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19 de outubro de 2016
1 Aquecimento
Exercício 1. Seja α : I ⊆ R → R3 uma curva parametrizada que não passa pela origem.
Suponha que α(t0 ) é o ponto do traço de α que esteja o mais próximo da origem e que α0 (t0 ) 6= 0.
Mostre que α(t0 ) e α0 (t0 ) são ortogonais.
Curiosidade. Tem alguns resultados sobre curvas (como por exemplo os três exercícios acima)
que não usam o fato de a curva estar no R3 - podia ser no Rn . Vamos continuar focando no R3
(e um pouco no R2 ), mas como um exercício mental, tente prestar atenção quando é possível
fazer alguma generalização desse jeito.
1
2 Curvas no Plano
Exercício 7. Seja α : R → R2 dada por α(t) = ( aebt cos t, aebt sin t) com a > 0 e b < 0
constantes. Mostre que
Z +∞
lim α0 (t) = (0, 0) e que kα0 (t)k dt < +∞.
t→+∞ 0
Esboce o traço de α.
Prove que:
(ii) o comprimento do segmento de reta tangente, compreendido entre α(t) e o eixo y é cons-
tante igual a 1. O traço desta curva é chamado tratriz.
Exercício 9. Seja α : I ⊂ R → R2 uma curva regular, digamos, α(t) = x (t), y(t) . Mostre
que seus vetores tangente, normal e sua curvatura (com sinal) são dados, respectivamente, por:
2
Exercício 10. Seja r = r (θ ) uma curva regular dada em coordenadas polares. Verifique que o
comprimento do arco da curva de θ0 a θ1 é obtido por:
Z θ1 q
`= r (θ )2 + r 0 (θ )2 dθ
θ0
e a curvatura por:
2(r 0 (θ ))2 − r (θ )r 00 (θ ) + r (θ )2
κ (θ ) = .
(r (θ )2 + r 0 (θ )2 )3/2
(Dica: parametrize a curva pondo α(θ ) = ( x (r (θ ), θ ), y(r (θ ), θ )), abuse da regra da cadeia
e use o exercício anterior.)
Exercício 11. Considere a elipse α(t) = ( a cos t, b sin t), t ∈ R. Determine os pontos onde a
curvatura de α é máxima e onde é mínima.
Exercício 12. Seja f : ] a, b[ ⊆ R → R uma função suave (C ∞ ). Mostre que a curvatura do
gráfico de f é dada por
f 00
κ= 3/2 .
1 + (f )0 2
(ii) Nas condições do item (i), o vetor tangente à evoluta em s é paralelo ao vetor normal a α
em s.
(iii) Suponha que κ 0 (s) > 0, ∀ s. Verifique que o comprimento de arco da evoluta de α entre
s0 e s1 é igual à diferença entre os raios de curvatura2 de α em s0 e s1 .
Exercício 14. Descreva todas as curvas planas regulares tais que:
(i) todas suas retas tangentes se interceptam num ponto fixado;
3 Curvas no Espaço
Exercício 15. Prove que se α : I ⊆ R3 é uma curva regular, então valem as expressões:
α0 (t) × α00 (t)
(i) B(t) = ;
kα0 (t) × α00 (t)k
|α0 (t) × α00 (t)|
(ii) κ (t) = ;
kα0 (t)k3
2O raio de curvatura é o inverso da curvatura, a saber, 1/κ (s).
3
hα0 (t) × α00 (t), α000 (t)i
(iii) τ (t) = .
kα0 (t) × α00 (t)k2
Observação. Você vai achar as páginas de 28 a 30 da 1a edição do livro Differential Geometry
and Its Applications - John Oprea bem legais. O objetivo deste exercício é que você acompanhe
··
e entenda os cálculos realizados para obter essas expressões. ^
Comparar a expressão de κ (t) encontrada aqui com a expressão encontrada no exercício 9, e
notar que hα0 (t) × α00 (t), α000 (t)i = det(α0 (t), α00 (t), α000 (t)) pode ser instrutivo.
Exercício 16. Calcule o triedro de Frenet, a curvatura e a torção das seguintes curvas:
(i) α(s) = 54 cos s, 1 − sin s, − 35 cos s ;
(iv) α(s) = 31 (1 + s)3/2 , 13 (1 − s)3/2 , √s ;
2
(ii) Verifique que toda curva regular de R3 , cujas funções coordenadas são polinômios de grau
menor ou igual a dois, é uma curva plana.3
Curiosidade. Será que uma curva no Rn cujas entradas sejam polinômios de grau até k estão
contidas num subespaço afim de Rn de dimensão até k? Dependendo da sua solução dada acima,
··
a resposta pode ser óbvia ou não. Pense nisso. ^
Exercício 19 (Vetor de Darboux). Se um corpo rígido se move ao longo de uma curva α no R3
com velocidade unitária (i.e., parametrizada por comprimento de arco), seu movimento consiste
de uma translação ao longo de α e de uma rotação ao longo de α. A rotação é determinada por
um vetor velocidade angular ω que satisfaz T0 = ω × T, e expressões análogas para N e B.
O vetor ω é chamado o vetor de Darboux de α.
Mostre que ω = τ T + κ B e que T0 × T00 = κ 2 ω. (Dica: escreva ω como combinação
do triedro de Frenet de α e aplique produtos vetoriais. Estas expressões assumem a convenção
B0 = −τ N.)
Exercício 20 (Curvas Esféricas). Seja α : I → R3 uma curva parametrizada por compri-
mento de arco, com curvatura e torção não-nulas. Se α está contida em uma esfera de centro
c ∈ R3 e raio r > 0, então vale que:
0 2 0 !2
1 1 1 1 1 1
α(s) − c = − N(s) + B(s) e r2 = + ,
κ (s) κ (s) τ (s) κ (s) κ (s) τ (s)
3O item (i) logo acima é um contra-exemplo para a recíproca.
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para todo s ∈ I. Por outro lado, se
2 0 !2
1 1 1
+ = r2
κ (s) κ (s) τ (s)
para todo s ∈ I, então α está contida em uma esfera de raio r. (Dica: todo vetor é combinação
linear do Triedro de Frenet de α, em particular α(s) − c. Talvez introduzir as notações ρ(s) =
1/κ (s) e σ (s) = 1/τ (s) ajude a simplificar a escrita.)
(i) α é uma hélice se e somente se as retas passando por α(s) na direção de N(s) são todas
paralelas a um plano fixado.
(i) α é uma hélice se e somente se as retas passando por α(s) na direção de B(s) fazem ângulo
constante com uma direção fixada.
Exercício 23. Mostre que uma curva regular α : I ⊆ R → R3 é uma circunferência de raio
a > 0 se e somente se κ ≡ 1a e τ ≡ 0.
4 Superfícies - Parte 1
Exercício 24. Verifique que as aplicações:
S = {( x, y, z) ∈ R3 | F ( x, y, z) = 0} = F −1 (0)
S2 = {( x, y, z) ∈ R3 | x2 + y2 + z2 = 1}.
Seja N = (0, 0, 1) o polo norte de S2 . Para cada (u, v) ∈ R2 a reta em R3 que liga o ponto
(u, v, 0) a N intercepta S2 \ { N } em precisamente um ponto St−1 (u, v). Isto determina uma
parametrização St−1 : R2 → S2 \ { N }.
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(ii) Escreva uma expressão para a inversa St : S2 \ { N } → R2 . (Dica: pensar geometrica-
mente e fazer um raciocínio análogo ao do item acima é mais rápido do que inverter a
expressão lá encontrada.)
a esfera unitária de dimensão n, você pode repetir o feito acima para conseguir uma aplicação
St−1 : Rn → Sn \ { N } (quem é N dessa vez?). Talvez você até ache mais limpo fazer para
o caso geral logo, identificando Rn ≡ Rn ⊕ {0} ⊆ Rn com v = (ṽ, 0). Não existe uma
expressão análoga à encontrada em (iii) para n 6= 2 em geral. Você vai se deparar com isso
novamente quando fizer o curso de Funções Analíticas.
Ainda mais, você pode repetir toda essa discussão utilizando o polo sul da esfera ao invés do
polo norte. A moral da história é que dá pra cobrir a esfera usando apenas duas parametrizações.
(i) Obtenha uma parametrização para a superfície obtida pela rotação desta curva em torno
do eixo Oz.
(Dica: cada ponto α(u) vai percorrer um círculo de raio f (u), num plano de altura g(u), e você
sabe parametrizar círculos, certo?)
Exercício 27. Seja α uma curva como a do exercício 26. Mostre que a aplicação
(ii) a = 0.
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Exercício 29. Se uma vizinhança coordenada de uma superfície regular pode ser parametrizada
na forma
x(u, v) = α1 (u) + α2 (v),
onde α1 e α2 são curvas parametrizadas regulares, mostre que os planos tangentes ao longo de
uma curva coordenada fixa desta vizinhança são todos paralelos a uma reta.
Exercício 30. Prove que se uma superfície regular S encontra um plano Π em um único ponto
p ∈ S, mostre que Π = Tp S.
∂E ∂G
= = 0.
∂v ∂u
··
Bons estudos! ^