Você está na página 1de 184

Notas de Aulas de Cálculo III

Prof. Sandro Rodrigues Mazorche


1o semestre de 2021
Turma: C
Capı́tulo 1: Integral Dupla
1.1 Definição:
Vamos considerar uma função z = f (x, y) definida em uma região fechada e limitada R do plano XoY .

Considere Rk ⊂ R. Em cada retângulo escolhendo (xk , yk ) ∈ Rk .

n
X
Soma de Riemann de z = f (x, y) sobre R é dada por, f (xk , yk )∆Ak onde ∆Ak = ∆xk ∆yk é a
k=1
área de Rk .
Tomando Rk cada vez menores, de tal forma que a diagonal máxima dos retângulos Rk tende a zero
quando n → ∞.
n
X
Nessa situação, se n→∞
lim f (xk , yk )∆Ak existe, é chamado integral dupla de f (x, y) sobre a região
k=1
R. Denotamos Z Z Z Z
f (x, y)dA ou f (x, y)dxdy
R R
Observações:
a) A região R é chamada região de integração.
b) O limite deve ser independente da escolha das retas que subdividem a região R e dos pontos.
c) A existência do limite depende da função f e também de R. No curso vamos supor que R é
formado por um número finitos de arcos de curvas ‘suaves’ e que f é contı́nua sobre R.

2
1.2 Interpretação Geomêtrica da Integral Dupla:

Z Z
Quando f (x, y) > 0, a f (x, y)dxdy nos dá o volume do sólido delimitado superiormente pelo
R
gráfico de z = f (x, y), inferiormente pela região R e lateralmente pelo ‘cilindro’ vertical cuja base é
o contorno de R.

Z1.3
Z Propriedades daZ Integral
Z Dupla:
a) Kf (x, y)dA = K f (x, y)dA, para todo K real.
Z ZR R Z Z Z Z
b) [f (x, y) ± g(x, y)] dA = f (x, y)dA ± g(x, y)dA.
R RZ Z RZ Z
c) Se f (x, y) ≥ g(x, y) em R, então f (x, y)dA ≥ g(x, y)dA.
Z Z R R
d) Se f (x, y) ≥ 0 em R, então f (x, y)dA ≥ 0.
R
e) Se a região R é composta de suas sub-regiões R1 e R2 , R = ZRZ1 ∪ R2 , que não tém pontos em
Z Z
comum, exceto possivelmente os pontos de suas fronteiras, então f (x, y)dA = f (x, y)dA +
Z Z R R1

f (x, y)dA.
R2

Teorema de Fubini: Se a função z = f (x, y) é contı́nua no retângulo R = [a, b] × [c, d], então
a integral dupla de f sobre R pode ser obtida através de integrais iteradas, ou seja:
Z Z Z b "Z d # Z d "Z b #
f (x, y)dA = f (x, y)dy dx = f (x, y)dx dy.
R a c c a

3
1.4 Cálculo da Integral Dupla:
Todas as regiões que consideraremos serão de tipo I, de tipo II, ou então poderão ser divididas num
número finito de sub-regiões, cada uma das quais é de tipo I ou II.

Região do Tipo I: R = {(x, y) ∈ IR2 | a ≤ x ≤ b e f1 (x) ≤ y ≤ f2 (x)}


Região do Tipo II: R = {(x, y) ∈ IR2 | c ≤ y ≤ d e g1 (y) ≤ x ≤ g2 (y)} Teorema: Seja f uma

função definida e contı́nua num subconjunto limitado e fechado R ⊂ IR2 .


Se R é uma região do Tipo I, então
Z Z Z b "Z f2 (x) #
f (x, y)dA = f (x, y)dy dx
R a f1 (x)

Se R é uma região do Tipo II, então


Z Z Z d "Z g2 (y) #
f (x, y)dA = f (x, y)dx dy
R c g1 (y)

as integrais do lado direito das igualdades são chamadas de integrais iteradas.

4
Exemplo 1: Calcular o volume do sólido delimitado superiormente pelo gráfico de z = 4 − x − y,
inferiormente pela região R delimitada por x = 0, x = 2, y = 0 e y = 14 x + 12 e lateralmente pelo
cilindro vertical cuja base é o contorno de R.

5
Z Z
Exemplo 2: Calcular a integral (x + y)dA onde R é a região limitada por y = x2 e y = 2x.
R

6
Z 1Z 4
2
Exemplo 3: Calcular a integral e−y dydx.
0 4x

7
√ √
Z Z
Exemplo 4: Calcular a integral y sin(x y)dA onde R é a região delimitada por x = 0 ,
√ R
y = π2 e x = y.

8
Exemplo 5: Descrever a região de integração da integral
Z 2 Z √4−x2
√ f (x, y)dydx e inverta a ordem de integração.
−2 − 4−x2

9
Z Z
Exemplo 6: Calcular xydA onde R é o triângulo OAB da figura abaixo.
R

10
Mudança de variáveis em Integrais Duplas (
x = x(u, v)
Por meio de uma mudança de variáveis, (1) , uma integral dupla sobre uma região
y = y(u, v)
R do plano x ◦ y pode ser transformada em uma integral dupla sobre uma região R0 do plano
0 0
u ◦ v. A correspondência entre
( as reigiões R e R é bijetora, e podemos retornar de R para R pela
u = u(x, y)
transformação inversa, (2) .
v = v(x, y)

Teorema MV: Considere g uma aplicação definida por (1), g(u, v) = (x(u, v), y(u, v)), onde x
e y são funções de classe C 1 num subconjunto aberto U ⊂ IR2 . Seja R0 um subconjunto limitado e
fechado contido em U tal que
(i) g é injetora em R0
∂x ∂x
∂(x,y)
, nunca se anula em R0 . Se f é
∂u ∂v
(ii) o determinante Jacobiano da aplicação g, =

∂(u,v) ∂y ∂y

∂u ∂v
integrável em g(R0 ), então

Z Z Z Z ∂(x, y)
f (x, y)dxdy = f (x(u, v), y(u, v)) dudv.

g(R0 ) R 0 ∂(u, v)

Casos especiais de mudança de variáveis. (


x = au + bv
(1) Mudança linear: Consideremos a transformação linear g definida pelas equações ,
y = cu + dv
onde a, b, c e d são constantes reais. O determinante Jacobiano desta transformação é dado por

∂(x, y) a b
=
= |ad − bc|.
c d

∂(u, v)

6 0, a aplicação g é injetora em IR2 e pelo Teorema MV


Quando |ad − bc| =
Z Z Z Z
f (x, y)dxdy = f (au + bv, cu + dv)|ad − bc|dudv.
g(R0 ) R0

11
Z Z
Exemplo 7: Calcule (x − y)dxdy, sendo R o paralelogramo limitado pelas retas x − y = 0,
R
x − y = 1, y = 2x e y = 2x − 4.

12
Z Z y−x
Exemplo 8: Calcule e y+x dxdy, onde R é a região triangular limitada pela reta x + y = 2 e
R
os eixos coordenados.

13
( (2) Mudança Coordenadas Polares: Consideremos a transformação g definida pelas equações
x(r, θ) = r cos(θ)
, onde r ≥ 0 e θ varia num intervalo da forma [θ0 , θ0 + 2π).
y(r, θ) = r sin(θ)

O determinante
Jacobiano desta
transformação é dado por
cos(θ) −r sin(θ)
∂(x,y)
= = r. Do Teorema MV temos

∂(r,θ) sin(θ) r cos(θ)
Z Z Z Z
f (x, y)dxdy = rf (r cos(θ), r sin(θ))drdθ.
g(R0 ) R0
Z Z q
Exemplo 9: Calcular x2 + y 2 dxdy, sendo R o cı́rculo de centro na origem e raio 2.
R

14
Z Z
2 +y 2
Exemplo 10: Calcular ex dxdy, onde R é a região do plano x◦y delimitada por x2 +y 2 =
R
4 e x2 + y 2 = 9.

15
Z Z
Exemplo 11: Calcular (x + y)dxdy, onde R é a região delimitada:
R
2 2
(1) x + y − ay = 0, a > 0.

16
(2) x2 + y 2 − ax = 0, a > 0.

17
Z Z q
Exemplo 12: Calcular x2 + y 2 dxdy, sendo R a região limitada pelas curvas x2 + y 2 = 2x,
√ R
3
x2 + y 2 = 4x, y = x e y = 3
x.

18
Z Z
Exemplo 13: Calcular [(x − 2)2 + (y − 2)2 ]dxdy, onde R é a região delimitada pela circun-
R
ferência (x − 2)2 + (y − 2)2 = 4.

19
Z Z
Exemplo 14: Calcular (x2 + y 2 )dxdy, onde R é a região no primeiro quadrante limitada
R
pelas hipérboles x2 − y 2 = 1, x2 − y 2 = 9, xy = 2 e xy = 4.

20
Aplicações da Integral Dupla
(1) Cálculo de volume: Vimos que, para f (x, y) ≥ 0, a integral
Z Z
f (x, y)dA
R

nos dá o volume do sólido delimitado superiormente pelo gráfico de z = f (x, y), inferiormente pela

região R e lateralmente pelo cilindro vertical cuja base é o contorno de R.


Exemplo 15: Calcular o volume do sólido acima do plano x ◦ y delimitado por z = 4 − 2x2 − 2y 2 .

21
Exemplo 16: Calcular o volume do sólido no primeiro octante delimitado por y + z = 2 e pelo
cilindro que contorna a região delimitada por y = x2 e x = y 2 .

22
Exemplo 17: Calcular o volume do sólido abaixo do plano x ◦ y delimitado por z = x2 + y 2 − 9.

23
Exemplo 18: Calcular o volume do sólido delimitado por z = 2x2 + y 2 ez = 4 − 2x2 − y 2 .

24
Exemplo 19: Calcular o volume do sólido no primeiro octante, delimitado pelos cilindros x2 +
y 2 = 16 e x2 + z 2 = 16.

25
Exemplo 20: Calcular o volume do tetraedro dado pela figura abaixo.

26
Z Z
(2) Cálculo de áreas de regiões planas: Se f (x, y) = 1 na região R então a integral dA
R
nos dá a área da região de integração R.

Se temso uma região do Tipo I, como mostra na figura acima, podemos escrever
Z Z Z b Z f2 (x) Z b
A = dA = dydx = [f2 (x) − f1 (x)]dx
R a f1 (x) a

Exemplo 21: Calcular a área da região R delimitada por x = y 2 + 1 e x + y = 3.

27
Exemplo 22: Calcular a área da região R delimitada por y = x3 , y = −x e y = 32 x + 20
3
.

28
Exemplo 23: Usando integral dupla, mostre que a área da região R delimitada por uma elipse
com semi-eixos a e b é πab unidades de área.

29
(3) Aplicações fı́sicas: Consideremos uma lâmina fina tendo a forma de uma região R do plano
e assumamos que a massa está distribuı́da sobre esta lâmina com densidade conhecida( f (x, y) ≥ 0
em R ). Z Z
(i) A massa total da lâmina é: M = f (x, y)dA
R Z Z
(ii) O momento de massa em relação ao eixo x é: Mx = yf (x, y)dA
Z ZR
(iii) O momento de massa em relação ao eixo y é: My = xf (x, y)dA
R
My Mx
(iv) O centro de massa, (x, y) , é definido por x = ey=
M M
.
Quando a densidade é constante, f (x, y) = k em R, o centro de massa (x, y) é chamada centóide
da lâmina(ou da região R).

30
Se L é uma reta no plano da lâmina R, seja d(x, y) a distância do ponto (x, y) em R à reta L.
Z Z
O número IL = d2 (x, y)f (x, y)dA, onde f (x, y) é a densidade, é chamado de momento de
R
inércia da lâmina em relação à reta L.

Z Z
(i) Momento de inércia em relação ao eixo x: Ix = y 2 f (x, y)dA
Z ZR
(ii) Momento de inércia em relação ao eixo y: Iy = x2 f (x, y)dA
Z Z R
(iii) Momento de inércia polar: Io = (x2 + y 2 )f (x, y)dA
R

31
Exemplo 24: Determinar o centro de massa de uma chapa homogênea formada por um quadrado
de lado 2a, encima por um triângulo isósceles que tem por base o lado 2a do quadrado e por altura
a.

32
Exemplo 25: Calcular o momento de inércia em relação ao eixo dos y da chapa desenhada na
figura abaixo, sabendo que a densidade de massa é igual a xy kg/m2 .

33
Capı́tulo 2: Integrais Triplas
2.1 Definição: Seja w = f (x, y, z) uma função definida e contı́nua em uma região fechada e limitada
T do espaço. Subdividimos T em pequenas subregiões traçando planos paralelos coordenados.

n
X
Se existe n→∞
lim f (xk , yk , zk )∆Vk , ele é chamado integral tripla da finção f (x, y, z) sobre a região T
k=1
e o representamos por Z Z Z Z Z Z
f dV ou f (x, y, z)dxdydz.
T T

Z2.3
Z ZPropriedadesZ da
Z ZIntegral Tripla:
a) Kf dV = K f dV , para todo K real.
Z Z ZT Z Z ZT Z Z Z
b) [f ± g]dV = f dV ± gdV .
T Z ZT Z Z ZT Z
c) Se f ≥ g em T , então f dV ≥ gdV .
T T
d)
Z ZSeZ a região T
Z éZ composta
Z de Z Z sub-regiões T1 e T2 , T = T1 ∪ T2 , então
Z suas
f dV = f dV + f dV .
T T1 T2

2.3 Cálculo da Integral Tripla: 1o Caso


A região T é delimitada inferiormente pelo gráfico da função z = h1 (x, y) e superiormente pelo gráfico
de z = h2 (x, y), onde h1 e h2 são funções contı́nuas sobre a região R do plano x ◦ y, como mostra a
figura.( !
f1 (x) ≤ y ≤ f2 (x)
R:
a≤x≤b

Z Z Z Z Z "Z h2 (x,y) # Z b Z f2 (x) Z h2 (x,y)


f dV = f (x, y, z)dz dxdy = f (x, y, z)dzdydx
T R h1 (x,y) a f1 (x) h1 (x,y)

34
2o Caso: A região T é delimitada à esquerda pelo gráfico de y = p1 (x, z) e à direita pelo gráfico
de y = p2 (x, z), onde p1 e p2 são funções contı́nuas sobre a região R0 do plano x ◦ z, como mostra a
figura.( !
f 1 (x) ≤ z ≤ f 2 (x)
R0 :
a≤x≤b

"Z #
Z Z Z Z Z p2 (x,z) Z b Z f2 (x) Z p2 (x,z)
f dV = f (x, y, z)dy dxdz = f (x, y, z)dydzdx
T R0 p1 (x,z) a f1 (x) p1 (x,z)

3o Caso: A região T é delimitada na parte de trás pelo gráfico de x = q1 (y, z) e na frente pelo
gráfico de x = q2 (y, z), onde q1 e q2 são funções contı́nuas sobre a região R” do plano y ◦ z, como
mostra(a figura. !
f1 (y) ≤ z ≤ f2 (y)
R” :
c≤y≤d

"Z #
Z Z Z Z Z q2 (y,z) Z d Z f2 (y) Z q2 (y,z)
f dV = f (x, y, z)dx dydz = f (x, y, z)dxdzdy
T R00 q1 (y,z) c f1 (y) q1 (y,z)

35
Z Z Z
Exemplo 26: Calcular I = f dV , onde T é o sólido delimitado pelo cilindro x2 + y 2 = 25,
T
pelo plano x + y + z = 8 e pelo plano x ◦ y.

36
Z Z Z
Exemplo 27: Calcular I = f dV , onde T ’e a região delimitada pelos planos coordenados
T
x y
e pelo plano 3
+ 2
+ z = 1.

37
Z Z Z
Exemplo 28: Calcular I = dV , onde T é a reigão delimitada por x2 + y 2 + z 2 = 4 e
T
x2 + y 2 = 3z.

38
Z Z Z
Exemplo 29: Calcular I = (x − 1)dV , onde T é a reigão do espaço delimitada pelos
T
y = 0, z = 0, y + z = 5 e pelo cilindro parabólico z = 4 − x2 .

39
2.4 Mudança de variáveis em Integral Tripla: De forma análoga à apresentada Z Z Z para as inte-
grais duplas. podemos introduzir novas variáveis de integração na integral tripla f (x, y, z)dxdydz.
 T
x = x(u, v, w)


Introduzindo novas variáveis de integração u, v, w por meio das equações y = y(u, v, w) , a inte-


z = z(u, v, w)
gral acima pode ser expressa por

Z Z Z ∂(x, y, z)
f (x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w)) dudvdw

T0 ∂(u, v, w)
∂(x,y,z)
onde T 0 é a correspondente região no espaço u, v, w e ∂(u,v,w) é o determinante jacobiano de x, y, z
em relação a u, v e w.
Cálculo de uma Integral Tripla em coordenadas cilı́ndricas: As coordenadas cilı́ndricas
de um ponto P no espaço, de coordenadas cartesianas (x, y, z), são determinadas pelos números r, θ
e z, onde r e θ são as coordenadas polares da projeção de P sobre o plano x ◦ y. A relação entre as
coordenadas cilı́ndricas e cartesianas é dada



 x = r cos(θ)
pelas equações y = r sin(θ) .


z=z
O jacobiano de x, y, z em relação às novas variáveis r, θ e z é:

cos(θ) −r sin(θ) 0
∂(x, y, z)
= sin(θ) r cos(θ) 0 = r.

∂(u, v, w)
Z 0Z Z

Z Z Z 0 1
f (x, y, z)dxdydz = f (r cos(θ), r sin(θ), z)rdrdθdz
Assim, T T0
0
onde T" é a região T descrita em coordenadas
# cilı́ndricas. Se a região T se enquadra no 1o caso então
Z Z Z g2 (r,θ)
f (r cos(θ), r sin(θ), z)rdz drdθ.
R0 g1 (r,θ)
a) g1 e g2 são as superfı́cies que delimitam T inferior e superiormente.
b) R0 é a projeção de T sobre o plano x ◦ y descrita em coordenadas polares.

40
Z Z Z
Exemplo 30: Calcular I = (x2 + y 2 )dV , onde T é a reigão delimitada pelo plano x ◦ y,
T
pelo paraboloı́de z = x2 + y 2 e pelo cilindro x2 + y 2 = a2 .

41
Z Z Z
Exemplo 31: Calcular I = dV , sendo T a porção da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 que está
T
dentro do cilindro x2 + y 2 = ay.

42
Z ZExemplo
Z 32: Escrever, na forma de uma soma de integrais iteradas duplas, a integral I =
dV , onde T é a região inferior à esfera x2 + y 2 + z 2 = 1 e exterior ao cone z 2 = x2 + y 2 .
T

43
Cálculo de uma Integral Tripla em coordenadas esféricas: As coordenadas esféricas
(ρ, θ, φ) de um ponto P (x, y, z) no espaço são ilustradas na Figura abaixo.

A coordenada ρ é a distância do ponto P até a origem;


A coordenada θ é a mesma que em coordenadas cilı́ndricas;
A coordenada φ é o ângulo formado pelo eixo positivo dos z e o segmento que une o ponto P à
origem;
∂(x, y, z)
x = ρ sin(φ) cos(θ), y = ρ sin(φ) sin(θ) e z = ρ cos(φ). O jacobiano de é:
∂(ρ, θ, φ)

sin(φ) cos(θ) −ρ sin(φ) sin(θ) ρ cos(θ) cos(θ)

∂(x, y, z)
= sin(φ) sin(θ) ρ sin(φ) cos(θ) ρ cos(φ) sin(θ) = ρ2 sin(φ).


∂(ρ, θ, φ)
−ρ sin(φ)

cos(φ) 0

Assim,
Z Z Z Z Z Z
f (x, y, z)dxdydz = f (ρ sin(φ) cos(θ), ρ sin(φ) sin(θ), ρ cos(φ))ρ2 sin(φ)dρdφdθ
T T0

onde T 0 é a região de integração T descrita em coordenadas esféricas.

44
Z Z Z
Exemplo 33: Calcular I = xdV , onde T é a esfera sólida x2 + y 2 + z 2 ≤ a2 .
T

45
Z Z Z
Exemplo 34: Calcular I = zdV , onde T é a região limitada superiormente pela esfera
2 2 2
T √
x + y + z = 16 e inferiormente pelo cone z = x2 + y 2 .

46
Z Z Z q
Exemplo 35: Calcular I = x2 + y 2 + z 2 dV , onde T é a coroa esférica limitada por
T
x2 + y 2 + z 2 = 1 e x2 + y 2 + z 2 = 4.

47
Exemplo 36: Descrever, em coordenadas esféricas, o sólido T limitado inferiormente pelo plano
x ◦ y, superiormente pelo cone φ = π6 e lateralmente pelo cilindro x2 + y 2 = a2 . Escrever na forma
de uma integral iterada tripla Z Z Z
I= x2 + y 2 + z 2 dV.
T

48
2.5 Aplicações: (1) Volume:
O cálculo de volume de um corpo T ou sólido delimitado por uma região fechada e limitada no espaço
é dado pela integral Z Z Z
V (T ) = dV.
T

Exemplo 37: Calcular o volume do sólido T delimitado por y = 0, z = 0, y + z = 5 e z = 4 − x2 .

49
Exemplo 38: Calcular o volume do sólido delimitado inferiormente por z = 3− y2 , superiormente
por z = 6 e lateralmente pelo cilindro vertical que contorna a região R delimitada por y = x2 e y = 4.

50
Exemplo 39: Encontrar o volume do sólido limitado acima pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 16 e abaixo
pelo cone 3z 2 = x2 + y 2 .

51
(2) Aplicações fı́sicas: Seja T um corpo ou sólido delimitado por uma região fechada e limitada
do espação. Vamos supor que a densidade de massa em um ponto (x, y, z) é dada pela função
δ = δ(x, y, z), contı́nua em T . Z Z Z
(i) A massa total do corpo é: M = δ(x, y, z)dV
T Z Z Z
(ii) O momento de massa em relação ao plano x ◦ z é: Mxz = yδ(x, y, z)dV
Z Z ZT
(iii) O momento de massa em relação ao plano y ◦ z é: Myz = xδ(x, y, z)dV
Z Z ZT
(iv) O momento de massa em relação ao plano x ◦ y é: Mxy = zδ(x, y, z)dV
T
Myz M
(v) O centro de massa, (x, y, z) , é definido por x =
M , y = MMxz e z = Mxy .
Outro conceito, já discutido para integrais duplas é o de momento de inércia em relação a um
eixo L. De forma análoga temos os momentos de inérciaZ Z Zcorrespondentes dados por:
(i) Momento de inércia em relação ao eixo x: Ix = (y 2 + z 2 )δ(x, y, z))dV
Z Z ZT
(ii) Momento de inércia em relação ao eixo y: Iy = (x2 + z 2 )δ(x, y, z))dV
Z Z ZT
(iii) Momento de inércia em relação ao eixo z: Iz = (x2 + y 2 )δ(x, y, z))dV
T

52
Exemplo 40: Calcular a massa e o centro de massa do sólido T , delimitado por 2x + y + z = 1
e os planos coordenados, sabendo que a densidade de massa em P (x, y, z) é proporcional à distância
até o plano x ◦ y.

53
Exemplo 41: Um sólido tem a forma da região delimitada pelo parabolóide z = 1 − x2 − y 2 e
o plano x ◦ y. A densidade em P (x, y, z) é proporcional à distância de P até a origem. Escrever as
integrais usadas para calcular as coordenadas do centro de massa.

54
Exemplo 42: Encontrar o momento de inércia em relação ao eixo z do sólido delimitado pelo
cilindro x2 + y 2 = 9 e pelos planos z = 2 e z = 4, sabendo que a densidade de massa é igual a
(x2 + y 2 )kg/m3 .

55
Capı́tulo 3: Funções Vetoriais e Curvas
3.1 Definição: Chamamos de função vetorial de uma variável real t, definida em um intervalo I, a
função que a cada t ∈ I associa um vetor f~ do espaço. Denotamos f~ = f~(t). Por exemplo, em IR3 o
vetor f~ pode ser escrito como f~(t) = f1 (t)~i + f2 (t)~j + f3 (t)~k.

56
Exemplo 43: Encontrar a função vetorial f~(t) que expressa o movimento de uma partı́cula na
posição P (f1 (t), f2 (t)) no tempo t.

57
Operações com funções vetoriais: Dadas as funções vetoriais f~(t) = f1 (t)~i + f2 (t)~j + f3 (t)~k
e ~g (t) = g1 (t)~i + g2 (t)~j + g3 (t)~k, definidas para t ∈ I, podemos definir novas funções vetoriais como
segue:
a) ~h(t) = f~(t) ± ~g (t) = (f 1
(t) ± g1 (t))~i + (f2 (t) ± g2 (t))~j + (f3 (t) ± g3 (t))~k.
~i ~j ~k


b) w(t)
~ = f~(t) × ~g (t) = f1 (t) f2 (t) f3 (t) .


g1 (t) g2 (t) g3 (t)

c) ~v (t) = p(t).f~(t) = p(t)f1 (t)~i + p(t)f2 (t)~j + p(t)f3 (t)~k, onde p(t) é uma função real definida em I.
Também podemos definir uma função real por meio do produto interno: h(t) = f~(t) · ~g (t) =
f1 (t)g1 (t) + f2 (t)g2 (t) + f3 (t)g3 (t).
Exemplo 44: Dadas as funções vetoriais f~(t) = t~i + t2~j + 5~k e ~g (t) = t3~i + ~j e a função
h(t) = t2 − 1, determinar:
a) f~(t) + ~g (t)
b)2f~(t) − ~g (t)
c) f~(t) × ~g (t)
d) [h(t)f~(t)] · ~g (t)
e) f~( a1 ) + ~g ( a1 ) para a 6= 0.

58
Limite e Continuidade: Definição f~ = f~(t) uma função vetorial definida em um intervalo
aberto I, contendo t0 , exceto possivelmente no próprio t0 . Dizemos que o limite de f~(t) quando t
aproxima-se de t0 é ~a e escrevemos
lim f~(t) = ~a,
t→t0

se para todo  > 0, existe δ > 0, tal que |f~(t) − ~a| <  sempre que 0 < |t − t0 | < δ.

Proposição: Sejam f~(t) = f1 (t)~i + f2 (t)~j + f3 (t)~k e ~a = a1~i + a2~j + a3~k. O lim f~(t) = ~a se, e
t→t0
somente se, lim fi (t) = ai i = 1, 2, 3.
t→t0
Propriedades: Sejam f~(t) e ~g (t) duas funções vetoriais e h(t) uma função real, definidas em um
mesmo intervalo. Se lim f~(t) = ~a, lim ~g (t) = ~b e lim h(t) = m, então:
t→t0 t→t0 t→t0
a) lim [f~(t) ± ~g (t)] = ~a ± ~b; b) lim f~(t) · ~g (t) = ~a · ~b
t→t0 t→t0
c) lim f~(t) × ~g (t) = ~a × ~b; d) lim h(t)f~(t) = m~a
t→t0 t→t0
Definição: Uma função vetorial f~ = f~(t), definida em um intervalo I, é contı́nua em t0 ∈ I, se
lim f~(t) = f~(t0 ). Segue que f~(t) é contı́nua em t0 se, e somente se, suas componentes são funções
t→t0
contı́nuas em t0 .
Exemplo 45: Calcule:
a) lim 2~ 2 ~ ~
√ [t i + (t − 1)j + 2k];
t→ 2
sin(t)~ ~
b) lim[ i + tj];
t→0 t
~a+2~b
c) lim f~(t) e lim(t2 − 4t + 4)f~(t), onde f~(t) = t−2
, ~a = ~i e ~b = 2~j − ~k.
t→0 t→2

59
Exemplo 46: Sejam f~(t) = t~i + 2t2~j + 3t3~k e ~g (t) = 3t~i − 2~j + 4t2~k.
a) lim[f~(t) + ~g (t)];
t→1
b) lim[f~(t) · ~g (t)];
t→1
c) lim[f~(t) × ~g (t)];
t→1

Exemplo 47: Verificar se a função f~(t) = sin(t)~i + cos(t)~j + ~k é contı́nua em t0 = π.

( sin(t)
~
i + ~j t 6= 0
Exemplo 48: Verificar se a função ~g (t) = t é contı́nua em t0 = 0.
2~i + ~j t=0

Exemplo 49: Indicar os intervalos de continuidades das seguintes funções:


a) ~g (t) = 1t~i + t2~j;
b) ~h(t) = ln(t)~j + 2~k.

60
Curvas: Definição: Dada uma função vetorial contı́nua f~(t) = f1 (t)~i + f2 (t)~j + f3 (t)~k, t ∈ I,
chamamos curva o lugar geométrico dos pontos P do espaço que têm vetor posição f~(t), t ∈ I.

Se f~(t) é o vetor posição de uma partı́cula em movimento, a curva C coincide com a trajétoria da
partı́cula.

Representação Paramétrica de Curvas: Sejam




 x = x(t)
(1)  y = y(t)

z = z(t)

funções contı́nuas de uma variável t, definidas para t ∈ [a, b].


As equaçõe (1) são chamadas equações paramétricas de uma curva e t é chamado parâmetro.

Dadas as equações paramétricas de uma curva, podemos obter uma equação vetorial para ela.
Basta considerar o vetor posição ~r(t) de cada ponto da curva. As componentes de ~r(t) são precisa-
mente as coordenadas do ponto. Escrevemos ~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, a ≤ t ≤ b.

Definições: a) Uma curva plana é uma curva que está contida em um plano no espaço. Uma curva que
não é plana chama-se curva reversa.
b) Uma curva parametrizada ~r(t), t ∈ [a, b], é dita fechada se ~r(a) = ~r(b).
c) Se a cada ponto da curva corresponde um único valor do parâmetro t (exceto quando t = a e t = b),
dizemos que a curva é simples.

61
Parametrização de uma reta: A equação vetorial de uma reta qualquer pode ser dada por

~r(t) = ~a + t~b,

sendo ~a e ~b vetores canstantes e t um parâmetro real.

Na figura podemos visualizar os vetores ~a e ~b.


A reta passa pelo ponto A, que tem vetor posição ~a e a direção do vetor ~b.
~r(t) = (a1 +tb1 ))~i+(a2 +tb2 )~j +(a3 +tb3 )~k as equações paramétricas da reta que passa pelo panto (a1 , a2 , a3 )
e tem direção b1~i + b2~j + b3~k são:

 x(t) = a1 + tb1

y(t) = a2 + tb2

 z(t) = a + tb
3 3

62
Exemplo 50: Determinar uma representação paramétrica da reta que para pelo ponto A(2, 1, −1) na
direção do vetor ~b = 2~i − 3~j + ~k.

Exemplo 51: Determinar uma representação paramétrica da reta que para por A(2, 0, 1) e B(−1, 12 , 0).

63
Parametrização de uma circunferência: Uma equação vetorial da circunferência de raio a, com
centro na origem, no plano x ◦ y, é

~r(t) = a cos(t)~i + a sin(t)~j, 0 ≤ t ≤ 2π.

Quando a circunferência não está centrada na origem, a equação vetorial é dada por ~r(t) = r~0 + r~1 (t),
onde r~0 = x0~i + y0~j e r~1 (t) = a cos(t)~i + a sin(t)~j, 0 ≤ t ≤ 2π.
Portanto, nesse caso, a equação vetorial é dada por
(*) ~r(t) = [x0 + a cos(t)]~i + [y0 + a sin(t)]~j, 0 ≤ t ≤ 2π.

64
Exemplo 52: Obter as equações paramétrica da circunferência x2 + y 2 − 6x − 4y + 4 = 0 no plano
z = 3.

Exemplo 53: A equação vetorial ~r(t) = 2~i + 3 cos(t)~j + 3 sin(t)~k representa uma circunferência. Determinar
a correspondente equação cartesiana.

65
Parametrização de uma elipse: Uma equação vetorial de uma elipse, no plano x ◦ y, com centro na
origem e eixos nas direções x e y é

~r(t) = a cos(t)~i + b sin(t)~j, 0 ≤ t ≤ 2π.

Se a elipse estiver centrada em (x0 , y0 ) e seus eixos forem paralelos aos eixos coordenados, sua equação
vetorial é ~r(t) = r~0 + r~1 (t), onde r~0 = x0~i + y0~j e r~1 (t) = a cos(t)~i + b sin(t)~j, 0 ≤ t ≤ 2π.
Portanto, nesse caso, a equação vetorial é dada por
(*) ~r(t) = [x0 + a cos(t)]~i + [y0 + b sin(t)]~j, 0 ≤ t ≤ 2π.

66
Exemplo 54: Escrever uma equação vetorial da elipse 9x2 + 4y 2 = 36, no plano x ◦ y.

Exemplo 55: Escrever uma equação vetorial para a elipse da figura abaixo.

67
Parametrização de uma hélice circular: A hélice circular é uma curva reversa. Ela se desenvolve
sobre a superfı́cie cilı́ndrica x2 + y 2 = a2 . Consideremos parte da superfı́ cil{indrica x2 + y 2 = a2 , como na
figura abaixo



 x(t) = a cos(t)
Dessa forma, escrevemos y(t) = a sin(t) , onde θ é o ângulo agudo B ÂC. Podemos
 z(t) = P¯Q = AN
 ¯ tan(θ) = at tan(θ)
fazer tan(θ) = m e escrever a equação vetorial da hélice circular como:

~r(t) = a cos(t)~i + a sin(t)~j + amt~k

Parametrização de outras curvas

Como vimos uma curva pode ser representada por equações paramétricas ou por uma equação vetorial.
Existem outras formas de representação de uma curva:

(*) gráfico de uma função contı́nua y = f (x) representa uma curva no plano x ◦ y.

(**) A intersecção de duas superfı́cies representa, em geral, uma curva no plano ou no espaço.

Exemplo 56: Escrever uma equação vetorial para y = 5x + 3 no plano z = 2.

68
Exemplo 57: A intersecção entre superfı́cies z = x2 + y 2 e z = 2 + y determina uma curva. Escrever uma
equação vetorial dessa curva.

69
Exemplo 58: Representar parametricamente a curva dada pela intersecção das superfı́cies x + y = 2 e
x2 + y 2 + z 2 = 2(x + y).

Exemplo 59: Representar graficamente as curvas C, dadas por:


(a) f~(t) = t~i + t~j − (t2 − 4)~k (b) ~g (t) = t2~i + t2~j + 3~k
(c) ~h(t) = 2 cos(t)~i + 2 sin(t)~j + 5~k

70
Derivada de uma função vetorial: Seja f~(t) uma função vetorial. Sua derivada é uma função vetorial
f~0 (t), definida por
f~(t + ∆t) − f~(t)
f~0 (t) = lim ,
∆t→0 ∆t
para todo t, tal que o limite existe. Se a deivada f~0 (t) existe em todos os pontos de um intervalo I, dizemos
que f~ é derivável em I.
0 0 0
f~0 (t) = f ~i + f ~j + f ~k
1 2 3

Geometricamente nos referimos a f~0 (t) como sendo vetor tangente à curva C em P .
Interpretação fı́sica da derivada: Portanto, quando ~r(t) é derivável, a velocidade instantânea da
partı́cula é dada por ~v (t) = r~0 (t).

Analogamente, se ~v (t) é derivável, a aceleração da partı́cula é dada por ~a(t) = v~0 (t).
Proposição: Sejam f~(t) e ~g (t) funções vetoriais e h(t) uma função real, deriváveis em um intervalo I.
Então, para todo t ∈ I, temos:
a) [f~(t) ± ~g (t)]0 = f~0 (t) ± g~0 (t);
b) [h(t)f~(t)]0 = h(t)f~0 (t) + h0 (t)f~(t);
c) [f~(t) · ~g (t)]0 = f~0 (t) · ~g (t) + f~(t) · g~0 (t);
d) [f~(t) × ~g (t)]0 = f~0 (t) × ~g (t) + f~(t) × g~0 (t).
Derivadas sucessivas: Seja f~(t) uma função vetorial derivável em um intervalo I. Sua derivada f~0 (t)
é uma função vetorial definida em I. Se f~0 (t) é derivável em um ponto t ∈ I, a sua derivada é chamada
derivada segunda de f~ no ponto t e é representada por f~00 (t). Analogamente, são definidas as derivadas de
ordem mais alta.

71
Exemplo 60: Dada f~(t) = t~i + t2~j, determinar f~0 (t). Esborçar a curva C descrita por f~ e os vetores
tangentes f~0 (1), f~0 (−1) e f~0 (0).

Exemplo 61: Determinar um vetor à curva C, descrita pela equação vetorial ~g (t) = cos(t)~i+sin(t)~j + ~k,
t ∈ [0, 2π], no ponto P (0, 1, 1).

72
Exemplo 62: O vetor posição de uma partı́cula em movimento no plano é
1 ~
~r(t) = t~i + j, t ≥ 0.
t+1
a) Determinar o vetor velocidade e o vetor aceleração em um instante qualquer t.
b) Esboçar a trjetória da partı́cula, desenhando os vetores velocidade no tempo t = 0 e t = 1.

73
Exemplo 63: Determinar o vetor velocidade e o vetor aceleração de uma partı́cula que se move segundo
a lei
~r(t) = cos(2t)~i + sin(2t)~j + ~k.
Mostre que o vetor velocidade é perpendicular ao vetor posição e que o vetor aceleração ṕerpendicular ao
vetor velocidade.

74
Exemplo 64: Sejam h(t) = t e f~(t) = cos(t)~i + sin(t)~j.
a) Determinar (h(t)f~(t))0 .
b) Mostrar que f~0 (t) é ortogonal a f~(t).

Exemplo 65: Mostrar que f~0 (t) é ortogonal a f~(t) sempre que |f~(t)| é uma constante.

75
Curvas Suaves: Geometricamente, uma curva suave é caracterizada pela ausência de pontos angulosos.
Em cada um de seus pontos, a curva tem uma tengente única que varia continuamente quando se move sobre
a curva. Geometricamente, uma curva suave é caracterizada pela ausência de pontos angulosos. Em cada
um de seus pontos, a curva tem uma tangente única que varia continuamente quando se move sobre a curva.

Sempre que uma curva C admite uma parametrização ~r(t), t ∈ I ⊂ IR, que tem derivada contı́nua ~r(t) e
r~0 (t) 6= ~0, para todo t ∈ I, C é uma curva suave ou regular. Uma curva é suave por partes se puder ser
dividida em um número finito de curvas suaves.
Orientação de uma Curva: Se um ponto material desloca-se sobre uma curva suave C, temos dois
possı́veis sentidos de percurso. A escolha de um deles como sentido poditivo define uma orientação na curva
C. Vamos supor que a curva C seja representada por

~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, t ∈ [a, b].

Convencionamos chamar de sentido positivo sobre C o sentido no qual a curva é traçda quando o parâmetro
t cresce de a até b. O sentido oposto é chamado negativo sobre C.

Se uma curva simples C é suave por partes, podemos orientá-la, orientando cada parte suave de C.

76
Definição: Dada uma curva orientada C, representada por

~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, t ∈ [a, b];

a curva −C é definida como a curva C com orientação oposta. A curva −C é dada por

r~− (t) = ~r(a + b − t) = x(a + b − t)~i + y(a + b − t)~j + z(a + b − t)~k, t ∈ [a, b].

Exemplo 66: Apresentar duas parametrizações da circunferência de centro na origem e raio a onde
uma é no sentido horário e outra no sentido antı́-horário.

77
Exemplo 67: Parametrizar o seguimento de reta que une o ponto A(0, 0, 1) ao ponto B(1, 2, 3), no
sentido de A para B.

Exemplo 68: Paramerizar o segmento de reta que une o ponto (1, 2, 3) ao ponto (0, 0, 1).

78
Comprimento de Arco: Seja C uma curva dada pela equação vetorial

~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, t ∈ [a, b].

Teorema: Seja C uma curva suave parametrizada por ~r(t), a ≤ t ≤ b. Então,


Z b Z bq
`= |r~0 (t)|dt = x02 (t) + x02 (t) + z 02 (t)dt.
a a

Se a curva é suave por partes, seu comprimento é dado pela soma das integrais definidas nos subintervalos
de [a, b] nos quais a curva C é suave.

79
2
Exemplo 69: Encontrar o comprimento do arco da curva cuja equação vetorial é ~r(t) = t~i + t 3 ~j, t ∈
[1, 4].

Exemplo 70: Encontrar o comprimento da hélice circular ~r(t) = (cos(t), sin(t), t) do ponto A(1, 0, 0) a
B(−1, 0, π).

80
Função Comprimento
Rb
de Arco:
~0
Na integral ` = a |r (t)|dt, se substituı́mos o limite superior b por um limite variável t, t ∈ [a, b], a integral
se transforma em uma função de t, Z t
s(t) = |r~0 (t̄)|dt̄.
a
A função s = s(t) é chamada função comprimento de arco e mede o comprimento de arco de C no intervalo
[a, t].

Exemplo 71: Escreva a função comprimento de arco da circunferência de raio R.

Exemplo 72: Encontrar a função comprimento de arco da hélice circular ~r(t) = (2 cos(t), 2 sin(t), t).

81
Reparametrização de curvas por Comprimento de Arco:
É conveniente parametrizarmos algumas curvas usando como parâmetro o comprimento de arco s. Para
reparametrizarmos uma curva suave C, dada por

~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, t ∈ [a, b]

procedemos como segue:


a) calculamos s = s(t);
b) encontramos a sua inversa t = t(s), 0 ≤ s ≤ `;
c) reescrevemos como ~h(s) = ~r(t(s)) = x(t(s))~i + y(t(s))~j + z(t(s))~k, s ∈ [0, `].
Temos, então, que ~h(s) descreve a mesma curva C que era dada por ~r(t), mas com uma nova parametrização,
em que a variável s, 0 ≤ s ≤ `, representa o comprimento de arco de C.

82
Exemplo 73: Reparametrizar pelo comprimento de arco a curva

C : ~r(t) = (R cos(t), R sin(t)), 0 ≤ t ≤ 2π.

Exemplo 74: Reparametrizar pelo comprimento de arco a curva dada por

~r(t) = (et cos(t), et sin(t)), t ≥ 0.

Exemplo 75: Dada uma curva C representada por ~r(t), mostrar que, se |r~0 (t)| = 1, então o parâmetro
t é o parâmetro comprimento de arco de C.

83
Exemplo 76: Verificar que a curva C : ~h(s) = ( √s5 , √
2s
5
), s ≥ 0, está parametrizada pelo comprimento
de arco.

Exemplo 77: Seja C uma curva suave reparametrizada pelo comprimento de arco. Mostrar que se C
é representada por ~h(s), então |h~0 (s)| = 1.

84
Capı́tulo 4: Campos Escalares e Vetoriais
Campo Escalar: Seja D uma região no espaço tridimensional e seja f uma função escalar definida em
D. Então, a cada ponto P ∈ D, f associa uma única grandeza escalar f (P ). A região D, juntamente com
os valores de f em cada um de seus pontos, é chamada campo escalar. Dizemos também que f define um
campo escalar sobre D.

Exemplo 78: Se D é um sólido no espaço e ρ a densidade em cada um de seus pontos, ρ define um campo
escalar sobre D.

Campo Vetorial: Seja D uma região no espaço tridimensional e seja f~ uma função vetorial definida em D.
Então, a cada ponto P ∈ D, f~ associa um único vetor f~(P ). A região D, juntamente com os correspondentes
vetores f~(P ), constitui um campo vetorial. Dizemos também que f~ define um campo vetorial sobre D.
Exemplo 79: f~(x, y) = −y~i + x~j define um campo vetorial sovre IR2 .

Exemplo 80: f~(x, y) = (x, y, −z) define um campo vetorial sovre IR3 .

85
Representação geométrica de um campo vetorial

Tomando alguns pontos P ∈ D e desenhamos o vetor f~(P ) como uma seta com a origem P (transladada
paralelamente da origem para P ). Podemos visualizar o campo vetorial, imaginando a seta apropriada
emanando de cada ponto da região D.
Exemplo 81: f~(x, y) = x~i.

86
Exemplo 82: f~(x, y) = x~i + y~j.

Exemplo 83: f~(x, y) = √ −y


2 2
~i + √ x ~j.
x +y x2 +y 2

87
Exemplo 84: f~(x, y, z) = −k k~r~rk3 , ~r = x~i + y~j + z~k.

88
Derivada Direcional de um Campo Escalar

Definição: Consideremos um campo escalar f (x, y, z). Escolhemos um ponto P no espaço e uma direção
em P , dada por um vetor unitário ~b. Seja C uma semi-reta cuja origem é P e possui a direção de ~b e seja
Q um ponto sobre C cuja distância de P é s. Se existir o limite

∂f f (Q) − f (P )
(P ) = lim ,
∂s s→0 s

de é chamado derivada direcional de f em P , na direção de ~b.

89
Exemplo 85: Calcular a derivada direcional do campo escalar f (x, y) = x2 + y 2 , em P (2, 1), na direção
de ~v = −~i + 2~j.

Exemplo 86: Determinar a derivada direcional do campo escalar f (x, y, z) = x2 +y 2 −2z 2 , em P (1, 2, 2),
na direção de ~a = ~i + 2~j + 2~k.

90
Exemplo 87: Supor que a derivada parcial de f (x, y) em relação a x em um ponto P existe. Verificar
que essa derivada é igual à derivada direcional de f (x, y) em P , na direção ~b = ~i.

91
Gradiente de um Campo Escalar
Seja f (x, y, z) um campo escalar definido em um certo domı́nio. Se existe as derivadas parciais de 1a ordem
de f nesse domı́nio, elas formam as componentes do vetor gradiente de f .
O gradiente da função escalar f (x, y, z), denotado por grad(f ) ou ∇f , é um vetor definido como

∂f ~ ∂f ~ ∂f ~
grad(f ) = ∇f = i+ j+ k,
∂x ∂y ∂z

onde ∇ (lê-se nabla ou del) representa o operador diferencial

∂~ ∂ ∂
∇= i + ~j + ~k.
∂x ∂y ∂z
Propriedades: Sejam f e g funções escalares tais que existam ∇f e ∇g e c ∈ IR:
a) ∇(cf ) = c∇f b) ∇(f ± g) = ∇f ± ∇g
c) ∇(f g) = f ∇g + g∇f d) ∇( fg ) = g∇fg−f2
∇g

Interpretação Geométrica do Gradiente:


Consideremos uma dunção escalar f (x, y, z) e suponhamos que, para cada constante k, em um intervalo I,
a equação f (x, y, z) = k representa uma superfı́cie no espaço. Fasendo k tomar tosos os valores, obtemos
uma famı́lia de fuperfı́cies, que são as superfı́cies de nı́vel da função f .
Proposição: Seja f uma função escalar tal que, por um ponto P do espaço, passa uma superfı́cie de nı́vel
S de f . Se ∇f 6= ~0 em P , então ∇f é normal a S em P .

92
Exemplo 88: Encontrar o gradiente dos campos escalares:
a) f (x, y, z) = 2(x2 + y 2 ) − z 2 ; b) g(x, y) = x + ey ;

Exemplo 89: O gradiente de um campo escalar f (x, y, z) define um campo vetorial denominado campo
gradiente. Esboçar o gráfico do campo gradiente gerado pela função f (x, y, z) = 12 (x2 + y 2 + z 2 ).

Exemplo 90: Calcular o gradiente de f (x, y) = ex2 + y 2 , em P (2, −1).

93
Exemplo 91: Determinar um vetor normal à superfı́cie z = x2 + y 2 no ponto P (1, 0, 1).


Exemplo 92: Determinar um vetor perpendicular à circunferência x2 + y 2 = 9 no ponto P (2, 5).

94
Cálculo da derivada direcional usando o gradiente: Seja ~a o vetor do ponto P . Então, ~r(s) =
x(s)~i + y(s)~j + z(s)~k = ~a + ~bs, onde s ≥ 0 é o parâmetro comprimento de arco.

Supondo que f (x, y, z) possui derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas e aplicando a regra da cadeia, temos

∂f ∂f dx ∂f dy ∂f dz
(P ) = ( + + )(P )
∂s ∂x ds ∂y ds ∂z ds

substituindo r~0 (s) = ( dx dy dz ∂f ∂f ∂f


ds , ds , ds ) e ∇f = ( ∂x , ∂y , ∂z ) temos

∂f
(P ) = ~b · ∇f (P ).
∂s
O gradiente como direção de máxima variação
Seja f (x, y, z) uma função escalar que possui derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas. Então, em cada
ponto P para o qual ∇f 6= ~0, o vetor ∇f aponta na direção em que f cresce mais rapidamente. O compri-
mento do vetor ∇f é a taxa máxima de crescimento de f .
Dem:

95
Exemplo 93: Determinar a derivada direcional de f (x, y, z) = 5x2 − 6xy + z, no ponto P (−1, 1, 0), na
direção do vetor 2~i − 5~j + 2~k.

Exemplo 94: Determinar a derivada direcional de f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 , no ponto P (−1, 2, 21 ), na


direção do vetor que une P a Q(−2, 0, 21 ).

Exemplo 95: Seja f (x, y, z) = z − x2 − y 2 .


a) Estando em (1, 1, 2), que direção e sentido devem ser tomados para que f cresça mais rapidamente?
b) Qual é o valor máximo de ∂f
∂s (1, 1, 2)?

96
Exemplo 96: Seja T (x, y, z) = 10 − x2 − y 2 − z 2 uma distribuição de temperatura em uma região
do espaço. Uma partı́cula P1 localizada em 1 (2, 3, 5) necessita esquentar-se o mais rápido possı́vel. Outra
partı́cula P2 localizada em P2 (0, −1, 0) necessita resfriar-se o mais rápido possı́vel. Pergunta-se:
a) Qual a direção e o sentido que P1 deve tomar?
b) Qual a direção e o sentido que P2 deve tomar?
c) Qual é a taxa máxima de crescimento da temperatura em P1 e qual é a taxa máxima de decrescimento
da temperatura em P2 ?

97
Exemplo 97: Um alpinista vai escalar uma montanha, cujo formato é aproximadamente o do gráfico
de z = 25 − x2 − y 2 , z ≥ 0. Se ele parte do ponto P0 (4, 3, 0), determinar a trajetória a ser descrita, supondo
que ele busque sempre a direção de maior aclive.

98
Exemplo 98: A figura mostra as curvas de nı́vel da temperatura T (x, y) da superfı́cie do oceano de uma
1 3
determinada região do globo terrestre. Supondo que T (x, y) é aproximadamente iqual a x − 12 x − 41 y 2 + 12 ,
pergunta-se:
a) Qual é a taxa de variação da temperatura nos pontos P0 (2, 3) e P1 (4, 1), na direção nordeste?
b) Se não conhecermos a forma da função T (x, y), como poderemos encontrar um valor aproximado para a
taxa de variação do item (a)?
c) Qual é a taxa máxima de variação da temperatura em P0 ?

99

Exemplo 99: Encontre a equação da reta tangente à curva x2 + y 2 = 4 no ponto ( 3, 1), usando o
gradiente.

100
Divergência de um Campo Vetorial: Seja f~(x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k um
campo vetorial definido em um domı́nio D. Se existe e são contı́nuas as derivadas ∂f 1 ∂f2 ∂f3
∂x , ∂y , ∂z , definimos a
divergência do campo vetorial f~, denotada por
∂f1 ∂f2 ∂f3
div f~ = ∇ · f~ = + + .
∂x ∂y ∂z

Propriedades: Sejam f~ = (f1 , f2 , f3 ) e ~g = (g1 , g2 , g3 ) funções vetorias definidas em um domı́nio D e


suponhamos que div f~ e div~g existem. Então:
a) div(f~ ± ~g ) = div f~ ± div~g ;
b) div(hf~) = h(div f~) + ∇h · f~, onde h = h(x, y, z) é uma função escalar diferenciável em D.
2 2 2
c) div(∇f ) = ∇ · ∇f = ∇2 f = ∂∂xf2 + ∂∂yf2 + ∂∂zf2 .
O operador diferencial ∇2 é chamado laplaciano e a equação ∇2 f = 0 é chamada equação de Laplace.

Interpretação fı́sica da divergêcia: Na Mecânica dos Fluidos, encontramos a equação da continui-


dade
∂ρ
div(~u) + = 0,
∂t
onde ~u = ρ~v , ρ = ρ(x, y, z, t) a densidade do fluido e ~v = ~v (x, y, z, t) o vetor velocidade.
Reescrevendo a equação na forma ∂ρ ∂t = −div(~u), vemos que a divergência de um campo vetorial surge como
uma medida da taxa de variação da densidade do fluido em um ponto.
Quando a divergência é positiva em um ponto do fluido, a sua densidade está diminuindo com o tempo.
Nesse caso dizemos que o fluido está se expandindo(existe uma fonte de fluxo). Quando a divergência é
negativa, vale o oposto.
Se a divergência é zero, o fluxo de entrada = fluxo de saı́da.
Se ρ =constante, dizemos que o fluxo é incompressı́vel. Nesse caso, a equação da continuidade toma a forma
div(~v ) = 0, e o campo vetorial ~v é chamado solenoidal.

101
Exemplo 100: Um fluido escoa em movimento uniforme com velocidade ~v = x~j. Mostrar que todas as
partı́culas se deslocam em linha reta e que o campo de velocidade dado representa um possı́vel escoamento
incompressı́vel.

102
Exemplo 101: Um campo de escoamento compressı́vel é descrito por

~u = ρ~v = 2xe−t~i − xye−t~j,

onde x e y são coordenadas em metros, t é o tempo em segundos, ρ e ~v estão em kg/m3 e m/s, respectiva-
mente. Calcular a taxa de variação da densidade ρ em relação ao tempo, no ponto P (3, 2, 2), para t = 0.

103
Exemplo 102: Quando uma função escalar f (x, y, z) tem derivadas de 2a ordem contı́nuas e div∇f = 0
em um domı́nio, ela é chamada harmônica nesse domı́nio. Verificar se as seguintes funções são harmônicas:
a) f (x, y, z) = x2 y + ey − z; b) f (x, y, z) = 2xy + yz;

104
Rotacional de um Campo Vetorial: Seja f~(x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k um
campo vetorial definido em um domı́nio D. Se existe e são contı́nuas as derivadas ∂f 1 ∂f2 ∂f3
∂x , ∂y , ∂z , definimos o
rotacional de f~, denotado por rotf~, como

~k

~i ~j
∂f3 ∂f2 ~ ∂f1 ∂f3 ~ ∂f2 ∂f1 ~
rotf~ = ∇ × f~ = ∂ ∂ ∂
=( − )i + ( − )j + ( − )k.

∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
f1 f2 f3

Propriedades: Sejam f~ = (f1 , f2 , f3 ) e ~g = (g1 , g2 , g3 ) funções vetorias definidas em um domı́nio D com


derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas em D. Então:
a) rot(f~ ± ~g ) = rotf~ ± rot~g ;
b) rot(hf~) = h(rotf~) + ∇h × f~, onde h é uma função escalar diferenciável em D.
Interpretação fı́sica do rotacional: Pode ser interpretado como uma medida do movimento angular
de um fluido, e a condição rot~v = ~0, para um campo de velocidade ~v , caracteriza os chamados fluxos
irrotacionais. A equação rotE ~ = ~0, onde E
~ é a força eléletrica, caracteriza que somente forças eletrostáticas
estão presente no campo E. ~

105
Exemplo 103: Determinar rotf~, sendo f~ = xzy 2~i + xyz~j + 3xy~k.

Exemplo 104: Um corpo rı́gido gira em torno de um eixo que passa pela origem do sistema de coordenadas,
com vetor velocidade angular w
~ constante, Seja ~v o vetor velocidade em um ponto P do corpo. Calcular rot~v .

106
Exemplo 105: Um escoamento é representado pelo campo de velocidade ~v = 10x~i − 10y~j + 30~k. Veri-
ficar se o escoamento é:
a) um possı́vel escoamento incompressı́vel;
b) irrotacional.

Exemplo 106: Para um escoamento no plano x ◦ y, a componente em y da velocidade é dada por


y 2 − 2x + 2y. Determinar uma possı́vel componente em x para um escoamento incompressı́vel.

107
Campos Conservativos: Seja f~ um campo vetorial em um domı́nio U . se u = u(x, y, z) é uma função
diferenciável em U tal que f~ = ∇u, dizemos que f~ é um campo conservativo ou um campo gradiente em U .
A função u é chamada função potencial de f~ em U .
Teorema: Seja f~ = (f1 , f2 , f3 ) um campo vetorial contı́nuo em um domı́nio U , com derivadas parciais de
1a ordem contı́nuas em U . Se f~ admite uma função potencial u, então

rotf~ = ~0 para qualquer (x, y, z) ∈ U. (∗)

Reciprocamente, se U for simplesmente conexo e (∗) for verificada, então f~ admite uma função potencial
u = u(x, y, z) em U . Observamos que (∗) pode ser reescrita como

∂f1 ∂f2 ∂f1 ∂f3 ∂f2 ∂f3


= , = e =
∂y ∂x ∂z ∂x ∂z ∂y

108
Exemplo 107: O que podemos afirmar a respeito dos seguintes campos vetoriais f~ em D;
a) f~ = 2x2 y~i + 5xz~j + x2 y 2~k em D = IR3 ;
b) f~ = (4xy + z)~i + 2x2~j + x~k em D = IR3 ;
c) f~ = x2−y
+y 2
~i + 2 x 2 ~j em D1 = {(x, y)|(x − 3)2 + y 2 < 1} e D2 = {(x, y)|1 < x2 + y 2 < 16}.
x +y

109
Cálculo de uma função potencial: Supondo que f~ = (f1 , f2 .f3 ) é o gradiente de uma função potencial
U em um domı́nio U ⊂ IR3 , podemos determinar u, usando as igualdades
∂u ∂u ∂u
= f1 , = f2 e = f3 .
∂x ∂y ∂z

Exemplo 108: Verificar se ocampo vetorial f~ = (yz + 2)~i + (xz + 1)~j + (xy + 2z)~k é um campo gradiente
em IR3 . Em caso afirmativo, encontrar uma função potencial u.

Exemplo 109: A lei da gravitação de Newton estabelece que a força f~ = −GmM r−3~r onde ~r =
x~i + y~j + z~k e r = |~r|. Encontrar o potencial newtoniano u, tal que f~ = ∇u.

110
Capı́tulo 5: Integrais curvilı́neas e Teorema de Green
Definição: Seja C uma curva suave, orientada, com ponto inicial A e o ponto terminal B. Seja f (x, y, z)
um campo escalar definido em cada ponto de C. Dividimos a curva C em n pequenos arcos pelos pontos
A = P0 , P1 , P 2, ..., Pi−1 , Pi , ..., Pn = B.
Denotamos por ∆si o comprimento do arco Pi−1 dPi . Em cada arco Pi−1
dPi , escolhemos um ponto Qi .

n
X
Calculamos o valor de f no ponto Qi , multiplicamos esse valor por ∆si e formamos a soma f (QI )∆si .
Z i=1

A integral de linha de f ao longo de C, de A até B, que denotamos f (x, y, z)ds, é


C
Z n
X
f (x, y, z)ds = lim f (Qi )∆si ,
C max∆si →0
i=1

quando o limite existe. A curva C é também chamada CAMINHO DE INTEGRAÇÃO.


Cálculo da integral de linha: Caso 1 Representamos C por ~h(s) = x(s)~i + y(s)~j + z(s)~k, s ∈ [a, b], onde
s é o parâmetro comprimento de arco de C.

Z Z b
f (x, y, z)ds = f (x(s), y(s), z(s))ds (∗)
C a

111
Z
Exemplo 110: Calcular (x + 2y)ds, onde C é a semicircunferência dada pela figura abaixo.
C

Z
Exemplo 111: Calcular (x2 +y 2 −z)ds, onde C é a hélice circular dada por ~r(t) = cos(t)~i+sin(t)~j+t~k,
C
do ponto P (1, 0, 0) até Q(1, 0, 2π).

112
Caso 2 Representamos C por ~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, t ∈ [t0 , t1 ], onde t é um parâmetro qualquer.
Para calcular a integral de linha nesse caso, fazemos uma mudança de variável em (∗). Temos
Z b Z t1
ds
Z
f (x, y, z)ds = f (x(s), y(s), z(s))ds = f (x(t), y(t), z(t)) dt.
C a t0 dt
ds
= |r~0 (t)| =
p
com dt (x0 (t))2 + (y 0 (t))2 + (z 0 (t))2 , segue
Z Z t1
f (x, y, z)ds = f (x(t), y(t), z(t))|r~0 (t)|dt.
c t0
Z
Exemplo 111: Calcular xyds, onde C é a intgersecção das superfı́cies x2 + y 2 = 4 e y + z = 8.
C

113
Z
Exemplo 112: Calcular (x + y)ds, onde C é a intgersecção das superfı́cies x + y = 2 e x2 + y 2 + z 2 =
C
2(x + y).

114
Propriedades: Supondo que C é uma curva suave ou suave por partes e que f = f (x, y, z) e g =
g(x,
Z y, z) são funções
Z contı́nuas em cada ponto de C. Temos:
a) kf ds = k f ds, onde k é uma constante.
ZC CZ Z
b) [f ± g]ds = f ds ± gds.
C C C
c) Se C é uma curva com ponto inicial A e ponto terminal B; P um ponto de C entre A e B; C1 a parte de
C de A até P e C2 e parte de C de P até B, então
Z Z Z
f ds = f ds + f ds
C C1 C2

Z Z
d) f ds = f ds, onde −C representa a curva C orientado no sentido oposto.
C −C

115
Z
Exemplo 113: Calcular 3xyds, sendo C o triângulo de vértices A(0, 0), B(1, 0) e C(1, 2), no sentido
C
anti-horário.

Z Z
Exemplo 114: Calcular (|x| + |y|)ds e (|x| + |y|)ds, onde C é o segmento de reta AB, com
C −C
A(−2, 0) e B(2, 2).

116
Massa e centro de massa de um fio delgado
Consideremos um fio delgado de densidade variável, com a forma de uma curva C, como na figura abaixo

Z
A massa total M do fio é M = f (x, y, z)ds.
C
1 R
x= M C xf (x, y, z)ds

1 R
O centro de massa (x, y, z) é dado por y = M C yf (x, y, z)ds

1 R
z= M C zf (x, y, z)ds
O ponto é também chamado centro de gravidade.

117
Exemplo 115: Calcular a massa de um fio delgado com forma de um semicı́rculo de raio a, considerando
que a densidade em um ponto P é diretamente proporcional à reta que passa pelos pontos extremos.

Exemplo 116: Calcular as coordenadas do centro de massa de um fio delgado que tem a forma da
hélice ~r(t) = 2 cos(t)~i + 2 sin(t)~j + 5t~k, t ∈ [0, 2π], se a densidade no ponto (x, y, z) é x2 + y 2 + z 2 .

118
Integrais de Linha de Campo Vetoriais: Para compreender sua origem e utilidade, iniciamos
explorando intuitivamente o conceito fı́sico de trabalho.
Sejam C : ~r(t) = (x(t), y(t), z(t)), t ∈ [a, b], uma curva suave e f~ = f~(x, y, z) um campo de forças contı́nuo
sobre C. O trabalho realizado por f~ para deslocar uma partı́cula ao longo de C, de A até B, é definido como
n
f~(~r(ti )) · r~0 (ti )∆ti , podemos observar que o somatório da expressão acima é uma soma de
X
w= lim
max ∆ti →0
i=1
Riemann da função de uma variável, f~(~r(t)) · r~0 (t) sobre [a, b]. Portanto,
Z b
w= f~(~r(t)) · r~0 (t)dt
a

119
Exemplo 117: Calcular o trabalho realizado pela força f~ = ( x1 , y1 ), para deslocar uma partı́cula, em
linha reta,do ponto P (1, 2) até Q(3, 4).

Exemplo 118: Uma partı́cula move-se ao longo da circunferência x2 + y 2 = 4, z = 2 sob a ação do


campo d forças f~(x, y, z) = |~r−~
r
|−3
, onde ~r = x~i + y~j + z~k.

120
Definição: Seja C uma curva suave dada por ~r(t), t ∈ [a, b]. Seja f~ = f~(x, y, z) Zum campo vetorial
definido e limitado sobre C. A integral curvilı́nea de f~, ao longo de C, que denotamos f~ · dr,
~ é definida
C
por
Z Z b Z b
f~ · dr
~ = f~(~r(t)) · r~0 (t)dt = [f1 (~r(t))x0 (t) + f2 (~r(t))y 0 (t) + f3 (~r(t))z 0 (t)]dt,
C a a
sempre que a integral à direita existe.
Z Z b
Também utiliza-se a seguinte notação f~ · dr
~ = (f1 dx + f2 dy + f3 dz) que tradicionalmente é usada para
C a
representar a integral curvilı́nea de um campo vetorial.
Propriedade: As propriedades do caso escalar, (a), (b) e (c) permanecem válidas para o caso vetorial. A
propriedade (d) é sudstituı́da por Z Z
f~ · dr
~ = − f~ · dr.
~
−C C

Proposição: Seja f~ um campo vetorial contı́nuo, definido sobre uma curva suave C : ~r(t) = (x(t), y(t), z(t)),
t ∈ [a, b]. Se T é acomponente Ztangencial de ~ ~
Z f sobre C, isto é, T é a componente de f na direção do vetor
tangente unitário de C, temos f~ · dr
~ = T ds.
C C

Observações:
1) Se, em cada ponto P da curva C, o campo f~ é perpendicular a um vetor tangente a C em P , a integral
de f~ ao longo de C será nula. Em particular, se f~ é um campo de forças, será nulo o trabalho realizado por
f~ ao longo de C.

2) Se o campo f~ é o campo de velocidade de um fluido em movimento, a componente tangencial de f~


determina um ~
Z fluxo ao longo de C. Se a curva C é fechada, a integral de linha de f ao longo de C, que
denotamos f~ · dr,
~ mede a tendência do fluido de circular em torno de C e é chamada circulação de f~
C
sobre C. Em particular, se C é uma curva plana e o campo de velocidade é perpendicular ao plano que
contém C, a circulação será nula.

121
Z
Exemplo 119: Calcular (2xdx + yzdy + 3zdz) ao longo da:
C
a) parábola z = x2 ,
y = 2, do ponto A(0, 2, 0) ao ponto B(2, 2, 4);
b) linha poligonal AOB, onde O é a origem.

Z
Exemplo 120: Calcular f~ · dr,
~ sendo f~ = (xz, xy, yz) e C o caminho poligonal que une o ponto
C
A(1, 0, 0) ao ponto B(0, 2, 2), passando por D(1, 1, 0).

122
Exemplo 121: Calcular o trabalho realizado poelo campo f~ = ( x2−x , −y ) para deslocar uma
+y 2 x2 +y 2
partı́cula ao longo da semicircunferênci x2 + y 2 = 4, y ≥ 0, no sentido anti-hórario.

Exemplo 122: O campo de velocidade de um fluido em movimento é dado por ~v = (−y, x). Calcular
a circulação do fluido ao redor da curva fechada C = C1 ∪ C2 ∪ C3 .

123
Z
Exemplo 123: Calcular [sin(x)dx − 2yzdy − y 2 dz] ao longo de C, de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4), onde
C
C:
a) á a parábola z = x2 , y = 2.
b) é a poligonal AM B, M (1, 0, 0).

124
Integrais Curvilı́neas Independentes do Caminho de IntegraçãoZ
Seja f~ um campo vetorial contı́nuo em um domı́nio D do espaço. a integral f~ · dr
~ é dira independente do
C
caminho de integração em D se, para qualquer par de pontos A e B em D, o valor da integral é o mesmo
para todos os cminhos em D, que iniciam em A e terminam em B.
Teorema: seja u = u(x, y, z) uma função diferenciável em um donı́nio conexo U ⊂ IR3 tal que f~ = ∇u é
contı́nuo em U . Então, Z
f~ · dr
~ = u(B) − u(A),
C
para qualquer caminho C em U , unindo o ponto A ao ponto B.
Z
Exemplo 124: Calcular a integral f~ · dr,
~ onde f~ = (yz + 2, xz + 1, xy + 2z), ao longo de qualquer
C
caminho que une o ponto A(0, 0, 1) a B(1, 2, 1).

ExemploZ 125: Verificar que o campo vetorial f~ = sin(x)~i − 2yz~j − y 2~k, é um campo conservativo em
IR3 . calcular f~ · dr
~ ao longo de qualquer caminho C de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4).
C

125
Teorema: Se f~ = (f1 , f2 , f3 ) é um campo vetorial contı́nuo em um domı́nio conexo U ⊂ IR3 , são equi-
valentes as três afirmações seguintes:
a) f~ é o gradiente de uma função potencial u em U , ou seja, f~ é conservativo em U .
b) A integral de linha de f~ é independente do caminho de integração em U .
c) A integral de linha de f~ ao redor de todo caminho fechado simples em U é igual a zero.

Exemplo 126: Verificar se f~ = (ex+y + 1)~i + ex+y~j é um caminho conservativo em IR2 . Em caso afirmativo,
Z (1,1)
calcular f~ · dr.
~
(1,0)

Exemplo 127: Determinar o trabalho realizado pela força f~ = (yz + 1, xz + 1, xy + 1), no deslocamento:
a) ao longo da poligonal ABCDE da figura abaixo:
b) ao longo do caminho fechado da figura abaixo:

126
−y x
Z
Exemplo 128: Calcular dx + 2 dy sendo que C é dado na figura abaixo.
C x2 + y 2 x + y2

127
Teorema de Green

Seja C uma curva fechada simples, suave por partes, orientada no sentido anti-́horário, e R a região fechada
delimitada por C. Se f~ = (f1 , f2 ) é um campo vetorial contı́nuo com derivadas parciais 1a ordem contı́nuas
em um domı́nio D que contém R, então
∂f2 ∂f1
Z Z Z
(f1 dx + f2 dy) = ( − )dxdy.
C R ∂x ∂y

128
Z
Exemplo 129: Usando o teorema de Green, calcular [y 2 dx + 2x2 dy] sendo que C é o triângulo de
C
vértices (0, 0), (1, 2) e (0, 2), no sentido anti-horário.

Z
Exemplo 130: Calcular f~ · dr,
~ ao longo da circunferência x2 + (y − 1)2 = 1, no sentido horário, ssendo
C
f~ = (4x2 − 9y, 9xy +
p
y 2 + 1).

129
Área de uma região plana como uma integral curvilı́nea ao longo de seu contorno
Seja R e C como no teorema de Green. Sejam f~ = x~j e ~g = −y~i. Os campos vetoriais f~ e ~g são contı́nuos
com derivadas parciais contı́nuas em IR2 . Aplicando o Teorema de Green nos campos acima, obtemos
respectivamente: Z Z Z Z Z Z
xdy = dxdy, −ydx = dxdy.
C R C R
Portanto, se denotamos por A a área de R, temos
Z Z
A= xdy, A= −ydx.
C C

Combinando as duas últimas ralações, obtemos uma terceira fórmula para a área de R,
1
Z
A= (xdy − ydx).
2 C

x2 y2
Exemplo 131: Calcular a área delimitada pela elipse 4 + 9 = 1.

130
Exemplo 132: Seja D = {(x, y) ∈ IR | x2 + y 2 < 4}. dado o campo vetorial f~ = ( x2−y
+y 2
, x
x2 +y 2
).
Z
Mostrar que f~ · dr
~ = 2π para toda curva fechada simples C1 ⊂ D, suave por partes, orientada no sentido
C
anti-horário e que circunda a origem.

131
Capı́tulo 6: Integrais de Superfı́cie, Teorema de Stokes e
Gauss
Representação de uma Superfı́cie: Em geral, uma superfı́cie S em IR3 pode ser descrita como um
conjunto de pontos (x, y, z), que satisfazem uma equação da forma f (x, y, z) = 0, sendo que f é uma função
contı́nua. A equação é chamada representação implicita de S.
Se for possı́vel resolver a equação para uma das variáveis em função das outras, obtemos uma respresentação
explicita de S ou de parte de S.
Exemplo 133: A equação x2 + y 2 + z 2 = a2

Exemplo 134: A equação x + 12 y + 31 z = a, a > 0, é uma representação implı́cita do plano inclinado que
corta os eixos coordenados x, y e z nos pontos (a, 0, 0), (0, 2a, 0) e (0, 0, 3a), respectivamente.

132
Equações Paramétricas: Seja S uma superfı́cie no espaço. Se os pontos de S são dererminados pelas
equações
x = x(u, v)
y = y(u, v)
z = z(u, v)
sendo que x, y, z são funções contı́nuas das variáveis u e v, definidas em uma região conexa R do plano u ◦ v,
as equações acima são chamadas equações paraméticas de S.
Se denotarmos por ~r(u, v) o vetor posição de um ponto qualquer (x(u, v), y(u, v), z(u, v)) da superfı́cie, temos

~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k.

133
Exemplo 135: A equação vetorial ~r(u, v) = u~i + v~j + (u2 + 1)~k, sendo que −2 ≤ u ≤ 2 e 0 ≤ v ≤ 5,
representa uma superfı́cie parametrizada em IR3 .

134
Representação Paramétrica de Algumas Superfı́cies:
(1) Parametrização da esfera: Dada uma esfera de raio a, centrada na origem, O. Um ponto P (x, y, z)
desta esfera pode ser representado por dois ângulos u e v. O âgulo u é o mesmo que em coordenadas polares,
e o ângulo v é o formado pelo segmento OP e pelo plano x ◦ y ou eixo z, conforme figura abaixo.

Segue as equações paramétricas e vetoriais de cada caso:

x = a cos(u) cos(v) 0 ≤ u ≤ 2π x = a cos(u) sin(v) 0 ≤ u ≤ 2π


(1) y = a sin(u) cos(v) e (2) y = a sin(u) sin(v) e
z = a sin(v) − π2 ≤ v ≤ π2 z = a cos(v) 0≤v≤π

(1) ~r(u, v) = a cos(u) cos(v)~i + a sin(u) cos(v)~j + a sin(v)~k , (u, v) ∈ [0, 2π] × [− π2 , π2 ];
(2) ~r(u, v) = a cos(u) sin(v)~i + a sin(u) sin(v)~j + a cos(v)~k , (u, v) ∈ [0, 2π] × [0, π].

135
Exemplo 136: Obter uma parametrização da parte da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , que está no 1o octante.

136
Exemplo 137: Determinar uma parametrização da parte da esfera x2 + y 2 + z 2 = 16, acima do plano
z = 2.

137
Exemplo 138: Obter uma parametrização da esfera x2 − 2x + y 2 − 4y + 4 + z 2 + 1 = 0.

138
(2) Parametrização de um Cilindro: Consideremos um cilindro vertical, dado pela equação x2 +y 2 =
a2 . Seja P (x, y, z) um ponto qualquer sobre o cilindro. Devemos introduzir dois parâmetros u e v e obter as
coordenadas de P como função de u e v. Geometricamente o parâmetro u é o mesmo que em coordenadas
polares e o parâmetro v coincide com z.

Segue as equações paramétricas e vetorial.

x = a cos(u), 0 ≤ u ≤ 2π
y = a sin(u) e
z=v −∞ < v < +∞

~r(u, v) = a cos(u)~i + a sin(u)~j + v~k , (u, v) ∈ [0, 2π] × IR;

Exemplo 139: Obter uma parametrização da parte do cilindro x2 + y 2 = 4, 0 ≤ z ≤ 5, delimitada


pelos semiplanos y = x e y = 2x, com x ≥ 0.

139
Exemplo 140: Obter uma parametrização do cilindro x2 + z 2 = a2 .

140
(3) Parametrização de um Cone: A figura abaixo mostra um cone circular, no qual denotamos por
α o ângulo formado pelo eixo positivo dos z e uma geratriz do cone.

Dado um ponto P (, x, y, z) do cone, introduziremos dois parâmetros u e v para obter as coordenadas de P


como função de u e v.
Geometricamente o parâmetro u é o mesmo que em coordenadas polares e o parâmetro v é a distância de
P até a origem, O.
Do triângulo retângulo P OP2 , temos z = v cos(α) e OP0 = v sin(α).
Do triângulo retângulo P0 OP1 , vem x = OP0 cos(u) e y = OP0 sin(u). Assim, as equações paramêtricas e
vetorias são:

x = v sin(α) cos(u) 0 ≤ u ≤ 2π
y = v sin(α) sin(u) e
z = v cos(α) 0≤v≤h
onde h cos(α) descreve a altura do cone.
~r(u, v) = v sin(α) cos(u)~i + v sin(α) sin(u)~j + v cos(α)~k , (u, v) ∈ [0, 2π] × [0, h];

141

Exemplo 141: Obter uma parametrização do cone gerado pela semi-reta z = 3y, y ≥ 0 quando esta
gira em torno do eixo positivo dos Z.

142
p
Exemplo 142: Obter uma parametrização do cone z = − x2 + y 2 .

143
(4) Parametrização de um Parabolóide: A figura abaixo mostra um parabolóide z = a2 (x2 + y 2 ),
onde a > 0 é uma constante.

As equações paramêtricas e vetorias são:

x=u u ∈ IR
y=v e
2 2 2
z = a (u + v ) v ∈ IR

~r(u, v) = u~i + v~j + a2 (u2 + v 2 )~k , (u, v) ∈ IR2 .


Uma outra parametrização é:
~r(u, v) = u cos(v)~i + u sin(v)~j + a2 u2~k , (u, v) ∈ [0, 2π] × IR+

144
Exemplo 143: Obter uma parametrização da parte do parabolóide z = 2(x2 + y 2 ) abaixo do plano
z = 8.

145
Parametrização de outras superfı́cies: De maneira geral, dada uma superfı́cie S, sempre procuramos
parametrizá-la da forma mais natural possı́vel.
Por exemplo x e y sempre podem ser tomadas como parâmetros.
Assim, uma parametrização de S é dada por

~r(x, y) = (x, y, z(x, y)),

com (x, y) ∈ R, onde R é a projeção de S sobre o plano x ◦ y.

Exemplo 144: Parametrizar o hemisfério x2 + y 2 + z 2 = 4, z ≥ 0.

146
Exemplo 145: Parametrizar a superfı́cie S dada por y = x2 + z 2 , y ≤ 4.

147
Exemplo 146: Obter uma parametrização da parte do cone x2 = y 2 + z 2 que está entre os planos
x = 1 e x = 4.

148
Curvas Coordenadas: Seja S uma superfı́cie paramétrica representada por

~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k, (u, v) ∈ R. (1)

e fixarmos o parâmetro v, a equação (1) descreve uma curva que está contida em S é chamada u-curva.
Analogamente, fixando o parâmetro u, obtemos uma v-curva sobre S.
Dado um ponto P sobre S, de vetor posição ~r(u0 , v0 ), a u-curva ~r(u, v0 ) e a v-curva ~r(u0 , v) são chamadas
curvas coordenadas de S em P .

Exemplo 147: Determinar as curvas coordenadas da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, no ponto P (2, 0, 0).

149
Plano Tangente e Reta Normal: Seja P um ponto de uma superfı́cie S, representada por

~r(u, v), (u, v) ∈ R.

Suponhamos que P tem vetor posição ~r(u0 , v0 ) e que as curvas cooedenadas de S em P sejam suaves. Segue
que:

∂~
r
O vetor ∂v = d(~r(u
dv
0 ,v) ∂~
r
é tangente à v-curva ~r(u0 , v) e o vetor ∂u = d(~r(u,v
du
0)
é tangente à u-curva ~r(u, v0 ).
∂~
r ∂~
r
Se os vetores ∂u e ∂v são limearmente independentes, eles determinam um plano. Esse plano é chamado
plano tangente à superfı́cie no ponto P .

∂~
r ∂~
r
O vetor ∂u × ∂v é perpendicular ao plano tangente e é denominado vetor normal à superfı́cie S.

150
Exemplo 148: Uma superfı́cie S é descrita pela equação
~r(u, v) = (u cos(v), u sin(v), u2 − 1) , com 0 ≤ u ≤ 4, 0 ≤ v ≤ 2π.
a) Representar graficamente a superfı́cie S.
b) Dar a equação e desenhar a v-curva correspondente a u = 2 e a u-curva correspondente a v = π4 , sobre a
cuperfı́cie S.
∂~
r ∂~
c) Determinar os vetores ∂u , ∂vr , ∂u
∂~
r ∂~
r
× ∂v para u = 2 e v = π4 e representá-los no ponto correspondente sobre
o gráfico de S.

151
Equação da reta normal: A equação da reta normal à superfı́cie S em um ponto P de S é

∂~r ∂~r
~r(t) = ~r(u0 , y0 ) + t( × )(u0 , v0 ),
∂u ∂v
∂~
r ∂~
r
onde ~r(u0 , v0 ) é o vetor posição do ponto P e ( ∂u × ∂v )(u0 , v0 ) é o vetor diretor da reta normal.

Exemplo 149: Determine a equação da reta normal à superfı́cie √ √ S de equação vetorial ~r(u, v) =
(u cos(v), u sin(v), u2 − 1), com (u, v) ∈ [0, 4] × [0, 2π], no ponto P ( 2, 2, 3).

152
Equação do plano tangente: A equação do plano tangente à superfı́cie S, no ponto P (x0 , y0 , z0 ) é

∂~r ∂~r
~q · ( × )(u0 , v0 ) = 0,
∂u ∂v
com ~q = (x − x0 , y − y0 , z − z0 ).

Exemplo 150: Determine a equação do plano tangente à superfı́cie S de equação vetorial

~r(u, v) = (u cos(v), u sin(v), u2 − 1)


√ √
com (u, v) ∈ [0, 4] × [0, 2π], no ponto P ( 2, 2, 3).

Exemplo√151: Determine a equação do plano tangente à superfı́cie S dada por x2 + y 2 + z 2 = 4, no


ponto P (1, 1, 2).

153
Exemplo 150: Determine a equação do plano tangente à superfı́cie S do exemplo anterior, no ponto
P0 (0, 0, 2).

154
Superfı́cies Suaves e Orientação
Uma superfı́cie suave ou regular é caracterizada pela ausência de arestas. Podemos dizar que, em cada
ponto P de uma superfı́cie suave S, existe um único plano tangente a S em P . Uma maneira conveniente de
descrever a noção de suavidade de uma superfı́cie S é dizer que S pode ser dividida em partes e cada uma
dessas partes admite uma parametrização ~r(u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)), onde x = x(u, v), y = y(u, v)
e z = z(u, v) admitem derivadas contı́nuas de todas as ordens, e que, para todo (u0 , v0 ) ∈ R, as derivadas
primeiras satisfazem a condição

∂~r ∂~r
(u0 , v0 ) e (u0 , v0 ) são linearmente independentes.
∂u ∂v
Esta condição é conhecida como condição de suavidade ou regularidade.
Os pontos de S em que falha a condição de suavidade para qualquer parametrização são chamados pontos
singuares.

Exemplo 151: O ponto P (0, 0, 2) da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4 é um ponto singular da parametrização


~r(u, v) = (2 cos(u) cos(v), 2 sin(u) cos(v), 2 cos(v)).

155
Orientação de uma superfı́cie
Uma superfı́cie S está orientada quando escolhemos em cada ponto P ∈ S um vetor unitári ~n(P ), normal a
S, que varia continuamente com P . O campo de vetores ~n é chamado campo normal unitário.

Se S é representada por ~r(u, v), (u, v) ∈ R, nos pontos, em que a condição de suavidade é satisfeira, os
vetores
∂~
r ∂~
r
× ∂u
n~1 = ∂u∂~
r ∂~
r
e n~2 = −n~1
| ∂u × ∂u |
são vetores unitários normais a S.
Exemplo 152: Determine um campo normal unitário da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , representando grafica-
mente o vetor normal unitário encontrado em alguns pontos da esfera.

156
Exemplo 153: Determine um campo normal unitário do parbolóide S, dado por

~r(x, y) = (x, y, x2 + y 2 ), onde x2 + y 2 ≤ 4.

157
Exemplo 154: A fita de Möbius, é um exemplo clássico de superfı́cie unilateral. Ela pode ser obtida
a partir de um longo retângulo ABCD, em que os lados AC e BD são unidos de tal forma que A coincida
com D e B com C.

Observamos que, dado um ponto P da dita de Möbius, podemos escolher um vetor normal unitário ~n. No
entanto quando ~n se desloca continuamente sobre a curva C e retorna a P , seu sentido se inverte.
Orientação de uma supesfı́cie suave por partes
Se uma superf’icie suave e orientada S é limitada por uma curva fechada simples C, podemos associar à
orientação de S um sentido positivo sobre C, conforme vemos na figura abaixo.

Se a superfı́cie S é formada por mais de duas partes suaves, procedemos de forma análoga à figura acima.
Exemplo 155: Dada a figura, mostrar uma possı́vel orientação da superfı́cie S de um cubo. Com essa
orientação, S é denominada superfı́cie exterior do cubo dado.

158
Área de uma Superfı́cie: Seja S uma superfı́cie parameétrica suave, representada por

~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k, (u, v) ∈ R.


∂~
r ∂~
r
Os vetores | ∂u |∆u e | ∂v |∆v determinam um paralelogramo, cuja área é dada por:

∂~r ∂~r ∂~r ∂~r


∆S = | ∆u × ∆v| = | × |∆u∆v.
∂u ∂v ∂u ∂v

A parte de S, correspondente ao retângulo de área ∆u∆v em R, é aproximada por esse paralelogramo de


área ∆S.
Definição: A área de S, denotada por a(S), é definida pela equação

∂~r ∂~r
Z Z
a(S) = | × |dudv
R ∂u ∂v
quando a integral à direita existe.
Se S é suave por partes, a área de S é definida como a soma das áreas sobre cada pedaço suave de S.
Exemplo 156: Determinar a área da esfera de raio a.

159
Exemplo 157: Determinar a área do paraboloı́de z = 2(x2 + y 2 ), abaixo do plano z = 8.

Exemplo 158: Seja S uma superfı́cie representada na forma explı́cita por z = z(x, y). Usando x e y
como parâmetros, escrever a integral que define a área de S.

160
p Exemplo 159: Determinar a área do hemisfério de raio a, usando a representação explı́cita z =
a2 − x2 − y 2 .

Exemplo 160: Encontrar a área da superfı́cie cônica x2 = y 2 + z 2 que está entre os planos x = 1 e
x = 4.

161
Integral de Superfı́cie de um Campo Escalar: Seja S uma superfı́cie suave, representada por
~r(u, v), (u, v) ∈ R.
Z Seja
Z f um campo escalar definido e limitado sobre S. A integral de superfı́cie de f sobre
S, denotada por f ds, é definida pela equação
S

∂~r ∂~r
Z Z Z Z
f ds = f (~r(u, v))| × |dudv,
S R ∂u ∂v
quando a integral dupla áZ direita
Z existe.
Se S é suave por partes, f ds é definida como a soma das integrais sobre cada pedaço suave de S.
SZ Z
Exemplo 161: Calcular I = (z − x2 + xy 2 − 1)ds, onde S é a superfı́cie ~r(u, v) = u~i + v~j + (u2 + 1)~k,
S
(u, v) ∈ [0, 2] × [0, 5].

162
Z Z
Exemplo 162: Calcular I = x2 zds, onde S é a porção do cone z 2 = x2 + y 2 que está entre os
S
planos z = 1 e z = 4.

163
Z Z
Exemplo 163: Calcular I = (x + y + z)ds, onde S = S1 ∪ S2 é a superfı́cie representada na figura.
S

164
Centro de Massa e Momento de Inércia: Suponhamos que S represente a lâmina e que o campo
escalar f (x, y, z) represente a densidade (massa por unidade de área) no ponto (x, y, z).Então:
RR
A Massa da lamina é dado por m= S f (x, y, z)ds

O centro de massa (x, y, z) é dado por

1 RR
x= m S xf (x, y, z)ds

1 RR
y= m S yf (x, y, z)ds

1 RR
z= m S zf (x, y, z)ds

O momento de inércia IL de S em relação a um eixo L é dado por


Z Z
IL = [δ(x, y, z)]2 f (x, y, z)ds
S

onde δ(x, y, z) é a distância do ponto (x, y, z) de S até o eixo L.

165
Exemplo 164: Uma lâmina tem a forma da parte do plano z = y recortada pelo cilindro x2 +(y−1)2 = 1.
Determine a massa dessa lâminha se a densidade no ponto (x, y, z) é proporcional à distância desse ponto
ao plano x ◦ y.

166
p
Exemplo 165: Determine o centro de massa do hemisfério z = 1 − x2 − y 2 com densidade f (x, y, z) =
0, 3 unidade de massa por unidade de área.

167
Exemplo 166: Uma lâmina tem a forma de um hemisfêrio unitário. Encontrar o momento de inércia
dessa lâmina em ralação a um eixo que passa pelo pólo e é perpendicular ao plano que delimita o hemisfério.
Considerar a densidade no ponto P da lâmina proporcional à distância desse ponto ao plano que delimita o
hemisfério.

168
Integal de Superfı́cie de um Campo Vetorial: Sejam S uma superfı́cie suave, representada por
~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k, (u, v) ∈ R, e ~n = ~n(u, v) um vetor unitário, normal
Z Z a S. Seja f~ um
campo vetorial definido sobre S. A integral de superfı́cie de f~ sobre S, denotada por f~ · ~nds, é definida
S
pela equação
∂~r ∂~r
Z Z Z Z
f~ · ~nds = f~(~r(u, v)) · ~n(u, v)| × |dudv,
S R ∂u ∂u
quando a integral à direita existe.
Se S é suave por partes, a integral é definida como a soma das integrais sobre cada pedaço suave de S.
∂~
r ∂~
r
× ∂u
Cálculo da Integal Seja n~1 o vetor normal unitário de S, dado por n~1 = ∂u
∂~
r ∂~
r
| ∂u × ∂u |
.
Podemos ter ~n = n~1 ou ~n = −n~1 .
∂~r ∂~r
Z Z Z Z
f~ · ~nds = ± f~(~r(u, v)) · ( × )dudv.
S R ∂u ∂u
O sinal depende da escolha de ~n.

169
Z Z
Exemplo 167: Calcular f~ · ~nds, sendo f~ = x~i + y~j + z~k e S a superfı́cie esterior da esfera repre-
S
sentada por ~r(u, v) = (a cos(u) cos(v), a sin(u) cos(v), a sin(v)), 0 ≤ u ≤ 2π e − π2 ≤ v ≤ π2 .

Exemplo 168: Seja S a superfı́cie Z exterior


Z do parabolóide ~r( x, y) = (x, y, x2 + y 2 ), (x, y) ∈ R, onde
R = {(x, y)|x2 + y 2 ≤ 4}. Determinar f~ · ~nds, sendo f~ = (3x, 3y, −3z).
S

170
Z Z
Interpretação fı́sica da integral f~ · ~nds
S
Consideremos um fluido em movimento em um domı́nio D do espaço. Sejam ~v (x, y, z) o vetor velocidade
do fluido no ponto (x, y, z) e ρ(x, y, z) a sua densidade. Seja f~ o campo vetorial dado por f~(x, y, z) =
ρ(x, y, z)~v (x, y, z).
O vetor f~ tem a mesma direção da velocidade e seu comprimento tem dimensões
massa distâcia massa
· = .
unid. vol. unid. tempo (unid. área)(unid. tempo)

Assim, podemos dizer que f~ representa a quantidade de massa de fluido, por unidade de área e por unidade
de tempo, que escoa na direção de ~v , em um ponto qualquer (x, y, z) ∈ D.
Sejam S : ~r(u, v), (u, v) ∈ R, uma superfı́cie paramétrica suave, contida em D, e ~n um vetor unitário, normal
a S.
A componente de f~, na direção de ~n, é dada por |f~| cos(α) = |f~||~n| cos(α) = f~ · ~n.

Portanto, de dS é o elemento de área de superfı́cie de S, o produto (f~ · ~n)dS representa o volume de um


prisma cuja área da base é dS e cuja altura é a componente de f~ na direção de ~n. Podemos, então, dizer
que (f~ · ~n)dS nos dá a quantidade de massa de fluido que atravessa dS, na direção de ~n, em uma unidade
de tempo.
A quantidade total de massa de fluido que atravessa a superfı́cie S, na direção de ~n, em uma unidade de
tempo, será dada por Z Z
φ= f~ · ~ndS
S

e é chamda de fluxo do campo vetorial f~, através da superfı́cie S.

171
Exemplo 169: Um fluido de densidade constante, com velocidade ~v = (−2x, −2y, z), escoa através
da superfı́cie S dada por ~r(u, v) = (u cos(v), u sin(v), u2 − 1), 0 ≤ u ≤ 4, 0 ≤ v ≤ 2π, na direção do vetor
∂~
r ∂~
r
∂u × ∂v . Determinar a massa de fluido que atravessa S em uma unidade de tempo.

Exemplo 170: Sejam S a superfı́cie plana limitada pelo triângulo de vértice (4, 0, 0), (0, 4, 0) e (0, 0, 4)
e ~n um vetor unitáario, normal a S, com componente z não negativa. Usando a representação vetorial de S
dada por ~r(u, v) = (u + 2v, u − 2v, 4 − 2u), determinar o fluxo do campo vetorial f~ = x~i + y~j + z~k, através
da superfı́cie S, na direção de ~n.

172
Exemplo 171: Seja S uma superfı́cie suave representadaZ Z na forma explı́cita z = z(x, y). Usando x e y
como parâmetros, determinar uma equação para calcular f~ · ~nds.
S

Exemplo 172: Resolver o Exemplo 2, usando a forma explı́cita z = 4 − x − y.

173
1
Exemplo 173: Seja S a parte doZcone 2 2 2 2
Z z = (x + y ) 2 , delimitada pelo cilindro x + y = 1, com a
normal apontando para fora. Calcular (2dydz + 5dzdx + 3dxdy).
S

174
Exemplo 174: Sejam S uma superfı́cie paramétrica suave, representada por ~r(u, v), (u, v) ∈ R e
~n = ~n(u, v) um vetor unitário, normal a S. SeZf~Zé um campoZ vetorial
Z contı́nuo definido sobre S e T é a
~
componente de f na direção de ~n, mostrar que ~
f · ~nds = T dS.
S S

a) Se, em cada ponto da superfı́cie S, o campo vetorial f~ for perpendicular ao vetor ~n, a integral de f~ sobre
S será nula. Em particular, se f~ representa a densidade de fluxo de um fluido em movimento, será nulo o
fluxo através da superfı́cie S.
b) Se o ângulo entre f~ e ~n for agudo, a componente de f~ na direção de ~n será positiva e, dessa forma,
teremos um fluxo positivo através de S.
c) Se o ângulo entre f~ e ~n for abtuso, a componente de f~ na direção de ~n será negativa. Nesse caso, teremos
um fluxo negativo através de S. Na prática, isso significa que o fluido estará atravessando a superfı́cie S no
sentido contrário ao do vetor ~n.

175
Exemplo 175: Determinar o fluxo do campo vetorial f~ = (x, y, 0) através da superfı́cie exterior do
sólido x2 + y 2 ≤ 9, 0 ≤ z ≤ 4.

176
Teorema de Stokes
Seja S uma superfı́cie orientável, suave por partes, delimitada por uma curva fechada, simples, suave por
partes, C. Então, se ~g é um campo vetorial contı́nuo, com derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas em um
domı́nio que contém S ∪ C, temos Z Z Z
rot~g · ~ndS = ~
~g · dr,
S C
onde a integração ao longo de C é efetuada no sentido positivo determinada pela orientação de S, como
vemos na figura abaixo

Se o campo ~g tem componentes g1 , g2 e g3 , (1) pode ser reescrita como

∂g3 ∂g2 ∂g1 ∂g3 ∂g2 ∂g1


Z Z Z  
(g1 dx + g2 dy + g3 dz) = ( − )dydz + ( − )dzdx + ( − )dxdy .
C S ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

177
Z
Exemplo 176: Usando o teorema de Stokes, calcular I = (y 2 dx + z 2 dy + x2 dz), onde C é o contorno
C
da parte do plano x + y + z = a, a > 0 que está no 1o octante, no sentido anti-horário.

178
2 2
Z ZExemplo 177: Seja S a parte do gráfico de z = 9 − x − y , z ≥ 0 com normal exterior. Determinar
rot~g · ~ndS, sendo ~g = (3z, 4x, 2y).
S

179
Exemplo 178: Sejam S1 a superfı́cie parabólica z = x2 + y 2 , 0 ≤ z ≤ 4, com normal exterior e S2 parte
do plano z = 4 delimitada pelo cilindro x2 + y 2 = 4, com normal inferior. Mostrar que
Z Z Z Z
rot~g · ~ndS = rot~g · ~ndS
S1 S2

sendo ~g um campo vetorial com derivadas parciais de 1o ordem contı́nuas.

180
Z
Exemplo 178: Calcular I = (sin(z)dx − cos(x)dy + sin(z)dz), onde C é o perı́metro do retângulo
C
0 ≤ x ≤ π, 0 ≤ y ≤ 1, z = 3 no sentido horário.

181
Teorema da Divergência
Seja T um sólido no espaço, limitado por uma superfı́cie orientável S. Se ~n é a normal unitária exterior a S
e se f~(x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k é uma função vetorial contı́nua que possui derivadas
parciais de 1a ordem contı́nuas em um fomı́nio que contém T , então
Z Z Z Z Z
f~ · ~ndS = div f~dV
S T

182
Z
Exemplo 179: Calcular I = [(2x − z)dydz + x2 dzdx − xz 2 dxdy], onde S é a superfı́cie exterior do
C
cubo limitado pelos plaos coordenados e pelos planos x = 1, y = 1 e z = 1.

183
0 0
Exemplo 180: Calcular a integral do exemplo anterior sobre S , sendo S a superfı́cie esterior do cubo,
exceto a face que está no plano z = 1.

184

Você também pode gostar