Campo escalar

Definição 1:

A função f definida de um região D  R n em R é chamada função de

varias variáveis ou campo escalar.
n
Notação: f:D  R  R
Exemplo 3:

2
f :R  R
f(x, y)  x2  y2

Observe que a imagem de f é R+

e o gráfico de f é a superfície:
Integral curvilínea sobre um campo escalar

2
Considere uma curva suave F : a , b  R
Seja C a imagem de F, com ponto inicial A e ponto final B.
Divida C em pequenos arcos através dos pontos:
A  P 0 , P1 , P 2 , P 3 , ..., P n - 1 , P n  B

Considere agora que um arco possui comprimento  s i

e seja Qi um ponto desse arco.
 Considere agora que o arco
possui comprimento  s i e seja Qi
um ponto desse arco.

Seja f(x,y) um campo escalar definido em cada ponto de C, ou seja,

2
f :C  R  R
n
Faça então a soma:  f Q i Δs i
i 1
Definição 2:
Chamamos integral de linha de f ao longo de C, de A até B, o limite
 n 
max
lim
si 0

  f Q i  Δs i  , se esse limite existe e é finito.

 i 1 
 n 
Notação:  (f x , y )ds 
max
lim
si  0

  f Q i  Δs i 

C  i 1 
Propriedades

Seja F uma curva suave (ou suave por partes) com imagem C, de ponto
inicial A e ponto final B.
Considere também f e g campos escalares, contínuos em cada ponto de C
e k um número real.
P 1]  kf( x , y )ds  k  (f x , y )ds
C C

P2]  (f x , y )  g( x , y )ds   (f x , y )ds   g( x , y )ds

C C C

P3] Se P é um ponto de C entre A e B, C1 a parte de C entre A e P e C2 a

parte de C entre P e B , então, AC C
V P C
 (f x , y )ds  (
f x, y )ds  (
f x , y )ds  V BC
C C1 C2 V
P4] Se –C representa o caminho C orientado no sentido oposto então:

 (f x , y )ds 
 (f x , y )ds
C C
Cálculo da Integral de linha
 n 
 (f x , y )ds 
max
lim
si  0

  f Q i  Δs i 

C  i 1 
Nosso objetivo é mudar as variáveis da integral acima para variável t.
Comece considerando a curva F cuja imagem é C,
2
F : a , b   R
F( t )  x( t ), y( t )
Lembre-se de que na aula anterior definimos a função comprimento de arco:
t
s( t )   F( u )du
a t
ds d  
Derivando essa função em relação a t:  F( u )du   F( t )
dt dt  
a 
Assim, ds  F( t )dt

Então, você pode escrever:

b

 (f x , y )ds 
 f x( t ), y( t ) F( t ) dt
C a
Exemplo 1: Calcule a integral  yds
C 2  t2 
, onde C é a imagem da curva(caminho) F : 0 , 2   R 
, F( t )   , 2 t 
 2 
b

Solução:  (f x , y )ds   f x( t ), y( t ) F( t ) dt

C a
 t2
Observe que : (f x , y )  y e  x  2 Daí,
y  2t (f x( t ), y( t ))  2t


Por outro lado, F( t )  t , 2   F( t )  t2  4

2
Então,  yds 
 2t t 2  4 dt
C 0

3/2 2

2 2

3
t 4  
2

  22  4
3 

3/2
 2
 0 4 
3/2

0

2
 16 2  8   16 2 2  1
3 3
  2t t 2  4 dt   u du
t2  4  u
u3/2 2 2
 u
1/2
du 
3/2

3

t 4
3/2
 2 tdt  du
 b

Exemplo 2:
 (f x , y )ds   f x( t ), y( t ) F( t ) dt
C a

Calcule a integral  xy  3 x ds

C
, onde C é o segmento de reta que une os pontos A(-1,0) e B( 2, 3).

Solução:
Comece obtendo a equação da reta r determinada pelos pontos A e B:

r : y  ax  b A  r  0  a(  1 )  b a  b  1
B  r  3  2a  b r : y  x 1

Assim, você pode fazer : x  t  y  t  1

Observe também que: x   1, 2  Assim, t   1, 2 

Daí, F :  1, 2   R 2
F( t )  t , t  1  F( t )  1,1   F( t )  2
 b
 xy  3 x ds
 (f x , y )ds   f x( t ), y( t ) F( t ) dt
C C a
2
F :  1, 2   R
F( t )  t , t  1 

F( t )  1,1   F( t )  2

Vamos escrever o campo escalar f em função de t:
(f x , y )  xy  3 x x  t
y  t1
2
(f x( t ), y( t ))  t t  1   3 t  t  4t

Então,
2 2
 t3 2
  4t 
 4t 
 xy  3 x ds  t 2
2 dt  2 
 3

2



C -1 1

 8 16    1 4 
 2    
     9 2
 3 2   3 2 
 De modo análogo, podemos definir integral de linha de f ao longo de C, de
A até B, se C é a imagem de uma curva definida em R3 .

Seja F uma curva parametrizada cuja a imagem é o caminho C e f um

campo escalar .
F : a , b  R 3
F( t )  x( t ), y( t ), z( t )

3
f :C  R  R

Então,
b

 (f x , y , z )ds 
 f x( t ), y( t ), z( t )F( t ) dt
C a
Exemplo 3:
Calcule a integral  xy ds
C

x2  y 2  4
, onde C : 
z  8  y

Solução:
Comece obtendo a curva F
cuja imagem é o caminho C.
Para isso, você pode fazer:
 x  2 cos( t ) Daí, z  8  y  z  8  2 sen ( t )

 y  2 sen ( t )
3
Então, você pode definir a curva F : 0 , 2    R

F( t )  2 cos( t ), 2 sen ( t ), 8  2 sen ( t )

 3
 xy ds F : 0 , 2    R
C F( t )  2 cos( t ), 2 sen ( t ), 8  2 sen ( t )
Assim,
F( t )   2 sen ( t ), 2 cos( t ),  2 cos( t )

F( t )  4 sen 2( t )  4 cos 2( t )  4 cos 2( t )

F( t )  
4 sen 2( t )  cos 2( t )  cos 2( t ) 
F( t )  2 1  cos 2( t )

Vamos escrever o campo escalar f em função de t,

(f x , y , z )  xy
(f x( t ), y( t ), z( t )  2 cos( t )2 sen ( t )  4 cos( t )sen ( t )

Então,

 
2

 xy ds   4 cos( t )sen ( t ) 2 1  cos 2( t ) dt

C 0
  
2

 xy ds   4 cos( t )sen ( t ) 2 1  cos 2( t ) dt

C 0
Você pode resolver essa integral fazendo a substituição:
1  cos 2( t )  u  2 cos( t ) sen ( t )dt  du

 2 cos( t )sen ( t )dt   1 du

 4 cos( t )sen ( t )  2  1  cos 2( t )  dt 

 

 4  1  cos 2( t ) 2 cos( t )sen ( t )dt  4  u(  1 )du 

3/2
 4  u 1/2
du   4 u
3/2

 8
 2
 1  cos ( t )
3 
3/2 



Então, 2
 3 

xy ds   8  1  cos 2( t ) 
3/2 


C 0


 8
3 
2
 1  cos ( 2  ) 3/2

 1  cos ( 0 ) 2

3/2   0


Aplicações

Você já aprendeu a calcular a massa, centro de massa, etc. de uma placa

de formato uma região do plano, como também de um sólido, através de
integrais duplas e triplas.

m   ( x , y )dA m   ( x , y , z )dV

D S
Observe que a função densidade, nesses casos são campos escalares.
 :D  R2  R  :S  R3  R
   (x, y)    (x, y, z)
De modo análogo, você pode calcular a massa de um arame fino em
forma de um caminho C imagem de uma curva F suave (ou suave por
partes), definido em R2 ou R3 . Observe que o campo escalar nesse caso
é a função densidade (densidade de massa linear do arame) definida por:
 :C  R2  R
   (x, y)
E a massa do arame é igual à integral: m   ( x , y )ds
C
Exemplo 1:
Calcule a massa de um arame na forma do caminho esboçado a seguir ,
sabendo que a densidade de massa linear em qualquer um de seus
pontos é definida por:

 :C  R2  R
 (x, y)  2 x  y 

Solução:

Comece observando que o caminho C é suave por partes e para calcular

a massa desse arame temos de dividir o mesmo em três caminhos
suaves:

C1  segmento AB C2  segmento BC C3  segmento CA

 C1  segmento AB  :C  R2  R
 (x, y)  2(x  y)
Vamos obter a curva F1 cuja imagem é o caminho C1
através das equações paramétricas da reta AB.

vr A  0, 0  B  1, 0 
 x  x o  at  
r :  ,t  R v r  AB ( 1, 0 )
 y  y o  bt
Po x  0  t
reta AB :  ,t  R
y  0  0t
Observe que fazendo : t  0  A  0 , 0  t  1  B  1, 0 
2
Assim, você pode definir a curva: F1 : 0 ,1   R , F1( t )  t , 0 
F(1 t )  1, 0  F1( t )  1
1
Então, m1   ( x , y )ds    x( t ),
0
y( t ) F (1 t ) dt
C
1 1
 2t2 
m1   2  t  0   1 dt  
 2


 1
0 0
 C2  segmento BC  :C  R2  R
 (x, y)  2(x  y)
Vamos obter a curva F2 cuja imagem é o caminho C2
através das equações paramétricas da reta BC.
B  1, 0  C  1, 2 
 
 x  1  0t
vr  B C   0 ,2  re ta B C :  ,t  R
 y  0  2 t
Observe que fazendo : t  0  B  1, 0  t  1  C  1, 2 

Assim, você pode definir a curva: F : 0 ,1   R

2
2

F 2( t )   0 , 2 
F 2 ( t )  1, 2 t  F 2( t )  2
Então, 1

m 2   ( x , y )ds    x (t ),
0
y (t )  F 2 ( t ) d t
C 1
1
 2t  2

m 2   2  1  2 t   2 d t  4  t    4 2   8
0  2  0
 C3  segmento CA  :C  R2  R
 (x, y)  2(x  y)
Vamos obter a curva F3 cuja imagem é o caminho C3
através das equações paramétricas da reta CA.
A  0, 0  C  1, 2 
   x  1  1t
v r  CA (  1,  2 ) r e t a C A :  ,t  R
 y  2  2t
Assim, você pode definir a curva:
F 3 : 0 ,1   R 2 , F 3 ( t )  1  t , 2  2 t 
F 2( t )   1,  2  F 2( t )  5
Então,
1

m 3   ( x , y )ds    x (t ),
0
y (t )  F 3 ( t ) d t
1
C 1

m3   2  1  t 
0
2  2 t  5dt   2  3  3 t  
0
5dt
1 1
 t2  1
 6 5  1  t   d t
0
 6 5 t 
 2 
 6 5    3
2
5
0
Utilizando a propriedade P3 você pode escrever que se m é a massa
do arame então:

m  m1  m 2  m 3
1 1

m    x( t ), y( t ) F (1 t ) dt    x (t ),
0
y (t )  F 2 ( t ) d t
0
1

   x (t ),
0
y (t )  F 3 ( t ) d t

m  1 8  3 5  9  3 5 u .m .