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A INTEGRAL

INDEFINIDA E AS
REGRAS DE
INTEGRAÇÃO

Felipe Pereira Gomes


A integral indefinida e as regras de integração

1. A INTEGRAL INDEFINIDA E AS REGRAS DE INTEGRAÇÃO

Olá aluno(a) UNIFACEAR! Seja muito bem vindo(a) a essa aula. Nela, vamos
estudar um dos conceitos fundamentais da Matemática: a integral indefinida. Veremos o
que é uma integral indefinida e suas principais propriedades. Além disto, conheceremos
algumas das técnicas de integração, como a regra da potência, as fórmulas básicas de
integração e também o método da substituição de variável. Vamos lá!

1.1 A INTEGRAL INDEFINIDA

Um dos principais conceitos da Matemática é o conceito de integral. Presente em


importantes áreas como engenharia, estatística e ciências, o estudo das integrais surgiu da
necessidade de se calcular a área de uma região sob uma curva no plano cartesiano. As
integrais são utilizadas para o cálculo de volumes, comprimento de linhas curvas,
probabilidades, entre outras aplicações. Vamos iniciar nossos estudos sobre esse conteúdo
a partir das integrais indefinidas.
Primeiramente, vamos entender o conceito de função primitiva de uma função.
Uma função 𝐹(𝑥) é classificada como uma primitiva de uma função 𝑓(𝑥) em um
determinado intervalo 𝐼, se, para todo 𝑥 ∈ 𝐼, temos que 𝐹’(𝑥) = 𝑓(𝑥). A primitiva de
uma função 𝑓(𝑥) também é chamada de antiderivada da função 𝑓. Note que, por essa
definição que acabamos de estudar, o processo de busca por uma função primitiva é o
processo inverso da derivação. Para entendermos melhor essa definição, vejamos alguns
exemplos.

𝑥3
Exemplo 1: A função 𝐹(𝑥) = é uma primitiva de 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 em ℝ, pois, para todo
3

𝑥 ∈ ℝ, temos que:

′ (𝑥)
𝑥3
𝐹 = [ ] = 𝑥2.
3

𝑥3
Repare que, para toda constante 𝐶, com 𝐶 ∈ ℝ, a função 𝐺(𝑥) = + 𝐶, também
3

é uma primitiva da função 𝑓(𝑥), pois, pelas regras de derivação, a derivada de uma
constante é igual a zero.

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A integral indefinida e as regras de integração

Exemplo 2: A função 𝐹(𝑥) = 3𝑥 2 + 𝐶 é uma primitiva de 𝑓(𝑥) = 6𝑥 em ℝ, pois, para


todo 𝑥 ∈ ℝ, temos que:
𝐹 ′ (𝑥) = [3𝑥 2 + 𝐶]′ = 6𝑥.
Exemplo 3: A função 𝐹(𝑥) = 9𝑥 2 + 𝐶 é uma primitiva de 𝑓(𝑥) = 3𝑥 3 em ℝ, pois, para
todo 𝑥 ∈ ℝ, temos que:
𝐹 ′ (𝑥) = [9𝑥 2 + 𝐶]′ = 3𝑥 3 .

Pelos exemplos ilustrados anteriormente, vemos que, sendo 𝐹(𝑥) uma primitiva
de 𝑓 em um intervalo 𝐼, então, para toda constante real 𝐶, a função 𝐹(𝑥) + 𝐶, também é
uma primitiva de 𝑓. Uma importante propriedade do estudo das derivadas afirma que, se
duas funções têm derivadas iguais em um certo intervalo, elas diferem por uma constante.
Desse modo, as funções primitivas de 𝑓 no intervalo 𝐼 assumem a forma 𝐹(𝑥) + 𝐶, sendo
𝐶 uma constante, logo, definimos que, 𝑦 = 𝐹(𝑥) + 𝐶, com 𝐶 constante, é a família das
primitivas de 𝑓 em 𝐼. Para representar a família de primitivas de 𝑓 utilizamos a notação:
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥. Portanto:
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝐶.

Nesta notação adotada, a função 𝑓(𝑥) é chamada de integrando. Uma primitiva


de 𝑓 recebe o nome de integral indefinida de 𝑓, desta forma, é comum referir-se a
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 como sendo a integral indefinida de 𝑓. A constante 𝐶 é conhecida como
constante de integração. Vejamos alguns exemplos de cálculo de integrais indefinidas,
utilizando a ideia de antiderivada.


𝑥2 𝑥2
Exemplo 4: ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝐶, pois [ 2 + 𝐶] = 𝑥.
2

Exemplo 5: ∫ 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 + 𝐶, pois [𝑥 2 ]′ = 2𝑥.

Exemplo 6: ∫ 4𝑥 3 𝑑𝑥 = 𝑥 4 + 𝐶, pois [𝑥 4 ]′ = 4𝑥 3 .

Agora que já conhecemos o conceito de integral indefinida e vimos o processo de


cálculo através da antiderivada, vejamos as principais propriedades das integrais
indefinidas.

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A integral indefinida e as regras de integração

1.2. PROPRIEDADES DAS INTEGRAIS INDEFINIDAS

Vamos agora listar as principais propriedades que envolvem o cálculo das


integrais indefinidas, como o cálculo da integral das funções constantes, a integral da
função nula, uma constante que multiplica uma função, além da soma e diferença de
integrais.
Propriedade 1: ∫ 𝑎 𝑑𝑥 = 𝑎𝑥 + 𝐶, onde 𝑎 é um número real, com 𝑎 ≠ 0. Por exemplo,
∫ 2 𝑑𝑥 = 2𝑥 + 𝐶.

Propriedade 2: ∫ 0 𝑑𝑥 = 𝐶.

Propriedade 3: ∫ 𝑘𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑘 ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥, sendo 𝑘 uma constante real, com 𝑘 ≠ 0. Por
exemplo, ∫ 3𝑥 + 6 𝑑𝑥 = ∫ 3(𝑥 + 2) 𝑑𝑥 = 3∫ (𝑥 + 2) 𝑑𝑥.

Propriedade 4: ∫ [𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ± ∫ 𝑔(𝑥) 𝑑𝑥. Por exemplo, ∫ (𝑥 2 −


3𝑥 + 4) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥² 𝑑𝑥 − ∫ 3𝑥 𝑑𝑥 + ∫ 4 𝑑𝑥.

Propriedade 5: ∫ −𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = −∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥. Por exemplo, ∫ −5𝑥 3 𝑑𝑥 = − ∫ 5𝑥 3 𝑑𝑥.

Concluídos os nossos estudos sobre as principais propriedades das integrais


indefinidas, vejamos agora algumas técnicas de integração, que nos ajudarão a encontrar
a família de primitivas de funções mais complexas.

1.3. REGRAS DE INTEGRAÇÃO

Vamos agora estudar as principais regras de integração. A partir delas será


possível calcular integrais indefinidas de modo mais prático e mais rápido em relação ao
processo de antiderivação que conhecemos no início desta aula. Iniciaremos pela regra da
potência para integrais.

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1.3.1. REGRA DA POTÊNCIA PARA INTEGRAIS

A regra da potência para o cálculo de integrais é aplicada às funções que assumem


o seguinte formato: 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝛼 , em que 𝛼 ∈ ℚ, 𝛼 ≠ −1. Para essas funções, utilizamos a
seguinte regra:

𝛼
𝑥 𝛼+1
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝐶.
𝛼+1
Vejamos alguns exemplos de aplicação desta regra de integração.

Exemplo 7: ∫ 𝑥 3 𝑑𝑥
Para 𝛼 = 3, temos:

3
𝑥 3+1 𝑥4
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = +𝐶 = + 𝐶.
3+1 4
1
Exemplo 8: ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥

Pelas regras da operação de potenciação, temos que:


1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 −2 𝑑𝑥,
𝑥2
Logo, para 𝛼 = −2, temos:

−2
𝑥 −2+1 𝑥 −1 1
∫𝑥 𝑑𝑥 = +𝐶 = + 𝐶 = − + 𝐶.
−2 + 1 −1 𝑥

Exemplo 9: ∫√𝑥 𝑑𝑥
Pelas regras da operação de radiciação, temos que:
1
∫ √𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥,
1
Logo, para 𝛼 = , temos:
2
1 3 3
1 𝑥 2+1 𝑥2 2𝑥 2 2√𝑥 3
∫ 𝑥2 𝑑𝑥 = +𝐶 = +𝐶 = +𝐶 = + 𝐶.
1 3 3 3
+ 1
2 2

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A integral indefinida e as regras de integração

O método de integração para funções potência auxilia o cálculo direto e simples


das integrais indefinidas para funções que assumem esse formato. Para funções que
possuem outras formas existem outras técnicas que estudaremos ao decorrer de nossas
aulas, porém, para várias funções, suas respectivas integrais são tabeladas, ou seja,
existem fórmulas prontas que fornecem o método a ser utilizado para determinar as
integrais indefinidas. Vejamos agora quais são as principais fórmulas para integrais
indefinidas.

1.3.2. FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS INDEFINIDAS

Como vimos anteriormente, para diversas funções, existem fórmulas para o


cálculo direto de suas respectivas integrais indefinidas. Vejamos quais são essas funções
e suas respectivas fórmulas.

Tabela 1: Fórmulas para o cálculo de integrais indefinidas

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A integral indefinida e as regras de integração

Fonte: THOMAS (2002 p. 319)

Vejamos alguns exemplos de utilização das fórmulas para o cálculo de integrais


indefinidas.

Exemplo 10: ∫ 3𝑥 𝑑𝑥
1
Pela fórmula de número 13, presente na Tabela 1, temos que ∫ 𝑎 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑙𝑛 𝑎) 𝑎 𝑥 + 𝐶,

portanto:

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A integral indefinida e as regras de integração

1
∫ 3𝑥 𝑑𝑥 = ( ) 3𝑥 + 𝐶.
ln(3)

Exemplo 11: ∫ 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥
1
Pela fórmula de número 8, presente na Tabela 1, temos que ∫ 𝑒 𝑘𝑥 𝑑𝑥 = (𝑘) 𝑒 𝑘𝑥 + 𝐶,

portanto:
1
∫ 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = ( ) 𝑒 2𝑥 + 𝐶.
2

Exemplo 12: ∫ cos (3𝑥)𝑑𝑥


𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥)
Pela fórmula de número 3, presente na Tabela 1, temos que ∫ cos (𝑘𝑥)𝑑𝑥 = + 𝐶,
3

portanto:
𝑠𝑒𝑛(3𝑥)
∫ cos (3𝑥)𝑑𝑥 = + 𝐶.
3

Exemplo 13: ∫(2 + sen x)𝑑𝑥


Primeiramente, utilizando a propriedade da soma de integrais, temos que:

∫ (2 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑥 + ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥

Pela fórmula de número 1 (caso especial), presente na Tabela 1, temos que ∫ c 𝑑𝑥 = 𝑐𝑥 +


𝐶, portanto:

∫ 2 𝑑𝑥 = 2𝑥 + 𝐶.

Por outro lado, pela fórmula de número 2 da Tabela 1, temos que, ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 =
− cos 𝑥 + 𝐶. Assim sendo:

∫(2 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝑑𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 + 𝐶.

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A integral indefinida e as regras de integração

Como você pode perceber pela Tabela 1, existem diversas funções cuja integral
indefinida pode ser calculada de forma imediata, porém, há casos de funções que não se
encaixam em nenhuma dessas formas. Para essas funções, existem outras técnicas de
integração, que serão apresentadas nos próximos momentos. A primeira técnica que você
irá estudar é a integração por substituição.

1.3.3. INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO

O método de integração por substituição, também conhecido como o método da


troca de variável, permite a mudança da variável da função que está sendo integrada, para
que seja possível ajustá-la à forma de uma função cuja integral é dada por uma das
fórmulas básicas já conhecida.
Este processo de integração é semelhante ao processo da regra da cadeia para
derivação (lembrando que a regra da cadeia é aplicada para o cálculo de derivada de uma
função composta), e é aplicado para o cálculo de integrais indefinidas de funções que
assumem o seguinte formato:

∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥,

Quando 𝑓 e 𝑔 são funções contínuas.

Para demonstrar esse processo de integração, tome duas funções 𝑓(𝑥) e 𝐹(𝑥), tal
que 𝐹’(𝑥) = 𝑓(𝑥). Suponha agora, a existência de outra função 𝑔(𝑥), derivável, cuja
imagem está contida no domínio de 𝐹, sendo assim, existe a função composta 𝐹(𝑔(𝑥)).
Aplicando a regra da cadeia, para calcular a derivada dessa função composta, obtém-se:


[𝐹(𝑔(𝑥))] = 𝐹 ′ (𝑔(𝑥)) ⋅ 𝑔′ (𝑥).

Com isto, concluímos que a função 𝐹’(𝑔(𝑥)) é uma primitiva de 𝑓(𝑔(𝑥)) ⋅ 𝑔′(𝑥),
logo:

∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑔(𝑥)) + 𝐶.

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A integral indefinida e as regras de integração

Se substituir 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑑𝑢 = 𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥, obtém-se:

∫ 𝑓(𝑢) 𝑑𝑢 = 𝐹(𝑢) + 𝐶.

Note que, por esse processo, você pode trocar a variável de uma função de modo
a reescrevê-la de uma maneira em que a integral é obtida através de uma das fórmulas
básicas, basta realizar uma escolha conveniente para uma função 𝑢 = 𝑔(𝑥). Veja alguns
exemplos de aplicação desse método de integração.

Exemplo 14: Calcule ∫(𝑥 − 1)4 𝑑𝑥.


Façamos a seguinte troca de variável 𝑢 = 𝑥 − 1. Derivando em ambos os membros essa
igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. Reescrevendo a integral original, em termos da variável
𝑢, temos:

∫(𝑥 − 1)4 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢4 𝑑𝑢

Pela regra da potência para integrais, sabemos que:


𝑢5
∫ 𝑢4 𝑑𝑢 = +𝐶
5

Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:


(𝑥 − 1)5
∫(𝑥 − 1)4 𝑑𝑥 = + 𝐶.
5

3
Exemplo 15: Calcule ∫ 3𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥.
Façamos a seguinte troca de variável 𝑢 = 𝑥 3 . Derivando em ambos os membros essa
igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 3𝑥 2 𝑑𝑥. Reescrevendo a integral original, em termos da variável
𝑢, temos:

3
∫ 3𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢

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A integral indefinida e as regras de integração

Pela fórmula 8, da Tabela 1, com as fórmulas para cálculo de integrais indefinidas,


sabemos que:

∫ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑒 𝑢 + 𝐶

Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:


3 3
∫ 3𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝐶.

Exemplo 16: Calcule ∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛(𝑥 3 ) 𝑑𝑥.


Para essa integral, façamos a seguinte substituição de variável 𝑢 = 𝑥 3 . Derivando em
ambos os membros essa igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 3𝑥 2 𝑑𝑥. Reescrevendo a integral
original, em termos da variável 𝑢, temos:

𝑠𝑒𝑛(𝑢)
∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛(𝑥 3 ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
3

Repare que, pela etapa da integração, 𝑑𝑢 = 3𝑥 2 𝑑𝑥 e na integral original não existe a


constante 3 multiplicando a função, por isso, para que seja possível reescrevê-la com o
formato da fórmula 2, da Tabela 1, devemos dividir por 3 (ou também, multiplicá-la por
1
), desta forma, a integral em termos de 𝑢 é:
3

1
⋅ ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑢) 𝑑𝑢
3

Pela fórmula 2, da Tabela 1, com as fórmulas para cálculo de integrais indefinidas,


sabemos que:

1 1
⋅ ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑢)𝑑𝑢 = − ⋅ [cos(𝑢) + 𝐶].
3 3
Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:

1
∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛(𝑥 3 )𝑑𝑥 = − ⋅ [cos (𝑥 3 )] + 𝐶.
3

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A integral indefinida e as regras de integração

Um caso especial de aplicação do método de integração por substituição de


variável é o da integral
1
∫ 𝑑𝑢 = ln|𝑢| + 𝐶,
𝑢

Presente no item 9, da Tabela 1. Veja alguns exemplos de aplicação do método de troca


de variável, reescrevendo as funções de acordo com o formato acima.

2𝑥
Exemplo 17: Calcule ∫ 𝑥 2 −5 𝑑𝑥.

Para a integral deste exemplo, façamos a mudança de variável 𝑢 = 𝑥 2 − 5. Agora,


derivando em ambos os membros essa igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥. Em seguida,
reescrevendo a integral original, em termos da variável 𝑢, obtém-se:

2𝑥 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
𝑥2 −5 𝑢

Pelo item 9, da Tabela 1, com as fórmulas para cálculo de integrais indefinidas, sabemos
que:

1
∫ 𝑑𝑢 = ln |𝑢| + 𝐶.
𝑢

Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:


2𝑥
∫ 𝑑𝑥 = ln |𝑥 2 − 5| + 𝐶.
𝑥2−5

3𝑥 2
Exemplo 18: Calcule ∫ 2𝑥 3 +6 𝑑𝑥.

Para esta integral, utilizando-se das propriedades das integrais indefinidas, pode-se
colocar a constante 3 multiplicando fora da integral:

3𝑥 2 𝑥2
∫ 𝑑𝑥 = 3 ∫ 𝑑𝑥.
2𝑥 3 + 6 2𝑥 3 + 6

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A integral indefinida e as regras de integração

Em seguida, façamos a mudança de variável 𝑢 = 2𝑥 3 + 6. Agora, derivando em ambos


os membros essa igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 6𝑥 2 𝑑𝑥. Reescrevendo a integral original, em
termos da variável 𝑢, obtém-se:

𝑥2 1 1 1 1 1 1
3∫ 3 𝑑𝑥 = 3 ∫ ⋅ 𝑑𝑢 = 3 ⋅ ⋅ ∫ 𝑑𝑢 = ⋅ ∫ 𝑑𝑢
2𝑥 + 6 6 𝑢 6 𝑢 2 𝑢

Pelo item 9, da Tabela 1, com as fórmulas para cálculo de integrais indefinidas, sabemos
que:
1
∫ 𝑑𝑢 = ln |𝑢| + 𝐶.
𝑢

Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:

3𝑥 2 1
∫ 3
𝑑𝑥 = ⋅ ln |2𝑥 3 + 6| + 𝐶.
2𝑥 + 6 2

𝑥
Exemplo 19: Calcule ∫ 𝑥 2 +1 𝑑𝑥.

Para esta integral, façamos a mudança de variável 𝑢 = 𝑥 2 + 1. Agora, derivando em


ambos os membros essa igualdade, tem-se 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥. Reescrevendo a integral original,
em termos da variável 𝑢, obtém-se:

𝑥 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ ⋅ 𝑑𝑢 = ⋅ ∫ 𝑑𝑢
𝑥2 + 1 2 𝑢 2 𝑢

Pelo item 9, da Tabela 1, com as fórmulas para cálculo de integrais indefinidas, sabemos
que:

1
∫ 𝑑𝑢 = ln |𝑢| + 𝐶.
𝑢

Agora, retornando para a variável original 𝑥, temos:


𝑥 1
∫ 𝑑𝑥 = ⋅ ln |𝑥 2 + 1| + 𝐶.
𝑥2 + 1 2

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A integral indefinida e as regras de integração

Concluídos os estudos sobre o método da substituição para o cálculo de integrais


indefinidas, vamos agora revisar os conteúdos vistos nesta aula.

1.4. RESUMO

Nesta aula iniciamos os nossos estudos sobre um dos principais conceitos da


Matemática: a integral indefinida. Vimos que este é um dos conteúdos do cálculo que
mais apresenta aplicações, em diversas áreas. Começamos com a ideia de primitiva de
uma função, para em seguida, entendermos o cálculo de uma integral indefinida como
sendo um processo contrário ao de derivação.
Em seguida, definimos formalmente o que é uma integral indefinida. Vimos suas
principais propriedades, com exemplos de uso. E por fim, estudamos alguns dos métodos
de integração, como a regra da potência, o uso de fórmulas para o cálculo de integrais
indefinidas e também o método de integração por substituição de variável. Bons estudos!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FLEMMING, Diva M.; GONÇALVES, Mirian B.; Cálculo A: funções, limite,


derivação, integração. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

FACCIN, Giovani Manzeppi. Elementos de cálculo diferencial e integral. [livro


eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2015.

LEITE, Álvaro Emílio; CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Tópicos de cálculo I. [livro


eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017.

THOMAS, George B; WEIR, Maurice D; HASS, Joel. Cálculo. [livro eletrônico]. V. 1.


10ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.

THOMAS, George B; WEIR, Maurice D; HASS, Joel. Cálculo. [livro eletrônico]. V. 1.


12ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

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