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Cálculo Diferencial e Integral II

(CDI2001)

Área em Coordenadas Polares

Prof. Marnei Luis Mandler

Aula síncrona de 04 de novembro de 2021


Aplicações da Integral Definida: área em polares
Revisão de Coordenadas Polares:
O sistema polar é definido por um ponto fixo (o polo), denotado por , e uma
semirreta horizontal (o eixo polar), denotada por .
As coordenadas polares de um ponto consistem na distância de à e no ângulo
(em radianos) formado entre o eixo polar e o segmento , medido no sentido anti-
horário.

AÔ âng , )
, )
Relação entre os Sistemas Polar e Cartesiano
Para transitarmos entre o sistema polar e o sistema cartesiano, fazemos a origem do
sistema cartesiano coincidir com o polo; e o eixo positivo do coincidir com o eixo polar.
Com isso, as relações existentes entre as coordenadas cartesianas de um ponto ,
e as suas coordenadas polares , ) são obtidas pela trigonometria de um triângulo
retângulo:

sen
Área de uma Região Polar
Seja : , → ℝ uma função contínua em coordenadas polares, cujo gráfico
corresponde à curva , exibida na figura abaixo:

Questão: Qual a área da região ! delimitada pelos arcos , e pelos raios


0 e ?
Área de uma Região Polar
Para obter uma expressão para a área desejada, seguiremos o método infinitesimal:

1º Passo: Dividimos a região ! em "% pedaços” tomando

1
Δ :
%

2º Passo: Somamos as áreas de cada um dos pedaços:


++

á ' ! ( ) ⋯ + ,
, --
-.(
-.(
onde - representa a área do “/-ésimo pedaço”.
Área de uma Região Polar
3º Passo: Aproximamos a área do “/-ésimo pedaço” pela área de uma figura geométrica
conhecida:

Utilizando a aproximação de - pela área de um setor circular de raio - - e ângulo


interno igual a Δ , obtemos que
11 1
- 2 34567 8-789:;7 - Δ
- Δ - Δ .
2 2 2
Área de uma Região Polar
Substituindo na expressão obtida anteriormente, obtemos que
+ ++
11
á ' ! , 22,
, ΔΔ . .
-
22 --
-.( -.(
-.(
4º Passo: Melhorar a aproximação obtida.
Para isso, fazemos a quantidade de “pedaços” ficar cada maior, ou seja, tomamos %% → ∞.
Com isso, obtemos:
+
1
á ' ! lim , Δ .
+→CD 2 -
-.(
Portanto:
1G
1 1G G
á ' ! E F E E F .F .
H 2 2 H2 H

que é a expressão que permite calcular a área de regiões polares.


Exemplos
Exemplo 1) Calcule a área da região polar que é interna à curva 4 4 cos .
Solução: Representando geometricamente a curva:
4 4 cos
0 4 4 8
M/2 4 0 4
M 4 4. 11 0
3M/2 4 4.0 4
2M 4 4 8

Como aqui temos uma única curva, não há interseção a ser feita.
Por isso, interpretamos geometricamente a região para obter os limitantes de integração:
∈ 0,2M .
Por simetria:
1
Portanto N
1 N
2. E 4 4 cos F
á ' ! E 4 4 cos F . 2 O
2 O
Resolvendo a integral:
1 N
11 NN
á ' ! E 4 4 cos F E 4V16 8 sin
E 32 θ 4 /%16cos
θ F WF
2 O 2
2 OO
1 N
1 cos 2
E 16 32 cos 16 F
2 O 2
1 N
E 16 32 cos 8 8 cos 2 F
2 O
1 N
E 24 32 cos 8 cos 2 F
2 O
N
sen 2
12 16 sen 4. T
2 O

12.2M 16 sen 2M 2 sen 4M 1 0 16 sen 0 4 sen 0


27
24M 0 01010 0 24M.
M.
2
Exemplo
Exemplo 2) Calcule a área da região que é simultaneamente interior à 2 1 2sen θ) e
exterior à 3.
Solução: Representando geometricamente a região:

Precisamos da interseção para obter os limitantes de


integração:
2 1 2sen θ 3 ⇒ 12sen 1

11 M
ou seja
sen ⇒ 1
2 6
Portanto
M 7M M 11M
∝ M 2M 1
6 6 6 6
7M 11M
Assim, consideramos
∈ , .
6 6
Note que, nesse exemplo, a região polar não se estende desde o eixo polar.
Por isso, precisamos fazer uma diferença de áreas:
Note que a curva externa (mais distante do polo) é dada por
4Z5 2 1 2sen .
e a curva interna (mais próxima do polo) é dada por
-+5 3.
Portanto, a área desejada é dada por:
! 4Z5 1 -+5
((N ((N
1 [ 1 [
E 2 1 2sen F 1 E 3 F
2 \N 2 \N
[ [
((N
1 [
E 2 1 2sen 1 3 F
2 \N
[
((N
1 [
E 4 1 8 sen 4sen 19 F
2 \N
[ ((N
1 [ 4 1 1 cos 2
E 18 sen 15 F .
Resolver como
2 \N 2 exercício!
[
Uma opção é usar simetria em relação ao eixo negativo:
((N ((N
1 [ [
! 2. E 2 1 2sen 1 3 F E 2 1 2sen 1 3 F .
2 )N )N

Exemplo 3) Calcule a área da região que é simultaneamente interior às curvas


2cos 4 e 3.

Solução: Representando geometricamente a região:


Podemos usar simetria em 88ou
ouem
em16
16vezes!
vezes!
A interseção é dada por:
33
2cos 4 3 ⇒ cos
cos44
22
M M M
⇒ 4 ⇒ . .
6 24 24
Note que, nesse caso, não temos um raio externo e outro interno.
Ambas as curvas são raios externos!
Por isso, precisamos usar uma soma de integrais.
Para a primeira parte (em amarelo), temos
N
∈ 0, e 4Z5
4Z5 3.
3
_

Para a segunda parte (em azul), precisamos achar o ângulo que


completa a primeira pétala da rosácea.
Note que, nesse ângulo, ocorre a primeira interseção da
rosácea com o polo 0 . Logo
2cos 4 0 ⇒ cos cos
4 4 0 0
M M M
⇒ 4 ⇒ . .
2 8 8
Logo, para a segunda parte, temos

4 .4 .
N N
∈ , e 4Z5 2cos
4Z5 2cos
_ `
Portanto, usando simetria em 16 vezes, obtemos que
N Ǹ
1 _ 1
! 16. E 3 F 16. E 2cos 4 F
2 O 2 N
_
N Ǹ
_
8E 3F 8E 4 4 F
N
O
_
N Ǹ
_ 1 cos 8
8E 3F 32 E F
O
N 2
_

N
_ sin 8
24 a 16 T
O 8 N
_
M M sin M M M
24 1 0 16 1 1 sin
24 8 8 24 3
M 3 71M
71M 33
M 2M 01 1 1 .
24 2 2424 12 2 .
OPCIONAL:
Exemplo 4) Considere a região ! que é simultaneamente interior às curvas 4
e 3 2 . Escreva as integrais que permitem calcular a área de ! mediante:
a) integração em relação a .
b) integração em relação a .
c) coordenadas polares
Solução: Iniciamos com as interseções:
4 3) 3
b ⇒
⇒ ⇒

)
44
3 2 2 2
3 55
⇒ 14 0 ⇒
⇒ 11 00
2 22
5 55
⇒ 1 0 ⇒
⇒ 0,
0,
2 22
15
⇒ 0, .
4
Portanto, as interseções são 0,0 , (5/2, 15/2) e (5/2,1 15/2).
Exemplo
Manipulando as equações:
4 ⇒ 1 41 4 0 0⇒ ⇒ 1 2 1 2 4 4
e temos uma circunferência, com centro em 2,0 e raio 2. Ainda
22
3 2 ⇒⇒
33
é uma parábola, com eixo de simetria sobre o eixo .
Geometricamente, a região desejada é:
a) Para a integral em , precisamos isolar :
4 ⇒ 4 1 ⇒
⇒ cc 44 1
1
2 3 33
⇒ ⇒ c
c .
3 2 22
d
Como há troca na limitação das curvas quando , precisamos usar uma soma de
integrais:
d
3 3 _
á ' ! E 1 1 F E 4 1 1 1 4 1 F .
O 2 2 d
Exemplo OPCIONAL
E chegamos em
d
3 _
á ' ! 2E F 2E 4 1 F ,
O 2 d

que indica o uso de simetria em relação ao eixo .


b) Para a integral em , invertemos as equações para :
4 ⇒ 1122 44 ⇒ ⇒ 1 21 2 4 14 1
⇒ 12 c 41 ⇒ ⇒ 2 c2 c4 14 1
2
A parábola

3
já está em função de .
Veja que não há troca de limitação na curva à esquerda
nem à direita e, com isso, podemos usar uma única integral:
(d
2
á ' ! E 2 41 1 F .
e (d 3
Exemplo OPCIONAL
c) Em coordenadas polares, precisamos transformar as curvas:
4 ⇒ 4 ⇒ 4

⇒ 33 22 /% 33
3 2 ⇒ /% ⇒ . .
2 2/%/%
A interseção em polares pode ser muito trabalhosa!
Porém, já sabemos que a interseção das curvas que está situada no primeiro quadrante é
d (d
dada por , .
Assim, basta obter o ângulo desse ponto:
15
2 15
15
tan ⇒ tan
5 55
2

15
⇒ arctg .
5
Exemplo OPCIONAL
Interpretando a região polar, vemos que podemos usar simetria em duas vezes, devido à
região ser simétrica em relação ao eixo .
Além disso, precisamos usar uma soma de integrais, pois as
duas curvas consistem em raios externos:
Para a primeira parte (em azul), temos
15
∈ 0, arctg e 4 .
5 4Z5

Para a segunda parte (em verde), temos


15 M 3
∈ arctg , e .
5 2 4Z5
2sen
Portanto, pela simetria em relação ao eixo , obtemos:
(d N
1 jklmn
d 1 3
! 2. E 4 F 2. E F .
2 O 2 jklmn (d 2sen
d

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