Você está na página 1de 14

Cálculo Diferencial e Integral II (CDI2001)

Técnicas de Integração Definida:


Integrais Tabeladas
Substituição de variáveis
Integração por Partes

Professor: Marnei Luis Mandler


Aula assíncrona de CDI-2 de 21 de outubro de 2021.
Técnicas de Integração Definida
• Vimos, na última aula, que o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) é uma ferramenta
poderosa (e simples) para a resolução de uma integral definida.
• Se : , → ℝ é contínua, para aplicar o TFC basta encontrarmos uma primitiva
$ $
!" .
qualquer para e utilizar a expressão
# #
• Como a primitiva é obtida por meio do processo de integração indefinida, aprendido
em CDI-1, vamos relembrar as principais técnicas de integração, com ênfase naquelas
que utilizaremos com maior frequência em CDI-2, adaptando-as conforme necessário:
• Integrais Tabeladas: A utilização de uma tabela de integrais (e derivadas) é útil para a
obtenção de primitivas de funções elementares (tabeladas).
• Com o uso da tabela, podemos obter facilmente a primitiva de uma função contínua
e, então, aplicar o TFC para obter o valor da integral definida de .
• É importante que os alunos saibam obter tais primitivas por meio da correta utilização
da tabela de integrais. Vejamos alguns exemplos:

cos 6 12 .
• Exemplo 1: Resolva a integral
Exemplos – Integrais tabeladas
Solução: Note que cos 6 12 é uma função contínua em toda a reta
real e, por conseguinte, é contínua no intervalo de integração dado.
Dessa forma, podemos aplicar o TFC para calcular o valor da integral definida.
Para isso, vamos obter a primitiva de cada parcela da função, que são todas tabeladas:

cos 6 12 cos
cos 66 1212

1
1 11 )*
)* 2 3 0!
sen 6 ' '' 12. cos 0 0
12. ,,
Aqui, usamos a
04
6 55 3 1
3 1
tabela de integrais
1 1
5
para obter que:

1 6- 1 6- 1 1 - -
5
0
04
sen sen 3 3
6 4 6 2 5 5 4 2
1
1
06)*
1 1 1 1 3- 3- 06 0
3 1
. 1 .0
6 6 5 5 256 16 1

1 1 45-
.
6 5 216
Exemplos – integrais tabeladas
4
.
Exemplo 2: Resolva a integral
8
7 )8 *
Solução: Veja que 9 não é contínua quando 0.
No entanto, como 0 ∉ 1, 3 podemos aplicar o TFC, pois é contínua nesse intervalo.
Manipulando o integrando, obtemos que
4 4 1 4 1
8 8 8 8
4 8
* * * * *
Como cada parcela possui integral tabelada, obtemos que Pela tabela de
4 8)*
4 1
ln " , ln " '
integrais:
1
* 6 1 * 5 0 ln 0 !
* * 0
1 1
4 4 06)*
ln 3 ln 1 ! 06 0
5.3 5.1 3 1
968
1
4 4
ln 3 0 ln 3 .
1215 5 1215
Substituição de Variáveis
Outra técnica bastante útil para obter a primitiva de uma função é a:
• Substituição de Variáveis: Permite transformar uma integral dada em outra mais simples,
por meio de uma substituição adequada de variável.
• A diferença da técnica usada em integrais indefinidas é que a substituição pode ser
aplicada também aos limitantes de integração.
8
8 .
Exemplo 3: Resolva a integral 1

8 é contínua se e somente se 8 > 0, ou seja, se


1
Solução: Note que
e somente se > 8 2. Portanto, é contínua no intervalo de integração ? 2, 6@.
9

Além disso, a primitiva de não é imediata. Veremos duas formas de obter o valor da
integral definida:
1ª FORMA: Usaremos a técnica de substituição de variáveis diretamente na integral
definida, aplicando a substituição inclusive nos limitantes de integração da integral.

0 8.
Para isso, definimos a mudança de variáveis:
1
0 3 ⇒ 0 .
Derivando em ambos os lados: 3
Exemplo: Substituição de Variáveis
Para mudar os limitantes de integração, veja que, como 0 8, obtemos que
2 ⇒ 0 2! 8 8 8 0
6 ⇒ 0 6 8 216 8 224. variável 0, por isso, os
A integral será resolvida na

1
Assim, substituindo na integral, obtemos:
0
limitantes devem dizer respeito
8 1
*C
8 0 0 0
1
a essa variável!

B 3 3 B

1 2 2 2 2 1792 14
1

. 0 " . 224 .0 . 896 14 0 .


C C 1
C
3 3 B 9 9 9 9
2ª FORMA: Outra forma de aplicar a substituição de variáveis é resolver primeiro a
integral indefinida, como em CDI-I, lembrando de voltar para a variável de integração

em . Usamos a mesma substituição 0 8, 0 3 0/3 .


original, e só depois, aplicar os limitantes originais do intervalo de integração, na primitiva
e então
Assim, a integral indefinida é:
0
1 1 1
1 2 2
8 0 . 0 8! . É a primitiva de !
1
C C
1 1 3 3 3 9
Exemplo: Substituição de Variáveis
Dessa forma, a integral definida, na variável , e nos limitantes originais, é:
8
8 2 2 2
8 8! '
C
. 6 8! C
. 2! 8! C
1

9 9 9
2 2 2 1 2 2 1792 1
. 224! .0 . 224 . 4 14! . 64.14 14 14.
1
C 1

9 9 9 9 9 9
Perceba que, como voltamos para a variável original , não foi preciso substituir os
limitantes na integral definida. E obviamente, as duas formas de aplicar a substituição
resultaram no mesmo valor final.
Exemplo 4: Resolva a integral:
C*8
GH2 4 2 3 4 ! .
C
Solução: A função cos 4 sen 4 ! é contínua em todos os reais.

0 cos 4 .
Portanto, é possível aplicar o TFC. Para obter sua primitiva, usamos a substituição

Derivando em ambos os lado, obtemos, pela regra da cadeia, que


Exemplo: Substituição de Variáveis
0 4. sen 4 4sen 4 1
Seja f:[a,b]→Rf:[a,b]→R uma função contínua:

⇒ 0 sen 4 .
4
-
Mudando os limitantes de integração:
⇒ 4- 1
3 0 cos
3 2
- 4- - 2
1
⇒ 0 cos cos
16 16 4 2
Assim, a substituição 0 cos 4 transforma a integral definida dada em: 1
1 1
C*8
1 1 1 08
GH2 4 2 3 4 ! 0 0 0 0 ,
C * 4 4 * 4 6 *
8
7
8
1 2 1 1 1 8 1 1 7
1

.
24 2 24 2 24 64 64 24 64 1536
O fato da integral resultar em um valor negativo significa que a maior parte do gráfico da
função (integrando) está situada abaixo do eixo . Caso deseje, o aluno pode resolver
novamente o exemplo, usando a 2ª forma, em que a primitiva é escrita novamente em
termos da variável original , sem mudar os limitantes de integração.
Exemplo: Substituição de Variáveis

*B
Exemplo 5: Resolva a integral:
.
5 1
1
*
*
1 I . Portanto,
*
Solução: Note que a função é contínua se e somente se
é contínua no intervalo de integração e podemos aplicar o TFC.

0 5 1
Definindo a substituição

1
temos que
0 5 ⇒ 0 .
5
0 1
Além disso,
0 5 1 ⇒ .
5
Mudando os limitantes de integração:
1 ⇒ 0 5.1 1 4
10 ⇒ 0 5.10 1 49.
Exemplo

0 1
Assim, a integral fica:
*B J
5 .1 0 1 J
0 1
0
*
1
5 1
1
0 5 25 1
0
1 J
*C 1 J
*C *C
0 1 .0 0 0 0 ! 0
25 25
J
*C
1 0C 0 2 2 * 2 2 *C
K 49! C
. 49! C 4 C
. 4
25 3C 1C 75 25 75 25
2 2

2 2 2 2 2 2
. 343 .7 .8 .2 . 343 8 . 7 2
75 25 25 25 75 25

2 2 2 2 140
. 335 .5 . 67 .
75 25 15 5 15
Integração por Partes
A integração por partes é útil quando o integrando é um produto de funções, em que um
dos fatores consiste em uma derivada.
A fórmula para a Integração por Partes, adaptada para a integração definida é:

$ $ $
0 L 0. L" L 0.
# # #
Observações:
• Apesar de usarmos 0 e L na expressão para a integração por partes, a variável de
integração é sempre (ou a variável dada originalmente na integral), pois
0 0 e L L .
• Portanto, na integração por partes jamais efetuamos a troca dos limitantes de
integração.
• Veja que o termo 0. L faz parte da primitiva, por isso é preciso aplicá-lo nos
limitantes de integração, de acordo com o TFC.
8 ln
.
Exemplo 6: Resolva a integral

8 ln
Solução: Note que a função é contínua se e somente se I 0.
Portanto, é contínua no intervalo de integração e podemos aplicar o TFC.
O método de substituição de variáveis não parece ser apropriada para essa integral.
Usando a integração por partes, podemos tomar:
0 ln e L 8 .
Note que essa escolha não é única. Optamos por essa pois é mais fácil derivar o logaritmo

1 M
do que integrá-lo (Regra LIATE). Assim:
0 e L .
7
Aplicando na expressão, obtemos
M1 MMln
M
ln 1
8
ln ln !. , ,, 88
7 7 77 7

3M ln 3 2M ln 2 1 M 1 M 3M 2M
. , 3 ln 3 2M ln 2 .
7 7 7 7 7 7 7
Exemplo 7: Resolva a integral:
.
*
Solução: A função é contínua para todos os reais e podemos aplicar o TFC.
No entanto, o termo não possui nem primitiva nem derivada. Como o módulo depende
do sinal de e, no intervalo de integração temos valores negativos e positivos, precisamos
utilizar a Propriedade 3 para separá-la em duas integrais:
B ,2 >H
N
. ,2 O0
* B
Veja que a escolha do zero deu-se por esse ser o ponto em que altera sua expressão.
Usando então a definição de módulo, obtemos
B B

* B * B
Podemos agora usar Partes para resolver ambas integrais. Tomamos:
0 e L
*
e obtemos 0 e L
B

* B

1 1 1 1
B B
. ' . '
2 * * 2 2 B B 2
B 1 B
1
P P
2 * 2 * 2 B 2 B

1 1 1 1
B B
P . ' P . '
2 * 2 2 *
2 B 2 2 B

1 1
B B
P ' P '
2 * 4 *
2 B 4 B

1 1 1 4 1 1
0 * B *! P . 0 . B
2 4 4 2 4 4
1 1 1 1 1 1 1 9
2 Q Q Q.
2 4 4 4 4 4 2 4

Você também pode gostar