Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

DISCIPLINA: PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSO DE CUIDAR DA MULHER, CRIANÇA


E ADOLESCENTE

RELATÓRIO UNIDADE I VIDEO AULA: CONSULTA DE PRÉ-NATAL DE RISCO


HABITUAL

ANA LÚCIA AZEVDO ARAÚJO


UP18106344

ABAETETUBA – PARÁ
2020
VIDEO AULA: “CONSULTA DE PRÉ-NATAL DE RISCO HABITUAL”

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório descreve os procedimentos em que o profissional de saúde,


médico ou enfermeiro, deverá executar ao iniciar a primeira consulta de pré-natal de risco
habitual. Este pré-natal é aquele de baixo risco, onde a gestante não apresenta comorbidades
ou doença que possa se agravar durante a gestação. A escuta inicial dessa gestante é feita por
meio da anamnese, que é um registro de dados obtidos durante uma entrevista. Ela é dividida
por etapas a fim de organizar os dados e orientar a gestante da melhor maneira possível. As
respostas da cliente são inseridas em fichas onde constará a identificação dela, escolaridade,
estado civil, ocupação, antecedentes familiares, antecedentes pessoais, antecedentes
ginecológicos, sexualidade, antecedentes obstétricos e gestação atual.
Na entrevista é importante não julgar e nem ter preconceitos com a gestante, pois isso
permite a mulher falar de sua intimidade com segurança e a fortalecer no seu caminho até o
parto. As questões trazidas durante a escuta podem representar um problema sério para quem
a apresenta, por isso o enfermeiro demonstrará nesse momento o seu apoio e a confiança
necessária na qual permitirá que a mulher construa conhecimento sobre si mesma,
contribuindo para um nascimento tranquilo e saudável de seu bebê. (BRASIL, 2013).
Outra etapa importante é a realização dos exames físicos gerais e específicos. Estes
permitem avaliar o estado físico que a gestante se encontra, bem como o do feto. De acordo
com Peixoto (2014), o exame físico tem dois papéis básicos: buscar anormalidades não
mencionadas durante a anamnese e conferir as alterações indicadas no interrogatório. Como
esses exames são invasivos para algumas mulheres, é importante que o profissional explique
como será todo o processo, mostrando a sua finalidade e sanando as dúvidas da gestante. Isso
garantirá a mulher uma gestação segura.
Dessa forma, o pré-natal de risco habitual será realizado tranquilamente pela gestante
desde que essa seja bem acolhida, não sofrendo nenhum tipo de prejulgamento. O profissional
sabe o quanto a mulher em período gestacional estará sofrendo por conta das mudanças físicas
e psicológicas, por isso é necessário demonstrar confiança ao entrevistar a cliente,
conversando de forma clara e simples, e mantendo a ética profissional ao realizar os exames
físicos.
2 OBJETIVO

Orientar o profissional de saúde para acolher e dar assistência adequada à mulher


durante o pré-natal, entrevistando-a a fim de identificar problemas físicos e psicológicos,
intervindo ou minimizando estes. Assim como, criar um ambiente amigável para que a
gestante se sinta segura em relação a sua gravidez, podendo dessa forma avaliar
continuamente o bem-estar materno e fetal por meio de exames físicos gerais e específicos.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Anamnese

É uma entrevista contendo os seguintes tópicos:


• Identificação da gestante: nome completo, data de nascimento e idade;
• Dados socioeconômicos: escolaridade, ocupação e estado civil.
• Antecedentes familiares: hipertensão arterial crônica, diabetes, câncer de mama,
gemelaridade.
• Antecedentes pessoais gerais: comorbidades, desvios nutricionais e DSTs.
• Antecedentes ginecológicos: idade da menarca.
• Sexualidade: idade da primeira relação sexual, número de parceiros, prática sexual na
gestação atual ou em gestações anteriores, uso de contraceptivos.
• Antecedentes obstétricos: detalhe de cada gestação.
• Gestação atual: data da última menstruação, idade gestacional, data provável do parto.

4 EXAMES

4.1 Exame Físico Geral

É uma avaliação individual que permite coletar dados básicos da gestante e identificar
possíveis anormalidades, orientando a mulher a desenvolver cuidados com a saúde. Nele estão
incluídos:
• Altura;
• Peso;
• Avaliação nutricional da gestante;
• Verificação da frequência cardíaca e respiratória;
• Aferição de pressão arterial;
• Membros inferiores;

4.2 Exames Específicos

4.2.1 Obstetrícia

No exame físico do abdome da gestante o profissional precisa medir a altura uterina,


fazer a apalpação e ausculta fetal.
• Altura uterina: para medir, o profissional deve fixar a extremidade inicial da fita
métrica na borda superior da sínfise púbica até o final do fundo do útero. O valor indicado no
final da fita é a altura uterina, dada em centímetros.
• Apresentação fetal: é feita por meio da palpação obstétrica, procurando identificar os
pólos cefálico, pélvico e córmico. O feto é cefálico quando a sua cabeça está voltada para
região pélvica; ele é pélvico quando está sentado e é córmico quando está na situação
transversa, onde os braços e as pernas estão para baixo.
• Situação fetal: pode ser longitudinal ou transversa. Na situação longitudinal o maior
eixo fetal está paralelo ao maior eixo materno. Já na situação transversa o maior eixo fetal está
perpendicular ao maior eixo materno.
• Dorso fetal: visa determinar a posição fetal, podendo estar à direita ou à esquerda da
mãe.
• Batimentos cardiofetais: A frequência cardíaca fetal normal está entre 120 a 160
batimentos por minuto (bpm). Essa ausculta é feita pelo sonar ou por meio do estetoscópio,
identificando dessa forma o ritmo dos batimentos cardíacos: rítmico ou arrítmico, e o valor do
bpm.
• Movimentos fetais: neste é verificado se está presente ou ausente.

4.2.2 Exame Clínico das Mamas

Este exame contribuirá para o rastreamento do câncer de mama. Para tanto verifica-se:
• O número de mamilos da gestante;
• Tamanho da mama;
• O tipo de mamilo: por meio dessa verificação o profissional de saúde orientará a
gestante sobre a forma correta de dar mama ao bebê.

4.2.3 Exame Ginecológico

A gestante poderá realizar o Papanicolau, visto que ele é um exame preventivo do


câncer do colo do útero e permite rastrear lesões. Durante o exame, o profissional deve
utilizar somente a espátula para fazer a coleta ectocervical.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na primeira consulta de pré-natal nota-se a importância da anamnese da gestante, pois


por meio da entrevista é possível saber o contexto social e emocional da mulher, bem como os
fatores que contribuirão para uma gravidez de baixo ou de alto risco. Por isso é necessário,
depois de registrar os dados pessoais, verificar a escolaridade da gestante para que o
profissional utilize uma linguagem mais acessível, e assim repassar os cuidados para a mãe e
o bebê; verificar o estado civil, pois quanto mais estável a gestante melhor será o andamento
do pré-natal. Outros registros são idade, ocupação, antecedentes familiares, antecedentes
pessoais e vícios que contribuem para os riscos durante a gravidez.
Antes dos 18 anos e depois dos 35, a gravidez já é considerada de alto risco, visto que
no primeiro caso o corpo da mulher não está totalmente desenvolvido. Já no segundo caso, é
mais incidente nessa faixa etária doenças como diabetes, hipertensão arterial, entre outras,
além de aumentar a porcentagem de nascer um filho com deficiência física ou mental. Outro
fator é a ocupação da gestante, pois de acordo com isso, ela é orientada a ter alguns cuidados
na profissão e evitar riscos. Os antecedentes familiares, ou seja, o histórico da família
contribui para o risco, principalmente se há familiares com hipertensão, diabetes,
gemilaridade. A gemilaridade é um fator de risco devido a incidência de nascimento
prematuro. A própria gestante já pode ter desenvolvido uma hipertensão arterial crônica ou
diabetes, nesse caso ela não estará no pré-natal de risco habitual.
É essencial na primeira consulta de pré-natal medir a altura e o peso da mulher grávida
para determinar o IMC (Índice de Massa Corporal). Este cálculo permite verificar se a
gestante está abaixo do peso, com excesso de peso, obesa ou com o peso normal. Ao verificar
o resultado desse cálculo, o profissional deverá orientar a gestante para que esta tenha uma
alimentação saudável, mesmo que esta esteja dentro da faixa de IMC considerada normal.
Nos antecedentes ginecológicos o profissional questiona a respeito da primeira
menstruação. Sobre a sexualidade ele fornece informações sobre a atividade sexual durante a
gestação; pergunta sobre o número de parceiros, pois muitas vezes a mãe não sabe quem é o
pai, isso pode levantar suspeita sobre a presença de alguma doença sexualmente transmissível.
Também é indispensável perguntar sobre a utilização de métodos contraceptivos.
Ainda na anamnese o profissional de saúde indaga a gestante, sobre o número de
gestações, abortos, tipo de parto. Realiza o cálculo da data provável do parto, tendo como
base a data da última menstruação. Na impossibilidade de determinar a idade gestacional é
realizada uma ultrassonografia.
É importante o médico ou enfermeiro realizar os exames físicos gerais na gestante,
pois por meio deles é possível verificar como está o estágio de nutrição dela, se a pressão
arterial está com alteração, podendo ser hipertensão ou hipotensão. O diagnóstico precoce
ajuda a diminuir problemas cardíacos e respiratórios na gestação. Também durante este exame
é observado os membros inferiores da mulher grávida, verificando se esta possui algum
edema, e assim orientar sobre como diminuir os inchaços.
Nos exames específicos: obstétrico, das mamas e colpocitologia oncótica é possível
avaliar a gestante e o feto. No exame obstétrico é verificado como está o feto, qual o
tamanho, a posição que ele encontra-se, se está normal os batimentos cardíacos e a quantidade
de bpm. Já no exame das mamas é possível verificar o tamanho, formato, o volume e se há
dor na apalpação, nódulos, podendo a gestante ser encaminhada para realização e
ultrassonografia das mamas ou mamografia. Na colpocitologia oncótica é possível detectar se
as células do útero estão normais ou possuem alguma alteração, que será tratada conforme
orientação profissional.
A consulta de pré-natal de risco habitual é essencial para a gestante, pois por meio dela
é feito todo o acompanhamento dela, não somente físico como psicológico. É importante
saber como está a alimentação, como está a pressão arterial, se há alguma doença de família
ou que adquiriu, como está a saúde do feto; como está emocionalmente, se sabe quem é o pai
da criança, se tem condições de conceber essa criança, se há problemas familiares que afetam
a sua gestação, enfim, são inúmeras questões que o profissional de saúde percebe ao fazer a
entrevista com a gestante e a orienta para diminuir seus medos e ansiedades. Dessa forma, a
mulher se sente acolhida e passa a confiar no profissional que a acompanhará até o período
pós-parto para mais avaliações e orientações necessárias para ela e a criança.
6 REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.

PEIXOTO, Sérgio. Manual de assistência pré-natal. 2 ed. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2014.

BOTELHO, Nara Macedo et al., Manual de habilidades profissionais: atenção à saúde da


mulher e gestante. Belém, EDUEPA, 2018.

Você também pode gostar