Você está na página 1de 272

COPYRIGHT © 2020

CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR.


Todos os direitos reservados ao: Centro Universitário Redentor

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste
livro, sem prévia autorização por escrito da detentora dos direitos, poderá ser
reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos,
mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.

Diretoria EaD
Muriel Batista de Oliveira | Currículo lattes

Gerência EaD
Jamil Bussade Neto | Currículo lattes

Design Instrucional EaD – Editoração Eletrônica e Diagramação


Joelmir Vinhoza Canazaro | Currículo lattes
Thiago Carneiro Ximenes | Currículo lattes

Projeto Gráfico
Jaqueline de Souza Ferreira Batista | Currículo lattes

Revisora Ortográfica
Eliane Azevedo | Currículo lattes

C416c
Cerqueira, Niander Aguiar
Gestão organizacional [recurso eletrônico] / Niander Aguiar Cerqueira /
Victor Barbosa de Souza / Design e editoração Thiago Carneiro Ximenes... [et
al.] ; Revisão ortográfica Eliane Azevedo. – Itaperuna : Instituto Begni Ltda. 2019.

Modo de acesso: http://redentor.inf.br/ead


ISBN: 978-85-65556-6-6

1. Cálculo diferencial 2. Cálculo integral I. Souza, Victor Barbosa II.


Ximenes, Thiago Carneiro [et al] III. Azevedo, Eliane IV. Título.

CDD 515
Sobre o autor

Niander Aguiar Cerqueira

Prof. Niander Aguiar Cerqueira, brasileiro, natural de Itaperuna/RJ, Mestre em


Ciências de Engenharia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF, 2001),
doutorando em Engenharia Civil (UENF), Especialista em Engenharia e Segurança do
Trabalho (REDENTOR, 2009), Bacharel em Engenharia Civil (UENF, 1999). Professor
Mestre da Faculdade REDENTOR desde 2007 e da Faculdade REDENTOR DE CAMPOS
desde 2013, onde também é Coordenador dos cursos de Engenharia, também é
autor dos cadernos de Cálculo 0, Cálculo Diferencial e Integral 1 e de Mecânica
Geral dos cursos de Engenharia na modalidade EAD. Com experiência no ensino de
matemática para Ensino Fundamental e Ensino Médio, Pré-vestibular e Pré-concurso
desde 1996, também já ministrou entre outras as disciplinas de nível superior:
Matemática Básica, Introdução ao Cálculo, Cálculo 0, Cálculo Diferencial e Integral
I, Cálculo Diferencial e Integral II, Equações Diferenciais, Estatística e Matemática
Discreta.

Currículo lattes
Sobre o autor

Victor Barbosa de Souza

Prof. Victor Barbosa de Souza, brasileiro, natural de Miracema/RJ, Mestre em


Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF, 2015), Bacharel em
Engenharia Mecânica (REDENTOR, 2012), atualmente faz o doutorado em Engenharia
Mecânica na UFF. Professor da Faculdade REDENTOR desde 2013 e da Faculdade
REDENTOR DE CAMPOS desde 2014, também é co-autor dos cadernos de Cálculo
Diferencial e Integral 1 e de Mecânica Geral dos cursos de Engenharia. Técnico em
Segurança do Trabalho pelo Instituto Federal Fluminense (IFF, 2012), Técnico em
Capacitação de Instalação de Sistemas Fotovoltaicos on/off Grid, pelo Sistema
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP, 2012) tem experiência como
professor de matemática para pré-vestibular e como monitor de disciplinas ligadas
ao cálculo diferencial e integral.

Currículo lattes
Apresentação

Prezado (a) aluno (a),

Gostaria de começar a apresentação deste parabenizando a você que


chegou até aqui! O desafio já vencido foi grande, mas há muito por vir ainda em sua
formação em Engenharia.
Este caderno tem por meta aprofundar ainda mais o universo do Cálculo
aplicado à Engenharia, portanto, este não é apenas mais um guia de estudos, mas
uma porta para uma realidade extremamente prática e aplicável na vida profissional
de um Engenheiro.
Continuamos com a ideia de esse material ser um guia de estudos do livro: “UM
CURSO DE CÁLCULO”, cujo autor é o GUIDORIZZI (veja as referências bibliográficas),
terminando assim o volume 1 e iniciando o volume 2 dessa obra do Guidorizzi.
A disciplina é composta de 16 aulas, tem por elemento integrante de cada
aula a apresentação do conteúdo e dos exemplos, dos exercícios resolvidos e das
atividades propostas.
O sucesso no uso desse material e na passagem para as próximas etapas
depende fundamentalmente de você compreender bem os conceitos e os exemplos
de exercícios apresentados. Sugerimos que para tanto, você refaça todos os
exercícios resolvidos até que os conceitos sejam satisfatoriamente assimilados.
Esperamos que ao completar esta disciplina você tenha êxito nos estudos, se
municiando assim de conteúdo e ânimo para os vindouros desafios de seu curso e de
sua futura profissão.

Bons estudos!
Objetivos

Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Proporcionar ao aluno informações e conhecimento sobre os


diversos conceitos e métodos utilizados no cálculo diferencial e
integral;
 Capacitá-lo a utilizar estas técnicas como instrumentos na solução
de problemas físicos, químicos, entre outros.
 Apresentar as principais regras de integração de funções;
 Apresentar e resolver problemas com funções de mais de uma
variável;
 Apresentar as principais regras de derivação por partes;
 Avaliar, decodificar, formular e resolver problemas de cálculo.
Sumário

AULA 1 - RELAÇÃO ENTRE FUNÇÕES COM DERIVADAS IGUAIS PRIMITIVA


DE UMA FUNÇÃO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
1.1 Introdução a primitiva de uma função ...................................................... 18

AULA 2 - TÉCNICAS DE PRIMITIVAÇÃO (PARTE 1)


2 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 34
2.1 Primitivas Imediatas ........................................................................................ 34
2.2 Técnica para cálculo de integral ................................................................ 36

AULA 3 - TÉCNICAS DE PRIMITIVAÇÃO (PARTE 2)


3 INTEGRAÇÃO POR PARTES .......................................................................... 45
3.1 Mudança de variável (Substituição trigonométrica) ............................... 48

AULA 4 - TÉCNICAS DE PRIMITIVAÇÃO (PARTE 3)


4 DENOMINADOR REDUTÍVEL ......................................................................... 59
4.1 Integrais indefinidas do tipo 𝑷 (𝒙)𝒙 − 𝜶(𝒙 − 𝜷) 𝒅𝒙 .................................... 59
4.2 Primitivas de funções racionais com denominadores do tipo 𝒙 − 𝜶𝒙 −
𝜷(𝒙 − 𝜸) ............................................................................................................ 64
4.3 Denominador Irredutível................................................................................ 67
4.3.1 Primitivas de funções racionais cujos denominadores apresentam
fatores irredutíveis do 2º grau ....................................................................... 67

AULA 5 - TÉCNICAS DE PRIMITIVAÇÃO (PARTE 4)


5 INTEGRAIS DE PRODUTOS DE SENO E COSSENO ........................................ 76
5.1 Integrais de potências de seno e cosseno - Fórmulas de recorrência .. 77
5.2 Integrais de potências de tangente e secante - fórmulas de
recorrência ...................................................................................................... 81

AULA 6 - INTEGRAL DEFINIDA (INTEGRAL DE RIEMANN - TEOREMA


FUNDAMENTO DO CÁLCULO – DETERMINAÇÃO DE ÁREAS)
6 INTEGRAL DE RIEMANN ............................................................................... 87
6.1 Definição de integral de Riemann .............................................................. 90
6.2 Teorema fundamental do cálculo .............................................................. 90
6.3 Propriedades da integral .............................................................................. 92
6.4 Cálculo de áreas ............................................................................................ 93

AULA 7 - VOLUME DE SÓLIDOS, ROTAÇÃO DE ÁREA A EM TORNO DOS


EIXOS X E Y
7 VOLUME DE SÓLIDO OBTIDO PELA ROTAÇÃO, EM TORNO DO EIXO 𝒙, DE
UM CONJUNTO 𝑨 ...................................................................................... 108

AULA 8 - REVISÃO PARA V1 (AULAS 1 A 7)


8 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 122
8.1 Mudança de Variável ................................................................................. 129
8.2 Primitivas de funções racionais com denominadores do tipo .............. 133
8.3 Primitivas de funções racionais cujos denominadores apresentam
fatores irredutíveis do 2º grau ..................................................................... 134
8.4 Integrais de potências de tangente e secante. Fórmulas de recorrência
......................................................................................................................... 138
8.5 Teorema fundamental do cálculo ............................................................ 139
8.6 Volume de sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝒚, de um
conjunto 𝑨 ..................................................................................................... 146

AULA 9 - INTEGRAL DEFINIDA (OUTRAS APLICAÇÕES)


9 VOLUME DE UM SÓLIDO QUALQUER ........................................................ 154
9.1 Área de superfície de revolução ............................................................... 156
9.2 Comprimento de gráfico de função ........................................................ 160

AULA 10 - INTEGRAL DEFINIDA (COORDENADAS POLARES)


10 ÁREA EM COORDENADAS POLARES......................................................... 167
10.1 Área de região limitada por curvas em coordenadas polares ............ 170
10.2 Comprimento de curva em coordenadas polares ................................ 174

AULA 11 - FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS REAIS A VALORES REAIS


11 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS REAIS A VALORES REAIS ......................... 181
11.1 Funções de três variáveis reais a valores reais. Superfícies de nível ..... 187

AULA 12 - GRÁFICOS DE FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL


12 GRÁFICO E CURVAS DE NÍVEL .................................................................. 193
12.1 Gráfico e curvas de nível ............................................................................ 200

AULA 13 - DERIVADAS PARCIAIS


13 DERIVADAS PARCIAIS ............................................................................... 206
13.1 Derivadas parciais de segunda ordem .................................................... 218
13.2 Otimização de funções de duas variáveis ............................................... 224

AULA 14 - INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA: INTEGRAL DUPLA


14 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 239
14.1 Integração múltipla ..................................................................................... 240
14.2 Integrais iteradas .......................................................................................... 243
14.3 Integrais duplas sobre regiões gerais ........................................................ 244
14.4 Aplicações elementares das integrais duplas volumes pela integração
dupla .............................................................................................................. 250
14.5 Momentos e centro de massa ................................................................... 252
14.6 Momentos de inércia................................................................................... 255

AULA 15 - MUDANÇA DE VARIÁVEL E COORDENADAS POLARES


15 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 262

AULA 16 - REVISÃO PARA V2 (AULAS 9 A 15)


16 REVISÃO ..................................................................................................... 272
Iconografia

SAIBA MAIS ATENÇÃO

PARA
ATIVIDADE
REFLEXÃO

EXEMPLO VÍDEO

ANOTAÇÕES LEMBRETE
Aula 1
Relações entre funções com
derivadas iguais primitivas de uma função

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula faremos uma relação entre funções que apresentam uma mesma
derivada, apresentando assim o conceito de primitivas de uma função. O primeiro
passo dentro do cálculo Integral é entender o conceito de primitiva de uma função.
Nessa aula, nosso objeto principal é leva-lo a entender esse conceito e como associar
integral e derivadas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar as Primitivas de funções;


 Relacionar Derivadas e Primitivas;
 Entender o conceito de Primitiva de uma função;
 Resolver qualquer problema que envolva primitivas imediatas;
 Definir as derivadas de funções trigonométricas, exponenciais e
polinomiais.
P á g i n a | 13

1 INTRODUÇÃO

Como vimos em Cálculo Diferencial e Integral 1, toda função constante (Ex.


𝑓(𝑥) = 2; 𝑔(𝑥) = 𝑙𝑛5; ℎ(𝑥) = −𝜋; etc.), tem sua derivada igual zero. Porém, mesmo uma
função que não é constante em todo o seu domínio pode também apresentar
derivada zero em todos os pontos de seu domínio.
Seja o exemplo:

−1 𝑠𝑒 𝑥 > 0
𝑓(𝑥) = {
1 𝑠𝑒 𝑥 < 0.

𝑓(x) é tal que 𝑓’ (x) = 0 em todo x no seu domínio, mas 𝑓 não é constante.

Como consequência do Teorema do Valor Médio (TVM), visto em Cálculo 1,


podemos afirmar que se uma função 𝑓(x) tiver derivada zero em todos os pontos de
um intervalo, então 𝑓 será constante nesse intervalo. TEOREMA 1: Seja 𝑓 contínua no
intervalo I. se 𝑓’(x) = 0 em todo x interior a I, então existirá uma constante 𝑘 tal que
𝑓(x) = k para todo x em 𝐼. Vamos demostrar esse teorema de forma bem simples:
Tomando então um ponto x0 , que pertence ao conjunto domínio 𝐼, queremos provar
que, para todo x ∈ 𝐼, 𝑓(x) = 𝑓(x0 ), o que significará que 𝑓 é constante em 𝐼. Assim, se
para todo x ∈ 𝐼, x ≠ x0 , existe, pelo TVM, um x0 pertencente ao intervalo aberto de
extremos x e x0 tal que:

𝑓(x) − 𝑓(x0 ) = 𝑓 ′ (x) ∙ (x − x0 )

Com essa hipótese, podemos afirmar que 𝑓(x) é contínua no intervalo [x, x0 ] e
derivável no intervalo ]x, x0 [. Com x interior a 𝐼, pela hipótese 𝑓 ′ (x) = 0, logo

𝑓(x) − 𝑓(x0 ) = 0 ou 𝒇(𝐱) = 𝒇(𝐱 𝟎 )

para todo x em 𝐼. Se tomarmos 𝑓(x0 ) = 𝑘, um valor real e constante, temos daí


a prova do teorema, 𝒇(𝐱) = 𝒌, com 𝑓 ′ (x) = 0. Em decorrência do teorema provado
anteriormente vamos apresentar um corolário do cálculo, que é na verdade uma
relação entre duas funções com derivadas iguais.
P á g i n a | 14

COROLÁRIO. Sejam 𝑓 e 𝑔 funções contínuas no intervalo 𝐼. Se 𝑓’(x) = 𝑔’(x) em todo x


interior a I, então existirá uma constante k tal que

𝑔(x) = 𝑓(x) + 𝑘

para todo x em 𝐼.

Demonstrando o corolário:
Seja uma função;

ℎ(x) = 𝑔(x)– 𝑓(x)

Contínua em 𝐼 e para todo x interior a 𝐼, se a derivada dessa função for tal que:

ℎ′(x) = 𝑔′(x)– 𝑓′(x) = 0,

então, pelo teorema anteriormente apresentado e demostrado, podemos


afirmar que existe uma constante 𝑘 tal que;

𝑔(x)– 𝑓(x) = 𝑘 ou 𝒈 (𝐱) = 𝒇(𝐱) + 𝒌

para todo 𝑥 em 𝐼.

Na disciplina de Cálculo 1 você aprendeu que se 𝑓(x) = 𝑒 x , com x ∈ ℝ, então,


𝑓 ′ (x) = 𝑒 x , ou seja, a função 𝑓(x) = 𝑒 x goza da seguinte propriedade: a sua derivada
é ela própria. Vamos ver alguns exemplos que corroboram para a demonstração do
corolário acima apresentado.
Ex. 1. Seja 𝑓(x) definida e derivável em ℝ e tal que, para todo x, 𝑓’(x) = 𝑓(x).
Prove que existe uma constante 𝒌 tal que, para todo 𝑥, tem-se f(x) = 𝒌𝑒 𝑥 . Resolução:
𝑓(𝑥)
para provar, vamos considerar o quociente e mostrar que a sua derivada é zero.
𝑒𝑥


𝑓(x) 𝑓 ′ (x) ∙ 𝑒 x − 𝑓(x) ∙ 𝑒 x
( ) =
𝑒x (𝑒 𝑥 )2

Considerando então a hipótese 𝑓’(𝑥) = 𝑓 (𝑥) segue;


P á g i n a | 15


𝑓(x) 𝑓(x) ∙ 𝑒 x − 𝑓(x) ∙ 𝑒 x
( x
) = =0
𝑒 (𝑒 𝑥 )2

para todo x em ℝ. Pelo teorema 1, existe uma constante k tal que, para todo
𝑥,


𝑓(x) 𝑓 (𝑥)
( x
) =0 → = 𝑘,
𝑒 𝑒𝑥

ou seja,
𝒇(𝐱) = 𝒌𝒆𝐱 .

Do Ex. 1, acima apresentado, podemos inferir que toda e qualquer equação


𝑑𝑦
do tipo 𝑑𝑥
= 𝑦 ou y ′ = y, denominadas de equações diferenciais, são as funções da

forma 𝑒 𝑥 , com 𝑘 constante, isto é,

𝑑𝑦
= 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘𝑒 𝑥 , 𝑘 constante.
𝑑𝑥

𝑑𝑦
(Observe: 𝑦 = 𝑓(𝑥) é a solução da equação diferencial 𝑑𝑥
= 𝑦 se, e somente

se, a derivada de 𝑓 for ela própria).

Ex. 2. Determine 𝑦 = 𝑓(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ tal que:

𝑑𝑦
= 𝑦 𝑒 𝑓(0) = 2
𝑑𝑥

𝑑𝑦
Resolução: Conforme definido anteriormente, = 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘𝑒 𝑥 , k constante.
𝑑𝑥

Dessa forma, o que precisamos considerar nesse exemplo é a condição de


valor apresentado no enunciado que é denominado valor inicial, que é a
condição 𝑓(0) = 2, que nos permite determinar o valor da a constante 𝑘.
𝑓(x) = 𝑘𝑒 x ⟶ 𝑓(0) = 𝑘𝑒 0 = 2, Portanto, k= 2.

Assim, a função que satisfaz o problema dado é, então,

𝒚 = 𝒇(𝐱) = 𝟐𝒆𝐱 .
P á g i n a | 16

Ex. 3. Consideremos, agora, a função 𝑓(x) = 𝑒 ∝x , ∝ constante.


Resolução: Temos que 𝑓 ′ (x) =∝ 𝑒 ∝x, ou seja, 𝑓 ′ (x) =∝ 𝑓(x).
Considerando o mesmo princípio aplicado na prova do Ex. 1, podemos
facilmente observar que as únicas funções que satisfazem a equação 𝑓 ′ (𝑥) =∝ 𝑓(𝑥),
𝑥 ∈ ℝ e ∝ constante, são as funções da forma 𝑓(x) = 𝑘 𝑒 ∝x, k constante. Ou seja, sendo
∝ constante, tem-se;
𝑑𝑦
𝑑𝑥
= ∝ 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘 𝑒 ∝𝑥 , e k constante

Ou,
𝑓 ′ (𝑥) =∝ 𝑓(𝑥) ⇔ 𝑓(𝑥) = 𝑘 𝑒 ∝𝑥 , e k constante.

Ex. 4. Determine a função 𝑦 = 𝑦 (𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições:


𝑑𝑦
= 3𝑦 𝑒 𝑦(0) = −1.
𝑑𝑥

𝑑𝑦
Resolução: = 3𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘 𝑒 3𝑥 (k constante)
𝑑𝑥

Da condição 𝑦(0) = −1,


𝑓(x) = 𝑘𝑒 3x ⟶ 𝑓(0) = 𝑘𝑒 3∙0 = −1, resulta 𝑘 = −1.

A função procurada é:
𝒚 = − 𝒆𝟑𝒙, x ∈ ℝ.
Ex. 5. Determine uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥), definida num intervalo aberto 𝐼, com 𝐼 ∈
𝐼, tal que 𝑓(1) = 1 e, para todo 𝑥 em 𝐼,

𝑑𝑦
= 𝑥𝑦.
𝑑𝑥

Resolução: Devemos ter, para todo x em 𝐼,

𝑓 ′ (𝑥) = 𝑥 𝑓(𝑥).

Como a função f deve ser derivável em 𝐼, resulta que 𝑓 deve ser, também,
contínua em 𝐼. Então, a condição 𝑓(1) = 1 e o teorema da conservação do sinal
garantem-nos que, para 𝑥 próximo de 1, devemos ter 𝑓(𝑥) > 0. Vamos, então,
procurar 𝑓 definida num intervalo aberto 𝐼, e que, neste intervalo, satisfaça a
condição 𝑓(𝑥) > 0. Temos, então,
P á g i n a | 17

𝑓 ′ (𝑥)
= 𝑥, 𝑥 ∈ 𝐼.
𝑓(𝑥)

Do Cálculo 1 nós podemos afirmar que;


𝑓′(𝑥) 𝑥²
[𝑙𝑛𝑓(𝑥)]′ =
𝑓(𝑥)
e ( 2 ) ′ = 𝑥.

Então;
𝑥²
[ln 𝑓(𝑥)]′ = ( 2 )’.
𝑥²
para todo 𝑥 em I. Como as derivadas das funções ln(𝑓(𝑥)) e 2
são iguais em

𝐼, do Corolário acima podemos afirmar que existe uma constante k tal que, para todo
x em 𝐼,
𝑥²
ln 𝑓(𝑥) = + 𝑘.
2
Da condição 𝑓(1) = 1, segue;
12 1
ln 𝑓(1) = 2
+ 𝑘 → k = − 2.

Substituindo o valor de k, temos que;


𝑥² 𝑥² 1
ln 𝑓(𝑥) = + 𝑘 → ln 𝑦 = − .
2 2 2

Assim, a função 𝑦 = 𝑓(𝑥) fica;


𝑥2 1 𝑥2 1 𝑥2
1
𝑦 = 𝑒 2 − 2 = 𝑒 2 ∙ 𝑒 −2 = 𝑒 2 , 𝑥 ∈ ℝ,
√𝑒

Satisfaz as condições dadas.

Ex. 6. Determine uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥), definida num intervalo aberto 𝐼, com 1 ∈
𝐼, tal que 𝑓(1) = −1 e, para todo 𝑥 em 𝐼,

𝑑𝑦
= 2 𝑦².
𝑑𝑥

Resolução: Devemos ter, para todo 𝑥 em 𝐼,


𝑓 ′ (𝑥) = 2 [𝑓(𝑥)]2 .
P á g i n a | 18

Da condição 𝑓(1) = −1 supomos 𝑓(𝑥) < 0 em 𝐼. Temos, então,

[𝑓(𝑥)]−2 𝑓 ′ (𝑥) = 2, 𝑥 ∈ 𝐼.

Temos que lembrar lá do Cálculo 1 que:


{−[𝑓 −1 (𝑥)]}′ = [𝑓 (𝑥)]−2 ∙ 𝑓 ′ (𝑥) e que (2𝑥)′ = 2,

Então;
{−[𝑓(𝑥)]−1 }′ = (2𝑥)′ , 𝑥 ∈ 𝐼.

Pelo corolário, existe uma constante k tal que, para todo 𝑥 ∈ 𝐼,


− [𝑓(𝑥)]−1 = 2𝑥 + 𝑘.

Da condição 𝑓(1) = −1, segue;


−[𝑓(1)]−1 = 2 ∙ 1 + 𝑘 → −(−1)−1 = 𝑘 + 2 → k = − 1.

Substituindo o valor de k, temos que;


1
− [𝑓(𝑥)]−1 = 2𝑥 − 1 → − = 2𝑥 − 1
𝑓(𝑥)
−𝟏 𝟏
𝒇(𝒙) = , 𝐜𝐨𝐦 𝒙 >
𝟐𝒙 − 𝟏 𝟐

1
Satisfaz as condições dadas. (Observação: a condição 𝑥 > 2
é para garantir

que 1 pertença ao domínio de 𝑓).

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 10.1, páginas: 288, 289 e 290 do Livro: “Um Curso de
Cálculo”, Volume 1 – Guidorizzi

1.1 Introdução a primitiva de uma função

Seja 𝑓(𝑥) uma função definida no intervalo I. Uma função 𝐹(𝑥), deninida em I,
tal que
𝐹 ′ (𝑥) = 𝑓(𝑥)
P á g i n a | 19

é denominada Primitiva da função 𝑓(𝑥), para todo 𝑥 em I.


𝑥3
Ex. 1. A função 𝐹(𝑥) = 3
é uma primitiva de 𝑓(𝑥) = 𝑥² em ℝ, pois, para todo x

em ℝ,

′ (𝑥)
𝑥3 3𝑥 2
𝐹 =[ ] = = 𝒙².
3 3
𝑥³
Ex. 2. Seja a função 𝐺(𝑥) = 3
+ 𝑘, com k uma constante. Observe que 𝐺(𝑥)

também é primitiva de 𝑓(𝑥) = 𝑥² em ℝ, pois, para todo x em ℝ,



′ (𝑥)
𝑥3 3𝑥 2
𝐺 =[ +𝑘] = + 0 = 𝒙².
3 3
Ex. 3. Para toda constante k, 𝐹(𝑥) = 2𝑥 + 𝑘 é primitiva, em ℝ, de 𝑓(𝑥) = 2, pois,
𝐹 ′ (𝑥) = (2𝑥 + 𝑘)′ = 2
para todo x. Sendo 𝐹(𝑥) uma primitiva de 𝑓(𝑥) em I, então, para toda
constante 𝑘, 𝐹(𝑥) + 𝑘 é, também, primitiva de 𝑓. Por outro lado, se duas funções têm
derivadas iguais num intervalo, elas diferem, neste intervalo, por uma constante.
Segue que as primitivas de 𝑓 em I são as funções de forma 𝐹(𝑥) + 𝑘, com k constante.
Diremos, então, que:

𝒚 = 𝑭(𝒙) + 𝒌, 𝑘 constante,

é a família das primitivas de 𝑓 em I. No cálculo diferencial e integral, nós usamos


a notação ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 para representar a família das primitivas de 𝑓, de tal forma que:

∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝑘.

Onde ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é denominado integrando.

A forma mais comum empregada para se referir a uma primitiva de 𝑓 é


denomina-la uma integral indefinida de 𝒇. É comum referir-se a ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 como a
integral indefinida de f. (Observação: O domínio da função f que ocorre em ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
deverá ser sempre um intervalo; nos casos em que o domínio não for mencionado,
ficara implícito que se trata de um intervalo).

Ex. 4. Calcule:
P á g i n a | 20

a) ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥.
b) ∫ 𝑑𝑥.

Resolução:

𝑥3 𝑥³
a) [ ] = 𝑥². Logo, ∫ 𝑥² 𝑑𝑥 = + 𝑘.
3 3

b) O integrando é a função constante 𝑓(𝑥) = 1. Então;

∫ 𝑑𝑥 = ∫ 1 . 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑘

pois, (𝑥)′ = 1.

Ex. 5. Calcule ∫ 𝑥 ∝ 𝑑𝑥, onde ∝≠ −1 é um real fixo. Resolução: Uma vez que
1 ′
[∝+1 𝑥 ∝+1 ] = 𝑥 ∝ , logo
𝑥 ∝+ 1
∫ 𝑥 ∝ 𝑑𝑥 = ∝ +1
+ 𝑘.

Ex. 6. Calcule:
a) ∫ 𝑥³ 𝑑𝑥
1
b) ∫ 𝑥² 𝑑𝑥.

Resolução:

𝑥4 1
a) Sendo [ 4 ] = 4
4𝑥 3 = 𝑥 3

𝒙𝟒
∫ 𝒙𝟑 𝒅𝒙 = + 𝒌.
𝟒
Ou ainda, da definição do Ex. 5, temos que:
𝑥 3+1 𝑥4
∫ 𝑥 3 𝑑𝑥 = 3+1
+𝑘 = 4
+ 𝑘.
1
b) Sendo ∫ 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 −2 𝑑𝑥, da expressão definida no Ex. 5.
1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 −2 𝑑𝑥 = 𝑥 −2+1 + 𝑘 = −𝑥 −1 + 𝑘
𝑥² −2 + 1

e, portanto,
𝟏 𝟏
∫ 𝒅𝒙 = − + 𝒌.
𝒙² 𝒙

3
Ex.7. Calcule ∫ √𝑥² 𝑑𝑥. Resolução: Aplicando a formulação definida no Ex. 5:
P á g i n a | 21

2 5
𝟑 𝑥 3+1 𝑥3
∫ √𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2/3 𝑑𝑥 = +𝑘 = +𝑘
2 5
3 + 1
3

ou seja,
𝟑 𝟑𝟑 𝟓
∫ √𝒙² 𝒅𝒙 = √𝒙 + 𝒌
𝟓

1
Ex. 8. Calcule ∫ (𝑥 5 + + 4) 𝑑𝑥.
𝑥³

Resolução: Uma vez que a integral é uma função inversa da derivada,


podemos considerar que o princípio também é válido para as integrais, ou seja, a
integral de uma soma algébrica de funções é a soma algébrica das integrais dessas
funções.
𝑥 5+1 𝑥 −3+1
∫(𝑥 5 + 𝑥 −3 + 4)𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 5 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 −3 𝑑𝑥 + ∫ 4𝑑𝑥 = + + 4𝑥 + 𝑘
5 + 1 −3 + 1

ou seja,
1 𝑥 6 𝑥 −2
∫ (𝑥 5 + + 4) 𝑑𝑥 = − + 4𝑥 + 𝑘
𝑥3 6 2
e, portanto,

𝟓
𝟏 𝒙𝟔 𝟏
∫ (𝒙 + + 𝟒) 𝒅𝒙 = − + 𝟒𝒙 + 𝒌.
𝒙³ 𝟔 𝟐𝒙²

1 1
Ex. 9. Calcule ∫ 𝑥 𝑑𝑥, 𝑥 > 0. Resolução: Do Cálculo 1 aprendemos que (ln 𝑥)′ = 𝑥.

Então,
1
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛 𝑥 + 𝑘, 𝑥 > 0.

Teorema 2: Seja a função 𝑥 ∝, tal que

𝑥 ∝+1
‫ۓ‬ + 𝑘 → se ∝≠ −1
ۖ ∝ +1

∫ 𝑥 𝑑𝑥 = ⋮
‫۔‬ ⋮
ۖ
‫(ە‬ln 𝑥) + 𝑘 → se ∝= −1 (𝑥 > 0)

1
Ex. 10. Calcule ∫ (𝑥 + √𝑥) 𝑑𝑥, 𝑥 > 0. Resolução: Sabe-se que
P á g i n a | 22

1 3
1 1 1 𝑥 2+1 𝑥2
∫ ( + √𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ ( + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 = (ln 𝑥) + + 𝑘 = ln x + +𝑘
𝑥 𝑥 1 3
+1
2 2

ou seja,
𝟏 𝟐
∫ ( + √𝒙) 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧 𝒙 + √𝒙𝟑 + 𝒌.
𝒙 𝟑

2
Ex. 11. Calcule ∫ 𝑑𝑥, 𝑥 > 0. Resolução: Do Cálculo 1 aprendemos que
𝑥
1
(ln 𝑥)′ = 𝑥. Então,
1
2∫ 𝑑𝑥 = 2𝑙𝑛 𝑥 + 𝑘 = 𝒍𝒏 𝒙𝟐 + 𝒌,, 𝑥>0
𝑥

Ex. 12. Seja ∝ um real fixo, ∝ ≠ 0. Calcule ∫ 𝑒 𝛼𝑥 𝑑𝑥.


1 ′
Resolução: Do cálculo 1 temos que [∝ 𝑒 ∝𝑥 ] = 𝑒 𝛼𝑥 , logo,
1 ∝𝑥
∫ 𝑒 ∝𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 + 𝑘.

Teorema 3: Seja a função 𝑒 ∝𝑥 , e ∝ um real fixo, ∝ ≠ 0


1 ∝𝑥
∫ 𝑒 ∝𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 + 𝑘.

Ex. 13. Calcule:


a) ∫ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥.
b) ∫ 𝑒 5𝑥 𝑑𝑥.
c) ∫(−𝑒)−2𝑥 𝑑𝑥.
d) ∫ 𝑒 𝜋𝑥 𝑑𝑥.

Resolução:
1 −𝑥
a) ∫ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = −1
𝑒 + 𝑘 = 𝒆−𝒙 + 𝒌
𝟏
b) ∫ 𝑒 5𝑥 𝑑𝑥 = 𝟓
𝒆𝟓𝒙 + 𝒌.
1 𝟏
c) ∫(−𝑒)−2𝑥 𝑑𝑥 = −2
(−𝑒)−2𝑥 + 𝑘 = 𝟐 𝒆−𝟐𝒙 + 𝒌
𝟏
d) ∫ 𝑒 𝜋𝑥 𝑑𝑥 = 𝒆𝝅𝒙 + 𝒌.
𝝅
P á g i n a | 23

Ex. 14. Determine a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), definida em ℝ, tal que;


𝑑𝑦
= −𝑥²
{ 𝑑𝑥
𝑦 (0) = 1.

𝑑𝑦
Resolução: Se 𝑑𝑥
= −𝑥 2 → 𝑦 = − ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥. Do teorema 2 temos que;

𝒙³
𝑦(𝑥) = − ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = − + 𝒌.
𝟑

A condição 𝑦(0) = 1 significa que, para 𝑥 = 0, devemos ter 𝑦 = 1. Vamos


determinar k para que esta condição esteja satisfeita. Substituindo, então,
03
𝑦(0) = − + 𝑘 = 1 → 𝒌 = 𝟏.
3

Assim, a solução que satisfaz todas as condições (denominada solução


particular) é;
𝒙𝟑
𝒚=− + 𝟏.
𝟑

Ex. 15. Determine a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), definida em ℝ, tal que;


𝑑𝑦
= 2𝑥 e 𝑦(1) = 3
𝑑𝑥

𝑑𝑦
Resolução: Se 𝑑𝑥
= 2𝑥 → 𝑦 = ∫ 2𝑥 𝑑𝑥. Do teorema 2 temos que;

𝑥 1+1
𝑦(𝑥) = ∫ 2𝑥 𝑑𝑥 = 2 + 𝑘 = 𝒙𝟐 + 𝒌.
1+1

A condição 𝑦(1) = 3 significa que;


𝑦(1) = 12 + 𝑘 = 3 → 𝒌 = 𝟐.

Assim, a solução que satisfaz todas as condições (denominada solução


particular) é;
𝒚 = 𝒙𝟐 + 𝟐.
Ex. 16. Seja 𝑎 um valor real e não nulo. Calcule ∫ 𝐶𝑜𝑠 (𝑎𝑥) 𝑑𝑥. Resolução: Do
cálculo 1 temos que [𝑆𝑒𝑛 (𝑎𝑥) ]′ = 𝑎 ∙ 𝐶𝑜𝑠(𝑢), logo,
P á g i n a | 24

1
∫ 𝐶𝑜𝑠 (𝑎𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑆𝑒𝑛 (𝑎𝑥) + 𝑘.
𝑎

Ex. 17. Calcule:


a) ∫ 𝑆𝑒𝑛 (2𝑥) 𝑑𝑥.
b) ∫ 𝐶𝑜𝑠 (−𝑥) 𝑑𝑥.
c) ∫ 𝑇𝑔 (3𝑥) 𝑑𝑥.

Resolução: Pelas expressões do teorema 4;


1 𝟏
a) ∫ 𝑆𝑒𝑛 (2𝑥)𝑑𝑥 = ∙ [−𝐶𝑜𝑠(2𝑥)] + 𝑘 = − 𝑪𝒐𝒔(𝟐𝒙) + 𝒌.
2 𝟐
1
b) ∫ 𝐶𝑜𝑠 (−𝑥)𝑑𝑥 = −1 ∙ [𝑆𝑒𝑛 (−𝑥)] + 𝑘 = −𝑺𝒆𝒏(−𝒙) + 𝒌.
𝟏
c) ∫ 𝑇𝑔 (3𝑥)𝑑𝑥 = − ∙ 𝒍𝒏|𝑪𝒐𝒔 (𝟑𝒙)| + 𝒌.
𝟑

Ex. 18. Determine a função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, tal que;


𝑑²𝑦
= 𝑥 + 1, 𝑦(0) = 1 𝑒 𝑦 ′ (0) = 0.
𝑑𝑥²

Resolução:
𝑑²𝑦 𝑑𝑦
=𝑥+1 → = ∫(𝑥 + 1)𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 + ∫ 1𝑑𝑥.
𝑑𝑥² 𝑑𝑥

Assim,
𝑑𝑦 𝑥²
𝑦 ′ (𝑥) = = + 𝑥 + 𝑘1 .
𝑑𝑥 2

𝑑𝑦
Seja a condição dada de que 𝑦 ′ (0) = 0 𝑜𝑢 | =0
𝑑𝑥 𝑥=0
P á g i n a | 25


𝑦 ′ (0) = + 0 + 𝑘1 = 0 → 𝒌𝟏 = 𝟎,
2

ficando então;
𝒅𝒚 𝒙𝟐
= + 𝒙.
𝒅𝒙 𝟐

Integrando novamente, para obter o valor de 𝑦(𝑥), temos que;


𝑥2 1 1 𝑥3 𝑥2
𝑦 = ∫( + 𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = ∙ + + 𝑘2 .
2 2 2 3 2
𝑥3 𝑥2
𝑦(𝑥) = + + 𝑘2 .
6 2

Seja a condição inicial 𝑦(0) = 1


03 02
𝑦(0) = + + 𝑘2 = 1 → 𝒌𝟐 = 𝟏.
6 2

Assim, a solução particular para a equação diferencial e as condições de valor


inicial apresentadas é;
𝒙³ 𝒙²
𝒚(𝒙) = + + 𝟏.
𝟔 𝟐

Ex. 19. Determine a função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, tal que;


𝑑²𝑦
= 𝑥 2 − 1, 𝑦(0) = 2 𝑒 𝑦 ′ (0) = 1.
𝑑𝑥²

Resolução:
𝑑²𝑦 𝑑𝑦
= 𝑥2 − 1 → = ∫(𝑥 2 − 1)𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 − ∫ 1𝑑𝑥.
𝑑𝑥² 𝑑𝑥

Assim,
𝑑𝑦 𝑥3
= 𝑦 ′ (𝑥) = − 𝑥 + 𝑘1 .
𝑑𝑥 3

Seja a condição dada de que 𝑦 ′ (0) = 1


03
𝑦 ′ (0) = − 0 + 𝑘1 = 1 → 𝒌𝟏 = 𝟏,
3
P á g i n a | 26

ficando então;
𝒅𝒚 𝒙𝟑
= − 𝒙 + 𝟏.
𝒅𝒙 𝟑

Integrando novamente, para obter o valor de 𝑦(𝑥), temos que;


𝑥3 1 1 𝑥4 𝑥2
𝑦 = ∫( − 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 3 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 𝑑𝑥 + ∫ 1𝑑𝑥 = ∙ − + 𝑥 + 𝑘2 .
3 3 3 4 2
𝑥4 𝑥2
𝑦(𝑥) = − + 𝑥 + 𝑘2 .
12 2

Seja a condição inicial 𝑦(0) = 2


04 0 2
𝑦(0) = − + 0 + 𝑘2 = 2 → 𝒌𝟐 = 𝟐.
12 2

Assim, a solução particular para a equação diferencial e as condições de valor


inicial apresentadas é:
𝒙𝟒 𝒙𝟐
𝒚(𝒙) = − + 𝒙+𝟐
𝟏𝟐 𝟐

Ex. 20. Determine a função 𝑥 = 𝑥(𝑡), 𝑡 ∈ ℝ, tal que:


𝑑²𝑥
= 𝑆𝑒𝑛 (2𝑡), 𝑥(0) = 1 e 𝑥 ′ (0) = 2.
𝑑𝑡²

Resolução:
𝑑²𝑥 𝑑𝑥 −𝐶𝑜𝑠 (2𝑡)
= 𝑆𝑒𝑛 (2𝑡) → = ∫ 𝑆𝑒𝑛 (2𝑡) 𝑑𝑡 = + 𝑘1
𝑑𝑡² 𝑑𝑡 2

Assim,
𝑑𝑥 1
= 𝑥 ′ (𝑡) = − 𝐶𝑜𝑠 (2𝑡) + 𝑘1 .
𝑑𝑡 2

Seja a condição dada de que 𝑥 ′ (0) = 2


1 1 1 𝟓
𝑥 ′ (0) = − 𝐶𝑜𝑠 (2 ∙ 0) + 𝑘1 = 2 → 𝑘1 − 𝐶𝑜𝑠 0 = 2 → 𝑘1 = 2 + → 𝒌𝟏 = ,
2 2 2 𝟐

ficando então;
𝑑𝑥 1 5
= − 𝐶𝑜𝑠 (2𝑡) + .
𝑑𝑡 2 2
P á g i n a | 27

Integrando novamente, para obter o valor de 𝑦(𝑥), temos que;


1 5 1 5
𝑥(𝑡) = ∫ (− 𝐶𝑜𝑠 (2𝑡) + ) 𝑑𝑡 = − ∫ 𝐶𝑜𝑠 (2𝑡) 𝑑𝑡 + ∫ 𝑑𝑡
2 2 2 2
1 𝑆𝑒𝑛 (2𝑡) 5
𝑥(𝑡) = − ∙ + 𝑡 + 𝑘2
2 2 2
1 5
𝑥(𝑡) = − 𝑆𝑒𝑛 (2𝑡) + 𝑡 + 𝑘2 .
4 2

Seja a condição inicial 𝑥(0) = 1


1 5 1
𝑥(𝑡) = − 𝑆𝑒𝑛 (2 ∙ 0) + ∙ 0 + 𝑘2 = 1 → − 𝑆𝑒𝑛 (0) + 0 + 𝑘2 = 1 → 𝒌𝟐 = 𝟏.
4 2 4

Assim, a solução particular para a equação diferencial e as condições de valor


inicial apresentadas é;
𝟏 𝟓
𝒙(𝒕) = − 𝑺𝒆𝒏 (𝟐𝒕) + 𝒕 + 𝟏.
𝟒 𝟐

Ex. 21. Uma partícula desloca-se sobre o eixo x e sabe-se que no instante t, t ≥
0, e velocidade v(t)= 2t +1. Sabe-se, ainda, que no instante t=0 a partícula encontra-
se na posição x=1. Determine a posição x= x(t) da partícula no instante t. Resolução:
Do enunciado do problema, temos as expressões:
𝑑𝑥
= 2𝑡 + 1 𝑒 𝑥(0) = 1.
𝑑𝑡

Resolvendo a equação diferencial, temos que:


𝑑𝑥
= 2𝑡 + 1 → 𝑥(𝑡) = ∫(2𝑡 + 1)𝑑𝑡 → 𝒙(𝒕) = 𝒕² + 𝒕 + 𝒌.
𝑑𝑡

Pela a condição 𝑥(0) = 1:


𝑥(0) = 02 + 0 + 𝑘 = 1 → 𝒌 = 𝟏.

Assim, a solução do problema é;


𝒙(𝒕) = 𝒕² + 𝒕 + 𝟏.
Ex. 22. Uma partícula desloca-se sobre o eixo x com velocidade 𝑣(𝑡) = 3𝑡 − 2,
t ≥ 0. Sabe-se que no instante 𝑡 = 0 a partícula encontra-se na posição 𝑥 = 5.
Determine a posição x= x(t) da partícula no instante t. Resolução: Do enunciado do
problema, temos as expressões:
P á g i n a | 28

𝑑𝑥
= 3𝑡 − 2 𝑒 𝑥(0) = 5.
𝑑𝑡

Resolvendo a equação diferencial, temos que:


𝑑𝑥 𝟑𝒕𝟐
= 3𝑡 − 2 → 𝑥(𝑡) = ∫(3𝑡 − 2)𝑑𝑡 → 𝒙(𝒕) = − 𝟐𝒕 + 𝒌.
𝑑𝑡 𝟐

Pela a condição 𝑥(0) = 5:


3 2
𝑥(0) = ∙ 0 − 2 ∙ 0 + 𝑘 = 5 → 𝒌 = 𝟓.
2

Assim, a solução do problema é


𝒙(𝒕) = 𝟏, 𝟓𝒕² − 𝟐𝒕 + 𝟓.

ATIVIDADE

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 10.2, páginas: 296, 297 e 298 do Livro: “Um Curso de
Cálculo”, Volume 1 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula, você viu que:

 Se uma função for contínua num intervalo I, existirá uma constante k, tal
que 𝒇(𝒙) = 𝒌, se 𝒇’(𝒙) = 𝟎 para todo x interior a I;
 Se duas funções 𝒇 e 𝒈 forem contínuas num intervalo I e tiverem
derivadas iguais em todo ponto x desse intervalo (𝒇’(𝒙) = 𝒈’(𝒙)), existirá
uma constante k tal que 𝒈(𝒙) = 𝒇(𝒙) + 𝒌;
 A única função cuja derivada é ela própria é a função 𝒆𝒙 ;
 Conhecida uma equação diferencial em função de 𝒚’ e algum valor
inicial de uma função 𝒚 = 𝒇(𝒙), podemos encontrar essa função
estudando a equação diferencial.
 Uma função 𝒇(𝒙) definida num intervalo I terá como uma primitiva uma
função 𝑭(𝒙) se 𝑭′ (𝒙) = 𝒇(𝒙), para todo x interior a I;
 A família de primitivas de 𝒇(𝒙) em I é denominado Integral Indefinida de
𝒇 e é representado pela notação: ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒙) + 𝒌, com k constante;
𝒙𝜶+𝟏
 A integral ∫ 𝒙𝜶 𝒅𝒙 = 𝜶+𝟏
+ 𝒌, 𝐬𝐞 𝛂 𝛜 ℝ 𝐞 𝛂 ≠ −𝟏;

 A integral ∫ 𝒙−𝟏 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧 𝒙 + 𝒌;
𝟏
 A integral ∫ 𝒆∝𝒙 𝒅𝒙 = ∝
𝒆∝𝒙 + 𝒌, 𝛂 𝛜 ℝ ;
𝟏
 A integral ∫ 𝑺𝒆𝒏 (𝒂𝒙)𝒅𝒙 = − 𝒂
𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙) + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎;
𝟏
 A integral ∫ 𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙) 𝒅𝒙 = 𝒂
𝑺𝒆𝒏 (𝒂𝒙) + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎;
𝟏
 A integral ∫ 𝑻𝒈 (𝒂𝒙)𝒅𝒙 = − 𝒂 𝒍𝒏|𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙)| + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎.
Referências

Básica:
GUIDORIZZI, L. H. Um curso de cálculo. Vol. 1. 5. ed. São Paulo: LTC, 2008.

IME. Funções - cálculo diferencial e integral. IME, USP-SP. Disponível em:


<http://ecalculo.if.usp.br/>. Acesso em: 10 mai. 2017.

THOMAS, G. B. Cálculo - Volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.


Exercícios
AULA 1

ATIVIDADE

Relação Entre Funções Com Derivadas Iguais


1) Qual a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições:

𝑑𝑦
a) = 𝑦 e 𝑦(0) = −2.
𝑑𝑥

𝑑𝑦
b) 𝑑𝑥 = 5𝑦 e 𝑦(0) = 4.

2) Seja a função 𝒚′ (𝒙) = 𝟐, podemos dizer que:

a) 𝑦(𝑥) = 𝑥 2 + 𝑘. d) 𝑦(𝑥) = 2 + 𝑘.

b) 𝑦(𝑥) = 𝑥 + 2. e) 𝑦(𝑥) = 𝑒 2 + 𝑘.

c) 𝑦(𝑥) = 2𝑥 + 𝑘.
3) Seja a função 𝒚′ (𝒙) = 𝟐𝒙, podemos dizer que:

a) 𝑦(𝑥) = 𝑥 2 + 𝑘. d) 𝑦(𝑥) = 2 + 𝑘.

b) 𝑦(𝑥) = 𝑥 + 2. e) 𝑦(𝑥) = 𝑒 2 + 𝑘.

c) 𝑦(𝑥) = 2𝑥 + 𝑘.
4) Seja a função 𝒚′ (𝐱) = −𝑺𝒆𝒏 𝐱, podemos dizer que:

a) 𝑦(x) = 𝑆𝑒𝑛 x + 𝑘. d) 𝑦(x) = 𝐶𝑜𝑠 x + 𝑘.

b) 𝑦(x) = 𝑇𝑔 x + 𝑘. e) 𝑦(x) = 𝐶𝑜𝑡𝑔 x + 𝑘.

c) 𝑦(x) = −𝑆𝑒𝑐 x + 𝑘.
P á g i n a | 32

Primitiva De Uma Função


𝑑𝑦
1) Qual a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições 𝑑𝑥
= 𝑥2 −

1 e 𝑦(0) = −1.
𝑑2 𝑥
2) Qual a única função 𝑥 = 𝑥(𝑡), 𝑡 ∈ ℝ, que satisfaz as condições 𝑑𝑡 2
= 𝑒 2𝑡 ,

𝑣(0) = 1 e x(0) = 3.
𝑥
3) A integral ∫ 𝐶𝑜𝑠 ( ) 𝑑𝑥 é igual a:
2

𝑥 𝑥
a) 𝐶𝑜𝑠(2) + 𝑘. d) 2𝐶𝑜𝑠(2) + 𝑘.

1 𝑥 𝑥
b) 𝐶𝑜𝑠( ) + 𝑘. e) 2𝑆𝑒𝑛(2) + 𝑘.
2 2

1 𝑥
c) 2 𝑆𝑒𝑛(2) + 𝑘.

4) A integral ∫(4𝑥 3 − 3𝑥 2 + 2𝑥 − 5) 𝑑𝑥 é igual a:

a) 4𝑥 4 − 3𝑥 3 + 2𝑥 2 − 5𝑥 + 𝑘. d)
𝑥4
− 3𝑥 3 +
𝑥2
− 5𝑥 + 𝑘.
4 2

b) 𝑥 4 − 𝑥 3 + 𝑥 2 − 5𝑥 + 𝑘.
e) 4𝑥 4 − 3𝑥 3 + 2𝑥 2 − 5𝑥.
𝑥3 𝑥2 𝑥 𝑥
c) 4
− 3
+ 2 − 5 + 𝑘.
𝑑2 𝑦
5) Seja a função 𝑦 = 𝑦(x), 𝑥 ∈ ℝ, tal que 𝑑𝑥 2
= 𝐶𝑜𝑠 𝑥, 𝑦 ′ (0) = 1 e 𝑦(0) = 2. Então,

a única opção correta é:

a) 𝑦(x) = 𝑆𝑒𝑛 x + 𝑘. d) 𝑦(x) = 𝐶𝑜𝑠 x + 3.

b) y(x) = Cos x + x + 3. e) 𝑦(x) = 𝑆𝑒𝑛 x + 𝑥 − 2.

c) 𝑦(x) = −𝐶𝑜𝑠 x + 𝑥 + 3.
Aula 2
Técnicas de primitivação (Parte 1)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Esta aula é ligada diretamente à anterior e nela apresentaremos mais


expressões que representam técnicas de integração (primitivação) direta e através
da substituição de variáveis.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar as Primitivas de várias funções;


 Conhecer e aplicar a técnica da Primitivação de funções por
substituição de variável;
 Resolver problemas com as técnicas apresentadas de Primitivação.
P á g i n a | 34

2 INTRODUÇÃO

Nos livros de cálculo, bem como em várias apostilas e sites disponíveis na WEB,
podemos encontrar tabelas que apresentam várias fórmulas para integração. A
maioria dessas fórmulas estão listadas abaixo com o subitem Primitivas Imediatas.
Algumas delas já foram apresentadas nas aulas anteriores e outras estarão sendo
agora apresentadas a você.

2.1 Primitivas imediatas

Sejam 𝛼 ≠ 0 e 𝑐 constantes reais. Das fórmulas de derivação já vistas seguem


as seguintes de primitivação:

a) ∫ 𝑐 𝑑𝑥 = 𝑐𝑥 + 𝑘
𝑥𝛼+ 1
b) ∫ 𝑥 𝛼 𝑑𝑥 = 𝛼+1
+ 𝑘 (𝛼 ≠ −1)

c) ∫ 𝑒 𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝑘
1
d) ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = ln|𝑥| + 𝑘

e) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − cos 𝑥 + 𝑘
f) ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑘
g) ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = − ln|cos 𝑥| + 𝑘 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑐 𝑥| + 𝑘
h) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥| + 𝑘
i) ∫ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
j) ∫ sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 + 𝑘
1
k) ∫ 1+𝑥² 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
1
l) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑘
√1−𝑥²

A seguir iremos apresentar vários exemplos para relembrar o que você já viu
nas aulas anteriores e aproveitar para acrescentar novos exemplos de cálculos.
Acompanhe e refaça cada um, quanto mais você fizer, melhor para assimilar
os conteúdos e gravar as técnicas.
Ex. 1: Calcule:
a) ∫ 𝑥 5 𝑑𝑥 c) ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥
b) − ∫ 𝑑𝑥 d) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥
Resolução:
35

𝑥5
a) ∫ 𝑥 5 𝑑𝑥 = 5
+ 𝑘.

b) − ∫ 𝑑𝑥 = −𝑥 + 𝑘.
c) ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑘.
d) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑐 𝑥 + 𝑡𝑔𝑥| + 𝑘.

Observação!!
O domínio da função que ocorre no integrando de ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 deve ser
sempre um intervalo I; quando nada for mencionado a respeito do
domínio de 𝑓, ficará implícito que se trata de um intervalo I.

Ex. 2: Calcule:
a) ∫ 𝑥 2 √𝑥 𝑑𝑥 c) ∫ (cos 3x − sen 2x) 𝑑𝑥
2 1 2
b) ∫ (𝑥 + ) 𝑑𝑥 d) ∫ (2 sen 2x − 3 cos 4𝑥) 𝑑𝑥
𝑥

Resolução:
5 7
+1
1⁄ 5⁄ 𝑥2 𝑥 ⁄2 2 2
a) ∫ 𝑥 2 √𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = 5 + 𝑘= 7⁄ + 𝑘 = √𝑥 7 + 𝑘 = 𝑥 3 √𝑥 + 𝑘
7 7
+1 2
2

𝟐 𝟑
∫ 𝒙𝟐 √𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 √𝒙 + 𝒌
𝟕
2 𝑥2 𝑥2
b) ∫ (𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥 = 2
+ 2𝑙𝑛|𝑥| + 𝑘 = 2
+ 𝑙𝑛 𝑥 2 + 𝑘

𝟐 𝒙𝟐
∫ (𝒙 + ) 𝒅𝒙 = + 𝒍𝒏 𝒙𝟐 + 𝒌
𝒙 𝟐
1 1
c) ∫ (cos 3x − sen 2x) 𝑑𝑥 = 3 𝑠𝑒𝑛 3𝑥 + 2 cos 2𝑥 + 𝑘
𝟏 𝟏
∫ (𝐜𝐨𝐬 𝟑𝐱 − 𝐬𝐞𝐧 𝟐𝐱) 𝒅𝒙 = 𝒔𝒆𝒏 𝟑𝒙 + 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙 + 𝒌
𝟑 𝟐
1 2 1 1 2 1 1 1
d) ∫ ( sen 2x − cos 4𝑥) 𝑑𝑥 = ∙ (−cos 2x) − ∙ 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 + 𝑘 = − cos 2x − 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 +
2 3 2 2 3 4 4 6

𝑘
𝟏 𝟐 𝟏 𝟏
∫ ( 𝐬𝐞𝐧 𝟐𝐱 − 𝐜𝐨𝐬 𝟒𝒙) 𝒅𝒙 = − 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝐱 − 𝒔𝒆𝒏 𝟒𝒙 + 𝒌
𝟐 𝟑 𝟒 𝟔

Ex. 3: Calcule e verifique sua resposta por derivação:


a) ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥
𝑒
b) ∫ (𝑒 2𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥

c) ∫ (cos √3t) 𝑑𝑡
1 1
d) ∫ ( e−x − cos 2𝑥) 𝑑𝑥
2 3
P á g i n a | 36

Resolução:
a) Das relações trigonométricas e operações com funções trigonométricas,
podemos definir:
cos 2𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 (𝑖)
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 (𝑖𝑖)
Substituindo (II) em (I):
cos 2𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥) = 2𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 1
2𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 + cos 2𝑥
𝟏 𝟏
𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 =
+ 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
𝟐 𝟐
1 1 1 1 1
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( + cos 2𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑥 + ∙ 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 + 𝑘
2 2 2 2 2
𝒙 𝟏
∫ 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 𝒅𝒙 = + 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝒙 + 𝒌
𝟐 𝟒

𝑥 1 1 1 1 1
( + 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 + 𝑘) = + ∙ 2𝑐𝑜𝑠 2𝑥 = + cos 2𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥
2 4 2 4 2 2
𝑒 𝟏
b) ∫ (𝑒 2𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥 = 𝟐 𝒆𝟐𝒙 + 𝒆 ∙ 𝒍𝒏|𝒙| + 𝒌

1 1 1 𝑒
( 𝑒 2𝑥 + 𝑒 ∙ 𝑙𝑛|𝑥| + 𝑘) = 2𝑒 2𝑥 + 𝑒 ∙ = 𝑒 2𝑥 +
2 2 𝑥 𝑥
𝟏
𝐜) ∫ (cos √3t) 𝑑𝑡 = 𝒔𝒆𝒏 √𝟑𝐭 + 𝐤
√𝟑

1 1
( 𝑠𝑒𝑛 √3t + 𝑘) = ∙ √3 ∙ cos √3𝑡 = cos √3𝑡
√3 √3
1 1 1 1 −x 1 1 𝟏 𝟏
𝐝) ∫ ( e−x − sen 2𝑥) 𝑑𝑥 = ∙ e − ∙ (−cos 2𝑥) + 𝑘 = − 𝐞−𝐱 + ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙 + 𝒌
2 3 2 −1 3 2 𝟐 𝟔

1 1 1 1 1 1
(− e−x + ∙ cos 2𝑥 + 𝑘) = − ∙ (−e−x ) + ∙ 2 ∙(−𝑠𝑒𝑛 2𝑥) = e−x − sen 2𝑥
2 6 2 6 2 3

Exercícios Propostos
Faça os exercícios 12.1 do livro “Um Curso de Cálculo”, Volume 1, do Guidorizzi, nas
páginas 340, 341, 342 e 343.

2.2 Técnica para cálculo de integral

INDEFINIDA DA FORMA ∫ 𝒇(𝒈(𝒙)) 𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙


Vamos estudar agora um dos casos especiais de integração (primitivação),
que é aplicado à “inversa da regra da cadeia para derivada de funções
compostas”.
P á g i n a | 37

Para tanto, vamos começar assim. Tomemos duas funções reais 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥𝑂
tais que 𝐼𝑚𝑔 ⊂ 𝐷𝑓 , com 𝑔(𝑥) derivável. Se 𝐹(𝑥) for uma primitiva de 𝑓(𝑥), isto é 𝐹 ′ (𝑥) =
𝑓(𝑥), segue que 𝐹 ′ (𝑔 (𝑥)) é uma primitiva de 𝑓 (𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥), uma vez que, pela regra da
cadeia

(𝐹 (𝑔 (𝑥))) = 𝐹 ′ (𝑔(𝑥)) ∙ 𝑔′ (𝑥) = 𝑓(𝑔 (𝑥))𝑔′ (𝑥).

Deste modo, podemos definir uma técnica de integração, fazendo a seguinte


consideração: chamamos 𝒖 = 𝒈(𝒙), então: 𝒅𝒖 = 𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙. Substituindo na integral:

∫ 𝑓(𝑔 (𝑥)) 𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢 = 𝐹(𝑢) + 𝑘 = 𝐹(𝑔(𝑥)) + 𝑘

Então;

∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭 (𝒈(𝒙)) + 𝒌.

Ex. 1: Calcule ∫ 𝑥 cos 𝑥² 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥² temos que 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥.


1
Daí, temos que 2 𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥.

Então,
1 1
∫ 𝑥 cos𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ cos𝑥² ∙ 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ cos 𝑢 ( 𝑑𝑢) = ∫ cos 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
Como;
1 1
∫ cos 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 + 𝑘,
2 2
Resulta;
𝟏
∫ 𝒙 𝐜𝐨𝐬 𝒙² 𝒅𝒙 = 𝒔𝒆𝒏 𝒙² + 𝒌
𝟐
Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):

1 1 2 ) (𝑥 2 )′
2𝑥 cos 𝑥 2
( 𝑠𝑒𝑛 𝑥² + 𝑘) = (cos 𝑥 ∙ = = 𝒙 𝐜𝐨𝐬 𝒙𝟐
2 2 2
3
Ex. 2: Calcule ∫ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥 3 , temos que 𝑑𝑢 =
1
3𝑥 2 𝑑𝑥 → 𝑥 2 𝑑𝑥 = 3 𝑑𝑢:

3 𝑑𝑢 1 1
∫ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 𝑢 = ∫ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑒 𝑢 + 𝑘
3 3 3
Resulta:
𝟑 𝟏 𝒙𝟑
∫ 𝒆𝒙 ∙ 𝒙𝟐 𝒅𝒙 = 𝒆 + 𝒌.
𝟑
Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):
′ 3
1 𝑥3 1 3 𝑒 𝑥 ∙ 3𝑥 2 𝟑
( 𝑒 + 𝑘) = (𝑒 𝑥 ) ∙ (𝑥 3 )′ = = 𝒆𝒙 ∙ 𝒙𝟐
3 3 3
P á g i n a | 38

Ex. 3: Calcule ∫(2𝑥 + 1)3 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 2𝑥 + 1, então 𝑑𝑢 = 2 𝑑𝑥 →


1
𝑑𝑥 = 2 𝑑𝑢:
1 1
∫(2𝑥 + 1)3 𝑑𝑥 = ∫( 𝑢)3 ( 𝑑𝑢) = ∫ 𝑢³ 𝑑𝑢.
2 2
Como,
1 𝑢4
∫ 𝑢³ 𝑑𝑢 = + 𝑘,
2 8
Resulta:
(𝟐𝒙 + 𝟏)𝟒
∫( 𝟐𝒙 + 𝟏)𝟑 𝒅𝒙 = + 𝒌.
𝟖
Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):

(2𝑥 + 1)4 1 1
( + 𝑘) = 4(2𝑥 + 1)3 ∙ (2𝑥 + 1)′ = (2𝑥 + 1)3 ∙ 2 = (𝟐𝒙 + 𝟏)𝟑
8 8 2
𝑥
Ex. 4: Calcule ∫ 1−𝑥2 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 1 − 𝑥 2 , então 𝑑𝑢 = −2𝑥 𝑑𝑥 →
1
𝑥𝑑𝑥 = − 2 𝑑𝑢:
𝑥 1 1 1 1
∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ (− 𝑑𝑢) = − ∫ 𝑑𝑢.
1−𝑥 𝑢 2 2 𝑢
Como,
1
∫ 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑢| + 𝑘,
𝑢
Resulta:
𝒙 𝟏
∫ 𝟐
𝒅𝒙 = − 𝒍𝒏|𝟏 − 𝒙𝟐 | + 𝒌.
𝟏−𝒙 𝟐
Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):

1 1 1 1 1 𝒙
(− 𝑙𝑛|1 − 𝑥 2 | + 𝑘) = − ∙ 2
∙ (1 − 𝑥 2 )′ = − ∙ 2
∙ (−2𝑥) =
2 2 1−𝑥 2 1−𝑥 𝟏 − 𝒙𝟐
𝑥
Ex. 5: Calcule ∫ 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥 2 , então 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥 →
√1−𝑥 4
1
𝑥𝑑𝑥 = 2 𝑑𝑢:
𝑥 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ ( 𝑑𝑢) = ∫ 𝑑𝑢.
√1 − 𝑥 4 √1 − 𝑢2 2 2 √1 − 𝑢2

Como,
1
∫ 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑢 + 𝑘,
√1 − 𝑢2
Resulta:
𝒙 𝟏
∫ 𝒅𝒙 = 𝒂𝒓𝒄 𝒔𝒆𝒏 (𝒙𝟐 ) + 𝒌.
√𝟏 − 𝒙𝟒 𝟐
P á g i n a | 39

Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):



1 2)
1 1 1 1 𝒙
( 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 + 𝑘) = ∙ ∙ (𝑥 2 )′ = ∙ ∙ (2𝑥) =
2 2 √1 − (𝑥 2 )2 2 √1 − 𝑥 4 √𝟏 − 𝒙𝟒

Ex. 6: Calcule ∫ 3𝑥√𝑥 2 − 1𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥 2 − 1, então 𝑑𝑢 =


1
2𝑥 𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 = 2 𝑑𝑢:
1 3 3 1
∫ 3𝑥√𝑥 2 − 1𝑑𝑥 = ∫ 3√𝑥 2 − 1 ∙ 𝑥𝑑𝑥 = = ∫ 3√𝑢 ( 𝑑𝑢) = ∫ √𝑢 𝑑𝑢 = ∫ 𝑢 ⁄2 𝑑𝑢.
2 2 2
Como,
1
1 𝑢2+1 2 3 2 2
∫ 𝑢 ⁄2 𝑑𝑢 = + 𝑘 = 𝑢 ⁄2 + 𝑘 = √𝑢3 + 𝑘 = 𝑢√𝑢 + 𝑘,
1 3 3 3
2+1
Assim,
3 2
∫ 3𝑥 √𝑥 2 − 1𝑑𝑥 = ∙ ∙ (𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘.
2 3
Resulta:

∫ 𝟑𝒙√𝒙𝟐 − 𝟏𝒅𝒙 = (𝒙𝟐 − 𝟏) ∙ √𝒙𝟐 − 𝟏 + 𝒌.

Verificando o resultado pelo processo inverso (derivação):


′ ′
[(𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = (𝑥 2 − 1)′ ∙ √𝑥 2 − 1 + (𝑥 2 − 1) ∙ (√𝑥 2 − 1)
′ 2𝑥
[(𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = 2𝑥 ∙ √𝑥 2 − 1 + (𝑥 2 − 1) ∙ ( )
2√𝑥 2 − 1
′ 𝑥3 − 𝑥 2𝑥 ∙ √𝑥 2 − 1 ∙ √𝑥 2 − 1 + (𝑥 3 − 𝑥)
[(𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = 2𝑥 ∙ √𝑥 2 − 1 + =
√𝑥 2 − 1 √𝑥 2 − 1
2
′ 2𝑥 ∙ (𝑥 2 − 1) + (𝑥 3 − 𝑥) 2𝑥 3 − 2𝑥 + 𝑥 3 − 𝑥
[(𝑥 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = =
√𝑥 2 − 1 √𝑥 2 − 1
′ 3𝑥 3 − 3𝑥 3𝑥(𝑥 2 − 1) 3𝑥(𝑥 2 − 1) √𝑥 2 − 1
[(𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = = = ∙
√𝑥 2 − 1 √𝑥 2 − 1 √𝑥 2 − 1 √𝑥 2 − 1
′ 3𝑥(𝑥 2 − 1)√𝑥 2 − 1
[(𝑥 2 − 1) ∙ √𝑥 2 − 1 + 𝑘] = = 𝟑𝒙√𝒙𝟐 − 𝟏
(𝑥 2 − 1)

Ex. 7: Determine a integral ∫ 𝑥 5 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 1 − 𝑥 2 ,


1
temos que 𝑑𝑢 = −2𝑥𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 = − 2 𝑑𝑢.

Podemos ver que 𝑥 2 = 1 − 𝑢


Trabalhando então o integrando, ficamos com:

∫ 𝑥 5 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫(𝑥 2 )2 ∙ √1 − 𝑥 2 ∙ 𝑥𝑑𝑥
P á g i n a | 40

Substituindo a variável:
−1 1
∫ 𝑥 5 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫(1 − 𝑢)2 ∙ √𝑢 ∙ ( ) 𝑑𝑢 = − ∫(1 − 𝑢)2 ∙ √𝑢 𝑑𝑢 =
2 2
1 1 1 1 3 5
− ∫(1 − 2𝑢 + 𝑢2 ) ∙ 𝑢 ⁄2 𝑑𝑢 = − ∫ (𝑢 ⁄2 − 2𝑢 ⁄2 + 𝑢 ⁄2 ) 𝑑𝑢 =
2 2
3 5 7
1 𝑢 ⁄2 𝑢 ⁄2 𝑢 ⁄2 1 3 2 5 1 7
− [ −2 + ] + 𝑘 = − 𝑢 ⁄2 + 𝑢 ⁄2 − 𝑢 ⁄2 + 𝑘 =
2 3⁄ 5⁄ 7⁄ 3 5 7
2 2 2
1 2 1
− √𝑢3 + √𝑢5 − √𝑢7 + 𝑘
3 5 7

Assim,
1 2 1
∫ 𝑥 5 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 = − √(1 − 𝑥 2 )3 + √(1 − 𝑥 2 )5 − √(1 − 𝑥 2 )7 + 𝒌
3 5 7

𝑆𝑒𝑛 𝑥
Ex. 8: Determinar a integral ∫ 𝐶𝑜𝑠2 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝐶𝑜𝑠 𝑥, temos

que 𝑑𝑢 = −𝑆𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥:


𝑆𝑒𝑛 𝑥 1 1 −2
𝑢−2+1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑆𝑒𝑛 𝑥𝑑𝑥 = ∫ (−𝑑𝑢) = − ∫ 𝑢 𝑑𝑢 = − +𝑘 =
𝐶𝑜𝑠 2 𝑥 (𝐶𝑜𝑠 𝑥)2 𝑢2 −2 + 1
𝑢−1 1
=− + 𝑘 = 𝑢−1 + 𝑘 = + 𝑘
−1 𝑢

Assim,
𝑆𝑒𝑛 𝑥 𝟏
∫ 2
𝑑𝑥 = + 𝒌 = 𝒔𝒆𝒄 𝒙 + 𝒌
𝐶𝑜𝑠 𝑥 𝑪𝒐𝒔 𝒙

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.2, páginas: 351 a 354 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

Obs. Refaça os exemplos do Guidorizzi, pág. 344 a 351 e que não


foram apresentados aqui neste caderno.
Resumo

Nesta aula vimos:

 Da tabela de derivação, fazendo o processo inverso, podemos definir


uma tabela de integração para Primitivas Imediatas;
 As integrais de funções ∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒈(𝒙)) + 𝒌, com k constante
são utilizadas para resolver problemas inversos à derivação pela regra
da cadeia;
 Para utilizar a fórmulação ∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒈(𝒙)) + 𝒌, de forma
prática, basta identificar e fazer 𝒖 = 𝒈(𝒙) e determinar 𝒅𝒖 = 𝒈’(𝒙)𝒅𝒙.
Referências

Básica:
GUIDORIZZI, L. H. Um curso de cálculo. Vol. 1. 5. ed. São Paulo: LTC, 2008.

IME. Funções - cálculo diferencial e integral. IME, USP-SP. Disponível em:


<http://ecalculo.if.usp.br/>. Acesso em: 10 mai. 2017.

THOMAS, G. B. Cálculo - Volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.


Exercícios
AULA 2

ATIVIDADE

𝑑𝑦
1) Qual a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições =
𝑑𝑥
2
𝑥𝑒 −𝑥 e 𝑦(0) = −1.

𝑑2 𝑥
2) Qual a única função 𝑥 = 𝑥(𝑡), 𝑡 ∈ ℝ, que satisfaz as condições = 4𝑆𝑒𝑛 2𝑡,
𝑑𝑡 2

𝑣(0) = −1 e x(0) = 2.

𝐶𝑜𝑠 𝑥
3) A integral ∫ 𝑆𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 é igual a

a) −𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑘. d) −𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑘.
1
b) 2 𝐶𝑜𝑠𝑥 + 𝑘. e) sec 𝑥 + 𝑘.

c) −𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐 𝑥 + 𝑘.

2
4) A integral ∫ 4+𝑥2 𝑑𝑥 é igual a

𝑥
a) ln|4 + 𝑥 2 | + 𝑘. d) 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (2) + 𝑘.
1
b) 2 𝐶𝑜𝑠𝑥 + 𝑘. 𝑥
e) 4 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (2) + 𝑘.

c) ln|sec( 4 + 𝑥 2 )| + 𝑘.

5) A integral ∫ 𝑥 3 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 é igual a

1 1 1
a)− √(1 − 𝑥 2 )3 + √(1 − 𝑥 2 )5 + 𝑘. d) − 2 √(1 − 𝑥 2 )3 + 𝑘.
3 5

1 1 1
b) 2 √(1 − 𝑥 2 )3 + 𝑘. e) 3 √(1 − 𝑥 2 )3 + 5 √(1 − 𝑥 2 )5 + 𝑘.

1 1
c) 3 √(1 − 𝑥 2 )3 − 5 √(1 − 𝑥 2 )5 + 𝑘.
Aula 3
Técnicas de primitivação (Parte 2)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula serão abordadas mais duas técnicas de primitivação a integração


por partes e a substituição trigonométrica.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar onde e saber aplicar a técnica de Integração por Partes para


cálculo das Primitivas de funções;
 Resolver problemas com integração pelo método da substituição
trigonométrica.
P á g i n a | 45

3 INTEGRAÇÃO POR PARTES

A integração por partes é consequência da análise inversa da derivada do


produto de duas funções.
Sendo assim, vamos supor que temos duas funções reais 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥) definidas
e deriváveis num mesmo intervalo 𝐼. Desta forma, pela regra aprendida no Cálculo 1,
temos que:
[ 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥)]′ = 𝑓 ′ (𝑥) 𝑔(𝑥) + 𝑓(𝑥) 𝑔′ (𝑥).
Trabalhando a igualdade, podemos escrever assim:
𝑓(𝑥) 𝑔′ (𝑥) = [𝑓 (𝑥) 𝑔(𝑥)]′ − 𝑓 ′ (𝑥) 𝑔(𝑥).
Supondo, então, que 𝑓 ′ (𝑥) 𝑔(𝑥) admita primitiva em 𝐼 e observando que
𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) é uma primitiva de [𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) ]′, então 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥) também admitirá primitiva
em 𝐼 e

∫ 𝒇(𝒙)𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙 = 𝒇(𝒙)𝒈(𝒙) − ∫ 𝒇′ (𝒙)𝒈(𝒙)𝒅𝒙

Que é a regra de integração por partes. O mais comum é considerarmos as


funções 𝑢 e 𝑣. Dessa forma, fazemos 𝑢 = 𝑓(𝑥) e 𝑣 = 𝑔(𝑥) e teremos 𝑑𝑢 = 𝑓 ′ (𝑥) 𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 =
𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥, o que nos permite escrever a regra de integração por partes na seguinte
forma usual:

∫ 𝒖 𝒅𝒗 = 𝒖𝒗 − ∫ 𝒗 𝒅𝒖

Observação
Uma dica prática para aplicar essa técnica é que se você tiver eu
calcular a integral ∫ 𝛼 (𝑥) 𝛽(𝑥)𝑑𝑥 e perceber que, multiplicando a derivada de
uma das funções do integrando por uma primitiva da outra, chega-se a uma
função que possui primitiva imediata, então aplique a regra de integração por

Ex. 1: Calcule ∫ 𝑥 𝑐𝑜𝑥 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: A derivada de 𝑥 é 1; 𝑠𝑒𝑛 𝑥 é uma


primitiva de cos 𝑥. Como 1. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 tem primitiva imediata, a regra de integração por
partes resolve o problema.
Fazendo:
𝑢=𝑥 → 𝑑𝑢 = 1. 𝑑𝑥
cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − ∫ 1 . 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥


P á g i n a | 46

ou seja,

∫ 𝒙 𝐜𝐨𝐬 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝒙 + 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌.

Ex. 2: Calcule ∫ 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: A derivada de 𝑥 é 1; 𝑒 𝑥 é uma primitiva


de 𝑒 𝑥 . Como 1. 𝑒 𝑥 tem primitiva imediata, a regra de integração por partes resolve o
problema. Fazendo:
𝑢=𝑥 → 𝑑𝑢 = 1. 𝑑𝑥
𝑥
𝑒 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑒𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑒 𝑥 − ∫ 1 . 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

ou seja,

∫ 𝒙 𝒆𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 𝒆𝒙 − 𝒆𝒙 +𝒌.

Ex. 3: Calcule ∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo:


𝑢 = 𝑥2 → 𝑑𝑢 = 2𝑥. 𝑑𝑥
𝑥
𝑒 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑒𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − ∫ 𝟐𝒙 . 𝒆𝒙 𝒅𝒙

A integral ∫ 2𝑥 . 𝑒 𝑥 𝑑𝑥, também é resolvida pela regra da integração por partes.


Fazendo agora então:
𝑢 = 2𝑥 → 𝑑𝑢 = 2. 𝑑𝑥
𝑥
𝑒 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑒𝑥
Aplicando novamente a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 2𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 2𝑥 𝑒 𝑥 − ∫ 2 . 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝟐𝒙 𝒆𝒙 − 𝟐 𝒆𝒙

Substituindo os valores então;

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − (2𝑥 𝑒 𝑥 − 2 𝑒 𝑥 ) + 𝑘

Resultando;

∫ 𝒙𝟐 𝒆𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙𝟐 𝒆𝒙 − 𝟐𝒙 𝒆𝒙 + 𝟐 𝒆𝒙 + 𝒌

Ex. 4: Calcule ∫ 𝑥 2 𝑙𝑛𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo:


1
𝑢 = ln 𝑥 → 𝑑𝑢 = . 𝑑𝑥
𝑥
𝑥3
𝑥 2 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣=
3
P á g i n a | 47

Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:


𝑥3 𝑥3 1
∫ 𝑥 2 𝑙𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ln 𝑥 − ∫ . 𝑑𝑥
3 3 𝑥
𝑥2 𝑥3
A integral ∫ 3
𝑑𝑥 = 9

Substituindo os valores então


𝒙𝟑 𝒙𝟑
∫ 𝒙𝟐 𝒍𝒏 𝒙 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧 𝒙 − +𝒌
𝟑 𝟗
Ex. 5: Calcule ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Para resolver essa questão, o truque aqui
é acabar com 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥. Vamos então derivar 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 e achar uma primitiva de 1.

∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 1 𝑑𝑥.

∫ 𝑎𝑟𝑐
⏟ 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 1⏟
𝑑𝑥 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑢 𝑑𝑣

Fazendo:
1
𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 → 𝑑𝑢 = ∙ 𝑑𝑥
1 + 𝑥²
1𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣=𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:
1
∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥). 𝑥 − ∫ 𝑥. 𝑑𝑥.
1 + 𝑥²
Assim
𝑥
∫ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 − ∫ 𝑑𝑥
1 + 𝑥²
𝑥
Resolvendo a integral ∫ 1+𝑥2 𝑑𝑥
1
Fazemos 𝑢 = 1 + 𝑥 2 , temos que du = 2xdx → xdx = 2 du
𝑥 1 1 1 1 1 1
∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ ∙ ( 𝑑𝑢) = ∫ 𝑑𝑢 = ln|𝑢| = ln|1 + 𝑥 2 |
1+𝑥 𝑢 2 2 𝑢 2 2
ou seja,
𝟏
∫ 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 𝒙 − 𝐥𝐧(𝟏 + 𝒙𝟐 ) + 𝒌.
𝟐
Ex. 6: Calcule ∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Fazendo:
𝑢 = 𝑥2 → 𝑑𝑢 = 2𝑥 ∙ 𝑑𝑥
𝑆𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = − cos 𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − ∫(− cos 𝑥) 2𝑥 𝑑𝑥.

Assim
P á g i n a | 48

∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 ∫ 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥.

Resolvendo a integral ∫ 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥 , novamente deve-se aplicar a regra da


integração por partes, tomando:
𝑢=𝑥 → 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = sen 𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:

∫ 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + cos 𝑥

Substituindo em ∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑥 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 ∫ 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥:

∫ 𝒙𝟐 𝒔𝒆𝒏 𝒙 𝒅𝒙 = − 𝒙𝟐 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝟐𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝒙 + 𝟐 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌.

Ex. 7: Calcule ∫ ln 𝑥 𝑑𝑥.


Resolução: Fazendo:
1
𝑢 = ln 𝑥 → 𝑑𝑢 = ∙ 𝑑𝑥
𝑥
1 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣=𝑥
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:
1
∫ ln 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ln 𝑥 − ∫ 𝑥 ( 𝑑𝑥) = 𝑥 ln 𝑥 − ∫ 𝑑𝑥
𝑥
Assim

∫ 𝐥𝐧 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 𝐥𝐧 𝒙 − 𝒙 + 𝒌

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.3, páginas: 360 e 361 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

Obs. Refaça os exemplos do Guidorizzi, pág. 355 a 360 que não foram
apresentados aqui neste caderno.

3.1 Mudança de variável (Substituição trigonométrica)

Outra técnica importante é a mudança de variável que possibilita a


substituição trigonométrica. Vamos entender de forma geral essa técnica e depois
aplicar uns exemplos. Para uma função 𝑓(𝑥) definida num intervalo 𝐼, vamos supor
P á g i n a | 49

que 𝑥 = 𝜑(𝑢) seja inversível, com inversa 𝑢 = 𝜃(𝑥), 𝑥 ∈ 𝐼, sendo 𝜑 e 𝜃 deriváveis. Assim,
se tivermos.

∫ 𝑓 (𝜑 (𝑢))𝜑′ (𝑢)𝑑𝑢 = 𝐹(𝑢) + 𝑘 (𝑢 ∈ 𝐷𝜑 )

então,

∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝜃(𝑥)) + 𝑘.

Ex. 1: Calcule ∫ √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: Da definição do ciclo trigonométrico


temos que: 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢. Desta forma, a mudança 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 elimina a raiz do
integrando:
𝜋 𝜋
𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (− <𝑢 < ) → 𝑑𝑥 = cos 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
Então,

∫ √1 − 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ √1 − 𝑠𝑒𝑛² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢 = ∫ √𝑐𝑜𝑠² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢

√𝑐𝑜𝑠² 𝑢 = |cos 𝑢| = cos 𝑢,


pois,
𝜋 𝜋
𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,

∫ √1 − 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢

A integral ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢 pode ser determinada pela integração por partes,


fazendo: 𝑣 = cos 𝑢 → 𝑑𝑣 = −𝑠𝑒𝑛 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
cos 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡 → 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢
Aplicando a regra: ∫ 𝑣 𝑑𝑡 = 𝑣𝑡 − ∫ 𝑡 𝑑𝑣:

∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 − ∫(−𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫(𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢)

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢.

∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫(1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫ 𝑑𝑢 − ∫(𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢)

2 ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫ 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + 𝑢

1 1
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢 + 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + 𝑘
2 2
𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢, com − < 𝑢 < , segue
2 2

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥

cos 𝑢 = √1 − 𝑥²
P á g i n a | 50

Como ∫ √1 − 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢, então


𝟏 𝟏
∫ √𝟏 − 𝒙² 𝒅𝒙 = 𝒂𝒓𝒄 𝒔𝒆𝒏 𝒙 + 𝒙 √𝟏 − 𝒙² + 𝒌, (−1 < 𝑥 < 1).
𝟐 𝟐
Ex. 2: Calcule ∫ √1 − (𝑥 − 1)2 𝑑𝑥. Resolução: Da definição do ciclo
trigonométrico temos que: 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢.
Desta forma, a mudança 𝑥 − 1 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 elimina a raiz do integrando:
𝜋 𝜋
𝑥 = 1 + 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (− < 𝑢 < ) → 𝑑𝑥 = cos 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
Então,

∫ √1 − (𝑥 − 1)² 𝑑𝑥 = ∫ √1 − 𝑠𝑒𝑛² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢 = ∫ √𝑐𝑜𝑠² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢

√𝑐𝑜𝑠² 𝑢 = |cos 𝑢| = cos 𝑢,


pois,
𝜋 𝜋
𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,

∫ √1 − (𝑥 − 1)² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢

A integral ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢 foi determinado no exemplo anterior aplicando a


integração por partes:
1 1
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢 + 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + 𝑘
2 2
𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 𝑥 − 1 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 − 1)

cos 𝑢 = √1 − (𝑥 − 1)²

Como ∫ √1 − (𝑥 − 1)² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢, então


𝟏 𝟏
∫ √𝟏 − (𝒙 − 𝟏)𝟐 𝒅𝒙 = 𝒂𝒓𝒄 𝒔𝒆𝒏 (𝒙 − 𝟏) + (𝒙 − 𝟏) √𝟏 − (𝒙 − 𝟏)𝟐 + 𝒌,
𝟐 𝟐
(−1 < 𝑥 < 1).
2
Ex. 3: Calcule ∫ 𝑑𝑥.
√4− 𝑥 2

𝑥 2
Resolução: √4 − 𝑥 2 = 2√1 − ( )
2

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢. Desta


𝑥
forma, a mudança 2 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 elimina a raiz do integrando:
𝜋 𝜋
𝑥 = 2 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (− <𝑢 < ) → 𝑑𝑥 = 2 cos 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
P á g i n a | 51

Então,
1 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ . 2cos 𝑢 𝑑𝑢 = ∫ . cos 𝑢 𝑑𝑢
√4 − 𝑥 2 𝑥 2 2√1 − 𝑠𝑒𝑛² 𝑢 √𝑐𝑜𝑠² 𝑢
2√1 − ( )
2
√𝑐𝑜𝑠² 𝑢 = |cos 𝑢| = cos 𝑢,
pois,
𝜋 𝜋
𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,
1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = 𝑢 + 𝑘
√4 − 𝑥 2

𝑥 𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 2 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue
𝑥
𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
𝟏 𝒙
∫ 𝒅𝒙 = 𝒂𝒓𝒄 𝒔𝒆𝒏 ( ) + 𝒌
√𝟒 − 𝒙𝟐 𝟐

Ex. 4: Calcule ∫ √1 + 𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: Da definição do ciclo trigonométrico


temos que: 1 + 𝑡𝑔2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢.
Desta forma, a mudança 𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢 elimina a raiz do integrando:
𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢 → 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
Então,

∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ √1 + 𝑡𝑔² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢. = ∫ √𝑠𝑒𝑐² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.


𝜋 𝜋
√𝑠𝑒𝑐² 𝑢 = |sec 𝑢| = sec 𝑢, 𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,

∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢.

A integral ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 pode ser determinada pela integração por partes,


fazendo:
𝑣 = sec 𝑢 → 𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 ∙ 𝑡𝑔 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
sec 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡 → 𝑡 = 𝑡𝑔 𝑢

Aplicando a regra: ∫ 𝑣 𝑑𝑡 = 𝑣𝑡 − ∫ 𝑡 𝑑𝑣:

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 − ∫ 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 ∙ 𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢


P á g i n a | 52

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 − ∫ sec 𝑢 ∙ 𝑡𝑔2 𝑢 𝑑𝑢

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 𝑡𝑔2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 − 1.

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 − ∫ sec 3 𝑢 𝑑𝑢 + ∫ sec 𝑢 𝑑𝑢

2 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ∫ sec 𝑢 𝑑𝑢

2 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢|

1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘
2 2

𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥

sec 𝑢 = √1 + 𝑥²

Como ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢, então


𝟏
∫ √𝟏 + 𝒙² 𝒅𝒙 = [𝒙√𝟏 + 𝒙² + 𝐥𝐧 |𝒙 + √𝟏 + 𝒙²|] + 𝒌.
𝟐

Ex. 5: Calcule ∫ √1 + 4𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: Da definição do ciclo


trigonométrico temos que: 1 + 𝑡𝑔2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢.
Desta forma, a mudança 2𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢 elimina a raiz do integrando:
1 1
𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢 → 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
2 2

Então,
1 1
∫ √1 + 4𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ √1 + (2𝑥)² 𝑑𝑥 ∫ √1 + 𝑡𝑔² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢. = ∫ √𝑠𝑒𝑐² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
𝜋 𝜋
√𝑠𝑒𝑐² 𝑢 = |sec 𝑢| = sec 𝑢, 𝑢 ∈ ]− , [.
2 2

Assim,
1
∫ √1 + 4𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢.
2

A integral ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 foi calculada no exemplo anterior aplicando-se a técnica


de integração por partes:
P á g i n a | 53

1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘
2 2

𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 2𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢, com − < 𝑢 < , segue
2 2

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (2𝑥)

sec 𝑢 = √1 + 4𝑥²

1
Como ∫ √1 + 4𝑥² 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = 2
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢, então
𝟏
∫ √𝟏 + 𝟒𝒙² 𝒅𝒙 = [𝟐𝒙√𝟏 + 𝟒𝒙² + 𝐥𝐧 |𝟐𝒙 + √𝟏 + 𝟒𝒙²|] + 𝒌.
𝟒

2𝑥 2
Ex. 6: Calcule ∫ √3 + 4𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: √3 + 4𝑥 2 = √3 ∙ √1 + ( 3)

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 1 + 𝑡𝑔2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢. Desta


2𝑥
forma, a mudança = 𝑡𝑔 𝑢 elimina a raiz do integrando:
√3

√3 √3
𝑥= 𝑡𝑔 𝑢 → 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
2 2

Então,

2𝑥 2 √3
∫ √3 + 4𝑥 2 𝑑𝑥 = √3 ∫ √1 + ( ) 𝑑𝑥 = √3 ∫ √1 + 𝑡𝑔2 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢
√3 2
3
∫ √3 + 4𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ √𝑠𝑒𝑐² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
2
𝜋 𝜋
√𝑠𝑒𝑐² 𝑢 = |sec 𝑢| = sec 𝑢, 𝑢 ∈ ]− , [.
2 2

Assim,
3
∫ √3 + 4𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢.
2

A integral ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 foi calculada anteriormente pela técnica de integração


por partes:
1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘
2 2

2𝑥 𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: = 𝑡𝑔 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue
√3
P á g i n a | 54

2𝑥
𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 ( )
√3
sec 𝑢 = √3 + 4𝑥²
3
Como ∫ √3 + 4𝑥² 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = 2
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢, então
𝟑 𝟐𝒙 𝟐𝒙
∫ √𝟑 + 𝟒𝒙² 𝒅𝒙 = [ √𝟑 + 𝟒𝒙² + 𝐥𝐧 | + √𝟑 + 𝟒𝒙²|] + 𝒌.
𝟒 √𝟑 √𝟑

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.4, páginas: 369 e 370 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

Obs. Refaça os exemplos do Guidorizzi, pág. 362 a 367 que não foram
apresentados aqui neste caderno.
Resumo

Nesta aula vimos:

 A Integração por Partes é um importante técnica de primitivação,


quando se tenha que calcular a integral de um produto de duas
funções;
 Uma dica básica para escolher usar a integração por partes é verificar
se multiplicando a derivada de uma das funções do integrando pela
primitiva da outra função, chega-se a uma função de integral
conhecida, ou facilmente integrável;
 A formulação básica para a integração por partes é: ∫ 𝒖𝒅𝒗 = 𝒖𝒗 −
∫ 𝒗𝒅𝒖;
 Para os casos em que há raiz no integrando, pode-se tentar simplificar
usando a substituição trigonométrica, aplicando algumas das
propriedades trigonométricas: 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 + 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 = 𝟏, 𝒕𝒈𝟐 𝒙 + 𝟏 = 𝒔𝒆𝒄𝟐 𝒙, etc.;
 Para utilizar a formulação da substituição trigonométrica é necessário
mudar de variável encontrando 𝒙 = 𝝋(𝒖), inversível, para depois de
integrado em função de 𝒖, voltar para a variável 𝒙, ou seja, é necessário
existir 𝒖 = 𝜽(𝒙).
Referências

Básica:
GUIDORIZZI, L. H. Um curso de cálculo. Vol. 1. 5. ed. São Paulo: LTC, 2008.

IME. Funções - cálculo diferencial e integral. IME, USP-SP. Disponível em:


<http://ecalculo.if.usp.br/>. Acesso em: 10 mai. 2017.

THOMAS, G. B. Cálculo - Volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.


Exercícios
AULA 3

ATIVIDADE

𝑑𝑦
1) Qual a única função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições =
𝑑𝑥

3𝑥𝑒 2𝑥 e 𝑦(0) = 5.

2) Determine a integral ∫ 𝑥√1 + 𝑥 2 𝑑𝑥.

𝑑2 𝑥 1
3) A única função 𝑥 = 𝑥(𝑡), 𝑡 ∈ ℝ, que satisfaz as condições = , 𝑣(𝑒) =
𝑑𝑡 2 𝑡

2 e x(0) = 3 é;

a) 𝑡 + 𝑙𝑛 |𝑡| + 2. d) 𝑡 + 𝑙𝑛 |𝑡| − 3.

b) 𝑡 𝑙𝑛 |𝑡| + 3. e) 𝑡 𝑙𝑛 |𝑡| − 3.

c) 𝑡 2 𝑙𝑛 |𝑡| + 3

𝑥3
4) A integral ∫ 𝑑𝑥 é igual a
√1−𝑥 2

𝑥3 1 2
a) + 𝑘. d) − 3 𝑥 2 ∙ √1 − 𝑥 2 − 3 √1 − 𝑥 2 + 𝑘.
√1−𝑥 2

𝑥 3 √1−𝑥 2 e) 𝑥 2 ∙ √1 − 𝑥 2 + √1 − 𝑥 2 + 𝑘.
b) 2
+ 𝑘.

2 1
c) 3 𝑥 2 ∙ √1 − 𝑥 2 − 3 √1 − 𝑥 2 + 𝑘
Aula 4
Técnicas de primitivação (Parte 3)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula serão abordadas algumas outras técnicas de primitivação


aplicadas quanto temos divisão de polinômios (função racional).

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar onde e saber aplicar as técnicas de Integração para funções


racionais com denominador redutível;
 Resolver problemas com integração de funções racionais com
denominador irredutível.
59

4 DENOMINADOR REDUTÍVEL

𝑷 (𝒙)
4.1 Integrais indefinidas do tipo ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝒅𝒙

Algumas divisões de polinômios podem ser facilmente fatoradas e trabalhadas


𝑃 (𝑥)
para definir uma formulação para integrais do tipo ∫ (𝑥− 𝛼)(𝑥− 𝛽) 𝑑𝑥. Nosso objetivo

nessa primeira seção desse módulo então é definir uma formulação para essa
integral. Para tanto, apresentamos abaixo um importante teorema:

TEOREMA
Sejam 𝛼, 𝛽, 𝑚 e 𝑛 reais dados, com 𝛼 ≠ 𝛽. Então existem
constantes 𝐴 e 𝐵 tais que
𝑚 𝑥+𝑛 𝐴 𝐵
a) (𝑥− 𝛼)(𝑥− 𝛽) = 𝑥− 𝛼
+ 𝑥− 𝛽
.

𝑚 𝑥+𝑛 𝐴 𝐵
b) (𝑥− 𝛼)² = 𝑥− 𝛼
+ (𝑥− 𝛼)²
.

Obs. O grau do numerador é estritamente menor que o


grau do denominador.

A seguir vamos considerar a demonstração do teorema acima, para as duas


possibilidades:
Caso a)
𝐴 𝐵 𝐴 ∙ (𝑥 − 𝛽) + 𝐵 ∙ (𝑥 − 𝛼) 𝐴𝑥 − 𝐴𝛽 + 𝐵𝑥 − 𝐵𝛼
+ = =
𝑥− 𝛼 𝑥− 𝛽 (𝑥 − 𝛼) (𝑥 − 𝛽) (𝑥 − 𝛼) (𝑥 − 𝛽)
𝐴 𝐵 (𝐴 + 𝐵) 𝑥 − (𝛽𝐴 + 𝛼𝐵)
+ =
𝑥− 𝛼 𝑥− 𝛽 (𝑥 − 𝛼) (𝑥 − 𝛽)
Da definição do teorema acima, basta então mostrar que existem 𝐴 e 𝐵 tais
que;
𝐴+𝐵 =𝑚
{
𝛽𝐴 + 𝛼𝐵 = −𝑛
Este sistema admite solução única dada por;
𝛼𝑚 + 𝑛
𝐴=
𝛼− 𝛽
𝛽𝑚 + 𝑛
𝐵= −
𝛼− 𝛽
Calculando então a integral, se 𝑃(𝑥) = 𝑚 𝑥 + 𝑛;
P á g i n a | 60

𝑚𝑥+𝑛 𝐴 𝐵
∫ 𝑃(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥.
(𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽) 𝑥− 𝛼 𝑥− 𝛽

∫ 𝑷(𝒙) 𝒅𝒙 = 𝑨 ∙ 𝒍𝒏 |𝒙 − 𝜶| + 𝑩 ∙ 𝒍𝒏 |𝒙 − 𝜷| + 𝒌.
𝑥+3
Ex. 1: Calcule ∫ 𝑥 2 −3𝑥+2 𝑑𝑥. Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:

𝑥² − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 1)(𝑥 − 2).
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (a) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que
𝑥+3 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−1 𝑥−2
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter;
𝑥 + 3 = 𝐴(𝑥 − 2) + 𝐵(𝑥 − 1).
Fazendo 𝑥 = 1
4 = 𝐴 (1 − 2) ou 𝐴 = −4.
Fazendo 𝑥 = 2
5 = 𝐵 (2 − 1) ou 𝐵 = 5.
Assim,
𝑥+3 −4 5
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 = −4 ln|𝑥 − 1| + 5 ln|𝑥 − 2| + 𝑘
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−1 𝑥−2
ou seja,
𝒙+𝟑
∫ 𝒅𝒙 = −𝟒 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟏| + 𝟓 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| + 𝒌.
𝒙² − 𝟑𝒙 + 𝟐
𝑥
Ex. 2: Calcule ∫ 𝑥 2 −4𝑥+3 𝑑𝑥.

Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:


𝑥² − 4𝑥 + 3 = (𝑥 − 1)(𝑥 − 3).
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (a) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que:
𝑥 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 4𝑥 + 3 𝑥−1 𝑥−3
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter:
𝑥 = 𝐴(𝑥 − 3) + 𝐵(𝑥 − 1).
Fazendo 𝑥 = 1
1
1 = 𝐴 (1 − 3) ou 𝐴 = − .
2
Fazendo 𝑥 = 3
P á g i n a | 61

3
3 = 𝐵 (3 − 1) ou 𝐵 = .
2
Assim,
1 3
𝑥 −2
= + 2 .
𝑥² − 4𝑥 + 3 𝑥−1 𝑥−3
Assim,
1 3
𝑥 −2 1 3
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 2 𝑑𝑥 = − ln|𝑥 − 1| + ln|𝑥 − 3| + 𝑘
𝑥² − 4𝑥 + 3 𝑥−1 𝑥−3 2 2
ou seja,
𝒙 𝟏 𝟑
∫ 𝒅𝒙 = − 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟏| + 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟑| + 𝒌
𝒙² − 𝟒𝒙 + 𝟑 𝟐 𝟐
Caso b)
𝑥𝑚 + 𝑛 𝑚𝑥 − 𝑚𝛼 𝑚𝛼 + 𝑛 𝑚 (𝑥 − 𝛼) 𝑚𝛼 + 𝑛
2
= 2
+ = +
(𝑥 − 𝛼) (𝑥 − 𝛼) (𝑥 − 𝛼)2 (𝑥 − 𝛼) 2 ( 𝑥 − 𝛼)2
𝑥𝑚 + 𝑛 𝑚 𝑚𝛼 + 𝑛
= +
(𝑥 − 𝛼)² (𝑥 − 𝛼) ( 𝑥 − 𝛼)²
Do teorema acima, podemos tomar;
𝐴=𝑚
𝐵 = 𝑚𝛼 + 𝑛
𝑥+2
Ex. 3: Calcule ∫ 𝑑𝑥. Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:
𝑥 2 −4𝑥+4

𝑥² − 4𝑥 + 4 = (𝑥 − 2)2 .
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (a) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que
𝑥+2 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 4𝑥 + 4 (𝑥 − 2) (𝑥 − 2)2
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter;
𝑥 + 2 = 𝐴(𝑥 − 2) + 𝐵.
Fazendo 𝑥 = 2
4 = 𝐵 ou 𝐵 = 4.
Fazendo 𝑥 = 0
2 = 𝐴 (0 − 2) + 4 ou 𝐴 = 1.
Assim;
𝑥+2 1 4
= + .
𝑥² − 4𝑥 + 4 (𝑥 − 2) (𝑥 − 2)2
Assim,
P á g i n a | 62

𝑥+2 1 4
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥2 − 4𝑥 + 4 𝑥−2 (𝑥 − 2)2
Calculando separadamente as integrais:
1
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑥 − 2|
𝑥−2
4 4
∫ 𝑑𝑥 = −
(𝑥 − 2)2 𝑥−2
ou seja,
𝒙+𝟐 𝟒
∫ 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| − +𝒌
𝒙² − 𝟒𝒙 + 𝟒 (𝒙 − 𝟐)
2𝑥−3
Ex. 4: Calcule ∫ 𝑥 2 −2𝑥+1 𝑑𝑥. Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:

𝑥² − 2𝑥 + 1 = (𝑥 − 1)2 .
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (a) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que;
2𝑥 − 3 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 2𝑥 + 1 (𝑥 − 1) (𝑥 − 1)2
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter;
2𝑥 − 3 = 𝐴(𝑥 − 1) + 𝐵.
Fazendo 𝑥 = 1
−1 = 𝐵 ou 𝐵 = −1.
Fazendo 𝑥 = 0
−3 = 𝐴 (0 − 1) − 1 ou 𝐴 = 2.
Assim
2𝑥 − 3 2 −1
= + .
𝑥² − 2𝑥 + 1 (𝑥 − 1) (𝑥 − 1)2
Assim,
2𝑥 − 3 2 −1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥2 − 2𝑥 + 1 𝑥−1 (𝑥 − 1)2
Calculando separadamente as integrais:
2
∫ 𝑑𝑥 = 2 ln|𝑥 − 1|
𝑥−1
−1 1
∫ 𝑑𝑥 =
(𝑥 − 1)2 𝑥−1
ou seja,
𝟐𝒙 − 𝟑 𝟏
∫ 𝒅𝒙 = 𝟐 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟏| + +𝒌
𝒙² − 𝟐𝒙 + 𝟐 (𝒙 − 𝟏)
P á g i n a | 63

Se o grau de 𝑃(𝑥) for maior ou igual ao do denominador (grau 2), precisamos


antes “extrair os inteiros” de 𝑃(𝑥).
𝑃 (𝑥) 𝑅(𝑥)
= 𝑄(𝑥) +
(𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽) (𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽)
onde 𝑄(𝑥) 𝑒 𝑅(𝑥), são, respectivamente, o quociente e o resto da divisão de
𝑃(𝑥) por (𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽). Observe que o grau de 𝑅(𝑥) é estritamente menor que o grau
do denominador.
𝑥²+2
Ex. 5: Calcule ∫ 𝑑𝑥. Resolução: O grau do numerador é igual ao do
𝑥²−3𝑥+2

denominador, então em primeiro lugar vamos extrair os inteiros, determinando


𝑄(𝑥) 𝑒 𝑅(𝑥).

assim,
𝑥² + 2 3𝑥
=1+ .
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥² − 3𝑥 + 2
𝑥² + 2 3𝑥 3𝑥
∫ 𝑑𝑥 = ∫ [1 + ] 𝑑𝑥 = 𝑥 + ∫ 𝑑𝑥.
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥² − 3𝑥 + 2
3𝑥
Vamos resolver a integral ∫ 𝑑𝑥,
𝑥²−3𝑥+2

Fatorando o polinômio do denominador;


𝑥 2 − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 1)(𝑥 − 2)
agora, determinar 𝐴 e 𝐵 tais que;
3𝑥 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−1 𝑥−2
Como 3𝑥 = 𝐴(𝑥 − 2) + 𝐵(𝑥 − 1),
𝑥 = 1 obtemos: 3 ∙ 1 = 𝐴(1 − 2) + 𝐵(1 − 1) → 𝐴 = −3.
𝑥 = 2 obtemos: 3 ∙ 2 = 𝐴(2 − 2) + 𝐵(2 − 1) → 𝐵 = 6.
Assim;
3𝑥 −3 6
= + .
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−1 𝑥−2
Integrando;
3𝑥 −3 6
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 = −3 ln|𝑥 − 1| + 6 ln|𝑥 − 2|.
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−1 𝑥−2
Portanto,
𝒙² + 𝟐
∫ 𝒅𝒙 = 𝒙 − 𝟑 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟏| + 𝟔 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| + 𝒌.
𝒙² − 𝟑𝒙 + 𝟐
P á g i n a | 64

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.5, página 375 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 – Guidorizzi.

4.2 Primitivas de funções racionais com denominadores do tipo (𝒙 − 𝜶)(𝒙 − 𝜷)(𝒙 −


𝜸)

Algumas divisões de polinômios podem ser facilmente fatoradas e trabalhadas


𝑃 (𝑥)
para definir uma formulação para integrais do tipo ∫ (𝑥− 𝛼)(𝑥− 𝛽)(𝒙−𝜸) 𝑑𝑥. Nosso objetivo

nessa segunda seção desse módulo então apresentar uma formulação para essa
integral. Para tanto, apresentamos abaixo outro teorema:

TEOREMA
Sejam 𝛼, 𝛽, 𝛾, 𝑚, 𝑛 e 𝑝 reais dados, com 𝛼 ≠ 𝛽 ≠ 𝛾. Então
existem constantes 𝐴, 𝐵 e 𝐶 tais que

𝑚 𝑥 2 + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵 𝐶
c) (𝑥− 𝛼)(𝑥− 𝛽)
= 𝑥− 𝛼
+ 𝑥− 𝛽
+ 𝑥− 𝛾
.

𝑚 𝑥 2 + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵 𝐶
d) (𝑥− = + + .
𝛼)(𝑥− 𝛽)² 𝑥− 𝛼 𝑥− 𝛽 (𝑥− 𝛽)²

Obs. O grau do numerador é estritamente menor que o


grau do denominador.

Não vamos apresentar neste caderno a demonstração desse teorema. Para


tanto, vá até o livro do Guidorizzi nas páginas 377 e 378.
𝑥+2
Ex. 6: Calcule ∫ 𝑥³−𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Fatorando o polinômio do denominador

podemos facilmente encontrar as raízes -1, 0 e 1. Então,


𝑥³ − 𝑥 = 𝑥 ∙ (𝑥 2 − 1) = 𝑥(𝑥 − 1)(𝑥 + 1).
𝑥+2 𝐴 𝐵 𝐶
3
= + + .
𝑥 − 𝑥 𝑥+1 𝑥 𝑥−1
Podemos então perceber que:
𝑥 + 2 = 𝐴(𝑥)(𝑥 − 1) + 𝐵(𝑥 + 1)(𝑥 − 1) + 𝐶(𝑥)(𝑥 + 1).
𝑥 = −1 ∴obtemos:−1 + 2 = 𝐴(−1)(−1 − 1) + 𝐵(−1 + 1)(1 − 1) + 𝐶(−1)(−1 + 1)
1
1 = 2𝐴 → 𝐴=
2
𝑥 = 0 ∴ obtemos: 0 + 2 = 𝐴(0)(0 − 1) + 𝐵(0 + 1)(0 − 1) + 𝐶(0)(0 + 1)
2 = −𝐵 → 𝐵 = −2
P á g i n a | 65

𝑥 = 1 ∴ obtemos: 1 + 2 = 𝐴(1)(1 − 1) + 𝐵(1 + 1)(1 − 1) + 1(1)(1 + 1)


3
3 = 2𝐶 → 𝐶=
2
Assim,
1 3
𝑥+2 2 −2
= + + 2 .
𝑥3 − 𝑥 𝑥+1 𝑥 𝑥−1
𝑥+2 1 1 1 3 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − 2 ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥3 − 𝑥 2 𝑥+1 𝑥 2 𝑥−1
ou seja,
𝒙+𝟐 𝟏 𝟑
∫ 𝟑
𝒅𝒙 = 𝐥𝐧|𝒙 + 𝟏| − 𝟐 𝐥𝐧|𝒙| + 𝒍𝒏|𝒙 − 𝟏| + 𝒌.
𝒙 − 𝒙 𝟐 𝟐
2𝑥+1
Ex. 7: Calcule ∫ 𝑥³−𝑥²−𝑥+1 𝑑𝑥. Resolução: Fatorando o polinômio do

denominador podemos facilmente encontrar a raíz 1, como uma das raízes de 𝑥³ −


𝑥² − 𝑥 + 1. Então,
Por Briotti-Rufini:
1 -1 -1 1 1
0 1 0 1 0

Assim, 𝑥³ − 𝑥 2 − 𝑥 + 1 = (𝑥 − 1)(𝑥 2 − 1) = (𝑥 − 1)2 ∙ (𝑥 + 1).


2𝑥 + 1 𝐴 𝐵 𝐶
= + + .
𝑥3 − 𝑥2 − 𝑥 + 1 𝑥 + 1 𝑥 − 1 (𝑥 − 1)2
Podemos então perceber que:
2𝑥 + 1 = 𝐴(𝑥 − 1)2 + 𝐵(𝑥 + 1)(𝑥 − 1) + 𝐶(𝑥 + 1).
𝑥 = 1 obtemos: 2 ∙ 1 + 1 = 𝐴(1 − 1)2 + 𝐵(1 + 1)(1 − 1) + 𝐶(1 + 1)
3
𝐶=
2
𝑥 = −1 obtemos: 2 ∙ (−1) + 1 = 𝐴(−1 − 1)2 + 𝐵(−1 + 1)(−1 − 1) + 𝐶(−1 + 1)
1
𝐴=− .
4
−1 3
𝑥 = 0 obtemos: 2 ∙ (0) + 1 = ( 4 ) (0 − 1)2 + 𝐵(0 + 1)(0 − 1) + 2 (0 + 1)
1
𝐵= .
4
P á g i n a | 66

Assim,
1 1 3
2𝑥 + 1 −4 4 2
= + + .
𝑥3 − 𝑥2 − 𝑥 + 1 𝑥+1 𝑥−1 (𝑥 − 1)2
2𝑥 + 1 1 1 1 1 3 1
∫ 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥3 2
− 𝑥 − 𝑥+1 4 𝑥+1 4 𝑥−1 2 (𝑥 − 1)2
ou seja,
𝟐𝒙 + 𝟏 𝟏 𝟏 𝟑
∫ 𝒅𝒙 = − 𝐥𝐧|𝒙 + 𝟏| + 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟏| − + 𝒌.
𝒙𝟑 𝟐
− 𝒙 − 𝒙+𝟏 𝟒 𝟒 𝟐(𝒙 − 𝟏)
𝑥 4 + 2𝑥+1
Ex. 8: Calcule ∫ 𝑥³−𝑥²−2𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Para o caso do ex. 8, como o grau do

numerador é maior que o do denominador, vamos primeiro “extrair os inteiros”.


Vamos dividir o numerador pelo denominador

assim,
𝑥 4 + 2𝑥 + 1 3𝑥² + 4𝑥 + 1
=𝑥+1+ .
𝑥³ − 𝑥² − 2𝑥 𝑥³ − 𝑥² − 2𝑥
Decompondo o polinômio do denominador:
𝑥 3 − 𝑥 2 − 2𝑥 = 𝑥 (𝑥 2 − 𝑥 − 2) = 𝑥(𝑥 + 1)(𝑥 − 2).
Escrevendo então a parte do polinômio no quociente, temos:
3𝑥² + 4𝑥 + 1 𝐴 𝐵 𝐶
= + + .
𝑥(𝑥 + 1)(𝑥 − 2) 𝑥 𝑥+1 𝑥−2
3𝑥² + 4𝑥 + 1 = 𝐴(𝑥 + 1)(𝑥 − 2) + 𝐵(𝑥)(𝑥 − 2) + 𝐶(𝑥)(𝑥 + 1).
𝑥 = −1 ∴ 3(−1)2 + 4(−1) + 1 = 𝐴(−1 + 1)(−1 − 2) + 𝐵(−1)(−1 − 2) + 𝐶(−1)(−1 + 1)
0 = 3𝐵 → 𝐵=0
𝑥 = 0 ∴ 3(0)2 + 4(0) + 1 = 𝐴(0 + 1)(0 − 2) + 𝐵(0)(0 − 2) + 𝐶(0)(0 + 1)
1
1 = −2𝐴 → 𝐴=−
2
𝑥 = 2 ∴ 3(2)2 + 4(2) + 1 = 𝐴(2 + 1)(2 − 2) + 𝐵(2)(2 − 2) + 𝐶(2)(2 + 1)
21
21 = 6𝐶 → 𝐶=
6
Assim,
1 21
3𝑥² + 4𝑥 + 1 −2 0
= + + 6 .
𝑥(𝑥 + 1)(𝑥 − 2) 𝑥 𝑥+1 𝑥−2
Escrevendo assim a integral:
P á g i n a | 67

1 21
𝑥 4 + 2𝑥 + 1
∫ 3 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 1 − + 6 ) 𝑑𝑥 =
2
𝑥 − 𝑥² − 2𝑥 𝑥 𝑥−2

𝑥2 1 21
= + 𝑥 − ln|𝑥| + ln|𝑥 − 2| + 𝑘
2 2 6
ou seja,
𝒙𝟒 + 𝟐𝒙 + 𝟏 𝒙² 𝟏 𝟐𝟏
∫ 𝒅𝒙 = + 𝒙 − 𝐥𝐧|𝒙| + 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| + 𝒌.
𝒙³ − 𝒙² − 𝟐𝒙 𝟐 𝟐 𝟔

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.6, página 378 e 379 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

4.3 Denominador Irredutível

4.3.1 Primitivas de funções racionais cujos denominadores apresentam fatores


irredutíveis do 2º grau

Seja o caso agora de funções racionais, com denominadores do 2º grau


𝑃(𝑥)
irredutíveis. Vamos mostrar, através de exemplos, como calcular ∫ 𝑎𝑥²+𝑏𝑥+𝑐 𝑑𝑥 quando

∆< 0.
2𝑥+1
Ex. 9: Calcule ∫ 𝑥²+2𝑥+2 𝑑𝑥.

Resolução: Primeiro vamos analisar o denominador e reescrevê-lo como


soma de quadrados:
𝑥² + 2𝑥 + 2 = (𝑥 2 + 2𝑥 + 1) + 1 = (𝑥 + 1)2 + 1.

Assim,
2𝑥 + 1 2𝑥 + 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥.
𝑥² + 2𝑥 + 2 1 + (𝑥 + 1)²
Aplicando então mudança de variável, façamos, agora, a mudança
𝑢 = 𝑥 + 1, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥.
Então,
2𝑥 + 1 2 (𝑢 − 1) + 1 2𝑢 −1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ∫ 𝑑𝑢 + ∫ 𝑑𝑢
𝑥² + 2𝑥 + 2 1 + 𝑢² 1 + 𝑢² 1 + 𝑢2
2𝑥 + 1
∫ 𝑑𝑥 = ln(1 + 𝑢²) − 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑢 + 𝑘
𝑥² + 2𝑥 + 2
ou seja,
P á g i n a | 68

𝟐𝒙 + 𝟏
∫ 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧(𝒙² + 𝟐𝒙 + 𝟐) − 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 (𝒙 + 𝟏) + 𝒌.
𝒙² + 𝟐𝒙 + 𝟐
𝑥²+2𝑥+3
Ex. 10: Calcule ∫ 𝑑𝑥.
𝑥²+4𝑥+13

Resolução: Como o grau do numerador é igual ao do denominador, primeiro


vamos extrair os inteiros.

assim,
𝑥 2 + 2𝑥 + 3 2𝑥 + 10
∫ 𝑑𝑥 = ∫ [1 − ] 𝑑𝑥
𝑥² + 4𝑥 + 13 𝑥² + 4𝑥 + 13
Ou;
𝑥 2 + 2𝑥 + 3 2𝑥 + 10
∫ 𝑑𝑥 = 𝑥 − ∫ 𝑑𝑥.
𝑥² + 4𝑥 + 13 𝑥² + 4𝑥 + 13
Resolvendo a função racional restante, primeiro vamos fatorar o denominador.
Como ele é irredutível, vamos escrever como uma combinçação:
𝑥 2 + 4𝑥 + 13 = 𝑥 2 + 4𝑥 + 4 + 9 = (𝑥 + 2)2 + 32
Segue;
2𝑥 + 10 2𝑥 + 10
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥.
𝑥² + 4𝑥 + 13 (𝑥 + 2)2 + 3²
Fazendo 𝑥 + 2 = 3𝑢, 𝑑𝑥 = 3𝑑𝑢 e 𝑥 = 3𝑢 − 2,
2𝑥 + 10 2 (3𝑢 − 2) + 10 𝑢+1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 3𝑑𝑢 = 2 ∫ 𝑑𝑢
𝑥² + 4𝑥 + 13 9𝑢² + 9 𝑢² + 1
2𝑥 + 10 2𝑢 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 + ∫ 𝑑𝑢
𝑥² + 4𝑥 + 13 𝑢² + 1 𝑢² + 1
ou seja,
2𝑥 + 10
∫ 𝑑𝑥 = ln(1 + 𝑢²) + 2 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑢 + 𝑘.
𝑥² + 4𝑥 + 13
Assim,
𝒙𝟐 + 𝟐𝒙 + 𝟑 𝒙² + 𝟒𝒙 + 𝟏𝟑 𝒙+𝟐
∫ 𝒅𝒙 = 𝒙 − 𝐥𝐧 − 𝟐 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 ( ) + 𝒌.
𝒙² + 𝟒𝒙 + 𝟏𝟑 𝟗 𝟑
Vejamos, agora, um teorema que define como calcular integrais indefinidas
do tipo:
𝑃(𝑥)
∫ 𝑑𝑥
(𝑥 − 𝛼)(𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐)
onde 𝑃(𝑥) é um polinômio ∆= 𝑏² − 4𝑎𝑐 < 0.
P á g i n a | 69

TEOREMA
Sejam 𝑚, 𝑛, 𝑝, 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝛼 números reais dados tais que ∆= 𝑏² −
4𝑎𝑐 < 0.

Então existem constantes 𝐴, 𝐵 e 𝐷 tais que

𝑚𝑥² + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
2
= + 2
(𝑥 − 𝛼)(𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐) 𝑥 − 𝛼 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐

DEMONSTRAÇÃO:
𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶 (𝑎𝐴 + 𝐵)𝑥² + (𝑏𝐴 − 𝛼𝐵 + 𝐶)𝑥 + (𝑐𝐴 − 𝛼𝐶)
+ = .
𝑥 − 𝛼 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 (𝑥 − 𝛼)(𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐)
Basta, então, mostrar que existem 𝐴, 𝐵, 𝐷 tais que:
𝑎𝐴 + 𝐵 = 𝑚
{ 𝑏𝐴 − 𝛼𝐵 + 𝐶 = 𝑛
𝑐𝐴 − 𝛼𝐶 = 𝑝 .
O determinante do sistema é:
𝑎 1 0
|𝑏 −𝛼 1 | = 𝑎 𝛼² + 𝑏 𝛼 + 𝑐 ≠ 0, pois,
𝑐 0 −𝛼
𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐 não admite raiz real. O sistema acima admite, então, uma única
solução.
8𝑥²+𝑥+1
Ex. 11: Calcule ∫ 𝑑𝑥. Resolução: Primeiro vamos fatorar o denominador.
𝑥 3 −8

Como ele é irredutível, vamos escrever como uma combinação de um polinômio do


1º grau com um do 2º grau.
Sendo 2 uma das raízes de 𝑥 3 − 8, podemos dividir (𝑥 3 − 8 ) ÷ (𝑥 − 2) e obter o
polinômio do 2º grau.

𝑥 3 − 8 = (𝑥 − 2) ∙ (𝑥 2 + 2𝑥 + 4)
Segue:
8𝑥² + 𝑥 + 1 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
= +
𝑥3 − 8 𝑥 − 2 𝑥 2 + 2𝑥 + 4
P á g i n a | 70

Daí segue que:


8𝑥² + 𝑥 + 1 = 𝐴 ∙ (𝑥 2 + 2𝑥 + 4) + (𝐵𝑥 + 𝐶) ∙ (𝑥 − 2)
𝑥 = 0 ∴ 8 ∙ 0² + 0 + 1 = 𝐴 ∙ (02 + 2 ∙ 0 + 4) + (𝐵 ∙ 0 + 𝐶) ∙ (0 − 2)
1 = 4𝐴 − 2𝐶 (𝑖)
𝑥 = 1 ∴ 8 ∙ 1² + 1 + 1 = 𝐴 ∙ (12 + 2 ∙ 1 + 4) + (𝐵 ∙ 1 + 𝐶) ∙ (1 − 2)
10 = 7𝐴 − 𝐵 − 𝐶 (𝑖𝑖)
𝑥 = 2 ∴ 8 ∙ 2² + 2 + 1 = 𝐴 ∙ (22 + 2 ∙ 2 + 4) + (𝐵 ∙ 2 + 𝐶) ∙ (2 − 2)
35
35 = 12𝐴 → 𝐴=
12
Substituindo A em (I):
35 16
1 = 4 ( ) − 2𝐶 → 𝐶 =
12 3
Substituindo A e C em (II):
35 16 61
10 = 7 ( ) − 𝐵 − → 𝐵=
12 3 12
35 61 16
8𝑥² + 𝑥 + 1 𝑥+
= 12 + 212 3
𝑥3 − 8 𝑥−2 𝑥 + 2𝑥 + 4
35 61 16
8𝑥² + 𝑥 + 1 𝑥+
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 12 𝑑𝑥 + ∫ 212 3 𝑑𝑥
𝑥3 − 8 𝑥−2 𝑥 + 2𝑥 + 4
8𝑥² + 𝑥 + 1 35 1 61𝑥 + 64
∫ 3
𝑑𝑥 = ln|𝑥 − 2| + ∫ 2 𝑑𝑥
𝑥 −8 12 12 𝑥 + 2𝑥 + 4

61𝑥+64
Resolvendo agora ∫ 𝑥 2 + 2𝑥+4 𝑑𝑥: Como o denominador é irredutível, podemos

escrevê-lo como:
𝑥 2 + 2𝑥 + 4 = (𝑥 + 1)2 + 3
61𝑥 + 64 61𝑥 + 64
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
𝑥2+ 2𝑥 + 4 (𝑥 + 1)2 + 3
Fazendo 𝑥 + 1 = 𝑢, 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 e 𝑥 = 𝑢 − 1,
61𝑥 + 64 61(𝑢 − 1) + 64 61𝑢 + 3
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ∫ 2 𝑑𝑢
𝑥2 + 2𝑥 + 4 2
𝑢 +3 𝑢 +3
61𝑥 + 64 𝑢 1
∫ 2 𝑑𝑥 = 61 ∫ 2 𝑑𝑢 + 3 ∫ 2 𝑑𝑢
𝑥 + 2𝑥 + 4 𝑢 +3 𝑢 +3
𝑢
Resolvendo ∫ 𝑢2 +3 𝑑𝑢
1
Fazendo 𝑣 = 𝑢2 + 3, então 𝑑𝑣 = 2𝑢𝑑𝑢 → 𝑢𝑑𝑢 = 2 𝑑𝑣,
𝑢 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑢 = ∫ 𝑑𝑣 = ln|𝑣| + 𝑘 = ln|𝑢2 + 3| + 𝑘
𝑢2 +3 2 𝑣 2 2
𝑢 1 𝟏
∫ 𝑑𝑢 = ln|(𝑥 + 1)2 + 3| + 𝑘 = 𝐥𝐧|𝒙𝟐 + 𝟐𝒙 + 𝟒| + 𝑘
𝑢2 +3 2 𝟐
P á g i n a | 71

1 1 𝑢 𝟏 𝒙+𝟏
∫ 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 ( ) + 𝑘 = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 ( )+𝑘
𝑢2 +3 √3 √3 √𝟑 √𝟑

ou seja,
61𝑥 + 64 61 3 𝑢
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑢2 + 3| + 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 ( ) + 𝑘
𝑥 2 + 2𝑥 + 4 2 √3 √3
Assim,
𝟔𝟏𝒙 + 𝟔𝟒 𝟔𝟏 𝟑 𝒙+𝟏
∫ 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧|𝒙𝟐 + 𝟐𝒙 + 𝟒| + 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 ( )+𝒌
𝒙𝟐+ 𝟐𝒙 + 𝟒 𝟐 √𝟑 √𝟑

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.7, páginas: 383 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 – Guidorizzi.

Obs. Refaça os exemplos do Guidorizzi, pág. 379 a 382 que não


foram apresentados aqui neste caderno.
Resumo

Nesta aula vimos:

 Existem técnicas que podem ser aplicadas para resolver integrais de


funções racionais:
𝑷 (𝒙) 𝒎 𝒙+𝒏 𝑨 𝑩
 ∫ (𝒙− 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝒅𝒙 = ∫ 𝒅𝒙 + ∫ 𝒅𝒙;
𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝒙− 𝜶 𝒙− 𝜷
𝑷 (𝒙) 𝒎 𝒙+𝒏 𝑨 𝑩
 ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙− 𝜶 𝒅𝒙 + ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙;

𝑷 (𝒙) 𝒎𝒙𝟐 +𝒏𝒙+𝒑) 𝑨 𝑩𝒙+𝑪


 ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄) 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄) 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙− 𝜶 𝒅𝒙 + ∫ 𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄 𝒅𝒙.
Referências

Básica:
GUIDORIZZI, L. H. Um curso de cálculo. Vol. 1. 5. ed. São Paulo: LTC, 2008.

IME. Funções - cálculo diferencial e integral. IME, USP-SP. Disponível em:


<http://ecalculo.if.usp.br/>. Acesso em: 10 mai. 2017.

THOMAS, G. B. Cálculo - Volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.


Exercícios
AULA 4

ATIVIDADE

2𝑥
1) Calcule ∫ 𝑥 2 −6𝑥+9 𝑑𝑥.

𝑥²+3𝑥+2
2) Calcule ∫ 𝑥²−3𝑥+2 𝑑𝑥.

𝑥 2 +1
3) Calcule ∫ 𝑥³−4𝑥 𝑑𝑥.

𝑥 2 −𝑥+2
4) Calcule ∫ 𝑥³+2𝑥2 +5𝑥 𝑑𝑥.
Aula 5
Técnicas de primitivação (Parte 4)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula serão abordadas algumas técnicas de primitivação aplicadas a


funções trigonométricas, fechando assim as formulações e a parte relacionada à
integral indefinida.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar onde e saber aplicar as técnicas de Integração para funções


trigonométricas;
 Resolver problemas com integração de funções trigonométricas
(produto, com potência, etc.).
P á g i n a | 76

5 INTEGRAIS DE PRODUTOS DE SENO E COSSENO

Considerando as relações trigonométricas como as fórmulas de seno e/ou


cosseno da soma e diferença de arcos:
Temos que:
 𝑠𝑒𝑛 (𝑎 + 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎 (I)
 𝑠𝑒𝑛 (𝑎 − 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏 cos 𝑎 (II)
 𝑐𝑜𝑠 (𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 (III)
 𝑐𝑜𝑠 (𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 (IV)
Se fizermos (I) + (II), então:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 = [𝑠𝑒𝑛 (𝑎 + 𝑏) + 𝑠𝑒𝑛 (𝑎 − 𝑏)] (𝑣)
2
Se fizermos (III)+(IV), então:
1
cos 𝑎 cos 𝑏 = [cos (𝑎 + 𝑏) + cos (𝑎 − 𝑏)] (𝑣𝑖)
2
Fazendo (IV)-(III), então:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = [cos (𝑎 − 𝑏) − cos (𝑎 + 𝑏)] (𝑣𝑖𝑖)
2
Aplicando as relações trigonométricas acima, podemos resolver integrais que
relacionam produto de funções senos e cossenos.
Vejamos alguns exemplos de aplicação:
Ex. 1: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Consideremos assim, pela primeira
fórmula acima, que𝑎 = 3𝑥 e 𝑏 = 2𝑥, então:
1 1
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 = [𝑠𝑒𝑛 (3𝑥 + 2𝑥) + 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥 − 2𝑥)] = (𝑠𝑒𝑛 5𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥).
2 2
Daí,
1 𝟏 𝟏
∫ 𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 𝑑𝑥 = ∫(𝑠𝑒𝑛 5𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥)𝑑𝑥 = − 𝐜𝐨𝐬 𝟓𝒙 − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌.
2 𝟏𝟎 𝟐
Ex. 2: Calcule ∫ cos(𝑛𝑥) cos(𝑚𝑥) 𝑑𝑥, sendo 𝑚 e 𝑛 naturais não-nulos. Resolução:
Consideremos assim, pela primeira fórmula acima, que 𝑎 = 𝑛𝑥 e 𝑏 = 𝑚𝑥, então:
1
cos(𝑛𝑥) cos(𝑚𝑥) = [cos (𝑛 + 𝑚)𝑥 + cos (𝑛 − 𝑚)𝑥 ].
2
1
∫ cos(𝑛𝑥) cos(𝑚𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ [cos (𝑛 + 𝑚)𝑥 + cos (𝑛 − 𝑚)𝑥 ]𝑑𝑥
2
1 1
∫ cos(𝑛𝑥) cos(𝑚𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ cos (𝑛 + 𝑚)𝑥 𝑑𝑥 + ∫ cos (𝑛 − 𝑚)𝑥 𝑑𝑥
2 2
𝟏 𝒔𝒆𝒏 (𝒏 + 𝒎)𝒙 𝒔𝒆𝒏 (𝒏 − 𝒎)𝒙
∫ cos(𝑛𝑥) cos(𝑚𝑥) 𝑑𝑥 = [ + ]+𝒌
𝟐 𝒏+𝒎 𝒏−𝒎
P á g i n a | 77

Ex. 3: Calcule ∫ Sen(−𝑥) sen(3𝑥) 𝑑𝑥. Resolução: Consideremos assim, pela


primeira fórmula acima, que 𝑎 = −𝑥 e 𝑏 = 3𝑥, então:
1
𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) = [cos (−𝑥 − 3𝑥) − cos (−𝑥 + 3𝑥)]
2
1
𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) = [cos (−4𝑥) − cos (2𝑥)]
2
1
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ [cos (−4𝑥) − cos (2𝑥)𝑥 ]𝑑𝑥
2
1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ cos (−4𝑥) 𝑑𝑥 − ∫ cos (2𝑥) 𝑑𝑥
2 2
1 𝑠𝑒𝑛 (−4𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = [ − ]
2 −4 2
𝒔𝒆𝒏 (−𝟒𝒙) 𝒔𝒆𝒏 (𝟐𝒙)
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = − − +𝒌
𝟖 𝟒

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.8, página 385 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

5.1 Integrais de potências de seno e cosseno - Fórmulas de recorrência

Da expressão (VII), temos que


1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = [cos (𝑎 − 𝑏) − cos (𝑎 + 𝑏)]
2
Sendo 𝑎 = 𝑏 = 𝑥:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = [cos (𝑥 − 𝑥) − cos (𝑥 + 𝑥)]
2
1
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = (cos 0 − cos 2𝑥)
2
𝟏 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 = − (𝑣𝑖𝑖𝑖)
𝟐 𝟐
Da expressão (VI), temos que
1
cos 𝑎 cos 𝑏 = [cos (𝑎 + 𝑏) + cos (𝑎 − 𝑏)]
2
Sendo 𝑎 = 𝑏 = 𝑥:
1
𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = [cos (𝑥 + 𝑥) + cos (𝑥 − 𝑥)]
2
1
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = (cos 2𝑥 + cos 0)
2
P á g i n a | 78

𝟏 𝒄𝒐𝒔 𝟐𝒙
𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 = + (𝑖𝑥)
𝟐 𝟐
Ex. 4: Calcule ∫ Sen2 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Pela expressão (VIII)
1 cos 2𝑥
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( − ) 𝑑𝑥
2 2
𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝒙
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 = − +𝒌
𝟐 𝟒
Ex. 5: Calcule ∫ Cos2 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: Pela expressão (IX)
1 cos 2𝑥
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( + ) 𝑑𝑥
2 2
𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝒙
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥 = + +𝒌
𝟐 𝟒
Agora vamos considerar as funções 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 e 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥.
 ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ?
Se n for ímpar, faça 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 e 𝑢 = cos 𝑥;
1 cos 2𝑥
Se n for par, faça 𝑠𝑒𝑛² 𝑥 = 2
− 2
.

Ex. 6: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: n é par

∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 )𝑑𝑥

∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥

Resolvendo a integral ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥, fazemos


𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 𝑢 → 𝑑𝑢 = − 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥
Substituindo:
𝑢3 1
∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑢2 𝑑𝑢 = − + 𝑘 = − 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥 + 𝑘
3 3
Se a integral: ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − cos 𝑥 + 𝑘, então:
1
∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = − cos 𝑥 − (− 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥) + 𝑘
3
𝟏
∫ 𝒔𝒆𝒏𝟑 𝒙 𝒅𝒙 = − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒄𝒐𝒔𝟑 𝒙 + 𝒌
𝟑
1 cos 2𝑥
Ex. 7: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥.. Resolução: n é ímpar: 𝑠𝑒𝑛² 𝑥 = − .
2 2

1 cos 2𝑥 2
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = ∫(𝑠𝑒𝑛2 𝑥 )2 𝑑𝑥 = ∫ ( − ) 𝑑𝑥
2 2
1 cos 2𝑥 cos 2 2𝑥
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( − + ) 𝑑𝑥
4 2 4
1 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ cos 2𝑥 𝑑𝑥 + ∫ cos 2 2𝑥 𝑑𝑥
4 2 4
P á g i n a | 79

1
Temos que: se cos 𝑎 cos 𝑏 = 2
[cos (𝑎 + 𝑏) + cos (𝑎 − 𝑏)], então
1
cos(2𝑥) cos(2𝑥) = [cos (2𝑥 + 2𝑥) + cos (2𝑥 − 2𝑥)]
2
1 1
𝑐𝑜𝑠 2 (2𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 (4𝑥) +
2 2
1 1
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 (2𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑐𝑜𝑠 (4𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
2 2
𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝟒𝒙
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 2𝑥 𝑑𝑥 = + +𝒌
𝟐 𝟖
Temos que:
1 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ cos 2𝑥 𝑑𝑥 + ∫ cos 2 2𝑥 𝑑𝑥
4 2 4
𝑥 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 1 𝑥 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = − + ( + )+𝑘
4 4 4 2 8
𝑥 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 𝑥 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
∫ 𝑠𝑒𝑛4 𝑥 𝑑𝑥 = − + + +𝑘
4 4 8 32
𝟑𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝟒𝒙
∫ 𝒔𝒆𝒏𝟒 𝒙 𝒅𝒙 = − + +𝒌
𝟖 𝟒 𝟑𝟐
Ex. 9: Seja 𝑛 um número natural, com 𝑛 ≥ 2. Mostre que:
1 𝑛−1
∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 ∙ cos 𝑥 + ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑛 𝑛
Resolução: vamos integrar por partes.

∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ⏟
𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 ∙ ⏟
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 ∙ cos 𝑥 − ∫(𝑛 − 1)𝑠𝑒𝑛𝑛−2 𝑥 ∙ cos 𝑥 ∙ (− cos 𝑥) 𝑑𝑥
𝑓 𝑔′

Daí;

∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 ∙ cos 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛−2 𝑥 ∙ (1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥)𝑑𝑥

ou seja,

∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 cos 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥 − (𝑛 − 1) ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥.

Passando para o primeiro membro o último termo e somando, obtemos

𝑛 ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑠𝑒𝑛𝑛−1 𝑥 ∙ cos 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥

e, portanto,
𝟏 𝒏−𝟏
∫ 𝒔𝒆𝒏𝒏 𝒙 𝒅𝒙 = − 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + ∫ 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙.
𝒏 𝒏
 ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ?
Se n for ímpar, faça 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 e 𝑢 = sen 𝑥;
1 cos 2𝑥
Se n for par, faça 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 2
+ 2
.
P á g i n a | 80

Ex. 10: Calcule ∫ 𝑐𝑜𝑠³ 𝑥 𝑑𝑥. Resolução: temos que ∫ 𝑐𝑜𝑠³𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑐𝑜𝑠² 𝑥 ⏟
cos 𝑥 𝑑𝑥.
𝑑𝑢

Fazendo 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 e, portanto 𝑑𝑢 = cos x 𝑑𝑥, resulta


𝑢3
∫ 𝑐𝑜𝑠³𝑥 𝑑𝑥 = ∫(1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥) cos 𝑥 𝑑𝑥 = ∫(1 − 𝑢2 )𝑑𝑢 = 𝑢 − + 𝑘.
3
Logo,
𝒔𝒆𝒏𝟑 𝒙
∫ 𝒄𝒐𝒔𝟑 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒔𝒆𝒏 𝒙 − + 𝒌.
𝟑
Ex. 11: Seja 𝑛 um número natural, com 𝑛 ≥ 2. Mostre que:
1 𝑛−1
∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ sen 𝑥 + ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑛 𝑛
Resolução: vamos integrar por partes.

∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ⏟
𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ ⏟
𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ sen 𝑥 − ∫(𝑛 − 1) ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 𝑥 ∙ (−sen 𝑥) ∙ (sen 𝑥) 𝑑𝑥
𝑓 𝑔′

Daí;

∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ sen 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 𝑥 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥)𝑑𝑥

ou seja,

∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ sen 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥 − (𝑛 − 1) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥.

Passando para o primeiro membro o último termo e somando, obtemos

𝑛 ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 𝑥 ∙ sen 𝑥 + (𝑛 − 1) ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥

e, portanto,
𝟏 𝒏−𝟏
∫ 𝒄𝒐𝒔𝒏 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝐬𝐞𝐧 𝒙 + ∫ 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙.
𝒏 𝒏
Podemos ainda trabalhar as fórmulas de integração para resolver outros tipos
de integrais, como por exemplo produto de potências de senos e cossenos:
Ex. 12: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛3 (3𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠 3 (3𝑥) 𝑑𝑥. Resolução: inicialmente, vamos fazer a
𝑑𝑧
mudança de variável 𝑧 = 3𝑥 e, portanto, 𝑑𝑥 = 3
. Segue que;
1
∫ 𝑠𝑒𝑛³ (3𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠³ (3𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑛³ 𝑧 ∙ 𝑐𝑜𝑠³ 𝑧 𝑑𝑧.
3
Vamos, então, ao cálculo de ∫ 𝑠𝑒𝑛³ 𝑧 ∙ 𝑐𝑜𝑠³ 𝑧 𝑑𝑧.
Como ambos os expoentes são ímpares, podemos escolher a mudança de
variável 𝑢 = cos 𝑧 ou 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑧. Vamos escolher a segunda.

∫ 𝑠𝑒𝑛³𝑧 ∙ 𝑐𝑜𝑠²𝑧 ∙ ⏟
cos 𝑧 𝑑𝑧
𝑑𝑢

Escolhendo 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑧, 𝑑𝑢 = cos 𝑧 𝑑𝑧. Lembrando que 𝑐𝑜𝑠² 𝑧 = 1 − 𝑠𝑒𝑛²𝑧, vem


P á g i n a | 81

𝑢4 𝑢6 𝑠𝑒𝑛4 𝑧 𝑠𝑒𝑛6 𝑧
∫ 𝑠𝑒𝑛³𝑧 ∙ 𝑐𝑜𝑠² 𝑧 𝑑𝑧 = ∫ 𝑢³ ∙ (1 − 𝑢2 )𝑑𝑢 = − = − .
4 6 4 6
Portanto,
1 𝑠𝑒𝑛4 3𝑥 𝑠𝑒𝑛6 3𝑥
∫ 𝑠𝑒𝑛3 3𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 3 3𝑥 𝑑𝑥 = [ − ] + 𝑘.
3 4 6

Exercícios Propostos para revisão

Exercícios 12.9, página 390 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –

5.2 Integrais de potências de tangente e secante - fórmulas de recorrência

Inicialmente vamos apresentar algumas fórmulas, relembrando outras:


1) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥| + 𝑘
2) ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = − ln|cos 𝑥| + 𝑘
3) ∫ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
4) ∫ 𝑡𝑔2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫( 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 − 𝑥 + 𝑘
𝑡𝑔𝑛+1 𝑥
5) ∫ 𝑡𝑔𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛+1
+ 𝑘 (𝑛 ≠ −1)
𝑠𝑒𝑐 𝑛+1 𝑥
6) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛 𝑥 ∙ sec 𝑥 ∙ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝑘 (𝑛 ≠ −1)
𝑛+1

Para o cálculo de integrais de potências de tangente e de secante, com


expoente natural 𝑛, 𝑛 ≥ 2, utilizam-se as seguintes fórmulas de recorrência:
𝑡𝑔𝑛−1 𝑥
1) ∫ 𝑡𝑔𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛−1
− ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑐 𝑛−2 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑛−2
2) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛−1
+ 𝑛−1
∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.

Ex. 13: Calcule ∫ 𝑡𝑔3 𝑥 𝑑𝑥. Resolução:


1ºProcesso: ∫ 𝑡𝑔3 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔 𝑥 ∙ ( 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑐² 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥

Portanto,
𝑡𝑔² 𝑥
∫ 𝑡𝑔³ 𝑥 𝑑𝑥 = + ln|cos 𝑥| + 𝑘.
2
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑠𝑒𝑛² 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 (1−𝑐𝑜𝑠² 𝑥) 𝑠𝑒𝑛 𝑥
2ºProcesso:∫ 𝑡𝑔3 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥. .
𝑐𝑜𝑠³ 𝑥 𝑐𝑜𝑠³ 𝑥 𝑐𝑜𝑠³ 𝑥

Fazendo 𝑢 = cos 𝑥 e, portanto, 𝑑𝑢 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥, vem


1 − 𝑢² 1 1
∫ 𝑡𝑔³ 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 3
(−𝑑𝑢) = − ∫ (𝑢−3 − ) 𝑑𝑢 = + ln|𝑢| + 𝑘.
𝑢 𝑢 2𝑢²
Portanto,
P á g i n a | 82

𝑠𝑒𝑐² 𝑥
∫ 𝑡𝑔³ 𝑥 𝑑𝑥 = + ln|cos 𝑥| + 𝑘.
2
𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 1+𝑡𝑔2 𝑥 𝑡𝑔2 𝑥
(Observe que = , difere de por uma constante!)
2 2 2

Ex. 14: Calcule ∫ 𝑡𝑔4 𝑥 𝑑𝑥. Resolução:

∫ 𝑡𝑔4 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔2 𝑥( 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔2 𝑥 𝑠𝑒𝑐² 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑡𝑔² 𝑥 𝑑𝑥.

Segue do formulário acima


𝑡𝑔3 𝑥
∫ 𝑡𝑔4 𝑥 𝑑𝑥 = − (𝑡𝑔 𝑥 − 𝑥) + 𝑘.
3
No próximo exemplo, estabeleceremos a fórmula de recorrência para o
cálculo de integrais de potência de tangente.

Ex. 15: Sendo 𝑛 um número natural, 𝑛 ≥ 2, mostre que:


𝑡𝑔𝑛−1 𝑥
∫ 𝑡𝑔𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑛−1

Resolução:

∫ 𝑡𝑔𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 ∙ (𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑐² 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.

Portanto,

𝑛
𝑡𝑔𝑛−1 𝑥
∫ 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑛−1

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.10, páginas: 395 e 396 do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 1 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula, você viu que:

Existem técnicas que podem ser aplicadas para resolver integrais com
potências de funções trigonométricas:

𝒏 = 𝟏 → − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌
‫ۓ‬
ۖ 𝒏 = 𝟐 → 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙 + 𝒌
𝒏
∫ 𝒔𝒆𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é 𝟐 𝟐
‫۔‬ 𝟏 𝒏−𝟏
ۖ𝒏 > 𝟐 → − 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝐱 + ∫ 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌
‫ە‬ 𝒏 𝒏
=
𝒏 = 𝟏 → 𝐬𝐞𝐧 𝒙 + 𝒌
‫ۓ‬
ۖ 𝒏 = 𝟐 → 𝟏 + 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙 + 𝒌
𝒏
∫ 𝒄𝒐𝒔 𝒙 𝒅𝒙 é 𝟐 𝟐
‫۔‬ 𝟏 𝒏−𝟏
ۖ𝒏 > 𝟐 → 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝐱 + ∫ 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌
‫ە‬ 𝒏 𝒏

𝒏 = 𝟏 → 𝒍𝒏|𝐬𝐞𝐜 𝒙| + 𝒌
‫ 𝒙 𝒈𝒕 → 𝟐 = 𝒏 ۓ‬− 𝒙 + 𝒌
∫ 𝒕𝒈𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é 𝒏−𝟏
‫ 𝒙 𝒈𝒕 → 𝟐 > 𝒏۔‬− ∫ 𝒕𝒈𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌
‫ە‬ 𝒏−𝟏

𝒏 = 𝟏 → 𝒍𝒏|𝐭𝐠 𝐱 + 𝐬𝐞𝐜 𝒙| + 𝒌
‫ۓ‬
𝒏 = 𝟐 → 𝒕𝒈 𝒙 + 𝒌
∫ 𝒔𝒆𝒄𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é
‫۔‬ 𝒔𝒆𝒄𝒏−𝟐 𝒙 𝒕𝒈 𝒙 𝒏 − 𝟐
𝒏>𝟐 → + ∫ 𝒔𝒆𝒄𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙.
‫ە‬ 𝒏−𝟏 𝒏−𝟏
Referências

Básica:
GUIDORIZZI, L. H. Um curso de cálculo. Vol. 1. 5. ed. São Paulo: LTC, 2008.

IME. Funções - cálculo diferencial e integral. IME, USP-SP. Disponível em:


<http://ecalculo.if.usp.br/>. Acesso em: 10 mai. 2017.

THOMAS, G. B. Cálculo - Volume 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.


Exercícios
AULA 5

ATIVIDADE

1) Calcule:
a) ∫ 𝑠𝑒𝑛5 𝑥 𝑑𝑥.

b) ∫ 𝑐𝑜𝑠 6 𝑥 𝑑𝑥.

c) ∫ 𝑡𝑔3 𝑥 𝑑𝑥.

d) ∫ 𝑠𝑒𝑐 4 𝑥 𝑑𝑥.
Aula 6
Integral definida (Integral de
Riemann – Teorema Fundamento de
Cálculo – Determinação de áreas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Até aqui vimos às definições de integral indefinida e as diversas técnicas para


integrar funções das mais simples às mais complexas. Nesta aula estaremos
acrescentando um conceito a integral, que na verdade será o referencial para as
demais aulas. Estaremos apresentando a integral definida e o teorema fundamental
do cálculo. Também nesta aula nosso propósito é que você entenda uma das
aplicações mais importantes da integral definida que é exatamente o cálculo de
áreas de figuras, conhecidas as curvas que a delimitam.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar uma integral definida (Integral de Riemann);


 Calcular o valor de uma integral de uma função integrável, definida
num intervalo [𝑎, 𝑏];
 Apresentar o Teorema Fundamental do Cálculo e aplicar em exemplos.
 Apresentar uma forma de cálculo de área por integração;
 Resolver problemas de cálculo de área.
P á g i n a | 87

6 INTEGRAL DE RIEMANN

A partir de agora, introduziremos o conceito de integral de Riemann e


estudaremos algumas de suas propriedades. A integral tem muitas aplicações tanto
na geometria (cálculo de áreas, comprimento de arco, etc.) como na física (cálculo
de trabalho, massa, momento de inércia, etc.), como veremos.
Partição de um Intervalo:
Uma partição P de um intervalo [a, b] é um conjunto finito 𝑃 = {𝑥0, 𝑥1, 𝑥2 , 𝑥3 … , 𝑥𝑛 }
, onde 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏.
Uma partição P de [a, b] divide [a, b] em n intervalos
[𝑥𝑖– 1 , 𝑥𝑖 ], 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛.

A amplitude do intervalo [𝑥𝑖– 1 , 𝑥𝑖 ] será indicada por ∆𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 . Assim:


∆𝑥1 = 𝑥1 − 𝑥0 , ∆𝑥2 = 𝑥2 − 𝑥1 , 𝑒𝑡𝑐. Os números ∆𝑥1 , ∆𝑥2,..., ∆𝑥𝑛 não são necessariamente
iguais; o maior deles denomina-se amplitude da partição P e indica-se por máx ∆𝑥1 .
Uma partição 𝑃 = {𝑥0, 𝑥1, 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 } de [𝑎, 𝑏] será indicada simplesmente por 𝑃: 𝑎 =
𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏.

SOMA DE RIEMANN: Seja f uma função definida em [a, b] e 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 <
⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏 uma partição de [a, b]. Para cada índice 𝑖 (𝑖 = 1, 2, 3, … , 𝑛) seja 𝑐𝑖 um
número em [ 𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ] escolhido arbitrariamente.

Pois bem, o número,


𝑛

∑ 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 = 𝑓(𝑐1 )∆𝑥1 + 𝑓(𝑐2 )∆𝑥2 + ⋯ + 𝑓(𝑐𝑛 )∆𝑥𝑛


𝑖=1

denomina-se soma de Riemann de f, relativa à partição P e aos números 𝑐𝑖 .


Observe que se 𝑓(𝑐1 ) > 0 (Fig. 1a), 𝑓(𝑐𝑖 ) ∙ ∆𝑥𝑖 será então a área do retângulo 𝑅𝑖
determinado pelas retas 𝑥 = 𝑥𝑖−1 , 𝑥 = 𝑥𝑖 , 𝑦 = 0 e 𝑦 = 𝑓(𝑐𝑖 ); se 𝑓(𝑐𝑖 ) < 0 (Fig. 1b) , a
área de tal retângulo será −𝑓(𝑐𝑖 ) ∙ ∆𝑥𝑖 .
P á g i n a | 88

Figura 1: Indicação de área do retângulo Ri.

Geometricamente, podemos então interpretar a soma de Riemann


𝑛

∑ 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖
𝑖=1

como a diferença entre a soma das áreas dos retângulos 𝑅𝑖 que estão acima
do eixo x e a soma das áreas dos que estão abaixo do eixo x (Fig. 2).

Figura 2: Curva 𝒚 = 𝒇(𝒙) - Indicação de retângulos.

∑𝑛𝑖=1 𝑓(𝑐𝑖 ) ∙ ∆𝑥𝑖 = ∑6𝑖=1 𝑓(𝑐𝑖 ) ∙ ∆𝑥𝑖 = soma das áreas dos retângulos acima do eixo
x, menos a soma dos retângulos abaixo do eixo x.
Seja F uma função definida em [a, b] e seja 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < 𝑥3 < 𝑥4 = 𝑏
uma partição de [a, b]. O acréscimo 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) que F sofre quando passa de 𝑥 = 𝑎
para 𝑥 = 𝑏 é igual à soma dos acréscimos 𝐹(𝑥𝑖 ) − 𝐹(𝑥𝑖−1 ) para 𝑖 variando de 1 a 4:
𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = 𝐹(𝑥4 ) − 𝐹(𝑥0 )
= [𝐹(𝑥4 ) − 𝐹(𝑥3 )] + [𝐹(𝑥3 ) − 𝐹(𝑥2 )] + [𝐹(𝑥2 ) − 𝐹(𝑥1 )] + [𝐹(𝑥1 ) − 𝐹(𝑥0 )].
P á g i n a | 89

Isto é:
4

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = ∑[𝐹(𝑥𝑖 ) − 𝐹(𝑥𝑖−1 )].


𝑖=1

De modo geral, se 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏 for uma partição de [a, b],
então
𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = ∑[𝐹(𝑥𝑖 ) − 𝐹(𝑥𝑖−1 )].


𝑖=1

Ex. 1: Sejam F e f definidas em [a, b] e tais F’= f em [a, b]; assim F é uma primitiva
de f em [a, b]. Seja a partição 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏 de [a, b]. Prove que
escolhendo convenientemente c̅i em [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ] tem-se:
𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = ∑ 𝑓(𝑐̅)∆𝑥


𝑖 𝑖.
𝑖=1

Resolução: Pelo que vimos acima;


𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = ∑[𝐹(𝑥𝑖 ) − 𝐹(𝑥𝑖−1 )].


𝑖=1

Pelo TVM, existe 𝑐̅𝑖 em [𝑥𝑖−1 , 𝑥1 ] tal que


𝐹(𝑥𝑖 ) − 𝐹(𝑥𝑖−1 ) = 𝐹 ′ (𝑐̅)
𝑖 ∙ (𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 )

e como F’= f em [a, b] e ∆𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 resulta


𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = ∑ 𝑓(𝑐̅)∆𝑥


𝑖 𝑖.
𝑖=1

Suponhamos, no exemplo anterior, que f seja contínua em [a, b] e que ∆𝑥𝑖


sejam suficientemente pequenos; assim, para qualquer escolha de 𝑐𝑖 em [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ],
𝑓(𝑐𝑖 ) deve diferir muito pouco de 𝑓(𝑐̅).
𝑖 É razoável, então, que nestas condições
∑𝑛𝑖=1 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 seja uma boa avaliação para o acréscimo 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎), isto é:
𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) ≅ ∑ 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 .


𝑖=1

É razoável ainda esperar que a aproximação acima será tanto melhor quanto
menores forem ∆𝑥𝑖 . Veremos mais adiante que, no caso de 𝑓 ser contínua em [a, b],
𝑛

𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) = lim ∑ 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 .


𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0
𝑖=1

onde Max ∆𝑥𝑖 indica o maior número de conjunto {∆𝑥𝑖 |𝑖 = 1, 2, … , 𝑛}


Observe que máx ∆𝑥𝑖 → 0 implica que todos os ∆𝑥𝑖 tendem também a zero.
P á g i n a | 90

6.1 Definição de integral de Riemann

Sejam 𝑓(𝑥) uma função definida em [𝑎, 𝑏] e 𝐿 um número real. Dizemos que
∑𝑛𝑖=1 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 tende a 𝐿, quando Max ∆𝑥𝑖 → 0, e escrevemos
𝑛

lim ∑ 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 = 𝐿.


𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0
𝑖=1

Tal número 𝐿, que quando existe é único (verifique), denomina-se integral


𝑏
definida ou (de Riemann) de 𝑓(𝑥) em [𝑎, 𝑏] e indica-se por ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥. Então, por

definição,
𝒃 𝒏

∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝐥𝐢𝐦 ∑ 𝒇(𝒄𝒊 )∆𝒙𝒊 .


𝒂 𝒎á𝒙 ∆𝒙𝒊 →𝟎
𝒊=𝟏
𝑏
Se ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 existe, então diremos que 𝑓 é integrável (segundo Riemann) em
𝒃
[𝑎, 𝑏]. É comum referirmo-nos a ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 como integral definida de 𝒇(𝒙) 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒃].

Observação: Podemos, ainda, por definição, afirmar que:


𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0, se 𝑎 = 𝑏 e
𝑎
𝑏 𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 , se 𝑎 < 𝑏.
𝑎 𝑎

6.2 Teorema fundamental do cálculo

De acordo com a definição de integral, se 𝑓(𝑥) for integrável em [𝑎, 𝑏], o valor
do limite
𝑛 𝑏
lim ∑ 𝑓(𝑐𝑖 ) ∆𝑥𝑖 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0 𝑎
𝑖=1

será sempre o mesmo, independente da escolha dos 𝑐𝑖 .


Assim, se, para uma particular escolha dos 𝑐𝑖 , tivermos
𝑛

lim ∑ 𝑓(𝑐𝑖 ) ∆𝑥𝑖 = 𝐿


𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0
𝑖=1

𝑏
então teremos 𝐿 = ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.

Suponhamos, agora, que 𝑓(𝑥) seja integrável em [𝑎, 𝑏] e que admita uma
primitiva 𝐹(𝑥) em [𝑎, 𝑏], isto é, 𝐹 ′ (𝑥) = 𝑓(𝑥) em [𝑎, 𝑏].
P á g i n a | 91

lim ∑ 𝑓(𝑐̅)
𝑖 ∆𝑥𝑖 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎)
𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0
𝑖=1

e, portanto,
𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎

1º TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

Se 𝑓 for integrável em [𝑎, 𝑏] e se 𝐹 for uma primitiva de 𝑓 em [𝑎, 𝑏], então

𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎

A diferença 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) será indicada por [𝐹(𝑥)]𝑏𝑎 , assim


𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = [𝐹(𝑥)]𝑏𝑎 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎
2 1
Ex. 2: Calcule ∫1 𝑥 2 𝑑𝑥. Resolução: uma primita de 𝑓(𝑥) = 𝑥² é 𝐹(𝑥) = 3
𝑥 3 , assim,

pelo Teorema Fundamental do Cálculo.


2 2
1 1 7
∫ 𝑥² 𝑑𝑥 = [ 𝑥³] = (23 − 13 ) =
1 3 1 3 3
ou seja,
𝟐
𝟕
∫ 𝒙𝟐 𝒅𝒙 = .
𝟏 𝟑
2
Ex. 3: Calcule ∫0 (𝑥 3 + 3𝑥 − 1)𝑑𝑥. Resolução:
2
2
𝑥 4 3𝑥 2 24 3 ∙ 22
∫ (𝑥 3 + 3𝑥 − 1)𝑑𝑥 = [ + − 𝑥] = + − 2
0 4 2 0
4 2

Ou seja,
𝟐
∫ (𝒙𝟑 + 𝟑𝒙 − 𝟏) 𝒅𝒙 = 𝟖.
𝟎
𝜋
Ex. 4: Calcule ∫𝜋 (cos 𝑥)𝑑𝑥. Resolução:
2
𝜋
𝜋
∫ (cos 𝑥)𝑑𝑥 = [𝑠𝑒𝑛 𝑥]𝜋𝜋 = 𝑠𝑒𝑛 𝜋 − 𝑠𝑒𝑛 =0−1
𝜋 2 2
2

Ou seja,
𝝅
∫ (𝐜𝐨𝐬 𝒙)𝒅𝒙 = −𝟏
𝝅
𝟐
𝑒2 1
Ex. 5: Calcule ∫1 (𝑥) 𝑑𝑥. Resolução:
P á g i n a | 92

𝑒2
1 2
∫ ( ) 𝑑𝑥 = [𝑙𝑛 |𝑥|]1𝑒 = ln|𝑒 2 | − ln|1| = 2 ln 𝑒 − ln 1 = 2 ∙ 1 − 0
1 𝑥
Ou seja,
𝑒 2
1
∫ ( ) 𝑑𝑥 = 𝟐
1 𝑥
20
Ex. 6: Calcule ∫−10(2𝑥 − 5)𝑑𝑥. Resolução:
20
∫ (2𝑥 − 10)𝑑𝑥 = [𝑥 2 − 5𝑥 ]20 2 2
−10 = (20 − 5 ∙ 20) − [(−10) − 5 ∙ (−10)]
−10
20
∫ (𝑥 − 10)𝑑𝑥 = (400 − 100) − [100 + 50] = 300 − 150
−10

Ou seja,
𝟐𝟎
∫ (𝒙 − 𝟏𝟎)𝒅𝒙 = 𝟏𝟓𝟎
−𝟏𝟎

6.3 Propriedades da integral

Sejam 𝑓(𝑥), 𝑔(𝑥) integráveis em [𝑎, 𝑏] e 𝑘 uma constante. Então


a) Se 𝑓 + 𝑔 é integrável em [𝑎, 𝑏]:
𝑏 𝑏 𝑏

∫[𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥


𝑎 𝑎 𝑎

b) Se 𝑘𝑓 é integrável em [𝑎, 𝑏]:


𝑏
𝑏
∫ 𝑘𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑘 ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.
𝑎
𝑎

c) Se 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏]:


𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≥ 0.
𝑎

d) Se 𝑐 ∈ ]𝑎, 𝑏[ 𝑒 𝑓 é integrável em [𝑎, 𝑐] e em [𝑐, 𝑏]:


𝑏 𝑐 𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥.
𝑎 𝑎 𝑐
3
Ex. 6: Calcule ∫−1(2𝑥)𝑑𝑥. Resolução:
3 0 3
∫ (2𝑥)𝑑𝑥 = ∫ (2𝑥)𝑑𝑥 + ∫ (2𝑥)𝑑𝑥 = [𝑥 2 ]0−1 + [𝑥 2 ]30 = [02 − (−1)2 ] + [32 − 02 ]
−1 −1 0
3 0 3
∫ (2𝑥)𝑑𝑥 = ∫ (2𝑥)𝑑𝑥 + ∫ (2𝑥)𝑑𝑥 = −1 + 9
−1 −1 0

Ou seja,
P á g i n a | 93

𝟑
∫ (𝟐𝒙)𝒅𝒙 = 𝟖
−𝟏

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 11.5, páginas: 308 a 310 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1
– Guidorizzi.

6.4 Cálculo de áreas

 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏].


Seja 𝑓 contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏].
Estamos interessados em definir a área do conjunto A (Fig. 3), do plano limitado
pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑦 = 0 e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥).

Figura 3: Conjunto A de todos os pontos (x,y) tais que 𝒂 ≤ 𝒙 ≤ 𝒃 e 𝟎 ≤ 𝒚 ≤ 𝒇(𝒙).

Seja então 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏 uma partição de [𝑎, 𝑏] e sejam
𝑐̅𝑖 𝑒 𝑐̿𝑖 em [ 𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ] tais que 𝑓(𝑐̅)
𝑖 é o valor mínimo e 𝑓 (𝑐
̿𝑖 ) o valor máximo de 𝑓 em
[ 𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ]. Uma boa definição para á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝐴 deverá implicar que a soma de Riemann

𝑖 ∆𝑥𝑖 seja uma aproximação por falta da área de 𝐴 (Fig. 4.1) e que
∑𝑛𝑖=1 𝑓( 𝑐̅)

𝑖 ∆𝑥𝑖 seja uma aproximação por excesso (Fig. 4.2), isto é:


∑𝑛𝑖=1 𝑓( 𝑐̿)
P á g i n a | 94

Figura 4: Áreas aproximadas do conjunto A.

(4.1) (4.2)

𝑏
Como as somas de Riemann mencionadas tendem a ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, quando
𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 → 0 , nada mais natural do que definir a á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝐴 por
𝒃
á𝒓𝒆𝒂 𝑨 = ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙.
𝒂

Da mesma forma define-se a área de A no caso em que 𝑓 é uma função


integrável qualquer, com 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏].
Ex. 1: Calcule a área do conjunto do plano limitado pelas retas 𝑥 = 0, 𝑥 = 1,
𝑦 = 0 e pelo gráfico 𝑓(𝑥) = 𝑥².
Resolução: Seja a Fig. 5 o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑥² no intervalo [0,1]:

Figura 5: Gráfico do Ex.

𝑏
Como á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que
1 1
𝑥³ 𝟏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = [ ] =
0 3 0 𝟑
1
Ex. 2: Calcule a área do conjunto 𝐴 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|1 ≤ 𝑥 ≤ 2 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥²}.
P á g i n a | 95

Resolução: na Fig. 6 apresentamos o A, o conjunto do plano limitado pelas


1
retas 𝑥 = 1, 𝑥 = 2, 𝑦 = 0 e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑥²
.

Figura 6: Gráfico do Ex.

2
1 12 1 1 𝟏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑑𝑥 = [− ] = [(− ) − (−1)] = − + 1 = .
1 𝑥² 𝑥1 2 2 𝟐

Ex. 3: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = 0, 𝑥 = 4, 𝑦 = 0 e


pelo gráfico 𝑓(𝑥) = 3𝑥 2 − 2𝑥 + 1.
𝑏
Resolução: Como 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏], 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que
4
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (3𝑥 2 − 2𝑥 + 1)𝑑𝑥 = [𝑥 3 − 𝑥 2 + 𝑥]40 = 43 − 42 + 4 = 64 − 16 + 4
0
4
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (3𝑥 2 − 2𝑥 + 1)𝑑𝑥 = 𝟓𝟐
0

Obs.: Quando não indicamos se as medidas estão em m, cm,


mm, etc., é comum usarmos as unidades u.a. (unidade de área) ou
ainda u.m2. (Unidade de medida ao quadrado) para definir a área.

Ex. 4: Calcule a área do conjunto A, região hachurada (Fig. 7).


P á g i n a | 96

Figura 7: Região hachurada.

𝑏
Resolução: como 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏], 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que
2
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = [𝑒 𝑥 ]20 = 𝑒 2 − 𝑒 0 = 𝒆𝟐 − 𝟏 ≅ 𝟔, 𝟒 𝒖. 𝒂.
0

Ampliando um pouco mais o que vimos até aqui, vamos apresentar a seguir
outras possíveis situações que podem acontecer, e que nos leva a estender o
conceito de área para uma classe mais ampla de subconjuntos do ℝ².
 𝑓(𝑥) ≤ 0 em [𝑎, 𝑏].
Seja 𝑓 contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑓(𝑥) ≤ 0 em [𝑎, 𝑏]. Estamos interessados em
definir a área do conjunto A (Fig. 8), do plano limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑦 = 0
e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥).

Figura 8: Conjunto A de todos os pontos (x,y) tais que 𝒂 ≤ 𝒙 ≤ 𝒃 e 𝒇(𝒙) ≤ 𝒚 ≤ 𝟎.

𝒃
Á𝒓𝒆𝒂 𝑨 = − ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙.
𝒂
P á g i n a | 97

Ex. 5: Calcule a área do conjunto do plano limitado pelas retas 𝑥 = 0, 𝑥 = 1,


𝑦 = 0 e pelo gráfico 𝑓(𝑥) = −𝑥².
Resolução: seja a Fig. 9 o gráfico de 𝑓(𝑥) = −𝑥² no intervalo [0,1]:

Figura 9: Gráfico do Ex.

𝑏
Como 𝑓(𝑥) ≤ 0 em [𝑎, 𝑏] á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = − ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que
1 1
𝑥³ 𝟏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = − ∫ −𝑥 2 𝑑𝑥 = − [− ] =
0 3 0 𝟑

 𝑓(𝑥) ∈ ℝ em [𝑎, 𝑏].


Seja 𝑓 contínua em [𝑎, 𝑏], passando por c e d, de tal forma que a função é
positiva (f(𝑥) ≥ 0) nos intervalos [𝑎, 𝑐] e [𝑑, 𝑏] e é negativa
(𝑓(𝑥) ≥ 0)no intervalo [𝑐, 𝑑].
Vamos então definir a área do conjunto hachurado A (Fig. 10), do plano
limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑦 = 0 e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥).

Figura 10: Conjunto A de todos os pontos (x,y).

𝑐 𝑑 𝑏 𝑏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ |𝑓(𝑥)|𝑑𝑥
𝑎 𝑐 𝑑 𝑎
P á g i n a | 98

Obs.:
𝑏 𝑐 𝑑 𝑏
∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫𝑐 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫𝑑 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é igual à soma das áreas dos

conjuntos acima do eixo 𝑥 subtraída da soma das áreas dos conjuntos abaixo do
eixo 𝑥.

Ex. 6: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = −2, 𝑥 = 3 e pelo


gráfico 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 𝑥 − 2.
Resolução: Como as raízes de 𝑓(𝑥) são -1 e 2, e a concavidade da parábola é
para cima, podemos afirmar que a função é positiva nos intervalos de [−2, −1] e [2, 3]
e negativa no intervalo [−1, 2], temos que;
𝑐 𝑑 𝑏 𝑏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ |𝑓(𝑥)|𝑑𝑥
𝑎 𝑐 𝑑 𝑎
−1 2 3
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (𝑥 2 − 𝑥 − 2)𝑑𝑥 − ∫ (𝑥 2 − 𝑥 − 2)𝑑𝑥 + ∫ (𝑥 2 − 𝑥 − 2)𝑑𝑥
−2 −1 2
3 2 −1 3 2 2 3
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 𝑥3 𝑥2
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = [ − − 2𝑥] − [ − − 2𝑥] + [ − − 2𝑥]
3 2 −2
3 2 −1
3 2 2

(−1)3 (−1)2 (−2)3 (−2)2


á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[ − − 2(−1)] − [ − − 2(−2)]}
3 2 3 2
(2)3 (2)2 (−1)3 (−1)2
− {[ − − 2(2)] − [ − − 2(−1)]}
3 2 3 2
(3)3 (3)2 (2)3 (2)2
+ {[ − − 2(3)] − [ − − 2(2)]}
3 2 3 2
1 1 8 4 8 4 1 1 27 9 8 4
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[− − + 2] − [− − + 4]} − {[ − − 4] − [− − + 2]} + {[ − − 6] − [ − − 4]}
3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2
−2 − 3 + 12 −16 − 12 + 24 16 − 12 − 24 −2 − 3 + 12
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[ ]−[ ]} − {[ ]−[ ]}
6 6 6 6
54 − 27 − 36 16 − 12 − 24
+ {[ ]−[ ]}
6 6
7 4 −20 7 −9 20 11 27 11 𝟒𝟗
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ( + ) − ( − )+( + )= + + =
6 6 6 6 6 6 6 6 6 𝟔
Ex. 7: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = −3, 𝑥 = 3 e pelo
gráfico 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 3𝑥 + 2.
Resolução: Como as raízes de 𝑓(𝑥) são 1 e 2, e a concavidade da parábola é
para cima, podemos afirmar que a função é positiva nos intervalos de [−3, 1] e [2, 3] e
negativa no intervalo [1, 2], temos que;
𝑐 𝑑 𝑏 𝑏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ |𝑓(𝑥)|𝑑𝑥
𝑎 𝑐 𝑑 𝑎
1 2 3
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (𝑥 2 − 3𝑥 + 2)𝑑𝑥 − ∫ (𝑥 2 − 3𝑥 + 2)𝑑𝑥 + ∫ (𝑥 2 − 3𝑥 + 2)𝑑𝑥
−3 1 2
P á g i n a | 99

1 2 3
𝑥 3 3𝑥 2 𝑥 3 3𝑥 2 𝑥 3 3𝑥 2
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = [ − + 2𝑥] − [ − + 2𝑥] + [ − + 2𝑥]
3 2 −3
3 2 1
3 2 2

(1)3 3 ∙ (1)2 (−3)3 3 ∙ (−3)2


á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[ − + 2(1)] − [ − + 2(−3)]}
3 2 3 2
(2)3 3 ∙ (2)2 (1)3 3 ∙ (1)2
− {[ − + 2(2)] − [ − + 2(1)]}
3 2 3 2
(3)3 3 ∙ (3)2 (2)3 3 ∙ (2)2
+ {[ − + 2(3)] − [ − + 2(2)]}
3 2 3 2
1 3 27 27 8 12 1 3 27 27 8 12
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[ − + 2] − [− − − 6]} − {[ − + 4] − [ − + 2]} + {[ − + 6] − [ − + 4]}
3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2
2 − 9 + 12 −54 − 81 − 36 16 − 36 + 24 2 − 9 + 12 54 − 81 + 36 16 − 36 + 24
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = {[ ]−[ ]} − {[ ]−[ ]} + {[ ]−[ ]}
6 6 6 6 6 6
5 171 4 5 9 4 176 1 13 190 𝟗𝟓
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ( + )−( − )+( + )= + + = = 𝑢. 𝑎.
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 𝟑

 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥) ∈ ℝ em [𝑎, 𝑏].


Seja 𝑓 e g duas funções contínuas em [𝑎, 𝑏]. Vamos então definir a área do
conjunto hachurado A (Fig. 11), do plano limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, e pela
região entre os gráficos de 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥).

Figura 11: Conjunto A de todos os pontos (x,y).

Seja o retângulo hachurado da Fig. 9, cuja área é


𝐴𝑖 = [𝑓(𝑐𝑖 ) − 𝑔 (𝑐𝑖 )]∆𝑥𝑖 .
Aplicando então o somatário ∑𝑛𝑖=1 𝐴𝑖 no limite quando 𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 → 0,
𝑛 𝑏
lim ∑[𝑓(𝑐𝑖 ) − 𝑔(𝑐𝑖 )]∆𝑥𝑖 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥 = á𝑟𝑒𝑎 𝐴
𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0 𝑎
𝑖=1

onde A é o conjunto limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏 e pelos gráficos de 𝑦 =


𝑓(𝑥) e 𝑦 = 𝑔(𝑥), com 𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥) em [𝑎, 𝑏].
P á g i n a | 100

Ex. 8: Calcule a área do conjunto de todos os ponto (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥² ≤ 𝑦 ≤ √𝑥.
Resolução: o gráfico da Fig. 12 ilustra a região entre as funções e define o limite
de integração:

Figura 12: Conjunto A de todos os pontos (x,y).

𝑏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎
1 1
2
2 𝑥³ 2 13 2 1 𝟏
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ [√𝑥 − 𝑥 ]𝑑𝑥 = [ √𝑥³ − ] = ∙ √13 − = − = 𝒖. 𝒂.
0 3 3 0 3 3 3 3 𝟑

Obs.: para cada 𝑥 ∈ [0, 1], (𝑥, 𝑦) pertence ao conjunto se, e somente se, 𝑥² ≤
𝑦 ≤ √𝑥.

Ex. 9: Calcule a área da região hachurada entre as curvas dos gráficos 𝑦1 = 3𝑥


e 𝑦2 = 𝑥 2, da Fig. 13.

Figura 13: Região hachurada.


P á g i n a | 101

𝑏
Resolução: como definido anteriormente a á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 [𝑦1 − 𝑦2 ]𝑑𝑥
3 3
2 ]𝑑𝑥
3𝑥 2 𝑥³ 3 ∙ 32 33 27 27 𝟗
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ [3𝑥 − 𝑥 =[ − ] = − = − = = 𝟒, 𝟓 𝒖. 𝒂.
0 2 3 0 2 3 2 3 𝟐

Ex. 10: Calcule a área da região hachurada da Fig. 14.

Figura 14: Região hachurada.

𝑏
Resolução: para 𝑓(𝑥) ≥ 0 → á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 [𝑦1 − 𝑦2 ]𝑑𝑥
4
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (𝑒 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = [𝑒 𝑥 − 𝑥]40 = (𝑒 4 − 4) − (𝑒 0 − 0) = 𝒆𝟒 − 𝟑 ≅ 𝟓𝟏, 𝟔 𝒖. 𝒂.
0

Ex. 11: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = 0, 𝑥 = 3 e pelos


gráficos das funções 𝑦1 = 𝑥 e 𝑦2 = 𝑥 2 .
Resolução: a Fig. 15 representa o gráfico das funções 𝑦1 = 𝑥 e 𝑦2 = 𝑥 2 .

Figura 15: Região hachurada.


P á g i n a | 102

1 3
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (𝑦1 − 𝑦2 )𝑑𝑥 + ∫ (𝑦2 − 𝑦1 )𝑑𝑥
0 1
1 3
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫ (𝑥 − 𝑥 2 )𝑑𝑥 + ∫ (𝑥 2 − 𝑥)𝑑𝑥
0 1
3 1 3
𝑥2 𝑥 𝑥3 𝑥2
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = [ − ] + [ − ]
2 3 0 3 2 1

12 13 02 03 33 32 13 12
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ( − )−( − )+( − )−( − )
2 3 2 3 3 2 3 2
1 1 27 9 1 1
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ( − ) + ( − ) − ( − )
2 3 3 2 3 2
3−2 54 − 27 2−3 1 + 27 + 1 𝟐𝟗
á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ( )+( )−( )= = 𝒖. 𝒂.
6 6 6 6 𝟔

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 11.6, páginas: 316 a 317 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula vimos:

 A integral de Riemann é definida como:


𝒃 𝒏

∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝐥𝐢𝐦 ∑ 𝒇(𝒄𝒊 )∆𝒙𝒊 .


𝒂 𝒎á𝒙 ∆𝒙𝒊 →𝟎
𝒊=𝟏

 O Teorema Fundamental do Cálculo diz que se 𝑓 for integrável em [𝑎, 𝑏]


𝑏
e se 𝐹 for uma primitiva de 𝑓 em [𝑎, 𝑏], então: ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).

 Por definição:
𝑏 𝑏 𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0, se 𝑎 = 𝑏 e ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 , se 𝑎 < 𝑏.
𝑎 𝑎 𝑎

 São propriedades da integral definida (Riemann):


𝑏 𝑏 𝑏
 ∫𝑎 [𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫𝑎 𝑔(𝑥)𝑑𝑥
𝑏 𝑏
 ∫𝑎 𝑘𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑘 ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.
𝑏
 ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≥ 0, se 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏].
𝑏 𝑐 𝑏
 ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫𝑐 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, se 𝑐 ∈
]𝑎, 𝑏[ 𝑒 𝑓 é integrável em [𝑎, 𝑐] e em [𝑐, 𝑏].

 Uma importante aplicação da integral definida num intervalo [𝑎, 𝑏] é o


cálculo de uma área abaixo de uma curva (𝑓(𝑥)), ou entre curvas (𝑓(𝑥)
e 𝑔(𝑥));
𝑏
 Para 𝑓(𝑥) ≥ 0, então: 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ;
𝑏
 Para 𝑓(𝑥) ≤ 0, então: 𝐴 = − ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥;

 Para 𝑓(𝑥) ≥ 0 nos intervalos [𝑎, 𝑐] e [𝑑, 𝑏], 𝑓(𝑥) ≤ 0 no intervalo [𝑐, 𝑑] então
𝑏 𝑐 𝑑 𝑏
∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫𝑐 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫𝑑 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, que é igual à soma das
áreas dos conjuntos acima do eixo 𝑥 subtraída da soma das áreas dos
conjuntos abaixo do eixo 𝑥;
 Para determinação de área entre duas funções 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥)/𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥)
𝑏
aplica-se a fórmula ∫𝑎 [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥 .
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 6

ATIVIDADE

Integral de Riemann e Teorema Fundamento do Cálculo

3
1) Calcule ∫−1(2𝑥 4 − 𝑥 + 5)𝑑𝑥.

3𝜋
2) Calcule ∫02 (𝑠𝑒𝑛𝑥 + cos 𝑥)𝑑𝑥.

8 1
3) Seja a integral 𝐼 = ∫2 ( ) 𝑑𝑥. Então, podemos afirmar que I vale
𝑥

a) ln 4 d) ln 6
b) 3 e) 6
c) ln 2

𝜋
4) Seja a integral 𝐼 = ∫04 (𝑠𝑒𝑛 𝑥 ∙ cos 𝑥)𝑑𝑥. Podemos afirmar que I vale
1
a) 4 d) 2
2
b) 1 e) 3
1
c) 4
Exercícios Extra
AULA 6

ATIVIDADE

Determinação de áreas

1) Calcule a área da região compreendida entre os gráficos de y1 = 3x2 e y2 =


6x, com 0  x  3.

2) Calcule a área da região entre x 2  y 2  9, y  0 e 0  x  3 .

3) Sendo dadas as medidas em cm, a área entre x 2  y  4  0 e  3  x  3

vale, aproximadamente:
a) 27,3 cm2 d) 13 cm2
b) 20,3 cm2 e) 13,7 cm2
c) 17,3 cm2

4) A área da região entre y  cos x , y 0 e    x   vale, em m2,


aproximadamente:
1
a) 4 d) 2
2
b) 1 e)
3
1
c) 4
Aula 7
Volume de sólidos, rotação de
área A em torno dos eixos X e Y

APRESENTAÇÃO DA AULA

Esta aula foi preparada para que você possa aprender uma nova e
importante aplicação que podemos dar a integral de uma função, que é o cálculo
do volume de um sólido gerado pela rotação de um conjunto de pontos, de área A,
em torno do eixo x ou do eixo y.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Determinar o volume de um sólido gerado pela rotação de uma área A


um torno o eixo x;
 Determinar o volume de um sólido gerado pela rotação de uma área A
um torno o eixo y.
P á g i n a | 108

7 VOLUME DE SÓLIDO OBTIDO PELA ROTAÇÃO, EM TORNO DO EIXO 𝒙, DE UM


CONJUNTO 𝑨

Seja 𝑓 contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏]; seja 𝐵 o conjunto obtido pela
rotação, em torno do eixo 𝑥, do conjunto 𝐴 do plano limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 =
𝑏, pelo eixo 𝑥 e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥). Estamos interessados em definir o volume 𝑉
de 𝐵.

Figura 16: Área A, que rotacionada em torno de x gera volume B.

Seja 𝑃: 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑖−1 < 𝑥𝑖 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏 uma partição de [𝑎, 𝑏] e,
respectivamente 𝑐̅𝑖 e 𝑐̿𝑖 pontos de mínimo e de máximo de 𝑓 em [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ]. Na figura
acima, 𝑐̅𝑖 = 𝑥𝑖−1 e 𝑐̿𝑖 = 𝑥𝑖 . Temos:

𝑖 – cilindro gerado
2
𝜋[𝑓(𝑐̅)]
𝑖 ∆𝑥𝑖 = volume do cilindro de altura ∆𝑥𝑖 e base de raio 𝑓(𝑐̅)
pela rotação do retângulo de dentro;

𝑖 – Cilindro gerado
2
𝜋[𝑓(𝑐̿)]
𝑖 ∆𝑥𝑖 = volume do cilindro de altura ∆𝑥𝑖 e base de raio 𝑓(𝑐̿)
pela rotação do retângulo de fora.

Obs. Lembre-se que o volume de um cilindro é 𝜋𝑟 2 ℎ.

Uma boa definição para o volume de 𝑉 deverá implicar


𝑛 𝑛
2
∑ 𝜋 [𝑓(𝑐̅)]
𝑖 ∆𝑥𝑖 ≤ 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ≤ ∑ 𝜋[𝑓 (𝑐̿)]²
𝑖 ∆𝑥𝑖
𝑖=1 𝑖=1
P á g i n a | 109

para toda partição 𝑃 de [𝑎, 𝑏].


Se tomarmos os valores máx ∆𝑥𝑖 → 0, as somas de Riemann que comparecem
𝑏
nas desigualdades tendem a ∫𝑎 𝜋[𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥; nada mais natural, então, do que definir

o 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 de 𝐵 por
𝑏
𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥
𝑎

Então, definimos o volume do sólido B, gerado pela rotação, em torno do eixo


x, do conjunto A, pode ser definido como
𝑏
𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑦² 𝑑𝑥, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑦 = 𝑓(𝑥).
𝑎

Ex. 1: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do


conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 𝑟 2 , 𝑦 ≥ 0 (𝑟 > 0). Resolução: 𝑥² +
𝑦² ≤ 𝑟², 𝑦 ≥ 0 , é um semicírculo de raio 𝑟. Pela rotação deste semicírculo em torno
de eixo 𝑥, obtemos uma esfera de raio 𝑟. Temos:

𝑥² + 𝑦² ≤ 𝑟², 𝑦 ≥ 0 ⟺ 𝑦 = √𝑟² − 𝑥², − 𝑟 ≤ 𝑥 ≤ 𝑟.

Segue que o volume pedido é:


𝑟 𝑟 𝑟 𝑟
𝑥³ 4
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝜋 ∫ 𝑦² 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ (√𝑟² − 𝑥²) ² 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ (𝑟 2 −𝑥 2 )𝑑𝑥
= 2𝜋 [𝑟²𝑥 − ] = 𝜋𝑟³.
−𝑟 0 0 3 0 3

Obs. Você pode conferir lá na geometria, que o volume de uma esfera é


4
exatamente 3 𝜋𝑟³.

Ex. 2: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do


1
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥
≤ 𝑦 ≤ 𝑥, 1 ≤ 𝑥 ≤ 2. Resolução: o gráfico

abaixo (Fig. 17), representa o conjunto A dos pares (x,y)


P á g i n a | 110

Figura 17: Área hachurada.

O que queremos é o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo


𝑥, do conjunto hachurado (Fig. 18).

Figura 18: Volume gerado pela rotação em x – Ex. 1.

O volume 𝑉 pedido é igual a 𝑉2 − 𝑉1 onde 𝑉2 e 𝑉1 são, respectivamente, os


volumes obtidos pela rotação, em torno do eixo 𝑥, dos conjuntos 𝐴2 e 𝐴1 hachurados
(Fig. 19).

Figura 19: Áreas hachuradas A2 (a) e A1 (b) – Ex. 1.


P á g i n a | 111

Aplicando então a fórmula definida para volume em torno do eixo x: 𝑉 =


𝑏
𝜋 ∫𝑎 [𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥

Volume da área A2:


2 2
2
𝑥3 23 13 8 1 7𝜋
𝑉2= 𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [ ] = 𝜋 ∙ ( − ) = 𝜋 ∙ ( − ) =
1 3 1 3 3 3 3 3

Volume da área A1:


2
1 2 12 1 1 1 𝜋
𝑉1= 𝜋 ∫ ( ) 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [− ] = 𝜋 ∙ [(− ) − (− )] = 𝜋 ∙ (− + 1) =
1 𝑥 𝑥1 2 1 2 2

Deste modo, o volume 𝑉 pedido é


7𝜋 𝜋 (14 − 3)𝜋 11 𝜋
𝑉 = 𝑉2 − 𝑉1 = − = = .
3 2 6 6

Ex. 3: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, da


região hachurada do gráfico da Fig. 20.

Figura 20: Área hachurada – Ex. 3.

Resolução: conforme pode-se ver do gráfico da Fig. 20, temos que a área a
ser rotacionada em torno do eixo x está limitada pelas funções 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑒 𝑥 no intervalo
[0, 2].
2 2 2
𝑒 2𝑥 𝑒4 − 𝑒0
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 = 𝜋 ∙ ∫ (𝑒 𝑥 )2 2𝑥
𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ ∫ 𝑒 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [ ] = 𝜋 ( )
0 0 2 0 2
𝝅 𝟒
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 = (𝒆 − 𝟏) ≅ 84,2 𝑢. 𝑣.
𝟐
P á g i n a | 112

Ex. 4: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do


conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 1 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 e 1 ≤ 𝑥 ≤ 5.
Resolução: o gráfico abaixo (Fig. 21), representa o conjunto A dos pares (x, y)

Figura 21: Área hachurada – Ex. 4.

5 5
𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [𝑔(𝑥)]2 𝑑𝑥
1 1
5 5
𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑥]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [1]2 𝑑𝑥
1 1
5 5 5
𝑥3
𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [ ] − 𝜋 ∙ [𝑥]15
1 1 3 1

53 13 125 1 125 − 1 − 12
𝑉 = 𝜋 ∙ [( ) − ( ) − (5 − 1)] = 𝜋 ∙ ( − − 4) = 𝜋 ∙ ( )
3 3 3 3 3
𝟏𝟏𝟐
𝑉= 𝝅 ≅ 117,3 𝑢. 𝑣
𝟑

Ex. 5: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do


1 1
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 1 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 2 e 2
≤ 𝑥 ≤ 2.

Resolução: o gráfico abaixo (Fig. 22), representa o conjunto A dos pares (x,y)
P á g i n a | 113

Figura 22: Área hachurada – Ex. 5.

Como podemos ver do gráfico (Fig. 22), temos duas regiões com mudança
entre as funções que delimitam a parte superior e a parte inferior da área A. Sendo
assim, precisamos dividir o volume na soma de duas parcelas:
1 1
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝐴1 = 𝑉1 = 𝜋 ∫ [𝑦1 ]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [𝑦2 ]2 𝑑𝑥
1 1
2 2

1 21 1
𝑉1 = 𝜋 ∫ [ 2 ] 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [1]2 𝑑𝑥
1 𝑥 1
2 2
1
1 1
1 1
𝑉1 = 𝜋 ∫ 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ 1 𝑑𝑥 = 𝜋 [− ] − 𝜋[𝑥]11
1 𝑥4 1 3𝑥 3 1 2
2 2 2

1 1 1
𝑉1 = 𝜋 ∙ [(− ) − (− 3 )] − 𝜋 ∙ [1 − ]
3 ∙ 13 1 2
3∙( )
2
1 8 1 −2 + 16 − 3 𝟏𝟏𝝅
𝑉1 = 𝜋 ∙ (− + − ) = 𝜋 ∙ ( )= 𝒖. 𝒗
3 3 2 6 𝟔
2 2
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝐴2 = 𝑉2 = 𝜋 ∫ [𝑦2 ]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [𝑦1 ]2 𝑑𝑥
1 1
2 2
1 2
𝑉2 = 𝜋 ∫ [1]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [ ] 𝑑𝑥
1 1 𝑥2
2 2
1 2
1 2
𝑉2 = 𝜋 ∫ 1 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ 𝑑𝑥 = 𝜋[𝑥]1 − 𝜋 [− ]
1 1 𝑥4 3𝑥 3 1
1 1
𝑉2 = 𝜋 ∙ [2 − 1] − 𝜋 ∙ [(−
3
) − (− )]
3∙2 3 ∙ 13
1 1 24 + 1 − 8 𝟏𝟕𝝅
𝑉2 = 𝜋 ∙ (1 + − )=𝜋∙( )= 𝒖. 𝒗
24 3 24 𝟐𝟒
11𝜋 17𝜋 44𝜋 + 17𝜋 𝟔𝟏𝝅
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 = + = = ≅ 8,0 𝑢. 𝑣
6 24 24 𝟐𝟒
P á g i n a | 114

Exercícios Propostos para revisão

Exercício 1 do 13.1, página 405 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1


– Guidorizzi.

Volume de sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝒚, de um conjunto 𝑨;


Suponha 𝑓(𝑥) ≥ 0 e contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑎 > 0. Seja 𝐴 o conjunto do plano
de todos os pares (𝑥. 𝑦) tais que 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑓(𝑥). Seja 𝐶 o conjunto obtido pela
rotação, em torno do eixo 𝑦, do conjunto 𝐴. O volume de 𝐵 é o número;
𝑏
𝑉 = 2𝜋 ∫ 𝑥 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑎

Ou;
𝒃
𝑉 = 𝟐𝝅 ∫ 𝒙𝒚 𝒅𝒙 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑦 = 𝑓(𝑥)
𝒂

Obs.: Para maior aprofundamento teórico, sugiro leitura das


páginas 406 a 408 do volume 1 do livro do Guidorizzi.

Ex. 6: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do


conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 0 ≤ 𝑦 ≤ 2𝑥, 0 ≤ 𝑥 ≤ 5.
Resolução: vamos representar a região A, dos pares (x, y), no gráfico da Fig.
23.

Figura 23: Área hachurada – Ex. 6.

A fórmula que conhecemos nos dá o volume do sólido gerado pela rotação


em torno do eixo y, da área hachurada. Então, segue que
𝑏
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 V = 2𝜋 ∫ 𝑥[𝑓(𝑥)] 𝑑𝑥
𝑎
P á g i n a | 115

5 5 5
𝑥32
53
V = 2𝜋 ∫ 𝑥(2𝑥) 𝑑𝑥 = V = 4𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 4𝜋 ∙ [ ] = 4𝜋 ∙ ( )
0 0 3 0 3
𝟓𝟎𝟎𝝅
V= 𝒖. 𝒗.
𝟑
A Figura formada, na verdade e a de um cilindro vazado de um cone, ambos
de raio igual a 5 e altura 10, conforme o gráfico da Figura 24.

Figura 24: Volume hachurado – Ex. 6.

Pelas formulações que aprendemos em Geometria:


𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜: V𝑐𝑖𝑙 = 𝜋𝑟 2 ℎ = 𝜋 ∙ 52 ∙ 10 = 250𝜋
𝜋𝑟 2 ℎ 𝜋 ∙ 52 ∙ 10 250𝜋
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑒: V𝑐𝑜𝑛 = = =
3 3 3
250𝜋 750𝜋 − 250𝜋 𝟓𝟎𝟎𝝅
V = 250𝜋 − = = 𝒖. 𝒗.
3 3 𝟑
Conforme podemos verificar dos resultados iguais, a formulação usando a
integral pode ser aplicada sempre.
Ex. 7: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do
conjunto de todos (𝑥, 𝑦) tais que;
0 ≤ 𝑥 ≤ 1 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑦 − 𝑥3.
Resolução: Da expressão definida acima, temos que o volume para sólido
𝑏
formado pela rotação em torno do eixo y é de 𝑉 = 2𝜋 ∫𝑎 𝑥𝑦 𝑑𝑥. Então;
1 1 1
3 )𝑑𝑥
𝑥3 𝑥5
𝑉 = 2𝜋 ∫ 𝑥 ∙ (𝑥 − 𝑥 = 2𝜋 ∫ (𝑥 2 −𝑥 4 )𝑑𝑥
= 2𝜋 [ − ]
0 0 3 5 0

13 15 1 1 5 3 2 4𝜋
𝑉 = 2𝜋 ∙ ( − ) = 2𝜋 ∙ ( − ) = 2𝜋 ∙ ( − ) = 2𝜋 ∙ ( ) =
3 5 3 5 15 5 15 15
P á g i n a | 116

Ex. 8: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do


conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 4, 𝑥 ≥ 0.
Resolução: Vamos representar a região A1, dos pares (x, y), no gráfico da Fig.
25.

Figura 25: Área A1 hachurada – Ex. 8.

A fórmula que conhecemos nos dá o volume do sólido gerado pela rotação


em torno do eixo y, da área A2. Sabemos que se chamarmos de A a área do
retângulo de base 2 e altura 4, 𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 . Então, 𝐴1 = 𝐴 − 𝐴2 .
Segue então que, o volume do sólido gerado será: 𝑉1 = 𝑉 − 𝑉2
2 2 2
2) 3)
𝑥4
2
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉1 = 2𝜋 ∫ 𝑥(4 − 𝑥 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ (4𝑥 − 𝑥 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∙ [2𝑥 − ]
0 0 4 0

24
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉1 = 2𝜋 ∙ (2(2)2 − ) = 2𝜋 ∙ (8 − 4) = 𝟖𝝅
4

Ex. 9: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do


1
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥 ≤ 𝑦 ≤ −𝑥 2 + 3𝑥 + 4, 2
≤ 𝑥 ≤ 3. Resolução:
1
vamos chamar de região de área A1, dos pares (x, y), tais que 𝑦 ≤ −𝑥 2 + 3𝑥 + 4 e ≤
2
1
𝑥 ≤ 3; e de região de área A2, os pares (x, y), tais que 𝑦 ≤ 𝑥 e 2
≤ 𝑥 ≤ 3. Então, a área

A que deverá ser girada em torno do eixo y será A= 𝐴1 − 𝐴2 .


Daí, temos que:
P á g i n a | 117

Exercícios Propostos para revisão

Exercícios 1 e 2 do 13.2, página 410 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –


Guidorizzi.

3 3
𝑉 = 2𝜋 ∫ 𝑥[𝑓1 (𝑥) − 𝑓2 (𝑥)] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥[(−𝑥 2 + 3𝑥 + 4 ) − 𝑥] 𝑑𝑥
1 1
2 2

3 3
𝑥4 𝑥3
𝑉 = 2𝜋 ∫ [(−𝑥 3 + 3𝑥 2 + 4𝑥 ) − 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∙ [− + 𝑥 3 + 2𝑥 2 − ]
1 4 3 1
2 2

1 4 3 2 1 3
34 3 3 (2) 1 1 (2)
𝑉 = 2𝜋 ∙ [(− + 33 + 2 ∙ 32 − ) − (− +( ) +2( ) − )]
4 3 4 2 2 3

81 1 1 1 1
𝑉 = 2𝜋 ∙ [(− + 27 + 18 − 9) − (− + + − )]
4 64 8 2 24

−81 + 144 −3 + 24 + 96 − 8
𝑉 = 2𝜋 ∙ [( )−( )]
4 192

63 109
𝑉 = 2𝜋 ∙ ( ) − ( )
4 192

3024 − 109
𝑉 = 2𝜋 ∙ ( )
192

𝟐𝟗𝟏𝟓
𝑉= 𝝅 ≅ 95,393 𝑢. 𝑣.
𝟗𝟔
Resumo

Nesta aula vimos:

 Podemos aplicar integral definida para determinação volume de


sólidos gerados pela rotação de áreas em torno dos eixos x e y:
𝒃
 𝑽𝒙 = 𝝅 ∫𝒂 [𝒇(𝒙)]𝟐 𝒅𝒙 e a formula para determinar o volume de solido

gerado pela rotação, em torno de x, de uma área abaixo da curva 𝒚 =


𝒇(𝒙), no intervalo [𝒂, 𝒃];
𝒃
 𝑽𝒚 = 𝟐𝝅 ∫𝒂 𝒙 ∙ 𝒇(𝒙) 𝒅𝒙 e a formula para determinar o volume de solido

gerado pela rotação, em torno de y, de uma área abaixo da curva 𝒚 =


𝒇(𝒙), no intervalo [𝒂, 𝒃].
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 7

ATIVIDADE

1) Calcule o volume do solido obtido pela rotação, em torno do eixo y, do


1
conjunto de todos os (x, y) tais que 1 ≤ 𝑥 ≤ 𝑒 e 0 ≤ y ≤ .
𝑥

2) Calcule o volume do solido obtido pela rotação, em torno do eixo x, do


conjunto de todos os (x, y) tais que 0 ≤ 𝑥 ≤ 16 e 0 ≤ y ≤ 4√x.

3) Seja a área do conjunto de todos os pares (x, y) tais que 0 ≤ 𝑥 ≤ 6, 0 ≤ y ≤


2 e y ≥ √𝑥 − 2. O valor aproximado do volume do solido obtido pela rotação, em
torno do eixo y, desse conjunto de todos os (x, y) e de:
a) 45,63 𝑢. 𝑣 d) 25,07 𝑢. 𝑣
b) 12,25 𝑢. 𝑣 e) 78,75 𝑢. 𝑣
c) 70 𝑢. 𝑣

4) Seja a área do conjunto de todos os pares (x, y) tais que 1 ≤ 𝑥 ≤ 2 e x 2 −


1 ≤ y ≤ x + 1. O volume do solido obtido pela rotação, em torno do eixo x, desse
conjunto de todos os (x, y):
43 43𝜋
a) 2
𝑢. 𝑣 d) 2
𝑢. 𝑣
𝜋 23𝜋
b) 2
𝑢. 𝑣 e) 2
𝑢. 𝑣
86𝜋
c) 2
𝑢. 𝑣
Aula 8
Revisão para V1 (Aulas 1 a 7)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula faremos uma revisão do conteúdo apresentado até aqui neste
material. Nele vamos apresentar exercícios resolvidos e as principais formulações
necessárias para que você possa recordar tirar dúvidas, acrescentar conceitos e se
preparar melhor para sua avaliação presencial.

Vamos nessa!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar e resolver problemas com Integração Simples;


 Relacionar Derivadas e Integrais;
 Calcular áreas, volumes e aplicar as Integrais Definidas.
P á g i n a | 122

8 INTRODUÇÃO

Nesta aula iremos relembrar algumas questões que foram apresentadas e


trabalhadas nas aulas 1 a 9 de forma a relembrar os principais conceitos. No entanto,
é de suma importância que você também reveja as aulas e refaça, quando possível,
os exercícios para melhor aproveitamento do material.
Aula 1 – Primitiva
Ex. 1 - Determine 𝑦 = 𝑓(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ tal que:
𝑑𝑦
= 𝑦 𝑒 𝑓(0) = 12
𝑑𝑥
𝑑𝑦
Resolução: Conforme definido anteriormente, 𝑑𝑥 = 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘𝑒 𝑥 , k constante.

Dessa forma, o que precisamos considerar nesse exemplo é a condição de


valor apresentado no enunciado que é denominado valor inicial, que é a
condição 𝑓(0) = 12, que nos permite determinar o valor da a constante 𝑘.
𝑓(x) = 𝑘𝑒 x ⟶ 𝑓(0) = 𝑘𝑒 0 = 12, como e0 = 1, portanto, k = 12.
Assim, a função que satisfaz o problema dado é, então,
𝒚 = 𝒇(𝐱) = 𝟏𝟐𝒆𝐱 .

Ex. 2. Determine a função 𝑦 = 𝑦 (𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, que satisfaz as condições:


𝑑𝑦
= −𝑦 𝑒 𝑦(0) = 5.
𝑑𝑥
𝑑𝑦
Resolução: 𝑑𝑥 = −𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑘 𝑒 −𝑥 (k constante)

Da condição 𝑦(0) = 5,
𝑓(x) = 𝑘𝑒 3x ⟶ 𝑓(0) = 𝑘𝑒 (−1)∙0 = 5, resulta 𝑘 = 5.
A função procurada é;
𝒚 = 𝟓 𝒆−𝒙, x ∈ ℝ.

Ex. 3. Determine uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥), definida num intervalo aberto 𝐼, com 1 ∈
𝐼, tal que 𝑓(1) = −1 e, para todo 𝑥 em 𝐼,
𝑑𝑦
= 3𝑦².
𝑑𝑥
Resolução: Devemos ter, para todo 𝑥 em 𝐼,
𝑦 ′ = 3𝑦 2 .
Temos que lembrar lá do Cálculo 1 que;
(𝑦 3 + 𝑘)′ = 3𝑦 2 ,
P á g i n a | 123

Assim;
𝑓(𝑥) = 𝑦 3 + 𝑘.
Da condição 𝑓(1) = −1, segue;
13 + 𝑘 = −1 → 𝑘 = −1 − 1 → k = −2.
Substituindo o valor de k, temos que;
𝒇(𝒙) = 𝒚𝟑 − 𝟐 .
satisfaz as condições dadas.
Aula 2 – Primitiva de uma Função
Conforme definido na aula 2, uma função 𝐹(𝑥) definida no intervalo I, tal que
𝐹 ′ (𝑥) = 𝑓(𝑥), é denominada Primitiva da função 𝑓(𝑥), para todo 𝑥 nesse intervalo I.
Ex. 4. Para toda constante k, 𝐹(𝑥) = 2𝑥 + 𝑘 é primitiva, em ℝ, de 𝑓(𝑥) = 2, pois,
𝐹 ′ (𝑥) = (2𝑥 + 𝑘)′ = 2
para todo x.
Sendo 𝐹(𝑥) uma primitiva de 𝑓(𝑥) em I, então, para toda constante 𝑘, 𝐹(𝑥) + 𝑘
é, também, primitiva de 𝑓(𝑥).
Como você já sabe, no cálculo diferencial e integral nós usamos a notação
∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 para representar a família das primitivas de 𝑓(𝑥), de tal forma que:

∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝑘.

Onde ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é denominado integrando.


Regra de Integração: 𝒇(𝒙) = 𝒙𝒏 , com 𝒌 = 𝒄𝒕𝒆, 𝒏 ≠ −𝟏 e 𝒏 ∈ ℝ.
𝒙𝒏+ 𝟏
∫ 𝒙𝒏 𝒅𝒙 = 𝒏 +𝟏
+ 𝒌.

Ex. 5. Calcule:
a) ∫ 2𝑥 4 𝑑𝑥.
3
b) ∫ 𝑥 3 𝑑𝑥.
5
c) ∫ √𝑥² 𝑑𝑥.
4
d) ∫ (6𝑥 5 + 𝑥³
+ √4𝑥) 𝑑𝑥.

Resolução:
2x 4+1 𝟐𝐱 𝟓
𝐚) ∫ 2x 4 dx = +k= + 𝐤.
4+1 𝟓

3 3 −3 −2 𝟑
𝒃) ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 3𝑥 −3 𝑑𝑥 = 𝑥 −3+1 + 𝑘 = 𝑥 + 𝑘 = − 𝟐 + 𝒌.
𝑥3 −3 + 1 2 𝟐𝒙
P á g i n a | 124

2 7
𝟓
2/5
𝑥 5+1 𝑥5 𝟓𝟓
𝒄) ∫ √𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = +𝑘 = + 𝑘 = √𝒙𝟕 + 𝒌.
2 7 𝟕
+1 5
5
1
4 1 6𝑥 5+1 4𝑥 −3+1 2𝑥 2 +1
𝒅) ∫ (6𝑥 5 + + √4𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 6𝑥 5 𝑑𝑥 + ∫ 4𝑥 −3 𝑑𝑥 + ∫ 2𝑥 2 𝑑𝑥 = + + +𝑘 =
𝑥³ 5+1 −3 + 1 1
+1
2
3
4 6𝑥 6 4𝑥 −2 2𝑥 2 𝟐 𝟒√𝒙𝟑
∫ (6𝑥 5 + + √4𝑥) 𝑑𝑥 = + + + 𝑘 = 𝒙𝟔 − 𝟐 + +𝒌
𝑥³ 6 −2 3 𝒙 𝟑
2

Regra de Integração: 𝒇(𝒙) = 𝒙𝒏 , com 𝒂 e 𝒌 𝒄𝒕𝒆, 𝒏 = −𝟏, 𝒏 ∈ ℝ e 𝒙 ∈ ℝ∗+


𝒂
∫ 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒂 𝒍𝒏 𝒙 + 𝒌 = 𝒍𝒏 𝒙𝒂 + 𝒌.
3 5
Ex. 6. Calcule ∫ (𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥, 𝑥 > 0.

Resolução: Sabe-se que


3 5
∫ ( + ) 𝑑𝑥 = 3 ln 𝑥 + 5 ln 𝑥 + 𝑘 = 𝟖 𝐥𝐧 𝒙 + 𝒌 = 𝒍𝒏 𝒙𝟖 + 𝒌
𝑥 𝑥

Regra de Integração: 𝒇(𝒙) = 𝒆𝒏𝒙 , com 𝒌 𝒄𝒕𝒆 e 𝒏 ∈ ℝ∗


𝟏 𝒏𝒙
∫ 𝒆𝒏𝒙 𝒅𝒙 = 𝒆 + 𝒌.
𝒏
Ex. 7. Calcule:
a) ∫ 2𝑒 −2𝑥 𝑑𝑥.
b) ∫ 5𝑒 5𝑥 𝑑𝑥.
c) ∫(−6𝑒)2𝑥 𝑑𝑥.
1
d) ∫ 𝑒 −𝜋𝑥 𝑑𝑥.
Resolução:
2 −2𝑥
𝒂) ∫ 2𝑒 −2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 + 𝑘 = −𝒆−𝟐𝒙 + 𝒌
−2
5
𝒃) ∫ 5𝑒 5𝑥 𝑑𝑥 = 5
𝑒 5𝑥 + 𝑘 = 𝒆𝟓𝒙 + 𝒌
−6
𝒄) ∫ −6 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = (𝑒)2𝑥 + 𝑘 = −𝟑𝒆𝟐𝒙 + 𝒌
2
1 1 1 𝟏
𝒅) ∫ 𝑒 −𝜋𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 −𝜋𝑥 + 𝑘 = −𝝅 𝒆−𝝅𝒙 + 𝒌
−1⁄
𝜋

Regra de Integração: com 𝒌 𝒄𝒕𝒆 e 𝒏 ∈ ℝ∗


𝟏
∫ 𝑺𝒆𝒏 (𝒏𝒙)𝒅𝒙 = − 𝑪𝒐𝒔 (𝒏𝒙) + 𝒌.
𝒏
𝟏
∫ 𝑪𝒐𝒔 (𝒏𝒙)𝒅𝒙 = 𝑺𝒆𝒏 (𝒏𝒙) + 𝒌.
𝒏
P á g i n a | 125

𝟏
∫ 𝑻𝒈 (𝒏𝒙)𝒅𝒙 = − 𝒍𝒏 |𝑪𝒐𝒔 (𝒏𝒙)| + 𝒌.
𝒏
Ex. 8. Calcule:
a) ∫ 4 𝑆𝑒𝑛 (−2𝑥) 𝑑𝑥.
b) ∫ 6 𝐶𝑜𝑠 (3𝑥) 𝑑𝑥.
c) ∫ 3 𝑇𝑔 (9𝑥) 𝑑𝑥.
Resolução:
1
𝐚) ∫ 4 Sen (−2x)dx = 4 ∙ ∙ [−Cos(−2x)] + k = 𝟐 𝐂𝐨𝐬(−𝟐𝐱) + 𝐤.
−2
1
𝐛) ∫ 6 Cos (3x)dx = 6 ∙ ∙ Sen(3x) + k = 𝟐 𝐒𝐞𝐧(𝟑𝐱) + 𝐤.
3
1 𝟏
𝐜) ∫ 3 Tg (9x)dx = 3 ∙ (− ) ∙ ln|Cos (9x)| + k = − 𝐥𝐧|𝐂𝐨𝐬 (𝟗𝐱)| + 𝐤.
9 𝟑
Ex. 9: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥
Resolução: Das relações trigonométricas e operações com funções
trigonométricas, podemos definir:
cos 2𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 (𝑖)
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 (𝑖𝑖)
Substituindo (ii) em (i):
cos 2𝑥 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − 2 𝑠𝑒𝑛2 𝑥
2 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − cos 2𝑥
𝟏 𝟏
𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 =
− 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
𝟐 𝟐
1 1 1 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( − cos 2𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑥 − ∙ 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 + 𝑘
2 2 2 2 2

𝒙 𝟏
∫ 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 𝒅𝒙 = − 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝒙 + 𝒌
𝟐 𝟒


𝑥 1 1 1 1 1
( − 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 + 𝑘) = − ∙ 2 𝑐𝑜𝑠 2𝑥 = − cos 2𝑥 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥
2 4 2 4 2 2
Aula 3 – Técnicas de Primitivação (Parte 1)
Além das formulações revistas na Aula 2, vimos também outras fórmulas de
Primitivas Imediatas. Para conhece-las consideremos o seguinte:
Sejam 𝒌 𝒄𝒕𝒆 e 𝒏 ∈ ℝ∗:
a) ∫ 𝑐 𝑑𝑥 = 𝑐𝑥 + 𝑘
b) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥 + 𝑡𝑔 𝑥| + 𝑘
c) ∫ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
P á g i n a | 126

d) ∫ sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 + 𝑘
1
e) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
1+𝑥²
1
f) ∫ 𝑑𝑥 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝑘
√1−𝑥²

Ex. 10. Determine a função 𝑦 = 𝑦(𝑥), 𝑥 ∈ ℝ, tal que:


𝑑²𝑦
= 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥, 𝑦(0) = 1 𝑒 𝑦 ′ (0) = 2.
𝑑𝑥²
Resolução:
𝑑²𝑦 𝑑𝑦
= 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 → = ∫(𝑠𝑒𝑐 2 𝑥)𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘1
𝑑𝑥² 𝑑𝑥

𝑑𝑦
Seja a condição dada de que 𝑦 ′ (0) = 2 𝑜𝑢 |
𝑑𝑥 𝑥=0
=2

𝑦 ′ (0) = 𝑡𝑔 0 + 𝑘1 = 2 → 𝒌𝟏 = 𝟐,
ficando então;
𝒅𝒚
= 𝒕𝒈 𝒙 + 𝟐.
𝒅𝒙
Integrando novamente, para obter o valor de 𝑦(𝑥), temos que;

𝑦 = ∫(𝑡𝑔 𝑥 + 2) 𝑑𝑥 = −𝑙𝑛|cos 𝑥| + 2𝑥 + 𝑘2 .

Seja a condição inicial 𝑦(0) = 1


𝑦(0) = −𝑙𝑛|cos 0| + 2 ∙ 0 + 𝑘2 = − ln(1) + 𝑘2 = 1 → 𝒌𝟐 = 𝟏.
Assim, a solução particular para a equação diferencial e as condições de valor
inicial apresentadas é;
𝒚(𝒙) = −𝒍𝒏|𝐜𝐨𝐬 𝒙| + 𝟐𝒙 + 𝟏.
Ex. 11. Uma partícula desloca-se sobre o eixo x e sabe-se que no instante t, t ≥
0, e velocidade 𝑣(𝑡) = 5𝑡 − 21. Sabe-se, ainda, que no instante 𝑡 = 0 a partícula
encontra-se na posição 𝑥 = 5. Determine a posição 𝑥 = 𝑥(𝑡) da partícula no instante
t.
Resolução: Do enunciado do problema, temos as expressões:
𝑑𝑥
= 5𝑡 − 21 e 𝑥(0) = 5.
𝑑𝑡
Resolvendo a equação diferencial, temos que:
𝑑𝑥
= 5𝑡 − 21 → 𝑥(𝑡) = ∫(5𝑡 − 21)𝑑𝑡 → 𝒙(𝒕) = 𝟓𝒕𝟐 − 𝟐𝟏𝒕 + 𝒌.
𝑑𝑡
Pela a condição 𝑥(0) = 5:
𝑥(0) = 5 ∙ 02 − 21 ∙ 0 + 𝑘 = 5 → 𝒌 = 𝟓.
P á g i n a | 127

Assim, a solução do problema é


𝒙(𝒕) = 𝟓𝒕𝟐 − 𝟐𝟏𝒕 + 𝟓.
Técnica para cálculo de integral indefinida da forma ∫ 𝒇(𝒈(𝒙)) 𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙
(“inversa da regra da cadeia para derivada de funções compostas”).

∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭 (𝒈(𝒙)) + 𝒌.

Ex. 12: Calcule ∫ 3𝑥 sen 𝑥² 𝑑𝑥.


1
Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥² temos que 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥. Daí, temos que 2 𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥.

Então,
1 3
∫ 3𝑥 sen 𝑥² 𝑑𝑥 = 3 ∫ sen 𝑥² ∙ 𝑥 𝑑𝑥 = 3 ∫ sen 𝑢 ( 𝑑𝑢) = ∫ sen 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
Como;
3 3
∫ sen 𝑢 𝑑𝑢 = − 𝑐𝑜𝑠 𝑢 + 𝑘,
2 2
Resulta;
𝟑
∫ 𝟑𝒙 𝐜𝐨𝐬 𝒙𝟐 𝒅𝒙 = − 𝒄𝒐𝒔 𝒙² + 𝒌
𝟐
Obs. Verifique o resultado pelo processo inverso (derivação).
2
Ex. 13: Calcule ∫ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑥 𝑑𝑥.
1
Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑥 2 , temos que 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 = 2 𝑑𝑢

2 𝑑𝑢 1 1
∫ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 𝑢 = ∫ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑒 𝑢 + 𝑘
2 2 2
Resulta;
𝟐 𝟏 𝒙𝟐
∫ 𝒆𝒙 ∙ 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒆 + 𝒌.
𝟐
Obs. Verifique o resultado pelo processo inverso (derivação).
𝑥
Ex. 14: Calcule ∫ 5+𝑥2 𝑑𝑥.
1
Resolução: Fazendo 𝑢 = 5 + 𝑥 2 , então 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 = 𝑑𝑢
2
𝑥 1 1 1 1
∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ ( 𝑑𝑢) = ∫ 𝑑𝑢.
5+𝑥 𝑢 2 2 𝑢
Como;
1
∫ 𝑑𝑢 = 𝑙𝑛|𝑢| + 𝑘,
𝑢
Resulta;
𝒙 𝟏
∫ 𝟐
𝒅𝒙 = 𝒍𝒏|𝟓 + 𝒙𝟐 | + 𝒌.
𝟓+𝒙 𝟐
Obs. Verifique o resultado pelo processo inverso (derivação).
P á g i n a | 128

𝐶𝑜𝑠 𝑥
Ex. 15: Determinar a integral ∫ 𝑆𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥

Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑆𝑒𝑛 𝑥, temos que 𝑑𝑢 = 𝐶𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥


𝐶𝑜𝑠 𝑥 1 1 𝑢−3+1 𝑢−2 1
∫ 3
𝑑𝑥 = ∫ 3
𝐶𝑜𝑠 𝑥𝑑𝑥 = ∫ 3 𝑑𝑢 = ∫ 𝑢−3 𝑑𝑢 = +𝑘 = +𝑘 = − 2+𝑘
𝑆𝑒𝑛 𝑥 (𝑆𝑒𝑛 𝑥) 𝑢 −3 + 1 −2 2𝑢

Assim,
𝐶𝑜𝑠 𝑥 𝟏 𝟏
∫ 3
𝑑𝑥 = − 𝟐
+ 𝒌 = − 𝒄𝒐𝒔𝒆𝒄 𝟐 𝒙 + 𝒌
𝑆𝑒𝑛 𝑥 𝟐 𝑺𝒆𝒏 𝒙 𝟐
Aula 4 – Técnicas de Primitivação (Parte 2)
Integração por partes (inversa da derivada do produto de duas funções).

∫ 𝒇(𝒙)𝒈′ (𝒙)𝒅𝒙 = 𝒇(𝒙)𝒈(𝒙) − ∫ 𝒇′ (𝒙)𝒈(𝒙)𝒅𝒙.

O mais comum é considerarmos as funções 𝑢 e 𝑣. Dessa forma, fazemos 𝑢 =


𝑓(𝑥) e 𝑣 = 𝑔(𝑥) e teremos 𝑑𝑢 = 𝑓 ′ (𝑥) 𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥, o que nos permite escrever a
regra de integração por partes na seguinte forma usual:

∫ 𝒖 𝒅𝒗 = 𝒖𝒗 − ∫ 𝒗 𝒅𝒖

Ex. 16: Calcule ∫ 3𝑥 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 𝑑𝑥.


Resolução: Fazendo
𝑢 = 3𝑥 → 𝑑𝑢 = 3. 𝑑𝑥
1
sen 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = − 𝑐𝑜𝑠 2𝑥
2
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:
1 1 −3𝑥 cos 2𝑥 3
∫ 3𝑥 sen 2𝑥 𝑑𝑥 = 3𝑥 (− 𝑐𝑜𝑠 2𝑥) − ∫ (− 𝑐𝑜𝑠 2𝑥) ∙ 3𝑑𝑥 = + ∫ cos 2𝑥 𝑑𝑥
2 2 2 2
−𝟑 𝟑
∫ 𝟐𝒙 𝐬𝐞𝐧 𝟐𝒙 𝒅𝒙 = 𝒙 𝒄𝒐𝒔 𝟐𝒙 + 𝐬𝐞𝐧 𝟐𝒙 + 𝒌.
𝟐 𝟒
Ex. 17: Calcule ∫ 𝑥 3 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥.
Resolução: Fazendo:
𝑢 = 𝑥3 → 𝑑𝑢 = 3𝑥 2 . 𝑑𝑥
1
𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑒 2𝑥
2
Aplicando a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢:
1 1 𝑥3 3
∫ 𝑥 3 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 3 ∙ 𝑒 2𝑥 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 3𝑥 2 𝑑𝑥 = 𝑒 2𝑥 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥
2 2 2 2
Aplicando pela segunda vez a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢 em ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥,
fazemos:
𝑢 = 𝑥2 → 𝑑𝑢 = 2𝑥. 𝑑𝑥
1
𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 → 𝑣 = 𝑒 2𝑥
2
P á g i n a | 129

2𝑥
1 2𝑥 1 2𝑥 𝑥 2 2𝑥
∫𝑒 ∙ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑒 ∙ 2𝑥𝑑𝑥 = 𝑒 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥
2 2
2 2 2
Substituindo o valor encontrado para ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥 2 𝑑𝑥:
𝑥 3 2𝑥 3 𝑥 2 2𝑥
∫ 𝑥 3 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 − ( 𝑒 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥)
2 2 2
𝑥 3 2𝑥 3𝑥 2 2𝑥 3
∫ 𝑥 3 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 − 𝑒 + ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥
2 4 2
Aplicando pela terceira vez a regra: ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢 em ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥,
fazemos:
𝑢=𝑥 → 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
1
𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 𝑣 = 𝑒 2𝑥

2
1 1 𝑥 1 𝑥 1
∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ 𝑒 2𝑥 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑑𝑥 = 𝑒 2𝑥 − ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑑𝑥 = 𝑒 2𝑥 − 𝑒 2𝑥 + 𝑘
2 2 2 2 2 4

Substituindo o valor encontrado para ∫ 𝑒 2𝑥 ∙ 𝑥𝑑𝑥:


𝑥 3 2𝑥 3𝑥 2 2𝑥 3 𝑥 2𝑥 1 2𝑥
∫ 𝑥 3 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 − 𝑒 + ( 𝑒 − 𝑒 + 𝑘)
2 4 2 2 4
𝒙𝟑 𝟐𝒙 𝟑𝒙𝟐 𝟐𝒙 𝟑𝒙 𝟐𝒙 𝟑 𝟐𝒙
∫ 𝒙𝟑 𝒆𝟐𝒙 𝒅𝒙 = 𝒆 − 𝒆 + 𝒆 − 𝒆 +𝒌
𝟐 𝟒 𝟒 𝟖

8.1 Mudança de Variável

(SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA)
Para uma função 𝑓(𝑥) definida num intervalo 𝐼, vamos supor que 𝑥 = 𝜑(𝑢) seja
inversível, com inversa 𝑢 = 𝜃(𝑥), 𝑥 ∈ 𝐼, sendo 𝜑 e 𝜃 deriváveis.
Assim, se tivermos;

∫ 𝑓 (𝜑 (𝑢))𝜑′ (𝑢)𝑑𝑢 = 𝐹(𝑢) + 𝑘 (𝑢 ∈ 𝐷𝜑 )

então,

∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝜃(𝑥)) + 𝑘.

Ex. 18: Calcule ∫ √1 − (𝑥 + 2)2 𝑑𝑥.


Resolução: Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 =
𝑐𝑜𝑠 2 𝑢.
Desta forma, a mudança 𝑥 + 2 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 elimina a raiz do integrando:
𝜋 𝜋
𝑥 = −2 + 𝑠𝑒𝑛 𝑢 , 𝑐𝑜𝑚 (− < 𝑢 < ) → 𝑑𝑥 = cos 𝑢 𝑑𝑢.
2 2
P á g i n a | 130

Então,

∫ √1 − (𝑥 + 2)² 𝑑𝑥 = ∫ √1 − 𝑠𝑒𝑛² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢 = ∫ √𝑐𝑜𝑠² 𝑢 . cos 𝑢 𝑑𝑢

√𝑐𝑜𝑠² 𝑢 = |cos 𝑢| = cos 𝑢,


pois,
𝜋 𝜋
𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,

∫ √1 − (𝑥 + 2)² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢

A integral ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢 pode ser determinada pela integração por partes,


fazendo:
𝑣 = cos 𝑢 → 𝑑𝑣 = −𝑠𝑒𝑛 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
cos 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡 → 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢
Aplicando a regra: ∫ 𝑣 𝑑𝑡 = 𝑣𝑡 − ∫ 𝑡 𝑑𝑣:

∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 − ∫(−𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫(𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢)

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢.

∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫(1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢) = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫ 𝑑𝑢 − ∫(𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢)

2 ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + ∫ 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 cos 𝑢 + 𝑢

𝟏 𝟏
∫ 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒖 𝒅𝒖 = 𝒖 + 𝒔𝒆𝒏 𝒖 𝐜𝐨𝐬 𝒖 + 𝒌
𝟐 𝟐
𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 𝑥 + 2 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue;

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 + 2)

cos 𝑢 = √1 − (𝑥 + 2)²

Como ∫ √1 − (𝑥 + 2)² 𝑑𝑥 = ∫ cos ² 𝑢 𝑑𝑢, então;


𝟏 𝟏
∫ √𝟏 − (𝒙 + 𝟐)²𝒅𝒙 = 𝒂𝒓𝒄 𝒔𝒆𝒏 (𝒙 + 𝟐) + (𝒙 + 𝟐) √𝟏 − (𝒙 + 𝟐)² + 𝒌, (−𝟏 < 𝒙 < 𝟏).
𝟐 𝟐

Ex. 19: Calcule ∫ √1 + (𝑥 − 1)2 𝑑𝑥.


Resolução: Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 1 + 𝑡𝑔2 𝑢 =
𝑠𝑒𝑐 2 𝑢.
Desta forma, a mudança 𝑥 − 1 = 𝑡𝑔 𝑢 elimina a raiz do integrando:
𝑥 − 1 = 𝑡𝑔 𝑢 → 𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.
Então,

∫ √1 + (𝑥 − 1)² 𝑑𝑥 = ∫ √1 + 𝑡𝑔² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢. = ∫ √𝑠𝑒𝑐² 𝑢 . 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢.


P á g i n a | 131

𝜋 𝜋
√𝑠𝑒𝑐² 𝑢 = |sec 𝑢| = sec 𝑢, 𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
Assim,
𝜋 𝜋
∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 , 𝑢 ∈ ]− , [.
2 2
A integral ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 pode ser determinada pela integração por partes,
fazendo:
𝑣 = sec 𝑢 → 𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 ∙ 𝑡𝑔 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
sec 2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡 → 𝑡 = 𝑡𝑔 𝑢
Aplicando a regra: ∫ 𝑣 𝑑𝑡 = 𝑣𝑡 − ∫ 𝑡 𝑑𝑣:

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 − ∫ 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 ∙ 𝑡𝑔 𝑢 𝑑𝑢

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 − ∫ sec 𝑢 ∙ 𝑡𝑔2 𝑢 𝑑𝑢

Da definição do ciclo trigonométrico temos que: 𝑡𝑔2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 − 1.

∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 − ∫ sec 3 𝑢 𝑑𝑢 + ∫ sec 𝑢 𝑑𝑢

2 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 + ∫ sec 𝑢 𝑑𝑢

2 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢|

1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 ∙ sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘
2 2
𝜋 𝜋
Da consideração inicial que fizemos: 𝑥 − 1 = 𝑡𝑔 𝑢, com − 2 < 𝑢 < 2 , segue;

𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (𝑥 − 1)

sec 𝑢 = √1 + (𝑥 − 1)²

Como ∫ √1 + (𝑥 − 1)² 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢, então;


𝟏
∫ √𝟏 + (𝒙 − 𝟏)² 𝒅𝒙 = [(𝒙 − 𝟏)√𝟏 + (𝒙 − 𝟏)² + 𝐥𝐧 |𝒙 − 𝟏 + √𝟏 + (𝒙 − 𝟏)²|] + 𝒌.
𝟐
Aula 5 – Técnicas de Primitivação (Parte 3)
𝑷 (𝒙)
Integrais indefinidas do tipo ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝒅𝒙:

Teorema: Sejam 𝛼, 𝛽, 𝑚 e 𝑛 reais dados, com 𝛼 ≠ 𝛽. Então existem constantes


𝐴 e 𝐵 tais que;
𝑚 𝑥+𝑛 𝐴 𝐵
a) (𝑥− 𝛼)(𝑥− 𝛽) = 𝑥− 𝛼
+ 𝑥− 𝛽
.
𝑚 𝑥+𝑛 𝐴 𝐵
b) (𝑥− 𝛼)² = 𝑥− 𝛼
+ (𝑥− 𝛼)²
.

Obs. O grau do numerador é estritamente menor que o grau do denominador.


𝑥−1
Ex. 20: Calcule ∫ 𝑥 2 −5𝑥+6 𝑑𝑥.
P á g i n a | 132

Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:


𝑥² − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 2)(𝑥 − 3).
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (a) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que;
𝑥−1 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 5𝑥 + 6 𝑥−2 𝑥−3
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter;
𝑥 − 1 = 𝐴(𝑥 − 3) + 𝐵(𝑥 − 2).
Fazendo 𝑥 = 2
2 − 1 = 𝐴 (2 − 3) + 𝐵(2 − 2) ou 𝐴 = −1.
Fazendo 𝑥 = 3
3 − 1 = 𝐴 (3 − 3) + 𝐵 (3 − 2) ou 𝐵 = 2.
Assim,
𝑥+3 −1 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 = − 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| + 𝟐 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟑| + 𝒌
𝑥² − 3𝑥 + 2 𝑥−2 𝑥−3
𝑥
Ex. 21: Calcule ∫ 𝑥 2 −4𝑥+4 𝑑𝑥.

Resolução: Fatorando o polinômio do denominador:


𝑥² − 4𝑥 + 4 = (𝑥 − 2)2 .
Como o grau do numerador é menor que o do denominador, pelo item (b) do
teorema, existem constantes 𝐴 e 𝐵 tais que;
𝑥 𝐴 𝐵
= + .
𝑥² − 4𝑥 + 4 𝑥 − 2 (𝑥 − 2)2
Já sabemos que 𝐴 e 𝐵 existem; o problema é calculá-los. Para todo 𝑥, devemos
ter;
𝑥 = 𝐴(𝑥 − 2) + 𝐵.
Fazendo 𝑥 = 2
2 = 𝐴 (2 − 2) + 𝐵 → 𝐵 = 2.
Fazendo 𝑥 = 0
0 = 𝐴 (0 − 2) + 2 → 𝐴 = 1.
Assim,
𝑥 1 2
= + .
𝑥² − 4𝑥 + 4 𝑥 − 2 (𝑥 − 2)2
Assim,
𝑥 1 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥² − 4𝑥 + 4 𝑥 − 2 (𝑥 − 2)2
P á g i n a | 133

Calculando separadamente as integrais:


1
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑥 − 2|
𝑥−2
2 2
∫ 2
𝑑𝑥 = −
(𝑥 − 2) 𝑥−2
ou seja,
𝒙 𝟐
∫ 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧|𝒙 − 𝟐| − +𝒌
𝒙² − 𝟒𝒙 + 𝟒 (𝒙 − 𝟐)

8.2 Primitivas de funções racionais com denominadores do tipo

(𝒙 − 𝜶)(𝒙 − 𝜷)(𝒙 − 𝜸)
Teorema: Sejam 𝛼, 𝛽, 𝛾, 𝑚, 𝑛 e 𝑝 reais dados, com 𝛼 ≠ 𝛽 ≠ 𝛾. Então existem
constantes 𝐴, 𝐵 e 𝐶 tais que
𝑚 𝑥 2 + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵 𝐶
𝒂) = + + .
(𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽) 𝑥− 𝛼 𝑥− 𝛽 𝑥− 𝛾

𝑚 𝑥 2 + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵 𝐶
𝒃) = + + .
(𝑥 − 𝛼)(𝑥 − 𝛽)² 𝑥 − 𝛼 𝑥 − 𝛽 (𝑥 − 𝛽)²
Obs. O grau do numerador é estritamente menor que o grau do denominador.
𝑥−3
Ex. 22: Calcule ∫ 𝑑𝑥.
𝑥 3 −𝑥

Resolução: Fatorando o polinômio do denominador podemos facilmente


encontrar as raízes -1, 0 e 1. Então,
𝑥 3 − 𝑥 = 𝑥 ∙ (𝑥 2 − 1) = 𝑥(𝑥 − 1)(𝑥 + 1).

𝑥−3 𝐴 𝐵 𝐶
3
= + + .
𝑥 − 𝑥 𝑥+1 𝑥 𝑥−1
Podemos então perceber que:
𝑥 − 3 = 𝐴(𝑥)(𝑥 − 1) + 𝐵(𝑥 + 1)(𝑥 − 1) + 𝐶(𝑥)(𝑥 + 1).
𝑥 = −1 ∴obtemos:−1 − 3 = 𝐴(−1)(−1 − 1) + 𝐵(−1 + 1)(1 − 1) + 𝐶(−1)(−1 + 1)
1
−4 = 2𝐴 → 𝐴=−
2
𝑥 = 0 ∴ obtemos: 0 − 3 = 𝐴(0)(0 − 1) + 𝐵(0 + 1)(0 − 1) + 𝐶(0)(0 + 1)
−3 = −𝐵 → 𝐵=3
𝑥 = 1 ∴ obtemos: 1 − 3 = 𝐴(1)(1 − 1) + 𝐵(1 + 1)(1 − 1) + 1(1)(1 + 1)
−2 = 2𝐶 → 𝐶 = −1
P á g i n a | 134

Assim,

𝑥−3 1⁄
= − 2 + 3− 1 .
3
𝑥 − 𝑥 𝑥+1 𝑥 𝑥−1
𝑥−3 1 1 1 1
∫ 3 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑥 + 3 ∫ 𝑑𝑥 − 1 ∫ 𝑑𝑥
𝑥 − 𝑥 2 𝑥+1 𝑥 𝑥−1
ou seja,
𝒙−𝟑 𝟏
∫ 𝟑
𝒅𝒙 = − 𝐥𝐧|𝒙 + 𝟏| + 𝟑 𝐥𝐧|𝒙| − 𝒍𝒏|𝒙 − 𝟏| + 𝒌.
𝒙 − 𝒙 𝟐

8.3 Primitivas de funções racionais cujos denominadores apresentam fatores


irredutíveis do 2º grau

Teorema: Sejam 𝑚, 𝑛, 𝑝, 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝛼 números reais dados tais que ∆= 𝑏² − 4𝑎𝑐 < 0.


Então existem constantes 𝐴, 𝐵 e 𝐷 tais que
𝑚𝑥² + 𝑛𝑥 + 𝑝 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
2
= + 2
(𝑥 − 𝛼)(𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐) 𝑥 − 𝛼 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐
8𝑥²+𝑥
Ex. 23: Calcule ∫ 𝑑𝑥.
𝑥 3 −27

Resolução: Primeiro vamos fatorar o denominador. Como ele é irredutível,


vamos escrever como uma combinação de um polinômio do 1º grau com um do 2º
grau.
Sendo 3 uma das raízes de 𝑥 3 − 27, podemos dividir (𝑥 3 − 27 ) ÷ (𝑥 − 3) e obter
o polinômio do 2º grau.

𝑥 3 − 27 = (𝑥 − 3) ∙ (𝑥 2 + 3𝑥 + 9)
Segue;
8𝑥² + 𝑥 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
3
= + 2
𝑥 − 27 𝑥 − 3 𝑥 + 3𝑥 + 9
Daí segue que;
8𝑥² + 𝑥 = 𝐴 ∙ (𝑥 2 + 3𝑥 + 9) + (𝐵𝑥 + 𝐶) ∙ (𝑥 − 3)
𝑥 = 0 ∴ 8 ∙ 0² + 0 = 𝐴 ∙ (02 + 3 ∙ 0 + 9) + (𝐵 ∙ 0 + 𝐶) ∙ (0 − 3)
0 = 9𝐴 − 3𝐶 → 𝐶 = 3𝐴 (𝑖)
𝑥 = 1 ∴ 8 ∙ 1² + 1 = 𝐴 ∙ (12 + 3 ∙ 1 + 9) + (𝐵 ∙ 1 + 𝐶) ∙ (1 − 3)
P á g i n a | 135

9 = 13𝐴 − 2𝐵 − 2𝐶 → 9 = 13𝐴 − 2𝐵 − 6𝐴 → 7𝐴 − 2𝐵 = 9 (𝑖𝑖)


𝑥 = 2 ∴ 8 ∙ 2² + 2 = 𝐴 ∙ (22 + 3 ∙ 2 + 9) + (𝐵 ∙ 2 + 𝐶) ∙ (2 − 3)
34 = 19𝐴 − 2𝐵 − 𝐶 → 19𝐴 − 2𝐵 − 3𝐴 = 34 → 16𝐴 − 2𝐵 = 34 → 2𝐵 = 16𝐴 − 34 (𝑖𝑖𝑖)
Substituindo (III) em (II):
25
7𝐴 − (16𝐴 − 34) = 9 → 7𝐴 − 16𝐴 + 34 = 9 → −9𝐴 = −25 → 𝐴 =
9
Substituindo A em (I):
25 25
𝐶 = 3( ) → 𝐶=
9 3
Substituindo A em (III):
25 400 94
2𝐵 = 16 ( ) − 34 = − 34 → 𝐵 =
9 9 9
25⁄ 94 25
8𝑥² + 𝑥
= 9 + ( ⁄9)𝑥 + ⁄3
𝑥 3 − 27 𝑥 − 3 𝑥 2 + 3𝑥 + 9
8𝑥² + 𝑥 + 1 25⁄ (94⁄9)𝑥 + 25⁄3
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 9 𝑑𝑥 + ∫ 2 𝑑𝑥
𝑥3 − 8 𝑥−3 𝑥 + 3𝑥 + 9
8𝑥² + 𝑥 + 1 25 1 94𝑥 + 75
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑥 − 3| + ∫ 2 𝑑𝑥
𝑥3 −8 9 9 𝑥 + 3𝑥 + 9
94𝑥+75
Resolvendo agora ∫ 𝑥 2 + 3𝑥+9 𝑑𝑥:

Como o denominador é irredutível, podemos escrevê-lo como


2
𝑥 2 + 3𝑥 + 9 = (𝑥 + 3⁄2) + 27⁄4
94𝑥 + 75 94𝑥 + 75
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑥
+ 3𝑥 + 9𝑥2 (𝑥 + 3⁄2) + 27⁄4

Fazemos 𝑥 + 3⁄2 = 𝑢, 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 e 𝑥 = 𝑢 − 3⁄2,

94𝑥 + 75 94(𝑢 − 3⁄2) + 75 94𝑢 − 66


∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ∫ 𝑑𝑢
𝑥 + 3𝑥 + 9 𝑢2 + 27⁄4 𝑢2 + 27⁄4
94𝑥 + 75 𝑢 1
∫ 2 𝑑𝑥 = 94 ∫ 𝑑𝑢 − 66 ∫ 𝑑𝑢
𝑥 + 3𝑥 + 9 𝑢2 + 27⁄4 𝑢2 + 27⁄4
𝑢
Resolvendo ∫ 𝑑𝑢
𝑢2 +27⁄4

1
Fazemos 𝑣 = 𝑢2 + 27⁄4 , então 𝑑𝑣 = 2𝑢𝑑𝑢 → 𝑢𝑑𝑢 = 2 𝑑𝑣,
𝑢 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑢 = ∫ 𝑑𝑣 = ln|𝑣| + 𝑘 = ln|𝑢2 + 27⁄4| + 𝑘
𝑢2 27
+ ⁄4 2 𝑣 2 2

𝑢 1 3 2 27 𝟏
∫ 𝑑𝑢 = ln |(𝑥 + ) + | + 𝑘 = 𝐥𝐧|𝒙𝟐 + 𝟑𝒙 + 𝟗| + 𝑘
2 27
𝑢 + ⁄4 2 2 4 𝟐
1
Resolvendo ∫ 𝑑𝑢
𝑢2 +27⁄4
P á g i n a | 136

1 1 𝑢 𝟏 𝒙 + 𝟑⁄𝟐
∫ 𝑑𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 +𝑘 = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 +𝑘
𝑢2 + 27⁄4 27 27 𝟐𝟕 𝟐𝟕
√ ⁄4 √ ⁄4 √ ⁄𝟒 √ ⁄𝟒
( ) ( )
ou seja,

94𝑥 + 75 𝟏 𝟏 𝒙 + 𝟑⁄𝟐
∫ 2 𝑑𝑥 = 94 ( 𝐥𝐧|𝒙𝟐 + 𝟑𝒙 + 𝟗|) − 66 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 +𝑘
𝑥 + 3𝑥 + 9 𝟐
√𝟐𝟕⁄𝟒 √𝟐𝟕⁄𝟒
( )
( )
Assim,

𝟔𝟏𝒙 + 𝟔𝟒 𝟔𝟔 𝒙 + 𝟑⁄𝟐
𝟐
∫ 𝒅𝒙 = 𝟒𝟕 𝐥𝐧|𝒙 + 𝟑𝒙 + 𝟗| − 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 +𝒌
𝒙𝟐 + 𝟐𝒙 + 𝟒
√𝟐𝟕⁄𝟒 √𝟐𝟕⁄𝟒
( )
Aula 6 – Técnicas de Primitivação (Parte 4)
Integrais de produtos de seno e cosseno
Considerando as relações trigonométricas como as fórmulas de seno e/ou
cosseno da soma e diferença de arcos, temos que:
1
 𝑠𝑒𝑛 𝑎 cos 𝑏 = 2
[𝑠𝑒𝑛 (𝑎 + 𝑏) + 𝑠𝑒𝑛 (𝑎 − 𝑏)]
1
 cos 𝑎 cos 𝑏 = 2
[cos (𝑎 + 𝑏) + cos (𝑎 − 𝑏)]
1
 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = [cos (𝑎 − 𝑏) − cos (𝑎 + 𝑏)]
2

Ex. 24: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 𝑑𝑥.


Resolução: Consideremos assim, pelas fórmulas acima, que para 𝑎 = 3𝑥 e 𝑏 =
2𝑥, então:
1 1
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 = [𝑠𝑒𝑛 (3𝑥 + 2𝑥) + 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥 − 2𝑥)] = (𝑠𝑒𝑛 5𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥).
2 2
Daí;
1 𝟏 𝟏
∫ 𝑠𝑒𝑛 3𝑥 cos 2𝑥 𝑑𝑥 = ∫(𝑠𝑒𝑛 5𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥)𝑑𝑥 = − 𝐜𝐨𝐬 𝟓𝒙 − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌.
2 𝟏𝟎 𝟐

Ex. 25: Calcule ∫ sen(−𝑥) sen(3𝑥) 𝑑𝑥.


Resolução: Consideremos assim, pelas fórmulas acima, para 𝑎 = −𝑥 e 𝑏 = 3𝑥,
que:
1
𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) = [cos (−𝑥 − 3𝑥) − cos (−𝑥 + 3𝑥)]
2
1
𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) = [cos (−4𝑥) − cos (2𝑥)]
2
1
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ [cos (−4𝑥) − cos (2𝑥)𝑥 ]𝑑𝑥
2
P á g i n a | 137

1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ cos (−4𝑥) 𝑑𝑥 − ∫ cos (2𝑥) 𝑑𝑥
2 2
1 𝑠𝑒𝑛 (−4𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = [ − ]
2 −4 2
𝒔𝒆𝒏 (−𝟒𝒙) 𝒔𝒆𝒏 (𝟐𝒙)
∫ 𝑠𝑒𝑛 (−𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) 𝑑𝑥 = − − +𝒌
𝟖 𝟒
5.Integrais de potências de seno e cosseno.
Fórmulas de Recorrência
Sabemos que;
1
𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝑏 = [cos (𝑎 − 𝑏) − cos (𝑎 + 𝑏)]
2
Sendo 𝑎 = 𝑏 = 𝑥:
1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = [cos (𝑥 − 𝑥) − cos (𝑥 + 𝑥)]
2
1
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = (cos 0 − cos 2𝑥)
2
𝟏 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 = −
𝟐 𝟐
Também sabemos que;
1
cos 𝑎 cos 𝑏 = [cos (𝑎 + 𝑏) + cos (𝑎 − 𝑏)]
2
Sendo 𝑎 = 𝑏 = 𝑥:
1
𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = [cos (𝑥 + 𝑥) + cos (𝑥 − 𝑥)]
2
1
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = (cos 2𝑥 + cos 0)
2
𝟏 𝒄𝒐𝒔 𝟐𝒙
𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 = + (𝑖𝑥)
𝟐 𝟐
Teorema: Seja 𝑛 um número natural, com 𝑛 ≥ 2:
1 𝑛−1
∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛𝑛−1 (𝑥) ∙ cos(𝑥) + ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑛−2 (𝑥) 𝑑𝑥.
𝑛 𝑛
1 𝑛−1
∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑛−1 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑛−2 (𝑥) 𝑑𝑥.
𝑛 𝑛
Ex. 26: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥.
Resolução: n=3
1 3−1
∫ 𝑠𝑒𝑛3 (𝑥) 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛3−1 (𝑥) ∙ cos(𝑥) + ∫ 𝑠𝑒𝑛3−2 (𝑥) 𝑑𝑥.
3 3
1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛3 (𝑥) 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) ∙ cos(𝑥) + ∫ 𝑠𝑒𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥.
3 3
1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) ∙ cos(𝑥) − cos(𝑥) + 𝑘
3 3
P á g i n a | 138

1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = − [1 − 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥)] ∙ cos(𝑥) − cos(𝑥) + 𝑘
3 3
1 1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) − cos(𝑥) − cos(𝑥) + 𝑘
3 3 3
𝟏
∫ 𝒔𝒆𝒏𝟑 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒄𝒐𝒔𝟑 𝒙 − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌
𝟑
Ex. 27: Calcule ∫ 𝑐𝑜𝑠 4 𝑥 𝑑𝑥..
Resolução: n = 4.
1 4−1
∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 4−1 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + ∫ 𝑐𝑜𝑠 4−2 (𝑥) 𝑑𝑥.
4 4
1 3
∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) 𝑑𝑥.
4 4
1 3 1 cos 2𝑥
∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + ∫ ( + ) 𝑑𝑥.
4 4 2 2
1 3 𝑥 𝑠𝑒𝑛 2𝑥
∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + ( + )+𝑘
4 4 2 4
1 3 3
∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) ∙ sen(𝑥) + 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) + 𝑥 + 𝑘
4 4 8

8.4 Integrais de potências de tangente e secante. Fórmulas de recorrência

Teoremas:
1) ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥 + 𝑇𝑔 𝑥| + 𝑘
2) ∫ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥 + 𝑘
3) ∫ 𝑇𝑔2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫(𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = 𝑇𝑔 𝑥 − 𝑥 + 𝑘
𝑇𝑔𝑛+1 𝑥
4) ∫ 𝑇𝑔𝑛 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 𝑑𝑥 = + 𝑘 (𝑛 ≠ −1)
𝑛+1
𝑠𝑒𝑐 𝑛+1 𝑥
5) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛 𝑥 ∙ sec 𝑥 ∙ 𝑇𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛+1
+ 𝑘 (𝑛 ≠ −1)

Para o cálculo de integrais de potências de tangente e de secante, com


expoente natural 𝑛, 𝑛 ≥ 2, utilizam-se as seguintes fórmulas de recorrência:
𝑡𝑔𝑛−1 𝑥
1) ∫ 𝑡𝑔𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛−1
− ∫ 𝑡𝑔𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑐 𝑛−2 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 𝑛−2
2) ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛−1
+ 𝑛−1
∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑛−2 𝑥 𝑑𝑥.

Ex. 28: Calcule ∫ 𝑇𝑔4 𝑥 𝑑𝑥.


Resolução:
𝑇𝑔4−1 𝑥 𝑇𝑔3 𝑥
∫ 𝑇𝑔4 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑇𝑔4−2 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑇𝑔2 𝑥 𝑑𝑥
4−1 3

∫ 𝑇𝑔2 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑇𝑔 𝑥 − 𝑥) + 𝑘
P á g i n a | 139

𝟒
𝑻𝒈𝟑 𝒙
∫ 𝑻𝒈 𝒙 𝒅𝒙 = − (𝑻𝒈 𝒙 − 𝒙) + 𝒌
𝟑
Ex. 29: Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑐 5 𝑥 𝑑𝑥.
Resolução:
𝑠𝑒𝑐 5−2 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 5 − 2 𝑠𝑒𝑐 3 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 3
∫ 𝑠𝑒𝑐 5 𝑥 𝑑𝑥 = + ∫ 𝑠𝑒𝑐 5−2 𝑥 𝑑𝑥 = + ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑥 𝑑𝑥.
5−1 5−1 4 4
𝑠𝑒𝑐 3−2 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 3 − 2 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑥 𝑑𝑥 = + ∫ 𝑠𝑒𝑐 3−2 𝑥 𝑑𝑥 = + ∫ sec 𝑥 𝑑𝑥
3−1 3−1 2 2

∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛|sec 𝑥 + 𝑇𝑔 𝑥| + 𝑘

𝑠𝑒𝑐 3 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 3 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 5 𝑥 𝑑𝑥 = + ( + ln|sec 𝑥 + 𝑇𝑔 𝑥|) + 𝑘
4 4 2 2
𝟏 𝟑 𝟑
∫ 𝒔𝒆𝒄𝟓 𝒙 𝒅𝒙 = 𝒔𝒆𝒄𝟑 𝒙 𝒕𝒈 𝒙 + 𝒔𝒆𝒄 𝒙 𝒕𝒈 𝒙 + 𝒍𝒏|𝐬𝐞𝐜 𝒙 + 𝑻𝒈 𝒙| +𝒌
𝟒 𝟖 𝟖
Aula 7 – Integral Definida (Riemann e TFC)
Integral de Riemann
𝒃 𝒏

∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝐥𝐢𝐦 ∑ 𝒇(𝒄𝒊 )∆𝒙𝒊 .


𝒂 𝒎á𝒙 ∆𝒙𝒊 →𝟎
𝒊=𝟏
𝑏
Se ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 existe, então diremos que 𝑓 é integrável (segundo Riemann) em

[𝑎, 𝑏].
𝒃
É comum referirmo-nos a ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 como integral definida de 𝒇(𝒙) 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒃].

Observação: Podemos, ainda, por definição, afirmar que:


𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0, se 𝑎 = 𝑏 e
𝑎
𝑏 𝑎
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 , se 𝑎 < 𝑏.
𝑎 𝑏

8.5 Teorema fundamental do cálculo

1º Teorema Fundamental do Cálculo: se 𝑓 for integrável em [𝑎, 𝑏] e se 𝐹 for uma


primitiva de 𝑓 em [𝑎, 𝑏], então;
𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎

A diferença 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) será indicada por [𝐹(𝑥)]𝑏𝑎 , assim;


𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = [𝐹(𝑥)]𝑏𝑎 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
𝑎
2
Ex. 30: Calcule ∫0 6𝑥 2 𝑑𝑥.
P á g i n a | 140

Resolução: uma primita de 𝑓(𝑥) = 6𝑥² é 𝐹(𝑥) = 2 𝑥 3 , assim, pelo Teorema


Fundamental do Cálculo.
𝟐
∫ 𝟔𝒙² 𝒅𝒙 = [2 𝑥³]20 = 2 ∙ (23 − 03 ) = 𝟏𝟔
𝟎
5
Ex. 31: Calcule ∫1 (3𝑥 2 + 2𝑥 − 3)𝑑𝑥.

Resolução:
5
∫ (3𝑥 2 + 2𝑥 − 3)𝑑𝑥 = [𝑥 3 + 𝑥 2 − 3𝑥]15 = (53 + 52 − 3 ∙ 5) − (13 + 12 − 3 ∙ 1)
1
5
∫ (3𝑥 2 + 2𝑥 − 3)𝑑𝑥 = (125 + 25 − 15) − (1 + 1 − 3) = 𝟏𝟑𝟔
1

Propriedades da integral
Sejam 𝑓(𝑥), 𝑔(𝑥) integráveis em [𝑎, 𝑏] e 𝑘 uma constante. Então;
𝑏 𝑏 𝑏

∫[𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥


𝑎 𝑎 𝑎
𝑏
𝑏
∫ 𝑘𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑘 ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.
𝑎
𝑎
𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≥ 0.
𝑎
𝑏 𝑐 𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥.
𝑎 𝑎 𝑐
3
Ex. 32: Calcule ∫−1(4𝑥)𝑑𝑥.

Resolução:
3 0 3
∫ (4𝑥)𝑑𝑥 = ∫ (4𝑥)𝑑𝑥 + ∫ (4𝑥)𝑑𝑥 = [2𝑥 2 ]0−1 + [2𝑥 2 ]30 = 2 ∙ [02 − (−1)2 ] + 2 ∙ [32 − 02 ]
−1 −1 0
3
∫ (4𝑥)𝑑𝑥 = −2 + 18 = 𝟏𝟔
−1
5 𝑏 𝑎
Ex. 33: Calcule ∫10(2𝑥 − 4)𝑑𝑥 e mostre que ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫𝑏 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 , se 𝑎 > 𝑏.

Resolução:
5
5
∫ (2𝑥 − 4)𝑑𝑥 = [𝑥 2 − 4𝑥]10 = (52 − 4 ∙ 5) − (102 − 4 ∙ 10) = −𝟓𝟓
10
10
∫ (2𝑥 − 4)𝑑𝑥 = [𝑥 2 − 4𝑥]10 2 2
5 = (10 − 4 ∙ 10) − (5 − 4 ∙ 5) = 𝟓𝟓
5
5 10
∫ (2𝑥 − 4)𝑑𝑥 = − ∫ (2𝑥 − 4)𝑑𝑥
10 5

Aula 8 – Integral Definida (Áreas)


P á g i n a | 141

Pela Integral de Riemann podemos definir a á𝑟𝑒𝑎 𝐴 de uma região abaixo de


uma curva por;
𝒃
𝑨 = ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙, com 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏].
1
Ex. 34: Calcule a área do conjunto do plano limitado pelas retas 𝑥 = 4 , 𝑥 = 4,

𝑦 = 0 e pelo gráfico 𝑓(𝑥) = 3𝑥 2 − 2.


Resolução:
4
1 3 1 1 1
𝐴= ∫ (3𝑥 2 − 2)𝑑𝑥 = [𝑥 3 − 2𝑥]41 = (43 − 2 ∙ 4) − [( ) − 2 ∙ ] = 64 − 8 − +
1
4 4 4 64 2
4
64 ∙ 64 − 64 ∙ 8 − 1 + 32 ∙ 1 3615
𝐴= = = 𝟓𝟔, 𝟒𝟖 𝒖. 𝒂.
64 64
Ex. 35: Calcule a área do conjunto A, região hachurada da figura abaixo.

Figura 26: Região hachurada – Ex. 35.

𝑏
Resolução: como 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏], 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que;
5
𝐴 = ∫ 2𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = [2𝑒 𝑥 ]50 = 2 ∙ 𝑒 2 − 2 ∙ 𝑒 0 = 𝟐𝒆𝟐 − 𝟐 ≅ 𝟏𝟐, 𝟕𝟖 𝒖. 𝒂.
0

 𝑓(𝑥) ≤ 0 em [𝑎, 𝑏].


𝒃
𝑨 = − ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙.
𝒂

Ex. 36: Calcule a área do conjunto do plano limitado pelas retas 𝑥 = 1, 𝑥 = 3,


𝑦 = 0 e pelo gráfico 𝑓(𝑥) = −3𝑥².
𝑏
Resolução: Como 𝑓(𝑥) ≤ 0 em [𝑎, 𝑏] á𝑟𝑒𝑎 𝐴 = − ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, temos que;
3
𝐴 = − ∫ −3𝑥 2 𝑑𝑥 = [𝑥 3 ]13 = [33 − 13 ] = 𝟐𝟔 𝒖. 𝒂.
1

 𝑓(𝑥) ∈ ℝ em [𝑎, 𝑏], passando por c e d, de tal forma que a função é positiva
(f(𝑥) ≥ 0) nos intervalos [𝑎, 𝑐] e [𝑑, 𝑏] e é negativa (𝑓(𝑥) ≥ 0)no intervalo [𝑐, 𝑑].
P á g i n a | 142

𝒄 𝒅 𝒃 𝒃
𝑨 = ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 − ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 + ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = ∫ |𝒇(𝒙)|𝒅𝒙
𝒂 𝒄 𝒅 𝒂

Obs.: é igual à soma das áreas dos conjuntos acima do eixo 𝑥 subtraída
da soma das áreas dos conjuntos abaixo do eixo 𝑥.

Ex. 37: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = −3, 𝑥 = 5 e


pelo gráfico 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 + 𝑥 − 2.
Resolução: Como as raízes de 𝑓(𝑥) são -2 e 1 e a concavidade da parábola é
para cima, podemos afirmar que a função é positiva nos intervalos de [−3, −2] e [1, 5]
e negativa no intervalo [−2, 1], temos que;
𝑐 𝑑 𝑏 𝑏
𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ |𝑓(𝑥)|𝑑𝑥
𝑎 𝑐 𝑑 𝑎
−2 1 5
𝐴 = ∫ (𝑥 2 + 𝑥 − 2)𝑑𝑥 − ∫ (𝑥 2 + 𝑥 − 2)𝑑𝑥 + ∫ (𝑥 2 + 𝑥 − 2)𝑑𝑥
−3 −2 1
−2 1 5
𝑥3 𝑥2 𝑥3 𝑥2 𝑥3 𝑥2
𝐴 = [ + − 2𝑥] − [ + − 2𝑥] + [ + − 2𝑥]
3 2 −3
3 2 −2
3 2 1

(−2)3 (−2)2 (−3)3 (−3)2 (1)3 (1)2 (−2)3 (−2)2


𝐴 = {[ + − 2(−2)] − [ + − 2(−3)]} − {[ + − 2(1)] − [ + − 2(−2)]}
3 2 3 2 3 2 3 2
(5)3 (5)2 (1)3 (1)2
+ {[ + − 2(5)] − [ + − 2(1)]}
3 2 3 2
8 1 1 8 125 1 1
𝐴 = {[− + 2 + 4] − [−9 + 4,5 + 6]} − {[ + − 2] − [− + 2 + 4]} + {[ − 12,5 − 10] − [ + − 2]}
3 3 2 3 3 3 2
𝐴 = 𝟐𝟎 𝒖. 𝒂.
Ex. 38: Calcule a área do conjunto A delimitado pelas retas 𝑥 = −2, 𝑥 = 4 e por
𝑓(𝑥) = −𝑥 2 + 5𝑥 − 6.
Resolução: Como as raízes de 𝑓(𝑥) são 2 e 3, e a concavidade da parábola é
para baixo, podemos afirmar que a função é positiva no intervalo de [2 , 3] e negativa
nos intervalos [−2 , 2] e [3 , 4], temos que;
2 3 4
𝐴 = − ∫ (−𝑥 2 + 5𝑥 − 6)𝑑𝑥 + ∫ (−𝑥 2 + 5𝑥 − 6)𝑑𝑥 − ∫ (−𝑥 2 + 5𝑥 − 6)𝑑𝑥
−2 2 3

3 2 2 3 2 3 4
𝑥 5𝑥 𝑥 5𝑥 𝑥 3 5𝑥 2
𝐴 = − [− + − 6𝑥] + [− + − 6𝑥] − [− + − 6𝑥]
3 2 −2
3 2 2
3 2 3

(2)3 5(2)2 (−2)3 5(−2)2


𝐴 = − {[− + − 6(2)] − [− + − 6(−2)]}
3 2 3 2
(3)3 5(3)2 (2)3 5(2)2
+ {[− + − 6(3)] − [− + − 6(2)]}
3 2 3 2
(4)3 5(4)2 (3)3 5(3)2
− {[− + − 6(4)] − [− + − 6(3)]}
3 2 3 2
P á g i n a | 143

8 8 8
𝐴 = − {[− + 10 − 12] − [ + 10 + 12]} + {[−9 + 22,5 − 18] − [− + 10 − 12]}
3 3 3
64
− {[− + 40 − 24] − [−9 + 22,5 − 18]}
3
−8 − 6 8 + 66 −8 − 6 −64 + 48
𝐴 = − {[ ]−[ ]} + {−4,5 − } − {[ ] − [−4,5]}
3 3 3 3
88 1 5 182
𝐴= + + = = 𝟑𝟎, 𝟑𝟑 𝒖. 𝒂.
3 6 6 6
 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥) ∈ ℝ em [𝑎, 𝑏], então;
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎

onde A é o conjunto limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏 e pelos gráficos de 𝑦 =


𝑓(𝑥) e 𝑦 = 𝑔(𝑥), com 𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥) em [𝑎, 𝑏].
Ex. 39: Calcule a área da região hachurada da Fig. 27.

Figura 27: Região hachurada - Ex. 39.


P á g i n a | 144

𝑏
Resolução: para 𝑓(𝑥) ≥ 0 → 𝐴 = ∫𝑎 [𝑦1 − 𝑦2 ]𝑑𝑥
5
𝐴 = ∫ (2𝑒 𝑥 − 2)𝑑𝑥 = [2𝑒 𝑥 − 2𝑥]50 = (2𝑒 5 − 2 ∙ 5) − (2𝑒 0 − 2 ∙ 0) = 2𝑒 5 − 10 − 2 = 𝟐𝒆𝟓 − 𝟏𝟐 = 𝟐𝟖𝟒, 𝟖𝟑 𝒖. 𝒂.
0

Aula 9 - Volume de sólidos (rotação de área A em torno dos eixos x e y)


Volume de sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝒙, de um conjunto 𝑨.
Seja 𝑓 contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏]; seja 𝐵 o conjunto obtido pela
rotação, em torno do eixo 𝑥, do conjunto 𝐴 do plano limitado pelas retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 =
𝑏, pelo eixo 𝑥 e pelo gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥).
Definimos o volume do sólido B, gerado pela rotação, em torno do eixo x, do
conjunto A, pode ser definido como:
𝑏
𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑦² 𝑑𝑥, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑦 = 𝑓(𝑥).
𝑎

Ex. 40: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥, 1 ≤ 𝑥 ≤ 5.
Resolução:
5 5 2 5
𝑥3 53 13
𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑦 2 𝑑𝑥 = 𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [ ] = 𝜋 ∙ ( − ) = 𝟒𝟏, 𝟑𝟑 𝒖. 𝒂.
1 1 3 1 3 3

Ex. 41: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do
1
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que ≤ 𝑦 ≤ 𝑥, 1 ≤ 𝑥 ≤ 5.
𝑥

Resolução: o gráfico abaixo (Fig. 28), representa o conjunto A dos pares (x, y).

Figura 28: Área hachurada – Ex. 41.


P á g i n a | 145

O volume 𝑉 pedido é igual a 𝑉2 − 𝑉1 onde 𝑉2 e 𝑉1 são, respectivamente, os


volumes obtidos pela rotação, em torno do eixo 𝑥, dos conjuntos 𝐴2 e 𝐴1 hachurados
(Fig. 29).

Figura 29: Áreas hachuradas A2 (a) e A1 (b) – Ex. 41.

Aplicando então a fórmula definida para volume em torno do eixo x: 𝑉 =


𝑏
𝜋 ∫𝑎 [𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥.

Volume da área A2:


5 5
2
𝑥3 53 13 125 1 124𝜋
𝑉2= 𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [ ] = 𝜋 ∙ ( − ) = 𝜋 ∙ ( − )=
1 3 1 3 3 3 3 3

Volume da área A1:


5
1 2 15 1 1 1 4𝜋
𝑉1= 𝜋 ∫ ( ) 𝑑𝑥 = 𝜋 ∙ [− ] = 𝜋 ∙ [(− ) − (− )] = 𝜋 ∙ (− + 1) =
1 𝑥 𝑥1 5 1 5 5
Deste modo, o volume 𝑉 pedido é;
124𝜋 4𝜋 (620 − 12)𝜋 608 𝜋
𝑉 = 𝑉2 − 𝑉1 = − = = = 𝟒𝟎, 𝟓𝟑 𝒖. 𝒗.
3 5 15 15
Ex. 42: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑥, do
1 1
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 1 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 2 e 3
≤ 𝑥 ≤ 3.
P á g i n a | 146

Resolução: o gráfico abaixo (Fig. 5), representa o conjunto A dos pares (x,y)

Figura 30: Área hachurada – Ex. 42.

1 1 1
1 2 1
𝑉1 = 𝜋 ∫ [𝑦1 ]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [𝑦2 ]2 𝑑𝑥 = 𝜋 ∫ [ ] 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [1]2 𝑑𝑥
1 1 1 𝑥2 1
3 3 3 3

1
1 1
1 1 1 1 1
𝑉1 = 𝜋 ∫ 4
𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ 1 𝑑𝑥 = 𝜋 [− 3
]1 − 𝜋[𝑥]11 = 𝜋 ∙ [(− ) − (− 3 )] − 𝜋 ∙ [1 − ]
1 𝑥 1 3𝑥 3 3 ∙ 13 1 3
3 3 3 3∙( )
3
1 2 −1 + 27 − 2
𝑉1 = 𝜋 ∙ (− + 9 − ) = 𝜋 ∙ ( ) = 𝟖𝝅 𝒖. 𝒗
3 3 3
3
2
3
2
3 3
1 2
𝑉2 = 𝜋 ∫ [𝑦2 ] 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [𝑦1 ] 𝑑𝑥 = 𝜋 ∫ [1]2 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ [ 2 ] 𝑑𝑥
1 1 1 1 𝑥
3 3 3
1 1
𝑉2 = 𝜋 ∫ 1 𝑑𝑥 − 𝜋 ∫ 𝑑𝑥 = 𝜋[𝑥]31 − 𝜋 [− ]
1 1 𝑥4 3𝑥3 1

1 1
𝑉2 = 𝜋 ∙ [3 − 1] − 𝜋 ∙ [(− 3)
− (− )]
3∙3 3 ∙ 13
1 1 162 + 1 − 27 𝟏𝟑𝟔𝝅
𝑉2 = 𝜋 ∙ (2 + − )=𝜋∙( )= = 𝟏, 𝟔𝟖𝝅 𝒖. 𝒗
81 3 81 𝟖𝟏
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 = 8𝜋 + 1,68𝜋 = 𝟗, 𝟕𝝅 𝒖. 𝒗

8.6 Volume de sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝒚, de um conjunto 𝑨

Suponha 𝑓(𝑥) ≥ 0 e contínua em [𝑎, 𝑏], com 𝑎 > 0. Seja 𝐴 o conjunto do plano
de todos os pares (𝑥. 𝑦) tais que 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑓(𝑥). Seja 𝐶 o conjunto obtido pela
rotação, em torno do eixo 𝑦, do conjunto 𝐴. O volume de 𝐵 é o número
𝒃
𝑉 = 𝟐𝝅 ∫ 𝒙𝒚 𝒅𝒙 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑦 = 𝑓(𝑥)
𝒂
P á g i n a | 147

Ex. 43: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 0 ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥, 0 ≤ 𝑥 ≤ 3. Resolução: Vamos
representar a região A, dos pares (x, y), no gráfico da Fig. 31.

Figura 31: Área hachurada – Ex. 43.

3
𝑏 3 3
2
𝑥3 33
V = 2𝜋 ∫ 𝑥 ∙ 𝑦 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑥(4𝑥) 𝑑𝑥 = 8𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 8𝜋 ∙ [ ] = 8𝜋 ∙ ( ) = 𝟕𝟐𝝅 𝒖. 𝒗.
𝑎 0 0 3 0 3

Ex. 44: Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo 𝑦, do
conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) tais que 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 16, 𝑥 ≥ 0. Resolução: vamos
representar a região A1, dos pares (x, y), no gráfico da Fig. 32.

Figura 32: Área A1 hachurada – Ex. 44.

4 4 4
𝑥4
𝑉1 = 2𝜋 ∫ 𝑥(16 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ (16𝑥 − 𝑥 3 ) 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∙ [8𝑥 2 − ]
0 0 4 0
P á g i n a | 148

2
44
𝑉1 = 2𝜋 ∙ (8(4) − ) = 𝟏𝟐𝟖 𝝅 𝒖. 𝒗.
4
𝟐𝟗𝟏𝟓
𝑉= 𝝅 ≅ 95,393 𝑢. 𝑣
𝟗𝟔
Resumo

Nesta aula vimos:

 Se uma função for contínua num intervalo I, existirá uma constante k, tal
que 𝒇(𝒙) = 𝒌, se 𝒇’(𝒙) = 𝟎 para todo x interior a I;
 Se duas funções 𝒇 e 𝒈 forem contínuas num intervalo I e tiverem
derivadas iguais em todo ponto x desse intervalo (𝒇’(𝒙) = 𝒈’(𝒙)), existirá
uma constante k tal que 𝒈(𝒙) = 𝒇(𝒙) + 𝒌;
 A única função cuja derivada é ela própria é a função 𝒆𝒙 ;
 Conhecida uma equação diferencial em função de 𝒚’ e algum valor
inicial de uma função 𝒚 = 𝒇(𝒙), podemos encontrar essa função
estudando a equação diferencial;
 Uma função 𝒇(𝒙) definida num intervalo I, terá como uma primitiva uma
função 𝑭(𝒙) se 𝑭′ (𝒙) = 𝒇(𝒙), para todo x interior a I;
 A família de primitivas de 𝒇(𝒙) em I é denominado Integral Indefinida de
𝒇 e é representado pela notação: ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒙) + 𝒌, com k constante;
𝒙𝜶+𝟏
 A integral ∫ 𝒙𝜶 𝒅𝒙 = 𝜶+𝟏
+ 𝒌, 𝐬𝐞 𝛂 𝛜 ℝ 𝐞 𝛂 ≠ −𝟏;

 A integral ∫ 𝒙−𝟏 𝒅𝒙 = 𝐥𝐧 𝒙 + 𝒌;
𝟏
 A integral ∫ 𝒆∝𝒙 𝒅𝒙 = 𝒆∝𝒙 + 𝒌, 𝛂 𝛜 ℝ ;

𝟏
 A integral ∫ 𝑺𝒆𝒏 (𝒂𝒙)𝒅𝒙 = − 𝒂
𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙) + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎;
𝟏
 A integral ∫ 𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙) 𝒅𝒙 = 𝒂
𝑺𝒆𝒏 (𝒂𝒙) + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎;
𝟏
 A integral ∫ 𝑻𝒈 (𝒂𝒙)𝒅𝒙 = − 𝒂 𝒍𝒏|𝑪𝒐𝒔 (𝒂𝒙)| + 𝒌, 𝐚 𝛜 ℝ 𝐞 𝒂 ≠ 𝟎;

 Da tabela de derivação, fazendo o processo inverso, podemos definir


uma tabela de integração para Primitivas Imediatas;
 As integrais de funções ∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒈(𝒙)) + 𝒌, com k constante
são utilizadas para resolver problemas inversos à derivação pela regra
da cadeia;
 Para utilizar a fórmulação ∫ 𝒇(𝒈(𝒙))𝒈′(𝒙)𝒅𝒙 = 𝑭(𝒈(𝒙)) + 𝒌, de forma
prática, basta identificar e fazer 𝒖 = 𝒈(𝒙) e determinar 𝒅𝒖 = 𝒈’(𝒙)𝒅𝒙;
 A formulação básica para a integração por partes é: ∫ 𝒖𝒅𝒗 = 𝒖𝒗 −
∫ 𝒗𝒅𝒖;
P á g i n a | 150

 Para os casos em que há raiz no integrando, pode-se tentar simplificar


usando a substituição trigonométrica, aplicando algumas das
propriedades trigonométricas: 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 + 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 = 𝟏, 𝒕𝒈𝟐 𝒙 + 𝟏 = 𝒔𝒆𝒄𝟐 𝒙, etc.;
 Para utilizar a formulação da substituição trigonométrica é necessário
mudar de variável encontrando 𝒙 = 𝝋(𝒖), inversível, para depois de
integrado em função de 𝒖, voltar para a variável 𝒙, ou seja, é necessário
existir 𝒖 = 𝜽(𝒙);
 Existem técnicas que podem ser aplicadas para resolver integrais de
funções racionais:
𝑷 (𝒙) 𝒎 𝒙+𝒏 𝑨 𝑩
 ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒙− 𝜷) 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙− 𝜶 𝒅𝒙 + ∫ 𝒙− 𝜷 𝒅𝒙;
𝑷 (𝒙) 𝒎 𝒙+𝒏 𝑨 𝑩
 ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙− 𝜶 𝒅𝒙 + ∫ (𝒙− 𝜶)𝟐 𝒅𝒙;

𝑷 (𝒙) 𝒎𝒙𝟐 +𝒏𝒙+𝒑) 𝑨 𝑩𝒙+𝑪


 ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄) 𝒅𝒙 = ∫ (𝒙− 𝜶)(𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄) 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙− 𝜶 𝒅𝒙 + ∫ 𝒂𝒙𝟐+𝒃𝒙+𝒄 𝒅𝒙;

 Existem técnicas que podem ser aplicadas para resolver integrais com
potências de funções trigonométricas:
𝒏 = 𝟏 → − 𝐜𝐨𝐬 𝒙 + 𝒌
𝟏 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
 ∫ 𝒔𝒆𝒏𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é { 𝒏 = 𝟐 → 𝟐 − 𝟐 + 𝒌
𝟏 𝒏−𝟏
𝒏 > 𝟐 → − 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝐱 + ∫ 𝒔𝒆𝒏𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌
𝒏 𝒏

𝒏 = 𝟏 → 𝐬𝐞𝐧 𝒙 + 𝒌
𝟏 𝐜𝐨𝐬 𝟐𝒙
 ∫ 𝒄𝒐𝒔𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é { 𝒏 = 𝟐 → 𝟐 + 𝟐 + 𝒌
𝟏 𝒏−𝟏
𝒏 > 𝟐 → 𝒏 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟏 𝒙 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝐱 + 𝒏
∫ 𝒄𝒐𝒔𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌

𝒏 = 𝟏 → 𝒍𝒏|𝐬𝐞𝐜 𝒙| + 𝒌
 ∫ 𝒕𝒈𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é {𝒏 = 𝟐 → 𝒕𝒈𝒏−𝟏
𝒙− 𝒙+ 𝒌
𝒕𝒈 𝒙
𝒏 > 𝟐 → 𝒏−𝟏 − ∫ 𝒕𝒈𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙 + 𝒌

𝒏 = 𝟏 → 𝒍𝒏|𝐭𝐠 𝐱 + 𝐬𝐞𝐜 𝒙| + 𝒌
 ∫ 𝒔𝒆𝒄𝒏 𝒙 𝒅𝒙 é { 𝒏 = 𝟐 → 𝒕𝒈𝒏−𝟐
𝒙+𝒌
𝒔𝒆𝒄 𝒙 𝒕𝒈 𝒙 𝒏−𝟐
𝒏>𝟐 → 𝒏−𝟏
+ 𝒏−𝟏 ∫ 𝒔𝒆𝒄𝒏−𝟐 𝒙 𝒅𝒙.

 O Teorema Fundamental do Cálculo diz que se 𝑓 for integrável em [𝑎, 𝑏]


𝑏
e se 𝐹 for uma primitiva de 𝑓 em [𝑎, 𝑏], então: ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎);
𝑏 𝑏 𝑏
 Por definição:∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0, se 𝑎 = 𝑏 e ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 , se 𝑎 <
𝑏003𝐵
 São propriedades da integral definida (Riemann):
P á g i n a | 151

𝑏 𝑏 𝑏
 ∫𝑎 [𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫𝑎 𝑔(𝑥)𝑑𝑥;
𝑏 𝑏
 ∫𝑎 𝑘𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑘 ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥;
𝑏
 ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≥ 0, se 𝑓(𝑥) ≥ 0 em [𝑎, 𝑏];
𝑏 𝑐 𝑏
 ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫𝑐 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, se 𝑐 ∈
]𝑎, 𝑏[ 𝑒 𝑓 é integrável em [𝑎, 𝑐] e em [𝑐, 𝑏];
 Uma importante aplicação da integral definida num intervalo [𝑎, 𝑏] é o
cálculo de uma área abaixo de uma curva (𝑓(𝑥)), ou entre curvas (𝑓(𝑥)
e 𝑔(𝑥));
𝑏
 Para 𝑓(𝑥) ≥ 0, então: 𝐴 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ;
𝑏
 Para 𝑓(𝑥) ≤ 0, então: 𝐴 = − ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥;

 Para 𝑓(𝑥) ≥ 0 nos intervalos [𝑎, 𝑐] e [𝑑, 𝑏], 𝑓(𝑥) ≤ 0 no intervalo [𝑐, 𝑑] então
𝑏 𝑐 𝑑 𝑏
∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 − ∫𝑐 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫𝑑 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, que é igual à soma das
áreas dos conjuntos acima do eixo 𝑥 subtraída da soma das áreas dos
conjuntos abaixo do eixo 𝑥;
 Para determinação de área entre duas funções 𝑓(𝑥) e 𝑔(𝑥)/𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥)
𝑏
aplica-se a fórmula ∫𝑎 [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥 ;

 Podemos aplicar integral definida para determinação volume de


sólidos gerados pela rotação de áreas em torno dos eixos x e y: 𝑽𝒙 =
𝒃 𝒃
𝝅 ∫𝒂 [𝒇(𝒙)]𝟐 𝒅𝒙 e 𝑽𝒚 = 𝟐𝝅 ∫𝒂 𝒙 ∙ 𝒇(𝒙) 𝒅𝒙 , de uma área abaixo da curva 𝒚 =

𝒇(𝒙), no intervalo [𝒂, 𝒃].


Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Aula 9
Integral definida (outras aplicações)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Além de determinação de áreas e volumes de sólidos gerados pela rotação


de áreas conhecidas em torno dos eixos x e y, podemos utilizar a integral definida
para determinação de volumes de sólidos quaisquer, comprimentos de curvas e are
de superfície de evolução, entre outras aplicações.
Nessa aula iremos trabalhar então essas expressões, apresentando exemplos.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar e aplicar formula de integral definida para determinação de


um volume qualquer;
 Identificar e aplicar formula de integral definida para cálculo da área
de uma superfície de revolução;
 Identificar e aplicar formula de integral definida para determinação de
comprimento de gráfico de uma função qualquer.
P á g i n a | 154

9 VOLUME DE UM SÓLIDO QUALQUER

Vimos na aula 9 que o volume do 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çã𝑜 obtido pela rotação, em


torno do eixo 𝑥, do conjunto 𝐴 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑓(𝑥)} e dado ela
𝑏
expressão 𝜋 ∫𝑎 [𝑓(𝑥)]² 𝑑𝑥. Como você pode facilmente observar, chamando de A(x)

a área desse conjunto A (Fig. 33: 𝐴(𝑥) = 𝜋[𝑓(𝑥)]²

Figura 33: Indicação da área A(x).

Podemos dizer que A(x) é a área da interseção do sólido com o plano


perpendicular ao eixo 𝑥 e passando pelo ponto de abscissa 𝑥(conforme Fig. 1 acima).
Assim, o volume mencionado anteriormente (definido na aula 9) pode ser colocado
na forma
𝑏
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = ∫ 𝐴(𝑥)𝑑𝑥
𝑎

Vamos agora analisar de uma outra forma. Suponha que 𝐵 seja um sólido
qualquer, não necessariamente de revolução e seja 𝑥 um eixo escolhido
arbitrariamente. Suponha Também que o sólido esteja compreendido entre dois
planos perpendiculares a 𝑥, que interceptam o eixo 𝑥 em 𝑥 = 𝑎 e em 𝑥 = 𝑏. Seja 𝐴(𝑥)
a área da interseção do sólido com o plano perpendicular a 𝑥 no ponto de abscissa
𝑥. Suponhamos que a função 𝐴(𝑥) seja integrável em [𝑎, 𝑏]. Definimos, então, o volume
do sólido por
𝑏
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 V = ∫ 𝐴(𝑥)𝑑𝑥
𝑎

onde A(𝑥) é a área da interseção do sólido com o plano perpendicular a 𝑥 no


ponto de abscissa 𝑥.
P á g i n a | 155

Ex. 1: Calcule o volume do sólido cuja base é o semicírculo 𝑥² + 𝑦² ≤ 𝑟², 𝑦 ≥ 0,


e cujas secções perpendiculares ao eixo 𝑥 são quadradas. Resolução: Tomando o
semicírculo temos que

𝑦 = √𝑟² − 𝑥²
Pela definição, A(𝑥) é a área da interseção do sólido com o plano
perpendicular a 𝑥 no ponto de abscissa 𝑥, que no exemplo diz que são quadrados.
Para cada valor de x, retorna um valor de y que é o lado do quadrado na interseção
com o semicírculo (Fig. 34)

Figura 34: Exemplo 1.

Por definição, a área de um quadrado é a largura ao quadrado, então temos


que:
2
𝐴(𝑥) = 𝑦 2 = (√𝑟² − 𝑥²) = 𝑟² − 𝑥².

Então temos que o volume será dado pela integral


𝑟 𝑟
𝑥3 (𝑟)3 (−𝑟)3
V= ∫ (𝑟 2 −𝑥 2 )𝑑𝑥
= [𝑟 𝑥 − ] = (𝑟 2 (𝑟) −
2
) − (𝑟 2 (−𝑟) − )
−𝑟 3 −𝑟 3 3

𝑟33 3
𝑟3 3
𝑟3 3
𝑟 3 3𝑟 3 − 𝑟 3 + 3𝑟 3 − 𝑟 3
V = (𝑟 − ) − (−𝑟 + ) = 𝑟 − + 𝑟 − =
3 3 3 3 3
𝟒𝒓𝟑
𝐕=
𝟑
Obs.: Por ser uma região simétrica, podemos simplificar o cálculo da integral
𝑟 𝑟
aplicando a seguinte regra: ∫−𝑟(𝑟 2 − 𝑥 2 )𝑑𝑥 = 2 ∫0 (𝑟 2 − 𝑥 2 )𝑑𝑥.
𝑟 𝑟
𝑥³ 4𝑟³
V = 2 ∫ (𝑟 2 − 𝑥 2 )𝑑𝑥 = 2 [𝑟²𝑥 − ] = .
0 3 0 3
P á g i n a | 156

Ex. 2: Calcule o volume do sólido cuja base é o quadrado de vértices (0, 0), (1,
1), (0, 1) e ( 1, 0) e cujas secções perpendiculares ao eixo 𝑥 são triângulos isósceles de
altura 𝑥 − 𝑥 2 . Resolução: Sendo a base um quadrado de lados medindo 1 e a área
da interseção do sólido com o plano perpendicular a 𝑥 no ponto de abscissa 𝑥, A(𝑥),
a área de um triângulos isósceles, temos que;
𝑏 ∙ ℎ 1 ∙ (𝑥 − 𝑥 2 )
𝐴(𝑥) = = .
2 2
Então temos que o volume será dado pela integral
1
1 1 1 𝑥2 𝑥3 1 12 13 1 3−2 1 1
V = ∫ (𝑥 − 𝑥 2 )𝑑𝑥 = ∙ [ − ] = ∙ ( − ) = ∙ ( )= ∙
2 0 2 2 3 0 2 2 3 2 6 2 6
𝟏
𝐕= 𝒖. 𝒗
𝟏𝟐

Exercícios Propostos para revisão

Exercícios 1 a 4 do 13.3, página 412 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume


1 – Guidorizzi.

9.1 Área de superfície de revolução

Você irá agora aprender a determinar a área de uma superfície de revolução


empregando integral definida.
Para tanto, vamos começar lembrando que lá na Geometria nós aprendemos
que a área lateral de um tronco de cone circular reto, de geratriz 𝑔, raio da base
maior 𝑅 e raio da base menor 𝑟 (Fig. 35), é igual à área de um trapézio (Fig. 36) com
altura 𝑔, base maior 2𝜋𝑅 e base menor 2𝜋𝑟.

Figura 35: Tronco de cone.


P á g i n a | 157

Figura 36: Trapézio – Superficial lateral.

2𝜋𝑅 + 2𝜋𝑟 2𝜋(𝑅 + 𝑟)


á𝑟𝑒𝑎 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = 𝑔= 𝑔 = 𝝅(𝑹 + 𝒓)𝒈
2 2
Sendo 𝑆 o ponto médio do segmento 𝑃𝑄 (Fig. 36).
𝑅+𝑟
𝑠= , 𝑑𝑎í 𝜋(𝑅 + 𝑟)𝑔 = 2𝜋𝑠𝑔
2
á𝐫𝐞𝐚 𝐥𝐚𝐭𝐞𝐫𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐭𝐫𝐨𝐧𝐜𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐞 = 𝟐𝛑𝐬𝐠

Observe que a área da superfície gerada pela rotação da geratriz, em torno


do eixo 𝑃𝑄, é igual ao produto do comprimento 𝑔 desta geratriz pelo comprimento
2𝜋𝑠 da circunferência gerada pelo ponto médio da geratriz. Este resultado é um caso
particular do Teorema de Papus para superfícies de revolução. Podemos, definir, as
á𝑟𝑒𝑎𝑠 das superfícies obtidas pela rotação do gráfico de uma função 𝑓(𝑥) em torno
dos eixos 𝑥 e 𝑦, respectivamente como

𝑏
𝑑𝑦 2
𝐴𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑦√1 + ( ) 𝑑𝑥
𝑎 𝑑𝑥

𝑏
𝑑𝑦 2
𝐴𝑦 = 2𝜋 ∫ 𝑥 √1 + ( ) 𝑑𝑥 .
𝑎 𝑑𝑥

onde 𝑦 = 𝑓(𝑥).
Ex. 3: Calcule a área da superfície gerada pela rotação, em torno do eixo 𝑥,
𝜋 3𝜋
do gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥, 2
≤𝑥≤ 2
. Resolução: Temos que 𝑓 ′ (𝑥) = −𝑠𝑒𝑛 𝑥. Então,

aplicando a formula apresentada acima, temos que;


3𝜋 3𝜋
2 2
A𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 √1 + (−𝑠𝑒𝑛 𝑥)2 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 √1 + (𝑠𝑒𝑛 𝑥)2 𝑑𝑥
𝜋 𝜋
2 2

Se chamarmos de 𝑢 = sen 𝑥 → 𝑑𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑑𝑥.


𝜋 𝜋 3𝜋 3𝜋
Para 𝑥= 2
→ 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 ( 2 ) = 1 e 𝑥= 2
→ 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 ( 2 ) = −1.
−1
A𝑥 = 2𝜋 ∫ √1 + 𝑢² 𝑑𝑢
1
P á g i n a | 158

Fazendo 𝑢 = 𝑡𝑔 𝜃 → 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑐²𝜃 𝑑𝜃.


𝜋 𝜋
Para 𝑢 = 1 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (1) = e 𝑢 = −1 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (−1) = − .
4 4
𝜋 𝜋
− −
4 4
A𝑥 = 2𝜋 ∫ √1 + (𝑡𝑔 𝜃)² ∙ 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃𝑑𝜃 = 2𝜋 ∫ √sec 2 𝜃 ∙ 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃𝑑𝜃
𝜋 𝜋
4 4
𝜋

4
A𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃𝑑𝜃
𝜋
4

Da aula 4 nós vimos que integrando por partes:


1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘
2 2
𝜋

Então, ∫𝜋 4 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 :
4
𝜋 𝜋
− −
4 1 1 4
∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 = [ 𝑡𝑔 θ sec θ + ln|sec θ + 𝑡𝑔 θ|]𝜋
𝜋 2 2
4 4
1 π π 1 π π 1 π π 1 π π
= [ 𝑡𝑔 (− ) ∙ sec (− ) + ln |sec (− ) + 𝑡𝑔 (− )|] − [ 𝑡𝑔 ( ) sec ( ) + ln |sec ( ) + 𝑡𝑔 ( )|]
2 4 4 2 4 4 2 4 4 2 4 4

Sabe-se que;
π π π π
𝑡𝑔 (− ) = −1; 𝑡𝑔 ( ) = 1; 𝑠𝑒𝑐 (− ) = √2 e s𝑒𝑐 ( ) = √2
4 4 4 4
Daí,
𝜋

4 1 1 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 = [ ∙ (−1) ∙ (√2) + ln|(√2) + (−1)|] − [ ∙ 1 ∙ √2 + ln|√2 + 1|]
𝜋 2 2 2 2
4

ou seja,
𝜋

4 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = −√2 + ln(√2 − 1) + ln(√2 + 1).
𝜋 2 2
4
𝜋

4 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = −√2 + [ln(√2 − 1) + ln(√2 + 1)]
𝜋 2
4
𝜋

4 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = −√2 + ln[(√2 − 1) ∙ (√2 + 1)]
𝜋 2
4
𝜋

4 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = −√2 + ln(2 − 1) = − √𝟐
𝜋 2
4

Portanto,
𝜋

4
A𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃𝑑𝜃 = −𝟐√𝟐𝝅
𝜋
4
P á g i n a | 159

Ex. 4: Calcule a área da superfície gerada pela rotação, em torno do eixo 𝑥,


do gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 𝑥, 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝜋.
Resolução: Temos que 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥. Então, aplicando a formula apresentada
acima, temos que;
𝜋 𝜋
A𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 √1 + (cos 𝑥)2 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 √1 + (𝑐𝑜𝑠 𝑥)2 𝑑𝑥
0 0

Se chamarmos de 𝑢 = cos 𝑥 → 𝑑𝑢 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑥.


Para 𝑥 = 0 → 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 (0) = 1 e 𝑥 = 𝜋 → 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 (𝜋) = −1.
−1 −1 1
A𝑥 = 2𝜋 ∫ √1 + 𝑢² (−𝑑𝑢) = −2𝜋 ∫ √1 + 𝑢2 𝑑𝑢 = 2𝜋 ∫ √1 + 𝑢² 𝑑𝑢
1 1 −1

Fazendo 𝑢 = 𝑡𝑔 𝜃 → 𝑑𝑢 = 𝑠𝑒𝑐²𝜃 𝑑𝜃.


𝜋 𝜋
Para 𝑢 = 1 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (1) = 4
e 𝑢 = −1 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (−1) = − 4 .
1
Da aula 4 nós vimos que integrando por partes: ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑡𝑔 𝑢 sec 𝑢 +
2
1
ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘.
2
𝜋
Então, ∫ 4𝜋 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 :

4
𝜋 𝜋
4 1 1 4
∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 = [ 𝑡𝑔 θ sec θ + ln|sec θ + 𝑡𝑔 θ|] 𝜋

𝜋 2 2 −
4 4
1 π π 1 π π 1 π π 1 π π
= [ 𝑡𝑔 ( ) ∙ sec ( ) + ln |sec ( ) + 𝑡𝑔 ( )|] − [ 𝑡𝑔 (− ) sec (− ) + ln |sec (− ) + 𝑡𝑔 (− )|]
2 4 4 2 4 4 2 4 4 2 4 4

Sabe-se que;
π π π π
𝑡𝑔 (− ) = −1; 𝑡𝑔 ( ) = 1; 𝑠𝑒𝑐 (− ) = √2 e s𝑒𝑐 ( ) = √2
4 4 4 4
Daí,
𝜋
4 1 1 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝜃 𝑑𝜃 = [ ∙ (1) ∙ (√2) + ln|(√2) + (1)|] − [ ∙ (−1) ∙ √2 + ln|√2 + (−1)|]

𝜋 2 2 2 2
4
𝜋
4 1 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + ln(√2 + 1) − ln(√2 − 1).

𝜋 2 2
4
𝜋
4 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + {[(ln(√2 + 1)) − ln(√2 − 1)]}

𝜋 2
4
𝜋
4 1 (√2 + 1)
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + (ln )

𝜋 2 (√2 − 1)
4
𝜋
4 1 (√2 + 1) (√2 + 1)
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + (ln ∙ )

𝜋 2 (√2 − 1) (√2 + 1)
4
P á g i n a | 160

𝜋 2
4
3
1 (√2 + 1)
∫ 𝑠𝑒𝑐 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + (ln )

𝜋 2 (2 − 1)
4
𝜋
4 1
∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃 𝑑𝜃 = √2 + (2 ∙ ln(√2 + 1)) = √2 + ln(√2 + 1)

𝜋 2
4

Portanto,
𝜋

4
A𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝜃𝑑𝜃 = 𝟐𝝅 (√𝟐 + 𝐥𝐧(√𝟐 + 𝟏))
𝜋
4

Ex. 5: Determine a área da superfície obtida pela rotação, em torno do eixo 𝑦,


𝑥2 𝑑𝑦 𝑑 𝑥²
do gráfico de 𝑦 = 2
,0 ≤ 𝑥 ≤ 1. Resolução: A derivada da função é 𝑑𝑥
= ( )
𝑑𝑥 2
= 𝑥,

Aplicando a fórmula definida acima:

1
𝑑𝑦 2 1
𝐴𝑦 = 2𝜋 ∫ 𝑥 √1 + ( ) 𝑑𝑥 = 2𝜋 ∫ 𝑥 √1 + 𝑥² 𝑑𝑥
0 𝑑𝑥 0
1
Resolvendo a integral ∫0 𝑥 √1 + 𝑥² 𝑑𝑥:
𝑑𝑢
Chamando 𝑢 = 1 + 𝑥 2 → 𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥, então 𝑥𝑑𝑥 = 2

𝑥=0→𝑢=1 e 𝑥=1→𝑢=2
1 2
1 2 1 2 1 2 1
∫ 𝑥√1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ √𝑢 𝑑𝑢 = ∙ [ √𝑢 ] = [√𝑢3 ] = (√23 − √13 )
3
0 2 1 2 3 1 3 1 3
1
1 1
∫ 𝑥 √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = (√8 − 1) = (2√2 − 1)
0 3 3
1
𝟐𝝅
𝐴𝑦 = 2𝜋 ∫ 𝑥√1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = (𝟐√𝟐 − 𝟏)
0 𝟑

Exercícios Propostos para revisão


Exercício 13.3, página 415 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 1 –
Guidorizzi.

9.2 Comprimento de gráfico de função

Nesse último tópico dessa aula, estaremos aprendendo a determinar


comprimento do gráfico de uma função através das técnicas de integral definida.
Para tanto, consideremos uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) que apresenta derivada contínua no
intervalo [𝑎, 𝑏] (Fig.37)

Figura 37: Função 𝒇(𝒙) com derivada contínua em [𝒂, 𝒃].


P á g i n a | 161

onde √(𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 )2 + (𝑓(𝑥𝑖 ) − 𝑓(𝑥𝑖−1 ))² é o comprimento do lado de vértices 𝑃𝑖−1
e 𝑃𝑖 . Pelo teorema do valor médio, para cada 𝑖, 𝑖 = 1, 2, … 𝑛, existe 𝑐𝑖 , 𝑥𝑖−1 < 𝑐𝑖 < 𝑥𝑖 , tal
que;
𝑓(𝑥𝑖 ) − 𝑓(𝑥𝑖−1 ) = 𝑓 ′ (𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖, 𝑜𝑛𝑑𝑒 ∆𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1.

Segue que;
𝑛 𝑛

𝐿(𝑃) = ∑ √∆𝑥𝑖 ² + (𝑓 ′ (𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 )² = ∑ √1 + (𝑓 ′ (𝑐𝑖 ))² ∆𝑥𝑖 .


𝑖=1 𝑖=1

𝑏
Daí, para max ∆𝑥𝑖 tendendo a zero, 𝐿(𝑃) tenderá para ∫𝑎 √1 + (𝑓 ′ (𝑥))² 𝑑𝑥. Nada

mais natural, então, do que definir o 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 do gráfico de 𝑓, ou da curva 𝑦 =


𝑓(𝑥), por;

𝒃
𝒅𝒚 𝟐
𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = ∫ √𝟏 + ( ) 𝒅𝒙
𝒂 𝒅𝒙
𝑥²
Ex. 6. Calcule o comprimento da curva 𝑦 = 2
,0 ≤ 𝑥 ≤ 1. Resolução: A derivada
𝑑𝑦
de y é 𝑑𝑥
= 𝑥, Substituindo na fórmula definida acima, temos que o comprimento da
𝑥²
curva 𝑦 = ,0 ≤ 𝑥 ≤ 1 é;
2
1
𝐶 = ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥.
0

Fazendo a mudança de variável, chamamos de 𝑥 = 𝑡𝑔 𝑢, então 𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔𝑥 e


𝜋
𝑑𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑢 𝑑𝑢. Para 𝑥 = 0 → 𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(0) = 0; para 𝑥 = 1 → 𝑢 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(1) = 4 .

Assim;
𝜋 𝜋
1
4 4
𝐶 = ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ √1 + (𝑡𝑔 𝑢)2 𝑠𝑒𝑐² 𝑢 𝑑𝑢 = ∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝑢 𝑑𝑢.
0 0 0
P á g i n a | 162

1 1
De ∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝑢 𝑑𝑢 = 2
sec 𝑢 𝑡𝑔 𝑢 + 2
ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘 (verifique na aula 4), resulta;
𝜋 𝜋
1
4 1 1 4
𝐶 = ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝑢 𝑑𝑢 = [ sec 𝑢 𝑡𝑔 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢|]
0 0 2 2 0

1 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
𝐶 = {[(sec ( ) 𝑡𝑔 ( ) + ln |sec ( ) + 𝑡𝑔 ( )|) − (sec(0) 𝑡𝑔 (0) + ln|sec(0) + 𝑡𝑔 (0)|)]}
2 4 4 4 4

Sabemos que:
𝜋 𝜋
sec ( ) = √2; 𝑡𝑔 ( ) = 1; sec(0) = 1; e 𝑡𝑔 (0) = 0
4 4
1
𝐶 = {[√2 ∙ 1 + ln|√2 + 1|] − [(1 ∙ 0 +) ln|1 + 0|]}
2
1
𝟏
𝐶 = ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = [√𝟐 + 𝐥𝐧(𝟏 + √𝟐)]
0 𝟐

4
Ex. 7. Calcule o comprimento da curva 𝑦 = 3 𝑥 + 1, 2 ≤ 𝑥 ≤ 5. Resolução: A
𝑑𝑦 4
derivada de y é 𝑑𝑥 = 3,

Substituindo na fórmula definida acima, temos que o comprimento da curva


4
𝑦 = 𝑥 + 1, 2 ≤ 𝑥 ≤ 5.
3

5
4 2 5
16 5
25 5𝑥 5 5 ∙ 5 5 ∙ 2
𝐶 = ∫ √1 + ( ) 𝑑𝑥 = ∫ √1 + 𝑑𝑥 = ∫ √ 𝑑𝑥 = [ ] = −
2 3 2 9 2 9 3 2 3 3
25 10 15
𝐶 == − = =𝟓
3 3 3

Exercícios Propostos para revisão


Exercício 13.5, página 417 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume
1 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula vimos:

Podemos aplicar integral definida para determinação do volume de um sólido


qualquer, tendo 𝑨(𝒙) como a área da interseção do sólido com um plano
𝒃
perpendicular a 𝒙, no ponto de abscissa 𝒙, de tal forma que 𝑽 = ∫𝒂 𝑨(𝒙) 𝒅𝒙;

Também podemos aplicar integral definida para determinação da área de


superfície de revolução, onde 𝑨𝒙 é a área da superfície obtida pela rotação do
gráfico de f, em torno do eixo 𝒙, e 𝑨𝒚 a área da superfície obtida pela rotação do
gráfico de f, em torno do eixo 𝒚, de tal forma que:

𝒃
𝒅𝒚 𝟐
𝑨𝒙 = 𝟐𝝅 ∫ 𝒇(𝒙) ∙ √𝟏 + ( ) 𝒅𝒙;
𝒂 𝒅𝒙

𝒃
𝒅𝒚 𝟐
𝑨𝒚 = 𝟐𝝅 ∫ 𝒙 ∙ √𝟏 + ( ) 𝒅𝒙;
𝒂 𝒅𝒙

Outra aplicação importante da integral definida é a determinação do

𝒃 𝒅𝒚 𝟐
comprimento do gráfico da função y=f(x): 𝑪 = ∫𝒂 √𝟏 + (𝒅𝒙) 𝒅𝒙
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 9

ATIVIDADE

1) Calcule o volume do solido obtido cuja base é o quadrado de vértices (0,0),


(0,2), (2,0) e (2,2), e cujas seções perpendiculares ao eixo x são triângulos isósceles de
altura 𝑥 2 .

2) Calcule a área da superfície gerada pela rotação, em torno do eixo x, do


gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 e 1 ≤ x ≤ 4.

3) A área da superfície gerada pela rotação, em torno do eixo y, do gráfico


da função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 e 0 ≤ x ≤ 2 é, aproximadamente.
a) 16,5𝜋 𝑢. 𝑎 d) 25𝜋 𝑢. 𝑎
b) 11,5𝜋 𝑢. 𝑎 e) 78,5𝜋 𝑢. 𝑎
c) 15𝜋 𝑢. 𝑎

3𝑥
4) O comprimento do gráfico da função 𝑓(𝑥) = 2
e 1 ≤ x ≤ 8, é;
3√17 7√13
a) 2
𝑢. 𝑚 d) 2
𝑢. 𝑚
7𝜋 13√7
b) 4
𝑢. 𝑚 e) 2
𝑢. 𝑚
√13
c) 2
𝑢. 𝑚
Aula 10
Integral definida (coordenadas
polares)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Outra forma de apresentar e calcular integrais são fazendo uso de


Coordenadas polares. Para tanto, vamos apresentar nesta aula algumas formulações
empregando esse tipo de análise.

Bons estudos!
P á g i n a | 167

10 ÁREA EM COORDENADAS POLARES

Para iniciar nossa análise, consideremos um semi-eixo Ox, que é denominado


eixo polar, e um ponto O, chamado de polo (Fig. 38).

Figura 38: Eixo Polar Ox.

Cada ponto P do plano fica determinado por suas coordenadas polares (𝜃, 𝜌),
onde 𝜃 é a medida em radianos do ângulo entre o segmento 𝑂𝑃
̅̅̅̅ e o eixo polar (tal

ângulo sendo contado a partir do eixo polar e no sentido anti-horário) e 𝜌 o


comprimento de 𝑂𝑃
̅̅̅̅; assim (𝜌 ≥ 0). Se considerarmos no plano um sistema ortogonal

de coordenadas cartesianas (Fig. 39) em que a origem coincide com o polo e o


semieixo Ox com o eixo polar e se (𝜃, 𝜌) forem as coordenadas polares de P, então
as suas coordenadas cartesianas serão dadas por:

Figura 39: Plano cartesiano relacionando as variáveis x, y com 𝜽 e 𝝆.

Então, podemos concluir que:

𝑥 = 𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜃
{
𝑦 = 𝜌 𝑠𝑒𝑛𝜃
Se tivermos um ponto P que não coincida com o polo, ou seja, 𝜌 e 𝜃 não nulos,
do teorema de Pitágoras e das relações trigonométricas temos que:

𝑥 𝑦
𝜌 = √𝑥 2 + 𝑦 2 ; cos 𝜃 = ; e 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = .
√𝑥 2 + 𝑦 2 √𝑥 2 + 𝑦 2
P á g i n a | 168

Até agora, destacamos 𝜌 como um número positivo (Fig. 40).

Figura 40: Plano cartesiano no caso 𝝆 > 𝟎.

Porém, em várias aplicações pode ser necessário usar 𝜌 negativo. Na Fig. 41


vamos interpretar (𝜃, 𝜌) no caso 𝜌 < 0:

Figura 41: Plano cartesiano no caso 𝝆 < 0.

Se 𝜌 < 0, (𝜃, 𝜌) é simétrico, em relação ao polo, do ponto (𝜃, −𝜌).


Bem, para tentar entender melhor, vamos apresentar a situação sob um outro
prisma. Tente olhar para o eixo polar como uma reta com um sistema de abscissas.
Sobre essa reta, você marcaria dois pontos: um polo 0 representado o zero (origem
dos gráficos) e outro ponto representado o 1. O sentido positivo será o de zero para
1 e a unidade de comprimento será o seguimento de extremidades 0 e1. Assim, para
que você possa representar no plano um ponto de coordenadas polares (𝜃, 𝜌) basta
proceder da seguinte forma: primeiro gire o eixo polar, no sentido anti-horário, de um
ângulo (𝜃); em seguida, sobre este novo eixo, marque o ponto que tenha abscissa 𝜌.
P á g i n a | 169

Figura 42: Representação de um ponto de coordenadas (𝝆).

Ex. 1: Represente no plano o ponto (𝜃, 𝜌) onde:


𝜋
a) Ponto A: 𝜃 = 4
e 𝜌 = −1
𝜋
b) Ponto B: 𝜃 = 4
e 𝜌=1
𝜋
c) Ponto C: 𝜃 = 4 e 𝜌 = 2

d) Ponto D: 𝜃 = 0 e 𝜌 = −1
e) Ponto E: 𝜃 = 0 e 𝜌 = 3

Resolução: vamos traçar um eixo horizontal x (𝜃 = 0) e uma reta inclinada de


𝜋
45º (𝜃 = 4 ) e neles marcar os pontos A, B, C, D e E:

Figura 43: Representação dos pontos no Ex. 1.

Ex. 2: Um ponto P desloca-se no plano de modo que a relação entre suas


coordenadas polares é dada por 𝑝 = 𝜃, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 𝜋. Desenhe o lugar geométrico
descrito por P. Resolução: Montamos uma tabela com valores de 𝜃 e 𝜌 e depois
representamos no gráfico.
P á g i n a | 170

Tabela 1: Tabela – Ex.2.


𝜽 𝜌
0 0
𝜋 𝜋
4 4
𝜋 𝜋
2 2
3𝜋 3𝜋
2 2
2𝜋 2𝜋

Figura 44: Gráfico – Ex.2.

Sempre que formos esboçar o gráfico de uma curva dada em coordenadas


polares, é bom antes fazer um esboço da curva supondo 𝜃 e 𝜌 coordenadas
cartesianas e olhar, por meio deste gráfico, a variação de 𝜌 em função 𝜃.

10.1 Área de região limitada por curvas em coordenadas polares

Inicialmente vamos fazer o seguinte raciocínio: seja uma circunferência de raio


R, cuja área é π R2. Se tomarmos um setor dessa circunferência, com abertura ∆θ, por
uma regra de três simples podemos determinar a área do setor circular.
2𝜋 𝑟𝑎𝑑 __________ πR2
∆θ 𝑟𝑎𝑑 __________ A𝑆𝐶
πR2 ∙ ∆θ 𝟏 𝟐
A𝑆𝐶 = = 𝐑 ∙ ∆𝛉
2𝜋 𝟐
Dessa forma, trabalhando com Integral Definida, pode-se definir uma fórmula
para determinação de área de região limitada por curvas em coordenadas polares:
𝟏 𝜷 𝟐
𝐀= ∫ 𝛒 ∙ 𝒅𝛉
𝟐 𝜶
P á g i n a | 171

Ex. 3: Calcule a área da região limitada pela curva 𝜌 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃.


Resolução: para cobrir todo o conjunto θ deverá variar de 0 a 2 𝜋.
1 2𝜋 1 2𝜋 1 2𝜋
A = ∫ ρ2 𝑑θ = ∫ (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃)2 𝑑θ = ∫ (1 − 2𝑐𝑜𝑠 𝜃 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) 𝑑θ
2 0 2 0 2 0
1 2𝜋 2𝜋 2𝜋
A = [∫ (1) 𝑑θ − 2 ∫ (𝑐𝑜𝑠 𝜃) 𝑑θ + ∫ (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) 𝑑θ]
2 0 0 0
2𝜋 1 1 𝜃 1
Determinando ∫0 (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) 𝑑θ: ∫(𝑐𝑜𝑠 2 𝜃)𝑑θ = ∫ (2 + 2 𝑐𝑜𝑠 2𝜃) 𝑑θ = [2 + 4 𝑠𝑒𝑛 2𝜃]
2𝜋
1 𝜃 1
A = [𝜃 − 2𝑠𝑒𝑛 𝜃 + + 𝑠𝑒𝑛 2𝜃]
2 2 4 0
1 2𝜋 1 0 1
A = [(2𝜋 − 2𝑠𝑒𝑛 2𝜋 + + 𝑠𝑒𝑛 4𝜋) − (0 − 2𝑠𝑒𝑛 0 + + 𝑠𝑒𝑛 0)]
2 2 4 2 4
Sabe-se que 𝒔𝒆𝒏 𝟎 = 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝝅 = 𝒔𝒆𝒏 𝟒𝝅 = 𝟎
1 2𝜋 𝟑𝝅
A = (2𝜋 + ) =
2 2 𝟐
Ex. 4: Calcule a área da interseção das regiões limitadas pelas curvas
(coordenadas polares) 𝜌 = 3𝑐𝑜𝑠 𝜃 e 𝜌 = 1 + 𝑐𝑜𝑠 𝜃. Resolução: primeiro devemos
determinar as interseções das curvas.
𝟏
3𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 1 + 𝑐𝑜𝑠 𝜃 → 𝒄𝒐𝒔 𝜽 = .
𝟐
𝜋 𝜋
Assim, os valores de θ na interseção são 3
e − 3.

Figura 45: Área da Região Hachurada – Ex. 4.

𝜋
Seja A1 o conjunto de todos (θ, 𝜌) com 0 ≤ 𝜃 ≤ 3
e 𝜌 = 1 + 𝑐𝑜𝑠 𝜃.
𝜋 𝜋 𝜋
1 3 1 3 1 3
A1 = ∫ 𝜌2 𝑑θ = ∫ (1 + 𝑐𝑜𝑠 𝜃)2 𝑑θ = ∫ (1 + 2𝑐𝑜𝑠 𝜃 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) 𝑑θ
2 0 2 0 2 0
𝜋 𝜋 𝜋
1 3 3 3
A1 = [∫ (1) 𝑑θ + 2 ∫ (𝑐𝑜𝑠 𝜃) 𝑑θ + ∫ (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) 𝑑θ]
2 0 0 0
P á g i n a | 172

𝜋
1 𝜃 1 3
A1 = [𝜃 + 2𝑠𝑒𝑛 𝜃 + + 𝑠𝑒𝑛 2𝜃]
2 2 4 0
1 𝜋 𝜋 𝜋 1 2𝜋 0 1
A1 = [( + 2𝑠𝑒𝑛 + + 𝑠𝑒𝑛 ) − (0 + 2𝑠𝑒𝑛 0 + + 𝑠𝑒𝑛 0)]
2 3 3 6 4 3 2 4
𝝅 𝟐𝝅 √𝟑
Sabe-se que 𝒔𝒆𝒏 𝟎 = 𝟎, 𝒔𝒆𝒏 = 𝒔𝒆𝒏 =
𝟑 𝟑 𝟐

1 𝜋 √3 𝜋 1 √3 1 2𝜋 + 𝜋 8√3 + √3
A1 = ( + 2 ∙ + + ∙ )= ( + )
2 3 2 6 4 2 2 6 8
𝝅 𝟗√𝟑
𝐀𝟏 = +
𝟒 𝟏𝟔
𝜋 𝜋
Seja A2 o conjunto de todos (θ, 𝜌) com 3
≤𝜃≤ 2
e 𝜌 = 3𝑐𝑜𝑠 𝜃.
𝜋 𝜋 𝜋
1 2 1 2 9 2
A2 = ∫ 𝜌2 𝑑θ = ∫ (3𝑐𝑜𝑠 𝜃)2 𝑑θ = ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑑θ
2 𝜋 2 𝜋 2 𝜋
3 3 3
𝜋
𝜋 𝜋
9 𝜃 1 9 2 1
2 𝜋 1 𝜋
A2 = [ + 𝑠𝑒𝑛 2𝜃]𝜋 = {[ + 𝑠𝑒𝑛 2 ( )] − [ 3 + 𝑠𝑒𝑛 2 ( )]}
2 2 4 2 2 4 2 2 4 3
3

9 𝜋 1 𝜋 1 2𝜋
A2 = {[ + 𝑠𝑒𝑛 𝜋] − [ + 𝑠𝑒𝑛 ( )]}
2 4 4 6 4 3
𝟐𝝅 √𝟑
Sabe-se que 𝒔𝒆𝒏 𝝅 = 𝟎; 𝒔𝒆𝒏 =
𝟑 𝟐

9 𝜋 𝜋 1 √3 9 3𝜋 − 2𝜋 √3 9𝜋 9√3
A2 = ( − − ∙ ) = ( − )= −
2 4 6 4 2 2 12 8 24 16
𝟑𝝅 𝟗√𝟑
𝐀𝟐 = −
𝟖 𝟏𝟔
Então, a área da região hachurada é igual a duas vezes a soma das áreas
chamadas de A1 e A2.
𝜋 9√3 3𝜋 9√3 2𝜋 6𝜋 4𝜋 + 6𝜋 𝟓𝝅
𝐀 = 2(A1 + A2 ) = 2 ( + + − )= + = =
4 16 8 16 4 8 8 𝟒
Ex. 5: Calcule a área da região delimitada pela curva dada em coordenadas
𝜋
polares por 𝜌 = 𝑡𝑔 𝜃, 0 ≤ 𝜃 < , pela reta 𝑥 = 1 (coordenadas cartesianas) e pelo eixo
2
𝜋 𝜋
polar. Resolução: como 𝜃 não pode ser igual a , ∄𝑡𝑔 , então a área que queremos
2 2
𝜋
determinar deve ser calculada por um limite, com 𝜃 ≥ 0 e 𝜃 → , assim;
2

á𝑟𝑒𝑎 = lim𝜋 𝐴(θ).


θ→
2

Seja a Fig. 46 que apresenta a área da região 𝐴(θ) hachurada.

Figura 46: Área 𝑨(𝛉)– Ex. 5.


P á g i n a | 173

Podemos determinar 𝐴(θ) como a área do triângulo OPM subtraída da área A1


(Fig. 47).

Figura 47: Área 𝑨𝟏 – Ex. 5.

Área do triângulo OPM:


̅̅̅̅̅
OM ∙ ̅̅̅̅
MP
A∆OPM =
2
Sendo ̅̅̅̅
OP, a hipotenusa do triângulo OPM, igual a 𝑡𝑔 𝜃:
̅̅̅̅̅
OM
𝑐𝑜𝑠 𝜃 = ̅̅̅̅̅ = 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ∙ 𝑡𝑔 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃
→ OM
𝑡𝑔 𝜃
̅̅̅̅
MP
𝑠𝑒𝑛 𝜃 = → ̅̅̅̅
MP = 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∙ 𝑡𝑔 𝜃
𝑡𝑔 𝜃
𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∙ 𝑡𝑔 𝜃 𝟏
𝐀∆𝐎𝐏𝐌 = = 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝜽 ∙ 𝒕𝒈 𝜽
2 𝟐
Área da região A1 o conjunto de todos (θ, 𝜌) com 𝜌 = 𝑡𝑔 𝜃.
1 𝜃 1 𝜃 1 𝜃
A1 = ∫ 𝜌2 𝑑θ = ∫ (𝑡𝑔 𝜃)2 𝑑θ = ∫ (sec 2 𝜃 − 1) 𝑑θ
2 0 2 0 2 0
1 𝟏
𝐀𝟏 = [𝑡𝑔 θ − θ]𝜃0 = (𝒕𝒈 𝛉 − 𝛉)
2 𝟐

Como 𝐴(θ) como a área do triângulo OPM subtraída da área A1:


1 1
𝐴(θ) = A∆OPM − A1 = 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 ∙ 𝑡𝑔 𝜃 − (𝑡𝑔 θ − θ)
2 2
P á g i n a | 174

Exercícios Propostos para revisão


Números 3 e 4 dos Exercícios 13.7, página 431 do Livro: “Um Curso de
Cálculo”, Volume 1 – Guidorizzi.

1 θ
𝐴(θ) = A∆OPM − A1 = 𝑡𝑔 𝜃[𝑠𝑒𝑛2 𝜃 − 1] +
2 2
1 θ 𝟏 𝛉
𝐴(θ) = − 𝑡𝑔 𝜃[𝑐𝑜𝑠 2 𝜃] + = − 𝒔𝒆𝒏 𝜽 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝜽 +
2 2 𝟐 𝟐
𝜋
1 θ 1 𝜋 𝜋 (2 )
á𝑟𝑒𝑎 = lim𝜋 𝐴(θ) = lim𝜋 (− 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∙ cos 𝜃 + ) = − 𝑠𝑒𝑛 ( ) ∙ cos ( ) +
θ→ θ→ 2 2 2 2 2 2
2 2
𝝅
𝐀=
𝟒

10.2 Comprimento de curva em coordenadas polares

Vamos agora calcular o comprimento de curva em Coordenadas Polares.


Consideremos a curva dada em coordenadas polares por
𝜌 = 𝜌(𝜃), 𝛼 ≤ 𝜃 ≤ 𝛽,
Assim, a fórmula para determinar o comprimento da curva em coordenadas
polares pode ser definido pela expressão
𝛽
𝑑𝜌
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = C = ∫ √𝜌² + ( ) ² 𝑑𝜃.
𝛼 𝑑𝜃

Obs. Se você quiser saber sobre a dedução dessa fórmula, considere as


explicações apresentadas pelo Guidorizzi nas páginas 431 e 432.

Ex. 6: Calcule o comprimento da curva 𝜌 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃, 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, em coordenadas


𝑑𝜌
polares. Resolução: De 𝜌 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃, segue 𝑑𝜃
= cos 𝜃. Daí

𝜋 𝜋
𝑑𝜌
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = C = ∫ √(𝜌)² + ( ) ² 𝑑𝜃 = ∫ √(𝑠𝑒𝑛 𝜃)² + (cos 𝜃)² 𝑑𝜃
0 𝑑𝜃 0
𝜋 𝜋
C = ∫ √1 𝑑𝜃 = ∫ 𝑑𝜃 = [𝜃]𝜋0 = 𝝅
0 0

Ex. 7: Calcule o comprimento da curva 𝜌 = 𝑒 −𝜃 , 0 ≤ 𝜃 ≤ 2 𝜋, em coordenadas


𝑑𝜌
polares. Resolução: De 𝜌 = 𝑒 −𝜃 , segue = −𝑒 −𝜃 . Daí
𝑑𝜃
P á g i n a | 175

2𝜋 2𝜋
𝑑𝜌
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = C = ∫ √(𝜌)² + ( ) ² 𝑑𝜃 = ∫ √(𝑒 −𝜃 )² + (−𝑒 −𝜃 )² 𝑑𝜃
0 𝑑𝜃 0

2𝜋 2𝜋 2𝜋
𝐶=∫ √𝑒 −2𝜃 + 𝑒 −2𝜃 𝑑𝜃 = ∫ √2𝑒 −2𝜃 𝑑𝜃 = ∫ √2 𝑒 −𝜃 𝑑𝜃
0 0 0
2𝜋
𝐶 = [−√2𝑒 −𝜃 ]0 = [(−√2𝑒 −2𝜋 ) − (−√2𝑒 0 )] = −√2𝑒 −2𝜋 + √2

C = √𝟐 ∙ (𝟏 − 𝒆−𝟐𝝅 )

Ex. 8: Calcule o comprimento da curva 𝜌 = 2𝜃, 𝜋 ≤ 𝜃 ≤ 2 𝜋, em coordenadas


𝑑𝜌
polares. Resolução: De 𝜌 = 2𝜃, segue 𝑑𝜃
= 2. Daí

2𝜋 2𝜋
𝑑𝜌
C= ∫ √(𝜌)² + ( ) ² 𝑑𝜃 = ∫ √(2𝜃)² + (2)² 𝑑𝜃
𝜋 𝑑𝜃 𝜋

2𝜋 2𝜋 2𝜋
C = ∫ √4𝜃 2 + 4 𝑑𝜃 = ∫ √4(𝜃 2 + 1) 𝑑𝜃 = 2 ∫ √(1 + 𝜃 2 ) 𝑑𝜃
𝜋 𝜋 𝜋

2𝜋
Resolvendo a integral ∫𝜋 √(1 + 𝜃 2 ) 𝑑𝜃, fazemos 𝜃 = 𝑡𝑔 𝛼 → 𝑑𝜃 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝛼 𝑑𝛼,

então;
𝜃 = 𝜋 → 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝜋 = 1,263
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝜃 {
𝜃 = 2𝜋 → 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 2𝜋 = 1,413
2𝜋 1,413
C = ∫ √(1 + 𝜃 2 ) 𝑑𝜃 = ∫ √1 + 𝑡𝑔2 𝛼 𝑠𝑒𝑐 2 𝛼 𝑑𝛼
𝜋 1,263
1,413 1,413
C=∫ √𝑠𝑒𝑐 2 𝛼 𝑠𝑒𝑐 2 𝛼 𝑑𝛼 = ∫ 𝑠𝑒𝑐 3 𝛼 𝑑𝛼
1,263 1,263

1 1
De ∫ 𝑠𝑒𝑐³ 𝑢 𝑑𝑢 = sec 𝑢 𝑡𝑔 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢| + 𝑘 (verifique na aula 4), resulta;
2 2
1,413
1 1
C = [ sec 𝑢 𝑡𝑔 𝑢 + ln|sec 𝑢 + 𝑡𝑔 𝑢|]
2 2 1,263
1 1 1 1
C = [ sec(1,413) ∙ 𝑡𝑔 (1,413) + ln|sec(1,413) + 𝑡𝑔 (1,413)|] − [ sec(1,263) ∙ 𝑡𝑔 (1,263) + ln|sec(1,263) + 𝑡𝑔 (1,263)|]
2 2 2 2

Com uma calculadora você pode determinar os valores (lembre-se que está
em radianos):
sec(1,413) = 6,36; sec(1,263) = 3,30; tg(1,413) = 6,28; tg(1,263) = 3,14.
1 1 1 1
C = [ ∙ 6,36 ∙ 6,28 + ln|6,36 +6,28|] − [ ∙ 3,30 ∙ 3,14 + ln|3,30 + 3,14|]
2 2 2 2
P á g i n a | 176

1 1
C = [19,97 + ln|12,64|] − [5,18 + ln|6,44|]
2 2
C = [19,97 + 1,27] − [5,18 + 0,93] = 21,24 − 6,11 = 𝟏𝟓, 𝟏𝟑 𝒖. 𝒎.

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 13.8, página 433 do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 1 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula vimos:

Além de coordenadas cartesianas (x, y), uma função pode ser escrita na forma
de coordenadas polares (θ, 𝜌);
As coordenadas cartesianas e polares se correlacionam da seguinte forma 𝒙 =
𝝆 𝒄𝒐𝒔 𝜽 e 𝒚 = 𝝆 𝒔𝒆𝒏 𝜽;
Se tivermos um ponto P que não coincida com o polo, ou seja, θ e 𝜌 não nulos,
do teorema de Pitágoras e das relações trigonométricas temos que 𝜌 =
𝑥 𝑦
√𝑥 2 + 𝑦 2 ; cos 𝜃 = ; e 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = .
√𝑥 2 +𝑦 2 √𝑥 2 +𝑦 2

Podemos determinar a área de região limitada por curvas em coordenadas


1 𝛽
polares: A = ∫𝛼 ρ2 𝑑θ;
2

O comprimento da curva em coordenadas polares pode ser definido pela


𝛽 𝑑𝜌
expressão ∫𝛼 √𝜌² + (𝑑𝜃) ² 𝑑𝜃.
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 10

ATIVIDADE

1) Calcule a área da região limitada pela curva 𝜌 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃.

𝜋
2) Calcule o comprimento da curva 𝜌 = −𝜃, 0 ≤ 𝜃 ≤ 3 , em coordenadas

polares.

3) A área da interseção das regiões limitas pelas curvas dadas em


coordenadas polares 𝜌 = √𝑐𝑜𝑠 𝜃, e 𝜌 = √𝑠𝑒𝑛 𝜃, 𝜌 ≥ 0 é, aproximadamente
√2 √2
a) 𝑢. 𝑎 d) 1 − 𝑢. 𝑎
2 2

√2 √2
b) 𝑢. 𝑎 e) 3 − 𝑢. 𝑎
3 2

√3
c) 2
𝑢. 𝑎

𝜋 𝜋
4) O comprimento da curva 𝜌 = 𝑐𝑜𝑠 𝜃, 3
≤ 𝜃 ≤ 2 , em coordenadas polares é
𝜋 3𝜋
a) 3
𝑢. 𝑚. d) 2
𝑢. 𝑚.
𝜋 1
b) 6
𝑢. 𝑚. e) 6 𝑢. 𝑚.
𝜋
c) 2
𝑢. 𝑚.
Aula 11
Funções de duas ou mais variáveis
reais a valores reais

APRESENTAÇÃO DA AULA

A maioria das relações que ocorrem na física, economia, na engenharia e, de


modo geral, na natureza é traduzida por funções de duas, três e mais variáveis reais;
daí a conveniência de um estudo detalhado de tais funções.
Esta aula foi preparada para que você possa aprender sobre o estudo das
funções reais de duas variáveis reais, sendo também generalizado para funções de
mais de duas variáveis, já que não há diferenças importantes.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Identificar uma função definida com duas ou mais variáveis reais que
retornam um único valor real;
 Estudar o domínio de funções com duas variáveis e representa-lo
graficamente.
P á g i n a | 181

11 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS REAIS A VALORES REAIS

Vamos agora acrescentar uma novidade ao estudo de funções e, depois, a


partir dessas novas definições, fazer o estudo Diferencial e Integral dessas funções.
Comecemos, então, por definir o que é uma função de duas variáveis reais a
valores reais. Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦): 𝐴 → ℝ, onde 𝐴 é um subconjunto de ℝ². Uma tal
função associa, a cada par (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴, um único 𝑓(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ. O conjunto 𝐴 é o domínio
de 𝑓 e será indicado por 𝐷𝑓 , o conjunto 𝑙𝑚 𝑓 = {𝑓(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ|(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 } é a imagem da
função e 𝑓 transforma o par (𝑥, 𝑦) no número 𝑓(𝑥, 𝑦) (Fig. 48).

Figura 48: Função 𝒇 transforma o par (𝒙, 𝒚) no número 𝒇(𝒙, 𝒚).

Observação:
1) As palavras 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 são sinônimas de função;
2) Por simplificação deixaremos muitas vezes de especificar o domínio,
ficando implícito, então, que se trata do “maior” subconjunto do ℝ² para
o qual faz sentido a regra em questão.

Vamos a alguns exemplos de estudo de domínio e representação gráfica de


funções reais de duas variáveis reais.
Ex. 1: Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) a função de duas variáveis reais a valores reais dada por:
𝑥+𝑦
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥−𝑦. Determine o domínio dessa função.

Resolução:
O domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦) de números reais, portanto
o denominador é não nulo.
P á g i n a | 182

𝑥−𝑦 = 0 → 𝑥 ≠ 𝑦.
O domínio da função é: 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|𝑥 ≠ 𝑦}.
𝑥+𝑦
Ex. 2. Considerando a função do exemplo anterior 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥−𝑦. Calcule:

a) 𝑓(2, 3)
b) 𝑓(𝑎 + 𝑏, 𝑎 − 𝑏)
c) 𝑓(5, −1)

Resolução: Para determinar os valores de 𝑓(𝑥, 𝑦), deve-se substituir os valores


de x e y.
2+3
a) 𝑓(2, 3) = 2−3 = −5.
(𝑎+𝑏)+(𝑎−𝑏) 𝑎+𝑏+𝑎−𝑏 2𝑎 𝒂
b) 𝑓(𝑎 + 𝑏, 𝑎 − 𝑏) = (𝑎+𝑏)−(𝑎−𝑏)
= 𝑎+𝑏−𝑎+𝑏 = 2𝑏 = 𝒃.
5+(−1) 4 𝟐
c) 𝑓(5, −1) = = = .
5−(−1) 6 𝟑

Ex. 3. Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 2 √𝑦 − 1, determine:


a) 𝑓(1, 4)
b) 𝑓(0, 9)
c) 𝑓(𝑎, 𝑎𝑏)
d) 𝑓(1, 1)
e) 𝑓(𝑎, 𝑎2 )
f) 𝑓(4, 4)

Resolução: Para determinar os valores de 𝑓(𝑥, 𝑦), deve-se substituir os valores


de x e y.
a) 𝑓(1, 4) = 3(1)2 √4 − 1 = 3 ∙ 1 ∙ 2 − 1 = 6 − 1 = 5.
b) 𝑓(0, 9) = 3(0)2 √9 − 1 = 3 ∙ 0 ∙ 3 − 1 = 0 − 1 = −1.
c) 𝑓(𝑎, 𝑎𝑏) = 3(𝑎)2 √𝑎𝑏 − 1 = 3𝑎2 √𝑎𝑏 − 1 = 3√𝑎5 𝑏 − 1.
d) 𝑓(1, 1) = 3(1)2 √1 − 1 = 3 ∙ 1 ∙ 1 − 1 = 3 − 1 = 2.
e) 𝑓(𝑎, 𝑎2 ) = 3(𝑎)2 √𝑎2 − 1 = 3𝑎2 ∙ 𝑎 − 1 = 3𝑎3 − 1.
f) 𝑓(4, 4) = 3(4)2 √4 − 1 = 3 ∙ 16 ∙ 2 − 1 = 96 − 1 = 95.

Ex. 4 Represente graficamente o domínio da função 𝑓 dada por 𝑓(𝑥, 𝑦) =

√𝑦 − 𝑥 + √1 − 𝑦. Resolução: O domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦),


deve ser determinado considerando que o radicando de uma raiz quadrada não
pode ser negativo.
P á g i n a | 183

𝑦−𝑥 ≥0 →𝑦 ≥𝑥 e 1 − 𝑦 ≥ 0 → 𝑦 ≤ 1.

O domínio da função então é 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|𝑦 ≥ 𝑥 𝑒 𝑦 ≤ 1}.

Figura 49: Domínio da função área hachurada – Ex. 4.

Ex. 5. Seja 𝑓 a função dada por f(𝑥, 𝑦) → 𝑧 onde 𝑧 = 5𝑥²𝑦 − 3𝑥. Determine o
domínio de 𝑓(𝑥, 𝑦). Resolução: O valor de 𝑓 em (𝑥, 𝑦) é 5𝑥²𝑦 − 3𝑥.
Na equação acima 𝑥 e 𝑦 estão sendo vistas como variáveis independentes e
𝑧 como variável dependente. Assim, você pode observar que o domínio de 𝑓 é o ℝ².

Ex. 6. Represente graficamente o domínio da função 𝑤 = 𝑓(𝑢, 𝑣) dada por:


𝑢² + 𝑣² + 𝑤² = 4, 𝑤 ≥ 0

Resolução: trabalhando a função, temos que

𝑢² + 𝑣² + 𝑤² = 4, 𝑤 ≥ 0 ⟹ 𝒘 = √𝟒 − 𝒖² − 𝒗².

Assim, 𝑓 é a função dada por 𝑓(𝑢, 𝑣) = √4 − 𝑢² − 𝑣². Seu domínio é o conjunto


de todos (𝑢, 𝑣), com 4 − 𝑢² − 𝑣² ≥ 0.
4 − 𝑢² − 𝑣² ≥ 0 ⟺ 𝒖² + 𝒗² ≤ 𝟒.

O domínio de 𝑓 é o círculo de raio 2 e centro na origem (Fig. 50).


P á g i n a | 184

Figura 50: Domínio da função área hachurada – Ex. 6.

Ex. 7. Represente graficamente o domínio da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) dada por 𝑧 =


√𝑦 − 𝑥². Resolução: O domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦), deve ser
determinado considerando que o radicando de uma raiz quadrada não pode ser
negativo.
𝑦 − 𝑥2 ≥ 0 → 𝑦 ≥ 𝑥2 → 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 ≥ 𝑥 2 } .
O domínio de 𝑓 está representado na Fig. 51.

Figura 51: Domínio da função área hachurada – Ex. 7.

Ex. 8. Represente graficamente o domínio da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) dada por 𝑧 =


2𝑥+𝑦
Resolução: O domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os pares (𝑥, 𝑦), deve ser
√𝑥 2 −𝑦.

determinado considerando que o radicando de uma raiz quadrada não pode ser
negativo.
𝑥 2 − 𝑦 ≥ 0 → −𝑦 ≥ 𝑥 2 → 𝑦 ≤ 𝑥 2 → 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 ≤ 𝑥 2 } .
O domínio de 𝑓 está representado na Fig. 52.
P á g i n a | 185

Figura 52: Domínio da função área hachurada – Ex. 8.

FUNÇÃO POLINOMIAL: Uma função polinomial de duas variáveis reais a valores


reais é uma função 𝑓: ℝ² → ℝ dada por;

𝑓(𝑥, 𝑦) = ∑ 𝑎𝑚𝑛 𝑥 𝑚 𝑦 𝑛
𝑚+𝑛≤ 𝑝

onde 𝑝 é um natural fixo e os 𝑎𝑚𝑛 são números reais dados; a soma é estendida
a todas as soluções (𝑚, 𝑛), 𝑚 e 𝑛 naturais, da inequação 𝑚 + 𝑛 ≤ 𝑝.
Ex. 9. São Exemplos de Funções Polinomiais:
1
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥³𝑦² − 𝑥𝑦 + √2.
3

b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐, onde 𝑎, 𝑏 , 𝑐 são reais dados. (Tal função denomina-se


𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑎𝑓𝑖𝑚).
FUNÇÃO LINEAR: Toda função 𝑓: ℝ² → ℝ dada por 𝒇(𝒙, 𝒚) = 𝒂𝒙 + 𝒃𝒚
onde 𝑎, 𝑏 são reais dados, denomina-se 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟. (Obs. Toda função linear
é uma função afim).
Ex. 10. São exemplos de Funções Lineares:
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 − 𝑦, com 𝑎 = 3 e b = −1.
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = √3𝑥 + 𝜋𝑦, com 𝑎 = √3 e b = 𝜋.
c) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 − 2𝑦, com 𝑎 = 1 e b = −2.

FUNÇÃO RACIONAL: Toda função 𝑓 dada por ;


𝑝(𝑥, 𝑦)
𝑓(𝑥, 𝑦) =
𝑞(𝑥, 𝑦)
onde 𝑝 e 𝑞 são funções polinomiais, denomina-se 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙. O domínio
de 𝑓 é o conjunto;
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|𝑞(𝑥, 𝑦) ≠ 0}.
P á g i n a | 186

Ex. 11. São exemplos de Função Racional:


𝑥+𝑦
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = . Seu domínio é: 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|𝑥 ≠ 𝑦}.
𝑥−𝑦

𝑥²−3𝑥𝑦 + 1
b) 𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝑥² 𝑦²+1
. Seu domínio é: 𝐷𝑔 = ℝ².

𝑥 2 +𝑥𝑦
c) ℎ(𝑥, 𝑦) = 𝑥² 𝑦²
. Seu domínio é: 𝐷ℎ = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|𝑥 ≠ 0 ou 𝑦 ≠ 0}.

FUNÇÃO HOMOGÊNEA: Uma função 𝑓: 𝐴 → ℝ, 𝐴 ⊂ ℝ², denomina-se


F𝑢𝑛çã𝑜 ℎ𝑜𝑚𝑜𝑔ê𝑛𝑒𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑟𝑎𝑢 𝜆 se;
𝒇(𝒕𝒙, 𝒕𝒚) = 𝒕𝝀 𝒇(𝒙, 𝒚)
para todo 𝑡 > 0 e para todo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴 tais que (𝑡𝑥, 𝑡𝑦) ∈ 𝐴.

Ex. 12. São exemplos de Função Homogênea:


a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥² + 5𝑥𝑦 + 𝑦² é homogênea de grau 2. De fato,
𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 3(𝑡𝑥)2 + 5(𝑡𝑥) (𝑡𝑦) + (𝑡𝑦)2 = 𝑡²(3𝑥 2 + 5𝑥𝑦 + 𝑦 2 )

ou seja,
𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 𝑡 2 𝑓(𝑥, 𝑦).
𝑥
𝑥𝑒 𝑦
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥²+𝑦²
é homogênea de grau -1.

De fato,
𝑡𝑥 𝑥 𝑥
𝑡𝑥𝑒 𝑡𝑦 𝑥𝑒 𝑦 −1
𝑥𝑒 𝑦
𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = = = 𝑡 = 𝑡 −1 𝑓(𝑥, 𝑦).
𝑡²(𝑥 2 + 𝑦 2 ) 𝑡(𝑥 2 + 𝑦 2 ) 𝑥² + 𝑦²
c) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2𝑥 + 𝑦 + 5 não é homogênea.
𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) = 2(𝑡𝑥) + (𝑡𝑦) + 5 = 2𝑡𝑐 + 𝑡𝑦 + 5
𝑡𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑡(2𝑥 + 𝑦 + 5) = 2𝑡𝑥 + 𝑡𝑦 + 5𝑡.
Então, como 𝑓(𝑡𝑥, 𝑡𝑦) ≠ 𝑡𝑓(𝑥, 𝑦), a função não é homogênea.

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 8.1, página 151 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 2 –
Guidorizzi.
P á g i n a | 187

11.1 Funções de três variáveis reais a valores reais. Superfícies de nível

Agora vamos ver uma função de três variáveis reais a valores reais, definida
em 𝐴 ⊂ ℝ³, é uma função que associa, a cada terna ordenada (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐴, um único
número real 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧).
Ex. 13: Seja 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) a função de três variáveis reais a valores reais dada
por:
𝑥+𝑦−𝑧
𝑤= . Determine o domínio dessa função.
𝑥−𝑦+𝑧

Resolução:
O domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os pontos (𝑥, 𝑦, 𝑧) de números reais que
tornam o denominador da função não nulo.
𝑥−𝑦+𝑧 = 0 → 𝑥 ≠ 𝑦 − 𝑧.
O domínio da função é: 𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 |𝑥 ≠ 𝑦 − 𝑧}.

𝑥+𝑦−𝑧
Ex. 14. Considerando a função do exemplo anterior 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = . Calcule:
𝑥−𝑦+𝑧

a) 𝑓(1, 2, 3)
b) 𝑓(𝑎𝑏, 𝑎 + 𝑏, 𝑎 − 𝑏)
c) 𝑓(2, 5, −1)

Resolução: Para determinar os valores de 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧), deve-se substituir os valores


de x, y e z.
1+2−3 0
a) 𝑓(1,2, 3) = = = 0.
1−2+3 2
𝑎𝑏+(𝑎+𝑏)−(𝑎−𝑏) 𝑎𝑏+𝑎+𝑏−𝑎+𝑏 𝑎𝑏+2𝑏 𝑏∙(𝑎+2) 𝒂+𝟐
b) 𝑓(𝑎𝑏, 𝑎 + 𝑏, 𝑎 − 𝑏) = 𝑎𝑏−(𝑎+𝑏)+(𝑎−𝑏)
= 𝑎𝑏−𝑎−𝑏+𝑎−𝑏 = 𝑎𝑏−2𝑏 = 𝑏∙(𝑎−2) = 𝒂−𝟐
.
2+5−(−1) 2+5+1 8
c) 𝑓(2,5, −1) = 2−5+(−1) = 2−5−1 = (−4) = −𝟐.

Ex. 15. Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 √𝑧𝑦 − 1, determine:


a) 𝑓(1, 4,2)
b) 𝑓(−1,1, 9)
c) 𝑓(𝑎, 𝑎𝑏, 𝑏)
d) 𝑓(1, 1,1)
e) 𝑓(𝑎, 𝑎2 , 𝑎4 )
f) 𝑓(2, 4, 4)
P á g i n a | 188

Resolução: Para determinar os valores de 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧), deve-se substituir os valores


de x, y e z.
a) 𝑓(1, 4, 2) = (1)2 √2 ∙ 4 − 1 = 1 ∙ √8 − 1 = 𝟐√𝟐 − 𝟏.
b) 𝑓(−1, 1, 9) = (−1)2 √9 ∙ 1 − 1 = 1 ∙ √9 − 1 = 1 ∙ 3 − 1 = 3 − 1 = 𝟐.
c) 𝑓(𝑎, 𝑎𝑏, 𝑏) = (𝑎)2 √𝑏 ∙ 𝑎𝑏 − 1 = 𝑎2 √𝑎𝑏 2 − 1 = 𝒂𝟐 𝒃√𝒂 − 𝟏.
d) 𝑓(1, 1, 1) = (1)2 √1 ∙ 1 − 1 = 1 ∙ √1 − 1 = 1 − 1 = 𝟎.
e) 𝑓(𝑎, 𝑎2 , 𝑎4 ) = (𝑎)2 √𝑎4 ∙ 𝑎2 − 1 = 𝑎2 ∙ √𝑎6 − 1 = 𝑎2 ∙ 𝑎3 − 1 = 𝒂𝟓 − 𝟏.
f) 𝑓(2, 4, 4) = (2)2 √4 ∙ 4 − 1 = 4 ∙ √16 − 1 = 4 ∙ 4 − 1 = 16 − 1 = 𝟏𝟓.
Resumo

Nesta aula vimos:

 Uma função de duas variáveis reais a valores reais associa, a cada par
(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴, um único número real, ou seja, 𝑓(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ.
 Uma função de três variáveis reais a valores reais, definida em 𝐴 ⊂ ℝ³, é
uma função que associa, a cada terna ordenada (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐴, um único
número real
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 11

ATIVIDADE

1) Seja 𝑓 a função dada por f(𝑥, 𝑦) → 𝑧 onde 𝑧 = √5𝑥𝑦² − 3𝑦. Determine o


domínio de 𝑓(𝑥, 𝑦).

√5𝑥𝑦²
2) Seja 𝑓 a função dada por f(𝑥, 𝑦, 𝑧) → 𝑤 onde 𝑤 = 𝑧
. Determine o domínio

de 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧).

3) Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑦 2 − 𝑧𝑥 2 + 𝑥𝑦𝑧 2 . O valor da função no ponto (1, 2,


-2) é
a) 10. d) 11,5.
b) 12. e) 15.
c) 14.

√𝑥−5
4) O domínio da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 2 −4
é o conjunto

a) {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑥 ≠ 5 e − 2 < y < 2}. d) {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑥 ≥ 5 e y ≠ 2}.


b) {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑥 ≤ 5 e − 2 ≤ y < 2}. e){(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑥 > 5 e y ≠ −2 ou y ≠ 2}.
c) {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑥 > 5 e − 2 < y ≤ 2}.
Aula 12
Gráficos de funções de mais de uma
variável real

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula iremos trabalhar a representação gráfica de funções com mais de


uma variável, dando ênfase principalmente à função de duas variáveis reais
𝑓(𝑥, 𝑦): ℝ2 → ℝ.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Representar graficamente funções do tipo 𝑓(𝑥, 𝑦): ℝ2 → ℝ.


 Representar o domínio da função 𝑓 como superfícies de nível, para dar
uma idéia do gráfico de funções do tipo 𝑓(𝑥, 𝑦): ℝ3 → ℝ.
P á g i n a | 193

12 GRÁFICO E CURVAS DE NÍVEL

Função de duas variáveis


Tomemos então uma função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴, uma função de duas
variáveis reais. O conjunto:

𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ³|𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴}

denomina-se 𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜 de 𝑓.
Munindo-se o espaço de um sistema ortogonal de coordenadas cartesianas,
o gráfico de 𝑓 pode então ser pensado como o lugar geométrico descrito pelo ponto
(𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)), quando (𝑥, 𝑦) percorre o domínio de 𝑓 (Fig. 53)

Figura 53: Gráfico de uma função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚).

A representação geométrica do gráfico de uma função de duas variáveis não


é tarefa das mais fáceis, mas te convido para encarar isso como um desafio. Então
vamos começar assim, em vez de tentar a princípio uma visão geométrica da
função, lancemos mão de 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑛í𝑣𝑒𝑙, cuja representação geométrica é sempre
mais fácil de ser obtida do que o gráfico da função.
Sejam 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) uma função e 𝑐 ∈ 𝑙𝑚 𝑓.
O subconjunto de todos os pontos (𝑥, 𝑦) de 𝐷𝑓 tais que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 denomina-se
𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑓 correspondente ao nível 𝑧 = 𝑐. Assim, 𝑓 é 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 sobre cada
curva de nível.
O gráfico de 𝑓 é um 𝑠𝑢𝑏𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 ℝ³.
P á g i n a | 194

Cada curva de nível é um subconjunto do domínio de 𝑓 no plano ℝ².

Ex. 1. Represente graficamente a função constante 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑘.


Resolução: Como a função é constante, ou seja, z=k, então para qualquer par
ordenado (x,y) z terá o mesmo valor, portanto o gráfico da função constante 𝑓(𝑥, 𝑦) =
𝑘 é um plano paralelo ao plano 𝑥𝑦 (Fig. 54)

Figura 54: Gráfico de uma função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚) = 𝒌 do Ex. 1.

Ex. 2. Represente graficamente a função linear 𝑧 = 2𝑥 + 𝑦.


Resolução:
O gráfico da função linear dada por 𝑧 = 2𝑥 + 𝑦 é um plano passando pela
origem e normal ao vetor 𝑛⃗ = (2, 1, −1), como podemos depreender de:

𝑧 = 2𝑥 + 𝑦 ⇔ 2𝑥 + 𝑦 − 𝑧 = 0 ⇔ (2, 1, −1). [(𝑥, 𝑦, 𝑧) − (0, 0, 0)] = 0.

Tal plano (Fig. 55) é determinado pelas retas:

𝑥=0 𝑦=0
{ e {
𝑧=𝑦 𝑧 = 2𝑥.
P á g i n a | 195

Figura 55: Gráfico da função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚) do Ex. 2.

Ex. 3. Seja a função afim 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐. Determine o plano que


delimita o gráfico da função. Resolução:
O gráfico da função afim dada por 𝑧 = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 é um plano normal ao vetor
𝑛⃗ = (𝑎, 𝑏, −1), passando pelo ponto (0, 0, c):
𝑧 = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 ⇔ 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 − 𝑧 + 𝑐 = 0 ⇔ (𝑎, 𝑏, −1). [(𝑥, 𝑦, 𝑧) − (0, 0, 𝑐)] = 0.

Tal plano é determinado pelas retas:

𝑥=0 𝑦=0
{ 𝑒 {
𝑧 = 𝑏𝑦 + 𝑐 𝑧 = 𝑎𝑥 + 𝑐.

Ex. 4. Desenhe as curvas de nível de 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 𝑦 2 .Resolução:


Como você pode observar de modo bem fácil, por estarem elevados ao
quadrado, tanto x, quanto y na função, z é sempre um número positivo. Então, o
conjunto imagem de 𝑓 é o conjunto de todos os reais 𝑧 ≥ 0.
Tomemos um valor constante c, tal que 𝑐 ≥ 0. Então, a curva de nível
correspondente a 𝑧 = 𝑐 é;
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 𝑜𝑢 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑐.

Se lembrarmos da geometria, vamos facilmente concluir que 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑐 é o


gráfico de uma circunferência de raio 𝑟 = √𝑐. Assim, as curvas de nível (𝑐 > 0) são
circunferências concêntricas de centro na origem. Sobre cada curva de nível 𝑥 2 +
𝑦² = 𝑐 a função assume sempre o mesmo valor 𝑐. A curva de nível correspondente a
𝑐 = 0 é o ponto (0,0) e as demais são circunferências de raio 𝑟 = √𝑐 (Fig. 56).
P á g i n a | 196

Figura 56: Gráfico da função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚) do Ex. 4.

Ex. 5. Esboce o gráfico de 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥² + 𝑦².


Resolução:
No exemplo anterior, vimos que as curvas de nível da função 𝑓(𝑥, 𝑦) são
circunferências de raio √𝑐, começando do ponto 0. Se olharmos as interseções de 𝑓
com os planos 𝑥 e 𝑦, temos que:
- A interseção do gráfico de 𝑓 com o plano 𝑥 = 0 é a parábola 𝑧 = 𝑦 2 localizada
no plano 𝑥𝑧.
- A interseção do gráfico de 𝑓 com o plano 𝑧 = 𝑐 (𝑐 > 0) é a circunferência 𝑥² +
𝑦² = 𝑐 de centro no eixo 𝑧 e localizada no plano 𝑧 = 𝑐. Assim, o gráfico de 𝑓 é obtido
𝑥=0
girando, em torno do eixo 𝑧, a parábola { , conforme gráfico da Fig. 57.
𝑧 = 𝑦²

Figura 57: Gráfico da função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚) do Ex. 5.

O gráfico de 𝑓 é um 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑏𝑜𝑙ó𝑖𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 (Fig. 58).


Observe que a curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 nada mais é que a projeção no plano
𝑥𝑦 da interseção do gráfico de 𝑓 com com o plano 𝑧 = 𝑐.
P á g i n a | 197

Figura 58: Parabolóide de rotação - Ex. 5.

Observação
𝑥² 𝑦2
O gráfico da função dada por 𝑧 = 𝑎² + 𝑏2 (𝑎 > 0 𝑒 𝑏 > 0) é uma

superfície denominada 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑏𝑜𝑙ó𝑖𝑑𝑒 𝑒𝑙í𝑝𝑡𝑖𝑐𝑜. Se 𝑎 = 𝑏, temos o


𝑝𝑎𝑟𝑎𝑏𝑜𝑙ó𝑖𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜.

1
Ex. 6. Seja 𝑓 a função dada por 𝑧 = 𝑥²+𝑦².

a) Determine o domínio e a imagem.


b) Desenhe as curvas de nível.
c) Esboce o gráfico.
Resolução:
a) O denominador da função não pode ser nulo, assim, nem x, nem y podem
ser 0:
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ²|(𝑥, 𝑦) ≠ (0,0)}
Como 1 dividido por nenhum número será igual a zero:
𝑙𝑚 𝑓 = {𝑧 ∈ ℝ|𝑧 > 0}.

b) A curva de nível corresponde a 𝑧 = 𝑐 (𝑐 > 0) é;


1 1
=𝑐 ou 𝑥² + 𝑦² = .
𝑥² + 𝑦² 𝑐

As curvas de nível são então circunferências concêntricas de centro na origem


1
e raio 𝑟 = √𝑐 (Fig. 59).
P á g i n a | 198

Figura 59: Curvas de Nível do Ex. 6.

Quando 𝑐 tende a +∞, o raio tende a zero. Por outro lado, quando 𝑐 tende a
zero, o raio tende a +∞.
𝑥=0
c) O plano 𝑥 = 0 intercepta o gráfico de 𝑓 segunda a curva {𝑧 = 1 .
𝑦²

Para cada 𝑐 > 0, o plano 𝑧 = 𝑐 intercepta o gráfico de 𝑓 segundo a


circunferência;
𝑧=𝑐
{𝑥² + 𝑦² = 1.
𝑐

O gráfico de 𝑓 (Fig. 60) é obtido, então, girando em torno do eixo 𝑧, a curva


𝑥=0
{𝑧 = 1 .
𝑦²

Figura 60: Gráfico da função do Ex. 6.

A seguir, nas figuras Fig. 61 e Fig. 65, são apresentados alguns casos de
representação gráfica de funções com duas variáveis reais que são importantes de
serem lembrados.
 Plano:
P á g i n a | 199

Figura 61: Gráfico da função 𝒛 = 𝒂𝒙 + 𝒃𝒚 + 𝒄.

Fonte: PUCRGS (2017, s.p)

 Parabolóide Elíptico:

Figura 62: Gráfico da função 𝒛 = 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒚𝟐 + 𝒄.

Fonte: PUCRGS (2017, s.p)

 Parabolóide Hiperbólico:

Figura 63: Gráfico da função 𝒛 = 𝒂𝒙𝟐 − 𝒃𝒚𝟐 + 𝒄.

Fonte: PUCRGS (2017, s.p)

 Metade de uma superfície esférica de raio r:


P á g i n a | 200

Figura 64: Gráfico da função 𝒛 = √𝒓𝟐 − 𝒙𝟐 − 𝒚𝟐 .

Fonte: PUCRGS (2017)

 Metade de uma superfície cônica:

Figura 65: Gráfico da função 𝒛 = √𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 .

Fonte: PUCRGS (2017)

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 8.2, página 159 a 161 do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 2 – Guidorizzi.

12.1 Gráfico e curvas de nível

Função de três variáveis


O gráfico da função 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) é o conjunto:

𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤) ∈ ℝ4 | 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧), (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐴}.


P á g i n a | 201

O gráfico de 𝑓 é então um subconjunto do ℝ4 .


Representar geometricamente uma função com quatro eixos ortogonais entre
si, ainda não é possível. Assim, para que possamos ter alguma noção da
representação gráfica dessa função, para se ter uma visão geométrica, podemos
nos valer de suas superfícies de nível. Seja 𝑐 ∈ 𝑙𝑚 𝑓 o conjunto de todos os pontos
(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐴 tais que 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐, denomina-se superfície de nível correspondente ao
nível 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐.

Ex. 7. Seja 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑦. Para cada real 𝑐, a superfície de nível correspondente


a 𝑤 = 𝑐 é o plano 𝑦 = 𝑐 (Fig. 66).

Figura 66: Plano C, da curva de nível que representa a função 𝒘 = 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) – Ex. 7.

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 8.3 da página 162 do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 2 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula vimos:

 O gráfico de 𝑓(𝑥, 𝑦) é um subconjunto do ℝ3 , representado


graficamente no espaço.
 O subconjunto de todos os pontos (𝑥, 𝑦) de 𝐷𝑓 tais que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐
denomina-se 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑓 correspondente ao nível 𝑧 = 𝑐.
 Cada curva de nível é um subconjunto do domínio de 𝑓 no plano ℝ².
 O gráfico de 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑥) é um subconjunto do ℝ4 , não nos sendo possível,
portanto, representá-lo geometricamente, a não ser pelo uso de
𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑛í𝑣𝑒𝑙.
 Cada superfície de nível é um subconjunto do domínio de 𝑓 no plano
ℝ3 .
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 12

ATIVIDADE

1) Desenhe as curvas de nível da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 𝑦.

2) Seja 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧. Para cada real 𝑐, determine e represente


geometricamente a superfície de nível correspondente a 𝑤 = 𝑐.

3) Seja a função afim 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = −𝑥 − 𝑦 + 4. Determine o plano que delimita


o gráfico da função.

1
4) Seja 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) a função dada por 𝑧 = .
2𝑥+𝑦

a) Determine o domínio e a imagem.


b) Desenhe as curvas de nível.
c) Esboce o gráfico.
Aula 13
Derivadas parciais

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula iremos apresentar para você uma nova análise usando funções de
duas ou mais variáveis, que é a derivada desses tipos de funções.
Você aprendeu em Cálculo I a calcular deriva de uma função definida
apenas para uma variável. Vamos tentar de forma análoga apresentar as derivadas
parciais, como uma forma de derivar funções com mais de uma variável.
Nessa aula também iremos apresentar outras aplicações e formulações.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Calcular a derivada parcial de uma função do tipo 𝑓(𝑥, 𝑦): ℝ2 → ℝ.


 Aplicar as derivadas parciais para resolver problemas práticos.
 Calcular derivadas parciais de ordem superior de uma função do tipo
𝑓(𝑥, 𝑦): ℝ2 → ℝ.
 Aplicar as derivadas parciais para resolver outros problemas práticos.
P á g i n a | 206

13 DERIVADAS PARCIAIS

A derivada é um operador matemático que é calculado em relação a uma


variável independente. Sendo assim, quando trabalhamos com funções com duas
ou mais variáveis independentes, o que podemos fazer é determinar a derivada com
relação a uma das variáveis, enquanto as demais são consideradas como
constantes. A esse processo damos o nome de derivação parcial. Então, para
entender como isso se dá, vamos considerar primeiramente uma função uma função
real de duas variáveis reais 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com o par (𝑥0 , 𝑦0 ) ∈ 𝐷𝑓 . Se fixamos 𝑦0 , um valor
constante, podemos considerar a função 𝑔 de uma variável dada por:
𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥, 𝑦0 ).

A derivada desta função no ponto 𝑥 = 𝑥0 (caso exista) denomina-se derivada


parcial de f em relação a 𝒙, no ponto (𝑥0 , 𝑦0 ) e indica-se com uma dessas notações:
𝜕𝑓 𝜕𝑧 𝑥 = 𝑥0
(𝑥 , 𝑦 ) 𝑜𝑢 |
𝜕𝑥 0 0 𝜕𝑥 𝑦 = 𝑦0

𝜕𝑓
Assim, podemos afirmar que (𝑥0 , 𝑦0 ) = 𝑔′ (𝑥0 ).
𝜕𝑥

De acordo com a definição de derivada, vista em Cálculo Diferencial e


Integral I, temos:
𝜕𝑓 𝑔(𝑥) − 𝑔(𝑥0 )
(𝑥0 , 𝑦0 ) = 𝑔′ (𝑥0 ) = lim
𝜕𝑥 𝑥→𝑥0 𝑥 − 𝑥0

ou seja,
𝜕𝑓 𝑓(𝑥, 𝑦0 ) − 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 )
(𝑥0 , 𝑦0 ) = lim
𝜕𝑥 𝑥→𝑥0 𝑥 − 𝑥0

ou, ainda,
𝜕𝑓 𝑓(𝑥0 + 𝛥𝑥, 𝑦0 ) − 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 )
(𝑥0 , 𝑦0 ) = lim
𝜕𝑥 𝛥𝑥→0 𝛥𝑥

𝜕𝑓
Seja 𝐴 o subconjunto de 𝐷𝑓 formado por todos os pontos (𝑥, 𝑦) tais que 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦)
𝜕𝑓
existe; fica assim definida uma nova função, indicada por e definida em 𝐴, que a
𝜕𝑥
𝜕𝑓
cada (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐴 associa o número 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦), onde;
P á g i n a | 207

𝜕𝑓 𝑓(𝑥 + 𝛥𝑥, 𝑦) − 𝑓(𝑥, 𝑦)


(𝑥, 𝑦) = lim
𝜕𝑥 𝛥𝑥→0 𝛥𝑥

Tal função denomina-se função derivada parcial de 1ª ordem de 𝑓, em


relação a 𝑥, ou, simplesmente, derivada parcial de 𝑓 em relação a 𝑥. Outra notação
𝜕𝑓
possível para a derivada parcial de 𝑓 é 𝑓𝑥 = ;
𝜕𝑥

De modo análogo, define-se derivada parcial de 𝑓, em relação a 𝑦, no ponto


𝜕𝑓 𝜕𝑧 𝑥=𝑥
(𝑥0 , 𝑦0 ) que se indica por 𝜕𝑦 (𝑥0 , 𝑦0 ) 𝑜𝑢 𝜕𝑦
|𝑦=𝑦0 :
0

𝜕𝑓 𝑓(𝑥0 , 𝑦) − 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 )
(𝑥0 , 𝑦0 ) = lim
𝜕𝑦 𝑦→𝑦0 𝑦 − 𝑦0
Ou,
𝜕𝑓 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 + 𝛥𝑦 ) − 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 )
(𝑥0 , 𝑦0 ) = lim .
𝜕𝑥 𝛥𝑦→0 𝛥𝑦

𝜕𝑓
Para se calcular (𝑥0 , 𝑦0 ) fixa-se 𝑦 = 𝑦0 em 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) e calcula-se a derivada
𝜕𝑥
𝜕𝑓 𝜕𝑓
de 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥, 𝑥0 ) em 𝑥 = 𝑥0 : (𝑥0 , 𝑦0 ) = 𝑔′ (𝑥0 ). Da mesma forma (𝑥, 𝑦) ou 𝑓𝑥 é a
𝜕𝑥 𝜕𝑥

derivada, em relação a 𝑥, de 𝑓(𝑥, 𝑦), mantendo-se 𝑦 constante. Por outro lado,


𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) ou 𝑓𝑦 é a derivada, em relação a 𝑦, de 𝑓(𝑥, 𝑦), mantendo-se 𝑥 constante.
𝜕𝑦

Ex. 1. Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2𝑥𝑦 − 4𝑦. Calcule:


𝝏𝒇
a) (𝒙, 𝒚)
𝝏𝒙
𝝏𝒇
b) 𝝏𝒚 (𝒙, 𝒚)

c) 𝒇𝒙 (𝟏, 𝟏)
d) 𝒇𝒚 (−𝟏, 𝟏)

Resolução:
𝝏𝒇
a) Para determinar (𝒙, 𝒚) consideramos olhar 𝒚 como constante e derivamos
𝝏𝒙

em relação a 𝒙:
𝜕𝑓 𝜕
(𝑥, 𝑦) = (2𝑥𝑦 − 4𝑦) = 𝟐𝒚.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Pois,
𝜕 𝜕
(2𝑥𝑦) = 2𝑦 𝑒 (−4𝑦) = 0.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Por limite:
P á g i n a | 208

𝜕𝑓 𝑓(𝑥 + 𝛥𝑥, 𝑦) − 𝑓(𝑥, 𝑦)


(𝑥, 𝑦) = lim
𝜕𝑥 𝛥𝑥→0 𝛥𝑥
2(𝑥 + 𝛥𝑥)𝑦 − 4𝑦 − 2𝑥𝑦 + 4𝑦
= lim = 𝟐𝒚.
𝛥𝑥→0 𝛥𝑥

𝝏𝒇
b) Para determinar 𝝏𝒚 (𝒙, 𝒚) consideramos olhar 𝒙 como constante e derivamos

em relação a 𝒚:
𝜕𝑓 𝜕 𝜕 𝜕
(𝑥, 𝑦) = (2𝑥𝑦 − 4𝑦) = (2𝑥𝑦) − (4𝑦) = 𝟐𝒙 − 𝟒.
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦

𝝏𝒇
c) Da letra a temos que para todo (𝒙, 𝒚) em ℝ𝟐 , 𝒇𝒙 = 𝝏𝒙 (𝒙, 𝒚) = 𝟐𝒚. Daí,

𝑓𝑥 (1, 1) = 2 ∙ 1 = 𝟐.

𝝏𝒇
d) Conforme 𝒃, para todo (𝒙, 𝒚) em ℝ𝟐 , 𝒇𝒚 = (𝒙, 𝒚) = 𝟐𝒙 − 𝟒. Logo
𝝏𝒚

𝑓𝑦 (−1, 1) = 2 ∙ (−1) − 4 = −𝟔.

Ex. 2. Considere a função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) dada por 𝑧 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(𝑥 2 + 𝑦 2 ). Calcule:


𝝏𝒛
a) 𝝏𝒙
𝝏𝒛
b) 𝝏𝒚
𝝏𝒛
c) 𝝏𝒙 |𝒙=𝟏
𝒚=𝟏
= 𝒇𝒙 (𝟏, 𝟏)
𝝏𝒛
d) 𝝏𝒚 |𝒙=𝟎
𝒚=𝟎
= 𝒇𝒚 (𝟎, 𝟎)

Resolução:
𝝏𝒛 𝝏 𝟏 𝝏
a) 𝝏𝒙 = 𝝏𝒙
(𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈(𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )) = ∙ (𝒙𝟐
𝟏+(𝒙𝟐 +𝒚𝟐 )𝟐 𝝏𝒙
+ 𝒚𝟐 )

ou seja,
𝝏𝒛 𝟐𝒙
= .
𝝏𝒙 𝟏 + (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )𝟐

𝝏𝒛 𝝏 𝟏 𝝏
b) 𝝏𝒙 = 𝝏𝒚
( 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈 (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )) = 𝟏+(𝒙𝟐 +𝒚𝟐 )²
. 𝝏𝒚 (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 ),

ou seja,
𝝏𝒛 𝟐𝒚
= .
𝝏𝒚 𝟏 + (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )²
P á g i n a | 209

𝝏𝒛 𝟐∙𝟏 𝟐 𝟐 𝟐
c) 𝝏𝒙 |𝒙=𝟏
𝒚=𝟏
= 𝟏+(𝟏𝟐 +𝟏𝟐 )𝟐
= 𝟏+𝟐𝟐 = 𝟏+𝟒 = 𝟓 .

𝝏𝒛 𝟐∙𝟎 𝟎 𝟎
d) 𝝏𝒚 |𝒙=𝟎
𝒚=𝟎
= 𝟏+(𝟎𝟐 +𝟎𝟐 )𝟐
= 𝟏+𝟎𝟐 = 𝟏 = 𝟎.

𝜕𝑧 𝜕𝑧
Ex. 3. Calcule as derivadas parciais 𝜕𝑥
e 𝜕𝑦
função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = (𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦)5 .

Resolução:
𝜕𝑧 𝜕 𝜕 2
= [(𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦)5 ] = 5 ∙ (𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦)4 ∙ (𝑥 + 𝑥𝑦 + 𝑦)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝝏𝒛 𝟒
= 𝟓 ∙ (𝒙𝟐 + 𝒙𝒚 + 𝒚) ∙ (𝟐𝒙 + 𝒚).
𝝏𝒙
𝜕𝑧 𝜕 𝜕 2
= [(𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦)5 ] = 5 ∙ (𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦)4 ∙ (𝑥 + 𝑥𝑦 + 𝑦)
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝝏𝒛 𝟒
= 𝟓 ∙ (𝒙𝟐 + 𝒙𝒚 + 𝒚) ∙ (𝒙 + 𝟏).
𝝏𝒚

Ex. 4. Calcule as derivadas parciais 𝑧𝑥 e 𝑧𝑦 função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 .


Resolução:
𝜕𝑧 𝜕 𝜕
= (𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ) = 𝑒 −2𝑥𝑦 + 𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ∙ (−2𝑥𝑦) = 𝑒 −2𝑥𝑦 + 𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ∙ (−2𝑦)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝝏𝒛
𝒛𝒙 = = 𝒆−𝟐𝒙𝒚 ∙ (𝟏 − 𝟐𝒙𝒚).
𝝏𝒙
𝜕𝑧 𝜕 𝜕
= (𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ) = (𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ) ∙ (−2𝑥𝑦) = (𝑥𝑒 −2𝑥𝑦 ) ∙ (−2𝑥)
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝝏𝒛
𝒛𝒚 = = −𝟐𝒙𝟐 𝒆−𝟐𝒙𝒚 .
𝝏𝒚

Ex. 5. Estima-se que a produção semanal de uma fábrica é dada ela função
𝑄(𝑥, 𝑦) = 1200𝑥 + 500𝑦 + 𝑥 2 𝑦 − 𝑥 3 − 𝑦 2 unidades, onde 𝑥 é o número de operários
especializados e 𝑦 o número de operários não especializados utilizados no trabalho.
No momento, a mão de obra disponível é constituída por 30 operários especializados
e 60 não especializados. Use a análise marginal para estimar a variação da produção
se mais 1 operário especializado for contratado e o número de operários não
especializados permanecer constante. Resolução:
Em economia, o termo análise marginal se refere ao uso de uma derivada para
estimar a variação do valor de uma função em consequência de uma mudança no
valor de uma das variáveis.
P á g i n a | 210

𝜕𝑄 𝜕
= (1200𝑥 + 500𝑦 + 𝑥 2 𝑦 − 𝑥 3 − 𝑦 2 ) = 1200 + 2𝑥𝑦 − 3𝑥 2 .
𝜕𝑥 𝜕𝑥

𝜕𝑄
𝜕𝑥
é a taxa de variação da produção com o número de operários

especializados. Para quaisquer valores de 𝑥 e 𝑦, esta é uma aproximação do número


de unidades a mais que serão produzidas por semana se o número de operários
especializados aumentar de 𝑥 para 𝑥 + 1 e o número 𝑦 de operários não
especializados permanecer constante. Estima-se a variação da produção com
operários especializados em
𝜕𝑄
(31, 60) = 1200 + 2(31)(60) − 3(31)2 = 𝟐𝟎𝟑𝟕 𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬.
𝜕𝑥

Agora vamos destacar alguns exemplos utilizando funções definidas ou dadas


implicitamente.
Seja a função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) dada implicitamente pela equação 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0 se,
para todo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 , 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)) = 0.

Por exemplo, a função 𝑧 = √1 − 𝑥² − 𝑦² , 𝑥² + 𝑦² < 1, é dada implicitamente


pela equação 𝑥² + 𝑦² + 𝑧² = 1, pois para todo (𝑥, 𝑦) no seu domínio, 𝑥² + 𝑦² +
2
(√1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 ) = 1.

As funções 𝑧 = √1 − 𝑥² − 𝑦², 𝑥² + 𝑦² ≤ 1 , e 𝑧 = −√1 − 𝑥² − 𝑦², 𝑥² + 𝑦² ≤ 1, são


também, dadas implicitamente pela equação 𝑥² + 𝑦² + 𝑧² = 1.
Ex. 6. Sendo 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) dada implicitamente por 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 = 1, 𝑧 > 0, calcule:
𝝏𝒛
a)
𝝏𝒙
𝝏𝒛
b) 𝝏𝒚

Resolução:

a) Podemos definir a função 𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚) como 𝒛 = √𝟏 − 𝒙² − 𝒚², 𝒙² + 𝒚² < 𝟏.


Assim,
𝜕𝑧 𝜕 1 1 1 𝜕
= [(1 − 𝑥² − 𝑦²) ⁄2 ] = (1 − 𝑥² − 𝑦²)−2 ∙ (1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 2 𝜕𝑥
𝜕𝑧 1 1 1
= (1 − 𝑥² − 𝑦²)−2 ∙ (−2𝑥) = ∙ (−2𝑥)
𝜕𝑥 2 2√1 − 𝑥² − 𝑦²
ou seja,
P á g i n a | 211

𝝏𝒛 𝒙
=− , 𝒙² + 𝒚² < 𝟏.
𝝏𝒙 √𝟏 − 𝒙² − 𝒚²

Outra forma de calcular quanto a função é dada implicitamente é


trabalharmos direto com a equação 𝑥² + 𝑦² + 𝑧² = 1:
𝜕 2 𝜕
(𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧 2 ) = (1)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕 2 𝜕 2
(𝑥 + 𝑦 2 ) + (𝑧 ) = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕𝑧
2𝑥 + 2𝑧 = 0 → 2𝑧 = −2𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝑥 𝑥
= − = − , 𝑥² + 𝑦² < 1.
𝜕𝑥 𝑧 √1 − 𝑥 2 − 𝑦 2

b) Calculando diretamente da função implícita:


𝜕 2 𝜕
(𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧 2 ) = (1)
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕 2 𝜕 2
(𝑥 + 𝑦 2 ) + (𝑧 ) = 0
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝜕𝑧
2𝑦 + 2𝑧 = 0 → 2𝑧 = −2𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝑦 𝑦
= − = − , 𝑥² + 𝑦² < 1.
𝜕𝑥 𝑧 √1 − 𝑥 2 − 𝑦 2
P á g i n a | 212

𝜕𝑓
CUIDADOS COM NOTAÇÕES: A notação (𝑥, 𝑦), como vimos, indica
𝜕𝑥

a derivada de 𝑓(𝑥, 𝑦) em relação a 𝑥, onde 𝑦 é olhado como 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒, ou


𝑑
seja, como 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 de 𝑥. Por outro lado, a notação 𝑑𝑥 [𝑓(𝑥, 𝑦)] indica a

derivada de 𝑓(𝑥, 𝑦), onde 𝑦 deve ser olhado (quando nada for dito em
contrário) 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑒 𝑥. As notações foram criadas para serem usadas
𝜕 𝑑
corretamente. Portanto, não confunda 𝜕𝑥 com 𝑑𝑥.
𝜕 𝑑 𝑑
Ex. . 𝜕𝑥
(𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 2𝑥, enquanto
𝑑𝑥
(𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 2𝑥 + 𝑑𝑥 (𝑦 2 ) = 2𝑥 +
𝑑𝑦
2𝑦 𝑑𝑥.

Ex. 7. Suponha que 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) seja dada implicitamente pela equação:


𝑒 𝑥𝑦𝑧 = 𝑥² + 𝑦² + 𝑧².
𝜕𝑧
Suponha que 𝑓 admita derivada parcial em relação a 𝑥, expresse em termos
𝜕𝑥

de 𝑥, 𝑦 e 𝑧.
Resolução: Para todo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 ,
𝜕 𝑥𝑦𝑧 𝜕 2
(𝑒 ) = (𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧 2 ).
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Temos:
𝜕 𝑥𝑦𝑧 𝜕 𝜕𝑧
(𝑒 ) = 𝑒 𝑥𝑦𝑧 (𝑥𝑦𝑧) = 𝑒 𝑥𝑦𝑧 (𝑦𝑧 + 𝑥𝑦 )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
e,
𝜕 2 𝜕𝑧
(𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧 2 ) = 2𝑥 + 2𝑧 .
𝜕𝑥 𝜕𝑥
Assim,
𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝑒 𝑥𝑦𝑧 (𝑦𝑧 + 𝑥𝑦 ) = 2𝑥 + 2𝑧 ,
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝑦𝑧𝑒 𝑥𝑦𝑧 + 𝑥𝑦𝑒 𝑥𝑦𝑧 = 2𝑥 + 2𝑧 ,
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝑥𝑦𝑒 𝑥𝑦𝑧 − 2𝑧 = 2𝑥 − 𝑦𝑧𝑒 𝑥𝑦𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧
(𝑥𝑦𝑒 𝑥𝑦𝑧 − 2𝑧) = 2𝑥 − 𝑦𝑧𝑒 𝑥𝑦𝑧
𝜕𝑥
ou seja,
𝜕𝑧 2𝑥 − 𝑦𝑧 𝑒 𝑥𝑦𝑧
=
𝜕𝑥 𝑥𝑦 𝑒 𝑥𝑦𝑧 − 2𝑧

em todo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 com 𝑥𝑦 𝑒 𝑥𝑦𝑧 − 2𝑧 ≠ 0.


P á g i n a | 213

Ex. 8: Seja 𝜙 ∶ ℝ → ℝ uma função de uma variável e derivável. Considere a


função 𝑔 dada por 𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝜙(𝑥 2 + 𝑦 2 ). Verifique que:
𝜕𝑔 𝜕𝑔
(1, 1) = (1, 1).
𝜕𝑥 𝜕𝑦

Resolução:
𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝜙 onde 𝑢 = 𝑥² + 𝑦².

Então,
𝜕𝑔 𝜕𝑢
(𝑥, 𝑦) = 𝜙 ′ (𝑢)
𝜕𝑥 𝜕𝑥

ou seja,
𝜕𝑔
(𝑥, 𝑦) = 𝜙 ′ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) ∙ 2𝑥.
𝜕𝑥

Da mesma forma,
𝜕𝑔 𝜕
(𝑥, 𝑦) = 𝜙 ′ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) ∙ (𝑥 2 + 𝑦 2 )
𝜕𝑦 𝜕𝑦

ou seja,
𝜕𝑔
(𝑥, 𝑦) = 𝜙 ′ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) ∙ 2𝑦.
𝜕𝑦

Assim,
𝝏𝒈 𝝏𝒈
(𝟏, 𝟏) = 𝟐 𝝓′ (𝟐) = (𝟏, 𝟏).
𝝏𝒙 𝝏𝒚

OBSERVAÇÃO: Se no exemplo anterior a função 𝜙 fosse, por exemplo, a função


seno, teríamos:
𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 2 + 𝑦 2 )

e, assim,
𝜕𝑔 𝜕
(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛′ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) ∙ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 2𝑥 ∙ cos(𝑥 2 + 𝑦 2 )
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑔
(1, 1) = 2 ∙ cos(2)
𝜕𝑥
P á g i n a | 214

𝜕𝑔 𝜕 2
(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛′ (𝑥 2 + 𝑦 2 ) ∙ (𝑥 + 𝑦 2 ) = 2𝑦 ∙ cos(𝑥 2 + 𝑦 2 ).
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑔
(1, 1) = 2 ∙ cos(2)
𝜕𝑦
Assim,
𝝏𝒈 𝝏𝒈
(𝟏, 𝟏) = 𝟐 𝒄𝒐𝒔(𝟐) = (𝟏, 𝟏).
𝝏𝒙 𝝏𝒚

𝑥 3 −𝑦²
, 𝑠𝑒 (𝑥, 𝑦) ≠ (0, 0)
Ex. 9: Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) = { 𝑥²+𝑦² .
0 , 𝑠𝑒 (𝑥, 𝑦) = (0,0)
Determine:
𝝏𝒇 𝝏𝒇
a) b)
𝝏𝒙 𝝏𝒚

Resolução:
a) Nos pontos (𝒙, 𝒚) ≠ (𝟎, 𝟎) podemos aplicar a regra do quociente
𝜕𝑓 (3𝑥² )(𝑥 2 + 𝑦 2 ) − (𝑥 3 − 𝑦 2 )(2𝑥) 3𝑥 4 + 3𝑥 2 𝑦 2 − 2𝑥 4 + 2𝑥𝑦 2
(𝑥, 𝑦) = =
𝜕𝑥 (𝑥 2 + 𝑦 2 )² (𝑥 2 + 𝑦 2 )²
𝜕𝑓 𝑥 4 + 3𝑥²𝑦² + 2𝑥𝑦²
(𝑥, 𝑦) = .
𝜕𝑥 (𝑥 2 + 𝑦 2 )²

𝜕𝑓
Em (0, 0), podemos calcular 𝜕𝑥 (0, 0) por limite:
𝜕𝑓 𝑓(𝑥, 0) − 𝑓(0, 0)
(0, 0) = lim .
𝜕𝑥 𝑥→0 𝑥−0

Onde,
𝑥 3 − 0² 𝑥 3
𝑓(𝑥, 0) = = = 𝑥 e 𝑓(0,0) = 0.
𝑥² + 0² 𝑥²

Então,
𝜕𝑓 𝑓(𝑥, 0) − 𝑓(0, 0) 𝑥−0
(0, 0) = lim = lim = 𝟏.
𝜕𝑥 𝑥→0 𝑥−0 𝑥→0 𝑥

𝜕𝑓
Assim, é a função de ℝ² em ℝ dada por
𝜕𝑥

𝒙𝟒 + 𝟑𝒙² 𝒚² + 𝟐𝒙𝒚²
𝝏𝒇 𝐬𝐞 (𝒙, 𝒚) ≠ (𝟎, 𝟎)
(𝒙, 𝒚) = { (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )²
𝝏𝒙
𝟏 𝐬𝐞 (𝒙, 𝒚) = (𝟎, 𝟎)
P á g i n a | 215

b) Para (𝒙, 𝒚) ≠ (𝟎, 𝟎)


𝜕𝑓 (−2𝑦 )(𝑥 2 + 𝑦 2 ) − (𝑥 3 − 𝑦 2 )(2𝑦) −2𝑥 2 𝑦 − 2𝑦 3 − 2𝑥 3 𝑦 + 2𝑦 3
(𝑥, 𝑦) = =
𝜕𝑦 (𝑥 2 + 𝑦 2 )² (𝑥 2 + 𝑦 2 )²

𝜕𝑓 −2𝑥 2 𝑦 − 2𝑥 3 𝑦 𝟐𝒙²𝒚 (𝟏 + 𝒙)
(𝑥, 𝑦) = = − .
𝜕𝑦 (𝑥 2 + 𝑦 2 )² (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )²
E
𝜕𝑓
m (0, 0), podemos calcular (0, 0) por limite:
𝜕𝑦

𝜕𝑓 𝑓(0, 𝑦) − 𝑓(0, 0)
(0, 0) = lim .
𝜕𝑦 𝑦→0 𝑦−0

Onde,
03 − 𝑦² −𝑦²
𝑓(0, 𝑦) = = = −1 e 𝑓(0,0) = 0.
0² + 𝑦² 𝑦²

Então,
𝜕𝑓 𝑓(𝑥, 0) − 𝑓(0, 0) −1
(0, 0) = lim = lim .
𝜕𝑦 𝑦→0 𝑦−0 𝑦→0 𝑦

Verificando se existe tal limite, vamos considerar os limites laterais pela direita
e pela esquerda:
−1 −1
lim− = − = +∞
𝑦→0 𝑦 0
−1 −1
lim = + = −∞
𝑦→0+ 𝑦 0
−1
assim, ∄ lim .
𝑦→0 𝑦
𝜕𝑓
Segue que 𝜕𝑦 está definida em todo (𝑥, 𝑦) ≠ (0, 0) (mas não em (0,0)) e é dada

por:
𝝏𝒇 𝟐𝒙²𝒚 (𝟏 + 𝒙)
(𝒙, 𝒚) = − .
𝝏𝒚 (𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 )²

𝜕𝑓
Ex. 10: Seja 𝑓: ℝ² → ℝ tal que (𝑥, 𝑦) = 0 para todo (𝑥, 𝑦) em ℝ². Prove que 𝑓
𝜕𝑥

não depende de 𝑥, isto é, que existe 𝜙 ∶ ℝ → ℝ tal que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝜙(𝑦), para todo (𝑥, 𝑦) ∈
ℝ2 .
Resolução:
P á g i n a | 216

Fixado um 𝑦 qualquer, a função ℎ(𝑥) = 𝑓(𝑥, 𝑦) é constante em ℝ, pois, para


𝜕𝑓
todo 𝑥, ℎ′ (𝑥) = 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) = 0.

Segue que, para todo 𝑥,


ℎ(𝑥) = ℎ(0)

ou seja,
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓(0, 𝑦).

Como 𝑦 foi fixado de modo arbitrário, resulta que 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓(0, 𝑦) se verifica
para todo (𝑥, 𝑦) em ℝ². Tomando-se 𝜙 (𝑦) = 𝑓(0, 𝑦), teremos
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝜙 (𝑦)

para todo (𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 .


Ex. 11: Um fabricante estima que a produção mensal de uma fábrica é dada
pela função de Cobb-Douglas:
𝑄(𝑘, 𝐿) = 50𝐾 0,4 𝐿0,6

Onde k é o capital imobilizado em milhares de reais e L é o vlume de mão de


obra em homens-horas. Determine a produtividade marginal do capital, Qk, e a
produtividade marginal da mão de obra, QL, para um capital imobilizado de R$
750.000,00 e um volume de mão de obra de 991 homens-hora. Resolução:
𝜕𝑄(𝐾, 𝐿)
𝑄𝑘 = → é a medida de variação da produção com o capital
𝜕𝐾
imobilizado quando o volume de mão de obra é constante.
𝜕𝑄(𝐾, 𝐿)
𝑄𝐿 = → é a medida de variação da produção com a mão de obra
𝜕𝐿
quando o capital imobilizado continua constate.
𝜕𝑄(𝐾, 𝐿) 𝜕
𝑄𝑘 = = (50𝐾 0,4 𝐿0,6 ) = 50 ∙ (0,4𝐾 −0,6 ) ∙ 𝐿0,6 = 𝟐𝟎𝒌−𝟎,𝟔 𝑳𝟎,𝟔
𝜕𝐾 𝜕𝐾
𝜕𝑄(𝐾, 𝐿) 𝜕
𝑄𝐿 = = (50𝐾 0,4 𝐿0,6 ) = 50 ∙ 𝐾 0,4 ∙ (0,6𝐿−0,4 ) = 𝟑𝟎𝒌𝟎,𝟒 𝑳−𝟎,𝟒
𝜕𝐿 𝜕𝐿

Para 𝑘 = 750 (milhares de reais) e 𝐿 = 991 (homens-horas):


𝑄𝑘 (750, 991) = 20 ∙ (750)−0,6 ∙ (991)0,6 ≅ 𝟐𝟑, 𝟔𝟒
𝑄𝐿 (750, 991) = 30 ∙ (750)0,4 ∙ (991)−0,4 ≅ 𝟐𝟔, 𝟖𝟒
P á g i n a | 217

Ou seja, é melhor aumentar o volume de mão de obra para aumentar a


produção do que aumentar o capital imobilizado.
Ex. 12: Dois produtos são chamados de produtos substitutos se o aumento da
demanda de um resulta na diminuição da demando do outro, ou seja, se os produtos
são competitivos. Por outro lado, dois produtos são chamados de produtos
complementares se o aumento da demanda de um resulta no aumento da
demanda do outro.
A demanda de farinha de trigo em uma certa cidade é dada por;
10
𝐷1 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 500 + − 5𝑝2
𝑝1 + 2
Enquanto a demanda de pão é dada por;
7
𝐷2 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 400 − 2𝑝1 +
𝑝2 + 3
onde é o preço do quilo de farinha de trigo e é o preço do pão francês de 50
gramas. Verifique se o pão e a farinha são produtos substitutos ou complementares.
Resolução: Quando o preço de um produto aumenta, é razoável esperar que
a demanda pelo mesmo diminua. Assim, podemos dizer que:
I) produtos substitutos: a demanda de um aumenta quando o preço do outro
aumenta:
𝜕𝐷1 𝜕𝐷2
>0 e >0
𝜕𝑝2 𝜕𝑝1
II) produtos complementares: a demanda de um diminui quando o preço do
outro aumenta:
𝜕𝐷1 𝜕𝐷2
<0 e <0
𝜕𝑝2 𝜕𝑝1
Calculando as derivadas parciais relevantes, temos:
𝜕𝐷1 𝜕 10
= (500 + − 5𝑝2 ) = −𝟓 < 𝟎
𝜕𝑝2 𝜕𝑝2 𝑝1 + 2
𝜕𝐷2 𝜕 7
= (400 − 2𝑝1 + ) = −𝟐 < 𝟎
𝜕𝑝1 𝜕𝑝1 𝑝2 + 3
Como era de se esperar, os produtos pão e a farinha de trigo são produtos
completares, uma vez que suas derivadas parciais são negativas.

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 10.1, páginas 182 a 186 do Livro: “Um Curso de Cálculo”, Volume 2
– Guidorizzi.
P á g i n a | 218

13.1 Derivadas parciais de segunda ordem

As derivadas parciais podem ser novamente derivadas, resultando em funções


que recebem o nome de derivadas parciais de segunda ordem.
Por serem duas variáveis, nós temos quatro possíveis derivadas parciais de
segunda ordem de uma função de duas variáveis. Seja 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), temos que:
𝜕𝑧
 A derivada parcial de 𝑓𝑥 = em relação a variável x:
𝜕𝑥

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧
𝑓𝑥𝑥 = (𝑓𝑥 )𝑥 ou 2
= ( )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧
 A derivada parcial de 𝑓𝑥 = em relação a variável y:
𝜕𝑥

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧
𝑓𝑥𝑦 = (𝑓𝑥 )𝑦 ou = ( )
𝜕𝑦𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑧
 A derivada parcial de 𝑓𝑦 = em relação a variável x:
𝜕𝑦

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧
𝑓𝑦𝑥 = (𝑓𝑦 )𝑥 ou = ( )
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑧
 A derivada parcial de 𝑓𝑦 = 𝜕𝑦 em relação a variável y:

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧
𝑓𝑦𝑦 = (𝑓𝑦 ) ou 2
= ( )
𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
Vamos ver alguns exemplos:
Ex. 1. Calcule as quatro derivadas parciais da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2𝑥 2 𝑦 − 4𝑥𝑦 2 .
Resolução:
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕
= (2𝑥 2 𝑦 − 4𝑥𝑦 2 ) = 𝟒𝒙𝒚 − 𝟒𝒚𝟐 .
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕
= (2𝑥 2 𝑦 − 4𝑥𝑦 2 ) = 𝟐𝒙𝟐 − 𝟖𝒙𝒚.
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada
𝜕𝑥 2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (4𝑥𝑦 − 4𝑦 2 ) = 𝟒𝒚
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕2 𝑧
 A derivada
𝜕𝑦𝜕𝑥

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( )= (4𝑥𝑦 − 4𝑦 2 ) = 𝟒𝒙 − 𝟖𝒚
𝜕𝑦𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑦2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (2𝑥 2 − 8𝑥𝑦) = −𝟖𝒙
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
P á g i n a | 219

𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑥𝜕𝑦

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( )= (2𝑥 2 − 8𝑥𝑦) = 𝟒𝒙 − 𝟖𝒚
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥
Ex. 2: Calcule as quatro derivadas parciais da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 3 − 5𝑥𝑦 2 −

ATENÇÃO: As derivadas parciais de segunda ordem 𝑓𝑥𝑦 e 𝑓𝑦𝑥 são


chamadas de derivadas parciais mistas de 𝑓(𝑥, 𝑦). Como você pôde observar no
Ex. 1, esses valores são iguais, na grande maioria das vezes. Assim, podemos dizer
que quase sempre.
𝝏𝟐 𝒛 𝝏𝟐 𝒛
= .
𝝏𝒙𝝏𝒚 𝝏𝒚𝝏𝒙

2𝑥.
Resolução:
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑦 3 − 5𝑥𝑦 2 − 2𝑥) = 𝒚𝟑 − 𝟓𝒚𝟐 − 𝟐.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑦 3 − 5𝑥𝑦 2 − 2𝑥) = 𝟑𝒙𝒚𝟐 − 𝟏𝟎𝒙𝒚.
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada
𝜕𝑥 2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕 3
2
= ( )= (𝑦 − 5𝑦 2 − 2) = 𝟎
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑦𝜕𝑥

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕 3
= ( )= (𝑦 − 5𝑦 2 − 2) = 𝟑𝒚𝟐 − 𝟏𝟎𝒚
𝜕𝑦𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑦2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (3𝑥𝑦 2 − 10𝑥𝑦) = 𝟔𝒙𝒚 − 𝟏𝟎𝒙
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑥𝜕𝑦

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( )= (3𝑥𝑦 2 − 10𝑥𝑦) = 𝟑𝒚𝟐 − 𝟏𝟎𝒚
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥
Ex. 3: Calcule as quatro derivadas parciais da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 𝑦 3 𝑒 𝑥 .
Resolução:
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕 2 3 𝑥
= (𝑥 𝑦 𝑒 ) = 𝟐𝒙𝒚𝟑 𝒆𝒙 + 𝒙𝟐 𝒚𝟑 𝒆𝒙 .
𝜕𝑥 𝜕𝑥
P á g i n a | 220

𝜕𝑧 𝜕 2 3 𝑥
= (𝑥 𝑦 𝑒 ) = 𝟑𝒙𝟐 𝒚𝟐 𝒆𝒙 .
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑥 2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (2𝑥𝑦 3 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 𝑦 3 𝑒 𝑥 ) = 𝟐𝒚𝟑 𝒆𝒙 + 𝒙𝟐 𝒚𝟑 𝒆𝒙
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑦𝜕𝑥

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( )= (2𝑥𝑦 3 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 𝑦 3 𝑒 𝑥 ) = 𝟔𝒙𝒚𝟐 𝒆𝒙 + 𝟑𝒙𝟐 𝒚𝟐 𝒆𝒙
𝜕𝑦𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada
𝜕𝑦 2

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (3𝑥 2 𝑦 2 𝑒 𝑥 ) = 𝟔𝒙𝟐 𝒚𝒆𝒙
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧
 A derivada 𝜕𝑥𝜕𝑦

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( )= (3𝑥 2 𝑦 2 𝑒 𝑥 ) = 𝟔𝒙𝒚𝟐 𝒆𝒙 + 𝟑𝒙𝟐 𝒚𝟐 𝒆𝒙 .
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥
Ex. 4: Para que uma função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) satisfação a equação de Laplace, é
𝜕2 𝑧 𝜕2 𝑧
preciso que 𝜕𝑥 2
+ 𝜕𝑦2 = 0 ou 𝑧𝑥𝑥 + 𝑧𝑦𝑦 = 0. As funções que satisfazem esta equação

desempenham um papel importante em vários campos da física, especialmente na


eletricidade e no magnetismo.
Verifique se as funções dadas satisfazem a equação de Laplace.
a) 𝒛 = 𝒙𝟐 − 𝒚𝟐
b) 𝒛 = 𝒙𝒚
c) 𝒛 = 𝒙𝒆𝒙 − 𝒚𝒆𝒙

Resolução:
a) 𝒛 = 𝒙𝟐 − 𝒚𝟐
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕 2
= (𝑥 − 𝑦 2 ) = 𝟐𝒙.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕 2
= (𝑥 − 𝑦 2 ) = −𝟐𝒚.
𝜕𝑦 𝜕𝑦
 A derivada 𝒛𝒙𝒙:
𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (2𝑥) = 𝟐
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
 A derivada 𝒛𝒚𝒚 :
P á g i n a | 221

𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
= ( ) = (−2𝑦) = −𝟐
𝜕𝑦 2 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝝏𝟐 𝒛 𝝏𝟐 𝒛
 Para satisfazer a equação de Laplace 𝝏𝒙𝟐 + 𝝏𝒚𝟐 = 𝟎

2 − 2 = 0 → 𝐬𝐢𝐦, 𝐚 𝐞𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝑳𝒂𝒑𝒍𝒂𝒄𝒆 𝐞𝐬𝐭á 𝐬𝐚𝐭𝐢𝐬𝐟𝐞𝐢𝐭𝐚‼


b) 𝒛 = 𝒙𝒚
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑦) = 𝒚.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑦) = 𝒙
𝜕𝑦 𝜕𝑦
 A derivada 𝒛𝒙𝒙:
𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (𝑦) = 𝟎
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
 A derivada 𝒛𝒚𝒚 :
𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (𝑥) = 𝟎
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕2 𝑧 𝜕2 𝑧
Para satisfazer a equação de Laplace 𝜕𝑥 2 + 𝜕𝑦2 = 0

0 + 0 = 0 → 𝐬𝐢𝐦, 𝐚 𝐞𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝑳𝒂𝒑𝒍𝒂𝒄𝒆 𝐞𝐬𝐭á 𝐬𝐚𝐭𝐢𝐬𝐟𝐞𝐢𝐭𝐚‼


c) 𝒛 = 𝒙𝒆𝒙 − 𝒚𝒆𝒙
- Calculando as primeiras derivadas da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦):
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑒 𝑥 − 𝑦𝑒 𝑥 ) = 𝑒 𝑥 + 𝑥𝑒 𝑥 − 𝑦𝑒 𝑥 = 𝒆𝒙 (𝟏 + 𝒙 − 𝒚).
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑧 𝜕
= (𝑥𝑒 𝑥 − 𝑦𝑒 𝑥 ) = −𝒆𝒙.
𝜕𝑦 𝜕𝑦

 A derivada 𝒛𝒙𝒙 :
𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕 𝑥
= ( ) = [𝑒 (1 + 𝑥 − 𝑦)] = [𝑒 𝑥 (1 + 𝑥 − 𝑦) + 𝑒 𝑥 (1)] = 𝒆𝒙 (𝟐 + 𝒙 − 𝒚)
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
 A derivada 𝒛𝒚𝒚 :
𝜕2𝑧 𝜕 𝜕𝑧 𝜕
2
= ( )= (−𝑒 𝑥 ) = 𝟎
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦

𝜕2 𝑧 𝜕2 𝑧
Para satisfazer a equação de Laplace 𝜕𝑥 2 + 𝜕𝑦2 = 0

𝑒 𝑥 (2 + 𝑥 − 𝑦) + 0 = 0 (apenas quando x − y = −2),


𝐧ã𝐨 𝐬𝐚𝐭𝐢𝐬𝐟𝐚𝐳 𝐚 𝐞𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝑳𝒂𝒑𝒍𝒂𝒄𝒆‼
P á g i n a | 222

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 14.1, página 277 do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 2, Cap. 14 – Guidorizzi.

REGRA DA CADEIA PARA FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS


Regra da cadeia é aplicada quanto temos funções compostas, ou seja, uma
função de outra função. Então, vamos supor que 𝑧 é uma função de 𝑥 e 𝑦 e que 𝑥 e
𝑦 são funções de 𝑡:
𝒛 = 𝒇(𝒙, 𝒚); 𝒙 = 𝒈(𝒕); 𝒚 = 𝒉(𝒕)
Nesse caso, podemos afirmar que 𝑧 é uma função de 𝑡. Dessa forma, temos a
seguinte regra de derivação:
𝒅𝒛 𝝏𝒛 𝒅𝒙 𝝏𝒛 𝒅𝒚
= +
𝒅𝒕 𝝏𝒙 𝒅𝒕 𝝏𝒚 𝒅𝒕
𝑑𝑧
Temos que 𝑑𝑡
é a soma de dois termos, cada um dos quais pode ser

interpretado usando a regra da cadeia para funções de uma variável, com


𝝏𝒛 𝒅𝒙
𝝏𝒙 𝒅𝒕
→ é a taxa de variação de 𝒛 com 𝒕 para 𝒚 constante;
𝝏𝒛 𝒅𝒚
𝝏𝒚 𝒅𝒕
→ é a taxa de variação de 𝒛 com 𝒕 para 𝒙 constante.

Ex. 5. Uma loja de produtos naturais vende dois tipos de cápsulas vitamínicas,
da marca A e da marca B. As pesquisas de mercado mostram que se uma caixa do
produto da marca A for vendido por 𝑥 reais e uma caixa da marca B for vendido por
𝑦 reais, a demanda da marca A será:
𝑸(𝒙, 𝒚) = 𝟑𝟎𝟎 − 𝟐𝟎𝒙𝟐 + 𝟑𝟎𝒚 𝐜𝐚𝐢𝐱𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐦ê𝐬.
Estima-se que daqui a 𝑡 anos o preço da caixa da marca A será
𝒙(𝒕) = 𝟓 + 𝟎, 𝟓𝒕𝟐 𝐫𝐞𝐚𝐢𝐬
e o preço de uma caixa da marca B será
𝒚(𝒕) = 𝟒 + 𝟐𝒕 𝐫𝐞𝐚𝐢𝐬
Qual será a taxa de variação com o tempo da demanda da marca A daqui
𝑑𝑄
a 4 anos? Resolução: Nessa questão, desejamos determinar 𝑑𝑡
para 𝑡 = 4. Aplicando

a regra da cadeia:
𝒅𝒛 𝝏𝒛 𝒅𝒙 𝝏𝒛 𝒅𝒚
= +
𝒅𝒕 𝝏𝒙 𝒅𝒕 𝝏𝒚 𝒅𝒕
𝒅𝑸 𝒅 𝝏𝑸 𝒅𝒙 𝝏𝑸 𝒅𝒚
= (𝟑𝟎𝟎 − 𝟐𝟎𝒙𝟐 + 𝟑𝟎𝒚) = +
𝒅𝒕 𝒅𝒕 𝝏𝒙 𝒅𝒕 𝝏𝒚 𝒅𝒕
Temos que:
P á g i n a | 223

𝜕𝑄 𝜕
= (300 − 20𝑥 2 + 30𝑦) = −40𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑄 𝜕
= (300 − 20𝑥 2 + 30𝑦) = 30
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝑑𝑥 𝑑
= (5 + 0,5𝑡 2 ) = 𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑦 𝑑
= (4 + 2𝑡 ) = 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝒅𝑸
= −𝟒𝟎𝒙 𝒕 + 𝟔𝟎
𝒅𝒕
Substituindo os valores para 𝑡 = 4: 𝑥(4) = 5 + 0,5 ∙ 42 = 13
𝒅𝑸
(𝒕 = 𝟒) = −40 ∙ (13) ∙ (4) + 60 = −𝟐𝟎𝟐𝟎
𝒅𝒕
Resp. Daqui a 4 anos a demanda da marca A estará diminuindo à taxa de
2020 caixas por ano.
Ex. 6. A demanda de um certo produto é: 𝑄(𝑥, 𝑦) = 200 − 10𝑥 2 + 20𝑥𝑦
Unidades por mês, onde x é o preço do produto e y é o preço de um produto
concorrente. Estima-se que daqui a 𝑡 meses o preço do produto será: 𝑥(𝑡) = 10 + 0,5𝑡
Reais, enquanto o preço do produto concorrente será: 𝑦(𝑡) = 12,8 + 0,2𝑡 2
Reais.
a) Qual será a taxa de variação do produto com o tempo daqui a 5 meses?
𝑸′(𝒕)
b) Qual será a taxa de variação percentual 𝟏𝟎𝟎 do produto com o tempo
𝑸(𝒕)

daqui a 5 meses?
Resolução:
𝑑𝑄
a) Nessa questão, desejamos determinar 𝑑𝑡
para 𝑡 = 5.

Aplicando a regra da cadeia:


𝑑𝑄 𝑑 𝜕𝑄 𝑑𝑥 𝜕𝑄 𝑑𝑦
= (200 − 10𝑥 2 + 20𝑥𝑦) = +
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝜕𝑥 𝑑𝑡 𝜕𝑦 𝑑𝑡
Temos que;
𝜕𝑄 𝜕
= (200 − 10𝑥 2 + 20𝑥𝑦) = −20𝑥 + 20𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑄 𝜕
= (200 − 10𝑥 2 + 20𝑥𝑦) = 20𝑥
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝑑𝑥 𝑑
= (10 + 0,5𝑡) = 0,5
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑦 𝑑
= (12,8 + 0,2𝑡 2 ) = 0,4𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑄
= (−20𝑥 + 20𝑦) ∙ (0,5) + (20𝑥) ∙ (0,4𝑡)
𝑑𝑡
P á g i n a | 224

𝒅𝑸
= −𝟏𝟎𝒙 + 𝟏𝟎𝒚 + 𝟖𝒙𝒕
𝒅𝒕
Substituindo os valores para 𝑡 = 5:
𝑥(5) = 10 + 0,5 ∙ (5) = 12,5
𝑦(5) = 12,8 + 0,2(5)2 = 17,8
𝒅𝑸
(𝒕 = 𝟓) = −𝟏𝟎 ∙ (𝟏𝟐, 𝟓) + 𝟏𝟎 ∙ (𝟏𝟕, 𝟖) + 𝟖 ∙ (𝟏𝟐, 𝟓) ∙ 𝟓 = 𝟓𝟓𝟑
𝒅𝒕
Resp. Daqui a 5 meses a demanda do produto aumentará de 553 unidades.
𝑸′(𝒕)
b) 𝟏𝟎𝟎 𝑸(𝒕)

𝑄′(5) = 𝟓𝟓𝟑
𝑄(5) = 200 − 10 ∙ (12,5)2 + 20 ∙ (12,5) ∙ (17,8) = 𝟑𝟎𝟖𝟕, 𝟓
Temos que:
𝑄′(𝑡) 553
100 = 100 = 𝟏𝟕, 𝟗%
𝑄(𝑡) 3087,5

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 12.1, página 223, do Livro: “Um Curso de Cálculo”,
Volume 2, Cap. 12 – Guidorizzi.

13.2 Otimização de funções de duas variáveis

Na disciplina cálculo I você aprendeu a determinar pontos de máximo e de


mínimo de uma função de uma variável através do uso de derivadas. Vamos aplicar
agora as derivadas parciais de funções de duas variáveis para determinar pontos de
máximos ou mínimos, que dentro de um problema específico são denominados
pontos ótimos (otimização). Assim, suponha que uma determinada montadora de
carro produza um modelo de luxo e um modelo padrão, sendo que o custo total para
produzir 𝑥 unidades do modelo de luxo e 𝑦 unidades do modelo padrão é dado por
uma função 𝐶(𝑥, 𝑦). Para que valores de 𝑥 e 𝑦 o custo será mínimo?
A resposta a essa e a outras perguntas do mesmo tipo pode ser obtida
determinando os pontos de extremos relativos de uma função 𝑓(𝑥, 𝑦).
Dizemos que uma função possui um máximo relativo em um ponto 𝑃(𝑎, 𝑏) do
domínio de 𝑓 se 𝑓(𝑎, 𝑏) ≥ 𝑓(𝑥, 𝑦) para todos os pontos (𝑥, 𝑦) situados no interior de um
disco circular com centro no ponto 𝑃. De forma análoga, se 𝑓(𝑐, 𝑑) ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) para
P á g i n a | 225

todos os pontos (𝑥, 𝑦) situados no interior de um disco circular com centro em um


ponto 𝑄, dizemos que 𝑓(𝑥, 𝑦) possui um mínimo relativo no ponto 𝑄(𝑐, 𝑑).
Pontos Críticos e Extremos relativos: Um ponto (𝑎, 𝑏) do domínio de uma função
𝑓(𝑥, 𝑦) para o qual as derivadas 𝑓𝑥 e 𝑓𝑦 existem é denominado ponto crítico de 𝒇 se:
𝒇𝒙 (𝒂, 𝒃) = 𝟎 e 𝒇𝒚 (𝒂, 𝒃) = 𝟎.

Quando as derivadas parciais de primeira ordem de 𝑓 existem em todos os


pontos de uma região 𝑅 do plano 𝑥𝑦, os extremos relativos de 𝑓 em 𝑅 só podem
ocorrer em pontos críticos. É importante destacar nesse momento que, mesmo que
todos os extremos relativos de uma função ocorram necessariamente em pontos
críticos, nem todo ponto crítico é necessariamente um extremo relativo.
Para explicar melhor essa afirmativa, considere uma função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 2 − 𝑥 2 ,
com 𝑓𝑥 (𝑥, 𝑦) = −2𝑥 e 𝑓𝑦 (𝑥, 𝑦) = 2𝑦. No ponto (0,0) temos que 𝑓𝑥 (0,0) = 𝑓𝑦 (0,0) = 0, o que
nos confirma que para essa função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 2 − 𝑥 2 o ponto de origem (0,0) é um
ponto crítico. Portanto, a superfície 𝑧 = 𝑦 2 − 𝑥 2 possui tangentes horizontais na origem
tanto na direção do eixo 𝑥 como na direção do eixo 𝑦. Contudo, como você pode
facilmente observar do gráfico da Fig. 67, a interseção da superfície com o plano
𝑥𝑧 (𝑦 = 0) é a parábola 𝑧 = −𝑥 2 , cuja concavidade é para baixo, enquanto a
interseção com o plano 𝑦𝑧 (𝑥 = 0) é a parábola 𝑧 = 𝑦 2 , cuja concavidade é para
cima.

Figura 67: Superfície 𝒛 = 𝒚𝟐 − 𝒙𝟐 .

Fonte: TECDIGITAL (2017)

Assim, quando a função é observada na “direção x” ela apresenta um máximo


relativo na origem e, quando observada na “direção y” a função apresenta um
mínimo relativo. Nos pontos onde isso acontece, no lugar de um “pico” ou uma
“depressão”, o que aparece é uma “sela”, como mostrado no gráfico da Fig. 67,
acima. Os pontos críticos, então, podem ser de 3 tipos: máximos relativos quando é
P á g i n a | 226

máximo em todas as direções; mínimos relativos quando é mínimo em todas as


direções; ponto de sela quando numa direção é máximo relativo e na outra direção
é mínimo relativo (Fig. 68).

Figura 68: Tipos de Pontos Críticos.

Fonte: VASCO SIMÕES (2017)

Teste das derivadas parciais de 2ª ordem


Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) uma função de 𝑥 e 𝑦 cujas derivadas parciais 𝑓𝑥 , 𝑓𝑦 , 𝑓𝑥𝑥 , 𝑓𝑦𝑦 , e 𝑓𝑥𝑦
2
existem, e seja 𝐷(𝑥, 𝑦) a função: 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 (𝑥, 𝑦) ∙ 𝑓𝑦𝑦 (𝑥, 𝑦) − [𝑓𝑥𝑦 (𝑥, 𝑦)]
1: Determine todos os pontos críticos de 𝑓(𝑥, 𝑦), ou seja, todos os pontos (a, b)
tais que: 𝑓𝑥 (𝑎, 𝑏) = 0 e 𝑓𝑦 (𝑎, 𝑏) = 0;
2: Para cada ponto crítico (𝑎, 𝑏) determinado no passo 1, calcule o valor de
𝐷(𝑎, 𝑏);
2.1: Se 𝐷(𝑎, 𝑏) = 0, o teste não pode ser aplicado, sendo que 𝑓 pode possuir um
mínimo relativo, um máximo relativo ou um ponto de sela em (𝑎, 𝑏);
2.2: Se 𝐷(𝑎, 𝑏) < 0, existe um ponto de sela em (𝑎, 𝑏);
2.3: Se 𝐷(𝑎, 𝑏) > 0, calcule 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏):
Se 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) > 0, existe um mínimo relativo em (𝑎, 𝑏);
Se 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) < 0, existe um máximo relativo em (𝑎, 𝑏).

Resumindo o teste na Tabela 2 temos que:

Tabela 2: Teste das Derivadas Parciais de Segunda Ordem.


P á g i n a | 227

Sinal de 𝐷 Sinal de 𝑓𝑥𝑥 Comportamento em (𝑎, 𝑏)


+ + Mínimo Relativo
+ - Máximo Relativo
- Ponto de Sela

Ex. 7: Determine os pontos críticos da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 𝑦 2 e classifique


cada um como máximo relativo, mínimo relativo ou ponto de sela. Resolução: vamos
aplicar então os passos do teste das derivadas parciais de 2ª ordem:
- Determinando as derivadas:
𝑓𝑥𝑥 = 2
𝑓𝑥 = 2𝑥 {
𝑓𝑥𝑦 = 0
𝑓𝑦 = 2𝑦 {𝑓𝑦𝑦 = 2
- Pontos Críticos:
𝑓𝑥 = 2𝑥 = 0 → 𝑥 = 0
𝑓𝑦 = 2𝑦 = 0 → 𝑦 = 0
Só há um ponto crítico: (𝑎, 𝑏) = (0, 0).
2
- Determinando 𝐷(𝑥, 𝑦): 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 ∙ 𝑓𝑦𝑦 − (𝑓𝑥𝑦 ) = 2 ∙ 2 − (0)2 = 4 (constante)
Assim, 𝐷(𝑥, 𝑦) = 4 para qualquer ponto (𝑥, 𝑦) e, em particular, 𝐷(0, 0) = 4 > 0
Isso significa que 𝑓 possui um extremo relativo no ponto (0, 0). Além disso, como:
𝑓𝑥𝑥 (0, 0) = 2 > 0

Sabemos que o extremo relativo no ponto (0, 0) é um mínimo.


Ex. 8: Determine os pontos críticos da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 12𝑥 − 𝑥 3 − 4𝑦 2 e
classifique cada um como máximo relativo, mínimo relativo ou ponto de sela.
Resolução: vamos aplicar então os passos do teste das derivadas parciais de 2ª
ordem:
- Determinando as derivadas:
𝑓𝑥𝑥 = −6𝑥
𝑓𝑥 = 12 − 3𝑥 2 { 𝑓 =0
𝑥𝑦

𝑓𝑦 = −8𝑦 {𝑓𝑦𝑦 = −8
- Pontos Críticos:
𝑓𝑥 = 12 − 3𝑥 2 = 0 → 𝑥 = ±2
𝑓𝑦 = −8𝑦 = 0 → 𝑦 = 0
Há dois pontos críticos: (−2, 0) e (2, 0).
P á g i n a | 228

2
- Determinando 𝐷(𝑥, 𝑦): 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 ∙ 𝑓𝑦𝑦 − (𝑓𝑥𝑦 ) = (−6𝑥) ∙ (−8) − (0)2 =
48𝑥 (função afim).
Aplicando o teste das derivadas parciais de segunda ordem aos dois pontos
críticos:
𝐷(−2, 0) = 48 ∙ (−2) = −96 < 0
(−𝟐, 𝟎) → 𝑷𝑶𝑵𝑻𝑶 𝑫𝑬 𝑺𝑬𝑳𝑨
𝐷(2, 0) = 48 ∙ (2) = 96 > 0: 𝑓𝑥𝑥 (2, 0) = −6 ∙ (2) = −12 < 0
(𝟐, 𝟎) → 𝑴Á𝑿𝑰𝑴𝑶 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻𝑰𝑽𝑶
Ex. 9: Determine os pontos críticos da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 + 𝑦 3 − 9𝑥𝑦 e classifique
cada um como máximo relativo, mínimo relativo ou ponto de sela.
Resolução: vamos aplicar então os passos do teste das derivadas parciais de
2ª ordem:
- Determinando as derivadas:
𝑓𝑥𝑥 = 6𝑥
𝑓𝑥 = 3𝑥 2 − 9𝑦 {𝑓 = −9
𝑥𝑦

𝑓𝑦 = 3𝑦 2 − 9𝑥 {𝑓𝑦𝑦 = 6𝑦
- Pontos Críticos:
3𝑥 2
𝑓𝑥 = 3𝑥 2 − 9𝑦 = 0 → 9𝑦 = 3𝑥 2 → 𝑦=
9
𝑥2
𝑦= (𝑖)
3
𝑓𝑦 = 3𝑦 2 − 9𝑥 = 0 (𝑖𝑖)
Substituindo o valor de 𝑦 em (𝑖) na equação (𝑖𝑖), temos:
2
𝑥2 3𝑥 4 𝑥4
3 ( ) − 9𝑥 = 0 → − 9𝑥 = 0 → − 9𝑥 = 0
3 9 3
𝑥 4 − 27𝑥 = 0 → 𝑥 ∙ (𝑥 3 − 27) = 0
𝒙′ = 𝟎
3
𝑥 3 = 27 → 𝑥 = √27 → 𝒙" = 𝟑
Voltando na equação (i) e substituindo os valores encontrados para x:
02
𝑥=0 → 𝑦= = 0 → (𝟎, 𝟎)
3
32
𝑥=3 → 𝑦= = 3 → (𝟑, 𝟑)
3
Há dois pontos críticos: (0, 0) e (3, 3).
- Determinando 𝐷(𝑥, 𝑦):
2
𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 ∙ 𝑓𝑦𝑦 − (𝑓𝑥𝑦 ) = (6𝑥) ∙ (6𝑦) − (−9)2 = 36𝑥𝑦 − 81.
P á g i n a | 229

Aplicando o teste das derivadas parciais de segunda ordem aos dois pontos
críticos:
𝐷(0, 0) = 36 ∙ (0) ∙ (0) − 81 = −81 < 0
(𝟎, 𝟎) → 𝑷𝑶𝑵𝑻𝑶 𝑫𝑬 𝑺𝑬𝑳𝑨
𝐷(3, 3) = 36 ∙ (3) ∙ (3) − 81 = 243 > 0: 𝑓𝑥𝑥 (3, 3) = 6 ∙ (3) = 18 > 0
(𝟑, 𝟑) → 𝑴Í𝑵𝑰𝑴𝑶 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻𝑰𝑽𝑶
Ex. 10: Numa loja de conveniências trabalha-se com duas marcas de bala,
sendo que a marca A custa no atacado R$ 0,30 e a marca B custa no atacado R$
0,40. O gerente da loja estima que, se cobrar 𝑥 centavos pela marca A e 𝑦 pela
marca B, venderá 70 − 5𝑥 + 4𝑦 pacotes da marca A e 80 + 6𝑥 − 7𝑦 pacotes da marca
B por dia. Determine o valor de venda de cada pacote de bala das marcas A e B
para que o lucro da loja seja máximo. Resolução:
Como podemos facilmente definir:
Lucro Total = Lucro marca A + Lucro marca B.
Lucro com a venda da marca A:
𝐿𝐴 (𝑥, 𝑦) = (70 − 5𝑥 + 4𝑦 ) ∙ (𝑥 − 30)
𝐿𝐴 (𝑥, 𝑦) = 70𝑥 − 5𝑥 2 + 4𝑥𝑦 − 2100 + 150𝑥 − 120𝑦
𝐿𝐴 (𝑥, 𝑦) = −5𝑥 2 + 220𝑥 − 120𝑦 + 4𝑥𝑦 − 2100

Lucro com a venda da marca B: 𝐿𝐵 (𝑥, 𝑦) = (80 + 6𝑥 − 7𝑦 ) ∙ (𝑦 − 40) = 80𝑦 +


6𝑥𝑦 − 7𝑦 2 − 3200 − 240𝑥 + 280𝑦
𝐿𝐵 (𝑥, 𝑦) = −7𝑦 2 − 240𝑥 + 360𝑦 + 6𝑥𝑦 − 3200

o lucro diário com a venda de suco de uvas é dado pela função: 𝐿(𝑥, 𝑦) ==
−5𝑥 2 + 220𝑥 − 120𝑦 + 4𝑥𝑦 − 2100 − 7𝑦 2 − 240𝑥 + 360𝑦 + 6𝑥𝑦 − 3200
𝑳(𝒙, 𝒚) = −𝟓𝒙𝟐 − 𝟕𝒚𝟐 − 𝟐𝟎𝒙 + 𝟐𝟒𝟎𝒚 + 𝟏𝟎𝒙𝒚 − 𝟓𝟑𝟎𝟎
- Determinando as derivadas:
𝐿𝑥𝑥 = −10
𝐿𝑥 = −10𝑥 + 10𝑦 − 20 { 𝐿 = 10
𝑥𝑦

𝐿𝑦 = −14𝑦 + 10𝑥 + 240 {𝑓𝑦𝑦 = −14


- Pontos Críticos:
𝐿𝑥 = −10𝑥 + 10𝑦 − 20 = 0 → −10𝑥 + 10𝑦 = 20 (𝑖)
𝐿𝑦 = −14𝑦 + 10𝑥 + 240 = 0 → 10𝑥 − 14𝑦 = −240 (𝑖𝑖)

Fazendo um sistema com (𝑖) e (𝑖𝑖), temos:


P á g i n a | 230

−10𝑥 + 10𝑦 = 20
{
10𝑥 − 14𝑦 = −240
−4𝑦 = −220 → 𝒚 = 𝟓𝟓

Substituindo o valor de y em (𝑖𝑖), temos: 10𝑥 − 14 ∙ (55) = −240 → 𝒙 = 𝟓𝟑

Há um único ponto crítico de 𝑓: (53, 55).


2
- Determinando 𝐷(𝑥, 𝑦): 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 ∙ 𝑓𝑦𝑦 − (𝑓𝑥𝑦 ) = (−10) ∙ (−14) − (10)2 =
140 − 100 = 40.

Aplicando o teste das derivadas parciais de segunda ordem aos dois pontos
críticos:
𝐷(53, 55) = 40 > 0
𝑓𝑥𝑥 (53, 55) = −10 < 0
(𝟓𝟑, 𝟓𝟓) → 𝑴Á𝑿𝑰𝑴𝑶 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻𝑰𝑽𝑶

Resposta: O gerente da loja de conveniências deverá vender o pacote de


balas da marca A por R$ 0,53 e o pacote da marca B por R$ 0,55, para poder obter
Lucro Máximo.

Ex. 11: Um funcionário do setor de planejamento de certa distribuidora verifica


que as lojas dos três clientes mais importantes da distribuidora estão localizados nos
pontos A(1, 5), B(0, 0) e C(8, 0), onde os valores estão em quilômetros. Em que ponto
D(x, y) deverá ser instalado um depósito para que a soma dos quadrados das
diferenças das distâncias do ponto D aos pontos A, B e C seja mínima?
Resolução: Na Fig. 69 representamos os pontos A, B, C e D para visualizar como
ficariam os posicionamentos do depósito da distribuidora e a lojas dos três clientes.

Figura 69
P á g i n a | 231

Definindo as distâncias AD, BD e CD:

AD = √(𝑥 − 1 )2 + (𝑦 − 5)2

BD = √(𝑥 − 0 )2 + (𝑦 − 0)2 = √𝑥 2 + 𝑦 2

CD = √(𝑥 − 8 )2 + (𝑦 − 0)2 = √(𝑥 − 8 )2 + 𝑦 2

A soma dos quadrados das distâncias de D aos pontos A, B e C é dada pela


função:
2 2 2
𝑆(𝑥, 𝑦) = (√(𝑥 − 1 )2 + (𝑦 − 5)2 ) + (√𝑥 2 + 𝑦 2 ) + (√(𝑥 − 8 )2 + 𝑦 2 )

𝑺(𝒙, 𝒚) = (𝒙 − 𝟏 )𝟐 + (𝒚 − 𝟓)𝟐 + 𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 + (𝒙 − 𝟖 )𝟐 + 𝒚𝟐

- Determinando as derivadas parciais de 1ª ordem:


𝑆𝑥 = 2(𝑥 − 1) + 2𝑥 + 2(𝑥 − 8) = 6𝑥 − 18
𝑆𝑦 = 2(𝑦 − 5) + 2𝑦 + 2𝑦 = 6𝑦 − 10

- Pontos Críticos:
𝑆𝑥 = 6𝑥 − 18 = 0 → 𝒙 = 𝟑
𝑆𝑦 = 6𝑦 − 10 = 0 → 𝒚 = 𝟓⁄𝟑

Há um único ponto crítico de 𝑓: (3, 5⁄3).

- Determinando as derivadas parciais de 2ª ordem: 𝑆𝑥𝑥 = 6, 𝑆𝑦𝑦 = 6 e 𝑆𝑥𝑦 = 0


2
- Determinando 𝐷(𝑥, 𝑦): 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 ∙ 𝑓𝑦𝑦 − (𝑓𝑥𝑦 ) = (6) ∙ (6) − (0)2 = 36.
Aplicando o teste das derivadas parciais de segunda ordem aos dois pontos

críticos: 𝐷(3, 5⁄3) = 36 > 0

𝑓𝑥𝑥 (3, 5⁄3) = 6 > 0


P á g i n a | 232

(3, 5⁄3) → 𝑴Í𝑵𝑰𝑴𝑶 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻𝑰𝑽𝑶

Resposta: A distribuidora então deve instalar seu depósito no ponto D(3, 5⁄3).

Exercícios Propostos para revisão


Exercícios 16.3, números 1, 10, 11 e 13, páginas 316 e 317 do Livro:
“Um Curso de Cálculo”, Volume 2, Cap. 16 – Guidorizzi.
Resumo

Nesta aula vimos:

 Quando trabalhamos com funções com duas ou mais variáveis


independentes, o que podemos fazer é determinar a derivada com
relação a uma das variáveis, enquanto as demais são consideradas
como constantes. A esse processo damos o nome de derivada parcial;
𝜕𝑓
 A notação (𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥 refere-se a derivada parcial de uma função
𝜕𝑥

definida por duas variáveis, considerando a outra como constante;


𝑑
 A notação (𝑥, 𝑦) refere-se a derivada ordinária de uma função
𝑑𝑥

definida por duas variáveis, considerando 𝑦 = 𝑓(𝑥);


 Em economia, o termo análise marginal se refere ao uso de uma
derivada para estimar a variação do valor de uma função em
consequência de uma mudança no valor de uma das variáveis;
 Dois produtos são chamados de produtos substitutos se o aumento da
demanda de um resulta na diminuição da demando do outro, ou seja,
se os produtos são competitivos;
 Dois produtos são chamados de produtos complementares se o
aumento da demanda de um resulta no aumento da demanda do
outro.
 As derivadas parciais podem ser novamente derivadas, resultando em
funções que recebem o nome de derivadas parciais de segunda ordem
𝑓𝑥𝑥 , 𝑓𝑥𝑦 , 𝑓𝑦𝑦 e 𝑓𝑦𝑦 ;
 Regra da cadeia é aplicada quanto temos funções compostas, ou seja,
uma função de outra função. Então, para 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), 𝑥 = 𝑔(𝑡) e 𝑦 = ℎ(𝑡):
𝑑𝑧 𝜕𝑧 𝑑𝑥 𝜕𝑧 𝑑𝑦
𝑑𝑡
= 𝜕𝑥 𝑑𝑡
+ 𝜕𝑦 𝑑𝑡
;

 A função possui um máximo relativo em um ponto 𝑃(𝑎, 𝑏) do domínio de


𝑓 se 𝑓(𝑎, 𝑏) ≥ 𝑓(𝑥, 𝑦) para todos os pontos (𝑥, 𝑦) situados no interior de um
disco circular com centro no ponto 𝑃;
P á g i n a | 234

 A função possui um mínimo relativo no ponto 𝑄(𝑐, 𝑑) do domínio de 𝑓 se


𝑓(𝑐, 𝑑) ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) para todos os pontos (𝑥, 𝑦) situados no interior de um
disco circular com centro no ponto 𝑄;
 Os pontos críticos podem ser de 3 tipos: máximos relativos quando é
máximo em todas as direções; mínimos relativos quando é mínimo em
todas as direções; ponto de sela quando numa direção é máximo
relativo e na outra direção é mínimo relativo;
 Para definir o tipo de ponto crítico podemos aplicar o teste das
derivadas parciais de 2ª ordem, que diz que se 𝑓(𝑥, 𝑦) tem derivadas
parciais 𝑓𝑥 , 𝑓𝑦 , 𝑓𝑥𝑥 , 𝑓𝑦𝑦 , e 𝑓𝑥𝑦 , determina-se 𝐷(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥𝑥 (𝑥, 𝑦) ∙ 𝑓𝑦𝑦 (𝑥, 𝑦) −
2
[𝑓𝑥𝑦 (𝑥, 𝑦)] . Então, para cada ponto crítico (𝑎, 𝑏) determinado,
calculamos o valor de 𝐷(𝑎, 𝑏):
 Se 𝐷(𝑎, 𝑏) = 0, o teste não pode ser aplicado, sendo que 𝑓 pode possuir
um mínimo relativo, um máximo relativo ou um ponto de sela em (𝑎, 𝑏);
 Se 𝐷(𝑎, 𝑏) < 0, existe um ponto de sela em (𝑎, 𝑏);
 Se 𝐷(𝑎, 𝑏) > 0, calculamos 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏):
 Se 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) > 0, existe um mínimo relativo em (𝑎, 𝑏);
 Se 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) < 0, existe um máximo relativo em (𝑎, 𝑏).
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 13

ATIVIDADE

Derivadas Parciais
1) Dadas as funções de demanda de um par de produtos, use derivadas
parciais para determinar se os mesmos são substitutos, complementares ou nem uma
coisa nem outra.
a) 𝐷1 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 500 − 6𝑝1 + 5𝑝2
𝐷2 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 200 + 2𝑝1 − 5𝑝2

400
b) 𝐷1 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 3000 + 𝑝 + 50𝑝2
1 +3

500
𝐷2 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 2000 − 100𝑝1 +
𝑝2 + 4

c) 𝐷1 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 200𝑝1 −0,5 𝑝2 −0,5


𝐷2 (𝑝1 , 𝑝2 ) = 300𝑝1 −0,5 𝑝2 −1,5

2) Calcule todas as derivadas parciais de primeira ordem da função dada:


a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 7𝑥 − 3𝑦 + 4
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2𝑥(𝑦 − 3𝑥) − 4𝑦
c) 𝑧 = 2𝑡𝑠𝑒 𝑡
d) 𝑧 = 𝑢 ln 𝑣
𝑥𝑦 2
e) 𝑧 = 𝑥 2 𝑦 3 +1
Exercícios Extra
AULA 13

ATIVIDADE

Derivadas Parciais (Complementação)


1) Determine quais são os pontos críticos da função e classifique cada um
como máximo relativo, mínimo relativo ou ponto de sela.
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 2𝑦 2 − 𝑥𝑦 + 14𝑦
c) 𝑓(𝑥, 𝑦) = −6𝑥 2 + 𝑥𝑦 2 − 3𝑦 2 + 1

2) Uma loja de sapatos compra dois modelos de sandálias pelo mesmo preço,
R$ 25,00. Estima-se que, se o modelo A for vendido a 𝑥 reais a unidade e o modelo B
a 𝑦 reais a unidade, os fregueses comprarão 40 − 5𝑥 + 4𝑦 do modelo A e 20 + 6𝑥 − 7𝑦
do modelo B. Para obter o lucro máximo, o dono da loja deve cobrar pelos modelos
A e B, respectivamente, em reais:
a) 350,00 e 260,00. d) 50,00 e 60,00.
b) 27,50 e 25,50. e) 22,50 e 32,50.
c) 29,00 e 27,50.

3) Quatro pequenas cidades em uma região rural estão interessadas em


instalar uma repetidora de televisão. Se as cidades estão localizadas nos pontos A(-
5, 0), B(1, 7), C(9, 0) e D(0, -8) de um sistema retangular de coordenadas no qual as
distâncias estão em quilômetros, o ponto S(a, b), local da instalação da repetidora,
no qual a soma dos quadrados das distâncias entre as quatro cidades e a repetidora
é a menor possível é:
a) (0, 0). d) (3⁄4 , 1⁄4).

b) (− 2⁄3 , 5). e) (1⁄4 , 5⁄4)).

c) (3⁄4 , −7⁄2).
Aula 14
Integração múltipla: integral

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nas próximas aulas iremos entrar num universo novo de integração que é
denominado Integração Múltipla. Nessa aula iremos te apresentar a Integração
dupla e as aplicações das integrais duplas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as integrações duplas e os problemas de aplicação dessas


integrais;
 E também seja capaz de resolver as integrais iteradas e relacionadas a
aplicações das integrais duplas.
P á g i n a | 239

14 INTRODUÇÃO

Bem, vocês já aprenderam integração simples até aqui.


Agora iremos ver a integração múltipla começando pela integração dupla.
Então para iniciarmos este estudo, vamos integrar parcialmente algumas
funções, como fazíamos nas derivadas parciais de funções de várias variáveis,
considerando uma das variáveis independentes como sendo constante e
diferenciando em relação às variáveis restantes. De modo análogo iremos considerar
uma integral indefinida como uma função em relação a uma dessas variáveis,
enquanto consideramos temporariamente as variáveis restantes como sendo
constantes. Exemplos:
Ex. 1: Se integrarmos em relação a x, y se mantém constante e pode sair da
integral:

∫ 4𝑥 3 𝑦 2 𝑑𝑥 = 𝑦 2 ∫ 4𝑥 3 𝑑𝑥 = 𝑥 4 𝑦 2 + 𝑘

E agora, fazendo o inverso, se integrarmos em relação a y, x se mantém


constante e pode ser retirado da integral.

∫ 𝑥 3 𝑦 2 𝑑𝑦 = 𝑥 3 ∫ 3𝑦 2 𝑑𝑦 = 𝑥 3 𝑦 3 + 𝑘

Essas integrais podem ser chamadas de “integrais parciais”, mas iremos


chama-las integrais em relação a x ou a y.
Ex. 2: Outro exemplo de integral, agora considerando a Integral Definida em
relação a x.
𝑦2
∫ 𝑦𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑥
ln 𝑦

Resolução:
Manteremos o y como constante e integramos somente exy.
2
𝑦2
𝑦𝑒 𝑥𝑦 𝑦 𝑦2 2 3
𝑥𝑦
∫ 𝑦𝑒 𝑑𝑥 = [ ] = [𝑒 𝑥𝑦 ]ln 𝑦 = 𝑒 𝑦 ∙𝑦 − 𝑒 (𝑙𝑛𝑦)𝑦 = 𝑒 𝑦 − 𝑒 𝑦𝑙𝑛 𝑦
ln 𝑦 𝑦 ln 𝑦

Ex. 3: Agora iremos fazer a integral definida em relação a y. Manteremos o y


como constante e integramos somente exy.
𝑦2
∫ 𝑦𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑦
ln 𝑦

Resolução:
P á g i n a | 240

2
𝑦2
𝑦𝑒 𝑥𝑦 𝑦 𝑦2 2 3
∫ 𝑦𝑒 𝑥𝑦
𝑑𝑦 = [𝑒 𝑥𝑦
+ ] = [2𝑒 𝑥𝑦 ]ln 𝑦 = 2[𝑒 𝑦 ∙𝑦 − 𝑒 (𝑙𝑛𝑦)𝑦 ] = 2𝑒 𝑦 − 2𝑒 𝑦𝑙𝑛 𝑦
ln 𝑦 𝑦 ln 𝑦

14.1 Integração múltipla

Definição: Agora nós vamos estudar a


definição de integral repetida.

𝑑 ℎ(𝑥)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑐 𝑔(𝑥)
𝑥=𝑑 𝑦=ℎ(𝑥)
=∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑥=𝑐 𝑦=𝑔(𝑥)

𝑑 ℎ(𝑦)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦
𝑐 𝑔(𝑦)
𝑦=𝑑 𝑥=ℎ(𝑥)
=∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦
𝑦=𝑐 𝑥=𝑔(𝑥)

As duas sucessivas integrações requeridas para calcular uma integral repetida


são executadas na ordem em que aparecem as diferenciais dx e dy nas definições
acima, fazendo da esquerda para a direita, ou seja, de dentro para fora. Exemplos:
Ex. 4: Calcule:
2 3
∫ ∫ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥.
0 1

Resolução:
2 3
∫ [∫ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 =
0 1
3 3 3
𝑦2 32 12
∫ 𝑥 𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 ∫ 𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 ∙ [ ] = 𝑥 2 ∙ ( − ) = 4x 2
2 2 2
1 1 2 1 2 2

2 3 2 2
2
4𝑥 3 4 ∙ 23 𝟑𝟐 2
∫ [∫ 𝑥 𝑦 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫ 4𝑥 𝑑𝑥 = [ ] = = .
0 1 0 3 0 3 𝟑

Ex. 5: Calcule:
P á g i n a | 241

𝜋 𝜋
∫ ∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
0 0

Resolução:
𝜋 𝜋
∫ [∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦.
0 0
𝜋
∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 = [sen(𝑥 + 𝑦)]𝜋0 = sen(𝑦 + 𝜋) − sen(𝑦)
0
𝜋 𝜋 𝜋
∫ [∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ [sen(𝑦 + 𝜋) − sen(𝑦)] 𝑑𝑦 = [− cos(𝑦 + 𝜋) + cos(𝑦)]𝜋0
0 0 0
𝜋 𝜋
∫ ∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = [− cos(𝜋 + 𝜋) + cos(𝜋)] − [− cos(0 + 𝜋) + cos(0)] = (−1 − 1) − (1 + 1) = −𝟒
0 0

Ex. 6: Calcule:
1 1
∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
−1 −2

Resolução:
𝟏 𝟏
∫ [∫ (𝒙𝟐 + 𝒚²) 𝒅𝒙] 𝒅𝒚.
−𝟏 −𝟐
1
1
𝑥³ 1³ (−2)3 13 8
∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 = [ + 𝑥𝑦²] = [ + 1 ∙ 𝑦²] − [ + (−2) ∙ 𝑦 2 ] = ( + 𝑦 2 ) − (− − 2𝑦 2 )
−2 3 −2
3 3 3 3

= 3 + 3𝑦²

1 1 1
∫ [∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ (3 + 3𝑦²) 𝑑𝑦 = [3𝑦 + 𝑦 3 ]1−1 = [3 ∙ 1 + 13 ] − [3 ∙ (−1) + (−1)3 ] = 𝟖.
−1 −2 −1

Ex. 7: Calcule:
4 3
∫ ∫ (3𝑥 2 − 3𝑦²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
1 −2

Resolução:
𝟒 𝟑
∫ [∫ (𝟑𝒙𝟐 − 𝟑𝒚²) 𝒅𝒙] 𝒅𝒚.
𝟏 −𝟐
3
∫ (3𝑥 2 − 3𝑦²) 𝑑𝑥 = [𝑥 3 − 3𝑥𝑦²]3−2 = [33 − 3 ∙ 3 ∙ 𝑦²] − [(−2)3 − 3 ∙ (−2) ∙ 𝑦 2 ]
−2
3
∫ (3𝑥 2 − 3𝑦²) 𝑑𝑥 = (27 − 9𝑦 2 ) − (−8 + 6𝑦 2 ) = 35 − 15𝑦 2
−2
4 3 4
∫ [∫ (3𝑥 2 − 3𝑦²) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ (35 − 15𝑦 2 ) 𝑑𝑦 = [35𝑦 − 5𝑦 3 ]14 = (35 ∙ 4 − 5 ∙ 43 ) − (35 ∙ 1 − 5 ∙ 13 )
1 −2 1
4 3
∫ ∫ (3𝑥 2 − 3𝑦²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = −𝟐𝟏𝟎
1 −2

Ex. 8: Calcule:
P á g i n a | 242

3 𝜋
∫ ∫ (𝑠𝑒𝑛 2𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
𝜋
−1
2

Resolução:
3 𝜋
∫ ∫ (𝑠𝑒𝑛 2𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥.
𝜋
−1
2
𝜋 𝜋
1 −1 𝜋 −1
∫ (𝑠𝑒𝑛 2𝑦) 𝑑𝑦 = [− 𝑐𝑜𝑠 2𝑦]𝜋 = {[cos 2 ∙ (𝜋)] − [cos 2 ∙ ( )]} = [(cos 2𝜋) − (cos 𝜋)] = −𝟏
𝜋 2 2 2 2
2 2

3 𝜋 3
∫ (∫ (𝑠𝑒𝑛 2𝑦) 𝑑𝑦) 𝑑𝑥 = − ∫ 1 𝑑𝑥 = [−𝑥]3−1 = −3 − (−1) = −𝟐
𝜋
−1 −1
2

Ex. 9: Calcule:
0 1
∫ ∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
−1 0

Resolução:
0 1
∫ ∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
−1 0
1
1 𝑥𝑦² 1 1 1 2 1
∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 = [ 2
𝑒 ] = ( 2 𝑒 1∙𝑦² ) − ( 2 𝑒 0∙𝑦 ) = 2 (𝑒 𝑦² − 1)
0 𝑦 0
𝑦 𝑦 𝑦
0 1 0 0
1 1 1
∫ (∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑦 = ∫ [ 2 (𝑒 𝑦² − 1)] 𝑑𝑦 = [− (𝑒 𝑦² − 1) + 2 (𝑒 𝑦² − 1)]
−1 0 −1 𝑦 𝑦 𝑦 −1
0 1
1 1 1 1
∫ (∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑦 = [− (𝑒 0² − 1) + 2 (𝑒 0² − 1)] − [− (𝑒 (−1)² − 1) + 2 (𝑒
(−1)²
− 1)]
−1 0 0 0 (−1) (−1)
0 1
∫ (∫ (𝑒 𝑥𝑦² ) 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑦 = −[(𝑒 − 1) + (𝑒 − 1)] = −𝟐(𝒆 − 𝟏)
−1 0

Ex. 10: Calcule:


5 1
∫ ∫ (𝑥𝑒 −𝑦 ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
0 −2

Resolução:
5 1
∫ ∫ (𝑥𝑒 −𝑦 ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
0 −2
1 1
𝑥 2 −𝑦 12 (−2)2 −𝑦 3
∫ (𝑥𝑒 −𝑦 ) 𝑑𝑥 = [ 𝑒 ] = ( 𝑒 −𝑦 ) − [ 𝑒 ] = − 𝑒 −𝑦
−2 2 −2
2 2 2
5 1 5 5
3 3 3 3 𝟑
∫ ∫ (𝑥𝑒 −𝑦 ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ (− 𝑒 −𝑦 ) 𝑑𝑦 = [ 𝑒 −𝑦 ] = ( 𝑒 −5 ) − ( 𝑒 −0 ) = (𝒆−𝟓 − 𝟏)
0 −2 0 2 2 0 2 2 𝟐
P á g i n a | 243

14.2 Integrais iteradas

Suponhamos que 𝑓(𝑥, 𝑦) seja contínua num retângulo 𝑅, 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑.


Consideremos:
𝑏
𝐹(𝑦) = ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥.
𝑎

Prova-se que a função 𝐹 é contínua em [𝑐, 𝑑]. Logo, tem sentido escrever:
𝑑 𝑑 𝑏
∫ 𝐹(𝑦) 𝑑𝑦 = ∫ (∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑦.
𝑐 𝑐 𝑎

Uma integral desse tipo é chamada de integral iterada.

A região de integração das integrais iteradas não precisa, necessariamente,


ser um retângulo. Podemos fazer integrais iteradas sobre regiões como exemplificam
as figuras.

Teorema de Fubini
Se 𝑓 for contínua em um retângulo
𝑑 𝑏 𝑏 𝑑
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝑅 𝑐 𝑎 𝑎 𝑐

𝑅 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑}

Neste caso, tanto faz a ordem de integração o resultado será o mesmo.

Ex. 1: Determine:
1 2
∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝐼
0 0

Resolução:
1 2 1 2
𝑦³ 8 2𝑥 3 8𝑥 2 ∙ 23 8 ∙ 2 𝟑𝟐
𝐼 = ∫ [𝑥 𝑦 + ] 𝑑𝑥 = ∫ (2𝑥 2 + ) 𝑑𝑥 = [
2
+ ] = + =
0 3 0 0 3 3 3 0 3 3 𝟑
244

Ex. 2: Calcule ∬𝑅 (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde 𝑅 = [0, 1] × [0, 1].


1 1 1
𝑥²𝑦 𝑥³ 𝑥 = 1
∫ (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ [ + ]| 𝑑𝑦
𝑅 0 0 0 2 3 𝑥=0
1 1
𝑦 1 𝑦2 𝑦 𝟕
∬ (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [ + ] 𝑑𝑦 = [ + ] = .
𝑅 0 2 3 4 3 0 𝟏𝟐

14.3 Integrais duplas sobre regiões gerais

Consideremos agora a região da figura 70.

Figura 70: Região hachurada 1.

Conforme podemos facilmente perceber, da figura 1 temos que a área da


região é definida pela integral dupla
𝑏 𝑔2(𝑥)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥.
𝑎 𝑔1(𝑥)

Na Figura 70 podemos classificar como sendo do tipo 1: 𝒅𝒚𝒅𝒙


𝐷 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑔1 (𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑔2 (𝑥)}
Para definir os limites de integração em relação a 𝒚, podemos traçar uma reta
imaginária paralela ao eixo y. Logo será a função menor até a função maior, debaixo
para cima, o limite de 𝒚. E o limite de 𝒙, é só ir ao eixo do 𝒙 e pegar os valores que
serão duas constantes que está compreendida a figura.
Ex. 1: A região limitada pelas curvas 𝑦 = 𝑥 2 e 𝑦 = 4𝑥 − 𝑥 2 , pode ser descrita
como de tipo I. Resolução: A interseção das curvas é feita igualando as duas funções:
𝒙𝟐 = 𝟒𝒙 − 𝒙𝟐 .
Igualamos a zero:
P á g i n a | 245

𝟐𝒙𝟐 − 𝟒𝒙 = 𝟎.
Encontramos através de Báskara as raízes que serão os pontos de intersecção
das curvas. Nesse caso 𝒙 = 𝟎 e 𝒙 = 𝟐. Agora iremos montar duas tabelas, uma para
cada função para desenhar o gráfico. Para os valores de 𝒙 utilizamos os valores
encontrados na interseção das curvas, nesse caso 0 e 2. E utilizamos um outro valor
que esteja entre 0 e 2, e encontramos os respectivos valores de 𝒚.
𝒙 𝒚 = 𝒙𝟐 𝒚 𝒙 𝒚 = 𝟒𝒙 – 𝒙𝟐 𝒚

𝒚 = 𝟎𝟐 0 0 𝒚 = 𝟒 ∙ 𝟎 – 𝟎𝟐 0

1 𝒚 = 𝟏𝟐 1 1 𝒚 = 𝟒 ∙ 𝟏 – 𝟏𝟐 3

2 𝒚 = 𝟐𝟐 4 2 𝒚 = 𝟒 ∙ 𝟐 – 𝟐𝟐 4
Obs. Apenas o intervalo do meio dará
diferente.

Graficamente então teremos a figura abaixo (Figura 71).

Figura 71: Gráfico do Ex. 1.

Logo os limites de integração em relação ao eixo x de 0 a 2.


E em relação a x a função menor até a função maior. Função menor 𝒚 = 𝒙𝟐
até a função maior 𝒚 = 𝟒𝒙 − 𝒙𝟐 .
𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2|0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥 − 𝑥 2 }
Consideremos agora a região da Figura 72.

Figura 72
P á g i n a | 246

Conforme podemos facilmente perceber, da Figura 73 temos que a região é


delimitada pelas condições ℎ1 (𝑦) ≤ 𝑥 ≤ ℎ2 (𝑦) e 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑:
𝑑 ℎ2(𝑦)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
𝑐 ℎ1(𝑦)

Na Figura 73 podemos classificar como sendo do tipo 2: 𝑑𝑥𝑑𝑦


𝐷 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑦 ≤ 𝑏, ℎ1 (𝑦) ≤ 𝑥 ≤ ℎ2 (𝑦)}
Do mesmo modo para definirmos o limite de integração em relação a 𝑥
traçamos uma reta paralela só que agora ao eixo 𝑥. Então será a função menor até
a função maior, da esquerda para direita, o limite de 𝑥. E o limite de 𝑦, estará no eixo
do 𝑦, de uma constante a outra que estará compreendidos entre a figura.
Observem que sempre a última integração é de uma constate a outra, e que
se encontra sempre no eixo do 𝑥 se for do tipo 1 ou no eixo do y se for do tipo 2.
Ex. 2: Seja a região limitada pelas curvas 𝑥 = 𝑦 2 − 1 e 𝑥 = 1 − 𝑦 2 .
Resolução: Para encontrarmos os pontos de interseção devemos igualar as
duas funções e encontrar as raízes da equação do segundo grau.
𝑦 2 – 1 = 1 – 𝑦 2 → 2𝑦 2 = 2 → 𝑦 2 = 1 → 𝑦 = ±1
Agora iremos montar a tabela.
𝑦 𝑥 = 𝑦2 − 1 𝑥

-1 𝑥= 0
(−1)2 −1

0 𝑥 = 02 −1 -1

1 𝑥 = 12 −1 0
𝑦 𝑥 = 1 − 𝑦2 𝑥

-1 𝑥 = 1 − (−1)2 0

P á g i n a | 247
0 𝑥 = 1 − 02 1

1 𝑥 = 1 − 12 0
E então desenhamos o gráfico (Figura
73).

Figura 73: Gráfico do Ex. 2.

E logo determinamos os limites de integração. No eixo y os intervalos vão de


uma constante a outra, que são os valores dos zeros da equação. E o eixo do x está
indo de uma função a outra, da esquerda para direita, da menor para a maior.
𝑫 = {(𝒙, 𝒚) ∈ ℝ𝟐 / −𝟏 ≤ 𝒚 ≤ 𝟏, 𝒚² − 𝟏 ≤ 𝒙 ≤ 𝟏 − 𝒚²}.

Ex. 3: Calcule ∬𝐷 (𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴, onde D é a região limitada pelas parábolas 𝑦 =

2𝑥 2 e 𝑦 = 1 + 𝑥 2 . Resolução: Primeiro passo é construir o gráfico, igualando as duas


funções e classificando em tipo 1 ou tipo 2. E achando os limites da integração. Neste
caso temos uma integração do tipo 1 𝒅𝒚 𝒅𝒙, os limites de 𝒙 de -1 a 1. E os limites de y
de 𝟐𝒙𝟐 a 𝟏 + 𝒙𝟐 , da função menor até a maior, debaixo para cima.
P á g i n a | 248

Figura 74: Região hachurada – Ex.3.

1 1+𝑥 2 1
2
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = ∫ (∫ (𝑥 + 2𝑦) 𝑑𝑦) 𝑑𝑥 = ∫ [𝑥𝑦 + 𝑦 2 ]1+𝑥
2𝑥 2 𝑑𝑥
−1 2𝑥 2 −1
𝐷

1
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = ∫ [𝑥(1 + 𝑥 2 ) + (1 + 𝑥 2 )2 − 𝑥(2𝑥 2 ) − (2𝑥 2 )2 ] 𝑑𝑥
−1
𝐷

1
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = ∫ (𝑥 + 𝑥 3 + 1 + 2𝑥 2 + 𝑥 4 − 2𝑥 3 − 4𝑥 4 ) 𝑑𝑥
−1
𝐷

1
1
3𝑥 5 𝑥 4 2𝑥 3 𝑥 2
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = ∫ (−3𝑥 4 − 𝑥 3 + 2𝑥 2 + 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 = [− − + + + 𝑥]
−1 5 4 3 2 −1
𝐷

3 ∙ 15 14 2 ∙ 13 12 3 ∙ (−1)5 (−1)4 2 ∙ (−1)3 (−1)2


∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = (− − + + + 1) − [− − + + + (−1)]
5 4 3 2 5 4 3 2
𝐷

3 1 2 1 3 1 2 1 3 1 2 1 3 1 2 1
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = (− − + + + 1) − [ − − + − 1] = − − + + + 1 − + + − + 1
5 4 3 2 5 4 3 2 5 4 3 2 5 4 3 2
𝐷

6 4 −18 + 20 + 30 32
∬(𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴 = − + + 2 = =
5 3 15 15
𝐷

Ex. 4: Seja D a região do plano xy delimitado pelos gráficos de 𝑦 = 𝑥 2 e 𝑦 = 2𝑥.


Calcule ∬(𝑥3 + 4𝑦) 𝑑𝐴. Resolução: Esse exemplo pode ser tanto do tipo 1 quanto do
tipo 2.
a) Se for do tipo 1 dy dx, os limites de integraçao de 𝒙 serão 0 a 2 e os limites
de 𝒚 serão da função menor 𝒚 = 𝒙𝟐 até a função maior 𝒚 = 𝟐𝒙
P á g i n a | 249

Figura 75: Região hachurada – Ex.4 (Tipo 1).

𝟐 𝟐𝒙 𝟐 𝟐
𝟐
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙 = ∫ [𝒙𝟑 𝒚 + 𝟐𝒚𝟐 ]𝟐𝒙 𝟑 𝟐 𝟑 𝟐 𝟐
𝒙𝟐 𝒅𝒙 = ∫ [(𝒙 ∙ 𝟐𝒙 + 𝟐(𝟐𝒙) ) − (𝒙 ∙ 𝒙 + 𝟐(𝒙 ) )] 𝒅𝒙
𝟎 𝒙𝟐 𝟎 𝟎

𝟐 𝟐𝒙 𝟐 𝟐 𝟐
𝟑 𝟒 𝟐 𝟓 𝟒
𝟖𝒙𝟑 𝒙𝟔
𝟐 𝟓
∫ (∫ (𝒙 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙 = ∫ [(𝟐𝒙 + 𝟖𝒙 ) − (𝒙 + 𝟐𝒙 )] 𝒅𝒙 = ∫ (𝟖𝒙 − 𝒙 ) 𝒅𝒙 = [ − ]
𝟎 𝒙𝟐 𝟎 𝟎 𝟑 𝟔 𝟎
𝟐 𝟐𝒙
𝟖 ∙ 𝟐𝟑 𝟐𝟔 𝟔𝟒 𝟔𝟒 𝟑𝟐
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙 = − = − =
𝟎 𝒙𝟐 𝟑 𝟔 𝟑 𝟔 𝟑

b) Agora podemos fazer também do tipo 2, dxdy. Neste caso, os limites de y


serão de 0 a 4 e os de x serão da função menor 𝑥 = ½ 𝑦 até a função maior 𝑥 = √𝑦.

Figura 76: Região hachurada – Ex.4 (Tipo 2).

√𝒚 𝟒 𝒚 𝟒
𝟒 √𝒚 𝟒
𝒙𝟒 𝟐 (√𝒚) ( ) 𝒚
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒙) 𝒅𝒚 = ∫ [ + 𝟒𝒙𝒚] 𝒅𝒚 = ∫ [( + 𝟒√𝒚 ∙ 𝒚) − ( 𝟐 + 𝟒 ∙ ∙ 𝒚)] 𝒅𝒚
𝟎
𝒚
𝟎 𝟒 𝒚 𝟎 𝟒 𝟒 𝟐
𝟐 𝟐

𝟒 𝟐 𝟐
√𝒚 𝒚𝟐 𝟑 𝒚𝟒 𝒚𝟒 𝟕𝒚𝟐 𝟑
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒙) 𝒅𝒚 = ∫ [( + 𝟒𝒚𝟐 ) − ( + 𝟐𝒚𝟐 )] 𝒅𝒚 = ∫ (− − + 𝟒𝒚𝟐 ) 𝒅𝒚
𝟎
𝒚
𝟎 𝟒 𝟔𝟒 𝟎 𝟔𝟒 𝟒
𝟐
P á g i n a | 250

𝟓 𝟒 𝟓
𝟒 √𝒚 𝒚𝟓 𝟕𝒚𝟑 𝟒𝒚𝟐 𝟒𝟓 𝟕 ∙ 𝟒𝟑 𝟖 ∙ 𝟒𝟐 −𝟑𝟎𝟕𝟐 − 𝟑𝟓𝟖𝟒𝟎 + 𝟒𝟗𝟏𝟓𝟐
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒙) 𝒅𝒚 = [− − + ] =− − + =
𝟎
𝒚 𝟑𝟐𝟎 𝟏𝟐 𝟓 𝟑𝟐𝟎 𝟏𝟐 𝟓 𝟗𝟔𝟎
𝟐 𝟐 𝟎
𝟒 √𝒚 𝟏𝟎𝟐𝟒𝟎 𝟑𝟐
∫ (∫ (𝒙𝟑 + 𝟒𝒚) 𝒅𝒙) 𝒅𝒚 = =
𝟎
𝒚 𝟗𝟔𝟎 𝟑
𝟐

Obs. Podendo ser do tipo 1 ou do tipo 2 os resultados serão iguais. Assim, cabe
a você escolher a ordem da integração.

14.4 Aplicações elementares das integrais duplas volumes pela integração dupla

Podemos calcular o volume através de uma integral dupla sob o gráfico de


uma função f não-negativa, contínua sobre uma região D dada.

𝑉 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴
𝐷

Ex. 5: Determinar o volume do sólido delimitado por 𝑧 = 4 − 𝑥 2 , 𝑥 = 0, 𝑦 = 0, 𝑦 =


6 𝑒 𝑥 = 2. Resolução: Neste caso podemos usar o teorema de Fubini.
2 6 2 2
𝑉 = ∫ ∫ (4 − 𝑥²) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ [4𝑦 − 𝑥²𝑦]60 𝑑𝑥 = ∫ (24 − 6𝑥²) 𝑑𝑥
0 0 0 0

𝑉 = [24𝑥 − 2𝑥 3 ]20 = 48 − 16 = 𝟑𝟐 𝒖. 𝒗.

Área pela integração dupla;


A área de uma região D no plano xy é dada por:

𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝐴
𝐷

Ex. 6: Calcule a área retangular da região R:


P á g i n a | 251

Figura 77: Área retangular da região R – Ex.6.

Resolução: Neste exemplo podemos aplicar o teorema de Fubini, por se tratar


de uma região retangular. Então poderá ser dydx ou dxdy que dará o mesmo
resultado.

2≤𝑥≤4
𝐴𝑅 = ∬ 𝑑𝑥 𝑑𝑦, 𝑅 = {
𝑅
2≤𝑦≤6
4 6 4 4
𝐴𝑅 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ [𝑦]62 𝑑𝑥 = ∫ 4 𝑑𝑥 = [4𝑥]42 = 4 ∙ 4 − 4 ∙ 2 = 𝟖
2 2 2 2

Ex. 7: Determinar a área da região limitada por 𝑦 = 𝑥 3 e 𝑦 = 4𝑥. Resolução:


Representando graficamente as funções na Figura 78.

Figura 78: Representação das funções – Ex.7.

0≤𝑥≤2
𝑅={
𝑥³ ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥
P á g i n a | 252

A área pode ser determinada pela integral:


2 4𝑥 2 2 4 2 4
4𝑥 𝑥 2
𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ 𝑦 | 3 𝑑𝑥 = ∫ (4𝑥 − 𝑥 3 ) 𝑑𝑥 = [2𝑥 2 − ] = 2 ∙ 22 − =𝟒
𝑥=0 𝑦=𝑥³ 0 𝑥 0 4 0 4

14.5 Momentos e centro de massa

Vamos supor que uma partícula P de massa 𝒎 é situada no ponto (x,y) no


plano xy, como na Figura 79.

Figura 79: Momento de área.

Logo, o produto 𝒎𝒙, a massa 𝒎 da partícula multiplicada pela respectiva


distância x do eixo y, é chamado de momento 𝑷 em relação ao eixo 𝒚. E de mesmo
modo o produto 𝒎𝒚 é chamado o momento de 𝑷 em relação ao eixo 𝒙.
Suponhamos que uma massa total 𝒎 é continuamente distribuída sobre uma
região plana admissível D, sob a forma de uma película delgada de material, onde
chamamos de lâmina. Seja 𝝈 a função densidade para esta distribuição de massa.

𝒎 = ∬ 𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝑨
𝑫

Se (x,y) é um ponto em D, vamos considerar o retângulo infinitesimal de


dimensões dx e dy como centro em (x,y). A massa contida neste retângulo é dada
por 𝒅𝒎 = 𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙𝒅𝒚 a sua distância ao eixo 𝒙 vale 𝒚 unidades, logo, seu momento
em relação ao eixo 𝒙 é dado por 𝒚𝒅𝒎 = 𝒚𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙𝒅𝒚. O momento total de toda a
massa na lâmina é obtido pela soma, isto é, pela integração de todos os momentos
infinitensimais. Então o momento 𝑴𝒙 da lâmina em relação ao eixo 𝒙 é dado por:

𝑴𝒙 = ∬ 𝒚 𝒅𝒎 = ∬ 𝒚𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝑨
𝑫 𝑫

Igualmente, o momento 𝑴𝒚 da lâmina em relação ao eixo y é dado por:


P á g i n a | 253

𝑴𝒚 = ∬ 𝒙𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝑨
𝑫

Por definição, as coordenadas do centro de massa são:


𝑴𝒚 𝑴𝒙
̅
𝒙= ̅=
𝒆 𝒚
𝒎 𝒎

Ex. 8: Determine a massa e o centro de massa de uma lâmina triangular com


vértices (0,0) (1,0) e (2,0), sabendo que a função densidade é 𝛿(𝑥, 𝑦) = 1 + 3𝑥 + 𝑦.
Resolução: Representando a região entre os pontos graficamente (Figura 80):

Figura 80: Região entre os pontos – Ex.8.

Podemos definir a reta que passa pelos pontos (1, 0) e (0, 2): 𝒚 = 𝒂𝒙 + 𝒃
𝒂∙𝟎+𝒃=𝟐 → 𝒃=𝟐
𝒚 = 𝒂𝒙 + 𝒃 {
𝒂 ∙ 𝟏 + 𝟐 = 𝟎 → 𝒂 = −𝟐
𝒚 = 𝒇(𝒙) = −𝟐𝒙 + 𝟐
Assim, 𝟎 ≤ 𝒙 ≤ 𝟏 e 𝟎 ≤ 𝒚 ≤ 𝟐 − 𝟐𝒙.
Massa 𝒎:
𝟏 𝟐−𝟐𝒙
𝒎 = ∬ 𝜹(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∬ (𝟏 + 𝟑𝒙 + 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∫ (∫ (𝟏 + 𝟑𝒙 + 𝒚) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙
𝑫 𝑫 𝟎 𝟎
𝟏 𝟏
𝒚² 𝟐 − 𝟐𝒙 𝒚² 𝟐 − 𝟐𝒙
𝒎 = ∫ [𝒚 + 𝟑𝒙𝒚 + ] 𝒅𝒙 = ∫ [𝒚 + 𝟑𝒙𝒚 + ] 𝒅𝒙
𝟎 𝟐 𝟎 𝟎 𝟐 𝟎
𝟏 (𝟐 − 𝟐𝒙)² 𝟏
𝟒𝒙³ 𝟏
𝒎 = ∫ [𝟐 − 𝟐𝒙 + 𝟔𝒙 − 𝟔𝒙𝟐 + ] 𝒅𝒙 = ∫ (𝟒 − 𝟒𝒙²) 𝒅𝒙 = [𝟒𝒙 − ]
𝟎 𝟐 𝟎 𝟑 𝟎
𝟒 𝟖
𝒎= 𝟒− =
𝟑 𝟑
Momento em x:
𝟏 𝟐−𝟐𝒙
𝑴𝒙 = ∬ 𝒚𝜹(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∬ 𝒚(𝟏 + 𝟑𝒙 + 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∫ (∫ (𝒚 + 𝟑𝒙𝒚 + 𝒚²) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙
𝑫 𝑫 𝟎 𝟎
P á g i n a | 254

𝟏 𝟏 (𝟐
𝒚² 𝟑𝒙𝒚² 𝒚³ 𝟐 − 𝟐𝒙 − 𝟐𝒙)² 𝟑𝒙(𝟐 − 𝟐𝒙)² (𝟐 − 𝟐𝒙)³
𝑴𝒙 = ∫ [ + + ] 𝒅𝒙 = ∫ [ + + ] 𝒅𝒙
𝟎 𝟐 𝟐 𝟑 𝟎 𝟎 𝟐 𝟐 𝟑
𝟏
𝟏𝟒 𝟏𝟎𝒙³ 𝟏𝟒𝒙 𝟐𝒙𝟑 𝟓𝒙𝟒 𝟏 𝟏𝟒 𝟐 𝟓
𝑴𝒙 = ∫ ( − 𝟔𝒙 − 𝟐𝒙𝟐 + ) 𝒅𝒙 = [ − 𝟑𝒙𝟐 − + ] = −𝟑− +
𝟎 𝟑 𝟑 𝟑 𝟑 𝟔 𝟎 𝟑 𝟑 𝟔
𝟏𝟒 − 𝟗 − 𝟐 𝟓 𝟓 𝟏𝟏
𝑴𝒙 = + =𝟏+ =
𝟑 𝟔 𝟔 𝟔
Momento em y:
𝟏 𝟐−𝟐𝒙
𝑴𝒚 = ∬ 𝒙𝜹(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∬ 𝒙(𝟏 + 𝟑𝒙 + 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 = ∫ 𝒙 (∫ (𝟏 + 𝟑𝒙 + 𝒚) 𝒅𝒚) 𝒅𝒙
𝑫 𝑫 𝟎 𝟎
𝟏 𝟏 (𝟐 + 𝟐𝒙)²
𝒚² 𝟐 − 𝟐𝒙
𝑴𝒚 = ∫ 𝒙 [𝒚 + 𝟑𝒙𝒚 + ] 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙 [𝟐 − 𝟐𝒙 + 𝟔𝒙 − 𝟔𝒙𝟐 + ] 𝒅𝒙
𝟎 𝟐 𝟎 𝟎 𝟐
𝟏
𝟒 + 𝟖𝒙 + 𝟒𝒙𝟐 𝟏 𝟏
𝑴𝒚 = ∫ 𝒙 [𝟐 − 𝟒𝒙 − 𝟔𝒙𝟐 + ] 𝒅𝒙 = ∫ 𝒙(𝟒 − 𝟒𝒙²) 𝒅𝒙 = ∫ (𝟒𝒙 − 𝟒𝒙³) 𝒅𝒙
𝟎 𝟐 𝟎 𝟎

𝟏
𝑴𝒚 = [𝟐𝒙² − 𝒙𝟒 ] = 𝟐−𝟏=𝟏
𝟎
Centroides: Para determinar as coordenadas do ponto de aplicação da
resultante P, denominado Baricentro ou Centro de Gravidade da superfície, basta
escrever somatórios de momentos dos pesos em relação aos eixos, ou sejam:

Pxc  x1P1  x2 P2  ...xn Pn


Pyc  y1P1  y2 P2  ... yn Pn
Levando tais expressões ao limite, tem-se:

P xc   xdP P yc   ydP
Analogamente às considerações feitas para o Peso P, tem-se:

A   dA xc 
 xdA yc 
 ydA
A A
Onde as coordenadas, denominadas Centróide ou Centro Geométrico da
superfície A, neste caso particular, coincidem com as do Baricentro.

Ex. 9: Determinar as coordenadas do centro de gravidade da região R limitada


no primeiro quadrante por 𝑦 = 𝑥 3 e 𝑦 = 4𝑥.
Resolução: Utilizando o mesmo gráfico definido na figura 8, temos que 𝑹 =
𝟎≤𝒙≤𝟐
{ .
𝒙³ ≤ 𝒚 ≤ 𝟒𝒙
𝟐 𝟒𝒙
𝑨=∫ ∫ 𝒅𝒚 𝒅𝒙 = 𝟒 (𝐄𝐱. 𝟕)
𝒙=𝟎 𝒚=𝒙³

𝟐 𝟒𝒙 𝟐 𝟒𝒙
𝒚𝟐 𝟏 𝟐 𝟐 𝟏 𝟐
𝒁𝒙 = ∫ 𝒚 𝒅𝑨 = ∫ ∫ 𝒚 𝒅𝒚 𝒅𝒙 = ∫ [ ] 𝒅𝒙 = ∫ [(𝟒𝒙)𝟐 − (𝒙𝟑 ) ] 𝒅𝒙 = ∫ (𝟏𝟔𝒙𝟐 − 𝒙𝟔 ) 𝒅𝒙
𝑨 𝒙=𝟎 𝒚=𝒙³ 𝒙=𝟎 𝟐 𝒙³ 𝟐 𝟎 𝟐 𝟎
P á g i n a | 255

𝟐
𝟏 𝟏𝟔𝒙³ 𝒙𝟕 𝟏 𝟏𝟔 ∙ 𝟐𝟑 𝟐𝟕 𝟏 𝟏𝟐𝟖 𝟏𝟐𝟖 𝟔𝟒 𝟔𝟒 𝟐𝟓𝟔
𝒁𝒙 = [ − ] = ∙( − )= [ − ]= − =
𝟐 𝟑 𝟕 𝟎 𝟐 𝟑 𝟕 𝟐 𝟑 𝟕 𝟑 𝟕 𝟐𝟏
𝟐 𝟒𝒙 𝟐 𝟐
𝒁𝒚 = ∫ 𝒙 𝒅𝑨 = ∫ ∫ 𝒙 𝒅𝒚 𝒅𝒙 = ∫ [𝒙𝒚]𝟒𝒙
𝒙𝟑
𝒅𝒙 = ∫ (𝟒𝒙𝟐 − 𝒙𝟒 ) 𝒅𝒙 =
𝑨 𝒙=𝟎 𝒚=𝒙𝟑 𝒙=𝟎 𝒙=𝟎

𝟓 𝟐
𝟒𝒙³ 𝒙 𝟒 . 𝟐𝟑 𝟐𝟓 𝟑𝟐 𝟑𝟐 𝟔𝟒
𝒁𝒚 = [ − ] = − = − =
𝟑 𝟓 𝟎 𝟑 𝟓 𝟑 𝟓 𝟏𝟓

Calculando as coordenadas do centroide:


𝒁𝒚 𝟔𝟒 𝟏𝟔
̅=
𝒙 = =
𝑨 𝟏𝟓 . 𝟒 𝟏𝟓
𝒁𝒙 𝟐𝟓𝟔 𝟔𝟒
̅=
𝒚 = =
𝑨 𝟐𝟏 . 𝟒 𝟐𝟏
𝟏𝟔 𝟔𝟒
𝑪𝑮 = ( ; )
𝟏𝟓 𝟐𝟏

14.6 Momentos de inércia

Agora, vamos imaginar a lâmina D girando em torno


de um eixo L, com velocidade angular constante w e seja
δ(x,y) a distância da massa elementar dm ao eixo L, como a
figura acima. Se dE representa a energia cinética da massa
dm, então:
𝟏 𝟏
𝒅𝑬 = (⍵𝜹)𝟐 𝒅𝒎 = (⍵𝜹)𝟐 𝝈 (𝒙, 𝒚)𝒅𝑨
𝟐 𝟐
Onde wδ é a velocidade escalar do corpo. A energia
cinética total é, portanto,
𝟏 𝟐 𝟏
𝑬 = ∬ 𝒅𝑬 = ⍵ ∬ 𝜹𝟐 𝒅𝒎 = ⍵² ∬ 𝜹𝟐 𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝑨
𝑫 𝟐 𝑫 𝟐 𝑫

A integral que figura do lado direito da figura é o momento de inercia da placa


D em relação ao eixo L e anota-se:

𝑰𝑳 = ∬ 𝜹² 𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝑨
𝑫

Em relação aos eixos coordenados, os momentos de inércia da placa D são:

𝑰𝒙 = ∬ 𝒚𝟐 𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚 𝒆 𝑰𝒚 = ∬ 𝒙²𝝈(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚
𝑫 𝑫

Enquanto o momento de inércia polar em relação à origem é dado por:

𝑰𝟎 = 𝑰𝒙 + 𝑰𝒚 = ∬ (𝒙𝟐 + 𝒚²) 𝝈 (𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚


𝑫
P á g i n a | 256

Ex. 10: Determinar os momentos de inércia 𝐼𝑥 , 𝐼𝑦 e 𝐼0 da região limitada pelas


curvas 𝑦 2 = 4𝑥, 𝑥 = 4 e 𝑦 = 0 no primeiro quadrante.
Resolução: Representado a função graficamente (Figura 81):

Figura 81: Região entre os pontos – Ex.10.

0≤𝑥≤4
Temos que 𝑅 {
0 ≤ 𝑦 ≤ 2√𝑥

Assim a inércia em relação a 𝑥:


2𝑥 1⁄2 2𝑥 1⁄2
4
𝑦3
4
8 4 8 2 4 16 5⁄2 512
𝐼𝑥 = ∫ ∫ 𝑦² 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ [ ] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2⁄3 𝑑𝑥 = [ 𝑥 5⁄2 . ] = ∙4 =
0 0 0 3 0 3 0 3 5 0 15 15

Assim a inércia em relação a 𝑦:


4 2𝑥 1⁄2 4 4 4
1⁄2
𝐼𝑦 = ∫ ∫ 𝑥 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ [𝑥 2 𝑦]2𝑥
0 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 2 ∙ 2𝑥 1⁄2 ) 𝑑𝑥 = ∫ (2𝑥 5⁄2 ) 𝑑𝑥 =
0 0 0 0 0
4
2 4 512
𝐼𝑦 = [2𝑥 7⁄2 . ] = ∙ 47⁄2 =
70 7 7

Assim a inércia em relação à origem (polo):


512 512 11264
𝐼0 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = + = = 107,28
15 7 105
Resumo

Nesta aula você aprendeu que: A Integração simples pode ser aplicada para
integrar em uma das variáveis uma função com duas variáveis, onde 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 𝑐 ≤
𝑦 ≤ 𝑑.
𝒃 𝒅
∫ 𝒇(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒐𝒖 ∫ 𝒇(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒚.
𝒂 𝒄

A Integração dupla é aplicada para integrar nas duas variáveis uma função
com duas variáveis, onde 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑.
𝒃 𝒅
∫ ∫ 𝒇(𝒙, 𝒚) 𝒅𝒙 𝒅𝒚.
𝒂 𝒄

Pelo teorema de Fubini,


𝑑 𝑏 𝑏 𝑑
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝑅 𝑐 𝑎 𝑎 𝑐

𝑅 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑}
Podemos aplicar as integrais duplas para o cálculo de volume, área,
densidade, momentos e centro de massa, momentos de inércia e centroides;
As integrais duplas do tipo 1: 𝑑𝑦𝑑𝑥, são definidas para um domínio: 𝐷 =
{(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑔1 (𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑔2 (𝑥)}
As integrais duplas do tipo 2: 𝑑𝑥𝑑𝑦, são definidas para um domínio: 𝐷 =
{(𝑥, 𝑦)|𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑, ℎ1 (𝑦) ≤ 𝑥 ≤ ℎ2 (𝑦)}

𝐴 É a área de uma região demarcada pela região R: 𝐴 = ∬𝑅 𝑑𝐴

Podemos calcular o volume através de uma integral dupla sob o gráfico de


uma função f não-negativa, contínua sobre uma região D dada.

𝑉 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴
𝐷

𝜎 é a função densidade para esta distribuição de massa: 𝑚 = ∬𝐷 𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴


𝑀𝑦
Calculamos as coordenadas do centroide pelas expressões: 𝑥̅ = 𝐴
=
∫ 𝑦𝑑𝐴 𝑀𝑥 ∫ 𝑥𝑑𝐴
𝐴
e 𝑦̅ = 𝐴
= 𝐴

Calculamos Momento de Inércia pelas expressões: 𝐼𝑥 = ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 ; 𝐼𝑦 =


∫ 𝑥 2 𝑑𝐴 e 𝐼0 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 14

ATIVIDADE

Integração Múltipla: Integral Dupla

Determine as integraIS

𝒂) ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥𝑦)𝑑𝑥

𝑦 1
𝒃) ∫ (𝑥√𝑥 − + ) 𝑑𝑦
𝑥 𝑥√𝑦

1 2
𝟐)𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒: ∫ ∫ 𝑥 4 𝑦 2 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0

3 1
𝟑)𝐷𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑒: ∫ ∫ 𝑥𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0

𝜋/2 1
𝟒)𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ∫ ∫ 𝑥𝑦 cos(𝑥𝑦 2 ) 𝑑𝑦𝑑𝑥.
0 0

Dica: Use o método da substituição na primeira integração, faça 𝑢 = 𝑥𝑦 2


Exercícios Extra
AULA 14

ATIVIDADE

APLICAÇÕES DE INTEGRAIS DUPLAS


1) Uma lâmina tem a forma de um retângulo cujos vértices são (0,0) (4,0) (0,2)
e (4,2). Determine a massa da lâmina, medida em gramas, sabendo que a densidade
da massa por área num ponto P é 𝛿(𝑥, 𝑦) = 3𝑥𝑦.

2) Determine o volume sobre uma região D delimitada pelo retângulo de


vértices (3,2); (0,2); (3,0) e (0,0) sendo 𝑧 = 𝑥 2 𝑦.

3) Determine as coordenadas do centroide da região R limitada por 𝑦 = 𝑥 + 2


e 𝑦 = 𝑥 2.
4 2
∫ ∫ 𝑦𝑐𝑜𝑠𝑥 5 𝑑𝑥𝑑𝑦
0 √𝑦

4) Encontre por integral dupla a massa, momentos de massa e o centro de


massa da região D da figura abaixo da função f(x, y)= x.

Obs.: Lembrando que 𝑙𝑛 𝐴: 𝑙𝑛 𝐵 = 𝑙𝑛 (𝐴 − 𝐵)


Aula 15
Mudança de variável e coordenadas
polares

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula estudaremos a mudança de variável e o método para converter


uma integral dupla em coordenadas cartesianas para uma integral iterada
equivalente, expressa em coordenadas polares.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Realizar a mudança de variável das integrais;


 Realizar as mudanças das coordenadas cartesianas para polares;
 Resolver as integrais duplas em coordenadas polares.
P á g i n a | 262

15 INTRODUÇÃO

Mudança de Variáveis
Nem sempre é fácil resolver as integrais duplas de forma direta, as vezes iremos
precisar usar a mudança de variáveis para facilitar a integração.

∬ (2𝑥 + 𝑦) sen(𝑥 + 2𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷

Difícil calcular de forma direta. Então seria mais fácil se fosse:

∬ 𝑢 sen 𝑣 𝑑𝑢 𝑑𝑣
𝐷

E bem parecido com método da substituição também conhecido como


mudança de variável quando aprendemos no início da matéria.
Por exemplo, se 𝑥 2 = 𝑢 , então 2𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢. Se os limites iniciais forem 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 =
𝑏 eles passarão a ser 𝑢 = 𝑎2 e 𝑢 = 𝑏2.
Esse método se baseia na seguinte fórmula:
𝑏 𝑑
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑔(𝑥)) . 𝑔′(𝑢)𝑑𝑢
𝑎 𝑐

Então vamos transformar uma integral do tipo:

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

Em uma integral:

∬ ℎ(𝑢, 𝑣) 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝑄

Irá mudar as variáveis e o domínio da função a ser integrada, apresentado na


Figura 82.
𝑇(𝑢, 𝑣) = (𝑥, 𝑦)

Figura 82
P á g i n a | 263

A transformação é resolvida aplicando a fórmula:


𝜕(𝑥, 𝑦)
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑢, 𝑣) | | 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝑇(𝑄)=𝐷 𝑄 𝜕(𝑢, 𝑣)
𝜕(𝑥,𝑦)
A expressão é denominada Jacobiano e é determinada calculando as
𝜕(𝑢,𝑣)

derivadas parciais e depois as determinantes.


𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝜕𝑣 | = 𝜕𝑥 ∙ 𝜕𝑦 − 𝜕𝑥 ∙ 𝜕𝑦
𝐽= = |𝜕𝑢
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝜕𝑢 𝜕𝑣
Ex. 1: Faça a substituição 2𝑥 + 3 = 𝑢 e – 𝑦 = 𝑣, qual será o termo a acrescentar
na integral?
Resolução:
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝐽 = |𝜕𝑢 𝜕𝑣
|
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝑢−3
Temos 𝑥 = 2
; portanto:
𝜕𝑥 1 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
= ; = −1; = 0; =0
𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 1 1 𝟏
𝑱=| ∙ − ∙ | = | ∙ (−1) − 0 ∙ 0| = |− | =
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢 2 2 𝟐

Obs.: Terão vezes que será difícil isolar o 𝑥 ou o 𝑦 para calcular as derivadas
parciais, nesses casos tem um modo mais fácil de realizar o jacobiano.
É só usar as derivadas parciais de 𝑢 e 𝑣 e inverter o resultado.
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝜕(𝑢, 𝑣)
= 𝐽; = 𝐽∗
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝜕(𝑥, 𝑦)
1
𝐽=
𝐽∗
Mudança linear de variáveis:
Consideremos uma transformação linear T definida como:
𝑥 = 𝑎𝑢 + 𝑏𝑣
{
𝑦 = 𝑐𝑢 + 𝑑𝑣
Sendo que 𝑎, 𝑏 , 𝑐 e 𝑑 são constantes.
O determinante do jacobiano será dado por:
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝑎 𝑏
𝐽= =| | = 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝑐 𝑑
E o resultado será sempre um número.
P á g i n a | 264

𝑦−𝑥
Ex. 2: Calcule ∫ ∫ 𝑒 𝑦+𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦, onde a região limitada pela reta 𝑦 + 𝑥 = 2 e os eixos
coordenados.
Resolução: Fazendo 𝑢 = 𝑦 − 𝑥 e 𝑣 = 𝑦 + 𝑥
𝑣−𝑢
𝑥= 2
{ 𝑢+𝑣
𝑦= 2

Calculamos o jacobiano:
𝜕𝑥 1 𝜕𝑦 1 𝜕𝑥 1 𝜕𝑦 1
=− ; = ; = ; =
𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑢 2
1 1
𝜕(𝑥, 𝑦) − 1 1 1 1 1
𝐽= = | 2 2| = (− ) ∙ ( ) − ( ) ∙ ( ) = −
𝜕(𝑢, 𝑣) 1 1 2 2 2 2 2
2 2
𝟏
|𝑱| =
𝟐
Agora iremos calcular os novos intervalos. Antes era 𝑦 + 𝑥 = 2 e os eixos 𝑥 = 0 e
𝑦 = 0, vamos trocar as novas variáveis nessas expressões:
𝑣−𝑢
𝑥=0→ =0→𝑢=𝑣
2
𝑢+𝑣
𝑦=0→ = 0 → 𝑢 = −𝑣
2
𝑣−𝑢 𝑢+𝑣
𝑦+𝑥 =2→ + =2→𝑣=2
2 2
No plano abaixo 𝑢𝑣, essas expressões definem a região da Figura 83.

Figura 83: Gráfico Ex. 2.

Lembrando-se da aula 18, teremos uma integral do tipo 2 os limites das integrais
serão da esquerda para direita, ou seja, do menor para o maior, e as constantes
estarão no eixo do v que serão de 0 a 2.
0 ≤ 𝑣 ≤ 2
P á g i n a | 265

−𝑣 ≤ 𝑢 ≤ 𝑣
Então termos uma nova integral.
2 𝑣 𝑢
1 1 2 𝑢 1 𝑣 1 2 𝑣 𝑣 1 2 1
∫ ∫ 𝑒 𝑣 ( ) 𝑑𝑢𝑑𝑣 = ∫ [𝑣 𝑒 𝑣 . ( )] 𝑑𝑣 = ∫ 𝑣 (𝑒 𝑣 − 𝑒 −𝑣 ) 𝑑𝑣 = ∫ 𝑣 (𝑒 − ) 𝑑𝑣 =
0 −𝑣 2 2 0 2 −𝑣 2 0 2 0 𝑒
2
2 𝑣 𝑢 1 𝑣2 1 𝟏
∫ ∫ 𝑒𝑣 ( ) 𝑑𝑢𝑑𝑣 = [ (𝑒 − )] = 𝒆 −
0 −𝑣 2 4 𝑒 0 𝒆

Coordenadas Polares: Frequentemente a região D sobre a qual uma integral


dupla está sendo calculada é mais facilmente descrita por coordenadas polares que
por coordenadas cartesianas.
Quando temos regiões circulares, não utilizamos os sistema de coordenadas
retangulares, que são o 𝑥 e o 𝑦. Iremos utilizar um sistema que descreve essas curvas
de forma muito mais simples que são as coordenadas polares 𝜌 e 𝜃 (gráfico da Figura
84):

Figura 84

Vemos que esse círculo é definido por todos os pontos que estão a uma
distância 𝜌 ≤ 1 da origem do plano cartesiano, para qualquer ângulo 𝜃. Portanto,
podemos descrever essa área assim:
0 ≤ 𝜌 ≤ 1 𝑒 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋.
Você pode perceber que se escolher um ponto qualquer do plano, podemos
definir da mesma forma, basta termos sua distância até a origem, que chamamos de
𝜌, e o ângulo que 𝜌 faz como o eixo 𝑥. Logo, quando representamos um ponto em
coordenadas polares localizados um ponto em função de 𝜌 e 𝜃.
Mudança para coordenadas polares: Você irá precisar escrever 𝑥 e 𝑦 em
função de 𝜌 e 𝜃. Essa mudança nem sempre será simples e fácil. Precisamos então
de uma forma geral para traduzir as coordenadas retangulares para as polares.
P á g i n a | 266

Figura 85: Coordenadas Polares no Triângulo Retângulo.

Temos pela figura acima (Figura 85) que é um triangulo retângulo:


𝒙 = 𝝆 𝒄𝒐𝒔𝜽 (cateto adjacente ao ângulo θ)
𝒚 = 𝝆 𝒔𝒆𝒏𝜽 (cateto oposto ao ângulo θ)

Essa relação serve para qualquer ponto que formos escrever em coordenadas
polares. Logo, os diferenciais são 𝑑𝜌 e 𝑑𝜃.
Precisamos calcular o Jacobiano desta transformação, sempre que mudamos
de coordenadas nas integrais duplas.
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝜕𝜌 𝜕𝜃 |
𝐽= = ||
𝜕(𝜌, 𝜃) 𝜕𝑦 𝜕𝑦 |
𝜕𝜌 𝜕𝜃
Fazemos as derivadas parciais e calculamos o determinante, multiplicando
cruzado.
cos 𝜃 −𝜌 sen 𝜃
𝐽=| | = [𝜌 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝜌 𝑠𝑒𝑛2 𝜃] = 𝜌 ( 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2 𝜃)
sen 𝜃 𝜌 cos 𝜃

Como a identidade trigonométrica me diz que 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛 2 𝜃 = 1, logo


|𝐽| = 𝜌

A fórmula então de mudança ficará:


𝜃2 𝜌2 (𝜃)
∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑓(𝜌 cos 𝜃 , 𝜌 sin 𝜃)𝜌 𝑑𝜌𝑑𝜃 = ∫ (∫ 𝑓(𝜌 cos 𝜃 , 𝜌 sin 𝜃)𝜌 𝑑𝜌) 𝑑𝜃
𝑃 𝐵 𝜃1 𝜌1 (𝜃)

A transformação polar atuará como a ilustração da Figura 86:


P á g i n a | 267

Figura 86: Transformação Polar.

Ex. 3: Calcule ∫ ∫(3𝑥 + 4𝑦 2 )𝑑𝐴, onde R é a região limitada pelos círculos 𝑥 2 +


𝑦 2 = 1 e 𝑥 2 + 𝑦 2 = 4, com 𝑦 ≥ 0.
Resolução: Sendo 𝑅 = {(𝑥, 𝑦)|1 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 = 4; 𝑦 ≥ 0}, temos que a
representação gráfica ficará assim:

Figura 87: Representação gráfica – Ex. 3.

Como existem duas circunferências iremos usar coordenadas polares.


Precisaremos descobrir os intervalos de 𝜌 e 𝜃.
Temos 𝜌 variando entre 1 e 2.
Temos 𝜃 variando entre 0 e π.

Mesmo que se não tenha conseguido ver isso na figura, é só substituir os valores
da transformação polar nas equações do enunciado.
𝑥2 + 𝑦2 = 1

Substituímos 𝑥 = 𝜌𝑐𝑜𝑠 𝜃 e 𝑦 = 𝜌𝑠𝑒𝑛 𝜃.


(𝜌 cos 𝜃)2 + (𝜌 sin 𝜃)2 = 1 → 𝜌2 (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛²𝜃) = 1 → 𝝆 = 𝟏

Podemos fazer o mesmo agora para as demais equações do enunciado.


P á g i n a | 268

𝑥2 + 𝑦2 = 4
(𝜌 cos 𝜃)2 + (𝜌 sin 𝜃)2 = 4 → 𝜌2 (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛²𝜃) = 4 → 𝝆 = 𝟐
𝑦 ≥ 0 → 𝜌 sen 𝜃 ≥ 0
Agora vamos pensar como 𝜌 ≥ 0 sempre, temos que ter 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ≥ 0. Os valores
que obedecem a essa condição são 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋. Logo:
𝑅 ∗ = {(𝜌, 𝜃)|1 ≤ 𝜌 ≤ 2 ; 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋}

Agora iremos montar a integral em coordenadas polares, trocando os valores


de x e y.
𝜋 2
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ [3(𝜌 cos 𝜃) + 4(𝜌 sen 𝜃)²]𝜌 𝑑𝜌 𝑑𝜃 =
0 1

Agora não é mais novidade, você já sabe integrar, lembrando que será de
dentro para fora primeiro integramos em relação a 𝜌 e depois em relação a 𝜃.
𝜋 2 𝜋
2
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ (3𝜌2 cos 𝜃 + 4𝜌3 𝑠𝑒𝑛²𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ [𝜌³ cos 𝜃 + 𝜌4 𝑠𝑒𝑛2 𝜃] | 𝑑𝜃
0 1 0 𝜌 = 1
𝜋 𝜋
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 = ∫ [(8 cos 𝜃 + 16 𝑠𝑒𝑛²𝜃) − (cos 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛²𝜃)] 𝑑𝜃 = ∫ (7 cos 𝜃 + 15 𝑠𝑒𝑛²𝜃) 𝑑𝜃
0 0

1−cos 2𝜃
Lembre-se que pela fórmula do arco duplo: 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 = 2
𝜋 (1 − cos 2𝜃) 15 sen 2𝜃 𝜃=𝜋
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 = ∫ [7 cos 𝜃 + 15 ] 𝑑𝜃 = [7 sen 𝜃 + [𝜃 − ( )]] |
0 2 2 2 𝜃=0
15 sen 2𝜋 15 sen 0
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 = [7 sen 𝜋 + [𝜋 − ( )] − (7 sen 0 + [0 − ( )])]
2 2 2 2

Como sen 𝜋 = 𝑠𝑒𝑛 0 = 𝑠𝑒𝑛 2𝜋 = 0


𝟏𝟓𝝅
∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴 =
𝟐
Resumo

Nesta aula vimos:

Podemos usar a mudança de variáveis para facilitar a integração. A


transformação é resolvida aplicando a fórmula:
𝜕(𝑥, 𝑦)
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑢, 𝑣) | | 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝑇(𝑄)=𝐷 𝑄 𝜕(𝑢, 𝑣)

𝜕(𝑥,𝑦)
É denominado Jacobiano o termo |𝜕(𝑢,𝑣)|, que é determinado calculando as

derivadas parciais e depois o determinante.


𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝜕𝑣 | = 𝜕𝑥 ∙ 𝜕𝑦 − 𝜕𝑥 ∙ 𝜕𝑦
𝐽= = |𝜕𝑢
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝜕𝑢 𝜕𝑣

Na Mudança linear de variáveis temos uma transformação linear T definida


como;
𝑥 = 𝑎𝑢 + 𝑏𝑣
{
𝑦 = 𝑐𝑢 + 𝑑𝑣

onde 𝑎, 𝑏 , 𝑐 e 𝑑 são constantes e o determinante do jacobiano é dado por:


𝜕(𝑥, 𝑦) 𝑎 𝑏
𝐽= =| | = 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝑐 𝑑

Mudança para coordenadas polares, utilizamos a expressão


𝜃2 𝜌2 (𝜃)
∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑓(𝜌 cos 𝜃 , 𝜌 sin 𝜃)𝜌 𝑑𝜌𝑑𝜃 = ∫ (∫ 𝑓(𝜌 cos 𝜃 , 𝜌 sin 𝜃)𝜌 𝑑𝜌) 𝑑𝜃
𝑃 𝐵 𝜃1 𝜌1 (𝜃)

cos 𝜃 −𝑟 sen 𝜃
onde 𝐽 = | | = [𝜌 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝜌 𝑠𝑒𝑛2 𝜃] = 𝜌 ( 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2 𝜃)
sen 𝜃 𝑟 cos 𝜃
Referências

Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7. Edição. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 2001.

MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Makron Books,
2007.
Exercícios
AULA 15

ATIVIDADE

1) Considere a aplicação g definida por:


𝑥 =𝑢+𝑣
𝑦 = 𝑣– 𝑢2

Utilizando g, calcule:
1
1 −2
∬ (𝑥 − 𝑦 + ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷 4

onde D é a imagem no plano 𝑥𝑦 da região q no plano 𝑢𝑣 limitada pelas retas


𝑢 = 0, 𝑣 = 0 e 𝑢 + 𝑣 = 2.

2) Calcular o valor da integral:

∬ 𝑥³√𝑥 + 𝑦 𝑑𝐴
𝐷

onde 𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2 | 𝑥 + 𝑦 ≥ 0, 𝑦 ≤ 0, 𝑥 ≤ 1}.

3) Calcule ∬𝑅 (2𝑥 + 1) 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde R é a região do primeiro quadrante do plano

𝑥𝑦, limitada pelas curvas 𝑦 = 𝑥 2 , 𝑦 = 𝑥 2 + , 𝑥 + 𝑦 = 1 e 𝑥 + 𝑦 = 2.

4) Calcule ∬𝐷 (𝑥 2 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde D é a região do primeiro quadrante


limitada pelas hipérboles 𝑥 2 − 𝑦 2 = 1, 𝑥 2 − 𝑦 2 = 0, 𝑥𝑦 = 2 e 𝑥𝑦 = 4.
Aula 16
Revisão para V2 (Aulas 9 a 15)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Esta aula fecha o nosso Caderno de Estudos de Cálculo Diferencial e Integral


2. Você fará uma revisão do conteúdo apresentado nas aulas 9 a 15, através de uma
pequena revisão das formulações e regras que forem necessárias e a resolução de
exemplos para que você possa relembrar os conteúdos e se preparar para a
avaliação presencial.
Mãos à obra!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Refazer todos os exercícios propostos das aulas 9 a 15.

16 REVISÃO

Você também pode gostar