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CURVAS

CURVAS PLANAS

Uma CURVA PLANA é um conjunto C de pares ordenados (f (t), g (t)), em que f e g


são funções contínuas em um intervalo I = [a, b].
O GRÁFICO de C consiste em todos os pontos P (t) = (f (t), g (t)) do plano xy, para t 
I. Dizemos que o ponto P (t) “traça” ou “percorre” a curva C quando t varia de a até b (em I). A
curva, portanto, recebe uma ORIENTAÇÃO, sendo P (a) seu ponto inicial e P (b) seu ponto
final.

Exemplo 1: Faça o gráfico da curva C = { P (t) = ( 2t, t2 – 1) | t  [–1, 2]}.

Solução: Para localizar os pontos da curva, vamos fazer uma tabela com alguns valores de t e os
correspondentes valores para x e y:
t x y
-1 -2 0
-1/2 -1 -3/4
0 0 -1
1/2 1 -3/4
1 2 0
3/2 3 5/4
2 4 3
Com esses valores temos uma aproximação da curva C:

EQUAÇÕES DE UMA CURVA

Se P (t) = (f (t), g (t)), com t  [a, b], são pontos de uma curva C então P é uma função
que associa, a cada número real t de [a, b], um par ordenado (ou vetor) (f (t), g (t)). Assim,
podemos escrever p como uma FUNÇÃO VETORIAL
P: [a, b]  IR  IR2
t  (f (t), g (t))

Dizemos que P (t) (ou r (t)) é a EQUAÇÃO VETORIAL de C.

As EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS de C são dadas por:


x  f (t)
C:  , a  t  b , onde t é chamado parâmetro da curva.
y  g(t )

Quando é possível eliminar o parâmetro, resolvendo as equações paramétricas para t,


obtemos a EQUAÇÃO CARTESIANA de C, na forma F (x, y) = K, onde K é uma constante.

Exemplo 2: Para obter o gráfico da curva C do exemplo 1, podemos encontrar a equação


 x  2t
cartesiana de C, passando para as suas equações paramétricas C:  , 1 t  2 ,
y  t  1
2

isolando t na primeira equação e substituindo na segunda:


y = (x/2)2 – 1
Nesta forma, reconhecemos a curva C como parte de uma parábola, que tem projeção
igual ao segmento [–2, 4] no eixo x.

Dada uma curva C por sua equação cartesiana, é possível obter uma infinidade de
equações paramétricas (e, conseqüentemente, equações vetoriais) para ela. Cada equação
paramétrica determina uma forma diferente de “percorrer” C, variando a velocidade ou o sentido
do percurso.

Exemplo 3: Podemos dar outras equações paramétricas para a curva C do exemplo 1, a


saber:
 xt
 2
C1: y   t   1 ,  2  t  4 , onde a orientação é mantida e mudada a velocidade, em
  2 
relação a C;
 x  t
 2
C2: y   t   1 ,  2  t  4 , onde a velocidade fica a mesma de C1, mas com
  2 
orientação contrária;
Etc...

Exemplo 4: Determine a equação cartesiana e faça o gráfico da curva C abaixo, dando


sua orientação.
 x  2 cos t
C:  y  2 sen t , 0  t  2 ,

Solução: Para eliminar o parâmetro, vamos elevar ao quadrado as duas equações e


somá-las, obtendo x2 + y2 = 4 cos2t + 4 sen2t = 4 (cos2t + sen2t) = 4. Assim, verificamos que C é
uma circunferência de raio 2 e centro na origem.

Se procurarmos os pontos de C correspondentes a três valores de t, por exemplo, t = 0,


t = /2 e t = , concluímos que a curva é orientada no sentido anti-horário.

Exemplo 5: Faça o gráfico e dê outras equações paramétricas da curva C;


x  2  t 2
 ,    t  
 y  1  2t
2

Solução: Eliminando os parâmetros, obtemos a equação cartesiana y = 2x + 5,


identificando a curva como uma reta. Porém, mesmo o parâmetro estando livre para assumir
qualquer valor real, C não corresponde a toda reta, pois x > –2 e y > 1, pois t2 > 0 sempre.
Portanto C é a semi-reta superior a partir do ponto (–2, 1).
Outra parametrização para C pode ser:
 xt
 , t  2
y  2t  5

Uma curva C é dita SUAVE se admite uma parametrização x = f (t), y = g (t), em um


intervalo I, tal que as derivadas f ‘ e g‘ sejam contínuas e não simultaneamente nulas no interior
de I. C é PARCIALMENTE SUAVE em I se I pode ser subdividido em intervalos fechados onde
C é suave.

x  t 2
Exemplo 6: Determine se C é suave, sendo C:  , 1 t 1
y  t
3

Solução: Como x’ = 2t e y’ = 3t 2, as derivadas de x e de y são contínuas, pois são


polinomiais. Além disso, x’ = 0 e y’ = 0 somente quando t = 0. Assim, a curva é parcialmente
suave, pois é suave nos intervalos [-1, 0] e [0, 1], subdivisões do intervalo [-1, 1].
Observe no seu gráfico o ponto correspondente a t = 0, onde há uma “quebra” na curva:
VETORES ASSOCIADOS A UMA CURVA

Dada uma curva C, de equações x = f (t), y = g (t), t  I, existem três vetores associados
a ela:

VETOR POSIÇÃO: r ( t )  (f ( t ), g ( t )) , que é traçado com origem na origem
dos eixos e tem extremidade em um ponto de C

VETRO VELOCIDADE: v ( t )  (f ' ( t ), g ' ( t )) , que é traçado com origem no ponto
(f (t), g (t)) e é tangente à curva

VETOR ACELERAÇÃO: a ( t )  (f " ( t ), g" ( t )) , que é traçado com origem no ponto
(f (t), g (t)) e cujo módulo determina a aceleração do percurso para essa parametrização.

x  e  t
Exemplo 7: Dada a curva C:  ,   t   ,
y  e
2t

a) encontre a equação cartesiana e trace o gráfico de C;


    
b) encontre r ( t ) , v ( t ) e a ( t ) , trace r (0) , com origem em (0, 0), e os vetores v (0) e
 
a (0) , com origem em r (0) .

Solução:
a) Da primeira equação, 1/x = et. Substituindo na segunda, temos: y = (e t)2 + (1/x)2 
1
y 2 .
x
 
b) r ( t )  e  t , e 2 t  r (0)  1,1
 
v ( t )   e  t ,2e 2 t  v (0)   1, 2
 
a ( t )  e  t , 4e 2 t  a (0)  1,4

aceleração

velocidade

posição

SUGESTÃO: Determine os vetores posição, velocidade e aceleração para os exemplos


anteriores, trace alguns exemplares e confirme suas propriedades.

CURVAS EM IR3

Uma CURVA C em IR3 é um conjunto de ternas ordenadas (f (t), g (t), h (t)), onde f, g e
h são funções contínuas em um intervalo I = [a, b].
O GRÁFICO de C consiste nos pontos P (t) = (f (t), g (t), h (t)) para t  I.

Equações de C: Vetorial: P (t) = (f (t), g (t), h (t)) para t  [a, b]


x  f (t )

Paramétricas: y  g( t ) , a  t  b
z  h ( t )

Os vetores associados a C são:



Vetor Posição: r ( t )  f ( t ), g ( t ), h ( t )

Vetor Velocidade: v ( t )  f ' ( t ), g ' ( t ), h ' ( t )

Vetor Aceleração: a (t)  f " (t), g" (t), h" (t)

Exemplo 8: Faça o gráfico, determine os vetores posição, velocidade e aceleração e trace esses
vetores para t = 0, 1/2 e 1, para cada uma das curvas a seguir:

xt x  cos t
 
a)  y  t ,  1  t  1  y  sen t , 0  t  2
2
b)
z2  zt/2
 
Solução: a) (EXERCÍCIO)

b)Tabela com alguns valores de t:

t x y z
0 1 0 0
1/2 0 1 1/4
1 -1 0 1/2
3/2 0 -1 3/4
2 1 0 1

Gráfico (em IR3)

velocidade

aceleração

posição
Vetores associados:
em t em t = 1/2
 
r ( t )  cos t , sen t , t / 2 r ( t )  0, 1, 1 / 4
 
v ( t )    sen t ,  cos t ,1 / 2 v ( t )   , 0, 1 / 2
 
2 2
a (t)    cos t ,  sen t ,0 a ( t )  0,   2 , 0

COMPRIMENTO DE UMA CURVA

O comprimento de uma curva C, parametrizada com a < t < b, é:

b 
L   | v ( t ) | dt
a

x  t  sen t
Exemplo 9: Calcule o comprimento da ciclóide C:  y  1  cos t, 0  t  2 .

Ciclóide é a curva descrita por um ponto fixo P da


circunferência de um círculo, na medida em que este rola, sem
deslizar, sobre uma reta:

P

2

Solução:

v ( t )  1  cos t , sen t

v (t)  (1  cos t ) 2  (sen t ) 2  1  2 cos t  cos 2 t  sen 2 t  1  2 cos t  1

 2  2 cos t  2(1  cos t )  2 1  cos t )  2 2 sen 2 ( t / 2)  2 sen(t / 2)

Assim:
2  2

  2 sen( t / 2)dt  4 cos( t / 2)]0


2
L v ( t ) dt   4[cos   cos 0]  4(2)  8
0 0

Calcule também os comprimentos das seguintes curvas:


 x  3t
1)  , 0t4
y  2t
3/ 2

x  cos t

2)  y  sen t , 0  t  6
 z  t/3

Expresse por uma integral definida (sem calcular) o comprimento da curva


 x  t2

C:  y  t , 0  t  10
3

z  t  2 cos t

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