonal principal, ou seja,
det(A) = a11 . a22 . a33 . . . ann
Exemplo 28:
−1 0 0
𝐴 = [ 2 1 0] é triangular, então det(A) = (- 1).1.4 = - 4.
−3 1 4

D10: Se todos os elementos de uma linha ou coluna de uma matriz quadrada se descompõem em duas somas,
então seu determinante é igual a soma dos determinantes que têm nessa linha ou coluna o primeiro e a
segunda soma respectivamente, sendo os elementos restantes iguais aos determinantes iniciais.
Exemplo 29:
𝑎 𝑏 𝑐 𝑎 𝑏 𝑐 𝑎 𝑏 𝑐
| 𝑑 𝑒 𝑓 | = |𝑑 𝑒 𝑓| + |𝑑 𝑒 𝑓|
𝑔+𝑗 ℎ+𝑘 𝑖+𝑙 𝑔 ℎ 𝑖 𝑗 𝑘 𝑙

D11: Um determinante não se altera quando somamos, a uma fila, outra fila paralela previamente multiplicada
por um número real diferente de zero.
Exemplo 30:
1 2
| |=-2
3 4
Se for feita a seguinte combinação linear L2 = - 3L1 + L2 tem-se o seguinte determinante
1 2
| | = - 2.
0 −2

Cofator: Dada uma matriz A de ordem n, chama-se cofator de aij e indica-se Aij o número real obtido
multiplicando-se (-1)i+j pelo determinante da matriz que se obtém da matriz A, excluindo-se a linha i e a coluna
j do elemento aij.
1 3 0
Exemplo 31: Dada da matriz 𝐴 = [ 0 5 0 ], calcule:
−1 2 −2
Os cofatores A13, A23 e A33

0 5
𝐴13 = (−1)1+3 . | | = +5;
−1 2
1 3
𝐴23 = (−1)2+3 . | | = −(2 + 3) = −5;
−1 2
1 3
𝐴33 = (−1)3+3 . | | = +5
0 5

Teorema de Laplace
O determinante de uma matriz quadrada A é o número real obtido através da soma dos produtos dos
elementos de uma linha (ou uma coluna), pelos seus respectivos cofatores.
Exemplo 32: tomando os resultados do exemplo anterior: a13.A13 + a23.A23 + a33.A33 .

Assim, det(A) = 0.5 + 0.(- 5) + (- 2).5 = - 10


147

Regra de Chió

• Escolhe-se o pivô (que precisa ser um número 1) e a partir dele se exclui sua linha e coluna.
• Subtraia de cada elemento da nova matriz o produto dos elementos que pertenciam a sua linha e
coluna e que foram retirados.
• Multiplique o determinante da nova matriz por (-1)i+j, sendo i e j a posição do elemento pivô.
• O determinante a ser calculado possui o mesmo valor da matriz inicial e possui uma ordem a menos.
Observação: Caso não haja nenhum elemento 1 (um) na matriz divida uma fila por algum elemento de modo
que apareça o elemento 1 e não se esqueça de multiplicar esse elemento ao resultado final do determinante

Exemplos:
1 𝑎 𝑏
2 − 𝑎. 𝑐 3 − 𝑏. 𝑐
33. | 𝑐 2 3| → | |
4 − 𝑎. 𝑑 5 − 𝑏. 𝑑
𝑑 4 5

1 3 0 5 − 3.0 0 − 0.0 5 0
34. | 0 5 0 | → | |=| | = - 10
2 − 3. (−1) −2 − 1.0 5 −2
−1 2 −2

A matriz de Vandermonde é uma matriz em que os termos de cada linha estão em progressão geométrica.
Uma matriz de Vandermonde de ordem m × n tem a forma geral:

Exemplo 35:

Determinante de Vandermonde de ordem 3 é dado por:

1 1 1 1 𝑎 𝑎2
|𝑎 𝑏 𝑐 | = |1 𝑏 𝑏 2 | = (𝑏 − 𝑎)(𝑐 − 𝑎)(𝑐 − 𝑏)
𝑎2 𝑏2 𝑐2 1 𝑐 𝑐2

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve os problemas Resolve os problemas Resolve os problemas de
propriedades de cometendo muitos erros nas cometendo alguns erros nas forma correta.
matrizes e operações com matrizes operações com matrizes
RA1
determinantes para e/ou determinante das 4 e/ou determinante das 7 10
ID1.3 resolver problemas matrizes. matrizes.
conceituais e/ou
voltados a engenharia.
148

EXERCÍCIOS:

1 2
1 1 1
1. Dadas as matrizes 𝐴 = ( ) e 𝐵 = (2 1), calcule se existir:
2 3 4
3 3

a) A + B b) At + B c) A + Bt

1 1
3 2
2. Dadas as matrizes 𝐴 = (2 −1 3), 𝐵 = (−1 1) e 𝐶 = ( ), calcule, se existir:
1 5
2 0

a) A.B b) A.C c) B.C d) C.Bt e) C2 f) B.Bt

2 3 8 5 −7 −9 0 9 8
3. Dadas as matrizes 𝐴 = ( ),𝐵 =( )e 𝐶 =( ), calcule, se existir:
4 −1 −6 0 4 1 1 4 6

a) X = 4A - 3B + 5C b) At c) A.Bt d) B.C

4. Calcular os produtos:

3 2 2
2 1 5
a) ( ) . (−1) b) (1) . (1 −5 2) c) (1 2 −1). (−1)
4 −1 3
2 4 −1

1 −2 0
5. Sendo 𝐴 = [ 2 1 −1], calcular A2.
−1 0 1

7 𝑎2 3 + 𝑚
6. Sabendo-se que a matriz [ 9 8 2𝑎 ] é simétrica, calcule os valores de “a” e “m”.
−1 −6 0

1 2 3
7. Seja a matriz 𝐴 = [4 5 6 ] , calcule o det(A) utilizando:
0 2 −1
a) Regra de Sarrus b) Teorema de Laplace c) Regra de Chió
149

1 2 0 3
3 8 1 5
8. Calcule o determinante a seguir: | |
−1 2 1 −3
0 4 2 2

 2 0 1 
1 2   
9. Determine o traço de cada uma das matrizes A =   e B =  2 3 − 5  .
 4 3  − 1 0 − 1
 

 m+n 3
10. Seja A= (a ij )2 x 3 , onde a ij =i + j. Determine m, n e p em B= 
4
 para que A=B.
 n − 1 m − 2 p 5

2i + j , se i  j
11. Escreva a matriz A= (a ij )2 x 3 , onde aij = 
i − j , se i  j

12. Sendo A= (a ij )3x 2 , onde a ij =2i-j, e B= (bij )3x 2 , com bij = i 2 + j , calcule:

c) ( A + B )
t
a) A – B b) B – A d) A Bt

2 3 c 
 
13. Sendo a matriz A= 3 4 y  simétrica, determine c e y.
0 2 3 

 2 2
14. Sendo A=   , calcule A2 + 4 A − 5I 2 .
 1 2 

15. Se A  B = 0 , então podemos afirmar que A = 0 ou B = 0 ? Exemplifique.

16. Pode-se dizer que a seguinte igualdade ( A + B ) = A + 2  A  B + B é verdadeira? Justifique.


2 2 2

17. Justifique por que os determinantes a seguir, são nulos:


−2 3 5 2 0 4 −4 1 2
a) 1 0 −2 b) − 1 0 5 c) 2 0 −1
−4 6 10 3 0 6 −6 2 3
150

18. Calcule os determinantes:


1 2 3 3 4 2
−5 4 x y
a) b) c) 5 9 4 d) 1 5 1
7 −2 y x
0 8 7 2 3 4
1 2 3 4 1 0 −2 1
4 3 2
2 0 0 5 −3 4 1 3
e) 4 2 3 f) g)
6 0 3 0 2 1 3 −1
2 1 0
1 0 0 −4 0 4 3 2

19. Utilize a condição dada e se baseie nas propriedades para obter os determinantes a seguir:
a b 4c 4d
a) Sendo = k calcule
c d −a −b
m n 2m 2p
b) Sendo = k , calcule
p q − 3n − 3q
x y 1 x y 1
c) Sendo a b 1 = d , calcular c d 1.
c d 1 a b 1
x y 1 x 1 y
d) Sendo a b 1 = d , calcular: c 1 d .
c d 1 a 1 b

1 0 1 / 2 − 1 1 3 − 1/ 2 1
− 2 5 2 − 3  1 −2 −2 3
20. Sejam as matrizes A =  e B= .
 1 −1 2 1 − 1 1 1 1
   
− 5 1 3 / 2 0   5 − 1 1/ 2 5
a) Determine o elemento c34 da matriz C = ( A + B) .
b) Determine o elemento c23 da matriz D = AB.

 2 −1 2y 
 
21. Se a matriz A =  x 0 z − 1 é simétrica, calcule x + y + z.
4 3 2 

151

Respostas:
2 4
2 3 4
1a) Incompatível b) [3 4] c) [ ]
4 4 7
4 7
4 7 2 0 2
5 −1 6 11 16
2a) [9 1] b) Incompatível c) [−2 3] d) [ ] e) [ ] f) [0 2 −2]
6 4 2 8 27
6 4 2 −2 4
2 4
−7 78 99 −83 20
3a) [ ] b) [3 −1] c) [ ] d) Incompatível
21 4 3 81 −10
8 −6
2 −10 4
15
4a) [ ] b) [1 −5 2] c) (1)
9
4 −20 8
−3 −4 2
5) [ 5 −3 −2]
−2 2 1
6) 𝑎 = −3 e 𝑚 = −4
7) 15
8) -20
9) 𝑡𝑟(𝐴) = 4 e 𝑡𝑟(𝐵) = 4
10) 𝑝 = −3, 𝑛 = 4 e 𝑚 = −2
3 −1 −2
11) [ ]
5 6 −1
−1 −3 1 3 2 5 10
3 8 15
12a) [−2 −4] b) [2 4] c) [ ] d) [12 27 52]
3 8 15
−5 −7 5 7 22 45 94
13) 𝑐 = 0 e 𝑦 = 2
9 16
14) [ ]
8 9
15) Não, pois o produto de duas matrizes não nulas podem ser uma matriz nula.
16) Falso, pois o produto de matrizes não satisfaz a propriedade comutativa 𝐴𝐵 ≠ 𝐵𝐴.
17a) Linha 3 = 2 Linha 1 b) Coluna de zeros c) Coluna 1 = - 2 Linha 3
18a) -18 b) x²-y² c)81 d) 29 e) 6 f) 78 g) 12
19a) 4k b) -6k c) -d d) d
20a) 2 b) -17/2
21) 5
152
153

CAPÍTULO 11 – MATRIZ INVERSA E ESCALONAMENTO DE MATRIZES

11.1 MATRIZ ESCALONADA REDUZIDA POR LINHAS

Uma matriz m x n é dita na forma escada reduzida por linhas se satisfaz as seguintes propriedades:

a) Todas as linhas nulas, se existirem, devem estar abaixo de todas as linhas não nulas.
b) O primeiro elemento não nulo (da esquerda para a direita) de cada linha não nula é 1 (chamado de pivô).
c) Se as linhas “i” e “i+1” são duas linhas sucessivas não nulas, então o primeiro elemento não nulo da linha
“i+1” está à direita do primeiro elemento não nulo da linha “i”.
d) Se uma coluna contém o primeiro elemento não nulo de alguma linha, então todos os outros elementos
desta coluna são iguais a zero.

Exemplo 1: Verifique se as matrizes estão na forma escada reduzida por linhas:

1 0 0 3 0
1 0 0 4 1 2 0 0 2 0 0 1 0 0
𝐴 = [0 1 0 5] B = [0 0 1 0 1] C= 0 0 0 0 1
0 0 1 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
[0 0 0 0 0]

1 0 3 4 1 2 3 4
1 2 0 4 1 0 3 4
0 1 −2 5 0 1 −2 5
𝐷 = [0 0 0 0] E = [0 2 −2 5] F=[ ] G=[ ]
0 1 2 2 0 0 1 2
0 0 1 −3 0 0 1 2
0 0 0 0 0 0 0 0

Para colocar uma matriz na forma escada reduzida por linhas, realizam-se as operações elementares entre
linhas, do tipo:

a) Permutação de uma ou mais linhas


b) Multiplicação de uma linha “r” por uma constante c ≠ 0
c) Substituir os elementos de uma linha pela soma deles com os elementos correspondentes de outra linha
previamente multiplicados por uma constante não nula.
154

Exemplo 2: Permutar a 2ª linha com a 3ª


1 3 5 1 3 5
[0 0 2 ] → 𝐿2 ↔ 𝐿3 ~ [0 4 12]
0 4 12 0 0 2

1
Exemplo 3: Multiplicar todos os elementos da 2ª linha por 4.
1 3 5 1 3 5
1
[0 4 12] → 𝐿 (
2 4 ) ~ [ 0 1 3]
0 0 2 0 0 2

Exemplo 4: Substituir os elementos da 1ª linha pela soma deles com os elementos correspondentes da 2ª
linha previamente multiplicados por -3.

1 3 5 → 𝐿1 = 𝐿1 + 𝐿2 (−3) 1 0 −4
0 1 3 ~ [0 1 3 ]
 
0 0 2 0 0 2

1 2
Exemplo 5: Coloque a matriz 𝐵 = [ ] na forma escada reduzida por linhas.
3 −5
155

11.2 MATRIZ INVERSA (A-1)

Uma matriz quadrada de ordem n A = (aij) é inversível ou não singular, se existe uma matriz quadrada B de
ordem n tal que A.B = B.A = In, onde In é a matriz identidade e B será representada por A-1.

1 3
1 3
Exemplo 6: Sejam 𝐴 = [ ] e 𝐵 = [41 8 1].
2 −2 −8
4

1 0
Fazendo 𝐴. 𝐵 = [ ], ou seja, a matriz identidade.
0 1
Portanto, conclui-se que B é a matriz inversa de A e A é invertível.

Propriedades de matriz inversa:

• Se A é inversível esta é única.


• Se A e B são inversíveis a matriz 𝐴. 𝐵 também é inversível, então (𝐴. 𝐵)−1 = 𝐵 −1 . 𝐴−1
• Se A é inversível e 𝐴. 𝐵 = 𝐴. 𝐶, então 𝐵 = 𝐶
1
• Se A é inversível, então 𝑑𝑒𝑡( 𝐴)  0 e 𝑑𝑒𝑡( 𝐴−1 ) = 𝑑𝑒𝑡(𝐴)
• Se A é inversível, então (𝐴−1 )−1 = 𝐴

Cálculo da matriz inversa: Método do escalonamento

Se uma matriz A admite inversa, sua matriz escalonada reduzida por linhas é a matriz identidade. A mesma
sucessão de operações elementares que transforma a matriz A na matriz identidade, transforma a matriz
identidade na inversa da matriz A.

Para determinar a inversa de uma matriz A:

• Forme a matriz aumentada [𝐴|𝐼𝑛 ]


• Usando as operações elementares coloque a matriz aumentada [𝐴|𝐼𝑛 ] em sua forma escada reduzida
por linhas. Todas as operações elementares feitas em uma linha de A também devem ser feitas na
linha correspondente da matriz In para não alterar.
• Após a etapa anterior, tem-se a matriz [𝐶|𝐷] equivalente por linhas a matriz [𝐴|𝐼𝑛 ].
Se C = In então D = A-1

Se C  In então A é singular e não é invertível


156

Exemplo 7: Determine, se existir, a inversa das seguintes matrizes:

1 0 2
𝑎) 𝐴 = [2 −1 3]
4 1 8
Resolução:

1 0 2 1 0 0
[2 −1 3 0 1 0] → 𝐿2 = 𝐿2 + 𝐿1 (−2)
4 1 8 0 0 1 → 𝐿3 = 𝐿3 + 𝐿1 (−4)

1 0 2 1 0 0
[0 −1 −1 −2 1 0]
0 1 0 −4 0 1 → 𝐿3 = 𝐿3 + 𝐿2

1 0 2 1 0 0
[0 −1 −1 −2 1 0] → 𝐿2 (−1)
0 0 −1 −6 1 1 → 𝐿3 (−1)

1 0 2 1 0 0 → 𝐿1 = 𝐿1 + 𝐿3 (−2)
[0 1 1 2 −1 0 ] → 𝐿2 = 𝐿2 + 𝐿3 (−1)
0 0 1 6 −1 −1

1 0 0 −11 2 2
[0 1 0 −4 0 1]
0 0 1 6 −1 −1
−11 2 2
−1
A inversa da matriz A é a matriz 𝐴 = [ −4 0 1 ].
6 −1 −1
−11 2 2 1 0 2
b) Verifique se a matriz 𝐵 = [ −4 0 1 ] é inversa de 𝐴 = [2 −1 3]
6 −1 −1 4 1 8
Resolução:

Fazendo a A.B deve-se obter I:

1 0 2 −11 2 2 1 0 0
[2 −1 3] . [ −4 0 1 ] = [0 1 0]
4 1 8 6 −1 −1 0 0 1
Portanto, B é a matriz inversa de A

1 2 1
𝑐) 𝐶 = [2 1 1]
5 7 4
Resolução: C é uma matriz singular e seu determinante é zero. Portanto, C não possui inversa.
157

Exemplo 8: Obtenha a matriz inversa das seguintes matrizes:

1 3
𝑎) 𝐴 = [ ]
2 5

𝑎 𝑏
𝑏) 𝐵 = [ ]
𝑐 𝑑
Considere que B é não singular, ou seja, det 𝐵 ≠ 0.
158

2 0 −1
Exemplo 9: Considere a matriz 𝐴 = [ 1 2 1 ]:
−2 1 2
a) Obtenha a matriz inversa.

b) Verifique se a matriz inversa obtida está correta, usando o produto de matrizes.


159

Exemplo 10: Uma maneira de codificar uma mensagem é através de multiplicação por matrizes. Vamos
associar as letras do alfabeto aos números, segundo a correspondência abaixo:

A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V W X Y Z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Suponhamos que a nossa mensagem seja “PUXA VIDA”. Podemos formar uma matriz 3 x 3 assim:
𝑃 𝑈 𝑋 15 20 23
[𝐴 − 𝑉 ], que usando a correspondência numérica fica: 𝑀 = [ 1 0 21]
𝐼 𝐷 𝐴 9 4 1
1 0 1
Seja C uma matriz qualquer 3 x 3 invertível, por exemplo: 𝐶 = [−1 3 1] .
0 1 1
−5 83 58
Multiplica-se a matriz da mensagem por C, obtendo 𝑀. 𝐶 = [ 1 21 22].
5 13 14
Transmite-se esta nova matriz (na prática, envia-se a cadeia de números – 5 83 58 1 21 22 5 13 14 ).
Quem recebe decodifica-a.

Pergunta-se:

a. Mostre através de conceitos de matrizes como podemos decodificar a mensagem?


b. Você recebeu a mensagem: - 12 48 23 - 2 42 26 1 42 29. Utilizando a mesma chave traduza a
mensagem.
160

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Para encontrar a matriz Para encontrar a matriz Encontra a matriz inversa
propriedades de inversa faz o escalonamento inversa faz o escalonamento fazendo o escalonamento da
matrizes e cometendo muitos erros e cometendo alguns erros. forma correta.
RA1 determinantes para ainda chega a um absurdo,
4 7 10
ID1.3 resolver problemas como uma matriz com uma
conceituais que evolvem fila nula e não percebe.
sistemas de equações
lineares.

EXERCÍCIOS:

2 7 0 − 3 7 − 28
1. Verificar se a matriz A = 1 3 4 é a matriz inversa da matriz B =  1 −2 8  .
  
0 0 1  0 0 1 

2. Determine, se existir, a inversa das seguintes matrizes:

1 0 1 0
1 1 0 1
𝐴=( )
0 0 1 1
1 1 1 1

1 1 −1 1
2 −1 1 0
𝐵=( )
1 −3 −2 0
1 1 1 1

1 0 0 0
2 1 0 0
𝐶=( )
3 2 1 0
4 3 2 1

−1 2 0 −8
0 −1 2 1
𝐷=( )
0 0 −1 1
0 0 0 −1

4 −1 2 −2
3 −1 0 0
𝐸=( )
2 3 1 0
0 7 1 1
161

1 0 0
𝐹 = (2 1 0)
0 0 1

1 3 1
𝐺 = (0 2 1)
3 11 4

1 2 1
𝐻 = (2 1 1)
1 2 2

−1 2 −3
𝐼=[ 2 1 0]
4 −2 5

2 2 1
(
𝐽= 2 1 −1)
3 2 1

1 2 3
𝐿 = (0 −3 −6)
7 8 9

−1 −2 −3
𝑀 = (−2 −4 −5)
−3 −5 −6

−3 −1 −3
𝑁 = ( 2 −4 −1)
−1 −2 −2

1 −2 −4
𝑂 = (−2 −1 2 )
3 0 −5

0 2 −1
𝑃=( 1 4 −2)
−1 −7 3
162

3. Uma maneira de codificar uma mensagem é através da multiplicação matricial. Associe as letras do alfabeto
aos números, segundo a correspondência abaixo:

A B C D E F G H I J K L M
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

N O P Q R S T U V W X Y Z
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
P U X 
Suponhamos que a mensagem seja “PUXA VIDA”. Podemos formar uma matriz 33 assim:  A − V  , que
 I D A 

16 21 24
usando a correspondência numérica fica: M =  1 0 22
 9 4 1 

−1 1 0 
Agora seja C uma matriz qualquer 33 invertível, por exemplo: C =  2 1 − 2
− 2 0 1 

− 22 37 − 18
Multiplicando nossa matriz da mensagem M por C, obtemos M  C = − 45 1 22  .
 
 − 3 13 − 7 

Transmitimos esta nova matriz M  C . Quem recebe a mensagem, decodifica-a através da multiplicação pela
( )
inversa de C, isto é, fazendo (M  C )  C −1 e posterior transcrição dos números para letras. C é chamada de
matriz chave para o código.

11 34 − 33
Questão: Com base nessas informações, supondo que você tenha recebido a matriz M  C = 10 35 − 30
 2 17 − 17 
traduza a mensagem.
163

Respostas:

2.

1⁄ 3⁄ −1⁄ −1⁄
2 5 5 2
1 1 0 −1
1⁄ 1⁄ −2⁄ −1⁄
−1 −1 −1 2 2 5 5 2
𝐴−1 =( ) 𝐵 −1 =
0 −1 0 1 −1⁄ 0 0 1⁄
2 2
0 1 1 −1 −1⁄ −4⁄ 3⁄ 3⁄
( 2 5 5 2)
1 0 0 0 −1 −2 −4 2
−2 1 0 0 0 −1 −2 −3
𝐶 −1 =( ) 𝐷−1 =( )
1 −2 1 0 0 0 −1 −1
0 1 −2 1 0 0 0 −1
−1 −1 4 −2
1 0 0
−1 −3 −4 12 −6 −1
𝐸 =( ) 𝐹 = (−2 1 0)
11 14 −43 22
0 0 1
10 14 −41 21

0 2⁄ −1⁄ −1 0 1
3 3 −5 4 −3 5⁄ 1⁄ −4⁄
𝐻 −1 = ( 1 −1⁄ −1⁄ ) 𝐼 −1 = ( 10 −7 6 ) 𝐽−1 =( 3 3 3)
3 3 8 −6 5 −1⁄ −2⁄ 2⁄
−1 0 1 3 3 3

−1 3 −2 6 4 −11 5 −10 −8
𝑀−1 = ( 3 −3 1) 𝑁 −1 = ( 5 3 −9 ) 𝑂−1 = (−4 7 6)
−2 1 0 −8 −5 14 3 −6 −5

−2 1 0
𝑃−1 = (−1 −1 −1)
−3 −2 −2
As matrizes G e L não possuem inversa
164
165

CAPÍTULO 12 – SISTEMAS LINEARES

12.1 EQUAÇÃO LINEAR

Equação linear nas variáveis 𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 , ..., 𝒙𝒏 é uma expressão:


𝒂𝟏 𝒙𝟏 + 𝒂𝟐 𝒙𝟐 + ⋯ + 𝒂𝒏 𝒙𝒏 = 𝒃
Onde a1, a2, ...,an são reais denominados coeficientes e b é real denominado termo independente.

Exemplo 1: Equações lineares:


a) x + 2y = 0
b) 3x -y + 2z = -3
c) x -5y -2z +5 t = - 2
d) 0x + 0y + 0t = 0
Observação: Nas equações lineares, as incógnitas têm sempre expoente igual a “1”.

Exemplo 2: Observe alguns casos de equações que não são classificadas como lineares:

a) 𝑥 3 + 4𝑥 2 + 3𝑥 − 1 = 0

b) 3𝑥 2 − 𝑦 3 = 2 = 0

c) 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 4 = 2
1 1
d) 𝑥 + + 2𝑧 = −1
𝑦
e) sen x + cos y – ex = 0

12.2 SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO LINEAR

Uma solução de equação linear 𝒂𝟏 𝒙𝟏 + 𝒂𝟐 𝒙𝟐 + ⋯ + 𝒂𝒏 𝒙𝒏 = 𝒃 é uma sequência de n números s1, s2, ...,sn
para quais a substituição nas incógnitas x1, x2, ...,xn tornam a equação uma afirmação verdadeira.
A solução, se existir, é expressa como um n-upla: (𝒔𝟏 , 𝒔𝟐 , … , 𝒔𝒏 ).

Exemplo 3: Considere a equação linear 3x + y = 5, nas incógnitas x e y.

Os valores dados por x = 1 e y = 2, ao serem substituídos na equação, vão satisfazê-la.

Outra solução é dada por x = 2 e y = -1. Então, existem infinitas soluções.

Para os valores x = - 1 e y = 3, ao serem substituídos na equação, não vão satisfazê-la, pois produz uma
sentença falsa. Portanto x = - 1 e y = 3 não é solução da equação.
166

12.3 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Sistema de equações lineares é um conjunto finito de equações lineares.

2𝑥 + 𝑦 = 5
Exemplo 4: O sistema linear nas incógnitas “x” e “y” ou 2 x 2: {
𝑥 − 3𝑦 = 1

𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 7
Exemplo 5: O sistema linear nas incógnitas “x”, “y” e “z” ou 3 x 3: { 3𝑥 + 𝑦 − 4𝑧 = 0
2𝑥 − 𝑦 + 7𝑧 = −1

Exemplo 6: Sistema linear arbitrário de m  1 equações e n  1 variáveis (x1, x2, x3,..., xn) ou m x n:

𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 +. . . +𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏1

𝑎21 𝑥1 + 𝑎22 𝑥2 +. . . +𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏2


𝑎𝑚1 𝑥1 + 𝑎𝑚2 𝑥2 +. . . +𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑚
{

O sistema de equações lineares é chamado de sistema homogêneo, se os termos independentes das


equações forem todos iguais a zero.

𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 + 𝑤 = 0
Exemplo 7: Sistema homogêneo nas incógnitas “x”, “y”, “z” e “w” ou 3 x 4: { 3𝑥 + 𝑦 − 4𝑧 − 𝑤 = 0
2𝑥 − 𝑦 + 7𝑧 + 3𝑤 = 0

12.4 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS LINEARES

A classificação de um sistema linear está relacionada as soluções do sistema:

▪ Possível ou compatível:
o Possível e determinado (SPD): Quando o sistema admite uma única solução para as
incógnitas.
o Possível e indeterminado (SPI): Quando o sistema admite infinitas soluções para as
incógnitas.
▪ Impossível ou incompatível (SI): Quando o sistema não admite solução.
167

Retomando algumas operações com vetores (estudados em MSMF) pode-se definir as equações para retas e
para planos. Assim, pode-se compreender a representação geométrica das soluções dos sistemas lineares.

12.5 EQUAÇÃO DA RETA E DO PLANO

Equação da reta: Uma reta fica determinada ou definida por meio da posição e da direção, e é representada
por letras latinas minúsculas. A posição é assegurada por um ponto conhecido 𝑨(𝒙𝟏 , 𝒚𝟏 , 𝒛𝟏 ) e a direção
⃗ = (𝒂, 𝒃, 𝒄), não nulo, também conhecido como vetor diretor.
através de um vetor 𝒗

⃗ = (𝒂, 𝒃, 𝒄). Para que


Seja r uma reta que passa pelo ponto 𝑨(𝒙𝟏 , 𝒚𝟏 , 𝒛𝟏 ) e tem a direção do vetor não nulo 𝒗

um ponto 𝑷(𝒙, 𝒚, 𝒛) do espaço pertença à reta é necessário que os vetores ⃗⃗⃗⃗⃗⃗


𝑨𝑷 𝒆 ⃗𝒗 sejam paralelos, então:

⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑨𝑷 = 𝒕𝒗⃗ , para 𝒕 ∈ ℝ.


Reescrevendo o vetor como diferença de pontos, tem-se: 𝑷 − 𝑨 = 𝒕𝒗


Isolando o ponto P, tem-se: 𝑷 = 𝑨 + 𝒕𝒗

⃗ = (𝒂, 𝒃, 𝒄), tem-se a equação vetorial da reta.


Substituindo 𝑷(𝒙, 𝒚, 𝒛), 𝑨(𝒙𝟏 , 𝒚𝟏 , 𝒛𝟏 ) e 𝒗

Equação vetorial da reta: 𝒓: (𝒙, 𝒚, 𝒛) = (𝒙𝟏 , 𝒚𝟏 , 𝒛𝟏 ) + 𝒕(𝒂, 𝒃, 𝒄).

Da equação vetorial isola-se x, y e z, obtendo assim as equações paramétricas da reta, de parâmetro t:

𝒙 = 𝒙𝟏 + 𝒂𝒕
Equações paramétricas da reta: 𝒓: {𝒚 = 𝒚𝟏 + 𝒃𝒕.
𝒛 = 𝒛𝟏 + 𝒄𝒕

Isolando t nas três equações, para a, b e c não nulos, e igualando tem-se as equações simétricas da reta:
𝑥−𝑥1 𝑦−𝑦1 𝑧−𝑧1
Equações simétricas da reta: 𝑟: = =
𝑎 𝑏 𝑐

Igualando de duas em duas, tem-se as equações reduzidas da reta:

𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑛
Equações reduzidas da reta em função da variável x: 𝑟: { 𝑧 = 𝑝𝑥 + 𝑞 , para 𝑃(0, 𝑛, 𝑞) e 𝑣 = (1, 𝑚, 𝑝).

𝑥 = 𝑚𝑦 + 𝑛
Equações reduzidas da reta em função da variável y: 𝑟: { 𝑧 = 𝑝𝑦 + 𝑞 , para 𝑃(𝑛, 0, 𝑞) e 𝑣 = (𝑚, 1, 𝑝).

𝑥 = 𝑚𝑧 + 𝑛
Equações reduzidas da reta em função da variável z: 𝑟: { 𝑦 = 𝑝𝑧 + 𝑞 para 𝑃(𝑛, 𝑞, 0) e 𝑣 = (𝑚, 𝑝, 1)

Observação: As equações de reta na representação paramétrica e reduzida são as mais utilizadas. As


equações reduzidas da reta serão utilizadas para a representação geométrica de sistemas lineares.
168

Exemplo 8: Determinar as equações paramétricas e reduzidas em função de y da reta r que passa pelo ponto
A(1,3,0) e tem a direção do vetor 𝑣 = (3,4, −1).

⃗ em 𝑷 = 𝑨 + 𝒕𝒗
Substituindo P, A e 𝒗 ⃗ , tem-se:

(𝒙, 𝒚, 𝒛) = (𝟏, 𝟑, 𝟎) + 𝒕(𝟑, 𝟒, −𝟏)

𝒙 = 𝟏 + 𝟑𝒕
Assim, tem-se as equações paramétricas da reta: {𝒚 = 𝟑 + 𝟒𝒕.
𝒛=𝟎−𝒕
𝒙−𝟏
𝒕= 𝟑
Isolando t nas três equações, tem-se: {𝒕 = 𝒚−𝟑.
𝟒
𝒕 = −𝒛
𝒙−𝟏 𝒚−𝟑
Igualando a primeira equação com a segunda equação, tem-se: = .
𝟑 𝟒

𝒚−𝟑
E a terceira equação com a segunda, tem-se:−𝒛 = .
𝟒

𝟑𝒚−𝟓
𝒙= 𝟒
Isolando as variáveis x e z, para que as equações fiquem em função de y, tem-se: { −𝒚+𝟑
𝒛= 𝟒

𝟑𝒚−𝟓
𝒙 = 𝟏 + 𝟑𝒕 𝒙= 𝟒
Portanto, as equações paramétricas da reta são: 𝒓: {𝒚 = 𝟑 + 𝟒𝒕 e as equações reduzidas são 𝒓: { −𝒚+𝟑
𝒛=𝟎−𝒕 𝒛= 𝟒

EXERCÍCIOS:

𝑥−3 𝑦+1 𝑧−1


1. Verificar se os pontos A(3,-1,1) e B(2,1,3) pertencem à reta 𝑟: = = .
2 −1 −2

𝑥 = 2𝑡
2. Determine o ponto da reta 𝑟: {𝑦 = −1 + 2𝑡 que tem abscissa 2.
𝑧 = 2−𝑡
3. Determinar as equações reduzidas em função de x, da reta que passa pelo ponto A(4,0,-3) e tem a direção
⃗.
do vetor 𝑣 = 2𝑖 + 4𝑗 + 5𝑘

4. Determinar as equações reduzidas em função da variável independente z, da reta que passa pelos pontos
A(-1,0,3) e B(1,2,7).

Respostas:

1 5
𝑦 = 2𝑥 − 8 𝑥 = 2𝑧 − 2
1. 𝐴 ∈ 𝑟 𝑒 𝐵 ∉ 𝑟 2. P(2,1,1) 3. { 5 4. { 1 3
𝑧 = 2 𝑥 − 13 𝑦= 𝑧−
2 2
169

Equação do plano: Em plano fica determinado ou definida por meio da posição e de duas direções, e é
representada por letras gregas minúsculas. A posição é assegurada por um ponto conhecido 𝑨(𝒙𝟏 , 𝒚𝟏 , 𝒛𝟏 ) e
⃗ = (𝒂𝟏 , 𝒃𝟏 , 𝒄𝟏 ) e 𝒗
a direção através de dois vetores 𝒖 ⃗ = (𝒂𝟐 , 𝒃𝟐 , 𝒄𝟐 ) não paralelos, ou pelo vetor normal
⃗⃗ = (𝒂, 𝒃, 𝒄).
𝒏

Seja 𝐴(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) um ponto de um plano 𝜋 e sejam 𝑢⃗ = (𝑎1 , 𝑏1 , 𝑐1 )


e 𝑣 = (𝑎2 , 𝑏2 , 𝑐2 ) vetores não colineares (vetores-base do plano).

Um ponto 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) pertence ao plano 𝜋 se, e somente se existem


números reais h e t tais que, pode-se escrever a direção ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 como
combinação linear dos vetores:

⃗⃗⃗⃗⃗ = ℎ𝑢
𝐴𝑃 ⃗ + 𝑡𝑣

𝑃 − 𝐴 = ℎ𝑢
⃗ + 𝑡𝑣

𝑃 = 𝐴 + ℎ𝑢
⃗ + 𝑡𝑣

Assim:

(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) + ℎ(𝑎1 , 𝑏1 , 𝑐1 ) + 𝑡(𝑎2 , 𝑏2 , 𝑐2 )

Da equação vetorial isola-se x, y e z, obtendo assim as equações paramétricas do plano, de parâmetros h e t:

𝑥 = 𝑥1 + 𝑎1 ℎ + 𝑎2 𝑡
{ 𝑦 = 𝑦1 + 𝑏1 ℎ + 𝑏2 𝑡
𝑧 = 𝑧1 + 𝑐1 ℎ + 𝑐2 𝑡

Seja 𝐴(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) um ponto de um plano  e seja 𝑛⃗ = (𝑎, 𝑏, 𝑐) um


vetor não nulo, ortogonal (normal) ao plano, ou seja, 𝑛⃗ // 𝑢 ⃗ × 𝑣.

O plano é o conjunto de todos os pontos 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) do espaço, tais


que os vetores ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 𝑒 𝑛⃗ sejam ortogonais.

𝑛⃗ ⊥ ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃

⃗⃗⃗⃗⃗ = 0
𝑛⃗ . 𝐴𝑃

(𝑎, 𝑏, 𝑐). (𝑥 − 𝑥1 , 𝑦 − 𝑦1 , 𝑧 − 𝑧1 ) = 0

Assim: 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐𝑧 − 𝑎𝑥1 − 𝑏𝑦1 − 𝑐𝑧1 = 0

Denominando 𝑑 = −(𝑎𝑥1 + 𝑏𝑦1 + 𝑐𝑧1 ), tem-se a equação geral do plano:

𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐𝑧 + 𝑑 = 0
170

EXERCÍCIOS:

1. Seja o plano  : 2 x − y + 3z + 1 = 0 , calcular:

a) O ponto de  que tem abscissa 4 e ordenada 3;

b) O ponto de  que tem abscissa 1 e cota 2;

c) O ponto de abscissa zero e cuja ordenada é o dobro da cota;

2. Determinar a equação geral do plano determinado pelos pontos A(2,1,0), B(-4,-2,1) e C(0,0,1).

3. Determinar a equação geral do plano determinado pelos pontos A(2,1,3), B(-3,-1,3) e C(4,2,3).

4. Determinar a equação geral do plano que passa pelos pontos A(-3,-1,-2) e B(-1,2,1) e é paralelo ao vetor
⃗.
𝑣 = 2𝑖 − 3𝑘

Respostas:

1.a) (4,3,-2)

b) (1,9,2)

c) (0,-2,-1)

2. x – 2 y =0

3. z =3

4. 3x-4y+2z+9=0
171

12.6 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DE SISTEMAS

Analisando um sistema linear de duas incógnitas x e y, pode-se avaliar a posição entre retas:

𝑥+𝑦 = 1
Exemplo 9: Sistema possível e determinado (SPD) {
2 𝑥 + 3𝑦 = 7

→ Solução x = - 4 e y = 5

Interpretando geometricamente, cada equação do sistema representa uma reta, essas retas são concorrentes
no ponto (- 4, 5) conforme gráfico a seguir.

𝑥 −2 𝑦 = − 2
Exemplo 10: Sistema possível indeterminado (SPI) {
2𝑥−4𝑦 =−4
→ Solução x = 2y – 2

Essa solução significa que se têm duas retas coincidentes. Observe o gráfico.
172

𝑥+𝑦 =2
Exemplo 11: Sistema impossível (SI) {
𝑥+𝑦 =−3
→ O sistema impossível caracteriza duas retas paralelas (conforme gráfico seguinte).

Analisando um sistema linear de três incógnitas x, y e z, pode-se avaliar a posição entre planos:

𝑥+𝑦+𝑧 =3
Exemplo 12: Sistema possível determinado (SPD) {0𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 2
0𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 2
5 2 2
→ Solução ( , , )
3 3 3
Interpretando geometricamente, cada equação do sistema representa um plano, esses planos são
5 2 2
concorrentes no ponto (3 , , ) conforme gráfico a seguir. Os três planos se interceptam segundo um único
3 3
ponto.
173

𝑥+𝑦+𝑧 =3
Exemplo 13: Sistema possível indeterminado (SPI) {0𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 2
𝑥 + 0𝑦 − 𝑧 = 1
→ Solução (1 + z, 2 – 2z, z) z  IR.
Representa três planos distintos que se interceptam segundo uma reta.

𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 3
Exemplo 14: Sistema possível indeterminado (SPI) { 𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = −3
2𝑥 + 4𝑦 + 2𝑧 = 6
→ Solução: x + 2y + z = 3.
Representa três planos coincidentes.
174

𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 10
Exemplo 15: Sistema impossível (SI) {𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 20
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 30
→ Não tem solução
A interpretação geométrica são três planos paralelos, distintos que não se interceptam.
175

12.7. OPERAÇÕES ELEMENTARES EM SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Conforme visto anteriormente, um sistema linear é um conjunto de equações m equações lineares por n
variáveis.
𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 +. . . +𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏1

𝑎21 𝑥1 + 𝑎22 𝑥2 +. . . +𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏2

.............
𝑎𝑚1 𝑥1 + 𝑎𝑚2 𝑥2 +. . . +𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑚
{

Podem ser efetuadas em sistemas de equações lineares, as mesmas operações elementares com linhas que
são efetuadas nas matrizes, permutação de linhas, multiplicação de uma linha por uma constante c ≠ 0 e
multiplicação de uma linha “r” por uma constante c ≠ 0 e soma deste resultado com outra linha “s”,
atualizando a linha “s” (combinação linear de linhas).

Quaisquer das operações elementares realizadas em equações de um sistema linear não alteram a solução
do sistema de equações. As operações elementares deixam o sistema de equações equivalente ao sistema
originalmente dado.

Exemplo 16: Observe o sistema de equações lineares e as operações elementares efetuadas no sistema:

2𝑥 + 𝑦 = 5
{
𝑥 − 3𝑦 = −1

I) Permutação de duas equações quaisquer:

2𝑥 + 𝑦 = 5 𝑥 − 3𝑦 = −1
{ ⇒{
𝑥 − 3𝑦 = −1 2𝑥 + 𝑦 = 5

II) Multiplicação de uma equação por um número não nulo:

2𝑥 + 𝑦 = 5 2𝑥 + 𝑦 = 5
{ ⇒{
𝑥 − 3𝑦 = −1 4𝑥 − 12𝑦 = −4

A 2ª equação foi multiplicada por 4.

III) Substituição de uma equação pela sua soma com o produto de outra por um número não nulo:

2𝑥 + 𝑦 = 5 2𝑥 + 𝑦 = 5
{ ⇒{
𝑥 − 3𝑦 = −1 5𝑥 − 𝑦 = 9

Multiplicou-se a 1ª equação por (2) e somou-se à 2ª equação.

Nos três casos as operações realizadas não alteram a solução do sistema inicial, ou seja, os sistemas são

equivalentes.
176

12.8 MATRIZES DE UM SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES

Todo sistema de equações lineares pode ter sua representação matricial, indicando em cada linha da matriz,
os coeficientes das incógnitas e o termo independente de cada equação que constitui o sistema.

𝑎11 𝑎12 ... 𝑎1𝑛 𝑥1 𝑏1


𝑎21 𝑎22 ... 𝑎2𝑛 𝑥2 𝑏
.( ⋮ ) = ( 2)
... ... ... ... ⋮
𝑎
( 𝑚1 𝑎𝑚2 ... 𝑎𝑚𝑛 ) 𝑥 𝑛 𝑏𝑚

A X B
Matriz A → matriz dos coeficientes
Matriz X → matriz das variáveis
Matriz B → matriz dos termos independentes
Assim, um sistema linear com m equações e n incógnitas fica representado pela equação matricial A.X = B.
Outra matriz que se pode destacar do sistema linear é a matriz ampliada ou completa do sistema:
𝑎11 𝑎12 . . . 𝑎1𝑛 𝑏1
𝑎21 𝑎22 . . . 𝑎2𝑛 𝑏2
𝐶=( )
... ... ... ... ...
𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 . . . 𝑎𝑚𝑛 𝑏𝑚

Denomina-se posto da matriz dos coeficientes A ao número de linhas não nulas, após realizar as operações
elementares para obter a matriz escada.

Denomina-se posto da matriz ampliada ao número de linhas não nulas, após realizar as operações
elementares para obter a matriz escada.

12.9 RESOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR – MÉTODO DE GAUSS

Considere o sistema de “m” equações lineares e “n” incógnitas. p processo da redução a forma escalonada
ou processo de eliminação de Gauss consiste em reduzir à forma escalonada, encontra-se outro sistema de
equações equivalente ao sistema original, pois as operações elementares não modificam a solução do sistema
em questão.
Após o escalonamento, seja “r” o número de equações não nulas e com os coeficientes das incógnitas não
nulos e iguais a: 𝑎11 , 𝑎2𝑗 , … , 𝑎𝑟𝑘 . Esses coeficientes são os chamados pivôs de cada equação na forma
escalonada.
𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 +. . . . . . . . . . . . . . . . +𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏1
𝑎2𝑗 𝑥𝑗 +. . . . . . . . . . . . . … + 𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏2
Considere, depois de escalonado: {
................................................
𝑎𝑟𝑘 𝑥𝑘 +. . +𝑎𝑟𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑟

Com as condições: 2 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛, 𝑟 ≤ 𝑘 ≤ 𝑛

A discussão do sistema é:
i. Possível e determinado: r = n, apresentando solução única
ii. Possível e indeterminado: r < n, com grau de liberdade n - r, apresentando infinitas soluções.
iii. Impossível: 0x1 + 0x2 + ... + 0xn = b, com b  0, ou seja, não tem solução.
177

Importante: Nessa disciplina, utiliza-se especialmente o número 1 como pivô, para simplificar os cálculos no

escalonamento, porém, deve-se salientar que o pivô pode ser qualquer valor não nulo.

Teorema do posto: Considere o sistema linear 𝐴𝑋 = 𝐵 com n incógnitas, sendo r o posto da matriz dos
coeficientes A, e s o posto da matriz ampliada [𝐴 ⋮ 𝐵], pode-se discutir que o sistema tem solução sempre
que r = s e:

i. Possível e determinado: r = s e r = n, apresentando solução única


ii. Possível e indeterminado: r = s e r < n, com grau de liberdade n - r, apresentando infinitas soluções.
iii. Impossível se r ≠ s, ou seja, não tem solução.

Exemplos:
𝑥 + 𝑦 − 𝑧 = −2
17. Discutir e resolver o sistema linear: { 2𝑥 + 3𝑦 + 𝑧 = 4
−3𝑥 + 5𝑦 + 2𝑧 = −5
178

18. Discutir e resolver o sistema linear:


𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = 0
{ −2𝑥 + 𝑦 + 4𝑧 = 1
3𝑥 + 2𝑦 − 6𝑧 = −1

2𝑥 + 𝑦 − 𝑧 = 1
19. Considere o sistema linear: { −𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 0
3𝑥 − 𝑦 − 2𝑧 = 1

a) Discutir e resolver o sistema linear.

b) Verifique se a solução obtida está correta.


179

20. Discutir o sistema de equação linear, segundo os valores de “a”:

𝑥+𝑦−𝑧 =1
{2𝑥 + 3𝑦 + 𝑎𝑧 = 3
𝑥 + 𝑎𝑦 + 3𝑧 = 2

Observação: O método de Gauss ou escalonamento parcial consiste em:

• Fase de eliminação: Escreve o sistema linear na forma ampliada e emprega-se as operações


elementares na matriz aumentada, a fim de obter uma correspondente a um sistema triangular
superior.
• Fase de substituição retrocedida: Reescreve o sistema linear na forma de equações e começa-se
resolvendo a última equação, cuja solução é substituída na penúltima, a qual resolve-se na penúltima
variável, e assim consecutivamente, até obter-se a solução final.

O método de Gauss-Jordan ou escalonamento completo consiste na fase de eliminação obter a matriz


escada, para na fase da substituição retroativa ser mais imediata a obtenção da solução final.
180

12.10 SISTEMAS HOMOGÊNEOS

Sistema de equações lineares homogêneos é qualquer conjunto de equações lineares, em que os termos
independentes são todos iguais a zero.

𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 +. . . +𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 0

𝑎21 𝑥1 + 𝑎22 𝑥2 +. . . +𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 0

...
𝑎𝑚1 𝑥1 + 𝑎𝑚2 𝑥2 +. . . +𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 0
{
Todo sistema de equações lineares homogêneo sempre é possível, pois pelo menos a solução nula, zero,
trivial ou imprópria satisfaz o sistema de equações.

Exemplos:
21. Discuta e resolva o sistema homogêneo pelo método de Gauss:
𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 0
{ 3𝑥 + 𝑦 + 4𝑧 = 0
−2𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = 0

22. Discuta e resolva o sistema homogêneo pelo método de Gauss-Jordan:


𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = 0
{−2𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 0
3𝑥 + 2𝑦 − 5𝑧 = 0
181

12.11 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES UTILIZANDO MATRIZ INVERSA

Um sistema de equações possível determinado com m equações e n variáveis, com m = n pode ser
representado pela equação matricial AX = B, sendo A uma matriz quadrada de ordem n. Se a matriz A for
invertível, isto é, existir a matriz inversa A-1, significa que o sistema de fato é possível determinado.

Desta forma podemos escrever:

A.X = B → A-1.(A.X) = A-1. B

(A-1.A).X = A-1.B

In . X = A-1.B → X = A-1.B

𝑥+𝑦 = 1
Exemplo 23: Resolva o sistema { utilizando matriz inversa.
2 𝑥 + 3𝑦 = 7
182

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve o sistema linear de Resolve o sistema linear Resolve o sistema linear de
propriedades de forma incorreta sem usar as parcialmente, fazendo maneira adequada utilizando
matrizes e manipulações adequadas. algumas manipulações as manipulações algébricas
RA1 determinantes para erradas. adequadas.
4 7 10
ID1.3 resolver problemas
conceituais que evolvem
sistemas de equações
lineares.
Verifica se a solução Chega em um resultado Verifica a coerência da Verifica a coerência da solução
analítica é coerente com inadequado e não verifica se solução encontrada de forma encontrada da forma correta.
as condições do a solução tem coerência. incorreta.
RA2
problema conceitual, 4 7 10
ID2.2 considerando os
conceitos da ferramenta
utilizada.

EXERCÍCIOS:

1. Resolva e classifique os sistemas, em seguida verifique se a solução encontrada está correta:

2𝑥 − 3𝑦 = 4
𝑎) {
6𝑥 − 9𝑦 = 15

3𝑥 + 2𝑦 − 5𝑧 = 8
𝑏) {2𝑥 − 4𝑦 − 2𝑧 = −4
𝑥 − 2𝑦 − 3𝑧 = −4

2𝑥 + 4𝑦 + 6𝑧 = −6
𝑐) {3𝑥 − 2𝑦 − 4𝑧 = −38
𝑥 + 2𝑦 + 3𝑧 = −3

2𝑥1 + 4𝑥2 = 0
𝑑) {16𝑥1 − 8𝑥2 = 0
12𝑥1 − 2𝑥2 = 0

𝑥 + 0𝑦 + 3𝑧 = −8
𝑒) {2𝑥 − 4𝑦 + 0𝑧 = −4
3𝑥 − 2𝑦 − 5𝑧 = 26

6𝑥 + 2𝑦 + 4𝑧 = 0
𝑓) {
−9𝑥 − 3𝑦 − 6𝑧 = 0

0𝑎 − 2𝑏 + 3𝑐 = 1
𝑔) {3𝑎 + 6𝑏 − 3𝑐 = −2
6𝑎 + 6𝑏 + 3𝑐 = 5
2𝑥 − 5𝑦 − 𝑧 = −8
ℎ) {3𝑥 − 2𝑦 − 4𝑧 = −11
−5𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = −9
183

𝑥 + 2𝑦 = −4
𝑖) {−3𝑥 + 4𝑦 = −18
2𝑥 − 𝑦 = 7

3𝑥 − 𝑦 = 1
𝑗) {−𝑥 + 2𝑦 = −2
2𝑥 + 4𝑦 = 0

3𝑥 + 𝑎𝑦 + 4𝑧 = 0
2. O sistema {𝑥 + 𝑦 + 3𝑧 = −5 não admite solução para que valores de a e b.
2𝑥 − 3𝑦 + 𝑧 = 𝑏

𝑎2 𝑥 + 𝑎𝑦 + 𝑧 = 1
3. O sistema {𝑎𝑥 + 𝑦 + 𝑏𝑧 = 1 é impossível para qual relação entre a e b.
𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑏 2 𝑧 = 1

𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = 0
4. Discutir o sistema: { −2𝑥 + 𝑦 + 4𝑧 = 1 .
3𝑥 + 2𝑦 − 6𝑧 = −1

𝑥+𝑦+𝑧+𝑡 +𝑤 =1
𝑥+𝑧+𝑡+𝑤 =2
5. Resolva o sistema: 𝑥+𝑦+𝑡+𝑤 =3 .
𝑥+𝑦+𝑧+𝑤 =4
{ 𝑥+𝑦+𝑧+𝑡 =5

6. Qual a relação entre a, b, c, para que o sistema a seguir tenha solução?

𝑥 + 2𝑦 − 3𝑧 = 𝑎
{2𝑥 + 6𝑦 − 11𝑧 = 𝑏
𝑥 − 2𝑦 + 7𝑧 = 𝑐

1 2 1
+𝑦−𝑧 =9
𝑥
1 1 1
7. Resolva o sistema: − 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 0.
2 1 2
{ 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = −1

8. Para que valor de “m” o sistema é possível e determinado, ou seja, admite uma única solução:

𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 3
{−2𝑥 + 𝑦 − 3𝑧 = 4.
𝑚𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 0
184

𝑥+𝑦+𝑧=1
9. Resolva o sistema { 2𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 0 , utilizando matriz inversa.
−𝑥 + 𝑦 − 5𝑧 = 2

𝑥+𝑦−𝑧 =0
10. Resolva e classifique o sistema homogêneo { 2𝑥 + 3𝑦 + 𝑧 = 0 .
−3𝑥 + 5𝑦 + 2𝑧 = 0

11. Para que valores de “m” o sistema de equações lineares homogêneo é indeterminado?

𝑥 + 𝑚𝑦 + 3𝑧 = 0
{ 𝑥+𝑦−𝑧 =0
−2𝑥 − 3𝑦 − 𝑚𝑧 = 0

Respostas:
−2𝑦−126 29−8𝑦
1a) Impossível b) (3,2,1) c) ( , 𝑦, ) 𝑦 ∈ 𝐼𝑅 d) (0,0) e) (4,3, - 4)
13 13

−𝑦−2𝑧
f) ( , 𝑦, 𝑧) g) Impossível h) (3,2,4) i) (2,-3) j) Impossível
3

2. a = - 2 b  5
1
3. 𝑏 = 𝑎 ; 𝑎 ≠ 1

4. Impossível

5. (11, -1, -2, -3, -4)


6. 5a – 2b – c = 0
1 1
7. 𝑥 = 2 , 𝑦 = 3 , 𝑧 = −1
1
8. 𝑚 ≠ 5
1 1
9. (1, 2 , − 2)
10. Possível e determinado, solução trivial (0,0,0)
11. m = 2 e m = - 3
185

12.12 SISTEMAS LINEARES - APLICAÇÕES


Sistemas lineares aparecem nas aplicações em diversas áreas como Administração, Medicina, Eletrônica,
Engenharia, Física, entre outras.
Analisaremos algumas aplicações e a elaboração dos seus respectivos modelos matemáticos:

Exemplo 1: Deseja-se planejar uma refeição de forma que a quantidade de cada alimento a ser ingerido
corresponda as necessidades de vitamina C, cálcio e magnésio. Três diferentes tipos de ingredientes serão
empregados na refeição, sendo que cada ingrediente possui uma determinada quantidade de nutriente
(expressa em miligrama) por unidade de ingrediente, conforme apresentado na tabela abaixo:

Nutriente Ingrediente I Ingrediente II Ingrediente III Total de Nutrientes (mg)

Vitamina C 10 20 10 100

Cálcio 50 40 20 300

Magnésio 20 10 30 200

a) Modele o problema que determina a quantidade de unidades de cada ingrediente necessárias para
satisfazer plenamente a quantidade de nutrientes estipulada na dieta.

b) Resolva o problema modelado no item a.

c) Verifique se a solução obtida está correta.


186

Redes:

Redes aparecem em várias situações práticas: redes de transportes, redes de comunicação, redes
econômicas, entre outras. São particularmente interessantes os possíveis fluxos através de redes. Por
exemplo, veículos fluem através de redes de estradas, informação flui através de redes de dados, bens e
serviços fluem através de uma rede econômica.

Algebricamente, uma rede consiste em um número finito de nós (também chamados de vértices) conectados
por uma série de segmentos dirigidos, conhecidos como ramos ou arcos. Cada ramo é rotulado com um fluxo
que representa a quantidade de alguma mercadoria que pode fluir ao longo ou através daquele ramo na
direção indicada, por exemplo, carros viajando ao longo de uma rede de ruas de mão única.

A regra fundamental que governa o fluxo através de uma rede é a conservação de fluxo:

Em cada nó, o fluxo de entrada é igual ao fluxo de saída.

Exemplo 2: A figura a seguir mostra o fluxo através de uma rede. Em


cada cruzamento o fluxo que entra e sai deve ser o mesmo.
a) Modele utilizando um sistema de equações lineares que descreve
o fluxo dessa rede.

b) Em seguida, determine 𝑥 = (𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , 𝑥4 , 𝑥5 , 𝑥6 ), usando sistema de equações lineares com o método


mais adequado para resolvê-lo (matriz inversa ou método de Gauss).

c) Supondo que 𝑥3 = 100, 𝑥5 = 50 e 𝑥6 = 50, encontre os demais fluxos.


187

Circuitos de corrente contínua - Leis de Kirchhoff

Lei dos Nós: A soma das correntes que chegam a um nó é igual a soma das correntes que saem do nó.

∑ 𝑖𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑚 = ∑ 𝑖𝑠𝑎𝑒𝑚

Lei das Malhas: A soma das forças eletromotrizes e as contraeletromotrizes é igual à soma dos produtos
resistência R vezes corrente elétrica i.

∑ 𝐸 = ∑ 𝑅. 𝑖

Regra de Sinais:

Unidades de medida:
Corrente elétrica i em ampère (A)
Resistência R em ohm (Ω)
Força eletromotriz e diferença de potencial elétrico E em volt (V)
Capacitância ou capacidade elétrica C em farad (F)
Indutância I em henry (H)
O coulomb (C) é uma quantidade de eletricidade que flui em uma seção. Se a corrente transposta é um
Coulomb por segundo, então, é uma corrente de 1 ampère.
188

Exemplo 3: Com base nas informações anteriores determine as intensidades de correntes elétricas em cada
ramo do circuito.

• Os geradores G1 e G2 tem E1 = E2 = 20 V e resistências internas r1 = r2 = 0,5 .


• O motor (receptor) de fcem E3 = 6 V e resistência interna r3 = 1 .
• Os resistores R1 = R2 = 0,5 , R3 = 3  e R4 = 1 .
189

Exemplo 4: Para dar R$ 1,80 de troco a um cliente, o caixa de um supermercado pretende usar exatamente
20 moedas. Se ele dispõe apenas de moedas de 5 centavos, 10 centavos e 25 centavos, de quantos modos
distintos ele pode compor tal quantia?
190

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Modela analiticamente Utiliza sistemas lineares Utiliza sistemas lineares Utiliza sistemas lineares
(representa o fenômeno para modelar o problema, para modelar o problema, para modelar o problema,
físico em linguagem mas coloca uma ou mais mas coloca alguma com as equações descritas
RA1 matemática) problemas equações erradas ou constante errada. corretamente.
4 7 10
ID1.1 de contexto real da número de variáveis.
física, utilizando
ferramentas de Álgebra
Linear.
Utiliza conceitos e Resolve o sistema linear de Resolve o sistema linear Resolve o sistema linear
propriedades de forma incorreta. parcialmente. corretamente.
matrizes e
RA1 determinantes para
4 7 10
ID1.3 resolver problemas
conceituais que evolvem
sistemas de equações
lineares.
Verifica se a solução Chega em um resultado Verifica a coerência da Verifica a coerência da solução
analítica é coerente com inadequado e não verifica a solução encontrada de forma encontrada da forma correta.
as condições do coerência da solução. incorreta.
RA2
problema conceitual, 4 7 10
ID2.2 considerando os
conceitos da ferramenta
utilizada.

EXERCÍCIOS: Em cada item, verifique se a solução encontrada é coerente com o problema.

1. Um laboratório quer produzir um composto que tenha, em cada 100 gramas, 14 unidades de vitamina A,
47 unidades de vitamina B12 , 25 unidades de vitamina C e 37 unidades de vitamina E. Na análise de
quatro substâncias para fazer o composto, considerando para todas a mesma quantidade, constatou-se
que:

A substância X tem 1 unidade de vitamina A, 2 unidades de vitamina B12 , 2 de vitamina C e 1 de vitamina E.


A substância Y tem 1 unidade de vitamina A, 3 unidades de vitamina B12 , 2 de vitamina C e 5 de vitamina E.
A substância Z tem 1 unidade de vitamina A, 4 unidades de vitamina B12 , 1 de vitamina C e 2 de vitamina E.
A substância W tem 1 unidade de vitamina A, 5 unidades de vitamina B12 ,3 de vitamina C e 4 de vitamina E.
Determine a quantidade a ser utilizada (em gramas) das substâncias x, y, z e w, para se obter o composto.

2. Examinando os anúncios abaixo, conclua o preço de cada faca, garfo e colher.


191

3. Uma consideração importante no estudo de transferência de calor é a de se determinar a distribuição de


temperatura de uma placa fina quando a temperatura em Celsius em suas bordas é conhecida. Considere
que a figura abaixo represente uma seção transversal de uma barra de metal, com fluxo de calor
desprezível na direção perpendicular à placa. Sejam T1 ..... T6 as temperaturas em graus Celsius nos seis
vértices interiores do reticulado da figura. A temperatura num vértice é aproximadamente igual à média
dos 4 vértices vizinhos mais próximos: à esquerda; à direita; acima e abaixo.
10+20+𝑇2 +𝑇4
Por exemplo: 𝑇1 = .
4
Escreva um sistema de equações cuja solução fornece as estimativas para as temperaturas de T 1 ..... T6.

4. Recentemente, um órgão governamental de pesquisa divulgou que, entre 2006 e 2009, cerca de 5,2
milhões de brasileiros saíram da condição de indigência. Nesse mesmo período, 8,2 milhões de brasileiros
deixaram a condição de pobreza. Observe que a faixa de pobreza inclui os indigentes. O gráfico a seguir
mostra os percentuais da população brasileira enquadrados nessas duas categorias, em 2006 e 2009.

Após determinar a população brasileira em 2006 e em 2009, resolvendo um sistema linear, determinar o
número de indigentes em 2006.

5. Uma empresa deve enlatar uma mistura de amendoim, castanha de caju e castanha-do-pará. Sabe-se que
o quilo de amendoim custa R$5,00, o quilo de castanha de caju, R$20,00 e o quilo de castanha-do-pará,
R$16,00. Cada lata deve conter meio quilo da mistura e o custo total dos ingredientes de cada lata deve
ser de R$5,75. Além disso, a quantidade de castanha de caju em cada lata deve ser igual a um terço da
soma das outras duas.
Nesse caso, determinar as quantidades de cada ingrediente por lata.
192

6. Considere a reação química não balanceada

Essa equação pode ser balanceada fazendo:

Determine o menor número inteiro de átomos de cálcio, hidrogênio, fósforo e oxigênio, com o qual ocorre
o balanceamento.

7. No centro de uma cidade, dois conjuntos de ruas de mão única se cruzam, como mostra a figura.
Tendo em vista que, em cada cruzamento, o número de veículos que entra é igual ao de veículos que sai,
e levando-se em consideração as setas indicadas pela figura, pode-se afirmar que a modelagem
matemática para determinar a quantidade de veículos entre cada um dos quatro cruzamentos, envolve
um sistema de equações. Classifique este sistema de equações.
360

248

A x D 512
488

y
t

B z C
416 480
384

312

8. João entrou numa lanchonete e pediu 3 hambúrgueres, 1 suco de laranja e 2 cocadas, gastando R$ 21,50.
Na mesa ao lado, algumas pessoas pediram 8 hambúrgueres, 3 sucos de laranja e 5 cocadas, gastando R$
57,00. Sabendo-se que o preço de um hambúrguer, mais o de um suco de laranja, mais o de uma cocada
totaliza R$ 10,00, calcule o preço de cada um desses itens.
193

9. Deseja-se construir um circuito como o mostrado na figura:

Dispõe-se de uma tabela de preços de vários tipos de resistores; assim como as correntes máximas que
elas suportam sem queimar.

Que tipo devemos escolher de resistores para que o circuito funcione com segurança e a sua fabricação
seja a de menor custo possível? Qual é esse custo mínimo?

10. Análise de redes. Uma rede é constituída por um número finito de nós, em que fluem os fluxos, entrando
e/ou saindo. E em cada nó, o fluxo de entrada é igual ao de saída. Exemplo:

Com estas considerações, determine os possíveis fluxos da rede de encanamento de água mostrado na
figura a seguir, onde o fluxo é medido em litros por minuto.
194

Respostas:

1. x = 4 y = 3 z = 5 w = 2
2. x = 5,5 y = 3 z = 4
−𝑇1 + 4𝑇2 − 𝑇3 + 0𝑇4 − 𝑇5 + 0𝑇6 = 20
0𝑇1 − 𝑇2 + 4𝑇3 + 0𝑇4 + 0𝑇5 − 𝑇6 = 60
0𝑇1 + 0𝑇2 − 𝑇3 + 0𝑇4 − 𝑇5 + 4𝑇6 = 60
3.
0𝑇1 − 𝑇2 + 0𝑇3 − 𝑇4 + 4𝑇5 − 𝑇6 = 20
4𝑇1 − 𝑇2 + 0𝑇3 − 𝑇4 + 0𝑇5 + 0𝑇6 = 30
{−𝑇1 + 0𝑇2 + 0𝑇3 + 4𝑇4 − 𝑇5 + 0𝑇6 = 30
4. 18,5 milhões de brasileiros eram indigentes em 2006.
5. 250 g de amendoim, 125 g de castanha de caju e 125 g de castanha-do-pará.
6. Cálcio 3, Hidrogênio 6, Fósforo 2, Oxigênio 8.
7. Possível indeterminado com uma variável livre.
8. O preço de um hambúrguer é R$ 4,00, o de um suco de laranja é R$ 2,50 e o de uma cocada é R$ 3,50.
9. I1 = 3,68 A, i2 = 1,61 A, i3 = 0,16 A, i4 = 1,45 A e i5 = 2,07 A. O custo mínimo é R$ 115,00.
10. (15 – f4, 5 – f4, 20 + f4, f4), onde 0  f4  5.
195

CAPÍTULO 13: ESPAÇO VETORIAL


13.1 ESPAÇO VETORIAL

Espaço vetorial sobre ℝ é um sistema algébrico constituído por um conjunto V (cujos elementos são
chamados de vetores) e as operações de adição e multiplicação por escalar (número real) nele definidas.
Sendo assim, considere dois vetores quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉, segue que:

• 𝒖+𝒗 ∈ 𝑽
• 𝒖 ∈ 𝑽, ∀ 𝜶 ∈ ℝ

Além disso, 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉 de satisfazer os seguintes axiomas:

• A1 :  u, v , w  V , (u + v) + w = u + (v + w) (ASSOCIATIVA DA ADIÇÃO)
• A2 :  u, v  V , u + v = v + u (COMUTATIVA DA ADIÇÃO)
• A3 :  0  V /  u  V , u + 0 = u (ELEMENTO NEUTRO DA ADIÇÃO)
• A4 :  u  V ,  ( - u)  V / u + (- u) = 0 (ELEMENTO OPOSTO)
• M1 : ()u = (u) (ASSOCIATIVA DA MULTIPLICAÇÃO)
• M2 : ( + )u = u + u (DISTRIBUTIVA DA ADIÇÃO)
• M3 : (u + v) = u + v (DISTRIBUTIVA DA MULTIPLICAÇÃO)
• M4 : 1.u = u (ELEMENTO NEUTRO DA MULTIPLICAÇÃO)

Observações:

•  = para todo
•  = existe

Os elementos do espaço vetorial V são denominados de vetores, independentemente de sua natureza


(polinômios, matrizes, vetores) porque as operações de adição e multiplicação por escalar realizada com
esses elementos comportam-se de forma idêntica.

Exemplos:

1. Espaços Vetoriais Euclidianos ℝn:

 2
• (ℝ 2,+, .) → Espaço vetorial ℝ2, por exemplo, o vetor (2,1) ou   são elementos desse espaço
1
vetorial.
1
 
• (ℝ3,+, .) → Espaço vetorial ℝ3, por exemplo, o vetor (1,2,3) ou  2  são elementos desse espaço
 3
 
vetorial.
196

2. Espaços vetoriais ℝm x n ou Mm x n das matrizes de ordem m x n de elementos reais.

• (M(2,3),+, .) → Espaço vetorial ℝ2 x 3 , espaço vetorial de todas as matrizes de ordem

− 1 0 2 
2 x 3, por exemplo, a matriz   é um elemento desse espaço vetorial.
 0 3 − 4

3. Espaços vetoriais Pn o conjunto de todos os polinômios de grau menor ou igual a n

• (P3, +, .) → Espaço vetorial dos polinômios de grau menor ou igual a três. Os polinômios a seguir
pertencem a esse espaço vetorial: x3 +2x2 – x +9, x2 – 5x + 6, x2 -1, 2x – 5, 3.

4. C[a,b] conjunto das funções definidas e contínuas em [a,b].

13.2 SUBESPAÇOS VETORIAIS

Definição: Seja V um espaço vetorial e W um subconjunto não vazio de V. O subconjunto W é um subespaço


vetorial de V se W é fechado em relação às operações de soma de vetores e multiplicação de escalar por
vetores.

Isto é,

(i) 0 ∈ 𝑊

(ii) 𝑢 + 𝑣 ∈ 𝑊

(iii) se  é um escalar qualquer, 𝑢 ∈ 𝑊

Exemplos:

5. O conjunto S de vetores de V = ℝ3, tal que S = {(x, y, z)  ℝ3 / (x, y, x + y)} , verifique se S é subespaço de V.
197

6. O conjunto S de vetores de V = ℝ2, tal que S = {(x, y)  ℝ2 / x = y²}, verifique se S é subespaço de V.

7. O conjunto S de vetores de V = ℝ2, tal que S = {(x, y)  ℝ2 / y = 4 – 2x}, verifique se S é subespaço de V.


198

a b    a b  
8. Sejam V = M2x2 =   ; a, b, c, d  IR e W =   ; a, b,  IR ,verifique se W é subespaço de V.
 c d     0 0 

9. Seja V = P2 e W um conjunto de todos os polinômios de grau exatamente igual a 2, verifique se W é


subespaço de V.
199

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve os problemas de Resolve os problemas de Resolve os problemas de
propriedades de espaço cometendo muitos erros e forma parcial utilizando as maneira adequada utilizando
RA1
vetorial para resolver utilizando as definições, 4 definições, conceitos e 7 as definições, conceitos e 10
ID1.4 problemas conceituais. conceitos e propriedades propriedades propriedades.
inadequadamente. inadequadamente.
Interpreta a solução Interpreta os resultados sem Interpreta os resultados de Interpreta os resultados
RA2
analítica dos problemas. conexão com os conceitos, 4 forma parcial. 7 corretamente. 10
ID2.1 definições e propriedades.

EXERCÍCIOS:

1. Determine se cada conjunto a seguir é ou não um subespaço de ℝ².


a. {(𝑥, 𝑦); 𝑥 + 𝑦 = 0}
b. {(𝑥, 𝑦); 𝑥. 𝑦 = 0}
c. {(𝑥, 𝑦); 𝑥 = 3𝑦}
d. {(𝑥, 𝑦); 𝑥 = 3𝑦 + 1}

2. Determine se cada conjunto a seguir é ou não um subespaço de ℝ³.


a. {(𝑥, 𝑦, 𝑧); 𝑥 + 𝑧 = 1}
b. {(𝑥, 𝑦, 𝑧); 𝑥 = 𝑦 = 𝑧}
c. {(𝑥, 𝑦, 𝑧); 𝑧 = 𝑥 + 𝑦}
d. {(𝑥, 𝑦, 𝑧); 𝑧 = 𝑥² + 𝑦²}

3. Determine se cada conjunto a seguir é ou não um subespaço de ℝ2𝑥2 .


a. O conjunto de todas as matrizes diagonais 2x2.
b. O conjunto de todas as matrizes triangulares inferiores 2x2.
c. O conjunto de todas as matrizes A 2x2 tais que 𝑎12 = 1.
d. O conjunto de todas as matrizes B 2x2 tais que 𝑏11 = 0.

4. Determine se cada conjunto a seguir é ou não um subespaço de 𝑃4 .


a. O conjunto dos polinômios em 𝑃4 de grau par.
b. O conjunto dos polinômios de grau menor ou igual a 3.
c. O conjunto dos polinômios p(x) em 𝑃4 tais que p(0)=0.
d. O conjunto dos polinômios em 𝑃4 que tem pelo menos uma raiz real.
200

Respostas:

1. a. Sim
b. Não
c. Sim
d. Não
2. a. Não
b. Sim
c. Sim
d. Não
3. a. Sim
b. Sim
c. Não
d. Sim
4. a. Sim
b. Sim
c. Sim
d. Não
201

13.3 COMBINAÇÃO LINEAR


Uma das características mais importantes de um espaço vetorial é a obtenção de novos vetores a partir de
vetores dados.

Definição de combinação linear: Sejam 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 vetores de um espaço vetorial 𝑉. Um vetor 𝒗 é uma


combinação linear de 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 se existem os escalares 𝒂𝟏 , 𝒂𝟐 , … , 𝒂𝒏 tais que:

𝒗 = 𝒂𝟏 𝒗𝟏 + 𝒂𝟐 𝒗𝟐 + … + 𝒂𝒏 𝒗𝒏

Exemplos:

10. Verifique se o vetor 𝑣 = (2, 1, 5) é uma combinação linear dos vetores dados:
𝑣1 = (1, 2, 1) 𝑣2 = (1, 0, 2) 𝑒 𝑣3 = (1, 1, 0)

Se 𝒗 puder ser escrito como uma combinação linear dos vetores dados, então devem existir os coeficientes
𝒂𝟏 , 𝒂𝟐 𝒆 𝒂𝟑 de modo que possamos escrever:

𝒗 = 𝒂𝟏 𝒗𝟏 + 𝒂𝟐 𝒗𝟐 + 𝒂𝟑 𝒗𝟑

Então: 𝒂𝟏 (1, 2, 1) + 𝒂𝟐 (1, 0, 2) + 𝒂𝟑 (1, 1, 0) = (2, 1, 5)

Montamos o sistema linear e resolvemos:

1 𝑎1 +1𝑎2 + 𝑎3 =2
{2 𝑎1 +0𝑎2 + 𝑎3 =1
1 𝑎1 +2𝑎2 +0𝑎3 =5
202

11. Verifique se o vetor 𝑣⃗ = (1, 1, 2) é uma combinação linear dos vetores


𝑣1 = (1, 1, 2) 𝑒 ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑣2 = (2, 2, 4)

12. Verifique se o vetor 𝑣⃗ = (1, 1, 2) é uma combinação linear dos vetores


𝑣1 = (1, 1,0) 𝑒 ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑣2 = (0, 1, 1)
203

3 1
13. Escrever a matriz 𝛽 = ( ) como combinação linear das matrizes:
1 −1
1 1 0 0 0 2
𝛼1 = ( ), 𝛼2 = ( ) e 𝛼3 = ( ).
1 0 1 1 0 −1

14. Escrever o polinômio  = 𝑡 2 + 4𝑡 – 3 como combinação linear dos polinômios 1 = 𝑡 2 – 2𝑡 + 5,


 2 = 2𝑡 2 – 3𝑡 e 3 = 𝑡 + 3.

Observações:
• Sejam os vetores 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 de um espaço vetorial 𝑉, o conjunto 𝑊 de todas as combinações
lineares destes vetores, formam um subespaço vetorial.
• Um vetor  de um subespaço vetorial 𝑊, pertence a este subespaço se for combinação linear dos
geradores de 𝑊.
204

EXERCÍCIOS

1. Dado o conjunto de vetores 𝛽 = {(2,1,4), (1, −1,3), (3,2,5)} . Escreva o vetor 𝑣 = (6,11,6) como
combinação linear desse conjunto, se possível.

⃗⃗ = (2, −3,2) e 𝑣⃗ = (−1,2,4) em ℝ3 .


2. Sejam os vetores 𝑢
a) Escrever o vetor 𝑤
⃗⃗⃗ = (7, −11, 2) como combinação linear de 𝑢
⃗⃗ e 𝑣⃗.
b) Para que valor de 𝑚 o vetor 𝑤
⃗⃗⃗ = (−8, 14, 𝑚) é combinação linear de 𝑢
⃗⃗ e 𝑣⃗?
c) Determinar uma condição entre 𝑎, 𝑏 e 𝑐 para que o vetor 𝑤
⃗⃗⃗ = (𝑎, 𝑏, 𝑐) seja uma combinação linear de 𝑢
⃗⃗
e 𝑣⃗

3. Considere o espaço vetorial 𝑃2 = {𝑎𝑡 2 + 𝑏𝑡 + 𝑐; 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ} e


𝑝1 = 𝑡 2 − 2𝑡 + 1, 𝑝2 = 𝑡 + 2 e 𝑝3 = 2𝑡 2 − 𝑡:
a) Escreva 𝑝 = 5𝑡 2 − 5𝑡 + 7 como combinação linear de 𝑝1 e 𝑝2 .
b) Escreva 𝑝 = 5𝑡 2 − 5𝑡 + 7 como combinação linear de 𝑝1, 𝑝2 e 𝑝3 .
c) Determinar as condições em 𝑎, 𝑏 e 𝑐 de modo que 𝑝 = 𝑎𝑡 2 + 𝑏𝑡 + 𝑐 seja combinação linear de 𝑝2 e 𝑝3 .
d) É possível escrever 𝑝1 como combinação linear de 𝑝2 e 𝑝3 ? Justifique.

1 0 −1 2 0 −1
4. Seja o espaço vetorial 𝑀2𝑥2 e as matrizes 𝐴1 = [ ], 𝐴2 = [ ] e 𝐴3 = [ ].
1 1 0 1 2 1
1 8
Escreva 𝐵 = [ ] como combinação linear de 𝐴1 , 𝐴2 e 𝐴3 , se possível.
0 5

5. Escreva o vetor 𝑣⃗ = (0,0) ∈ ℝ2 como combinação linear de:


𝑣1 = (1,3) e ⃗⃗⃗⃗⃗
a) ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑣2 = (2,6)
𝑣1 = (1,3) e ⃗⃗⃗⃗⃗
b) ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑣2 = (2,5)

Respostas:
1. 𝑣 = 4𝑣1 − 5𝑣2 + 𝑣3

2. a) 𝑤
⃗⃗⃗ = 3𝑢
⃗⃗ − 𝑣⃗ b) 𝑚 = 12 c) 16𝑎 + 10𝑏 − 𝑐 = 0

3. a) não b) 𝑝 = 3𝑝1 + 2𝑝2 + 𝑝3 c) 𝑎 + 2𝑏 − 𝑐 = 0


d) Não, pois o polinômio não satisfaz 𝑎 + 2𝑏 − 𝑐 = 0.

4. 𝐵 = 4𝐴1 + 3𝐴2 − 𝐴3

5. a) 𝑣⃗ = −2𝑘𝑣
⃗⃗⃗⃗⃗1 + 𝑘𝑣
⃗⃗⃗⃗⃗,
2 𝑘 ∈ℝ b) 𝑣⃗ = 0𝑣
⃗⃗⃗⃗⃗1 + 0𝑣
⃗⃗⃗⃗⃗2
205

13.4 SUBESPAÇO GERADO:


Definição de subespaço gerado: Seja V um espaço vetorial e seja S um subconjunto de V. Define-se o espaço
gerado por S como sendo a interseção de todos os subespaços de V que contém S, ou seja, S é um espaço
vetorial.
Notação: [S]
Neste caso, diz-se que S gera [S], ou ainda, que S é um conjunto gerador de [S].
Alternativamente, o espaço gerado por S pode ser definido como sendo o conjunto de todas as combinações
lineares (finitas) de elementos de S.

Na prática, para determinar o espaço gerado é necessário montar a combinação linear dos vetores do
conjunto S para um vetor qualquer do espaço vetorial V, ou seja:

𝑣 = 𝑎1 𝑣1 + 𝑎2 𝑣2 + ⋯ + 𝑎𝑘 𝑣𝑘

Em seguida, resolver o sistema linear associado.

Se o sistema linear associado tiver solução (possível determinado ou indeterminado), o conjunto S gera todo
o espaço vetorial V.
Se o sistema linear é impossível, então S gera um subespaço vetorial de V, cuja condição de existência é
definida pelas mesmas condições que tornariam o sistema linear possível.

Exemplo 15: Determinar os subespaços do ℝ³ gerados pelos seguintes conjuntos:

a) 𝐴 = {(−1,3,2), (2, −2,1)}


206

b) 𝐴 = {(−1,1,0), (0,1, −2), (−2,3,1)}


207

EXERCÍCIOS

1. Seja 𝑆 o subespaço de ℝ4 definido por: 𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) ∈ ℝ4 ; 𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 0 𝑒 𝑡 = 0}, verifique se os


vetores a seguir pertencem ao subespaço 𝑆:

a) 𝑣⃗ = (−1,2,3,0)

b) 𝑣⃗ = (3,1,4,0)

c) 𝑣⃗ = (−1,1,1,1)

𝑎−𝑏 2𝑎
2. Seja 𝑆 ∈ 𝑀2𝑥2 tal que 𝑆 = {( ) ; 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ }, verifique:
𝑎+𝑏 −𝑏
5 6
a) ( ) ∈ 𝑆?
1 2
−4 𝑘
b) Qual deve ser o valor de 𝑘 para que ( ) pertença a 𝑆?
2 −3

3. Determinar os subespaços de ℝ3 gerado pelos seguintes conjuntos:

a) 𝐴 = {(2, −1,3)}

b) 𝐴 = {(−1,3,2), (2, −2,1)}

c) 𝐴 = {(1,0,1), (0,1,1), (−1,1,0)}

d) 𝐴 = {(−1,1,0), (0,1, −2), (−2,3,1)}

e) 𝐴 = {(1,2, −1), (−1,1,0), (−3,1,1), (−2, −1,1)}

f) 𝐴 = {(1,2, −1), (−1,1,0), (0,3, −1), (2,1, −1)}

4. Determine o subespaço vetorial do ℝ4 gerado pelos vetores {(1,1, −2,1), (−1,3,0,4), (2, −1,5,2)}.

−1 2 2 1
5. Determine o subespaço vetorial do 𝑀2𝑥2 gerado pelos vetores {( ),( )}.
1 0 −1 −1
208

Respostas:

1.

a) Pertence ao subespaço S, pois satisfaz 𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 0 𝑒 𝑡 = 0.

b) Não pertence ao subespaço S, pois 𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 ≠ 0.

c) Não pertence ao subespaço S, pois 𝑡 ≠ 0.

2.

a) Pertence

b) 𝑘 = −2

3.

a) 𝑆 = {(𝑎, 𝑏, 𝑐) ∈ ℝ3 ; 𝑎 = −2𝑏 𝑒 𝑐 = −3𝑏}

b) 𝑆 = {(𝑎, 𝑏, 𝑐) ∈ ℝ3 ; 7𝑎 + 5𝑏 − 4𝑐 = 0}

c) 𝑆 = {(𝑎, 𝑏, 𝑐) ∈ ℝ3 ; 𝑎 + 𝑏 − 𝑐 = 0}

d) 𝑆 = ℝ3

e) 𝑆 = ℝ3

f) 𝑆 = {(𝑎, 𝑏, 𝑐) ∈ ℝ3 ; 𝑎 + 𝑏 − 3𝑐 = 0}

4. 𝑆 = {(𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑) ∈ ℝ4 ; 𝑎 + 3𝑏 − 𝑐 − 2𝑑 = 0}

𝑎 𝑏
5. 𝑆 = {( ) ∈ 𝑀2𝑥2 ; 𝑎 + 𝑐 + 𝑑 = 0 𝑒 𝑏 − 2𝑐 + 3𝑑 = 0 }
𝑐 𝑑
209

13.5 DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR

O nosso interesse é que o conjunto gerador seja o menor possível, para isto precisamos da noção de
dependência e independência linear.
Definição de conjunto linearmente dependente: Os vetores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑘 de um espaço vetorial 𝑉 são
linearmente dependentes se existem constantes 𝑐1 , 𝑐2 , … , 𝑐𝑘 (nem todas nulas) tais que
𝑐1 𝑣1 + 𝑐2 𝑣2 + ⋯ + 𝑐𝑘 𝑣𝑘 = 0 .
Se esta igualdade ocorrer somente se 𝑐1 = 𝑐2= … = 𝑐𝑘 = 0, os vetores são linearmente independentes.

Para verificar se os vetores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑘 são LD ou LI, devemos:


1. Montar o sistema homogêneo.
2. Analisar a solução (se tiver apenas a solução trivial então é LI, com solução não-trivial é LD).

Exemplo 16: Sejam os vetores v1 = (1,3), v2 = (- 1,- 2) e v3 = (- 1, 0), verifique se esses vetores são L.I. ou L.D.

Observações:

• Um conjunto de vetores é L.D. se um vetor for combinação linear dos outros.


• Um conjunto composto apenas do vetor nulo é sempre L.D. Se o vetor nulo compõe um conjunto,
esse conjunto é sempre L.D.
• Para verificar se um conjunto de vetores é L.I. ou L.D. de maneira mais rápida, colocam-se os vetores
nas linhas para formar uma matriz, em seguida, faz o escalonamento. Não esquecer de rotular os
vetores nas linhas, caso mude a linha de posição, mudar o rótulo.
Se ao escalonar, aparecer pelo menos uma linha de zeros, então, os vetores são L.D.
Do exemplo anterior: v1 = (1,3), v2 = (- 1,- 2) e v3 = (- 1, 0) na forma de matriz:
𝑣1 1 3 𝑣1 1 3
𝑣2 [−1 −2] , ao obter a forma escada, tem-se: 𝑣2 [0 1]
𝑣3 −1 0 𝑣3 0 0
Portanto, os vetores são LD. Também, pode-se concluir que o conjunto {𝑣1 , 𝑣2 } é LI.
210

Exemplo 17: Verificar se os vetores a seguir são L.I. ou L.D.

a. {(1,0,0,1) (0,1,1,0) (1,0,1,0)}

1 1 1 0 1 1
b. {( ),( ),( )}
1 1 0 1 0 1

c. {𝑡 3 − 3𝑡 2 + 4𝑡 − 2, 2𝑡 2 − 6𝑡 + 4, 𝑡 3 − 2𝑡 2 + 𝑡}
211

EXERCÍCIOS

1. Avalie a independência linear dos seguintes vetores, no correspondente espaço vetorial:

a) {(1,2,3,4), (3, −1,2,4), (1,0, −1,1), (1, −3,0, −1)} em ℝ4

b) {𝑥 2 + 𝑥 + 1 , 2𝑥 2 − 𝑥 + 3 , 3𝑥 2 + 6𝑥 + 2} em 𝑃3

3 6 0 −1 0 −8 1 0
c) {[ ],[ ],[ ],[ ]} em 𝑀2𝑥2
3 −6 −1 0 −12 4 −1 2

−1 2 1 0 −1 2 −1 0 5
d) {[ ],[ ],[ ]} em 𝑀2𝑥3
3 −2 4 −2 1 0 −1 0 3

2. Determinar os conjuntos de ℝ3 que são LI:

a) 𝐴 = {(2, −1,3)}

b) 𝐴 = {(−1,3,2), (2, −2,1)}

c) 𝐴 = {(1,0,1), (0,1,1), (−1,1,0)}

d) 𝐴 = {(−1,1,0), (0,1, −2), (−2,3,1)}

e) 𝐴 = {(1,2, −1), (−1,1,0), (−3,1,1), (−2, −1,1)}

3. Determine a condição de 𝑚 para que os vetores {(−1,1,0), (0, −1, 𝑚), (−2,3,1)} seja LI.
212

Respostas:

1.

a) LD

b) LD

c) LI

d) LI

2.

a) LI

b) LI

c) LD

d) LI

e) LD

3. 𝑚 ≠ −1
213

13.6 BASE E DIMENSÃO DE UM ESPAÇO VETORIAL

Dado um conjunto 𝛼 = {𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 } de geradores de um espaço vetorial V, sempre é possível obter a partir
deste, um conjunto , que contenha um número mínimo de geradores de V. Tal conjunto  será formado
pelos vetores de  que são L.I. Ao encontrarmos tais vetores teremos os alicerces de nosso espaço, ou seja,
o espaço será formado a partir deles. Naturalmente, muitos são os conjuntos de vetores desse tipo e a tais
conjuntos damos o nome de base.

Definição de base: Os vetores 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 em um espaço vetorial V formam uma base para V se atendem
as seguintes condições:

a) 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 são LI (linearmente independentes).

b) 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 geram V.

Se 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 formam uma base para V então eles são distintos e não nulos.

Exemplos:

18. Os vetores 𝑖 = (1,0) e 𝑗 = (0,1) formam uma base para ℝ2.

19. Os vetores 𝑖 = (1,0,0), 𝑗 = (0,1,0) e 𝑘 = (0,0,1) formam uma base para ℝ3.

1 0 0 1 0 0 0 0
20. Os vetores {( ),( ),( ),( )} formam uma base para o espaço vetorial V = M2x2.
0 0 0 0 1 0 0 1
21. Os vetores {𝑡 3 , 𝑡 2 , 𝑡, 1} formam uma base para o espaço vetorial P3 (polinômios de grau menor ou igual
a 3).

TEOREMA: Fixada uma base 𝛽 = {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 } de um espaço vetorial V, cada vetor 𝑣 ∈ 𝑉 se escreve de
forma única como combinação linear dos vetores da base  , isto é, existem e são únicos os escalares c1, c2,
..., cn, tal que

𝒗 = 𝒄𝟏 𝒗𝟏 + 𝒄𝟐 𝒗𝟐 + … + 𝒄𝒏 𝒗𝒏

TEOREMA: Seja 𝑆 = {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 } um conjunto de vetores não nulos em um espaço vetorial V e seja
𝑊 = [𝑆], então algum subconjunto de S é uma base para W.

Temos dois casos:

a) Se S for linearmente independente, como S gera W, pode-se concluir que S é uma base para W.
b) Se S for linearmente dependente então se constrói a matriz dos vetores colocando-a na forma
escalonada. As linhas com os primeiros elementos não nulos de cada linha serão as linhas relativas
aos vetores LI que vão formar uma base para W.
214

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DAS BASES:

Exemplo 22: Sejam 𝛼 = {(1, 0), (0, 1)} e 𝛽 = {(1, 1), (0, 1)} as bases do ℝ2.

Para v = (x, y)  ℝ2, temos: (x, y) = x (1, 0) + y (0, 1) e (x, y) = x (1, 1) + (y – x) (0, 1)

Tomando, como um caso particular, v = (3, 4) temos:

(3, 4) = 3 (1, 0) + 4 (0, 1) e (3, 4) = 3 (1, 1) + 1 (0, 1).

O que isto significa?

No caso de considerarmos a base  = { (1, 0), (0, 1)} do ℝ2, temos que o vetor
v é o resultante da soma:

3i + 4j

e dizemos que em relação a base  , as coordenadas de v são 3 e 4.

Agora, se considerarmos a base:  = {(1, 1), (0, 1)} do ℝ2, temos o vetor v
como resultante da soma:

3v1 + 1v2

e dizemos que, em relação a base  , as coordenadas de v são 3 e 1.

Observemos que a posição geométrica do vetor v independe da base que o "criou". No entanto, as suas
coordenadas dependem do referencial adotado.

Coordenadas de um vetor: Os escalares a1, a2, ..., an, que comparecem no teorema anterior, são chamados
de coordenadas de v em relação à base 𝛽 . Usamos, como expressão dessa ideia, a notação:

𝑎1
𝑎2
[𝑣]𝛽 = [ ⋮ ] ou 𝑣𝛽 = (𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 ),
𝑎𝑛

que é lida do seguinte modo: as coordenadas do vetor v, em relação a base 𝛽, são a1, a2, ... e an.

3 3
Exemplo 23: No caso tratado anteriormente temos: [𝑣]𝛼 = [ ] e [𝑣]𝛽 = [ ]
4 1
215

Definição de dimensão: A dimensão de um espaço vetorial V não-nulo é o número de vetores em uma base
para V.

NOTAÇÃO: dim V

Importante:

• O conjunto {0} é linearmente dependente, logo tem dimensão zero.


• A dimensão de ℝ2 é 2; a dimensão de ℝ3 é 3; em geral a dimensão de ℝn é n.
• A dimensão de P2 é 3; a dimensão de P3 é 4; em geral a dimensão de Pn é n+1.
• A dimensão de M = [mxn] espaço vetorial das matrizes é m.n.

Exemplos:

24. Verifique se os seguintes vetores formam uma base para o espaço vetorial ℝ3.

a. {(1,1,1), (1, −1,5)}

b. {(1,2,3), (1,0, −1), (3, −1,0), (2,1, −2)}

c. {(1,1,1), (1,2,3), (2, −1,1)}

d.{(1,1,2), (1,2,5), (5,3,4)}


216

25. Determine uma base e a dimensão do espaço vetorial gerado pelos vetores:
{(2,1,0, −1), (1,2, −1,0), (1,1,2,2), (2,0,3,1)}
217

26. Determinar a dimensão e sua base do espaço das soluções W do sistema:

𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 − 𝑠 + 3𝑡 = 0
{𝑥 + 2𝑦 + 3𝑧 + 𝑠 + 𝑡 = 0
3𝑥 + 6𝑦 + 8𝑧 + 𝑠 + 5𝑡 = 0
218

13.7 INDEPENDÊNCIA LINEAR DE FUNÇÕES

Dizemos que duas funções f e g são linearmente dependentes (L.D.) em um intervalo I = (α, β) se existem
duas constantes k1 e k2, uma delas diferente de zero, tais que k1f(x) + k2g(x) = 0, para todo x ∈ I.

Duas funções são linearmente independentes (L.I.) em I elas não forem linearmente dependentes, isto é, se
valer a igualdade k1f(x) + k2g(x) = 0, para todo x ∈ I, então k1 = k2 = 0.

No entanto, essa definição depende de simplificações e relações equivalentes, então, usamos o resultado
proposto por Wronski:

Determinante Wronskiano: Dado um conjunto de funções f1, f2 ... fn define-se o Wronskiano como
o determinante:

Este determinante é construído alocando as funções na primeira linha, as primeiras derivadas de cada função
na segunda linha, assim procedendo até a derivada de ordem (n-1), formando assim um arranjo quadrado.
Caso o Wronskiano seja diferente de zero em algum ponto do intervalo, as funções são linearmente
independentes.

Observação: Este conceito é muito útil em diversas situações, por exemplo na verificação se duas funções
que são soluções de uma equação diferencial de segunda ordem são linearmente dependentes ou
independentes.

Exemplo 27: Verifique se os seguintes conjuntos são LI ou LD:

a) {1, 𝑥, 𝑥²}

𝜋
b) {𝑠𝑒𝑛 𝑥, cos (𝑥 − 2 )}
219

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve os problemas de Resolve os problemas de Resolve os problemas de
propriedades de espaço cometendo muitos erros e forma parcial utilizando as maneira adequada utilizando
RA1
vetorial para resolver utilizando as definições, 4 definições, conceitos e 7 as definições, conceitos e 10
ID1.4 problemas conceituais. conceitos e propriedades propriedades propriedades.
inadequadamente. inadequadamente.
Interpreta a solução Interpreta os resultados sem Interpreta os resultados de Interpreta os resultados
RA2
analítica dos problemas. conexão com os conceitos, 4 forma parcial. 7 corretamente. 10
ID2.1 definições e propriedades.
Verifica se a solução Chega em um resultado Verifica a coerência da Verifica a coerência da solução
analítica é coerente com inadequado e não verifica a solução encontrada de forma encontrada da forma correta.
as condições do coerência da solução. incorreta.
RA2
problema conceitual, 4 7 10
ID2.2 considerando os
conceitos da ferramenta
utilizada.

EXERCÍCIOS:

1. Qual dos conjuntos abaixo é uma base do ℝ2? Explique por quê.

a. {(– 2, 1), (0, 2)}

b. {(– 1, 2), (4, – 8)}

c. {(1, – 1), (1, 0), (– 2, 3)}

2. Seja 𝑆 = {𝑣1 , 𝑣2 , 𝑣3 , 𝑣4 }, onde 𝑣1 = (1,2,2), 𝑣2 = (3,2,1), 𝑣3 =(11,10,7), 𝑣3 = (7,6,4). Encontre uma base
e dimensão para o subespaço 𝑊 = 𝑆.

3. Verifique se o conjunto de polinômios {1, (1 − 𝑡), (1 − 𝑡)2 , (1 − 𝑡)3 } gera uma base de 𝑃3

4. Quais dos conjuntos de vetores a seguir são bases para o ℝ3 ? Dê uma "boa olhada" antes de escrever, veja
quais conjuntos têm chance de ser base quais não têm. Justifique suas respostas.

a. {(1, 3, 0), (– 2, 1, 5)};

b. {(– 1, 3, 2), (1, 0, 2), (– 1, 6, 6)};

c. {(3, 2, 2), (– 1, 2, 1), (0, 1, 0)};

d. {(1, 1, – 1), (0, 0, 0), (4, 1, – 1)};

e. {(1, 0, 0), (0, 2, – 1), (0, 1, 0), (3, 4, 1)}.


220

5. Verifique se o conjunto {(– 2, – 1,0,4), 0, 1, 2, 0), (– 1,2,3,2), (– 2,4,6,4)} é ou não uma base para o ℝ4.

6. Sobre o espaço 𝑃2 :

a) O conjunto 𝐴 = {𝑡 2 + 2𝑡 − 1,2𝑡 2 + 3𝑡 − 2}, com certeza, não é uma base para 𝑃2 . Você concorda com
essa afirmação? Com qual argumento?

b) 𝐵 = {2𝑡 + 1, −𝑡 − 1,3𝑡 + 4} também não é base de 𝑃2 . É verdade? Justifique.

c) Porém, para o conjunto 𝐶 = {𝑡 2 + 𝑡 + 1, 𝑡 2 + 2𝑡 + 3, 𝑡} não podemos afirmar nada diretamente.


Verifique se C é ou não base para o 𝑃2 .

1 1 0 0 1 0 0 1
7. Mostre que as matrizes {[ ],[ ],[ ],[ ]} formam uma base para o espaço 𝑀2𝑥2 .
0 0 1 1 0 1 1 1

8. Encontre uma base para o subespaço vetorial de ℝ 3 dado por 𝑈 = [(1,0,1), (1,2,0), (0,2,1)]

9. Estenda para o conjunto {(1,2,1), (2,0, −1)} de modo a obter uma base para o espaço vetorial 𝑉 = ℝ3.

10. Encontre uma base em ℝ4 para o conjunto 𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) 𝑅 4 ; 𝑥 = 3𝑡, 𝑦 =– 2𝑡, 𝑧 = 𝑡} e determine a
dimensão de 𝑆.

11. Encontre uma base para o subespaço 𝑆 de ℝ4 formado por todos os vetores da forma:

(𝑎 + 𝑏, 𝑎 – 𝑏 + 2𝑐, 𝑏, 𝑐) onde 𝑎, 𝑏, 𝑐  ℝ. Qual a dimensão de 𝑆?

12. Obter uma base e a dimensão do subespaço 𝑊 das soluções do sistema a seguir:

𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 − 𝑡 + 3𝑤 = 0
{𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 + 𝑡 + 𝑤 = 0
3𝑥 + 6𝑦 + 8𝑧 + 𝑡 + 5𝑤 = 0

13. Para que valores de 𝑘, o conjunto 𝐵 = {(1, 𝑘), (𝑘, 4)} é base de ℝ2 ?

14.O conjunto 𝐵 = {(2, −1), (−3,2)} é base de ℝ2 . Escreva o vetor 𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦) como combinação linear da
base 𝐵.
221

𝑎 𝑏
15. Seja 𝑆 ∈ 𝑀2𝑥2 tal que 𝑆 = {( ) ; 𝑐 = 𝑎 + 𝑏 𝑒 𝑑 = 𝑎 }, determine:
𝑐 𝑑
a) Qual é a dimensão de S?

1 −1 2 1
b) O conjunto {( ),( )} é base de 𝑆? Justifique.
0 1 3 4

16. Determine a dimensão e uma base para cada um dos espaços vetoriais a seguir:
a) 𝐴 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 ; 𝑦 = 3𝑥}
b) 𝐴 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 ; 𝑦 = 5𝑥 𝑒 𝑧 = 0}
c) 𝐴 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 ; 𝑥 + 𝑦 = 0}
d) 𝐴 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 ; 2𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 0}

17. Determine a dimensão e uma base para cada um dos espaços vetoriais a seguir:
𝑎 𝑏
a) 𝐴 = {( ) ∈ 𝑀2𝑥2 ; 𝑏 = 𝑎 + 𝑐 𝑒 𝑑 = 𝑐}
𝑐 𝑑
𝑎 𝑏
b) 𝐴 = {( ) ∈ 𝑀2𝑥2 ; 𝑐 = 𝑎 − 3𝑏 𝑒 𝑑 = 0}
𝑐 𝑑
𝑎 𝑏
c) 𝐴 = {( ) ∈ 𝑀2𝑥2 ; 𝑎 + 𝑑 = 𝑏 + 𝑐}
𝑐 𝑑

18. Considere o espaço 𝑊 das soluções do sistema de equações lineares:

𝑥−𝑦 +𝑧−𝑡 = 0
𝑆: { 2𝑥 + 𝑦 − 𝑧 − 𝑡 = 0
3𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 0

Determine:

a) Encontre uma base para 𝑊.

b) Qual é a relação entre a dimensão de 𝑊 e o grau de liberdade do sistema linear 𝑆?

19. Seja 𝑊{(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 ; (𝑥, 𝑦, 𝑧) é solução de 𝑆} onde 𝑆 é o sistema de equações lineares dado por:

2𝑥 + 2𝑦 − 6𝑧 = 𝑎
𝑆: { 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 𝑏
𝑦 − 2𝑧 = 𝑐

Determine:

a) Que condições deve-se impor para 𝑎, 𝑏 𝑒 𝑐 para que 𝑊 seja um subespaço vetorial de ℝ3 ?

b) Nas condições obtidas no item a, encontre uma base para 𝑊.


222

Respostas:

1.
a. Sim, L.I.
b. Não, L.D.
c. Não, L.D.

2. 𝐵 = {(1,2,2) (3,2,1)}; 𝑑𝑖𝑚 𝑊 = 2

3. Forma base

4. a. Não L.D. b. Não L.D. c. Sim L.I. d. Não L.D. e. Não L.D.

5. Não L.D.

6. a. Sim, são apenas 2 vetores b. Não formam base, pois são L.D. c. Sim, são L.I.

8. 𝐵 = {(1,0,1) (0,2, −1)}

9. {(1,2,1) (2,0, −1) (1,1,1)}

10. 𝐵 = {(3, −2,1,1)} e 𝑑𝑖𝑚 𝑆 = 1

11. 𝐵 = {(1,1,0,0) (1, −1,1,0) (0,2,0,1)} e 𝑑𝑖𝑚 𝑆 = 3

12. 𝐵 = {(−2,1,0,0,0) (−2,0,0,1,1)} e 𝑑𝑖𝑚 𝑊 = 2

13. 𝑘 ≠ ±2

14. É base e 𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 3𝑦)𝑣1 + (𝑥 + 2𝑦)𝑣2

15. a) 𝐷𝑖𝑚 𝑆 = 2 b) Não é base pois a segunda matriz não pertence a S.

16. a) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 2 b) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 1 c) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 2 d) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 2

17. a) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 2 b) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 2 c) 𝐷𝑖𝑚 𝐴 = 3

18.
a) 𝐵 = {(6, −8, −5,9)}
b) A dimensão é igual ao grau de liberdade do sistema de equações.

19.
a) 𝑎 − 2𝑏 − 4𝑐 = 0
b) 𝐵 = {(1,2,1)}
223

CAPÍTULO 14 – TRANSFORMAÇÃO LINEAR


Revisando

Uma função é uma relação que associa a cada elemento de um conjunto domínio, um único elemento de um
conjunto contradomínio.
Exemplo 1: 𝑓: ℝ → ℝ
𝑓(𝑥) = 3𝑥
Notação: Se a função associa x a y, então y chama-se imagem de x e x é o domínio de y, denota-se 𝑓(𝑥) = 𝑦.
As raízes da função são todos os valores de x tais que 𝑓(𝑥) = 0.
O conjunto de todos os y, tais que 𝑓(𝑥) = 𝑦 é chamado conjunto imagem, denotado por 𝐼𝑚(𝑓).

Nesta etapa, estuda-se um tipo especial de função (ou aplicação), onde o domínio e o contradomínio são
espaços vetoriais reais. Assim, a variável dependente e a independente são vetores, por isso são chamadas
funções vetoriais. O estudo será limitado ao estudo das funções vetoriais lineares, que são denominadas de
transformações lineares.

14.1 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Definição: Sejam V e W espaços vetoriais. Uma aplicação 𝑇: 𝑉 → 𝑊 é chamada transformação linear de 𝑉


e 𝑊 se, para 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉 e 𝛼 ∈ ℝ, forem satisfeitas as seguintes condições:

(i) 𝑇(𝑢) + 𝑇(𝑣) = 𝑇(𝑢 + 𝑣)

(ii) 𝑇(𝛼. 𝑢) = 𝛼. 𝑇(𝑢)

Diz-se que 𝑇 é uma transformação do espaço vetorial 𝑉 no espaço vetorial 𝑊, e escreve-se 𝑇: 𝑉 → 𝑊.

T Imagem = Im(T)

v1
T (v1 )
v2
T (v 2 )
v3
T (v 3 )
v4


T (v n )
vn
Domínio (V) Contra Domínio (W)
224

𝑇 é uma função, ou seja, a cada vetor 𝑣 ∈ 𝑉 tem apenas um vetor imagem 𝑤 ∈ 𝑊, que será indicado por
𝑤 = 𝑇(𝑣). Porém, essa imagem não é exclusiva do vetor 𝑣.

O conjunto 𝑉 é denominado domínio. O vetor 𝑤 = 𝑇(𝑣) é chamado imagem de 𝑣 sob 𝑇, e o conjunto de


todas as imagens dos vetores de 𝑉 é chamada imagem de 𝑇.

Fazendo uma analogia com função, através de um diagrama, tem-se:

Note que se os elementos x e y estão em 𝑉, a soma também deve estar, bem como a multiplicação por
escalar. Isso acontece porque 𝑉 é um espaço vetorial (ou subespaço vetorial). De forma análoga, pode-se
analisar os elementos de 𝑊.

Observação: 𝑇: 𝑉 → 𝑊 é chamado de operador linear se V e W forem o mesmo espaço vetorial.

Exemplo 2: Seja a transformação linear 𝑇: ℝ² → ℝ² definida por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 𝑦).

Analisando os vetores 𝑢 = (1,2) e 𝑣 = (3,1), tem-se 𝑇(𝑢) = (3,2), 𝑇(𝑣) = (4,1) e 𝑇(𝑢 + 𝑣) = 𝑇(4,3) =
(7,3).

Graficamente, tem-se:

Note que, a soma das transformações equivale a transformação da soma.


225

Exemplo 3: Verifique se a transformação 𝑇: ℝ² → ℝ³, definida por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (3𝑥, −2𝑦, 𝑥 − 𝑦) é linear.

1º Passo: Determine dois vetores de forma genérica, 𝑢 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑣 = (𝑥2 , 𝑦2 ), do domínio, nesse caso
ℝ². Em seguida, determine suas transformações dadas pela regra proposta.

𝑇(𝑢) = (3𝑥1 , −2𝑦1, 𝑥1 − 𝑦1 )


𝑇(𝑣) = (3𝑥2 , −2𝑦2, 𝑥2 − 𝑦2 )
2º Passo: Substitua na primeira condição 𝑇(𝑢) + 𝑇(𝑣) = 𝑇(𝑢 + 𝑣) e verifique se é verdadeira.

𝑇(𝑢 + 𝑣) = 𝑇(𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 ) =

= (3(𝑥1 + 𝑥2 ), −2(𝑦1 + 𝑦2 ), (𝑥1 + 𝑥2 ) − (𝑦1 + 𝑦2 ) ) =

= (3𝑥1 + 3𝑥2 , −2𝑦1 − 2𝑦2 , 𝑥1 + 𝑥2 − 𝑦1 − 𝑦2 ) =

= (3𝑥1 , −2𝑦1 , 𝑥1 − 𝑦1 ) + (3𝑥2 , −2𝑦2 , 𝑥2 − 𝑦2 ) =

= 𝑇(𝑢) + 𝑇(𝑣)
3º Passo: Substitua na segunda condição 𝑇(𝛼𝑢) = 𝛼𝑇(𝑢) e verifique se é verdadeira.

𝑇(𝛼𝑢) = 𝑇(𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦2 ) = (3𝛼𝑥1 , −2𝛼𝑦1 , 𝛼𝑥1 − 𝛼𝑦1 ) = 𝛼(3𝑥1 , −2𝑦1 , 𝑥1 − 𝑦1 ) = 𝛼𝑇(𝑢)

Como as duas condições são verdadeiras, pode-se concluir que 𝑇 é uma transformação linear.

Exemplo 4: Verifique se a aplicação 𝑇: ℝ² → ℝ² cuja lei é dada por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 1, 𝑥 + 𝑦) é uma


transformação linear.
226

Exemplo 5: Seja 𝑇: ℝ² → ℝ² definida por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥², 3𝑦), verifique se é uma transformação linear.

Exemplo 6: Seja 𝑇: ℝ³ → ℝ³ definida por 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦, 0) projeção ortogonal de um vetor sobre o plano
xOy, verifique se é uma transformação linear.


v = (x, y, z)


T(v) = (x, y,0)
227

14.2 PROPRIEDADES

Propriedade 1: Se T é uma transformação linear de um espaço vetorial V em W, isto é, T: V→ W, tem-se que:


T(0V) = 0w (onde 0V e 0w os vetores nulos de V e W respectivamente).

Pode-se resumir esta propriedade desta maneira: "toda transformação linear leva o vetor nulo no vetor nulo".

Propriedade 2: Se T é uma TL de um espaço vetorial V e um espaço vetorial W, isto é, T: V→ W, tem-se que:

𝑇(𝜆1 𝒖1 + 𝜆2 𝒖2 + ⋯ + 𝜆𝑛 𝒖𝑛 ) = 𝜆1 𝑇(𝒖1 ) + 𝜆2 𝑇(𝒖2 ) + ⋯ + 𝜆𝑛 𝑇(𝒖𝑛 )

Pode-se resumir esta propriedade desta maneira: "a transformação de uma combinação linear de vetores é
igual à combinação linear dos vetores transformados".

Assim, as duas condições que definem uma transformação podem ser resumidas em apenas uma:
𝑇(𝛼𝑢 + 𝛽𝑣) = 𝛼𝑇(𝑢) + 𝛽𝑇(𝑣).

Exemplo 7: Seja o operador derivada de uma função real f, D: C1[a,b] → C [a,b] , definida por D(f) = f ’

Onde C1[a,b] e C [a,b] são os espaços das funções com primeira derivada contínua e das funções contínuas
no intervalo [a,b], respectivamente. D é uma transformação linear, uma vez que:

𝐷(𝜆𝑓 + 𝜇𝑔) = (𝜆𝑓 + 𝜇𝑔)′


= 𝜆𝑓 ′ + 𝜇𝑔′
= 𝜆𝐷(𝑓) + 𝜇𝐷(𝑔)

𝑏
Exemplo 8: Seja 𝑇: 𝐶[𝑎, 𝑏] → ℝ uma aplicação definida por 𝑇(𝑓) = ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.

Se f e g são dois vetores em C [a,b] . Então, T é uma transformação linear, uma vez que:

𝑏
𝑇(𝜆𝑓 + 𝜇𝑔) = ∫ (𝜆𝑓 + 𝜇𝑔) (𝑥) 𝑑𝑥
𝑎
𝑏 𝑏
= 𝜆 ∫ 𝑓 (𝑥) 𝑑𝑥 + 𝜇 ∫ 𝑔 (𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑎

= 𝜆 𝑇(𝑓) + 𝜇 𝑇(𝑔)
228

Exemplo 9: Determinar qual é a transformação linear 𝑇: ℝ² → ℝ³ tal que

𝑇(1,0) = (2, −1,0) e 𝑇(0,1) = (0,0,1).

1 2
Exemplo 10: Seja a matriz 𝐴 = [−2 3].
0 4
Essa matriz determina a transformação 𝑇: ℝ² → ℝ³ definida por 𝑇(𝑣) = 𝐴. 𝑣. Verifique que é linear:

Resolução:

Para isso suponha um vetor 𝑣 = (𝑥, 𝑦) ∈ ℝ² é um vetor coluna de ordem 2 x 1, usando a transformação linear
𝐴. 𝑣, resulta:

1 2 𝑥 𝑥 + 2𝑦
[−2 3] . [𝑦] = [−2𝑥 + 3𝑦] , ou seja, 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 2𝑦, −2𝑥 + 3𝑦, 4𝑦).
0 4 4𝑦
229

EXERCÍCIOS:

1. Verifique se a transformação é linear:

a) 𝑇: ℝ2 → ℝ3 , definida por 𝑇(𝑥,  𝑦) = (𝑥 − 𝑦,  2𝑥 + 𝑦,  0);

b) 𝑇: ℝ2 → ℝ2 , definida por 𝑇(𝑥,  𝑦) = (𝑥 + 2,  𝑦 + 3);

c) 𝑇: ℝ2 → ℝ, definida por 𝑇(𝑥,  𝑦) = |𝑥|.

2. Considere o operador linear 𝑇: ℝ3 → ℝ3 definido por

𝑇(𝑥,  𝑦,  𝑧) = (𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧,  𝑥 + 2𝑦 − 𝑧, −𝑥 + 𝑦 + 4𝑧).

⃗⃗ ∈ ℝ3 tal que 𝑇(𝑢


a) Determinar o vetor 𝑢 ⃗⃗) = (−1,  8, −11);

b) Determinar o vetor 𝑣⃗ ∈ ℝ3 tal que 𝑇(𝑣⃗) = 𝑣⃗.

3. Sabendo-se que 𝑇: ℝ2 → ℝ3 é uma transformação linear e que 𝑇(1, −1) = (3,  2, −2) e 𝑇(−1,  2) =
(1, −1,  3). Determinar T(x, y).

4. Seja 𝑇: ℝ3 → ℝ2 uma transformação linear e 𝐵 = {𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 , 𝑣⃗3 } uma base do ℝ3 , sendo 𝑣̄1 = (0,  1,  0),
𝑣̄ 2 = (1,  0,  1) e 𝑣̄ 3 = (1,  1,  0). Determinar 𝑇(5,  3, −2), sabendo-se que 𝑇(𝑣⃗1 ) = (1, −2), 𝑇(𝑣⃗2 ) =
(3,  1) e 𝑇(𝑣⃗3 ) = (0,  2).

5. Examinar quais das funções a seguir são transformações lineares:

a) T(x,y) = (x + 1, y – 2) T: ℝ 2 → ℝ 2
b) T(x,y) = (sen x, x + y) T: ℝ 2 → ℝ 2
c) T(x,y) = (x + y, 2y) T: ℝ 2 → ℝ 2
d) T(x,y,z) = ( x , y – z) T: ℝ 3 → ℝ 2

6. Encontre o operador linear T sobre ℝ 3, tal que T(1,1,1) = (-1,2,3); T(0,2,1) = (-2,2,4); T(1,-1,3) = (-5,0,5)

7. Encontre a transformação linear T sobre ℝ 2, tal que T(0,1,-1) = (0,-3); T(1,2,0) = (3,-3); T(1,4,2) = (7,-5).
230

RESPOSTAS:

1. (a) sim; (b) não; (c) não.

2. (a) 𝑢
⃗⃗ = (1,  2, −3); (b) 𝑣⃗ = 𝑧(2, −1,  1),   𝑧 ∈ 𝑅.

3. 𝑇(𝑥, 𝑦) = (7𝑥 + 4𝑦,  3𝑥 + 𝑦, −𝑥 + 𝑦).

4. 𝑇(5,  3, −2) = (−10,  20).

5. a) não b) não c) sim d) não

6. T(x,y,z) = (x – 2z, x + y, y + 2z)

7. T(x,y,z) = (x + y + z, x - 2y + z)
231

14.3 APLICAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO LINEAR

As transformações lineares são utilizadas em computação gráfica, pois o designer pode visualizar o objeto
antes de ser fisicamente criado.

a. Reflexões em ℝ𝟐

As reflexões são transformações lineares que tem o efeito de levar um ponto no plano xy em sua imagem
espelhada relativa aos eixos coordenados ou a reta y = x.

i. Reflexão em torno do eixo x


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, −𝑦)
𝑥 1 0 𝑥 𝑥
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦) = (−𝑦)
0 −1

ii. Reflexão em torno do eixo y

𝑇(𝑥, 𝑦) = (−𝑥, 𝑦)
𝑥 −1 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦) = ( ) (𝑦) = ( 𝑦 )
0 1

iii. Reflexão em torno da reta y = x

𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑦, 𝑥)
𝑥 0 1 𝑥 𝑦
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦) = ( )
1 0 𝑥

iv. Reflexão em torno da reta y = - x

𝑇(𝑥, 𝑦) = (−𝑦, −𝑥)


𝑥 0 −1 𝑥 −𝑦
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦) = ( )
−1 0 −𝑥

v. Reflexão em torno da origem

𝑇(𝑥, 𝑦) = (−𝑥, −𝑦)


𝑥 −1 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦) = (−𝑦)
0 −1
232

Exemplo 11: Considere a letra R, no plano xy. A seguir, está ilustrada a reflexão em torno do eixo y.

Figura: Imagem do R, original, e ao lado a reflexão do R, ao redor do eixo y.

a) Faça um esboço das reflexões, todas sobre o mesmo plano, em torno:


Do eixo x; Da reta y = -x;

b) Faça um esboço das reflexões, todas sobre o mesmo plano, em torno:


Da reta y = x; Da origem.
233

b. Expansões e contrações em ℝ𝟐

As expansões e contrações são proporcionais a uma constante 𝛼.

i. Expansão ou contração na direção do vetor


𝑇(𝑥, 𝑦) = 𝛼(𝑥, 𝑦)
𝑥 𝛼 0 𝑥 𝛼𝑥
𝑇 (𝑦) = ( ) (𝑦) = (𝛼𝑦)
0 𝛼

Se |𝛼| > 1 a transformação expande o vetor;


Se 0 < |𝛼| < 1 a transformação contrai o vetor;
Se 𝛼 = 1 a transformação conserva o vetor;
Se 𝛼 < 0 a transformação muda o sentido do vetor.

ii. Expansão ou contração na direção do eixo x


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝛼𝑥, 𝑦)
𝑥 𝛼 0 𝑥 𝛼𝑥
𝑇 (𝑦) = ( ) (𝑦) = ( 𝑦 )
0 1

Se |𝛼| > 1 a transformação expande o vetor na direção do eixo x;


Se 0 < |𝛼| < 1 a transformação contrai o vetor na direção do eixo x;
Se 𝛼 = 1 a transformação conserva o vetor;
Se 𝛼 < 0 a transformação reflete o vetor ao redor do eixo y e expande ou contrai (depende de 𝛼);
Se 𝛼 = 0 a transformação projeta o vetor ortogonalmente sobre o eixo y.

iii. Expansão ou contração na direção do eixo y


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝛼𝑦)
𝑥 1 0 𝑥 𝑥
𝑇 (𝑦) = ( ) (𝑦) = (𝛼𝑦)
0 𝛼

Se |𝛼| > 1 a transformação expande o vetor na direção do eixo y;


Se 0 < |𝛼| < 1 a transformação contrai o vetor na direção do eixo y;
Se 𝛼 = 1 a transformação conserva o vetor;
Se 𝛼 < 0 a transformação reflete o vetor ao redor do eixo x e expande ou contrai (depende de 𝛼);
Se 𝛼 = 0 a transformação projeta o vetor ortogonalmente sobre o eixo x.
234

Exemplo 12: Considere a letra R, no plano xy. A seguir, está ilustrada a expansão na direção do vetor.

Figura: Imagem do R, original, e ao lado a expansão na direção do vetor.

Faça um esboço das transformações:

✓ Contração na direção do eixo x no fator 0,5;

✓ Expansão na direção do eixo y no fator 1,5;


235

c. Cisalhamento em ℝ𝟐

i. Cisalhamento na direção do eixo x


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝛼𝑦, 𝑦)
𝑥 1 𝛼 𝑥 𝑥 + 𝛼𝑦
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦 ) = ( 𝑦 )
0 1

ii. Cisalhamento na direção do eixo y


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝛼𝑥 + 𝑦)
𝑥 1 0 𝑥 𝑥
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦) = (𝛼𝑥 + 𝑦)
𝛼 1

Exemplo 13: Considere a letra R, no plano xy. A seguir, está ilustrada o cisalhamento na direção do eixo x.

Figura: Imagem do R, original, e ao lado o cisalhamento na direção do eixo x com fator 0.5.

Faça um esboço da transformação de cisalhamento na direção do eixo y com fator 0.5.


236

d. Rotação no sentido anti-horário em ℝ𝟐

A rotação depende do ângulo 𝜃 determinado:


𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 cos 𝜃 − 𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝜃, 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜃 + 𝑦 cos 𝜃)
𝑥 cos 𝜃 − 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑥 𝑥 cos 𝜃 − 𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑇 (𝑦 ) = ( ) (𝑦 ) = ( )
𝑠𝑒𝑛 𝜃 cos 𝜃 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜃 + 𝑦 cos 𝜃

Exemplo 14: Considere a letra R, no plano xy. A seguir, está ilustrada a rotação com ângulo 𝜃 = 30°.

Figura: Imagem do R, original, e ao lado a rotação com ângulo 𝜃 = 30°.

Faça um esboço da transformação rotação no ângulo 𝜃 = 90°.


237

e. Translação em ℝ𝟐

A translação é o deslocamento dos vetores, e desloca o vetor nulo em um não nulo, portanto, não é uma
transformação linear. A translação é definida por:0
𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝛼, 𝑦 + 𝛽)

Exemplo 15: Considere a letra R, no plano xy. A seguir, está ilustrada a translação
𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 2, 𝑦 + 1)

Figura: Imagem do R, original, e ao lado a translação.


Fonte das figuras: http://slideplayer.com/slide/4875172/

Mostre que essa transformação não é linear, utilizando as três propriedades de transformação linear.
238

f. Reflexões em ℝ𝟑

i. Reflexão em relação ao plano xy


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦, −𝑧)
𝑥 1 0 0 𝑥 𝑥
𝑦
𝑇 ( ) = (0 1 𝑦 𝑦
0 )( ) = ( )
𝑧 0 0 −1 𝑧 −𝑧

ii. Reflexão em relação ao plano xz


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, −𝑦, 𝑧)
𝑥 1 0 0 𝑥 𝑥
𝑇 (𝑦) = (0 −1 0) (𝑦) = (−𝑦)
𝑧 0 0 1 𝑧 𝑧

iii. Reflexão em relação ao plano yz


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−𝑥, 𝑦, 𝑧)
𝑥 −1 0 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦) = ( 0 1 0) (𝑦) = ( 𝑦 )
𝑧 0 0 1 𝑧 𝑧

iv. Reflexão em torno do eixo x


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, −𝑦, −𝑧)
𝑥 1 0 0 𝑥 𝑥
𝑇 (𝑦) = (0 −1 0 ) (𝑦) = (−𝑦)
𝑧 0 0 −1 𝑧 −𝑧

v. Reflexão em torno do eixo y


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−𝑥, 𝑦, −𝑧)
𝑥 −1 0 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦) = ( 0 1 0 ) (𝑦 ) = ( 𝑦 )
𝑧 0 0 −1 𝑧 −𝑧

vi. Reflexão em torno do eixo z


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−𝑥, −𝑦, 𝑧)
𝑥 −1 0 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦) = ( 0 −1 0) (𝑦) = (−𝑦)
𝑧 0 0 1 𝑧 𝑧
239

vii. Reflexão em torno da origem


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−𝑥, −𝑦, −𝑧)
𝑥 −1 0 0 𝑥 −𝑥
𝑇 (𝑦) = ( 0 −1 0 ) (𝑦) = (−𝑦)
𝑧 0 0 −1 𝑧 −𝑧

g. Rotações no sentido anti-horário em ℝ𝟑

i. Rotação em torno do eixo x


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦 cos 𝜃 − 𝑧 𝑠𝑒𝑛 𝜃, 𝑦 sen 𝜃 + 𝑧 𝑐𝑜𝑠 𝜃)
𝑥 1 0 0 𝑥 𝑥
𝑦
𝑇 ( ) = (0 cos 𝜃 𝑦
−𝑠𝑒𝑛 𝜃) ( ) = ( 𝑦 cos 𝜃 − 𝑧 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
𝑧 0 𝑠𝑒𝑛 𝜃 cos 𝜃 𝑧 𝑦 sen 𝜃 + 𝑧 𝑐𝑜𝑠 𝜃

ii. Rotação em torno do eixo y


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 cos 𝜃 − 𝑧 𝑠𝑒𝑛 𝜃, 𝑦, 𝑥 sen 𝜃 + 𝑧 𝑐𝑜𝑠 𝜃)
𝑥 cos 𝜃 0 −𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑥 𝑥 cos 𝜃 − 𝑧 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑇 (𝑦 ) = ( 0 1 0 ) (𝑦) = ( 𝑦 )
𝑧 𝑠𝑒𝑛 𝜃 0 cos 𝜃 𝑧 𝑥 sen 𝜃 + 𝑧 𝑐𝑜𝑠 𝜃

iii. Rotação em torno do eixo z


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 cos 𝜃 − 𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝜃, 𝑥 sen 𝜃 + 𝑦 𝑐𝑜𝑠 𝜃, 𝑧)
𝑥 cos 𝜃 −𝑠𝑒𝑛 𝜃 0 𝑥 𝑥 cos 𝜃 − 𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑦 (
𝑇 ( ) = 𝑠𝑒𝑛 𝜃 cos 𝜃 ) 𝑦
0 ( ) = 𝑥 sen 𝜃 + 𝑦 𝑐𝑜𝑠 𝜃)
(
𝑧 0 0 1 𝑧 𝑧
240

EXERCÍCIOS:
8. Esboce cada uma das imagens pelas transformações a seguir:

a) Reflexão em torno do eixo x;

b) Reflexão em torno da reta y = x;

1
c) Expansão e contração dada por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (2𝑥, 2 𝑦).
241

d) Cisalhamento vertical dado por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑥 + 𝑦);

e) Cisalhamento horizontal dado por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 𝑦);

9. Considere o prisma retangular de vértices:


(0,0,0), (1,0,0), (1,2,0), (0,2,0), (0,0,3), (1,0,3), (1,2,3), (0,2,3)

Encontre a matriz de transformação para obter as seguintes imagens:


a) b) c) d) e)
242

10. Encontre a matriz que produz a rotação no espaço:


a) 30° em torno do eixo z; b) 135° em torno do eixo x; c) 60° em torno do eixo y.

11. Esboce a imagem do triângulo de vértices (0,0), (2,0) e (2,4):

a) pela reflexão no eixo y; b) Pela contração na direção do eixo y no fator ¼;

c) Pela expansão na direção x de fator 2; d) Pelo cisalhamento de fator 3 na direção x.

Respostas:

1/2−√3/2 0 1 0 0 1 0 0 −1/2 −√3/2 0


9𝑎) (√3/2 1/2 0) 𝑏) (0 1 0) 𝑐) (0 1 0) 𝑑) ( √3/2 −1/2 0)
0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
0 0 −1
𝑒) (0 1 0)
1 0 0

√3/2 −1/2 0 1 0 0 1/2 0 −√3/2


10. 𝑎) ( 1/2 √3/2 0) 𝑏) (0 −√2/2 −√2/2) 𝑐) ( 0 1 0 )
0 0 1 0 √2/2 −√2/2 √3/2 0 1/2
243

14.4 NÚCLEO OU KERNEL DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Definição: Denomina-se núcleo ou kernel de uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊 ao conjunto de todos os

vetores 𝑣 ∈ 𝑉 que são transformados em ⃗0⃗ ∈ 𝑊.

Denota-se esse conjunto por 𝑁(𝑇) ou 𝑘𝑒𝑟(𝑇): 𝑁(𝑇) = {𝑣 ∈ 𝑉; 𝑇(𝑣) = ⃗0⃗ ∈ 𝑊}.

Nota-se pela ilustração que 𝑁(𝑇) ⊂ 𝑉 e o núcleo tem pelo menos o vetor nulo, que é transformado no

nulo de W, pois ⃗0⃗ ∈ 𝑁(𝑇) e 𝑇(0


⃗⃗) = ⃗0⃗.

Curiosidade: A palavra kernel é derivada do termo cyrnel, do inglês antigo, uma forma da palavra corn, que
significa grão. Tal como um grão, o kernel de uma transformação linear é o seu núcleo, no sentido que é ele
que carrega informações sobre muitas propriedades importantes da transformação.

Exemplo 16: Determine o núcleo da transformação linear 𝑇: ℝ² → ℝ², 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 2𝑥 − 𝑦).

Para determinar o núcleo é preciso resolver: 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 2𝑥 − 𝑦) = (0,0)


𝑥+𝑦 =0
Resolvendo o sistema linear associado: { tem-se que a solução é o vetor (𝑥, 𝑦) = (0,0). Logo,
2𝑥 − 𝑦 = 0
𝑁(𝑇) = {(0,0)}.
244

Exemplo 17: Seja a transformação linear 𝑇: ℝ³ → ℝ², 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 − 𝑦 + 𝑧, 𝑥 + 𝑦 + 𝑧). Determine o


núcleo da transformação. Verifique.

Propriedade 1: O núcleo de uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊 é um subespaço vetorial de V.

Demonstração:

Sejam 𝑢 e 𝑣 são vetores pertencentes ao núcleo 𝑁(𝑇) e  um número real qualquer. Então, 𝑇(𝑢) = ⃗0⃗ e

𝑇(𝑣) = ⃗0⃗. Assim,

(I) 𝑇(𝑢 + 𝑣) = 𝑇(𝑢) + 𝑇(𝑣) = ⃗0⃗, isto é, (𝑢 + 𝑣) ∈ 𝑁(𝑇).

(II) 𝑇(𝛼. 𝑢) = 𝛼𝑇(𝑢) = 𝛼. ⃗0⃗ = ⃗0⃗, isto é, (𝛼. 𝑢) ∈ 𝑁(𝑇).

⃗⃗}.
Propriedade 2: Uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊 é injetora se, e somente se, 𝑁(𝑇) = {0
245

14.5 IMAGEM DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Definição: Denomina-se imagem de uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊 ao conjunto dos vetores 𝑤 ∈ 𝑊


que são imagem de pelo menos um vetor 𝑣 ∈ 𝑉. Indica-se o conjunto imagem por 𝐼𝑚(𝑇) ou 𝑇(𝑉).

𝐼𝑚(𝑇) = {𝑤 ∈ 𝑊; 𝑇(𝑣) = 𝑤}

Observe, pela ilustração, que 𝐼𝑚(𝑇) ⊂ 𝑊 e 𝐼𝑚(𝑇) ≠ ∅, pois pelo menos tem-se que ⃗0⃗ = 𝑇(0
⃗⃗) ∈ 𝐼𝑚(𝑇).

Propriedade: A imagem de uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊 é um subespaço de W.

Característica: Se 𝐼𝑚(𝑇) = 𝑊, então 𝑇 é sobrejetora, isto é, para todo 𝑤 ∈ 𝑊 existe pelo menos um 𝑣 ∈ 𝑉
tal que 𝑇(𝑣) = 𝑤.

Exemplo 18: Seja 𝑇: ℝ³ → ℝ³, 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦, 0) a projeção ortogonal do ℝ³ sobre o plano xy.
Determine a imagem e o núcleo da transformação 𝑇.

Para obter a imagem é preciso obter os vetores que geram a imagem 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦, 0). Reescrevendo
como combinação linear, 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 0,0) + (0, 𝑦, 0) = 𝑥(1,0,0) + 𝑦(0,1,0). Assim, a imagem de 𝑇 é o
próprio plano xy: 𝐼𝑚(𝑇) = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ³; 𝑧 = 0} = [(1,0,0), (0,1,0)] . E o núcleo de 𝑇 é o eixo-z:
𝑁(𝑇) = {(0,0, 𝑧) ∈ ℝ³}.
246

Exemplo 19: A transformação linear identidade 𝐼: 𝑉 → 𝑉 definida por 𝐼(𝑣) = 𝑣, para todo 𝑣 ∈ 𝑉.
Determine a imagem e o núcleo da transformação identidade.

A imagem da transformação linear identidade é todo o espaço V. E o núcleo da transformação linear


⃗⃗}.
identidade é 𝑁(𝐼) = {0

Exemplo 20: A transformação linear nula 𝑇: 𝑉 → 𝑊 definida por 𝑇(𝑣) = ⃗0⃗, para todo 𝑣 ∈ 𝑉. Determine a
imagem e o núcleo da transformação identidade.

⃗⃗}. E o núcleo da transformação linear nula


A imagem da transformação linear nula é o conjunto 𝐼𝑚(𝑇) = {0
é todo o espaço 𝑉.

Exemplo 21: Determine o núcleo e uma base para a imagem da transformação linear definida por

𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 2𝑥 − 𝑦).
247

Teorema da dimensão: Seja V um espaço de dimensão finita e 𝑇: 𝑉 → 𝑊 uma transformação linear.

Então, 𝑑𝑖𝑚(𝑁(𝑇)) + 𝑑𝑖𝑚(𝐼𝑚(𝑇)) = 𝑑𝑖𝑚𝑉.

Classificação da transformação linear

▪ Transformação Injetora: Se o núcleo de uma transformação linear for apenas o vetor nulo a
transformação linear é injetora.

▪ Transformação Sobrejetora: Se a imagem da transformação linear for igual ao contradomínio a


transformação linear é dita sobrejetora.

▪ Se a transformação linear for injetora e sobrejetora ao mesmo tempo ela é dita bijetora.

▪ Se uma transformação linear T:V → W é bijetora, diz-se que a transformação é um isomorfismo.

Exemplo 22: Seja a transformação linear 𝑇: ℝ² → ℝ3 definida por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 𝑦, 𝑥 − 𝑦, 𝑥 + 4𝑦).
Determine:

a) O núcleo 𝑁(𝑇) e sua dimensão, verifique se é injetora.

b) A imagem 𝐼𝑚(𝑇) e sua dimensão, verifique se é sobrejetora.

c) Verifique o teorema da dimensão.


248

ISOMORFISMO:

Chama-se isomorfismo do espaço vetorial 𝑉 no espaço vetorial 𝑊 a uma transformação linear 𝑇: 𝑉 → 𝑊, que
é bijetora. Todo isomorfismo 𝑇: 𝑉 → 𝑊 corresponde a um isomorfismo inverso 𝑇 −1 : 𝑊 → 𝑉.

Exemplo 23: Verifique se operador linear 𝑇: ℝ2 → ℝ2 , dado pela regra 𝑇(𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 𝑦, 3𝑥 + 2𝑦) é um
isomorfismo em ℝ2 .
249

14.6 MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Seja 𝑇: 𝑉 → 𝑊 sendo 𝑑𝑖𝑚(𝑉) = 𝑛 e 𝑑𝑖𝑚(𝑊) = 𝑚. Seja também 𝒂 = {α1 , α2 , α3 , . . . , α𝑛 } uma base de 𝑉 e


𝒃 = {𝛽1 , 𝛽2 , 𝛽3 , . . . , 𝛽𝑚 } uma base de 𝑊.

Como 𝑇(α1 ), 𝑇(α2 ), . . . , 𝑇(α𝑛 ) são elementos de 𝑊 podem ser escritos como combinação linear dos
elementos da base 𝒃 de 𝑊.

𝑇(𝛼1 ) = 𝑎11 𝛽1 + 𝑎12 𝛽2 +. . . +𝑎1𝑚 𝛽𝑚


𝑇(𝛼2 ) = 𝑎21 𝛽1 + 𝑎22 𝛽2 +. . . +𝑎2𝑚 𝛽𝑚
..........
𝑇(𝛼𝑛 ) = 𝑎𝑛1 𝛽1 + 𝑎𝑛2 𝛽2 +. . . +𝑎𝑛𝑚 𝛽𝑚

Então a matriz transposta da matriz dos coeficientes da expressão acima é denominada representação
matricial de T em relação às bases a e b e é representada por:

𝑎11 𝑎21 . . . 𝑎𝑛1


𝑎 𝑎22 . . . 𝑎𝑛2
[𝑇]𝑎𝑏 = ( . 12
.. ... ... ... )
𝑎1𝑚 𝑎2𝑚 . . .𝑎𝑛𝑚

Matriz canônica: Se V e W forem espaços vetoriais em ℝ𝑛 , e seja 𝑇: ℝ𝑛 → ℝ𝑚 uma transformação linear tal
que, para os vetores 𝑒𝑖 da base canônica de ℝ𝑛 ,

1 𝑎11 0 𝑎12 0 𝑎1𝑛


0 𝑎21 1 𝑎22 0 𝑎2𝑛
𝑇(𝑒1 ) = 𝑇 0 = 𝑎 31 𝑇(𝑒2 ) = 𝑇 0 = 𝑎32 , ... , 𝑇(𝑒𝑛 ) = 𝑇 0 = 𝑎3𝑛 .
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑎
(0) ( 𝑚1 ) 𝑎
(0) ( 𝑚2 ) 𝑎
(1) ( 𝑚𝑛 )
Então, a matriz mxn cujas n colunas correspondem aos vetores 𝑇(𝑒𝑖 ):
𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛
𝑎21 𝑎22 … 𝑎2𝑛
𝐴 = 𝑎31 𝑎32 … 𝑎3𝑛
⋮ ⋮ ⋮ ⋮
[𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 … 𝑎𝑚𝑛 ]

É tal que 𝑇(𝒗) = 𝐴𝒗 para todo 𝒗 em ℝ𝑛 . A matriz A é chamada de matriz canônica de T.


250

Nota: Limitamos os exemplos apenas para as transformações lineares que usam bases canônicas. Você pode
aprofundar ser conhecimentos sobre as bases não canônicas nos livros de Álgebra Linear.

Exemplo 24: Determine a matriz da transformação Linear 𝑇: ℝ² → ℝ³ definida por 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑦, 𝑥 + 𝑦),
na base canônica.

Note que:

𝑇(1,0) = (1,0,1) = 𝟏. (1,0,0) + 𝟎. (0,1,0) + 𝟏. (0,0,1)

𝑇(0,1) = (0,1,1) = 𝟎. (1,0,0) + 𝟏. (0,1,0) + 𝟏. (0,0,1)

1 0
Portanto, a matriz de transformação linear na base canônica é dada por: [𝑇] = [0 1].
1 1

Exemplo 25: Considere a transformação linear 𝑇: ℝ3 → ℝ2 definida por 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 − 2𝑦, 2𝑥 + 𝑦):

a) Encontre a matriz canônica A da transformação linear:

b) Determine uma base para a imagem dessa transformação. Obs.: Compare os vetores com a matriz A.

Exemplo 26: Determine a matriz canônica de 𝑇: ℝ² → ℝ4 tal que 𝑇(𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 𝑦, 𝑥 − 𝑦, 𝑥 + 4𝑦, 0).
251

EXERCÍCIOS

12. Encontre uma base para a imagem e outra para o núcleo da transformação linear T, dada por:

𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) = (𝑥 + 𝑦, 𝑥 + 2𝑦 – 𝑧, 𝑥 + 𝑦 + 𝑡)

13. Seja a Transformação Linear. T: ℝ 3 → ℝ 2 definida por 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 − 𝑦 + 4𝑧, 3𝑥 + 𝑦 + 8𝑧).

a) Determine o núcleo da Transformação Linear.


b) Determine uma base para o núcleo se existir.
c) Determine a dimensão do núcleo.
d) Determine se a Transformação Linear é injetora ou não.

14. Ache uma base para o núcleo, da transformação linear T, definida por:

𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 + 2𝑦 – 2𝑧, 𝑥 – 𝑦 + 𝑧)

15. Considere a base 𝑆 = {𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 , 𝑣⃗3 } de ℝ 3, onde 𝒗𝟏 = (1,1,1), 𝒗𝟐 = (1,1,0), 𝒗𝟑 = (1,0,0) e seja o
operador linear T: ℝ 3 → ℝ 3 tal que 𝑇(𝒗𝟏 ) = (2, −1,4), 𝑇(𝒗𝟐 ) = (3,0,1), 𝑇(𝒗𝟑 ) = (−1,5,1). Encontre
uma fórmula para 𝑇(𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 ) e use esta fórmula para obter 𝑇(2,4, −1).

Respostas

12. Base para o núcleo 𝑁(𝑇) = {(−1,1,1,0)}

Base para a imagem 𝐼𝑚(𝑇) = {(1,1,1) (01,0) (0,0,1)}, 𝑑𝑖𝑚 𝐼𝑚(𝑇) = 3

13. a) 𝑁(𝑇) = (−3𝑧, 𝑧, 𝑧) b) Base 𝑁(𝑇) = {(−3,1,1)} c) 𝑑𝑖𝑚 𝑁(𝑇) = 1 d) não

14. Base {(0,1,1)}

15. 𝑇(𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 ) = (−𝑥1 + 4𝑥2 – 𝑥3 , 5𝑥1 – 5𝑥2 – 𝑥3 , 𝑥1 + 3𝑥3 ) e 𝑇(2,4, −1) = (15, −9, −1)
252

14.7 COMPOSIÇÃO DE TRANSFORMAÇÕES

Sejam 𝑇: ℝ𝑚 → ℝ𝑛 e 𝑆: ℝ𝑛 → ℝ𝑝 transformações lineares com as matrizes canônicas 𝐴𝑇 e 𝐴𝑆 ,


respectivamente. A composta 𝑆 ∘ 𝑇: ℝ𝑚 → ℝ𝑝 , definida por (𝑆 ∘ 𝑇)(𝑣) = 𝑆(𝑇(𝒗)), é uma transformação
linear. Além disso, a matriz canônica A dessa composição é o produto das matrizes 𝐴 = 𝐴𝑆 𝐴𝑇 .

Observação: A multiplicação de matrizes não é comutativa, de modo que a ordem é importante ao formar a
composta de transformações lineares.
A representação de uma transformação linear através de uma matriz é melhor por ser mais simples, mais fácil
de ler, mais prática para montar a composição de transformações, ou seja, uma sequência de transformações.

Exemplo 27: Sejam 𝑇: ℝ2 → ℝ2 e 𝑆: ℝ2 → ℝ2 definidas por:

𝑇(𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 𝑦, 𝑥 + 𝑦) e 𝑆(𝑥, 𝑦) = (𝑥 − 𝑦, 𝑦)

Encontre as matrizes canônicas das compostas 𝑆 ∘ 𝑇 e 𝑇 ∘ 𝑆


253

14.8 TRANSFORMAÇÃO LINEAR INVERSA

Se 𝑇: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 e 𝑆: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 transformações lineares tais que, para todo 𝒗 em ℝ𝑛 ,

𝑇(𝑆(𝒗)) = 𝑆(𝑇(𝒗)) = 𝒗

Então, S é a inversa de T e T é tida invertível.

Observação: Nem toda a transformação linear possui inversa. Se T é invertível, contudo, a inversa é única e
é denotada por 𝑇 −1

Teorema: Existência de uma transformação inversa

Seja 𝑇: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 uma transformação linear com matriz canônica A, então as seguintes afirmações são
equivalentes:

i. T é inversível
ii. T é um isomorfismo
iii. A é inversível

Se T é inversível com matriz canônica de transformação A, então a matriz canônica de 𝑇 −1 é 𝐴−1 .

Propriedades

Considere o operador linear 𝑇: 𝑉 → 𝑉 , então valem as seguintes propriedades:

▪ Se o operador T é invertível e 𝑇 −1 é o inverso de T, então a composição determinada por


𝑇(𝑇 −1 ) = 𝑇 −1 (𝑇) = 𝐼
É chamada de transformação identidade.
▪ O operador T: V →V é invertível se, e somente se o núcleo de T, N(T) = {0}, ou seja, existe o operador
inverso quando o núcleo de T é formado apenas pelo vetor nulo.
▪ Se T é inversível, então o det [A]  0, onde A é a matriz canônica de transformação.
▪ Seja {1, 2, 3,..., n} uma base de V. T é inversível se, e só se: {T(1), T(2), ..., T(n)} for uma base
de V.
▪ Se T é inversível ela é bijetora.
254

Exemplo 28: Sejam 𝑇: ℝ3 → ℝ3 definida por: 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (2𝑥 + 3𝑦 + 𝑧, 3𝑥 + 3𝑦 + 𝑧, 2𝑥 + 4𝑦 + 𝑧).

Verifique se T possui inversa e encontre-a.

Definição de matrizes semelhantes: Uma matriz B é semelhante a uma matriz A se existe uma matriz
inversível P tal que 𝐵 = 𝑃−1 𝐴𝑃

Exemplo 29:

2 −2 3 −2 1 1
As matrizes 𝐴 = [ ]e 𝐵 =[ ] são semelhantes onde 𝑃 = [ ].
−1 3 −1 2 0 1

Propriedades das matrizes semelhantes

Sejam A e B matrizes semelhantes então:

▪ det(A) = det(B).
▪ Se A é inversível se, e só se, B é inversível.
255

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve os problemas de Resolve os problemas de Resolve os problemas de
propriedades de espaço cometendo muitos erros e forma parcial utilizando as maneira adequada utilizando
RA1
vetorial e transformação utilizando as definições, 4 definições, conceitos e 7 as definições, conceitos e 10
ID1.4 linear para resolver conceitos e propriedades propriedades propriedades.
problemas conceituais. inadequadamente. inadequadamente.
Interpreta a solução Interpreta os resultados sem Interpreta os resultados de Interpreta os resultados
RA2
analítica dos problemas. conexão com os conceitos, 4 forma parcial. 7 corretamente. 10
ID2.1 definições e propriedades.
Verifica se a solução Chega em um resultado Verifica a coerência da Verifica a coerência da solução
analítica é coerente com inadequado e não verifica a solução encontrada de forma encontrada da forma correta.
as condições do coerência da solução. incorreta.
RA2
problema conceitual, 4 7 10
ID2.2 considerando os
conceitos da ferramenta
utilizada.

EXERCÍCIOS:

16. Dado operador linear T(x,y,z) = (x + y, -x + z, x + y - z), encontrar a matriz representativa do operador T, na
base canônica do ℝ 3.

17. Determine as matrizes canônicas de 𝑇 = 𝑇1 ∘ 𝑇2 e 𝑇′ = 𝑇2 ∘ 𝑇1

a) 𝑇1 : ℝ2 → ℝ3 onde 𝑇1 (𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑥 + 𝑦, 𝑦) e 𝑇2 : ℝ3 → ℝ2 onde 𝑇2 (𝑥, 𝑦, 𝑧) = (0, 𝑦)

b) 𝑇1 : ℝ1 → ℝ2 onde 𝑇1 (𝑥) = (𝑥, 4𝑥) e 𝑇2 : ℝ2 → ℝ1 onde 𝑇2 (𝑥, 𝑦) = (𝑦 + 3𝑥)

18. Determine se a transformação é invertível, se for, encontre a inversa.

a) 𝑇: ℝ2 → ℝ2 onde 𝑇(𝑥, 𝑦) = (0, 𝑦)

b) 𝑇: ℝ2 → ℝ2 onde 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, − 𝑦)

a) 𝑇: ℝ3 → ℝ2 onde 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 + 𝑦, 𝑦 − 𝑧)

19. Determine se a transformação linear é injetora, sobrejetora e invertível.

1 14
a) 𝐴 = [ ]
0 1
1 1 1
b) 𝐴 = [ ]
0 1 1
4 0 7
c) 𝐴 = [5 5 1]
0 0 2
256

20. Considere a transformação linear 𝑇: ℝ3 → ℝ4 dada por 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (2𝑥, 𝑥 + 𝑦, 𝑦 + 𝑧, 𝑥 + 𝑦):

a) Encontre a matriz canônica da transformação linear;

b) Determine uma base para a imagem dessa transformação.

21. Sejam 𝑇(1,0) = (1,1) e 𝑇(0,1) = (0,1) .

a) Determine 𝑇(𝑥, 𝑦) para qualquer (𝑥, 𝑦).

b) Represente geometricamente.

22. Use a matriz P para mostrar que as matrizes A e A’ são semelhantes.

2 −1 6 −3 1 −9
a) 𝑃 = [ ] , 𝐴=[ ] e 𝐴′ = [ ]
3 5 2 −2 −1 3
1 2 0 1 0 1 2 0 0
b) 𝑃 = [0 1 −1] , 𝐴 = [−1 3 1] e 𝐴′ = [0 1 0]
1 0 0 0 0 2 0 0 3

23. Encontre a matriz canônica de transformação, uma base para o núcleo e uma base para a imagem, analise
se a transformação é inversível.

a) 𝑇: ℝ4 → ℝ3 onde 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤) = (2𝑥 + 4𝑦 + 6𝑧 + 5𝑤, −𝑥 − 2𝑦 + 2𝑧, 8𝑧 + 4𝑤)

b) 𝑇: ℝ3 → ℝ3 onde 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 + 2𝑦, 𝑦 + 2𝑧, 2𝑥 + 𝑧)

c) 𝑇: ℝ3 → ℝ3 onde 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑦, 𝑧 + 3𝑦)

𝑥 2 −12 𝑥 𝑥
24. Determine o vetor (𝑥, 𝑦) que satisfaz 𝑇 (𝑦) = ( ) (𝑦) = 𝜆 (𝑦)
1 −5
a) Para 𝜆 = −1 b) Para 𝜆 = −2

25. Encontre uma única matriz 2x2 que efetue a sucessão de operações indicadas:

a) A compressão de fator ½ na direção x seguida da expansão de fator 5 na direção y;

b) A expansão de fator 5 na direção y seguida do cisalhamento de fator 2 na direção y;

c) A reflexão no eixo y, seguida da expansão de fator 7 na direção y, seguida pela reflexão na reta y = x;

d) Rotação pelo ângulo de 30° em torno da origem no sentido anti-horário, seguida pelo cisalhamento de
fator -2 na direção y, seguido pela expansão de fator 3 na direção y.
257

Respostas:

1 1 0
16. 𝑇 = (−1 0 1)
1 1 −1
0 0 0
0 0 3 1
17a) 𝑇 = (0 1 0) e 𝑇′ = ( ) b) 𝑇 = ( ) e 𝑇′ = (7)
1 1 7 4
0 1 0
1 0
18a) Não tem inversa. b) 𝑇 −1 = ( ) c) Não tem inversa.
0 −1
19a) Injetora, sobrejetora e inversível. b) Não é injetora, não é sobrejetora e nem inversível.

c) Injetora, sobrejetora e inversível.

2 0 0
20𝑎) 𝑇 = (0 1 0) b) 𝐼𝑚(𝑇) = {(2,1,0,1), (0,1,1,1), (0,0,1,0)}
0 1 1
1 1 0
21a) 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑥 + 𝑦) b) Cizalhamento na direção do eixo y

0 0 2
1 5 1 1
22a) São semelhantes e 𝑃 −1 = 13 [ ] b) São semelhantes e 𝑃 −1 = 2 [1 0 −1]
−3 2
1 −2 −1
2 4 6 5
23a) 𝑇 = (−1 −2 2 0), 𝑁(𝑇) = {(−2,1,0,0), (0,0,1, −2)}, 𝐼𝑚(𝑇) = {(2, −1,0), (5,0,4)}, não é
0 0 8 4
invertível

1 2 0
b) 𝑇 = (0 1 2), 𝑁(𝑇) = {(0,0,0)}, 𝐼𝑚(𝑇) = {(1,0,2), (2,1,0), (0,2,1)}, é invertível
2 0 1
1 0 0
c) 𝑇 = (0 1 0), 𝑁(𝑇) = {(0,0,0)}, 𝐼𝑚(𝑇) = {(1,0,0), (0,1,3), (0,0,1)}, é invertível
0 3 1
24a) 𝑣⃗ = (4,1) e todos os vetores paralelos a esse. a) 𝑣⃗ = (3,1) e todos os vetores paralelos a esse

1/2 0 1 0 0 1 −1
d) 𝑇 = 2 ( √3
1
25a) 𝑇 = ( ) b) 𝑇 = ( ) c) 𝑇 = ( ) )
0 5 2 5 −7 0 3 − 6√3 3√3 − 6
258
259

CAPÍTULO 15 – AUTOVALOR E AUTOVETOR


15.1 MOTIVAÇÃO

Para um sistema estrutural qualquer sob vibração livre não amortecida, com vários graus de liberdade,
pode ser escrita uma equação matricial de movimento tal que,

𝑀𝑢′′ + 𝐾𝑢 = 0 (1)

onde M é a matriz de massa, K é a matriz de rigidez, u é o vetor dos deslocamentos e consequentemente u’’
é o vetor das acelerações. Essa equação é um sistema de equações diferenciais ordinárias, que você irá
estudar na disciplina de Modelagem Avançada de Sistemas. A solução dessa equação é

𝑢(𝑡) = 𝛼𝑒 𝑠𝑡 (2)

onde α é um vetor independente da variável 𝑡 e 𝑠 é um número. O objetivo é encontrar 𝛼 e 𝑠. Fazendo


algumas manipulações a partir da equação (1) e utilizando a solução (2), encontra-se a seguinte expressão:

𝐷𝛼 = 𝜆𝛼 (3)

onde 𝜆 = −𝑠 2 e 𝐷 = 𝑀−1 𝐾. Dessa forma, para encontrar o vetor deslocamento é necessário encontrar 𝛼 e
𝜆 da equação (3).

Para resolver esse problema considere um operador linear 𝑇: ℝ𝑛 → ℝ𝑛 , assim, [𝑇] = 𝐷, queremos saber
quais vetores são levados em um múltiplo de si mesmo, isto é, procuraremos um vetor v  V e um escalar
𝜆 ∈ ℝ tais que:
𝑇(𝑣) = 𝜆𝑣 (I)

Neste caso 𝑇(𝑣) será um vetor de mesma "direção" que 𝑣, ou melhor, T(v) e 𝑣 estão sobre a mesma reta
suporte. Como 𝑣 = 0 satisfaz a equação ( I ) para todo  , estaremos interessados em determinar v  0 que
satisfaça a condição acima.

Vamos entender um pouco melhor essas aplicações de autovalor e autovetor. Leia com atenção os
exemplos a seguir.
260

Aplicação ao estudo de vibrações em sistemas dinâmicos:

Considere o movimento horizontal do conjunto massa mola não amortecido mostrado na figura abaixo:

As deflexões horizontais x1 e x2 são medidas relativamente à posição de equilíbrio estático. As molas possuem
rigidez k1, k2 e k3, que são as forças requeridas para estender ou comprimir cada mola de uma unidade de
comprimento.

As equações de movimento de acordo com a 2ª. Lei de Newton são:

d 2 x1
m1 = −k1 x1 + k 2 ( x 2 − x1 ) (II)
dt 2

d 2 x2
m2 = k 2 ( x1 − x2 ) + k 3 x2 (III)
dt 2

 x1 
Se   é o vetor deflexão, então as equações (II) e (III) podem ser reescritas assim:
 x2 

d 2x
= A.x
dt 2

Uma solução desta equação diferencial é: x = veit , na qual v é um vetor e pela fórmula de Euler temos:

ei t = cos( .t ) + i.sen( .t )


𝑑²𝑥
Dessa forma temos um problema de autovalor Ax = x, onde  = - 2, uma vez que 𝑑𝑡² = −𝜔². 𝑥. Os possíveis
valores de  são as frequências naturais que o sistema pode assumir. E os respectivos autovetores
representam os modos de vibração.
261

Estrutura:

Estrutura é o conjunto de elementos que sustentam e dão estabilidade a uma construção. Este conjunto deve
formar um todo perfeitamente combinado, de modo que resista a todos os esforços produzidos pelo peso
próprio, peso de seus ocupantes, ventos e sobrecargas, pois a ruína de uma só dessas partes pode causar o
colapso dessa estrutura.

Cálculo dos autovalores e autovetores em dois osciladores acoplados:

É possível modelar uma estrutura de dois pavimentos através de dois osciladores acoplados. O sistema
oscilante escolhido é constituído de duas massas acopladas por três molas de constantes k1, k2 e k3, dispostas
como na figura. A oscilação é unidimensional, horizontal e com dois graus de liberdade.

Deve-se ressaltar, que o problema clássico de autovalores é absolutamente essencial para a compreensão e
análise de estruturas simples, tais como treliças, vigas, pórticos, placas, etc, como também de sistemas
estruturais mais complexos, dentre os quais podem ser citados os seguintes: edificações residenciais, pontes
rodoviárias e ferroviárias, torres de aço de telecomunicações e de transmissão de energia, estádios de
futebol, passarelas de pedestres, edifícios altos etc.
262

15.2 AUTOVALOR E AUTOVETOR

Definição (autovalor e autovetor): Seja 𝑇: 𝑉 → 𝑉 um operador linear e 𝑉 um espaço vetorial. Um vetor 𝑣 ∈


𝑉 e v  0 é um autovetor (vetor próprio) do operador 𝑇 se existe um número real , denominado autovalor
(valor próprio) tal que:

𝑻(𝒗) = 𝝀. 𝒗

Observação: Se 𝑉 = ℝ² ou 𝑉 = ℝ³ então 𝑣 e 𝑇(𝑣) tem a mesma direção. Assim, dependendo do autovalor


𝜆 temos:

a. Se |𝜆| > 1, então 𝑇 dilata 𝑣.


b. Se |𝜆| < 1, então 𝑇 contrai 𝑣.
c. Se |𝜆| = 0, então 𝑇 anula 𝑣.
d. Se 𝜆 < 0, então 𝑇 inverte o sentido de 𝑣.

Exercícios:

1. Seja 𝑇: ℝ² → ℝ² tal que 𝑇(𝑥, 𝑦) = (4𝑥 + 5𝑦, 2𝑥 + 𝑦). Verifique se os vetores 𝑣1 = (5,2) e 𝑣2 = (1,1)
são autovetores de T.

2. Seja 𝑇: ℝ³ → ℝ³ tal que 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−𝑥, −𝑦, −𝑧), qual é o autovalor associado ao autovetor?
263

15.3 EQUAÇÃO ALGÉBRICA

Uma equação polinomial ou algébrica de incógnita x, de grau n, 𝑛 ∈ ℕ, é uma expressão do tipo:


𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0
em que 𝒂𝒏 ≠ 𝟎 e 𝒂𝟎 é chamado de termo independente. Os 𝒂𝒏 , 𝒂𝒏−𝟏 , … , 𝒂𝟏 , 𝒂𝟎 são os coeficientes.
Observação: Se algum dos coeficientes for nulo, diz-se que a equação é incompleta.

Exemplos:
• 2x - 4 = 0 → completa do 10 grau
• x2 - 5x + 6 = 0 → completa do 20 grau
• x3 + 3x2 + 3x + 1 = 0 → completa do 30 grau
• x4 – 1 = 0 → incompleta do 40 grau

Raiz de uma equação algébrica

Uma solução ou raiz de uma equação algébrica é um número que torna verdadeira a equação, ou seja,
transforma a equação numa identidade.

➢ Toda equação algébrica polinomial de grau n admite exatamente n raízes (reais ou imaginárias).

Exemplos:

1) x = 2 é a solução ou raiz da equação 2x – 4 = 0, pois 2.2 – 4 = 0.

2) x = 2 é uma solução ou raiz da equação x2 - 5x + 6 = 0, pois 22 – 5.2 + 6 = 0

x = 3 também é uma solução ou raiz da equação x2 - 5x + 6 = 0, pois 32 – 5.3 + 6 = 0.


2
3) 𝑥 = 𝑖 = √−1 é uma raiz da equação x2 + 1 = 0, pois (√−1) + 1 = 0.

Raízes inteiras de uma equação com coeficientes inteiros

Vamos supor a equação, com coeficientes inteiros: 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0


Supondo que 𝛼 é inteiro e raiz da equação acima, então P(𝛼) = 0. Então substituindo 𝛼 na equação temos:
𝑎𝑛 𝛼 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝛼 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝛼 + 𝑎0 = 0 → 𝑎0 = −𝑎𝑛 𝛼 𝑛 − 𝑎𝑛−1 𝛼 𝑛−1 − ⋯ − 𝑎1 𝛼
𝑎0
𝑎0 = 𝛼(−𝑎𝑛 𝛼 𝑛−1 − 𝑎𝑛−1 𝛼 𝑛−2 − ⋯ − 𝑎1 ) → = (−𝑎𝑛 𝛼 𝑛−1 − 𝑎𝑛−1 𝛼 𝑛−2 − ⋯ − 𝑎1 )
𝛼

Inteiro
𝑎0
Assim, também é inteiro e, portanto 𝛂 é divisor de 𝑎0 .
𝛼
264

Teorema das raízes complexas:

Se uma equação de coeficientes reais admite a raiz a + bi, admitirá também a raiz a – bi, conjugada da
primeira.

Exemplo 4: Resolva a equação 𝑥 2 − 4𝑥 + 5 = 0

Δ = (−4)2 − 4.1.5 = −4

−(−4) ± √−4 4 ± 2𝑖 𝑥 =2+𝑖


𝑥= = → { 2
2.1 2 𝑥2 = 2 − 𝑖

Teorema das raízes irracionais:

Se uma equação de coeficientes racionais admite a raiz irracional 𝑎 + √𝑏 admitirá também a conjugada
irracional 𝑎 − √𝑏.

Exemplo 5: Resolva a equação 𝑥 2 + 2𝑥 − 6 = 0

Δ = 22 − 4.1. (−6) = 28

−2 ± √28 −2 ± 2√7 𝑥 = −1 + √7
𝑥= = → { 2
2.1 2 𝑥2 = −1 − √7

Teorema fundamental da álgebra:

Toda equação algébrica racional e inteira admite pelo menos uma raiz, real ou complexa.
A equação 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0, pode ser decomposta em fatores:

𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) = 0

onde os valores 𝑥1 , 𝑥2 …𝑥𝑛 são as raízes da equação.

Exemplo 6: Considere a equação 𝑥 3 − 10𝑥 2 + 31𝑥 − 30 = 0 e suas raízes 2, 3 e 5, aplique o teorema


fundamental da álgebra e decomponha a equação em fatores.

𝑥 3 − 10𝑥 2 + 31𝑥 − 30 = 1. (𝑥 − 2)(𝑥 − 3)(𝑥 − 5) ou (𝑥 − 2)(𝑥 − 3)(𝑥 − 5) = 0


265

Raízes múltiplas (repetidas):

Suponha uma equação algébrica, essas equações podem apresentar raízes repetidas. Quando uma raiz se
repete duas vezes (grau de multiplicidade 2) é dita raiz dupla; se três vezes raiz tripla, se n vezes grau de
multiplicidade n e pode-se decompor a equação da seguinte forma:

𝑃(𝑥) = (𝑥 − 𝛼)𝑛 . 𝑄(𝑥) 𝑐𝑜𝑚 𝑄(𝛼) ≠ 0

Onde 𝛂 é raiz de multiplicidade n de P(x) = 0

Exemplo 7: Considere a equação 𝑥 3 − 9𝑥 2 + 24𝑥 − 20 = 0 e suas raízes 2, 2 e 5, aplique o teorema


fundamental da álgebra e decomponha a equação em fatores.

𝑥 3 − 9𝑥 2 + 24𝑥 − 20 = (𝑥 − 2)2 . (𝑥 − 5) 𝑜𝑢 (𝑥 − 2)2 . (𝑥 − 5) = 0

Teorema das raízes racionais:

𝑁
As raízes racionais fracionárias obedecem ao teorema: Se o número racional e irredutível 𝐷 for raiz de uma
equação de coeficientes inteiros, 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0. Então N é divisor de a0 e D é divisor
de an.

Exemplo 8: Quais as prováveis raízes inteiras e fracionárias da equação: 4𝑥 3 + 41𝑥 2 + 94𝑥 + 21 = 0

Divisores de 21 → {±1, ±3, ±7, ±21} (N)

Divisores de 4 → {±1, ±2, ±4} (D)

Prováveis raízes inteiras: {±1, ±3, ±7, ±21}


𝑁
Prováveis raízes fracionárias: 𝐷

1 1 3 3 7 7 21 21
{± , ± , ± , ± , ± , ± , ± , ± }
2 4 2 4 2 4 2 4

Pesquisa de raízes:

Quando descobrimos uma raiz 𝛂 da equação P(x) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0, dividimos P(x)
por x – 𝛼, recaindo numa equação de grau menor.

É fácil descobrir, por exemplo, se o número 1 é raiz de uma equação algébrica: ele será raiz se a soma dos
coeficientes for igual a zero.
266

Exemplos:

9) Resolva a equação 𝑥 3 − 3𝑥 2 + 3𝑥 − 1 = 0

Soma dos coeficientes = 1 – 3 + 3 – 1 = 0, portanto 1 é raiz da equação. Como o coeficiente de 𝑥 3 é 1 só


temos raízes inteiras. Prováveis raízes inteiras: {±1}

1 1 -3 3 -1
1 -2 1 0

𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 0
Raízes: {1, 1, 1}, x = 1 tem grau de multiplicidade 3.

10) Resolva: 𝑥 4 − 5𝑥 3 + 6𝑥 2 = 0

Como essa equação não tem termo independente não é necessário pesquisar os divisores. Nesse caso
devemos colocar x2 em evidência.

𝑥1 = 0
𝑥 2 (𝑥 2 − 5𝑥 + 6) = 0 → 𝑥 2 = 0 → {
𝑥2 = 0

𝑥3 = 2
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0 → {
𝑥4 = 3

Raízes {0,0,2,3}

11) Resolva 𝑥 4 − 𝑥 3 − 7𝑥 2 + 𝑥 + 6 = 0

Soma dos coeficientes = 1 – 1 - 7 + 1 + 6 = 0, portanto 1 é raiz da equação.

Como o coeficiente de 𝑥 4 é 1 só temos raízes inteiras. Prováveis raízes inteiras: {±1, ±2, ±3, ±6}

1 1 -1 -7 1 6
1 0 -7 -6 0

𝑥 3 + 0𝑥 2 − 7𝑥 − 6 = 0

-1 1 0 -7 -6
1 -1 -6 0

𝑥3 = −2
𝑥2 − 𝑥 − 6 = 0 → {
𝑥4 = 3
Raízes {-2, -1, 2, 3}
267

EXERCÍCIOS

1. Escreva a equação que tem por raízes {1, 0, - 1}.

2. Qual o número de raízes, nulas e não nulas da equação: x9 – x7 – x3 = 0.

3. Escreva a equação do 30 grau que tem por raízes {1, 2 e 3}.

4. Resolva as seguintes equações:

a) 2x4 – x3 – 14 x2 + 19x – 6 = 0

b) x4 – 10x3 + 35x2 – 50x + 24 = 0

c) x3 – 4x2 + x + 26 = 0

d) x3 + x2 + x – 3 = 0

e) x3 - 2x2 - x + 2 = 0

f) x4 – 1 = 0

g) 2x3 - x2 - 7x + 6 = 0

h) x3 - 7x2 + 14x – 8 = 0

i) x4 + x3 - x - 1 = 0

5. Resolva a equação x5 – 3x4 + 4x3 – 4x2 + 3x – 1 = 0

6. Resolva a equação 4x3 – 16x = 0

7. Resolva a equação (x – 1)3 = 0

8. Resolva a equação x4 – 8x2 = 0

9. Resolva a equação 3x6 – 4x5 + 4x4 – 4x3 + x2 = 0

10. Dados  = 3 e P(x) = 2x3 – 3x2 – 11x + 6.

a) verifique que  é raiz da equação P(x) = 0;

b) resolva a equação P(x) = 0;

c) coloque P(x) na forma fatorada.


268

Respostas

1) x3 – x = 0

2) 3 raízes nulas e 6 não nulas

3) x3 – 6x2 + 11x – 6 = 0

4)
1
a) {1,2, 2 , −3}

b) {1, 2, 3, 4}

c) {−2.2 + 3𝑖, 2 − 3𝑖}

d) {1, −1 ± √2𝑖}

e) {1, - 1, 2}

f) { 1, - 1, i, - i}
3
g) {1, −2, 2}

h) {1, 2, 4}

1 √3
i) {1, −1, − 2 ± 𝑖}
2

5) {1, 1, 1, i, - i}

6) {0, 2, - 2}

7) {1, 1, 1}

8) {0,0,2√2, −2√2}
1
9) {0,1, 3 , 𝑖, −𝑖} , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 0 𝑟𝑎𝑖𝑧 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎

10) a) Sim é raiz


1
b) {−2, 2 , 3}

1
c) 𝑃(𝑥) = (𝑥 + 2). (𝑥 − 2) . (𝑥 − 3)
269

15.4 AUTOVALOR E AUTOVETOR

Definição de autovalor e autovetor: Seja T: V → V um operador linear e 𝑉 um espaço vetorial. Um vetor


𝑣 ∈ 𝑉 e v  0 é um autovetor (vetor próprio) do operador 𝑇 se existe um número real , denominado
autovalor (valor próprio) tal que:

𝑻(𝒗) = 𝝀. 𝒗

De agora em diante vamos considerar apenas espaços vetoriais V = ℝn e a transformação definida por
𝑇: ℝn → ℝn tal que 𝑇(𝑣) = 𝐴. 𝑣, onde 𝑨 é uma matriz quadrada de ordem n.

Por definição, o vetor 𝑣, v  0, é um autovetor de 𝑇 se:

𝑇(𝑣) = 𝐴. 𝑣 = 𝜆. 𝑣

𝐴. 𝑣 − 𝜆. 𝑣 = 0
(𝐴 − 𝜆𝐼)𝑣 = 0

Note que isto é um sistema linear homogêneo. Como queremos as soluções não nulas desse sistema, isto é,
quando o sistema é possível e indeterminado, coloca-se a condição:

𝒅𝒆𝒕(𝑨 − 𝝀𝑰) = 𝟎,

pois 𝑣 ≠ 0.

A equação 𝑑𝑒𝑡(𝐴 − 𝜆𝐼) = 𝟎 é denominada equação característica da matriz 𝐴 e as raízes  são os


autovalores da matriz A. O determinante 𝑑𝑒𝑡(𝐴 − 𝜆𝐼) é um polinômio de variável , denominado de
polinômio característico.

Determinando as raízes  do polinômio característico, os autovetores podem ser determinados pela equação
𝐴𝑣 = 𝜆𝑣.

Observação: Ver a seção 15.3 para revisar como encontrar as raízes de polinômios.
270

Exemplos:

1. Verifique se os vetores dados são vetores próprios das correspondentes matrizes:


2 2
a. 𝑣 = (−2,1), 𝐴 = [ ].
1 3

1 1 1
b. 𝑣 = (1,1,2), 𝐴 = [0 2 1].
0 2 3

1 −1 0
c. 𝑣 = (−2,1,3), 𝐴 = [2 3 2].
1 2 1
271

1 4
2. Seja 𝐴 = [ ] a matriz de uma transformação linear, determine os autovalores e os autovetores de A.
2 3

−16 10
3. Seja 𝐴 = [ ] uma matriz de transformação linear, determine os autovalores de 𝐴.
−16 8
272

4. Determine os autovalores e os autovetores do operador linear 𝑇: ℝ³ → ℝ³ tal que


𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (3𝑥 − 𝑦 + 𝑧, −𝑥 + 5𝑦 − 𝑧, 𝑥 − 𝑦 + 3𝑧).
273

15.5 DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES LINEARES

Nosso objetivo é encontrar uma base de 𝑽 na qual a representação matricial de 𝑇 seja a mais simples possível,
isto é, uma matriz diagonal.

Teorema: Autovetores associados a autovalores distintos são linearmente independentes.

Desse teorema segue que se 𝑽 é um espaço vetorial de dimensão n e 𝑇: 𝑉 → 𝑉 é um operador linear que
possui n autovalores distintos, então 𝑽 possui uma base formada por todos os autovetores de 𝑇.

Definição (operador diagonalizável): Um operador linear é diagonalizável se pudermos formar uma base em
𝑉 com os autovetores de 𝑇.

Observações:

• Se 𝑽 é um espaço vetorial de dimensão n e 𝑇 possui n autovalores distintos, então o operador é


diagonalizável e sua matriz diagonal é formada por esses autovalores.
• Se 𝑽 é um espaço vetorial de dimensão n e 𝑇 possui autovalores iguais, então é necessário verificar
se este autovalor está associado à uma combinação de n vetores linearmente independentes, para
ser um operador diagonalizável.
• Se 𝐴 é a matriz associada ao operador 𝑇 diagonalizável e 𝐷 é a matriz diagonal, então podemos
escrever a matriz 𝐴 como:
𝑨 = 𝑷𝑫𝑷−𝟏 ,

onde 𝑃 é a matriz em que suas colunas são seus autovetores (mantendo a ordem dos autovalores
descritos na matriz 𝐷).
• Dizemos que a matriz 𝐴 é diagonalizável se ela for semelhante a uma matriz diagonal, 𝐷.

Exemplos:

5. Verifique se 𝑇 é diagonalizável. Em caso afirmativo, determine a matriz diagonal que representa o operador
𝑇 e a matriz P.

a. 𝑇: ℝ² → ℝ², tal que 𝑇(𝑥, 𝑦) = (𝑥 + 𝑦, 2𝑦)


274

b. 𝑇: ℝ³ → ℝ³, tal que 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (−2𝑧, 𝑥 + 2𝑦 + 𝑧, 𝑥 + 3𝑧)


275

c. 𝑇: ℝ³ → ℝ³, tal que 𝑇(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥, 𝑥 + 2𝑦, −3𝑥 + 5𝑦 + 2𝑧)


276

1 1
6. Considere a matriz 𝐴 = [ ], calcule 𝐴², utilizando a matriz diagonal que representa o operador
0 2
determinado pela matriz 𝐴.
277

15.4 APLICAÇÕES DE AUTOVALORES E AUTOVETORES

Exemplo 7: Uma membrana elástica, limitada pela circunferência 𝑥² + 𝑦² = 1 é deformada de forma que o
5 3
ponto 𝑃(𝑥, 𝑦) é levado ao ponto 𝑄(𝑥, 𝑦), de acordo com a transformação dada pela matriz [ ]. Calcule
3 5
os autovalores e os autovetores da transformação e esboce a forma final da membrana.
278

Exemplo 8: Considere um sistema simétrico com dois graus de liberdade conforme figura. Calcule as
frequências naturais de vibração do sistema.

Para modelar adequadamente suponha:

▪ A massa da mola é zero.


▪ A mola satisfaz a lei de Hooke.
▪ Despreze qualquer forma de atrito.
▪ O sistema obedece a 2ª. lei de Newton.
▪ x1 e x2 são os deslocamentos das massas.

Diagrama do corpo livre das massas

-k(x2 – x1) -kx2


-kx1 m k(x2 – x1) m

Resolução:

Aplicando a 2ª lei de Newton para cada partícula:

𝑑2 𝑥
𝐹𝑅 = 𝐹𝐸 → 𝑚 𝑑𝑡 2 = 𝑘𝑥
𝑚𝑥̈ 1 = −𝑘𝑥1 + 𝑘(𝑥2 − 𝑥1 ) → corpo 1

𝑚𝑥̈ 2 = −𝑘(𝑥2 − 𝑥1 ) − 𝑘𝑥2 → corpo 2

Reescrevendo:

𝑚𝑥̈ 1 + 2𝑘𝑥1 − 𝑘𝑥2 = 0

𝑚𝑥̈ 2 − 𝑘𝑥1 + 2𝑘𝑥2 = 0

Em notação matricial:

𝑚 0 𝑥̈ 1 2𝑘 −𝑘 𝑥1
( )( ) + ( ) ( ) = 0 → 𝑀𝑋̈ + 𝐾𝑋 = 0 (1)
0 𝑚 𝑥̈ 2 −𝑘 2𝑘 𝑥2

Cálculo de M-1
279

1
0
𝑀 −1
= (𝑚 )
1
0
𝑚
Multiplicando a equação (1) pela matriz inversa.

𝐼𝑋̈ + 𝑀−1 𝐾𝑋 = 0 → M-1K = A →

2𝑘 −𝑘
𝐴= (𝑚 𝑚)
−𝑘 2𝑘
𝑚 𝑚

Logo: 𝐼𝑋̈ + 𝐴𝑋 = 0 , fazendo 𝑥̈ = −𝑥 onde  = 2

(A - I)x = 0 que caracteriza um problema de autovalores.

2𝑘 −𝑘
−
( 𝑚 𝑚 ) (𝑥1 ) = 0
−𝑘 2𝑘 𝑥2
−
𝑚 𝑚
2𝑘 −𝑘
−
det(A - I) = 0 → | 𝑚
−𝑘 2𝑘
𝑚
|=0
−
𝑚 𝑚

4𝑘 3𝑘 2
Equação característica: 2 −  + =0
𝑚 𝑚2

𝑘 3𝑘
1 = 𝑚 e 2 = 𝑚
mas  = 2 , assim:

𝑘 3𝑘
𝜔1 = √𝑚 e 𝜔2 = √ 𝑚
280

Definição de matriz ortogonal: Uma matriz quadrada é dita ortogonal se sua matriz inversa coincide com
sua matriz transposta, ou seja, 𝐴𝑡 = 𝐴−1
Teorema: Se a matriz A é uma matriz simétrica, então dois autovetores quaisquer, correspondentes a
autovalores distintos de A, são ortogonais.

Para montar a matriz P que seja ortogonal com os autovetores, é necessário utilizar os versores dos
autovetores.

Exemplo 9: Considere a matriz simétrica A, encontrar uma matriz ortogonal P, e monte 𝑃−1 𝐴𝑃:
3 −1
𝐴=( )
−1 3
281

Rubrica de correção:

RA Descrição Insuficiente Regular Suficiente


ID
Utiliza conceitos e Resolve os problemas de Resolve os problemas de Resolve os problemas de
propriedades de cometendo muitos erros e forma parcial utilizando as maneira adequada utilizando
autovalores e utilizando as definições, definições, conceitos e as definições, conceitos e
RA1 autovetores para conceitos e propriedades propriedades propriedades.
4 7 10
ID1.5 resolver problemas inadequadamente. inadequadamente.
conceituais e/ou
voltados para a
Engenharia
Interpreta a solução Interpreta os resultados sem Interpreta os resultados de Interpreta os resultados
RA2
analítica dos problemas. conexão com os conceitos, 4 forma parcial. 7 corretamente. 10
ID2.1 definições e propriedades.
Verifica se a solução Chega em um resultado Verifica a coerência da Verifica a coerência da solução
analítica é coerente com inadequado e não verifica a solução encontrada de forma encontrada da forma correta.
as condições do coerência da solução. incorreta.
RA2
problema conceitual, 4 7 10
ID2.2 considerando os
conceitos da ferramenta
utilizada.

EXERCÍCIOS:

1. Seja o operador linear T: ℝ 2 → ℝ 2 definido por T(x,y) = (2x + 9y, x + 2y). Determine [T] matriz canônica de
T, e a seguir use a relação [T]B = P-1[T]P para transformá-la na matriz de T na base B = {(3,1), (- 3,1)}.

2. Considere o ℝ 2 com produto interno usual. Verifique que a rotação do plano de um ângulo  dada por
T(x,y) = (x.cos  - y.sen , x.sen  + y.cos ) é ortogonal.

Uma matriz A é ortogonal se A é inversível e sua inversa é igual à sua transposta, isto é:
A-1 = At

3. Encontre o polinômio característico de cada matriz:

2 1 0 3 −2 4
3 4
𝑎) [0 −2 3] 𝑏) [−2 1 5] 𝑐) [ ]
−1 4
2 3 4 4 1 6

4. Para as matrizes a seguir encontre os autovalores e os autovetores associados:


1 2 3 4
0 1 2 2 0 0
1 −1 0 −1 3 2
𝑎) [ ] 𝑏) [0 0 3] 𝑐) [3 −1 0] 𝑑) [ ]
2 4 0 0 3 3
0 0 0 0 4 3
0 0 0 2

7 3
5. Verifique se  = - 2 é autovalor da matriz [ ]
3 −1

1 −3 1
6. Verifique se é verdadeiro que [ ] é um autovetor para [ ]?
4 −3 8
282

1 3 6 7
7. É verdadeiro que [−2] é autovetor de [3 3 7]? Caso seja, determine o autovalor.
1 5 6 5

3 7 6
8. Achar os valores e vetores próprios da matriz 𝐴 = (−1 −5 −6) e dizer se ela é diagonalizável.
1 1 2

9. Diagonalize as seguintes matrizes, se possível:


1 3 3 2 4 3
𝑎)𝐴 = [−3 −5 −3] 𝑏)𝐴 = [−4 −6 −3]
3 3 1 3 3 1

Respostas:

5 0
1. [𝑇]𝐵 = ( )
0 −1
2. 𝑣1 . 𝑣2 = 0

3. a) - 3 + 42 + 13 - 28 = 0 b) - 3 + 102 - 2 - 85 = 0 c) 2 - 7 + 16 = 0

4. a) 1 = 2 e 2 = 3 v1 = x(1,-1) x  0 e v2 = x(1,-2) x  0

b) 1 = 2 = 3 = 0 v1 = (1,0,0)

c) 1 = 2 v1 = (1,1,-4) ; 2 = - 1 v2 =(0,-1,1) ; 3 = 3 v3 = (0,0,1)


4 29 7
d) 1 = 1 v1 = (1,0,0,0) ; 2 = - 1 v2 =(-1,1,0,0) 3 = 3 v3 = (3,1, 3 , 0) 4 = 2 v4 = (− , − 3 , −3,1)
3

5.  = - 2 , sim

6. não

7.  = - 2 , sim

8. 1 = 2 , 2 = 2 e 3 = - 4 para 1 = 2 = 2 v1 = (1, -1, 1) para 3 = - 4 v2 = (1, -1,0) não é diagonalizável.


1 0 0
9. a) (0 −2 0 ) b) não é diagonalizável
0 0 −2
283

REFERÊNCIAS

STEWART, J. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Cengage Learning, 2009.


THOMAS, G. B. Cálculo. Vol. 1. Addison – Wesley, 2002.

ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com aplicações. 8ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
HOFFMANN, L. D.; BRADLEY, G. L. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. RJ: LTC, 2010.
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S.; Cálculo. Vol. 1. Bookman, 2007.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 1. São Paulo: Makron Books, 1994.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006
AYRES, F.; MENDELSON, E. Cálculo diferencial e integral. 3.ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
BOLDRINI, J. L. et. al. Álgebra linear. São Paulo: Harper and Row do Brasil,1980
CALLIOLI, C. A et. al. Álgebra linear e aplicações. São Paulo: Atual, 1993.
LIPSCHUTZ, S.; LIPSON M. Álgebra linear. Porto Alegre. Bookman - Coleção Schaum.2004.
STEINBRUCH, A. Álgebra linear. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
KOLMAN, B. Introdução à Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: Prentice Hall de Brasil, 1998.
POOLE, D. Álgebra Linear. São Paulo: Thomson,2004

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