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A SOMA DE

RIEMANN E A
INTEGRAL
DEFINIDA

Felipe Pereira Gomes


A soma de Riemann e a integral definida

1. A SOMA DE RIEMANN E A INTEGRAL DEFINIDA

Olá aluno(a) UNIFACEAR! Seja muito bem vindo(a) a essa aula. Nela, vamos
estudar o que são as somas de Riemann e também as integrais definidas. Veremos dois
processos para estimar o valor da área presente entre a curva do gráfico de uma função e
um dos eixos cartesianos, em um determinado intervalo. Com esta ideia, vamos conhecer
as integrais definidas. E por fim, estudaremos um novo processo de integração, conhecido
como integração por partes. Vamos lá!

1.1. ESTIMANDO ÁREAS

Vamos iniciar nossos estudos desta aula sobre o processo de cálculo da área de
uma região limitada pela curva gráfica de uma função e um dos eixos cartesianos, dentro
de um determinado intervalo. Suponha que queremos calcular o valor da área entre a
curva descrita no gráfico abaixo e o eixo 𝑥, no intervalo [3,10].

Figura 1: Gráfico de uma função compreendida no intervalo [3,10].

Fonte: GOMES (2021).

Observando a figura gerada pelo gráfico, perceba que ela não possui formato
semelhante a uma das figuras planas conhecidas da geometria euclidiana, desta forma,
como determinar a área ocupada por ela? Pois bem, podemos adaptá-la a uma das formas
conhecidas. Para este processo, vamos dividir este intervalo em 𝑛 subintervalos iguais,

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A soma de Riemann e a integral definida
que denotaremos por Δ𝑥. Para exemplificar, consideremos 𝑛 = 7, o que implica na
partição deste intervalo em 7 subintervalos. Na Figura 2 observamos as 7 divisões.

Figura 2: Área compreendida entre a curva e o eixo 𝑥, no intervalo [3,10], dividida em 7 retângulos.

Fonte: GOMES (2021).

Note que, pela Figura 2, ao realizar a partição do intervalo em 7 subintervalos, a


área inicial foi dividia em 7 retângulos, de base Δ𝑥, referente ao comprimento de cada
intervalo e altura 𝑦. Da geometria plana, para calcular a área de um retângulo basta
multiplicar as medidas da base pela altura. No caso dos retângulos que compõe o gráfico,
basta multiplicar Δ𝑥 por 𝑦. Somando a área destes 7 retângulos, obtemos o valor
aproximado da área do gráfico compreendida entre a curva e o eixo 𝑥, no intervalo [3,10].
Ainda sobre a Figura 2, repare que sobrou uma parte de cada retângulo acima da
linha que compõe o gráfico, isto implica na diferença entre o valor aproximado calculado
e o valor real da área. Para diminuir este erro e encontrar uma aproximação melhor,
podemos aumentar o número de divisões no intervalo, tornando o valor da base do
retângulo tão pequeno, o que implica numa diminuição do erro da estimativa.
Agora, vamos utilizar uma outra ideia do cálculo afim de encontrar um valor igual
ou muito próximo da área procurada. Pensando no conceito de limite de uma função, com
𝑛 tendendo ao infinito, sendo 𝑛 o número de subintervalos, a base de cada retângulo
tenderá a zero e a soma das áreas dos retângulos tenderá para a área exata sob a curva,
como mostra a Figura 3.

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A soma de Riemann e a integral definida

Figura 3: Área total dividida em 𝑛 retângulos.

Fonte: GOMES (2021).

Agora que compreendemos como estimar a área compreendida entre o gráfico e


o eixo em um determinado intervalo, vamos definir o que é uma soma de Riemann,
conceito importante do cálculo de integral definida. Iniciaremos este assunto, definindo
a partição de um intervalo.

1.2. SOMA DE RIEMANN

Como mencionado anteriormente, para o início de nossos estudos sobre a soma


de Riemann, vamos conceituar a partição de um intervalo. A partição de um intervalo (𝑃)
é qualquer decomposição de um intervalo [𝑎, 𝑏] em novos subintervalos, que assumem a
forma:

[𝑥0 , 𝑥1 ], [𝑥1 , 𝑥2 ], … , [𝑥𝑘−1 , 𝑥𝑘 ], … , [𝑥𝑛−1 , 𝑥𝑛 ],

Em que 𝑛 é um número inteiro e positivo e os números 𝑥𝑘 são:

𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛−1 < 𝑥𝑛 = 𝑏.

Uma partição 𝑃 divide o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos.

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A soma de Riemann e a integral definida

A diferença entre os dois números que compõem cada subintervalo é representada


por Δ𝑥 e recebe o nome de amplitude do intervalo, sendo Δ𝑥 = 𝑥𝑛 − 𝑥𝑛−1 . Os valores de
Δ𝑥 não são necessariamente iguais. A maior amplitude do intervalo recebe o nome de
norma da partição 𝑃 e é denotada por ||𝑃||.
Os conceitos que acabamos de estudar serão importantes no entendimento do que
é uma soma de Riemann, a próxima definição que veremos.
Seja uma função 𝑓(𝑥) definida em um intervalo [𝑎, 𝑏] e seja 𝑃, uma partição
qualquer deste intervalo. A soma de Riemann (𝑅) da função 𝑓(𝑥) é expressa por:

𝑅 = ∑ 𝑓(𝑤𝑘 ) ⋅ 𝛥𝑥𝑘 ,
𝑘=1

Sendo 𝑤𝑘 um número pertencente ao subintervalo [𝑥𝑘−1 , 𝑥𝑘 ] e 𝑘 um número


inteiro positivo, que varia de 1 até 𝑛, sucessivamente.
Utilizando a soma de Riemann que acabamos de definir, vamos buscar uma
aproximação para uma área compreendida entre a linha que compõe o gráfico e o eixo 𝑥,
em um intervalo [𝑎, 𝑏].
Anteriormente, dividimos o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos, que é equivalente
ao processo de realizar uma partição 𝑃 deste mesmo intervalo. Em seguida, dividimos a
figura em retângulos, de base Δ𝑥 (amplitude de cada intervalo, a norma da partição) e
altura 𝑦, que corresponde ao valor da função no ponto 𝑤𝑘 , ou seja, 𝑓(𝑤𝑘 ). Calculamos a
área de cada retângulo multiplicando a base pela altura, ou seja, Δ𝑥 ⋅ 𝑓(𝑤𝑘 ), e por fim,
somamos a área de cada retângulo, que é representado pela soma de Riemann.
Como buscamos uma estimativa muito próxima ao valor real da área procurada,
devemos dividir a figura no maior número de retângulos possíveis, mas para que isso seja
possível, o valor da base de cada retângulo deve ser mínimo, ou seja, Δ𝑥 tende a zero.
Portanto, a área desejada é o limite (𝐼) de uma soma de Riemann quando Δ𝑥 tende a zero.
Este limite 𝐼 é chamado de integral definida da função 𝑓(𝑥) no intervalo [𝑎, 𝑏].
𝑛

lim ∑ 𝑓(𝑤𝑘 ) ⋅ 𝛥𝑥𝑘 = 𝐼.


||𝑃||→0
𝑘=1

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A soma de Riemann e a integral definida

1.3. A INTEGRAL DEFINIDA E O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

A integral definida de uma função 𝑓(𝑥), definida em um intervalo [𝑎, 𝑏] é


representada por:

𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.
𝑎

A leitura é feita como “integral de 𝑎 até 𝑏 de 𝑓 de 𝑥 𝑑𝑥”. O número real 𝑎 é o


limite inferior de integração e o número real 𝑏 é o limite superior de integração.
O teorema fundamental do cálculo, desenvolvido por Isaac Newton e Gottfried
Wilhelm Leibniz, estabelece a relação entre derivadas e integrais definidas. Vamos
enunciar este teorema.

Teorema Fundamental do Cálculo: Seja 𝐹(𝑥) uma primitiva da função 𝑓(𝑥) em um


intervalo [𝑎, 𝑏]. A integral definida de 𝑓(𝑥) é dada por:

𝑏
𝑎
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎 𝑏

A partir do Teorema Fundamental do Cálculo é possível calcular o valor de áreas


limitadas pela curva (ou reta) que compõe o gráfico e um dos eixos cartesianos. Vejamos
alguns exemplos.

Exemplo 1: Dada a função 𝑓(𝑥) = 3𝑥. Determine o valor da área subentendida entre a
reta do gráfico e o eixo 𝑥, no intervalo [0,6].
Primeiramente, vamos representar o gráfico desta função no intervalo onde desejamos
determinar a área.

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A soma de Riemann e a integral definida

Figura 4: Representação do gráfico da função 𝑓(𝑥) = 3𝑥 no intervalo [0,6].

Fonte: GOMES (2021).

Os valores dos extremos do intervalo representam os limites de integração, sendo


0 o limite inferior e 6 o limite superior. Aplicando a definição de integral definida,
obtemos:

6
∫ 3𝑥 𝑑𝑥.
0

Em seguida, utilizamos o Teorema Fundamental do Cálculo para determinar o


valor da área:

6
∫ 3𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹(6) − 𝐹(0).
0

Para encontrar a primitiva da função 𝑓(𝑥) = 3𝑥 calculamos sua integral


indefinida:

3𝑥 2
∫ 3𝑥 𝑑𝑥 = +𝐶.
2

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A soma de Riemann e a integral definida

3𝑥 2
Portanto, 𝐹(𝑥) = , logo:
2

6
3(6)2 3(0)2 3 ⋅ 36 0
∫ 3𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹(6) − 𝐹(0) = − = − = 54 𝑢. 𝑎.
0 2 2 2 2

Portanto, o valor da área subentendida entre a reta do gráfico da função 𝑓(𝑥) =


3𝑥 e o eixo 𝑥, no intervalo [0,6] é 54 unidades de área.

Exemplo 2: Dada a função 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 . Determine o valor da área subentendida entre a


parábola do gráfico e o eixo 𝑥, no intervalo [1,2].
Primeiramente, vamos representar o gráfico desta função no intervalo onde desejamos
determinar a área.

Figura 5: Representação do gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 no intervalo [1,2].

Fonte: GOMES (2021).

Assim como no exemplo anterior, os valores dos extremos do intervalo


representam os limites de integração, sendo 1 o limite inferior e 2 o limite superior.
Aplicando a definição de integral definida, obtemos:

2
∫ 𝑥 2 𝑑𝑥.
1

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A soma de Riemann e a integral definida

Em seguida, utilizamos o Teorema Fundamental do Cálculo para determinar o


valor da área:

2
∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = 𝐺(2) − 𝐺(1).
1

Para encontrar a primitiva da função 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 calculamos sua integral


indefinida:

2
𝑥3
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = +𝐶.
3

𝑥3
Portanto, 𝐺(𝑥) = , logo:
3

2
2
23 13 8 1 7
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐺(2) − 𝐺(1) = − = − = 𝑢. 𝑎.
1 3 3 3 3 3

Portanto, o valor da área subentendida entre a reta do gráfico da função 𝑔(𝑥) =


7
𝑥 2 e o eixo 𝑥, no intervalo [1,2] é 3 unidades de área.

Exemplo 3: Dada a função ℎ(𝑥) = 𝑥 3 + 3𝑥 − 1. Determine o valor da área subentendida


entre a curva do gráfico e o eixo 𝑥, no intervalo [1,2].
Para este exemplo, diferente dos dois exemplos anteriores, vamos omitir a representação
gráfica e iniciar a resolução diretamente pelo cálculo das integrais. Já conhecidos os
limites de integração, vamos então determinar a integral definida:

2
∫ 𝑥 3 + 3𝑥 − 1 𝑑𝑥.
1

Agora, utilizamos o Teorema Fundamental do Cálculo para determinar o valor da área:

2
∫ 𝑥 3 + 3𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 𝐻(2) − 𝐻(1).
1

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A soma de Riemann e a integral definida

Para encontrar a primitiva da função ℎ(𝑥) = 𝑥 3 + 3𝑥 − 1 calculamos sua integral


indefinida:

𝑥 4 3𝑥 2
∫ 𝑥 3 + 3𝑥 − 1 𝑑𝑥 = + −𝑥+𝐶.
4 2

𝑥4 3𝑥 2
Portanto, 𝐻(𝑥) = + − 𝑥, logo:
4 2

2
24 3 ⋅ 22 14 3 ⋅ 12
∫ 𝑥 3 + 3𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 𝐻(2) − 𝐻(1) = [ + − 2] − [ + − 1]
1 4 2 4 2
16 12 1 3 29
=[ + − 2] − [ + − 1] = 𝑢. 𝑎.
4 2 4 2 4

Portanto, o valor da área subentendida entre a reta do gráfico da função ℎ(𝑥) = 𝑥 3 +


29
3𝑥 − 1 e o eixo 𝑥, no intervalo [1,2] é unidades de área.
4

O já conhecido método de integração por substituição de variável também pode


ser aplicado para o cálculo de integrais definidas. Porém, devemos tomar cuidado, pois
os limites de integração também são substituídos. Vejamos um exemplo.

Exemplo 4: Calcule
2
∫ (𝑥 − 1)5 𝑑𝑥.
1

Primeiramente, façamos a seguinte substituição: 𝑢 = 𝑥 − 1. Derivando ambos os


membros desta igualdade obtemos: 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. Agora, vamos pensar nos limites de
integração, iniciando pelo limite inferior 𝑥 = 1. Se 𝑥 = 1 (1) e 𝑢 = 𝑥 − 1 (2),
substituindo 𝑥 = 1 na equação 2, obtemos 𝑢 = 0, logo, na substituição o limite inferior é
𝑢 = 0.De modo semelhante, para o limite superior de integração, 𝑥 = 2, substituindo na
equação 2, obtemos 𝑢 = 1. Portanto, os novos limites de integração inferior e superior,
respectivamente são: 𝑢 = 0 e 𝑢 = 1. Logo:

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A soma de Riemann e a integral definida

2 1
∫ (𝑥 − 1) 𝑑𝑥 = ∫ (𝑢)5 𝑑𝑢
5
1 0
𝑢6
Como ∫ 𝑢5 𝑑𝑢 = então:
6
1
16 06 1
∫ (𝑢)5 𝑑𝑢 = [ ] − [ ] = .
0 6 6 6
2 1
Logo, ∫1 (𝑥 − 1)5 𝑑𝑥 = 6 .

Agora que já conhecemos as integrais definidas e algumas formas de calculá-las,


vamos estudar um novo método de integração: o método de integração por partes.

1.4. O MÉTODO DE INTEGRAÇÃO POR PARTES

Sabemos que para o cálculo de determinadas integrais, existem fórmulas tabeladas


para facilitar o processo. Mas em alguns casos, outras integrais não são determinadas
através dessas fórmulas. Para esses casos, há alguns métodos para adequação dessas
integrais ao formato das integrais tabeladas, como o método da substituição.
Para determinadas integrais, cujo processo de adequação não é possível, ou se
torna muito trabalhoso, existe o método de integração por partes. Esta técnica é utilizada
para simplificar o cálculo de integrais da forma:

∫ 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) 𝑑𝑥,

No qual 𝑓 é uma função que pode ser derivada repetidamente e 𝑔 pode ser integrada
repetidamente. Para integrais que assumem este formato, utilizamos uma fórmula de
integração.
A fórmula de integração por partes, para integrais indefinidas, é expressa por:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

Onde 𝑢 e 𝑣 são funções deriváveis de 𝑥.

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A soma de Riemann e a integral definida

Vejamos alguns exemplos de cálculo de integrais indefinidas utilizando este


método de integração.

Exemplo 5: Calcule

∫ 𝑥 ⋅ cos(𝑥) 𝑑𝑥

Para integrarmos pelo método da integração por partes, devemos realizar uma boa
escolha, de quais serão as funções 𝑢 e 𝑣. Para este exemplo, seja 𝑢 = 𝑥 e 𝑑𝑣 = cos(𝑥) 𝑑𝑥.
Pela fórmula de integração por parte, precisamos dos valores de 𝑑𝑢 e também de 𝑣. Para
obtermos 𝑑𝑢, derivamos em ambos os membros a igualdade 𝑢 = 𝑥, logo, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. Para
encontrarmos 𝑣, precisamos integrar a função 𝑑𝑣, logo:

𝑣 = ∫ cos(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶.

Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, obtemos:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

∫ 𝑥 ⋅ cos (𝑥) = 𝑥 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + cos(𝑥) + 𝐶.

Portanto, ∫ 𝑥 ⋅ cos(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + cos(𝑥) + 𝐶.

Exemplo 6: Calcule

∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

Primeiramente, vamos determinar quais serão as funções 𝑢 e 𝑣. Para este exemplo,


seja 𝑢 = 𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. Pela fórmula de integração por parte, precisamos dos valores
de 𝑑𝑢 e também de 𝑣. Para obtermos 𝑑𝑢, derivamos em ambos os membros a igualdade
𝑢 = 𝑥, logo, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. Para encontrarmos 𝑣, precisamos integrar a função 𝑑𝑣, logo:

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A soma de Riemann e a integral definida

𝑣 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝐶.

Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, obtemos:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

∫ 𝑥 ⋅ ex = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex + 𝐶.

Portanto, ∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex + 𝐶.

Exemplo 7: Calcule

∫ ln (𝑥) 𝑑𝑥

Como sabemos, para integrarmos pelo método da integração por partes, devemos realizar
uma boa escolha, de quais serão as funções 𝑢 e 𝑣. Para este exemplo, seja 𝑢 = ln (𝑥) e
𝑑𝑣 = 𝑑𝑥. Pela fórmula de integração por parte, precisamos dos valores de 𝑑𝑢 e também
de 𝑣. Para obtermos 𝑑𝑢, derivamos em ambos os membros a igualdade 𝑢 = ln (𝑥), logo,
1
𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥. Para encontrarmos 𝑣, precisamos integrar a função 𝑑𝑣, logo:

𝑣 = ∫ 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝐶.

Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, obtemos:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

1
∫ ln(𝑥) 𝑑𝑥 = ln (𝑥) ⋅ 𝑥 − ∫ 𝑥 ⋅ 𝑑𝑥 = ln(𝑥) ⋅ 𝑥 − 𝑥 + 𝐶.
𝑥

Portanto, ∫ ln(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑙𝑛(𝑥) − 𝑥 + 𝐶.

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A soma de Riemann e a integral definida

O método de integração por partes também pode ser utilizado para o cálculo de
integrais definidas. A expressão da fórmula de integração por partes, para integrais
definidas, é dada por:

𝑏 𝑏
𝑏
∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣] − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑎 𝑎 𝑎

Onde 𝑢 e 𝑣 são funções deriváveis de 𝑥. Vejamos um exemplo de cálculo de integral


definida pelo método de integração por partes.

Exemplo 8: Calcule
2
∫ 𝑥 ⋅ ln(𝑥) 𝑑𝑥
1

Do mesmo modo em que calculamos a integrais indefinidas, para integrarmos pelo


método da integração por partes, devemos realizar uma boa escolha de quais serão as
funções 𝑢 e 𝑣. Agora, seja 𝑢 = ln (𝑥) e 𝑑𝑣 = 𝑥 𝑑𝑥. Pela fórmula de integração por parte,
precisamos dos valores de 𝑑𝑢 e também de 𝑣. Para obtermos 𝑑𝑢, derivamos em ambos
1
os membros a igualdade 𝑢 = ln (𝑥), logo, 𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥. Para encontrarmos 𝑣, precisamos

integrar a função 𝑑𝑣, logo:

𝑥2
𝑣 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝐶.
2
Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, para integrais definidas,
obtemos:

𝑏 𝑏
𝑏
∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣] − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑎 𝑎 𝑎

2 2 2
𝑥2 2 𝑥 1
∫ 𝑥 ⋅ ln (𝑥) 𝑑𝑥 = ln (𝑥) ⋅ ] −∫ ⋅ 𝑑𝑥
1 2 1 1 2 𝑥

2
𝑥2 2 𝑥2 2
∫ 𝑥 ⋅ ln(𝑥) 𝑑𝑥 = [ln (𝑥) ⋅ ] −[ ]
1 2 1 4 1

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A soma de Riemann e a integral definida

Aplicando os limites de integração através do Teorema Fundamental do Cálculo,


obtemos:

2
22 12 22 12
∫ 𝑥 ⋅ ln(𝑥) 𝑑𝑥 = [(ln(2) ⋅ ) − (ln(1) ⋅ )] − [ − ] = 0,63629 …
1 2 2 4 4

Portanto,
2
∫ 𝑥 ⋅ ln(𝑥) 𝑑𝑥 = 0,63629 …
1

Em alguns casos pode ser necessário a utilização do método de integral por


partes mais de uma vez para determinar a integral. Vejamos um exemplo.

Exemplo 9: Calcule

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

Como fizemos nos exemplos anteriores, para integrarmos pelo método da integração por
partes, devemos realizar uma boa escolha de quais serão as funções 𝑢 e 𝑣. Para este
exemplo, seja 𝑢 = x 2 e 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. Pela fórmula de integração por parte, precisamos
dos valores de 𝑑𝑢 e também de 𝑣. Para obtermos 𝑑𝑢, derivamos em ambos os membros
a igualdade 𝑢 = x 2 , logo, 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥. Para encontrarmos 𝑣, precisamos integrar a
função 𝑑𝑣, logo:

𝑣 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝐶.

Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, obtemos:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = x 2 ⋅ 𝑒 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 ⋅ 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 ⋅ 𝑒 𝑥 − 2 ∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. (1)

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A soma de Riemann e a integral definida

Porém, a integral ∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 também deve ser calculada por partes, pois se trata
de uma multiplicação de duas funções. Vamos integra-la separadamente.

∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

Fazendo 𝑢 = 𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. Pela fórmula de integração por parte, precisamos dos


valores de 𝑑𝑢 e também de 𝑣. Sendo 𝑢 = 𝑥, logo, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. Para encontrarmos 𝑣,
precisamos integrar a função 𝑑𝑣, logo:

𝑣 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝐶.

Substituindo esses valores na fórmula de integração por partes, obtemos:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 ⋅ 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢,

∫ 𝑥 ⋅ ex = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex + 𝐶.

Portanto, ∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex + 𝐶. Agora, colocando este resultado para a integral


(1), obtemos:

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 ⋅ 𝑒 𝑥 − 2 ∫ 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥.

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 ⋅ 𝑒 𝑥 − 2(𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex ) + 𝐶.

Portanto, ∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 ⋅ 𝑒 𝑥 − 2(𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 − ex ) + 𝐶.

Concluídos os nossos estudos sobre as integrais definidas e também sobre o


método de integração por partes, vamos agora revisar o que estudamos nesta aula.

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A soma de Riemann e a integral definida

1.5. RESUMO

Nesta aula, conceituamos o que são integrais definidas, mas para


chegarmos até essa definição, aprendemos como estimar a área presente entre a
curva que compõe o gráfico de uma função e um dos eixos cartesianos, em um
determinado intervalo. Utilizamos a ideia anterior para estudarmos as Somas de
Riemann, que demonstram matematicamente o processo de estimativa de área.
Em seguida, através do importante Teorema Fundamental do Cálculo,
aprendemos como determinar a área exata entre a curva e o eixo. Aplicamos o
método da substituição para o cálculo de integrais definidas.

Também estudamos um novo método de integração, conhecido como


integração por partes, que é utilizado para calcular integrais definidas e indefinidas, que
assumem o formato de multiplicação entre duas funções. Bons estudos e até a próxima
aula!

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A soma de Riemann e a integral definida

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FACCIN, Giovani Manzeppi. Elementos de cálculo diferencial e integral. [livro


eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2015.

FLEMMING, Diva M.; GONÇALVES, Mirian B.; Cálculo A: funções, limite,


derivação, integração. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

LEITE, Álvaro Emílio; CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Tópicos de cálculo I. [livro


eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017.

THOMAS, George B; WEIR, Maurice D; HASS, Joel. Cálculo. [livro eletrônico]. V. 1.


10ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.

THOMAS, George B; WEIR, Maurice D; HASS, Joel. Cálculo. [livro eletrônico]. V. 1.


12ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

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