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DEPARTAMENTO DE MATEMATICA
Gleydson C. Ricarte1
Abstract
Quando um corpo viaja pelo espaço, as equações x = f (t), y = g(t) e z = h(t) que dão suas coorde-
nadas como funções do tempo servem de equações paramétricas para seu movimento e sua trajetória.
Com notação vetorial, podemos considerar estas em uma única equação r(t) = f (t)i + g(t)j + h(t)k,
que dá a posição do corpo como uma função vetorial do tempo.
Nesta nota, mostraremos como usar cálculo para estudar a trajetória, a velocidade e a aceleração
de corpos em movimento. À medida que prosseguirmos, veremos como nosso trabalho responde às
questões básicas sobre trajetória e o movimento de planetas e satélites.
Contents
2 Limite e Continuidade 4
2.1 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Curvas Diferenciáveis 8
4 Curvas de Classe Ck 11
6 Estudo e exercícios 16
Uma relação r : I ⊂ R → Rn é uma função vetorial quando, para todo t ∈ I associa um único vetor
r(t) = (r1 (t), r2 (t), . . . , rn (t)), onde cada ri : I → R é uma função de uma variável real. O intervalo I
é chamado domínio de r, o espaço euclidiano Rn é chamado contradomínio, o conjunto
Im(r) = {x ∈ Rn ; r(t) = x, t ∈ I}
1 Universidade
Federal do Ceará, Department of Mathematics, Fortaleza, CE-Brazil 60455-760,
ricarte@mat.ufc.br
Exemplo 1.1.
a) A curva r(t) = (t,t 2 ) representa uma parábola. De fato, eliminando o parâmetro t, temos a
equação y = x2 .
Figure 2: Parábola
b) Seja r(t) = () cost, sent, t ∈ [0, 2π]. A imagem de r representa uma circunferência de raio
R = 1. Em gera, se R > 0, a curva r(t) = (R cost, Rsent) representa uma circunferência de raio
R.
Figure 3: Circunferência
2
c) A imagem da curva r(t) = (2 cos(t), sen(t)), t ∈ [0, 2π] representa uma elipse. De fato, basta
observar que
x2
+ y2 = 1.
4
Em geral, se a, b > 0 são constantes, a curva r(t) = (a cos(t), bsen(t)) representa uma elipse.
Figure 4: Elipse
x = t − sen(t), y = 1 − cost.
Portanto, uma parametrização da ciclóde é: r(t) = (t − sen(t), 1 − cost). Para uma circunfer-
ência de raio R > 0 qualquer, temos
e) A curva r(t) = (cost, sent,t) é chamada hélice circular. A hélice circular é uma curva se
“enrola" ao redor do cilindro x2 + y2 = 1 (veja Figura 7). A curva está localizada sobre o
cilindro porque as componentes i, j de r, sendo as coordenadas x e y da extremidade de r,
satisfazem a equação do cilindro:
x2 + y2 = (cost)2 + (sent)2 = 1.
3
Figure 6: A hélice circular
A curva sobe à medida que a componente k, que é z = t, aumenta. Cada vez que t aumenta
2π, a curva completa uma volta ao redor do cilindro. As equações
parametrizam a hélice, com o intervalor −∞ < t < ∞ sendo subentendido. De maneira mais
geral, se a, b > 0 são constantes, a curva r(t) = (a cost, asent, bt), representa uma hélice circu-
lar.
2. Limite e Continuidade
Definimos limites e continuidade de curvar de maneira similar que definimos limites de funções
reais.
Definição 2.1. Sejam r(t) = ( f (t), g(t), h(t)) uma curva e u um vetor. Dizemos que r tem limite em
u à medida que t se aproxima de t0 e escrevemos
lim r(t) = u
t→t0
se, para todo número ε > 0, existe um número correspondente δ > 0 tal que para todo t, com
4
Teorema 2.2. Se uma curva r(t) = ( f (t), g(t), h(t)) possui limite u = (u1 , u2 , u3 ) num ponto t0 ∈ R
se, e somente se, cada coordenada f (t), g(t) e h(t) possui limite u1 , u2 e u3 , respectivamente. Ou
seja, se u = (u1 , u2 , u3 ), então limt→t0 r(t) = u precisamente quando
Proof. (=⇒) Suponha que r(t) = ( f (t), g(t), h(t)) possui limite u = (u1 , u2 , u3 ). Então, dado ε > 0,
existe δ > 0 tal que, se 0 < |t − t0 | < δ =⇒ kr(t) − uk < ε. Por outro lado,
q
kr(t) − uk = ( f (t) − u1 )2 + (g(t) − u2 )2 + (h(t) − u3 )2
e
q
| f (t) − u1 | ≤ ( f (t) − u1 )2 + (g(t) − u2 )2 + (h(t) − u3 )2
q
|g(t) − u2 | ≤ ( f (t) − u1 )2 + (g(t) − u2 )2 + (h(t) − u3 )2
q
|h(t) − u3 | ≤ ( f (t) − u1 )2 + (g(t) − u2 )2 + (h(t) − u3 )2
Logo,
| f (t) − u1 | < ε, |g(t) − u2 | < ε, |h(t) − u3 | < ε,
sempre que 0 < |t − t0 | < δ . Portanto, f (t), g(t) e h(t) possui limites u1 , u2 e u3 respectiva-
mente.
(⇐=) Suponhamos que cada coordenada f , g e h possui limite u1 , u2 e u3 respectivamente. Então,
para cada ε > 0, existe δ1 , δ2 e δ3 tal que, se 0 < |t − t0 | < δi (i = 1, 2, 3) vale:
ε ε ε
| f (t) − u1 | < √ , |g(t) − u2 | < √ , e |h(t) − u3 | < √ (2.2)
3 3 3
Tomando δ = min{δ1 , δ2 , δ3 }, temos então, para 0 < |t − t0 | < δ , que vale as condições (2.2).
Portanto, se 0 < |t − t0 | < δ
r
ε2 ε2 ε2
q
kr(t) − uk = 2 2 2
( f (t) − u1 ) + (g(t) − u2 ) + (h(t) − u3 ) < + +
3 3 3
= ε.
5
t−2
Exemplo 2.4. A curva r(t) = t 2 −4
, 2t + 1 possui limite no ponto t0 = 2. De fato, pelo Teorema
anterior, basta analisar a coordenada f (t) = tt−2
2 −4 se possui limite no ponto t0 = 2, pois, g(t) = 2t + 1
possui limite em qualquer ponto t0 ∈ R e em particular, limt→2 (2t + 1) = 5. Mas
t −2 t −2 1
2
= = , se t , 2.
t − 4 (t − 2)(t + 2) t + 2
1 1
Portanto, limt→2 tt−2
2 −4 = limt→2 t+2 = 4 . Portanto,
t −2 1
lim r(t) = lim 2 , lim(2t + 1) = ,5 .
t→2 t→2 t − 4 t→2 4
Exemplo 2.5. A curva r(t) = |t|t ,t + 2 nõo possui limite em t0 = 0. De fato, basta observar que
t
f (t) = |t| não possui limite em t0 = 0, visto que
t t
lim− = −1 e lim+ = 1.
t→0 |t| t→0 |t|
Como os limites laterais são diferentes, temos que o limite em t0 = 0 não existe.
Exemplo 2.6. Na ciclóide de raio R = 1, vemos que
lim r(t) = lim (t − sent) , lim (1 − cost) = (π, 2).
t→π t→π t→π
Teorema 2.7 (Propriedades do Limite). Sejam r e s duas curvas definidas num intervalo I. Se
lim r(t) = u e lim s(t) = v
t→t0 t→t0
então:
a) A curva (r + s)(t) = r(t) + s(t) possui limite em t0 e lim (r + s(t)) = lim r(t) + lim s(t) = u + v;
t→t0 t→t0 t→t0
b) Para todo escalar c ∈ R, (cr)(t) = cr(t) possui limite em t0 e lim (cr(t)) = c lim r(t) = cu;
t→t0 t→t0
c) O produto interno hr, si(t) = hr(t), s(t)i possui limite em t0 e lim hr(t), s(t)i = hu, vi;
t→t0
d) O produto vetorial r(t) × s(t) possui limite em t0 e lim (r(t) × s(t)) = u × v.
t→t0
Proof. Podemos demonstrar este Teorema usando somente o resultado do Teorema 2.2. De fato,
escreva r(t) = ( f1 (t), g2 (t), h1 (t)) e s(t) = ( f2 (t), g2 (t), h2 (t)). Note que
(r + s)(t) = (( f1 + f2 )(t), (g1 + g2 )(t), (h1 + h2 )(t)) .
Pelo Teorema 2.2,
lim r(t) = u = (u1 , u2 , u3 ) ⇔ lim f1 (t) = u1 , lim g1 (t) = u2 , lim h1 (t) = u3
t→t0 t→t0 t→t0 t→t0
lim s(t) = v = (v1 , v2 , v3 ) ⇔ lim f2 (t) = v1 , lim g2 (t) = v2 , lim h2 (t) = v3
t→t0 t→t0 t→t0 t→t0
Então,
lim ( f1 + f2 )(t) = u1 + v1 , lim (g1 + g2 )(t) = u2 + v2 , lim (h1 + h2 )(t) = u3 + v3 .
t→t0 t→t0 t→t0
6
2.1. Continuidade
Definição 2.8. Uma curva r = r(t) é contínua em t0 ∈ R se, e somente se, r satisfaz as seguintes
condições:
a) A curva r está definida em t0 ;
b) A curva r possui limite em t0 ;
c) Além disso, lim r(t) = r(t0 ).
t→t0
Teorema 2.9. Uma curva r(t) = ( f (t), g(t), h(t)), t ∈ I é contínua em t0 ∈ I se, e somente se, cada
coordenada f (t), g(t) e h(t) é contínua em t0 .
Proof. De fato, a) se r(t) está definida em t0 se, e só se, cada coordanada f (t), g(t) e h(t) está definida
em t0 . Para o item b), r possui limite em t0 ∈ I se, e só se, cada coordanada f ( f ), g(t) e h(t) possui
limite em t0 ∈ I. Por fim, para c), temos
lim r(t) = r(t0 ) ⇔ lim f (t) = f (t0 ), lim g(t) = g(t0 ), lim h(t) = h(t0 ).
t→t0 t→t0 t→t0 t→t0
(
sen (2t)
t , 2t + 3 , se t , 0
Exemplo 2.10. A curva r(t) = é contínua em t0 = 0. De fato, a)
(1, 3), se t = 0
r(0) = (1, 3), então a curva r está definida em t0 = 0. Para b)
sen(2t)
lim r(t) = lim , lim(2t + 3) = (2, 3).
t→0 t→0 t t→0
Porém, o item c), da definição de continuidade, temos que limt→0 r(t) , r(0).
Teorema 2.13. Sejam r, s : I ⊂ R → R3 (ou R2 ) duas curvas contínuas num ponto t0 ∈ I. Então,
7
3. Curvas Diferenciáveis
Suponhamos que uma partícula se move no espaço euclidiano sobre uma curva r = r(t). Para
cada instante t a posição da partícula é dada pelo vetor posição. A velocidade média vm da partícula
durante o intervalo de tempo (t,t + ∆t) é definida por vm = r(t+∆t)−r(t)
∆t . O quociente r(t+∆t)−r(t)
∆t é
chamado quociente de Newton. A velocidade instantânea da partícula num instante t é definida
como sendo o limite do quociente de Newton quando ∆t → 0, quando o limite existe. Denotamos a
velocidade instantânea num instante t por r0 (t), ou seja,
r0 (t + ∆t) − r0 (t)
r00 (t) = lim .
∆t→0 ∆t
A velocidade escalar de uma partícula é definida pela intensidade do vetor velocidade r0 (t) e deno-
tamos por v(t) = kr0 (t)k. Finalmente, a aceleração escalar da partícula é definida pela intensidade
do vetor aceleração r00 (t) e denotamos por a(t) = kr00 (t)k. Se uma partícula de massa m se move
sobre uma curva r, pela segunda Lei de Newton, a força resultante sobre a partícula é dada por
F(r(t)) = mr00 (t).
Definição 3.1. Dizemos que uma curva r = r(t) possui derivada num ponto t se, e somente se, o
quociente de Newton
∆r r(t + ∆t) − r(t)
=
∆t ∆t
possui limite quando ∆t → 0. A derivada de uma curva r em t é denotada por r0 (t), onde
8
Interpretação da derivada: Pela figura abaixo, quando ∆t → 0, a posição r(t + ∆t) vai tender
para r(t). Neste caso, r0 (t) é paralelo a reta s(λ ) = r(t) + λ r0 (t) a qual é tangente à curva r no ponto
r(t).
Como vimos, esta seção é a mais importante desta nota. As derivadas de curvas são fundamentais
no estudo da cinemática e da dinâmica, parte da mecânica vetorial.
Exemplo 3.2. A curva r(t) = (t + 3, 2t + 1) possui derivada em todo t ∈ R. De fato, note que
∆r = r(t + ∆t) − r(t) = (t + ∆t + 3, 2t + 2∆t + 1) − (t + 3, 2t + 1) = (∆t, 2∆t) .
Portanto, temos
∆r 1 ∆t 2∆t
= (∆t, 2∆t) = , = (1, 2).
∆t ∆t ∆t ∆t
Ou seja,
∆r
r0 (t) = lim = (1, 2).
∆t→0 ∆t
Teorema 3.3. Uma curva r(t) = ( f (t), g(t), h(t)) possui derivada num ponto t se, e somente se, cada
coordenada f , g, h possui derivada em t. Ademais,
r0 (t) = f 0 (t), g0 (t), h0 (t) .
9
Se uma curva r = r(t) possui derivada num ponto t0 , dizemos que ela é diferenciável em t0 , visto
que suas coordenadas são funções reais de uma variável e cada uma possui derivada. Para as funções
reais de uma variável, diferenciabilidade e derivada tem o mesmo significado.
Definição 3.4. Uma curva r = r(t) é diferenciável num intervalo I se, e somente se, r é diferenciável
em todo t ∈ I.
De fato, as coordenadas f (t) = t · cost e g(t) = t 2 são funções deriváveis em R. Ademais, o vetor
velocidade de r é igual a
r0 (t) = (−2sent − t cost, 2t).
O vetor r0 (t) é diferenciável e r00 (t) = (−2sent − t cost, 2). O vetor r00 (t) é diferenciável e r000 (t) =
(−3 costt sent, 0). E assim, existem curvas que possuem derivadas de qualquer ordem. É o caso desse
exemplo.
Logo,
lim r(t0 + ∆t) = r(t0 ) =⇒ r é contínua em t0
∆t→0
Proof. Exercício.
Equação da reta tangente: A derivada r0 (t0 ) de uma curva r = r(t) num ponto t0 é tangente à
curva em r(t0 ). Então a equação paramétrica da reta tangente à r no ponto r(t0 ) é dada por
Exemplo 3.8. Determine a equação da reta tangente à curva r(t) = (2t,t 2 ,t 3 ) no ponto r(1) =
(2, 1, 1).
10
4. Curvas de Classe Ck
Exemplo 4.1. A curva r(t) = (2t + 1,t 2 + 3t + 2) é de classe C∞ (R). De fato, temos
r0 (t) = (2, 2t + 3)
r00 (t) = (0, 2)
r000 (t) = (0, 0)
r(k) (t) = (0, 0), para todo k ≥ 3.
Exemplo 4.2. A curva r(t) = (|t|, cost) é de classe C0 (R) mas não é de classe C1 (R), pois f (t) = |t|
nÃo é derivável em t0 = 0.
Exemplo 4.3. A curva r(t) = (t|t|,t 2 ) é uma curva de classe C1 (R) mas não é de classe C2 (R). De
a coordenada f (t) = t|t|, pois a coordenada g(t) = t 2 é de classe C∞ . Temos o
fato, basta olhar
t 2 , se t ≥ 0
seguinte, f (t) = Logo, se t > 0, f 0 (t) = 2t e, se t < 0, f 0 (t) = −2t. Devemos
−t 2 , se t < 0
verificar em t0 = 0 de maneira separada. Mas,
11
5. Comprimento de arco ao longo de uma curva
Uma das características das curvas espaciais é que elas tem um comprimento mensurável. Isso
nos permite localizar pontos ao longo dessas curvas dando sua distância orientada s ao longo da curva
a partir de algum ponto-base, da mesma maneira que localizamos pontos sobre os eixos coordenados
dando suas distâncias orientadas a partir da origem. O tempo é o parâmetro natural para descrever
a velocidade e a aceleração de um corpo em movimento, mas s é o parâmetro natural para estudar o
formato de uma curva.
Teorema 5.1 (Comprimento de arco). Seja r : [a, b] → R3 (ou R2 ) uma curva de classe C1 ([a, b]).
Então o comprimento de arco de r é o valor da integral
Z b
s= kr0 (t)k dt
a
Proof. Seja P = {a,t1 ,t2 , . . . ,tn−1 , b} uma partição do intervalo [a, b] de tal modo que r é de classe
C1 em cada subintervalo (ti−1 ,ti ). Então, se denotarmos por r(t) = ( f (t), g(t), h(t))
f (ti+1 ) − f (ti ) = f 0 (ξi ).∆ti , g(ti+1 ) − g(ti ) = g0 (ξi )∆ti , h(ti+1 ) − h(ti ) = h0 (ξi )∆ti
Notação: Se r(t) = ( f (t), g(t), h(t)), então r0 (t) = ( f 0 (t), g0 (t), h0 (t)). Logo,
q
kr0 (t)| = ( f 0 (t))2 + (g0 (t))2 + (h0 (t))2 .
12
Exemplo 5.2. O comprimento de arco de uma circunferência C : x2 + y2 = R2 é s = 2πR. De fato, a
parametrização da circunferência é:
Logo, r0 (t) = (−Rsent, R cost). Daí, kr0 (t)k = R. Portanto, pela fórmula do comprimento de arco,
Z 2π Z 2π Z 2π
s= kr0 (t)kdt = Rdt = R dt = 2πR.
0 0 0
Qual a distância percorrida atingida pelo planado ao longo de sua trajetória de t = 0 até t = 2π ≈ 6, 28
s? (veja Figura 10)
Solução: O segmento da trajetória durante esse tempo corresponde a uma volta completa da
hélice. O comprimeto dessa parte é
Z 2π Z 2π q
0
s = kr (t)kdt = (−sent)2 + (cost)2 + (1)2 dt
0 0
Z 2π √ √
= 2dt = 2π 2 unidade de comprimento
0
√
Isso é 2 vezes o comprimento do círculo no plano xy no qual a hélice se encontra.
13
medida ao longo de C a partir do ponto-base (Figura 11). Se t > t0 , s(t) é a distâcia de P(t0 ) a P(t).
Se t < t0 , s(t) é o oposto da distância. Cada valor de s determina um ponto C e isso parametriza C
em relaç ao a s. Chamamos s um parâmetro de comprimento de arco para a curva. O valor do
parâmetro aumenta na direção de t crescente. O parâmetro comprimento de arco é particularmente
eficaz para investigar a natureza da rotação de uma curva especial.
Rt 0
Figure 11: A distância orientada ao longo da curva de P(t0 ) até qualquer ponto P(t) é s(t) = t0 kr (t)kdt
Usaremos a letra grega τ (“tau") como a variável de integração na Equação (5.1) porque a letra t
já é usada como limitante superior.
Parâmetro comprimento de arco com ponto-base P(t0 ).
Z t Z t q
0
s(t) = kr (τ)k dτ = [ f 0 (t)]2 + [g0 (t)]2 + [h0 (t)]2 dt (5.1)
t0 t0
Exemplo 5.4 (Encontrando a função comprimento de arco da Hélice ). Considere a hélice circular
r(t) = (cost, sent,t). Vamos escolher o ponto base como sendo t0 = 0. É fácil verificar que kr0 (t)k =
√
2. Logo, Z t √
Z t √
s(t) = kr0 (τ)kdτ = 2dt = 2t.
0 0
Exemplo 5.5 (Distância ao longo de uma reta). Mostre que se u = (u1 , u2 , u3 ) é um vetor unitário,
então a função comprimento do arco da reta
14
5.1. Reparametrização de curvas
Definição 5.6. Uma curva r : I → R3 é dita regular se r0 (t) , 0, para todo t ∈ I.
Exemplo 5.7. A curva r : [0, 2π] → R3 dada por
[c, d]
r◦φ
φ
!
[a, b] / R3
r
√
Exemplo 5.11. Considere √ o difeomorfismo φ : [0, 2 2π] → [0, 2π] dado simplesmente por φ (s) =
√s . Temos que r : [0, 2 2π] → [0, 2π] dado por
2
s s s
r(s) = cos √ , sen √ , √
2 2 2
é uma reparametrização da hélice circular.
Definição 5.12. Uma curva r : I ⊂ R → R3 (ou R2 ) é dita parametrizada pelo comprimneto de
arco se, e somente se, a velocidade escalar kr0 (t)k = 1, para todo t ∈ I.
Exemplo 5.13.
b) A hélice r(t) = cos 4t5 , sen 4t5 , 3t5 é parametrizado pelo comprimento de arco. De fato,
15
Uma boa pergunta neste momento seria:
Concluindo assim que de fato r(s) = r(t(s)) é uma reparametrização de r, pelo comprimento de
arco.
6. Estudo e exercícios
Leia a seção 10.1 até seçnao 10.6 do Capítulo 10 da referência [1], Capítulo 1 da referência [3].
Faça os problemas Exercícios 10.5 da referência [1].
16
References
[3] Jerrold E. Marsden and Anthony Tromba. Vector Calculus, sexta edição.
Exercícios
17
(a) α(t) = (cos(3t), sen(3t), 4t);
(b) α(t) = (et , e−t , cos(2t));
(c) α(t) = (arc tg(2t), 2t,t 3 );
(d) α(t) = (ln(t 2 + t + 2), e−cos(t) ,t 2t );
(e) α(t) = (sen(3t + 2), cos(3t − 1), et+3 ).
Problema 8. Um pinto se move sobre uma curva de classe C1 α : I ⊂ R → R2 no intervalo I tal que
α 0 (t) ⊥ α(t), ∀t ∈ I.
Problema 12. Seja P um ponto de uma circunferência C (no plano XOY) de raio a > 0 e centro (0, a)
e seja Q o ponto de intersecção da reta y = 2a com a reta que passa pela origem e por P. Seja ainda
R o ponto de intersecção da reta horizontal que passa por P com a reta vertical que passa por Q. Á
medida que P se move ao longo de C, R descreve uma curva chamada curva de Agnesi. Determine
uma parametrização desta curva e a respectiva equação cartesiana.
18
Problema 13. Considere um disco a rodar (sem escorregar) numa superfície plana, ao longo de
uma linha reta. Chama-se ciclóide á curva plana descrita por um ponto nesse disco. Mostre que,
se a linha reta for o eixo OX e o disco tiver raio a > 0, a ciclóide pode ser parametrizada por
α(t) = a(t − sen(t), 1 − cos(t)).
Problema 14. A curva de Viviani é obtida pela intersecção do cilindro (x − a)2 + y2 = a2 com a
esfera x2 + y2 + z2 = 4a2 (veja figura). Mostre que a curva de Viviani pode ser parametrizada por
t
α(t) = a 1 + cos(t), sen(t), 2sen .
2
a) limt→3 t 2 , 4t, 1t ;
19
b) limt→π (sen(2t), cos(t),tg(4t));
c) limt→0 e2t , ln(t + 1), 4 ;
1 et −1
d) limt→0 1+t , t , 4t .
1
Problema 16. Considere a curva α(t) = t , sen(t), 4 . Calcule
α(t + h) − α(t)
lim .
h→0 h
Problema 17. Considere a curva α(t) = (sen(t), 1 − cos(t), −2t). Calcule
α(t)
lim .
t→0 t
Problema 18. Nos itens a)-h), calcule a derivada.
a) α(t) = (t,t 2 ,t 3 );
b) α(t) = (sen(3t), cos(3t));
c) β (s) = (es , e−2s );
d) r(θ ) = (tg(θ ), 4θ − 2, sen(θ ));
r(t) = t − 1t , 4t 2 , 8 ;
e)
f) c(t) = 1t~i − e2t~k;
g) a(θ ) = (cos 2θ )~i + (sen2θ )~j + (sen4θ )~k;
1
h) b(t) = e4t−3 , sen(t 2 ), 4t+3
.
Problema 20. Esboce a curva α(t) = (1 − t 2 ,t) para −1 ≤ t ≤ 1 junto com seu vetor tangente em
t = 1 e inclua-o no esboço.
Problema 21. Esboce a curva α(t) = (t,t 2 ) junto com seu vetor tangente em t = 1. Em seguida, faça
o mesmo com β (t) = (t 3 ,t 6 ).
Problema 22. Esboce a ciclóide α(t) = (t − sent, 1 − cost) junto com seus vetores tangentes em
t = π3 e 3π
4 .
Nos itens a)-d), use a regra do produto apropriada para calcular a derivada.
d
a) dt (α(t) · β (t));
d 4
b) dt (t α(t));
d
c) dt (α(t) × β (t));
d) d
dt (α(t) · γ(t)), em t = 5, supondo que γ(5) = (3, 1, 2) e γ 0 (5) = (−1, 2, 7).
20
Problema 24. Considere as seguintes curvas:
2 3 1
α(t) = (t ,t , 4t) e β (t) = , 1 + t, 2 .
t
Seja a função f : R → R, f (t) = α(t) · β (t). Calcule f 0 (t), usando a regra do produto. Expanda o
produto α(t) · β (t) e derive. Compare com o obtido na primeira parte.
Problema 25. Considere as seguintes curvas do problema 24. Seja a função F : I ⊂ R → R3 , F(t) =
α(t) × β (t). Calcule F 0 (t), usando a regra do produto. Expanda o produto vetorial α(t) × β (t) e
derive. Compare com o obtido na primeira parte.
d
Problema 26. Nos itens a)-d), como aplicação do exercício anterior, calcule dt (α(φ (t))) usando a
regra da cadeia.
a) α(t) = (1 − t 2 , 5t, 2t 3 ), t = 2;
b) α(t) = (cos 2t, sen3t, sen4t), t = π4 ;
c) α(t) = 4s~i − s83~k, s = 2;
d) α(t) = (t 2 ,t 4 ), t = 1;
e) α(t) = ln(t)~i + t −1~j + 9t~k, t = 1.
Problema 30. Seja α(t) = (sen(2t) cos(t), sen(2t)sen(t), cos(2t)). Mostre que kα(t)k é constante e
conclua que α(t) e α 0 (t) são ortogonais. Em seguida, calcule α 0 (t) e verifique que é ortogonal a
α(t).
dr
Problema 31. O caminho r(t) de uma partíaula satisfaz dt = (8, 5 − 3t, 4t 2 ). Qual é a localização
da partícula em t = 4 se r(0) = (1, 6, 0)?
Problema 32. Encontre todas as soluções de α 0 (t) =~v, onde ~v é um vetor constante em R3 .
Problema 33. Seja ~u um vetor constante em R3 . Encontre a solução de α 0 (t) = (sent)~u que satisfaz
α 0 (0) = 0.
Problema 34. Encontre todas as soluções de α 0 (t) = 2α(t), onde α(t) é uma curva no espaço.
Problema 35. Nos itens a)-f), calcule o comprimento da curva ao longo do intervalo dado.
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b) α(t) = 2t~i − 3t~k, 11 ≤ t ≤ 15;
c) α(t) = (2t, lnt,t 2 ), 1 ≤ t ≤ 4;
d) α(t) = (2t 2 + 1, 2t 2 − 1,t 3 ), 0 ≤ t ≤ 4;
e) α(t) = t~i + 2t~j + (t 2 − 3)~k, 0 ≤ t ≤ 2;
f) α(t) = (t cos(t),tsen(t), 3t), 0 ≤ t ≤ 2π.
Problema 36. Calcule Z t
s(t) = kα 0 (u)kdu
0
para α(t) = (t 2 , 2t 2 ,t 3 ).
Problema 37. Nos itens a)-d), encontre a velocidade escalar no valor de t dado.
a) α(t) = (2t + 3, 4t − 3, 5 − t), t = 4;
b) α(t) = (et−3 , 12, 3t ), t = 3;
c) α(t) = (sen(3t), cos(4t), cos(5t)), t = π2 ;
d) α(t) = (cos h(t), senh(t),t), t = 0.
Problema 38. Considere a curva α(t) = (3t + 1, 4t − 5, 2t).
a) Calcule s(t) = 0t kα 0 (u)kdu como função de t;
R
b) Encontre a inversa φ (s) = t(s) e mostre que β (s) = α(φ (s)) é uma parametrização pelo com-
primento de arco.
Problema 39. Encontre uma parametrização pelo comprimento de arco do círculo no plano z = 9
de raio R = 4 e centro C = (1, 4, 9).
Problema 40. Mostre que um arco da ciclóide α(t) = (t − sent, 1 − cost) tem comprimento ` = 8.
Encontre o valor de t em [0, 2π] no qual é máxima a velocidade.
Problema 41. Encontre uma parametrização pelo comprimento de arco de α(t) = (et sent, et cost, et ).
Problema 42. Encontre uma parametrização pelo comprimento de arco de α(t) = (t 2 ,t 3 ).
Problema 43. A hélice circular de raio R e altura h que faz N voltas completas tem a parametrização
2πN 2πN
α(t) = R cos t , Rsen t ,t , 0 ≤ t ≤ h.
h h
Calcule o comprimento da Hélice.
Problema 44. Considere a curva espiral de Bernoulli
α(t) = (et cos(4t), et sen(4t)).
t
kα 0 (u)kdu. É conveniente tomar −∞ como limite inferior de integração porque
R
Calcule s(t) = −∞
s(−∞) = 0. Use s para obter uma reparametrização pelo comprimento de arco de α(t). Prove que o
ângulo entre o vetor posição e o vetor tangente é constante.
G LEYDSON C. R ICARTE
Universidade Federal Ceará
Department of Mathematics
Fortaleza, CE-Brazil 60455-760
ricarte@mat.ufc.br
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