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A.L. Curv. Polar Rn æ R Rn æ Rm Max&min Int. múlt.

Funções escalares de várias variáveis


Domı́nio, gráfico e conjunto de nı́vel
Seja f : S ™ Rm æ Rn uma função.
O conjunto Dom f = S é o domı́nio de f , ou seja, o conjunto
dos pontos para os quais a função está definida.
O contradomı́nio Im f = f (Dom f ) de f é o conjunto das
imagens por f de todos os elementos de Dom f .
Im f = {f (X ) œ Rn : X œ Dom f }.
O gráfico de f é
Gra f = {(X , f (X )) œ Rm+n : X œ Dom f } ™ Rm+n .
No caso de n = 1, dado c œ R, chamamos conjunto de nı́vel c
de f ao conjunto
Nc f = {X œ Dom f : f (X ) = c}.
Em R2(m = 2), estes conjuntos são chamados curvas de
nı́vel, em R3 (m = 3) superfı́cies de nı́vel e, para m Ø 4,
hipersuperfı́cies de nı́vel.
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Hipersuperfı́cies de nı́vel - exemplos
1. Consideremos f : R2 æ R dada por f (x , y ) = x 2 + y 2 e c œ R.
5

!5

!4
!2

Para c < 0, Nc f = {(x , y ) œ R2 : x 2 + y 2 = c} = ÿ;


para c = 0, N0 f = {(x , y ) œ R2 : x 2 + y 2 = 0} = {(0, 0)};
para c > 0, Nc f = {(x , y ) œ R2 : x 2 + y 2 = c} é a
Ô
circunferência de centro (0, 0) e raio c.
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Funções escalares de várias variáveis


Hipersuperfı́cies de nı́vel - exemplos

2. A superfı́cie de nı́vel de valor 1 da função

g : R3 æ R
(x , y , z) ‘æ z ≠ 2x + 3y

é o plano {(x , y , z) œ R3 : z ≠ 2x + 3y = 1}.


Esta superfı́cie também é o gráfico da função

f : R2 æ R
(x , y ) ‘æ 2x ≠ 3y + 1.

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Curvas
Definição:
Uma curva em Rn é uma função c : I æ Rn em que I é um intervalo
não degenerado de R (não vazio e não reduzido a um ponto).
Ao contradomı́nio ou imagem de c, Im c, dá-se o nome de traço da
curva.

Por exemplo, para a curva

c : [0, 2fi] æ R2
◊ ‘æ (cos ◊, sen ◊)

o seu traço é o conjunto

Im c = {(x , y ) œ R2 : ÷◊ œ [0, 2fi] : (x , y ) = (cos ◊, sen ◊)},

ou seja, a circunferência de raio 1 centrada na origem.


c é uma representação paramétrica dessa circunferência.
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Curvas

Curvas distintas podem ter o mesmo traço. Por exemplo,

c 1 : R æ R2 c 2 : R æ R2
◊ ‘æ (cos ◊, sen ◊) t ‘æ (cos 2t, sen 2t).

Pode-se ver uma curva c : I æ Rn como a descrição do movimento


de uma partı́cula em Rn durante o intervalo de tempo I. Para cada
t œ I, c(t) representa a posição da partı́cula c no instante t.

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Curvas

1. O traço da curva c : R æ R2 é a reta em R2 de


t ‘æ (t, 2t + 1)
equação y = 2x + 1.
Considerando agora c1 : [0, 1] æ R2 , o traço de c1 está
t ‘æ (t, 2t + 1)
contido na mesma reta, mas consiste apenas no segmento de reta
que une os pontos (0, 1) e (1, 3).

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Curvas

2. Dada uma função f : R æ R, o traço da curva

c : R æ R2
t ‘æ (t, f (t))

é o gráfico de f .

3. O traço da curva c : [≠1/2, 1/2] æ R2 definida por


c(t) = (2t, t 2 ) é um arco de parábola.

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Curvas

4.
O traço
da curva – : [0, +Œ[ æ R2 definida
por c(t) = t (cos t, sen t) é uma
espiral, percorrida no sentido direto.

5. O traço da curva c : R æ R3 , dada por


c(t) = (cos t, sen t, t), é uma hélice em R3 .

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n
Curvas em R

Indique duas parametrizações da elipse de equação


3 42 3 42
x y
+ = 1.
a b

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Reparametrizações
Definição:
Chama-se mudança de parâmetro a uma bijeção ⁄ : J æ I entre
intervalos de R tal que ⁄ e ⁄≠1 são infinitamente deriváveis (são
suaves).
Seja “ : I æ R3 uma curva. À composição “ = “ ¶ ⁄ de “ com uma
mudança de parâmetro chama-se reparametrização de “.

– : R æ R2 — : R æ R2
t ‘æ (t, t 2 ) t ‘æ (≠t, t 2 )
A curva — é uma reparametrização de –. Note-se que — = – ¶ h
para a mudança de parâmetro
h:RæR
t ‘æ ≠t.
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n
Abertos e fechados em R

Dados X0 œ Rn e r œ R+ , define-se

B(X0 ; r ) = {X œ Rn : ÎX ≠ X0 Î < r }

A B(X0 ; r ) dá-se o nome de bola de raio r centrada em X0 . Ao


conjunto
B Õ (X0 ; r ) = {X œ Rn : ÎX ≠ X0 Î Æ r }
dá-se o nome de bola fechada de raio r centrada em X0 .
Definição:
Um conjunto A ™ Rn diz-se limitado se existir B(X0 ; r ) tal que
A ™ B(X0 ; r ).

Exercı́cio: Mostre que A ™ Rn é limitado se e só se existir M > 0


tal que ÎX Î Æ M para todo o X œ A.

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n
Abertos e fechados em R

Definição:
Um conjunto A ™ Rn diz-se aberto se para todo o X œ A, existir
Á > 0 tal que B(X ; Á) µ A.
Um conjunto A ™ Rn diz-se fechado se o seu complementar for
aberto.

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Pontos de acumulação
Definição:
Seja A ™ Rn . Um ponto X0 de Rn diz-se um ponto de acumulação
de A se
’” > 0 (B(X0 ; ”) \ {X0 }) fl A ”= ÿ
isto é, em A existem pontos diferentes de X0 arbitrariamente
próximos de X0 .

Notas.
Um ponto de acumulação de A não pertence necessariamente
a A.
Um ponto de A não é necessariamente um ponto de
acumulação de A.
Um ponto de A que não seja ponto de acumulação diz-se um
ponto isolado. O ponto X0 de A é isolado se e só se
÷r > 0 : B(X0 ; r ) fl A = {X0 }.

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n
Curvas em R

Definição:
Sejam I ™ R, t0 um ponto de acumulação de I e c : I æ Rn uma
curva. Diz-se que a œ Rn é o limite de c(t) quando t tende para t0
e escreve-se
lim c(t) = a
tæt0

se, para todo o Á > 0, existe ” > 0 tal que, se t œ I e 0 < |t≠t0 | < ”,
então Îc(t) ≠ aÎ < Á. Ou seja, tem-se

’‘ > 0, ÷” > 0 : (t œ I · 0 < |t ≠ t0 | < ”) ∆ Îc(t) ≠ aÎ < ‘.

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Curvas em R - Funções componentes
Para i œ {1, . . . , n}, a projeção na componente i de Rn em R é a
aplicação

fii : Rn æ R.
(x1 , . . . , xn ) ‘æ xi

Dada uma curva (parametrizada) em Rn , c : I æ Rn , a função


componente de ordem i de c é a função real de variável real
ci = fii ¶ c : I æ R. Assim, para todo o t œ I, tem-se

c(t) = (c1 (t), . . . , cn (t)).

Exemplo: As funções componentes da curva c : R æ R2 dada por


c(t) = (2t, sen t) são

c1 : R æ R c2 : R æ R
e
t ‘æ 2t t ‘æ sen t

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n
Curvas em R
Proposição
Sejam I ™ R, c : I æ Rn e t0 um ponto de acumulação de I. Então
tem-se

lim c(t) = (a1 , . . . , an ) se e só se lim ci (t) = ai .


tæt0 tæt0

Prova. Basta notar que


ı̂ n
ıÿ
Îc(t) ≠ (a1 , . . . , an )Î = Ù (ci (t) ≠ ai )2 .
i=1
Exemplo: Para a curva

c : ]0, +Œ[ æ R3
3 4
sen t 1
t ‘æ c(t) = , t,
t +1
2 t
1
tem-se lim c(t) = (0, fi, ).
tæfi fi
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n
Curvas em R - continuidade

Definição
Sejam c : I æ Rn uma função e t0 œ I. No caso de t0 ser um
ponto isolado de I, diz-se que c é contı́nua em t0 . No caso de
t0 ser um ponto de acumulação de I, dizemos que c é
contı́nua em t0 se lim c(t) = c(t0 ).
tæt0
Assim, uma curva c : I æ R é contı́nua em t0 se e só se a
condição

’Á > 0, ÷” > 0 : (t œ I · |t ≠ t0 | < ”) ∆ Îc(t) ≠ c(t0 )Î < Á.

for satisfeita.
A curva c diz-se contı́nua num intervalo J ™ I se for contı́nua
em todos os pontos de J.

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n
Curvas em R - continuidade

O resultado seguinte decorre imediatamente da proposição da


página 39.
Proposição
Uma curva c : I æ Rn é contı́nua em t0 œ I se e só se cada uma
das funções componentes for contı́nua em t0 .

Exemplo:

c : I æ Rn
t ‘æ c(t) = (t 2 + 1, sen t)

é contı́nua em I.

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n
Curvas em R - continuidade

Proposição
Dadas curvas –, — : I æ Rn , f : I æ R e g : J æ I tem-se:
se – e — são contı́nuas em I, – + — também o é;
se – e f são contı́nuas em t0 œ I, então

f – : I æ Rn
t ‘æ f (t)–(t)

é continua em t0 ;
se g é contı́nua em x0 œ J e – é contı́nua em t0 = g(x0 ) œ I
então a curva – ¶ g : J æ Rn é contı́nua em x0 .

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n
Curvas em R - derivadas

Definição
Dada uma curva c : I æ Rn , se existir
c(t) ≠ c(t0 )
lim
tæt0 t ≠ t0

então diz-se que c é derivável em t0 e denota-se o limite por c Õ (t).


Diz-se que c é derivável em I se o for em todo o t0 œ I.

Se a curva c : I æ Rn é derivável em I, então a função c Õ : I æ Rn


também é uma curva, que se diz a curva derivada de c. A curva c Õ
por sua vez poderá ser derivável em I, sendo a sua curva derivada
denotada por c ÕÕ . Em geral, c Õ pode estar definida num
subconjunto próprio de I. Podemos assim sucessivamente definir as
derivadas de ordem superior duma curva.

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n
Curvas em R - derivadas

Uma curva é de classe C n se existir e for contı́nua a sua derivada


de ordem n. A curva é de classe C Œ se for de classe C n para todo
o n Ø 0.
Nem todos os autores concordam com o que se deve entender por
curva suave. Vamos aqui supor que se trata duma curva de classe
C n em que n Æ Œ é suficientemente grande para abarcar todas as
derivadas que precisemos de considerar: ou seja, todas as derivadas
consideradas existem e são contı́nuas no domı́nio da curva.

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n
Curvas em R - vetores velocidade e aceleração

Atendendo às propriedades anteriores, dada uma curva

c : I æ Rn
t ‘æ c(t) = (c1 (t), . . . , cn (t))

tem-se c Õ (t0 ) = (c1Õ (t0 ), . . . , cnÕ (t0 )). Caso exista, a c Õ (t0 ) damos o
nome de vetor velocidade de c em t0 .
Analogamente, caso exista, chamamos a c ÕÕ (t0 ) o vetor aceleração
de c em t0 .

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Curvas
Definição
Dada uma curva – : I æ Rn , chama-se velocidade escalar de – em
t0 à norma de –Õ (t0 ), usando-se a seguinte notação:

ve (t0 ) = Î–Õ (t0 )Î.

Por vezes, também se escreve v em vez de ve .

Exemplos:

c 1 : R æ R2 c1Õ (t) = (≠ cos t, ≠ sen t)


t ‘æ (≠ sen t, cos t) ve (t) = 1

c 2 : R æ R2 c2Õ (t) = (≠2 sen 2t, 2 cos 2t)


t ‘æ (cos 2t, sen 2t) ve (t) = 2

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Curvas - Reta tangente

Dada uma curva c : I æ Rn diz-se que t0 œ I é um ponto regular


de c se c Õ (t0 ) ”= 0. Caso contrário (ou seja, c Õ (t0 ) não existe ou é
o vetor nulo), t0 diz-se um ponto singular.
Uma curva é regular se todos os pontos do seu domı́nio forem
regulares.

Definição
Para um ponto regular t0 œ I, chama-se reta tangente ao traço da
curva c : I æ Rn no ponto c(t0 ) à reta determinada pelo ponto
c(t0 ) e pelo vetor tangente c Õ (t0 ). A sua equação vetorial é:

X = c(t0 ) + ⁄c Õ (t0 ) (⁄ œ R).

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