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Lista de Exercícios de Cálculo 3

Módulo 1 - Segunda Lista - 02/2016

Parte A
1. Trace a curva C definida por r(t), indique sua orientação e calcule seu comprimento.

(a) r(t) = et cos(t)i + et sen(t)j, 0 ≤ t ≤ π


(b) r(t) = a(t − sin t)i + a(1 − cos t)j, 0 ≤ t ≤ 2π (ciclóide)
(c) r(t) = 2ti + 4sen(3t)j + 4cos(3t)k, 0 ≤ t ≤ 2π

2. Determine as equações paramétricas da reta tangente a curva dada nos pontos especificados.

(a) r(t) = ti + e−t j + (2t − t2 )k no ponto (0, 1, 0)



(b) r(t) = 2 cos ti + 2 sin tj + 4 cos(2t)k no ponto ( 3, 1, 2)
(c) r(t) = t cos ti + tj + t sin tk no ponto (−π, π, 0)

3. Determine o comprimento das curvas.

(a) r(t) = (1, t2 , t3 ) com t ∈ [0, 1]


(b) r(t) = (12t, 8t3/2 , 3t2 ) com t ∈ [0, 1]

4. Reparametrize as curvas pelo parâmetro comprimento de arco medido a partir do ponto t = 0 na direção
crescente de t.

(a) r(t) = 2ti + (1 − 3t)j + (5 + 4t)k


(b) r(t) = e2t cos 2ti + 2j + e2t sin 2tk
(c) r(t) = et i + et sin tj + et cos tk

5. Encontre os vetores tangente unitário e normal unitário T(t) e N(t) para as seguintes curvas.

(a) r(t) = (2 sin t, 5t, 2 cos t)


(b) r(t) = (t2 , sin t − t cos t, cos t + t sin t), t > 0

(c) r(t) = ( t, et , e−t )
(d) r(t) = (t, t2 /2, t2 )

6. Encontre a curvatura das curvas abaixo.

(a) r(t) = t2 i + tk
(b) r(t) = ti + tj + (1 + t)2 k
(c) r(t) = 13 t3 i + 12 t2 j + tk

7. Para a curva e o ponto P dados, ache a curvatura, o raio de curvatura, o centro de curvatura e esboce o
gráfico da curva e o círculo de curvatura em P .

(a) y = sen(x); P (π/2, 1)


(b) xy = 1; P (1, 1)

1
(c) y = sec(x); P (0, 1)
(d) 9x2 + 4y 2 = 36; P (2, 0)
(e) y = 12 x2 ; P 1, 12


8. Determine as equações dos planos normal e osculador para as curvas abaixo nos pontos dados.
(a) r(t) = 2 sin 3ti + tj + 2 cos 3t; (0, π, −2)
(b) r(t) = ti + t2 j + t3 k; (1, 1, 1)
9. Prove que, se um ponto percorre uma curva C com velocidade constante, então a aceleração é sempre normal
a C.
10. Se um ponto P se move ao longo de uma curva C com velocidade constante, mostre que o módulo da aceleração
é diretamente proporcional à curvatura da curva.

Parte B
1. A hélice r1 (t) = cos(t)i + sin(t)j + tk intersecta a curva r2 (t) = (1 + t)i + t2 j + t3 k no ponto (1, 0, 0). Determine
o ângulo de interseção entre as curvas.
2. Mostre que a curva r(t) = t cos(t)i + t sin(t)j + tk satisfaz a equação do cone z 2 = x2 + y 2 e use esse fato para
esboçar o traço da curva.
3. Mostre que a curva r(t) = sin(t)i + cos(t)j + sin2 (t)k é a curva formada pela interseção entre as superfícies
z = x2 e x2 + y 2 = 1 e use esse fato para esboçar o traço da curva.
4. Verifique as identidades, sem utilizar componentes de vetor
d
(a) ku(t)k2 = 2u(t) · u0 (t)
dt
d
(b) {u(t) · [u0 (t) × u00 (t)]} = u(t) · [u0 (t) × u000 (t)]
dt
5. Reparametrize a curva 
2 2t
r(t) =
2
− 1 i+ 2 j
t +1 t +1
com respeito ao comprimento de arco medido a partir de t = 0 na direção crescente de t. Coloque a repara-
metrização na forma mais simples possível. O que é possível concluir sobre a curva?
6. A hélice geral é uma curva cujo vetor tangente faz ângulo constante com um vetor unitário u. Mostre que a
curva parametrizada por x = 3t − t3 , y = 3t2 e z = 3t + t3 ; t ∈ R é uma hélice geral, determinando um vetor
apropriado u.
7. Prove que a curvatura máxima de uma parábola ocorre no vértice.
8. Uma hélice elíptica tem equações paramétricas x = a cos t, y = b sin t, z = ct com a, b, c > 0 e a 6= b. Determine
a curvatura no ponto (x, y, z).
9. Encontre os vetores T, N e B no ponto dado.
(a) r(t) = (t2 , 2t3 /3, t), (1, 2/3, 1)
(b) r(t) = (cos t, sin t, ln cos t), (1, 0, 0)
10. Mostre que se um ponto se move ao longo do gráfico de y = f (x) para a ≤ x ≤ b, então o componente normal
da aceleração é 0 em um ponto de inflexão.
11. Em qual ponto da curva r(t) = t3 i + 3tj + t4 k o plano normal é paralelo ao plano 6x + 6y − 8z = 1?
12. Encontre para as trajetórias espaciais o vetor binormal e a torção.
(a) r(t) = coshti − senhtj + tk
(b) r(t) = cos3 ti + sen3 tj

2
Parte C
1. Uma partícula realiza um movimento helicoidal dado por

x = cos(πt)
y = sin(πt)
z = t/2

(a) Determine a direção tangente à esta trajetória no instante t = 3/4. (b) Determine o plano ortogonal à
trajetória da partícula em t = 3/4. (c) Determine a projeção da aceleração desta partícula no plano normal.
2. Suponha que uma curva C seja gráfico de uma equação polar r = f (θ). Se r0 = dr/dθ e r00 = d2 r/dθ2 , mostre
que a curvatura K em P (r, θ) é
|2(r0 )2 − rr00 + r2 |
K= .
[(r0 )2 + r2 ]3/2

3. A Força G, FG , que pode ser observada nas transmissões de modalidades esportivas como a Fórmula 1 e
a Red Bull Air Race, representa, na verdade, o módulo da aceleração centrípeta agindo sobre o piloto em
uma determinada parte do percurso, seja curva ou reta. Essa aceleração é contabilizada como um múltiplo do
módulo da aceleração da gravidade g. A figura abaixo representa um mapa do Autódromo de Interlagos e nele
estão destacados dois pontos de baixa velocidade do circuito, o S do Senna e a Descida do Lago. Considere
que na Descida do Lago, no ponto destacado, se tenha FG = 4.5g e kvk = 43m/s ≈ 154km/h. Além disso,
suponha que a curva possa ser aproximada por uma circunferência r(t) = a cos ti + a sin tj.

Figura 1: Circuito de Interlagos

1
(a) Mostre que a fórmula da curvatura da circunferência é constante e dada por κ = .
a
(b) Ache o raio da circunferência em função da aceleração da gravidade g.

4. ’A curvatura também presta o seu papel na Física. A magnitude da força necessária para mover um objeto a
uma velocidade constante ao longo de uma trajetória, de acordo com a segunda lei de Newton, é proporcional
a curvatura da trajetória’. Explique matematicamente porque essa sentença é verdadeira. (Obs: Esta citação
foi tirada de um artigo publicado no The American Mathematical Montlhy entitulado "Curvature in the
Eighties" de Robert Osserman, outubro de 1990, página 731. )

3
Resumo do Conteúdo
• Curvas paramétricas: é uma função que a cada t ∈ D ⊂ R associa um vetor r(t) ∈ R2 ou ∈ R3 . Uma
curva paramétrica (no espaço tridimensional, por exemplo) pode ser entendida como sendo a trajetória de
uma partícula em movimento cuja posição no tempo t é x(t)i + y(t)j + z(t)k.

– Traço: é a trajetória descrita pela partícula;


– Vetor velocidade: r0 (t) = x0 (t)i + y’(t)j (2d) ou r0 (t) = x0 (t)i + y’(t)j + z 0 (t)k (3d) (observação: o vetor
velocidade é tangente a curva);
– Curva regular: aquela em que r0 (t) 6= 0 para todo t;
– Propriedade importante: se |r(t)| = constante, então r(t) · r0 (t) = 0 (isto é, a curva é perpendicular ao
velocidade em cada ponto t);
ˆ t1
– Comprimento do arco: s = |r0 (t)| dt;
t0

• Parâmetro comprimento de arco: existem, obviamente, muitas parametrizações para uma curva, tendo
em vista que uma partícula pode viajar sobre da curva a qualquer velocidade. Uma forma de criar uma
parametrização ’padrão’ é construí-la de forma que a velocidade da partícula sobre essa curva seja sempre
unitária e o parâmetro que faz isso é o comprimento de arco.
ˆ t
– Fórmula: s(t) = |r0 (τ )|dτ ;
a
dr
– Propriedade: = 1;
ds

• Vetor Tangente: é o vetor velocidade unitário.


dr
– No parâmetro comprimento de arco: T(s) = ;
ds
1 dr
– No parâmetro tempo: T(t) = ;
|r0 | dt

• Vetor Normal: como |T| = 1, então T · T0 = 0, ou seja, o vetor tangente T é perpendicular ao vetor T0 . O
vetor normal, então, é definido como sendo o vetor direção de T0 .
1 dT
– No parâmetro comprimento de arco: N(s) = ;
|T0 | ds
1 dT r0 (t) × (r00 (t) × r0 (t))
– No parâmetro tempo: N(t) = = ;
|T0 | dt |r0 (t)| |r00 (t) × r0 (t)|

• Vetor Binormal: como os vetores tangente e normal são unitários e perpendiculares, defini-se o vetor
binormal como sendo B = T × N, independente do parâmetro.

r0 (t) × r00 (t)


– No parâmetro tempo: B(t) = ;
|r0 (t) × r00 (t)|

• Curvatura: a curvatura é definida como sendo a velocidade que o vetor tangente T(s) varia, considerando o
parâmetro comprimento de arco. Quando o vetor tangente varia muito rápido temos uma curva mais "fechada"
quando varia mais lentamente temos uma curva mais "aberta".

dT
– No parâmetro comprimento de arco: κ(s) = ;
ds
|r0 (t) × r00 (t)|
– No parâmetro tempo: κ(t) = ;
|r0 (t)|3

4
|x0 y 00 − y 0 x00 |
– Curva plana: κ(t) = 3/2
;
[(x0 )2 + (y 0 )2 ]
|y 00 |
– Para y = f (x): κ(x) = 3/2
;
[1 + (y 0 )2 ]

• Torção: é a taxa a que o plano osculador (formado pelos vetores T e N) gira sobre o vetor tangente T
enquanto o ponto P se move ao longo da curva. É a medida de como a curva se torce.
dB
– Fórmula no parâmetro comprimento de arco: τ = − · N;
ds 0
y0 z0

x
(r0 × r00 ) · r000

1 00
y 00 z 00

– Fórmula no parâmetro tempo: τ = = 0 x ;
|r0 × r00 |2 00 2
|r × r | 000
y 000 z 000

x

• Plano Normal: plano formado pelos vetores N e B. Plano possui ’vetor normal’ dado por T.
• Plano Osculador: plano formado pelos vetores T e N. Plano possui ’vetor normal’ dado por B.
• Plano Retificante: plano formado pelos vetores T e B. Plano possui ’vetor normal’ dado por N.

• Componentes Tangencial e Normal da Aceleração: a aceleração de uma partícula pode ser escrita em
d
termos dos vetores tangente e normal seguindo a relação a(t) = |r0 (t)| T(t) + κ(t)|r0 (t)|2 N(t).
dt

5
Gabarito

Parte A
1. Respostas

(a) s = 2(eπ − 1)
(b) s = 8a

(c) s = 2π 148

2. Respostas

(a) l(t) = (t, 1 − t, 2t)


√ √ √
(b) l(t) = ( 3 + t, 1 + 3t, 2 − 4 3t)
(c) l(t) = (−π − 2πt, π + t, −πt)

3. Respostas
1 √
(a) s = (−8 + 13 13)
27
(b) s = 15

4. Respostas
   
2s 3s 4s
(a) r(s) = √ i + 1 − √ j+ 5+ √ k
29 29 29
         
s s s s
(b) r(s) = 1 + √ cos ln 1 + √ i + 2j + 1 + √ sin ln 1 + √ k
2 2 2 2
     
s+1 s+1 s+1 s+1 s+1
(c) r(s) = √ i + √ sin ln √ j + √ cos ln √ k
3 3 3 3 3
5. Respostas
1
(a) T(t) = √ (2 cos t, 5, −2 sin t), N(t) = (− sin t, 0, cos t)
29
1
(b) T(t) = √ (2, sin t, cos t), N(t) = (0, cos t, − sin t)
5
√  
2 t 1 t −t
(c) T(t) = √ √ , e , −e
1 + 8t cosh 2t 2 t
1
(d) T(t) = √ (1, t, 2t)
1 + 5t2
6. Respostas
2
(a) κ(t) =
(1 + 4t2 )3/2

2 5
(b) κ(t) =
(6 + 8t + 4t2 )3/2
s
t4 + 4t2 + 1
(c) κ(t) =
(t4 + t2 + 1)3

7. Respostas

6
(a) κ = 1, ρ = 1 e c = (π/2, 0)
√ √ √
(b) κ = 2/2, ρ = 2 e c = (1, 1 + 2)
(c) κ = 1, ρ = 1 e c = (0, 2)
(d) κ = 2/9, ρ = 9/2 e c = (−5/2, 0)
√ √
(e) κ = 1/2 2, ρ = 2 2 e c = (−1, 5/2)

8. Respostas

(a) Normal: −6x + (y − π) = 0; Osculador: x + 6(y − π) = 0


(b) Normal: (x − 1) + 2(y − 1) + 3(z − 1) = 0; Osculador: 3(x − 1) − 3(y − 1) + (z − 1) = 0

d 2
9. A aceleração da partícula pode ser escrita como a = aT T + aN N, em que aT = kvk e aN = κ kvk . Se a
dt
velocidade é constante, i.e. kvk = c, então aT = 0. Portanto, a = κc2 N.
10. Usando o resultado da questão anterior, tem-se que kak = κc2 .
Parte B

1. π/2.
2. Substituindo as componentes do vetor r na equação do cone, temos t2 = t2 cos2 t + t2 sin2 t. Desta forma, o
traço da curva é uma hélice sobre o cone.
3. Substituindo as componentes do vetor r nas equações dadas, temos sin2 t = (sin t)2 e (sin t)2 + (cos t)2 = 1.
Logo, a curva r está sobre a interseção das superfícies dadas.
4. Respostas
d 2 d du du du
(a) kuk = u · u = ·u+u· = 2u ·
dt dt dt dt dt
d
(b) u · (u0 × u00 ) = u0 · (u0 × u00 ) + u · (u00 × u00 ) + u · (u0 × u000 ) = u · (u0 × u000 ), pois u0 · (u0 × u00 ) = 0 e
dt 0
u · (u0 × u00 ) = 0

5. Temos que s(t) = 2 arctan t, desta forma t = tan(s/2). Substituindo na curva, temos

r(s) = cos si + sin(s)j.

Isto é, a curva em questão é um círculo de raio 1.

6. u =(0, 0, 1)
|f 00 (x)|
7. A curvatura de uma função f (x) é dada por κ = . Assim, considerando f (x) = ax2 +bx+c, tem-
[1 + f 0 (x)2 ]3/2
|2a| |2a|
se que a curvatura é dada por κ = 2 3/2
. Derivando a curvatura, κ0 = −6a(2ax + b) ,
[1 + (2ax + b) ] [1 + (2ax + b)2 ]5/2
b
verifica-se que seu único ponto crítico é x = − . Como κ → 0 quando x → ±∞ e κ > 0 temos que o vértice
2a
b
da parábola, x = − , é um ponto de máximo.
2a
q
a2 b2 + a2 c2 + (b2 c2 − a2 b2 ) sin2 t
8. κ(t) = .
[a2 + (b2 − a2 ) sin2 t]3/2
9. Respostas

7
     
2 2 1 1 2 2 2 1 2
(a) T = , , , N = − , ,− eB= − , ,
3 3 3 3 3 3 3 3 3
   
1 1 1 1
(b) T = (0, 1, 0), N = − √ , 0, − √ eB= − √ , 0, √
2 2 2 2
 2
ds 2
10. A componente normal da aceleração é dada por aN = κ = κ kvk . Sendo u(x) = xi + f (x)j, a
dt
|f 00 (x)| 0 2 |f 00 (x)|
parametrização de uma função f (x), escreve-se aN = (1 + f (x) ) = . Como
[1 + f 0 (x)2 ]3/2 [1 + f 0 (x)2 ]1/2
00
aN = 0 se, e somente se, f (x) = 0, conclui-se que a componente normal é nula apenas em um ponto de
inflexão.
11. t = −1

12. Respostas
   
1 1 1 −1
(a) B = √ tanh t i + √ j + √ secht k e τ =
2 2 2 2 cosh2 t
(b) B = k e τ = 0

Parte C

1. (b) O plano ortogonal a trajetória da partícula é aquele que tem o vetor T como vetor normal;
2. Dica: A curva em coordenadas polares r = f (θ) define uma função em coordenadas cartesianas y = g(x).
|g 00 (x)|
A curvatura dessa curva em coordenadas cartesianas é dada por κ = . Levando em conta
(1 + g 0 (x)2 )3/2
que x = r(θ) cos θ e y = r(θ) sin θ podemos derivar a expressão y = g(x) com relação a variável θ. Assim,
dy dg dx d2 y d2 g dx dg d2 x
= e 2 = 2 + . Substituindo os valores encontrados para dg/dx e d2 g/dx2 na fórmula
dθ dx dθ dθ dx dθ dx dθ2
da curvatura, obtemos o resultado.
|v × a|
3. a) Temos que r0 (t) = −a sin ti + a cos tj. Logo, |v(t)| = a. Como κ(t) = precisamos calcular o produto
|v|3
vetorial v × a. Assim,


i j k
v×a = −a sin t a cos t 0
−a cos t −a sin t 0
= a2 k.
a2 1
Portanto, κ(t) = = .
a3 a
1
b) Como a aceleração centrípeta é a componente normal da aceleração do carro, temos que aN = κ · |v|2 = · 432 = 4.5g.
a
432
Ou seja, a = m.
4.5g

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