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‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
2
Sumário
3
4 SUMÁRIO
Capı́tulo 1
5
6 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
Z Exemplo 1. α : R → R 2
com α(t) = (|t|, |t|) não é uma curva diferenciável
parametrizada pois , não é derivável em t = 0.
Z Exemplo 3. α : R → R 2
dada por α(t) = (et , e−t ) é uma curva diferenciável
parametrizada.
Z Exemplo 4. A curva α : R → R 2
dada por α(t) = (sen(−t), cos(−t)) é uma
curva parametrizada, cujo traço é o cı́rculo x2 +y2 = 1 pois sen2 (−t)+cos2 (−t) = 1
, percorre o cı́rculo no sentido anti-horário e satisfaz α(0) = (sen(0), cos(0)) =
(0, 1).
Z Exemplo 5. A curva α : R → R 2
dada por α(t) = (et , et ), tem vetor velocidade
em t dado por α 0 (t) = (et , et ) = α(t).
β(−s) = α(s)
ela possui o mesmo traço que α e dizemos que ela percorre o traço em sentido
contrário. Nesse caso dizemos que α e β diferem por uma mudança de orientação.
Z Exemplo 6. A função α : R → R 2
dada por α(t) = (cost, sent) tem como
traço o cı́rculo de raio 1 e centro em (0, 0).
ê Demonstração. Definimos a função f : I → R por f(t) =< α(t), v >, vale que
f(0) =< α(0), v >= 0 e f 0 (t) = < α 0 (t), v > + < α(t), v 0 > = 0 portanto a função f é
| {z } | {z }
=0 =0
constante e como vale f(0) = 0 então f(t) =< α(t), v >= 0 ∀ t.
8 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
⇐). Suponha < α 0 (t), α(t) >= 0 então f 0 (t) = 0 ⇒ f(t) = |α(t)|2 = m constante, daı́
√
também |α(t)| = m uma constante.
Xn X
n X
n
α(t) = ( a(k,x) tk , a(k,y) tk , a(k,z) tk )
k=0 k=0 k=0
dn+1 y
pois cada coordenada deve satisfazer a equação diferencial = 0 sendo essa
dtn+1
derivada contı́nua, logo por teoria de equações diferenciais, segue que y é da
forma polinomial em t de grau n. Em especial se n = 1
b Propriedade 4. Seja α(t) um curva parametrizada que não passa pela origem.
Se t0 é o ponto em que a distância d(α(t), 0) é mı́nima então < α(t0 ), α 0 (t0 ) >= 0.
ê Demonstração. Escrevemos
2(x(t0 )x 0 (t0 )+y(t0 )y 0 (t0 )+z(t0 )z 0 (t0 )) = 2 < α(t0 ), α 0 (t0 ) >= 0 ⇒< α(t0 ), α 0 (t0 ) >= 0.
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 9
derivando tem-se
α 0 (t) = (−rsen(t), rcos(t)),
3 3
Z Exemplo 10. A curva α : R → R , dada por α(t) = ( t3 + t, t3 + 2t) é regular,
2
pois vale α 0 (t) = (t2 + 1, t2 + 2), mas t2 + 1 e t2 + 2 não se anulam para nenhum
valor real ( se anulam apenas para valores complexos), então a curva é regular.
Lembrando que α(t) = (xk (t))n1 então α 0 (t) = (xk0 (t))n1 daı́
v
uX
u n
0
ka (t)k = t (xk0 (t))2 .
k=1
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 11
Zt
$ Corolário 1. Podemos derivar em relação a t em s(t) = kα 0 (u)kdu, de onde
t0
ds(t)
segue = ks 0 (t)k.
dt
X
n
|∆α(tk−1 )| = l(α, P)
k=1
Zb
| |α 0 (t)|dt − l(α, P)| < ε.
a
ê Demonstração. Definimos
o que implica
|B(tk+1 ) − B(tk ) | ≤ sup |B 0 (c)||tk+1 − tk |
| {z } c∈[a,b]
0
B(tk ) = 0 pois B(tk ) = [α(tk ) − α(tk )] −α 0 (tk ) (tk − tk ) = 0. além disso B 0 (t) = α 0 (t) −
| {z } | {z }
0 0
α 0 (tk ) por derivação da expressão de B(t), com isso
tomando então |tk − tk+1 | < δ1 temos em especial c ∈ [tk , tk+1 ] logo |c − tk | < δ1 e daı́
|α 0 (c) − α 0 (tk )| < ε1 , logo com a desigualdade que já obtemos segue
|B(tk+1 )| ≤ ε1 (tk+1 − tk )
com |p| < δ1 e lembramos que tk+1 > tk logo podemos escrever acima sem o módulo .
Substituindo agora a expressão de B(tk+1 ) temos
X
n−1
|α(tk+1 ) − α(tk ) − α 0 (tk )(tk+1 − tk )| ≤ ε1 (b − a)
k=0
X
n−1 X
n−1 X
n−1
| |α(tk+1 )−α(tk )|− |α 0 (tk )(tk+1 −tk )|| ≤ |α(tk+1 )−α(tk )−α 0 (tk )(tk+1 −tk )| ≤ ε1 (b−a)
k=0 k=0 k=0
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 13
ε
tomando ε1 = , temos
b−a
X
n−1 X
n−1
ε
| |α(tk+1 ) − α(tk )| − |α 0 (tk )(tk+1 − tk )|| ≤
2
k=0 k=0
Zb
lim |L(α, P) − |α 0 (t)|dt| ≤ ε
|P|→0 a
X
n−1 Zb
onde usamos que |α (tk )(tk+1 − tk )| →
0
|α 0 (t)|dt
k=0 a
disso segue que
Zb
lim L(α, P) = |α 0 (t)|dt.
|P|→0 a
para todo t ∈ I.
ê Demonstração. Tomando f(t) =< α(t), v > e derivando tem-se f 0 (t) =<
14 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
1
< α(b) − α(a), v >=< α(b) − α(a), α(b) − α(a) > =
|α(b) − α(a)|
1
= |α(b) − α(a)||α(b) − α(a)| cos(θ) = |α(b) − α(a)|
|α(b) − α(a)|
pois o ângulo θ de um vetor com ele mesmo é nulo, logo o cosseno é 1, daı́ segue
que
Zb
|α(b) − α(a)| ≤ |α 0 (t)|dt
a
concluı́mos que o caminho mais curto entre α(a) e α(b) é o segmento de reta
que liga tais pontos.
q q
|α| = 9 + 36t0 + 36t0 = 9(1 + 2t20 )2 = 3(1 + 2t20 )
2 4
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 15
p √
|r| = t2 + t2 = 2t
onde usamos a fatoração 9 + 36t20 + 36t40 = 9(1 + 2t20 )2 , temos também que
√
3t 2(1 + 2t20 )cos(θ) = 3t(1 + 2t20 )
√
1 2 π
daı́ cos(θ) = √ = , θ = o ângulo é constante.
2 2 4
ê Demonstra
Zt ção.
dS
S(t) = |α 0 (v)|dv ⇒ = |α 0 (t)| > 0, S é crescente e contı́nua, daı́ existe uma
t0 dt
inversa de S, T . Definimos S(I) = J, B : J → Rn com B(u) = α(T (u)), valendo
B(J) = α(I). Derivamos B(u) = α(T (u)), B 0 (u) = T 0 (u)α 0 (T (u)) ⇒
1
|B 0 (u)| = |T 0 (u)||α 0 (T (u))| = |α 0 (T (u))| = 1
|α 0 (T (u))|
1
pois pela regra da derivada da inversa tem-se |T 0 (u)| = e da relação
|s 0 (T (u))|
s 0 (T (u)) = |α 0 (T (u))| ⇒ |s 0 (T (u))| = |α 0 (T (u))|.
B = α ◦ S−1 é dita uma reparametrização de α pelo comprimento de arco.
|α 0 (t)| =
p
e2t (cos2 (t) − 2sen(t)cos(t) + sen2 (t) + sen2 (t) + 2sen(t)cos(t) + cos2 (t) + 1) =
16 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
√
= et 3.
v(s) = α(t(s)) =
√ √ √ √ √ √ √
s+ 3 s+ 3 s+ 3 s+ 3 s+ 3 s+ 3 s+ 3
( √ (cos(ln( √ ))−sen(ln( √ ))), √ (sen(ln( √ ))+cos(ln( √ ))), √ )
3 3 3 3 3 3 3
dT 1 S
= ⇒T = +c
dS 3 3
tomamos c = 0
s s
α(S) = (3cos( ), 3sen( ))
3 3
está parametrizada pelo comprimento de arco.
1.1.2 Ciclóide
y = r − PC = r − rcos(t).
para que seja o vetor nulo é necessário que cos(t) = 1 e sen(t) = 0, os valores
para que isso ocorram são os da forma t = 2kπ.
ê Demonstração.
x
|α 0 (t)| =
p p
r2 (1 − cos(t)2 + r2 sen2 (t)) = r 2 − 2cos(t) = 2r|sen( )|
2
onde usamos a identidade 2sen2 (x) = 1 − cos(2x). Integrando
Z 2π Z 2π 2π
x x x
2r |sen( )|dx = 2r( sen( )dx = −4rcos( ) = 8r.
0 2 0 2 2 0
de arco
18 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
ka 00 (s)k := k(s)
s s
α 0 (s) = (−sen( ), cos( ))
r r
1 s 1 s
α 00 (s) = (− cos( ), − sen( ))
r r r r
1
tomando o módulo tem-se |α 00 (s)| = . Por isso quanto maior o raio, menor a
r
curvatura e quanto menor o raio maior a curvatura.
1
Motivado pelo fato de k(s) = para o cı́rculo , definimos
r
α 00 (s)
n(s) = .
k(s)
O vetor normal n(s) tem a mesma direção de a 00 (s). Não definiremos o vetor
normal quando k(s) = 0.
t(s) = α 0 (s).
portanto
t 0 (s) = k(s).n(s).
portanto b 0 (s) é normal à t(s) e b(s), daı́ b 0 (s) é paralelo à n(s) o que implica
existir τ(s) ∈ R tal que
b 0 (s) = τ(s).n(s).
b 0 (s) = τ(s).n(s)
é chamado torção de α em s.
ê Demonstração.
Antes de começarmos, observamos que um plano sempre satisfaz uma equação do
tipo
ax + by + cz = d
< (a, b, c), (x, y, z) >=< (a, b, c), (x0 , y0 , z0 ) >⇔< (a, b, c), (x, y, z) − (x0 , y0 , z0 ) >= 0
22 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
⇒).
Vamos mostrar que se a curva é plana então b(s) é constante. Seja v normal ao
plano que contém α. Temos
< α(s) − α(s0 ), v >= 0 ⇒< α(s), v >=< α(s0 ), v >⇒< α 0 (s), v >= 0
| {z }
t(s)
derivando mais uma vez tem-se que < α 00 (s), v >= 0. Portanto v ⊥ n(s) e v ⊥ t(s)
(os vetores tangente e normal estão no plano da curva), portanto v = λb(s). Podemos
escolher v tal que |v| = 1 o vetor b tem norma 1, daı́ |v| = 1 = |b(s)|.|λ| = |λ|, λ = 1
ou λ = −1 e como b é contı́nua, só pode valer uma das possibilidades, portanto b é
constante, daı́ b 0 (s) = 0 ⇒ τ = 0.
⇐ .)
Se τ = 0 então b 0 (s) = 0 o que implica b ser constante, definimos a função com
lei
f(s) =< α(s) − α(s0 ), b(s) >
derivando temos
f 0 (s) =< α 0 (s), b(s) >= 0
portanto f(s) é constante e assume o mesmo valor que em f(s0 ) = 0, daı́ α é uma
curva plana.
com c2 = a2 + b2 .
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 23
a s a s b
α 0 (s) = (− sen( ), cos( ), )
c c c c c
e seu módulo
r
a2 s a2 s b2
|α (s)| =
0
sen 2( ) + cos2( ) + =
c2 c c2 c c2
r
a2 b2
= + 2 =1
c2 c
calculamos com isso o comprimento de arco
Zs Zs
|α (t)|dt =
0
1dt = s.
0 0
• Calculamos a curvatura.
a s a s
α 00 (s) = (− 2
cos( ), − 2 sen( ), 0)
c c c c
a s a s
α 000 (s) = ( sen( ), − cos( ), 0)
c3 c c3 c
e 1 e 2 e 3
0 00
a s a s b
α (s) × α (s) = − sen( )
cos( ) =
ac c c c c
s a s
− 2 cos( ) − 2 sen( ) 0
c c c c
2 2
ba s −ba s a s a s ba s −ba s a2
( 3 sen( , 3 cos( ), 3 sen2 ( )+ 3 cos2 ( )) = ( 3 sen( ), 3 cos( ), 3 ))
c c c c c c c c c c c c c
ba2 c2 ba
= = τ(s).
c6 a c4
< α 0 × α 00 , p − p0 >= 0
ba s ba s a2 −ba2 s s ba2 s s
3
sen( )x− 3 cos( )y+z 3 = 4
sen( )cos( )+ 4 sen( )cos( ) = 0
c c c c c c c c c c c
s s
basen( )x − bacos( )y + za2 = 0
c c
• O vetor n(s) faz ângulo de 90◦ com o vetor (0, 0, 1). Pois
a s a s
< (0, 0, 1), (− 2
cos( ), − 2 sen( ), 0) >= 0 = cos(θ)
c c c c
logo θ = 90◦ .
• O vetor t(s) faz ângulo constante com o vetor (0, 0, 1), pois
a s a s b b
< (0, 0, 1), (− sen( ), cos( ), ) >= = ccos(θ)
c c c c c c
que é constante.
2at2 2at3
α(t) = ( , ), t ∈ R
1 + t2 1 + t2
2at2 t2 2 a
lim = lim = 2a
t→∞ 1 + t2 t→∞ t2 12 + 1
t
e a coordenada em y tende a infinito .
26 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
3at 3at2
α(t) = ( , )
1 + t3 1 + t3
r(t) = (3at, 0)
−3at 3at2
α(−t) = ( , )
1 − t 3 1 − t3
lim x + y + a = 0.
t→1
1.
t 0 (s) = k(s)n(s)
2.
n 0 (s) = −(k(s)t(s) + τ(s)b(s))
3.
b 0 (s) = τ(s)n(s).
ê Demonstração.
1.
t 0 (s) = k(s)n(s).
2.
n 0 (s) = −(k(s)t(s) + τ(s)b(s)).
28 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
Sabemos que1 b(s) = t(s) × n(s), usando a regra da mão direita no triedro de
frenet podemos deduzir que
derivando
n 0 (s) = b 0 (s) × t(s) + b(s) × t 0 (s) =
usando novamente a regra da mão direita podemos concluir que n(s) × t(s) =
−b(s) e b(s) × n(s) = −t(s) logo substituı́ndo
3.
b 0 (s) = τ(s)n(s).
Por definição.
m Definição 23 (Reta principal normal). É a reta que passa por α(s) e tem
direção de n(s).
m Definição 24 (Reta binormal). É a reta que passa por α(s) e tem direção de
b(s).
1
Lembre da regra da mão direita para o cálculo de produto vetorial, a direção do punho a direção
do vetor t(s) os dedos do vetor n(s) e o polegar do vetor b(s).
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 29
1
R= .
k(s)
α(s) − c = −a.n(s)
e tomando a norma
|α(s) − c| = a
Z Exemplo 22. Considere curva parametrizada regular α(t) = (acos(t), asen(t), f(t))
determine f(t), com as seguintes condições
2. α seja plana.
2. Para que a curva seja plana é necessário e suficiente que b 0 (s) = 0, pois daı́
a torção será nula. Usando a hipótese de que a curva seja parametrizada
pelo comprimento de arco, temos que ter f 0 (c)2 + a2 = 1 daı́ f 0 (c) = 1 − a2 .
p
daı́
p
b 0 (t) = ( 1 − a2 cos(t), 0, 0)
b Propriedade 17. Sejam α uma hélice e v um vetor unitário que faz ângulo
constante com α, S(t) calculada a partir de t0 = 0. Considere
Então
f 0 (t) =< α 0 (t)−S 0 (t) cos(u).v, v >=< α 0 (t), v > −cos(u) < v, v >= cos(u)−cos(u) = 0
| {z }
=1
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 31
pois podemos tomar |v| = 1, como tem-se f(0) =< α(0) − S(0)cos(u).v − α(0), v >= 0
segue que f(s) = 0.
< u, v > 0 =< u 0 , v > + < u, v 0 >⇒< u 0 , v >=< u, v > 0 − < u, v 0 >
o primeiro termo é nulo pois b(s) = t(s) × n(s) logo são ortogonais
α 00 (s)
o segundo termo é nulo pois α (s)×α (s) é ortogonal a n(s) =
0 00
, então chegamos
k(s)
finalmente a identidade desejada
< α 0 (s) × α 00 (s), α 000 (s) >
τ(s) = − .
k2 (s)
32 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
ê Demonstração.
Em geral se α(t) não está parametrizado pelo comprimento de arco, então α(t) =
z(s) onde z é parametrizada pelo comprimento de arco.
Zt
ds
s= |α 0 (k)|dk, = |α 0 (t)| := g(t)
s0 dt
dT
== gKN
dt
dN
= g(−kT − τB)
dt
dB
− = gτN
dt
dk
= gks
dt
dX ds dX
onde usamos que =
ds |{z}
dt dT
g=|α 0 (t)|
1.1. CURVAS PARAMETRIZADAS 33
α 0 × α 00 = g3 kB
tomando o módulo
|α 0 × α 00 |
|α 0 × α 00 | = g3 k ⇒ = k.
|α 0 (t)|3
Para achar a torção, tomamos
$ Corolário 11. Com essa identidade, podemos deduzir uma expressão para
curvatura de uma curva plana α(t) = (x(t), y(t)), associamos a ela a curva no R3
, (x(t), y(t), 0) e podemos chegar no resultado
x 0 y 00 − x 00 y 0
k(t) = p 3
.
(x 0 )2 + (y 0 )2
Podemos pensar em uma curva no R3 como sendo obtida a partir de uma reta
quando esta é entortada (curvatura) ou torcida (torção).
s2 00 s3
α(s) = α(0) + sα 0 (0) + α (0) + α 000 (0) + R,
2 6
R
onde lim 3
= 0. Como α 0 (0) = t, α 00 (0) = kn e
s→0 s
α 000 (0) = (kn) = k 0 n + kn 0 = k 0 = k 0 n − k2 t − kτb
s2 k s3
α(s) − α(0) = st + n + (k 0 n − k2 t − kτb) =
2 6
s3 k2 s2 k s3 k 0 s3
= (s − )(t) + ( − )(n) − ( kτ)(b) + R.
6 2 6 6
Tomamos agora um sistema Oxyz de maneira que a origem O coincida com α(0)
e que t = (1, 0, 0), n = (0, 1, 0), b = (0, 0, 1), nestas condições α(s) = (x(s), y(s), z(s))
é dada por
1.
s 3 k2
x(s) = s − + Rx .
6
2.
s2 k s3 k 0
y(s) = − + Ry .
2 6
3.
s3
z(s) = − kτ + Rz .
6
onde R = (Rx , Ry , Rz ). Tal representação acima é chamada de forma canônica
local de α em uma vizinhança de s = 0.
descartado pois queremos que o plano contenha α(h), h 6= 0. A condição para que o
plano z = cy passe por α(s + h) quando s = 0 é
3
z(h) − h6 kτ + Rz
c= = h2 k h3 k 0
y(h) 2
− 6
+ Ry
quando h → 0 temos que c → 0, pois
h3 − 6 kτ + Rhz3
h3 2kh − k60 + Rhy3
k R
daı́ → ±∞ os restos 3 → 0 pela propriedade da série de Taylor com isso temos
2h h
a fração com denominador tendendo a infinito logo a fração tende a zero. A posição
limite do plano z(s) = c(h)y(s) é o plano z = 0, que o plano xy, formado por α 0 (0)
e α 00 (0) , que é o plano osculador (por definição .)
β = T ◦ α + v.
1.
|u| = |f(u)|
ê Demonstração.
1.
|u|2 =< u, u >=< f(u), f(u) >= |f(u)|2
2. < u, u >= |u|2 cos(θ) =< f(u), f(u) >= |f(u)|2 cos(β) = |u|2 cos(β) como cosseno
é injetivo em [0, π] segue que β = θ.
3. Seja {u, v, u × v} uma base positiva. Como f preserva ângulos vale que f(u × v) é
⊥ p(u) e p(v) assim como f(u) × f(v), por f preservar tamanho |f(u × v)| = |u ×
v| = |u||v| = |f(u)||f(v)| = |f(u) × f(v)|, isto é f(u × v) tem o mesmo comprimento
que f(u) × f(v) como f preserva orientação a base {u, v, f(u × v)} é positiva e
vale f(u × v) = f(u) × f(v).
já sabemos que h(s0 ) = 0 pelas observações que fizemos acima. Agora derivamos a
h
expressão de
2
h 0 (s)
= [< T2 − T3 , T20 − T30 > + < N2 − N3 , N20 − N30 > + < B2 − B3 , B20 − B30 >] =
2
agora substituı́mos as expressões de T 0 , N 0 e B 0 , de onde segue
= [< T2 −T3 , KN2 −KN3 > + < N2 −N3 , (−kT2 −τB2 )−(−kT3 −τB3 ) > + < B2 −B3 , τN2 −τN3 >] =
= −k < T2 , N3 > − < T3 , KN2 > + < N2 , −(−kT3 − τB3 ) > − < N3 , (−kT2 − τB2 ) > +
T
Faça X = ∈ R9 , pois T, N, B ∈ R3 . Derivando X temos
N
B
k(s)N(s)
X0 =
−k(s)T (s) − τ(s)B(s) .
τ(s)N(s)
O sistema é do tipo linear logo ela admite extensão para o intervalo I (tem que ver
isso com calma, voltar aqui). A função f(s, x) é linear em X e contı́nua em s como
o sistema é linear a solução é global, ele é da forma X 0 = A(s)X.
Considere as funções
f4 (s) =< T, N >⇒ f40 =< T 0 , N > + < T, N 0 >= k < N, N > + < T, −kT −τB >= kf2 −kf1 −τf5
f5 (s) =< T, B >⇒ f50 =< T 0 , B > + < T, B 0 >= k < N, B > +τ < T, N >= kf6 + τf4
f6 (s) =< N, B >⇒ f60 =< N 0 , B > + < N, B 0 >= −k < T, B > −τ < B, B > +τ < N, N >= −kf5 −τf3 +τ
onde a integral é calculada componente por componente, disso segue que α 0 (s) = t(s)
e que α 00 (s) = t 0 (s) = k(s)n(s), portanto k(s) é a curvatura de α em s, além disso
α(s) + n(s)u(s) = p,
ê Demonstração. Para cada ponto α(s) da curva a reta tangente é dada por
α(s) + t(s).u onde u varia em R. Como todas as retas tangentes passam por p então
existe u(s) tal que α(s) + t(s)u(s) = p, derivando
α(s) = p − c(−s + b)
onde
Z x0 , y0 são translações nos eixos. Da relação k = θ 0 (s) segue que θ(s) =
k(s)ds + θ0 onde θ0 é uma rotação .
Se a integral for definida
Zs Zs
α(s) = ( cos(θ(s))ds + x0 , sen(θ(s))ds + y0 )
s0 s0
onde α(s0 ) = 0.
1
α(s) = (sen(k0 s + θ0 ) + a, −cos(k0 s + θ0 ) + b)
k0
1
temos um cı́rculo de raio .
k0
1.1.13 Evoluta
n(t)
E(t) = α(t) + ,t ∈ I
k(t)
42 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
é chamada de evoluta de α.
ê Demonstração.
Queremos mostrar que < E 0 (t), α 0 (t) >= 0, calculamos então a derivada de E.
onde anulamos o produto com coeficiente n(t), pois é ortogonal a α 0 (t), usamos
agora que < n 0 (t), α 0 (t) >= < n(t), α 0 (t) > 0 − < n(t), α 00 (t) >, daı́ substituindo
| {z }
0
1
=< α 0 (t), α 0 (t) > − < n(t), α 00 (t) >=
k(t)
reparametrização por comprimento de arco não altera ângulos logo
k(s)
1− =0
k(s)
1 1
onde R = , T = e R 0 é derivada de R em relação a s.
k τ
ê Demonstração. ⇒). Suponha que α está contida numa esfera, então |α(s)|2 =
r, onde r é raio da esfera
ê Demonstração.
Antes de demonstrar a desigualdade isoperimetrica, veremos alguns resultados
que podem nos ajudar.
b Propriedade 28. Dada uma curva fechada α com α(t) = (x(t), y(t)), então
44 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
Zb
1
A= xy 0 − x 0 ydt
2 a
Zb b Zb Zb
mas por integração por partes em 0
xy dt = xy − 0
x ydt = − x 0 ydt então
a
| {z }a a a
0
no caso da curva ser fechada
Zb Zb
1 0 0
A= xy − x ydt = x(t)y 0 (t)dt.
2 a a
ê Demonstração.
Usamos o Teorema de Green
Z ZZ ZZ
∂Q ∂P
pdx + Qdy = ( − )dA = 1dA = A
∂R R ∂x ∂y
ê Demonstração.[1]
Tomamos α(s) = (x(s), y(s)), r sendo a largura da curva numa direção (distância
entre retas paralelas que tangenciam a curva). Consideramos a curva delimitando
p
uma área A. Formamos o cı́rculo B(s) = (x(s), ± r2 − x2 (s)) onde tal parametrização
formada a partir de abscissa da curva α pode não ser regular. Supondo tal cı́rculo
delimitando uma área A.
p
y(s) = r2 − x2 (s), se 0 ≤ s ≤ s1
p
y(s) = − r2 − x2 (s), se s1 ≤ s ≤ L
onde 0 e s1 são pontos onde as tangentes a curva tomadas, cortam α . Temos que
ZL ZL
2
A = xy ds, A = πr = −x 0 yds daı́ somando ambas segue
0
0 0
ZL ZL ZL
2 0 0 0 0
A + πr = (xy − x y)ds = < (x , y ), (−y, x) > ds = < T, V > ds
0 0 0
√
onde |V| = r e |T | = 1, pois T = (x 0 , y 0 ), |T | = < T, T > = < (x 0 , y 0 ), (x 0 , y 0 ) > =
p
p
x 02 + y 02 = |α 0 (t)| = 1 e v = (−y, x) portanto
√ q
|v| = < v, v > = y2 + x2 = r.
segue que
√
Lr A + πr2 rL
Aπr2 = ≤
2 2 2
√ A + πr2
por isso A + πr2 = rL. Usando a igualdade Aπr2 = chamando πr2 = c
2
tem-se
√
2 Ac = A + c ⇔ 4A2 c = A2 + 2Ac + c2 ⇔ A2 − 2Ac + c2 = (A − c)2 = 0
L2
logo A = c = πr2 . Da identidade = 4π segue L2 = 4πA = 4ππr2 ⇔ L = 2πr.
A
Logo a curva possui largura constante. Da igualdade de rL com A + πr2 aplicada nas
ZL ZL
desigualdades de integrais, segue de < t, v > ds = |T ||V|ds e de continuidade
0 0
que deve valer < T, V >= |T ||V| pois se fossem diferentes em um ponto seriam num
intervalo por continuidade, logo não valeria a igualdade entre as integrais, portanto
de < T, V >= |T ||V|cos(θ) segue θ = 0. Por isso os vetores são paralelos. De |T | =
1, |V| = r, < T, V >= r e T = cV para alguma constantem segue que
1
< cV, V >= r = c < V, V >= c|V||V| = cr2 ⇒ c =
r
V
logo T = , com V = (−y, x) e T = (x 0 , y 0 ) segue o sistema
r
x0 = −y
r
y0 = x
r
y
pelo fato de r ser o mesmo em qualquer direção segue que x 0 = (explicar melhor
r
isso), daı́
1 2
1 = x 02 + y 02 =
(x + y2 )
r2
onde 1 = x 02 + y 02 pela curva ser parametrizada pelo comprimento de arco, então
x2 + y2 = r2 a curva é um cı́rculo .
L2 L2 √
$ Corolário 13. De ≥ 4π então A ≤ e L ≥ 2 πA.
A 4π
O cı́rculo abrange a maior área das figuras com comprimento fixo .
a0 X
∞
nπx nπx
f(x) = + an cos + bn sen
2 L L
n=1
Z 2π
b Propriedade 31 (Lema de Wirtinger). Suponha que f(t)dt = 0 então
0
Z 2π Z 2π
2
0
[f (t)] dt ≥ f2 (t)dt
0 0
onde f é de classe C1 .
Além disso a igualdade vale ⇔ f(t) = Asen(t) + Bcos(t).
48 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
a0 X
∞
f(x) = + an cos(nx) + bn sen(nx)
2
n=1
Z 2π
a identidade f(t)dt = 0, fornece a0 = 0 pela relação de coeficientes, aplicando a
0
identidade de Parseval em f temos
X
∞ Z 2π
1
(a2n + b2n ) = [f(x)]2 dx
n=1
π 0
logo como n2 a2n + n2 b2n ≥ a2n + b2n segue a desigualdade das séries e portanto da
integral .
Para igualdade, igualamos as séries termo a termo, daı́ devemos ter ak = bk =
0, k > 1, então f se resume ao primeiro termo da série
Z 2π
2(π − A) = x 02 + y 02 − 2xy 0 ds =
0
completando quadrados escrevemos
Z 2π Z 2π
0 2
= 2(π − A) = (x − y ) ds + (x 02 − x2 )ds
0 0
pelo lema de Wirtinger a segunda integral possui valor não negativo, a primeira
também por ser quadrado, logo segue que
π≥A
L2 4π2
= =π≥A
4π 4π
e vale a desigualdade isoperimétrica.
Para que seja verdadeira a igualdade, ambas integrais que usamos acima devem
ser nulas, então y 0 = x e x(s) = acos(s) + bsen(s), logo integrando tem-se
Vale que
∂x ∂y ∂z ∂X
dXq (e1 ) = ( , , )=
∂u ∂u ∂u ∂u
∂x ∂y ∂z ∂X
, , )=
dXq (e2 ) = (
∂v ∂v ∂v ∂v
dXq é injetora se os dois vetores acima são linearmente independentes em R3 , o
que podemos concluir se
∂X ∂X
× 6= 0.
∂u ∂v
A condição dos dois vetores acima serem LI pode ser colocada como
∂x ∂x
∂u ∂v
∂y ∂y
df =
∂u ∂v
∂z ∂z
∂u ∂v
possuir os vetores coluna LI .
De outra maneira se pelo menos um dos determinantes (menores de ordem 2)
∂x ∂x ∂x ∂x ∂y ∂y
∂(x, y) ∂u ∂v ∂(x, z) ∂u ∂v ∂(y, z) ∂u ∂v
= , = , = ,
∂(u, v) ∂y ∂y ∂(u, v) ∂z ∂z ∂(u, v) ∂z ∂z
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
é não nulo. Isso para que possamos definir um plano tangente a superfı́cie,
condição similar, colocadas sobre curvas regulares, em que pedimos que α 0 (s) 6= 0
para que exista reta tangente, na reta, não ser nulo equivale a ser LI, assim como na
condição com dois vetores.
Observamos que S é um subconjunto de R3 e não uma aplicação como definimos
uma curva. A superfı́cie definida desse modo não possui auto-interseções.
2.
∂x ∂x
∂(x, y) ∂u 1 0
= ∂v =
=1
∂(u, v) ∂y ∂y 0 1
∂u ∂v
52 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
é uma superfı́cie regular que admite parametrização global g(u, v) = (u, v, f(u, v)),
(u, v) ∈ U.
os vetores coluna dessa matriz são LI, logo a diferencial é injetora e as condições
foram verificadas.
1.3. SUPERFÍCIES REGULARES 53
dfp = (fx , fy , fz )
e dizer que df não é sobrejetiva equivale a dizer que dfp = (fx , fy , fz ) = (0, 0, 0).
a ∈ f(U) é valor regular de f ⇔ dfp 6= 0 em qualquer ponto da imagem inversa
g 0 (F(x)) = (F 0 (x))−1
(x, w) = ϕ(h(x, w)) = ϕ(x, h2 (x, w)) = (x, f(x, h2 (x, w))) = (x, f(h(x, w))),
como F(x, y) = (x, y, f(x, y)) sua inversa é da forma G(u, v) = (u, v, g(u, v, t)), (u, v, t) ∈
W com as coordenadas diferenciáveis. h(x, y) = g(x, y, a) é uma função diferenciável
definida
tais que
h−1 (ϕ(v1 , v2 ))
• Para que um ponto (x, y, z) seja crı́tico é necessário e suficiente que dfp =
(fx , fy , fz ) se anule, no caso
$ Corolário 14. Novamente podemos provar que um gráfico de uma função di-
ferenciável f : U → R3 com f(x, y) = z é uma superfı́cie regular, pois consideramos
58 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
dfp = (fx , fy , 1)
não se anula. Dessa maneira tiramos como corolário que o gráfico de uma função
é superfı́cie regular .
−1 x2 y2 z2
é superfı́cie regular, pois é o conjunto f (1) onde f(x, y, z) = 2 + 2 + 2 é
a b c
diferenciável e 0 é valor regular de f pois
2x 2y 2z
dfp = ( , , )
a2 b2 c2
se anula apenas em (0, 0, 0) que não pertence a f−1 (1), com isso temos também que
a esfera é regular, pois é um caso particular de elipsóide quando a = b = c = r.
e o parabolóide hiperbólico
x2 y2
P = {(x, y, z) ∈ R3 | z = − + }
a2 b2
ê Demonstração.
ê Demonstração.
se anula apenas para (0, 0, 0) que não pertence à f−1 , S não é conexa, para
verificar isso tomamos uma ponto em cada folha do hiperbolóide e não existe
curva contı́nua contida nessa superfı́cie que liga esses pontos. Pois se existisse
α(t) = (x(t), y(t), z(t)), z(t) mudaria de sinal, dai por z ser contı́nua terı́amos
z(a) = 0 para algum a que implica −1 = x2 + y2 , portanto tal ponto não pertence
a curva.
ê Demonstração.
xu xv
dϕ =
yu yv
zu zv
Sem perda de generalidade podemos supor que < ϕu × ϕv , e3 >6= 0. Seja h(u, v) =
Πxy ◦ ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) h é claramente suave. Temos que
1.3. SUPERFÍCIES REGULARES 61
e1 e2 e3 " # " # " #
yu zu xu zu xu yu
ϕu × ϕv =
u u u = e1
x y z − e2 + e3
yv zv xv zv xv yv
xv yv zv
" #
xu y u
por isso < ϕu × ϕv , e3 >= .
xv yv
Por isso temos que
" #
xu yu
det(Dh) = =< ϕu × ϕv , e3 >6= 0
xv yv
Z
p
Exemplo 36. O cone de uma folha dado por z = x2 + y2 não é uma
p
superfı́cie regular, observe que a parametrização natural (x, y, x2 + y2 ) não é
diferenciável na origem. Perto da origem a superfı́cie não pode ter expressão da
forma y = f(x, z) nem g(z, y) = x pois existem sempre dois pontos diametralmente
opostos que se projetam no mesmo ponto dos planos, logo não terı́amos funções.
No outro caso a função teria que coincidir numa vizinhança de zero com z =
p
x2 + y2 que não é diferenciável em 0, portanto o cone não é uma superfı́cie
regular.
R2 = {(x, y, z) ∈ R3 , y = 0}
U = {(x, 0, z) ∈ R3 , x2 < 1}, x1 (U) é a parte aberta direita do cilindro e não contém
p
as retas (y = 0, x = 1, z = z), (y = 0, x = −1, z = z), 1 − x2 tem derivadas parciais
contı́nuas de todas as ordens, pois x2 < 1, logo x1 é diferenciável pois as outras
1
coordenadas também os são. A condição 2 é satisfeita pois x1 é bijetiva e x−
1 é a
p
x3 = ( 1 − y2 , y, z)
p
x4 = (− 1 − y2 , y, z)
daı́ o cilindro pe superfı́cie regular, pois tais superfı́cies regulares cobrem total-
mente o cilindro.
Z Exemplo 39. O cone de duas folhas com vértice na origem não é uma
superfı́cie regular .
{(x, y, z) x2 + y2 = z2 }.
Se o cone fosse uma superfı́cie regular iria existir uma vizinhança V da origem
(0, 0, 0), tal que a superfı́cie deveria ser nessa vizinhança imagem de uma função
f(x, z) , g(z, y) ou h(x, y) . Não podem valer os primeiros dois casos, pois não
temos funções com duas imagens distintas, e o terceiro caso não pode valer pois
p p
a função deveria coincidir com z = x2 + y2 para z ≥ 0 e z = − x2 + y2 z < 0
não são deriváveis em z = 0.
ê Demonstração.
o vetor (0, 0, 0) pertence a f−1 (0), pois f(0, 0, 0) = 0, o conjunto dos pontos (x, y, z)
tais que f(x, y, z) = z2 = 0 é o conjunto dos pontos (x, y, z) z = 0 que é o plano
XY que é uma superfı́cie regular.
ê Demonstração.
64 CAPÍTULO 1. ANOTAÇÕES SOBRE GEOMETRIA DIFERENCIAL
4u
x=
u2 + v2 + 4
4v
y=
u2 + v2 + 4
2(u2 + v2 )
z= .
u 2 + v2 + 4
ê Demonstração.